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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Considerando a importância do clima na agricultura, analise as afirmativas abaixo, assinalando (V) para verdadeiro e (F) para falso.
a) A classificação fenológica das plantas com base apenas na duração do ciclo tem se mostrado consistente e confiável, pois não sofre influência das variações ambientais e se aplica igualmente a todas as regiões agrícolas do país. ( )
b) A umidade relativa do ar elevada, quando combinada com temperaturas elevadas, pode aumentar a incidência de doenças nas plantas e comprometer o armazenamento de frutos, ao favorecer a proliferação de fungos e podridões. ( )
c) A influência da radiação solar no desenvolvimento vegetal está restrita apenas ao processo de evaporação da água do solo e não afeta diretamente a fotossíntese ou a produtividade das culturas. ( )
d) A temperatura do solo exerce papel decisivo na germinação das sementes, no desenvolvimento do sistema radicular e na atividade dos microrganismos, sendo diretamente influenciada pela cor, textura, profundidade e cobertura do solo. ( )
e) Ventos fracos podem desempenhar função benéfica na agricultura ao facilitarem a polinização, reduzirem o risco de geadas brancas e regularem a transpiração das plantas, promovendo equilíbrio hídrico. ( )
f) O zoneamento agroclimático considera apenas as condições climáticas da região, desconsiderando fatores como características do solo ou o ciclo das cultivares, por isso não é adequado para orientar políticas públicas ou seguros agrícolas. ( )
g) Mudanças climáticas intensas, como o aumento da temperatura e irregularidade nas chuvas, afetam a produtividade agrícola ao alterarem os ciclos fotossintéticos, comprometerem a germinação e aumentarem os riscos de perdas na colheita. ( )
h) A evapotranspiração é composta apenas da transpiração das plantas, pois a evaporação do solo não interfere no ciclo hídrico das culturas nem nas necessidades de irrigação. ( )
i) Culturas de clima temperado, como a maçã, necessitam de um número determinado de horas de frio para que ocorra a quebra de dormência, sendo este fator essencial para a brotação e frutificação. ( )
j) A escolha adequada de espécies agrícolas para determinada região depende exclusivamente da análise econômica da produção, sem necessidade de considerar os elementos climáticos como temperatura, umidade e radiação solar. ( )

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Questões resolvidas

Considerando a importância do clima na agricultura, analise as afirmativas abaixo, assinalando (V) para verdadeiro e (F) para falso.
a) A classificação fenológica das plantas com base apenas na duração do ciclo tem se mostrado consistente e confiável, pois não sofre influência das variações ambientais e se aplica igualmente a todas as regiões agrícolas do país. ( )
b) A umidade relativa do ar elevada, quando combinada com temperaturas elevadas, pode aumentar a incidência de doenças nas plantas e comprometer o armazenamento de frutos, ao favorecer a proliferação de fungos e podridões. ( )
c) A influência da radiação solar no desenvolvimento vegetal está restrita apenas ao processo de evaporação da água do solo e não afeta diretamente a fotossíntese ou a produtividade das culturas. ( )
d) A temperatura do solo exerce papel decisivo na germinação das sementes, no desenvolvimento do sistema radicular e na atividade dos microrganismos, sendo diretamente influenciada pela cor, textura, profundidade e cobertura do solo. ( )
e) Ventos fracos podem desempenhar função benéfica na agricultura ao facilitarem a polinização, reduzirem o risco de geadas brancas e regularem a transpiração das plantas, promovendo equilíbrio hídrico. ( )
f) O zoneamento agroclimático considera apenas as condições climáticas da região, desconsiderando fatores como características do solo ou o ciclo das cultivares, por isso não é adequado para orientar políticas públicas ou seguros agrícolas. ( )
g) Mudanças climáticas intensas, como o aumento da temperatura e irregularidade nas chuvas, afetam a produtividade agrícola ao alterarem os ciclos fotossintéticos, comprometerem a germinação e aumentarem os riscos de perdas na colheita. ( )
h) A evapotranspiração é composta apenas da transpiração das plantas, pois a evaporação do solo não interfere no ciclo hídrico das culturas nem nas necessidades de irrigação. ( )
i) Culturas de clima temperado, como a maçã, necessitam de um número determinado de horas de frio para que ocorra a quebra de dormência, sendo este fator essencial para a brotação e frutificação. ( )
j) A escolha adequada de espécies agrícolas para determinada região depende exclusivamente da análise econômica da produção, sem necessidade de considerar os elementos climáticos como temperatura, umidade e radiação solar. ( )

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CURSO: TÉCNICO EM AGROINDÚSTRIA 
Disciplina: Agricultura Geral 
Professor: Alan Feitosa (Engenheiro Florestal) 
 
 
Fatores climáticos e sua importância na agricultura. 
Uma visão geral dos principais elementos climáticos que afetam a produção agrícola 
 
 
A Climatologia Agrícola tem por finalidade o estudo do clima relacionando-o à produção agrícola, procurando 
otimizar as condições ambientais em busca de melhor produtividade agrícola. 
A classificação das plantas baseada na duração do ciclo tem demonstrado inconsistência. Isto se deve ao fato 
de que o aparecimento de uma fase fenológica, bem como a duração dos subperíodos e ciclos das plantas estão 
estreitamente associados às variações das condições ambientais e às características de cada espécie vegetal. 
Baseado nisto, as predições das fases e a classificação dos ciclos das plantas devem ser realizadas em função 
dos elementos ambientais que exercem ação sobre o desenvolvimento vegetal. 
Desse modo, o conhecimento da planta desejada e do clima de uma determinada região permite o 
planejamento adequado da aplicação de fertilizantes em cobertura, manejo da irrigação para os diferentes 
subperíodos, planejamento das atividades de colheita, ou seja, permite realizar o cultivo de espécies agrícolas 
na época em que propicie maior rentabilidade e qualidade de frutos e grãos. 
 
 
Climatologia agrícola 
Estuda os fenômenos climatológicos ligados a produção animal e vegetal, tentando estimar os fenômenos para 
evitar perdas críticas na produção. 
As atividades agropastoris estão fortemente sujeitas aos efeitos do tempo e das condições climáticas. Desse 
modo, a produção agrícola no contexto da diversidade climática é bastante vantajosa. Graças a ela o Brasil 
pode vir a produzir em seu território inúmeras variedades de produtos agrícolas, visto que possui uma área 
territorial que abrange os tipos de clima: tropical, subtropical, equatorial, semiárido, tropical de altitude e 
tropical atlântico. Mesmo que o homem conquiste avanços tecnológicos e científicos, o clima continua sendo 
a principal variável da produção agrícola. Portanto, o conhecimento é fundamental para que se obtenha uma 
boa produção. 
Assim, será ressaltado a definição de tempo e clima, seus principais fatores e elementos, relacionando-os com 
a climatologia agrícola. 
 
Clima 
É o conjunto de fenômenos atmosféricos, também ditos meteorológicos, característicos que ocorrem em uma 
determinada região e época, obtido com históricos de observações de 30 anos. Ex.: regime pluviométrico, 
temperatura média, duração do dia, direção predominante dos ventos (Figura 1.1). 
 
 
 
Principais fatores climáticos 
Cada região tem seu próprio clima, em função das condições físicas ou geográficas, isto porque os fatores 
climáticos modificam os elementos do clima. Por exemplo, o clima de Recife é diferente do clima de São 
Paulo, devido a um conjunto diferenciado de fatores climáticos, como: 
• Latitude. • Altitude. • Relevo. • Continentalidade e maritimidade. • Correntes marítimas. • Circulação geral 
da atmosfera e massas de ar. 
 
Elementos climáticos 
São variáveis meteorológicas que caracterizam o clima, as quais variam no tempo e no espaço e são 
influenciados pelos fatores climáticos, como: 
• Temperatura do ar. • Radiação solar. • Ventos. • Umidade do ar. • Precipitação. • Pressão atmosférica. 
 
Tempo 
O tempo é o estado da atmosfera de um lugar em um dado instante, podendo mudar constantemente. Em um 
mesmo dia pode fazer vários tipos de tempo, como por exemplo, chover, ventar e esfriar. O tempo que 
normalmente ocorre em uma determinada região e época faz o clima dessa região e época. Para entendermos 
melhor esta diferença entre o clima e o tempo vamos imaginar que você está em sua cidade e começa a 
chover, você diria que este é um clima chuvoso ou um tempo chuvoso? Certamente é um tempo chuvoso, pois 
está chovendo nesse instante, mas logo a chuva vai passar. Para definir o clima de uma cidade, devemos 
considerar o que acontece naquele município o ano todo: Em Recife, nos meses de março a julho costuma 
fazer mais frio e chove mais, em dezembro, janeiro e fevereiro faz mais calor e chove menos e assim por 
diante. Podemos dizer que é um clima frio? Não, porque faz frio no inverno, mas os rios não congelam. 
Assim, o clima de Recife é tropical úmido (Ams na classificação de Köppen) com temperaturas elevadas e 
alta umidade, especialmente na região costeira. As temperaturas médias anuais ficam entre 25°C e 28°C, com 
pouca variação ao longo do ano, e a umidade relativa do ar é alta. As chuvas são mais frequentes entre os 
meses de outono e inverno (março a julho), enquanto os meses de outubro a dezembro tendem a ser mais 
secos. A cidade não possui grandes variações sazonais, com temperaturas elevadas e alta umidade durante 
todo o ano. 
 
Conhecer o clima e o tempo de um determinado local oferecem, aos agentes envolvidos na produção agrícola, 
várias vantagens, tais como: 
• Programar a produção, como determinação da melhor época de plantio. 
• Conhecer os períodos críticos para as culturas, como épocas de deficiência hídrica. 
• Previsão de ocorrência de pragas e doenças. 
• Fornecimento de subsídios governamentais para a colonização de novas áreas. 
• Auxilia na introdução de novas espécies e cultivares. 
• É usado para elaboração do zoneamento agroclimático. 
• Fornece subsídios para planejamento, cálculo e execução de obras de irrigação. 
• Conhecendo o clima e o tempo de uma região, tem-se a vantagem de escolher espécies e cultivares que se adaptam a 
mesma. 
• Localização de jardins de acordo com as espécies usadas. 
• Produzir em épocas de entressafra. 
• Instalação de medidas de proteção, como estufas, sombrites, quebra-vento, entre outras. 
 
 
 
Zoneamento agroclimatológico 
Devido às grandes variações nas condições climáticas, nas características dos solos e das culturas é sempre 
recomendável que antes de se realizar qualquer cultivo se verifique ou se faça o zoneamento 
agroclimatológico. O mesmo consiste de acordo com as principais variáveis relativas à cultura, ao clima e ao 
solo, permitindo se a mesma pode ou não ser cultivada em nossa região, e se possível sua época recomendada 
para o plantio e quais os riscos climáticos a que está sujeito tal cultivo. 
 
O zoneamento agroclimático é uma ferramenta técnica-científica que utiliza informações sobre clima, solo e 
outros fatores ambientais para identificar áreas com potencial para diferentes culturas agrícolas. Permite 
determinar quais culturas são mais adequadas para cada região, com base em suas necessidades climáticas e 
de solo. 
O Zoneamento Agroclimático para o estado de Pernambuco visa otimizar o uso da terra, identificando áreas 
com potencial para diferentes culturas e atividades agrícolas, considerando fatores como clima e solo, e 
minimizando riscos. O Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE), por exemplo, fornece 
informações detalhadas sobre o potencial produtivo e a fragilidade das terras, auxiliando gestores e 
produtores. 
O mapa abaixo mostra o resultado do trabalho para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para 
a produção da palma forrageira no estado de Pernambuco que foi realizado por Pesquisadores da Embrapa e 
da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em 2018. A palma forrageira é uma das espécies de 
maior relevância para a produção agropecuária no Semiárido, com área plantada estimada em 600 mil 
hectares. A atualização do zoneamento agrícola para esta cultura visa a minimizar os riscos relacionados aos 
fenômenos climáticos adversos, permitindo que cada município zoneado tenha identificada a melhor época de 
plantio nos seus diferentes tipos de solo. Também é utilizado pelas instituições financeiras para definição dos 
programas de financiamento e de seguro rural, além de contribuir para o planejamento dos produtores.Elementos Climáticos e sua influência na agricultura 
Na agricultura, elementos climáticos como temperatura, precipitação (chuva), umidade do ar e do solo, 
radiação solar e ventos são cruciais para o desenvolvimento das culturas. A temperatura afeta a germinação, o 
crescimento e a maturação das plantas, enquanto a chuva fornece a água necessária, mas em excesso ou falta 
pode ser prejudicial. A umidade do ar e do solo influencia a transpiração das plantas e a incidência de 
doenças, e a radiação solar é fundamental para a fotossíntese. Os ventos podem tanto auxiliar na polinização 
quanto causar danos físicos às plantas. 
 
Temperatura 
A temperatura é a medida da quantidade de calor em que se encontra a atmosfera, o solo, a água, as plantas, os 
objetos. Podemos expressar a temperatura da seguinte forma: máxima, mínima, média e normais. 
 
Existem várias maneiras de calcular a temperatura média diária, porém a mais utilizada é a seguinte: 
 
Onde: T média – temperatura média T min – temperatura mínima T max – temperatura máxima 
A temperatura como um elemento climático exerce influência no desenvolvimento, frutificação e na colheita 
culturas agrícolas. Torna-se fundamental na delimitação das áreas favoráveis para a implantação de uma 
espécie agrícola. Devem se evitar áreas nas quais as variações de temperatura são constantes. Como por 
exemplo, a manga não se reproduz nas áreas de clima temperado, já a maçã se adapta em áreas de baixa 
temperatura. 
Como exemplo, o desenvolvimento das plantas cítricas assim como as demais espécies, são influenciadas pela 
temperatura. Com isso Wrege apud Erickson (1968) “a temperatura base, abaixo do qual os citros paralisam o 
crescimento é de 12,8ºC; o crescimento das plantas também não ocorre em temperaturas superiores a 37ºC; e a 
temperatura ideal varia de 21 a 32ºC, os citros apresentam tolerância a baixas temperaturas”. 
Efeitos da alta temperatura 
a) Ressecamento do solo – perda de umidade pelo solo devido ao calor. 
b) Volatização do nitrogênio dos adubos nitrogenados – causa a evaporação do nitrogênio, principalmente de 
adubos como a ureia, devido ao calor. 
c) Deriva de defensivos agrícolas – a alta temperatura provoca a formação de correntes ascendentes que 
impedem a deposição do produto pulverizado sobre a cultura ou sobre o solo, facilitando que o mesmo seja 
carregado pelo vento para outros locais que não aquele para o qual se destinava. 
d) Volatização de herbicidas já aplicadas no solo. 
e) Evaporação da água de irrigação – principalmente na irrigação por aspersão (semelhante à chuva) 
acarretando perda de água e prejuízo econômico. O vento, a umidade relativa do ar e a temperatura são os 
principais fatores climáticos que afetam o uso da irrigação por aspersão. O vento afeta a uniformidade de 
distribuição dos aspersores e, juntamente com a temperatura e a umidade relativa do ar, afetam a perda de 
água por evaporação. 
 
f) Paralização do crescimento da planta – todas as culturas apresentam uma temperatura máxima por elas 
tolerada, por exemplo, a maçã que paralisa suas atividades com 35ºC. 
g) Aborto floral – como acontece, por exemplo, com a maçã, sob temperaturas acima de 28°C conforme 
Fioravanço et al. (2012). 
 
Efeitos da baixa temperatura 
a) Na fecundação das flores – temperaturas muito baixas podem inibir a fecundação das flores, provocando 
quedas na produtividade. 
b) Paralização das atividades vitais da planta – cada cultura requer uma temperatura mínima para crescer e se 
desenvolver, esta chamada temperatura base. Quando a temperatura se mantém abaixo disto, não ocorre o 
desenvolvimento vegetativo e o ciclo cultural fica mais longo. 
c) Quebra de dormência em frutíferas de clima temperado – as culturas necessitam de um determinado 
número de horas de frio (ou uma soma de horas com temperaturas menores do que 7,2°C) para brotar e 
continuar seu desenvolvimento. 
Temperatura do solo 
É a medida da quantidade de calor em que se encontra a camada de solo explorada pelas raízes das plantas 
cultivadas 
 
Características do solo que afetam sua temperatura 
A temperatura do solo depende, basicamente, da sua transferência de calor, e de sua quantidade de calor 
absorvida, os quais por sua vez dependem do tipo do solo. Além disso, essa variação é afetada pela interação 
com outros fatores, dentre eles: 
• Cor do solo – solos escuros absorvem mais radiação solar e se aquecem mais do que os claros. 
• Textura do solo – solos arenosos aquecem-se mais rapidamente na camada superficial de solo, do que os 
solos argilosos; entretanto, solos arenosos também se resfriam rapidamente, o que não acontece com os solos 
argilosos. Durante a noite, solos arenosos resfriam-se mais do que os solos argilosos. 
• Cobertura do solo – reduz as variações térmicas do solo, impedindo um aquecimento excessivo durante o 
verão e/ou durante as horas mais quentes do dia, bem como a perda de calor pelo mesmo. 
 
• Horário – por volta das 14 horas o solo está com a maior temperatura em relação aos outros períodos do dia. 
• Profundidade do solo – na camada superficial ocorrem maiores oscilações térmicas do que em camadas mais 
profundas. 
 
Importância da temperatura do solo 
A temperatura do solo é um fator de extrema importância para o desenvolvimento das plantas, sendo 
determinado por suas propriedades físicas, químicas e meteorológicas, assim a importância da temperatura do 
solo para um bom desenvolvimento das plantas agrícolas são: 
• Germinação das sementes – quanto menor a temperatura do solo, mais demorada é a germinação e a 
emergência da cultura. 
• Atividade dos microrganismos – os microrganismos decompositores da matéria orgânica e as bactérias do 
solo captadoras do nitrogênio atmosférico necessitam de temperatura de solo favorável para sua atividade 
benéfica à agricultura. 
• Formação do solo – a temperatura desempenha importante função, provocando dilatações, contrações nas 
rochas, trincando-as e desintegrando-as para formarem o solo. • Retenção de água do solo – quanto maior a 
temperatura do solo, maiores e mais rápidas serão as perdas de umidade do mesmo. 
• Crescimento do sistema radicular – tem influência direta sobre algumas características da planta, entre elas 
a: resistência à seca, eficiência na absorção dos nutrientes do solo, tolerância ao ataque de pragas do solo, 
capacidade de germinação e/ou brotação, tolerância à movimentação de máquinas, entre outros. 
 
A Cobertura morta consiste em distribuir uniformemente uma camada de material orgânico sobre o solo com a 
finalidade de impedir seu superaquecimento. O método de cultivo denominado plantio direto consiste em 
manter uma cobertura morta da cultura antecessora sobre o solo e tem como uma das vantagens evitar grandes 
oscilações de temperatura, dentre outras. 
Considerando-se que cada cultura tem uma temperatura base, abaixo da qual paralisa o seu desenvolvimento, 
somam-se então os graus de temperatura acima da temperatura base, de todos os dias do ciclo cultural. O total 
desta soma é denominado “soma térmica” e sabe-se que a cultura, não completa o seu ciclo enquanto não for 
atingido o valor mínimo de graus dia necessários. 
 
 
Radiação solar e fotoperíodo 
A radiação solar é considerada um fator importante para o crescimento e desenvolvimento das frutíferas, pois 
influencia diretamente na fotossíntese das plantas. Nas condições favoráveis de clima e solo, a máxima 
produtividade de uma cultura passa a depender principalmente da taxa de incidência de luz. 
• Radiação solar – é a energia emitida pelo sol e que se propaga sob a forma de ondas eletromagnéticas. 
• Insolação – é o número de horas de sol por dia e depende do grau de latitude. 
• Fluxo da radiação solar na Terra – da radiação solar total que chega à Terra, parte é refletida pela camada de 
ozônio, nuvens e superfície terrestre (30%) e parte é absorvida pelo solo e pelasnuvens (70%). 
A quantidade de radiação solar que incide sobre a superfície terrestre em dado local, tempo e época do ano são 
fundamentais para a produtividade de uma cultura. Isso deve-se à inclinação dos raios solares em função do 
ângulo de elevação solar, essa influência é também verificada sobre as plantas dependendo da hora do dia, da 
estação do ano, latitude e altitude. 
A radiação solar é extremamente importante para a realização da fotossíntese pelas plantas. A fotossíntese é 
responsável pela produção de energia para o crescimento e desenvolvimento dos vegetais. Por isso, é 
interessante destacarmos alguns conteúdos de fisiologia vegetal, os quais estão a seguir: 
• Fotossíntese – é o processo biológico que consiste na síntese de carboidratos a partir do gás carbônico 
atmosférico, água e energia solar, com produção de oxigênio. A radiação solar é, portanto, essencial para o 
crescimento das plantas e desenvolvimento das culturas. 
 
O excesso de radiação solar faz com que a planta utilize um volume maior de água para regular sua 
temperatura. Caso tenha pouca disponibilidade de água, ou em momento do dia com alta radiação mesmo com 
disponibilidade de água, ocorre à desidratação e murcha da planta. Também se pode falar da importância das 
mudas permanecerem à sombra. 
 
Fotoperiodismo 
É o número de horas de luz por dia, incluindo a aurora (antes do nascer do sol) e o crepúsculo (depois do pôr-
do-sol). Verheul et al. (2007 apud ALMEIDA et al., 2009) “avaliaram a interação entre o fotoperíodo e o 
 
balanço de temperaturas noturnas e diurnas na emergência de inflorescências das cultivares de morango 
(‘Korona’ e ‘Elsanta’). Estes autores concluíram que o intervalo ótimo de 12 a 13 horas por dia de fotoperíodo 
favoreceu a floração em mais de 90% das plantas, e o intervalo de 14 horas foi limitante à indução floral, 
enquanto as temperaturas médias de 18 a 12ºC no período diurno e noturno, respectivamente, favoreceram a 
antecipação da floração, sendo que a cultivar Elsanta foi menos sensível a uma variação maior da temperatura 
no intervalo entre 15 e 27ºC. 
Assim, temos: 
• Plantas de dias curtos (na verdade, de noites longas) – são as que só florescem a partir de um número 
máximo de horas de luz por dia, à medida que diminuem as horas de luz por dia, ou seja, a partir de 21 de 
dezembro no hemisfério sul. São espécies de regiões de baixa latitude (regiões tropicais), onde os dias são 
sempre curtos. Portanto, se cultivadas em regiões de grande latitude (regiões temperadas), onde os dias são 
mais longos na primavera e verão, demorarão a florescer, aumentando seu ciclo vegetativo total. 
• Planta de dias longos (na verdade, de noites curtas) – são as que só florescem a partir de um fotoperíodo 
mínimo à medida que aumentam as horas de luz por dia, ou seja, na primavera. São espécies próprias de 
regiões de grande latitude (zonas temperadas), onde ocorrem dias longos toda época do ano. 
 
Vento 
Vento é o ar em movimento, origina-se do deslocamento das massas de ar, ele se move horizontalmente (em 
superfície e altitude) e também verticalmente, por causa das diferenças de temperatura e pressão. Os frutos da 
manga, da laranja e da bergamota, entre outros se desprendem em decorrência da ação do vento intenso. 
Importância do vento na agricultura 
O vento exerce uma extrema importância para a produção agrícola, devido em sua composição transportar 
umidade e calor, influenciando nas taxas de evapotranspiração. Na instalação das culturas de frutíferas, o 
produtor deve ter o cuidado na escolha de áreas que tenham uma menor ocorrência de ventos frios, contínuos 
e intensos. Assim, em regiões como no Sul, deve-se evitar o cultivo em terrenos com faces voltadas para o sul 
e sudoeste, para que haja uma maior proteção das plantas, em regiões que ocorrem os ventos frios. 
 
 
 
 
Efeitos benéficos (ventos fracos) 
• Realiza a polinização, ou seja, a dispersão de pólen (células reprodutoras masculinas) e a deposição do 
mesmo nos estigmas (porção do aparelho reprodutor feminino das flores). 
• Aumenta a fotossíntese. 
• Facilita a transpiração, eliminação de água através dos estômatos, processo vital que permite às plantas 
manter a sua temperatura em níveis adequados. 
• Evita a geada branca e retira o excesso de umidade do ar e do solo. 
 
Efeitos prejudiciais (ventos fortes, constantes, muito frios ou muito quentes) 
Ventos fortes, muito frios ou muito quentes resultam em danos mecânicos, anatômicos e fisiológicos, pois 
causam: 
• Queda de flores e frutos, provocando a redução na produtividade da cultura afetada. 
• Quebra de ramos e galhos em frutíferas, provocando diminuição da área produtiva da planta e queda na 
produtividade, além de expor as plantas ao ataque de patógenos (microrganismos causadores de doenças) e 
pragas que penetram nas plantas através das lesões. 
• Ressecamento do solo (ventos quentes e constantes). 
• Acamamento de grandes culturas, ocasionando perdas de pré-colheita. 
• Tombamento de mudas de frutíferas e essências florestais recém plantadas. 
• Deriva durante aplicação de calcário, principalmente se este for do tipo “filler”. 
• Erosão eólica e/ou desertificação, contribuindo para a expansão das áreas desertificadas. 
• Impedimento na aplicação de defensivos agrícolas, dificultando a deposição do produto pulverizado sobre o 
solo ou sobre as plantas, e, transportando as partículas do produto em suspensão no ar para áreas vizinhas 
onde podem causar problemas de fitotoxidez (danos ou morte de culturas suscetíveis) e contaminação de 
pessoas e animais. A velocidade máxima do vento para aplicação de defensivos é de 8 a 10 km/h. 
• Disseminação de patógenos e pragas, provocando o alastramento de doenças e a infestação de áreas até então 
isentas. 
• Disseminação ou dispersão de sementes de invasoras, contribuindo para a infestação de novas áreas. 
 
 
Umidade do ar 
A umidade do ar é a quantidade de vapor d’água presente na atmosfera, proveniente da evaporação da água 
dos oceanos, mares, lagos, rios e também dos solos. Por exemplo: se escutarmos a informação de que a 
umidade relativa do ar está aumentando, ou seja, próxima a 100%, existe uma grande possibilidade de ocorrer 
chuvas. Por outro lado, se a umidade do ar estiver diminuindo, dificilmente ocorrerão chuvas. A água, sob a 
forma de vapor ou de gotículas, está sempre presente na atmosfera. Isso pode ser constatado ao observarmos o 
orvalho que cobre a vegetação de manhã, principalmente nos dias frios. 
Em regiões de baixa umidade relativa do ar, com temperaturas elevadas, solos pouco úmidos e com fortes 
rajadas de ventos, os frutos não conseguem manter o equilíbrio hídrico, ocasionado assim queda de flores, 
frutos e folhas. Exemplos de plantas que perdem grande quantidade de frutos: a manga, a maça, os citros e o 
abacateiro. Umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de vapor de água (calculada em gramas por 
metro cúbico de ar (g/m³)), o volume e a temperatura da atmosfera de um determinado lugar. 
 
Condensação da umidade do ar 
A umidade do ar pode se condensar na forma de orvalho (Figura abaixo) ou na forma de nevoeiro. O orvalho 
(“sereno”) é a deposição de gotas de água por condensação direta do vapor d’água, geralmente sobre 
superfícies resfriadas pela irradiação noturna (perda de calor do solo), e forma-se em condições 
meteorológicas que facilitem a irradiação do calor do solo para o espaço (céu sem nuvens e sem poeira). O 
nevoeiro (“cerração”) forma-se pelo esfriamento do ar durante o contato com a superfície do solo, ou pela 
evaporação de água morna no ar esfriado. 
 
 
 
Importância da umidade de ar na agricultura 
A umidade do ar acarreta inúmeros efeitos benéficos para a agricultura, dentre eles destaca-se: 
• Regula a secagem dos solos. 
• Aumenta a fotossíntese, quando aliada a altas temperaturas do ar. 
• Regula a transpiração dasplantas. A um nível muito alto de umidade do ar as plantas reduzem a transpiração 
e podem paralisar suas atividades metabólicas. • Influencia no armazenamento da produção. Frutas quando 
armazenadas devem permanecer na câmara em um nível de umidade relativa ideal para cada espécie. UR 
muito alta pode causar perda de frutos por podridões e distúrbios fisiológicos, por outro lado, quando muito 
baixa, causa a desidratação e perda de qualidade e peso dos frutos. 
• Influi na evaporação da água dos açudes e no dimensionamento dos mesmos para irrigação. 
• Baixa umidade relativa do ar aliada a uma alta temperatura, pode acelerar a volatilização de herbicidas 
aplicados no solo ou sobre invasoras. 
 
Precipitação pluvial ou chuva 
A chuva resulta de um contato de uma nuvem saturada de vapor de água com uma camada de ar frio. Para que 
chova, além do vapor atingir o ponto de saturação a água tem de se condensar, passando do estado gasoso para 
o líquido, acarretando na redução da sua temperatura. 
 
Importância da chuva na agricultura 
A água presente na atmosfera pode ser transferida para a superfície da Terra na forma de chuva, granizo, 
geada e orvalho. Todas essas formas de precipitação são importantes para a agricultura, quer pelos benefícios, 
quer pelos prejuízos que causam. Para a irrigação, a chuva tem importância fundamental. 
 
Efeitos benéficos 
• Fonte de água para os solos e reservatórios, que será usada pelas plantas. 
• Solubilização de adubos químicos. 
 
 
Efeitos prejudiciais 
As chuvas, quando em excesso ou mal distribuídas (ocorrência em época inoportuna), acarretam os seguintes 
prejuízos: 
• O excesso de chuva durante o período de florescimento cria dificuldades á polinização, provocando a 
lavagem dos grãos de pólen. 
• Erosão hídrica. 
• Encharcamento das lavouras, provocando impedimento nas operações de mecanização (preparo do solo, 
plantio, tratos culturais, colheita) 
• Perdas de pré-colheita devido à deterioração (apodrecimento) das sementes na época da colheita ou de 
frutas. 
• Lixiviação de nutrientes e argilas. 
• Favorece o desenvolvimento de plantas espontâneas (invasoras), principalmente quando aliada a 
temperaturas elevadas. 
• Lavagem dos defensivos pulverizados sobre as culturas ou sobre o solo, acarretando prejuízo econômico 
(perda do produto) e contaminação de ecossistemas (rios, lagos e áreas adjacentes, fauna). 
 
As chuvas podem cair com maior ou menor intensidade, dependendo da época do ano e da região. Para o 
agricultor que pretende irrigar sua lavoura é de grande importância conhecer a distribuição das chuvas no 
tempo e no espaço. Só assim poderá saber quando irrigar e qual a quantidade de água que deverá ser fornecida 
as plantas. 
A falta de chuva durante o ciclo das culturas é denominada “déficit hídrico”, e este é determinado 
considerando a necessidade de água da cultura durante o seu ciclo (evapotranspiração máxima) e a quantidade 
de chuva durante o mesmo período. 
 
Evapotranspiração 
A evapotranspiração é o processo conjunto da evaporação do solo mais a transpiração das plantas. 
 
 
Evaporação 
É o processo físico pelo qual um líquido passa para o estado gasoso. A evaporação da água na atmosfera 
ocorre de oceanos, lagos, rios, do solo e da vegetação úmida (evaporação do orvalho e da chuva interceptada). 
Entretanto, a taxa da evaporação da água do solo depende de inúmeros fatores, destacando-se: a 
disponibilidade de radiação solar global, ventos, tipo de solo, cobertura vegetal, disponibilidade de água no 
solo, etc. 
Transpiração 
É o resultado da extração de água contida no solo pelas raízes das plantas e liberação para a atmosfera pelos 
estômatos. As plantas, através de suas raízes, retiram do solo a água para suas atividades vitais, e parte dessa 
água é cedida à atmosfera, sob a forma de vapor, na superfície das folhas. Também é a água que é perdida 
pelas plantas durante o processo de fotossíntese, e depende de cada espécie, do seu estágio de crescimento, do 
meio ambiente e dos fatores climáticos (ventos, temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar incidente, 
etc.). 
 
Mudanças climáticas afetam a agricultura e prejudicam a produção de alimentos 
O setor agrícola enfrenta muitos desafios em função das mudanças climáticas globais, impactando 
negativamente as práticas de plantio em todas as regiões do mundo. Esse cenário afeta diretamente a 
economia mundial e a segurança alimentar. 
O impacto na produção de alimentos já começa no processo de plantio das sementes. Até pouco tempo, os 
agricultores confiavam somente em técnicas consolidadas e extensivamente estudadas, ajustadas aos padrões 
climáticos historicamente esperados para determinadas épocas do ano. Contudo, a imprevisibilidade climática 
recente tem alterado drasticamente esses cenários e comprometendo os cultivos. 
A seca prolongada, por exemplo, resulta na inviabilidade das sementes, incapazes de germinar devido à 
escassez de água. Em contrapartida, o excesso de chuvas também se revela prejudicial, levando à morte das 
plantas devido à grande quantidade de água. “Com a seca prolongada, as sementes tornam-se inviáveis, 
incapazes de germinar por falta de água. Em outros casos, com chuvas excessivas, as plantas sucumbem 
devido ao acúmulo de água no solo, causando a saída de oxigênio e privando as plantas das condições 
essenciais para a sobrevivência”, afirma o professor Carlos Eduardo Cerri, da Escola Superior de Agricultura 
Luiz de Queiroz em Piracicaba (Esalq). 
 
Nos últimos anos, com esse cenário marcado por eventos climáticos extremos como geadas, períodos de seca 
e excesso de chuva, ocorrendo de forma desordenada e fora das safras habituais, vem se desencadeado uma 
preocupante degradação do solo, forçando os agricultores a redesenharem suas estratégias de plantio. Áreas 
que antes eram tradicionalmente dedicadas à agricultura estão sendo abandonadas, enquanto outras, 
previamente não tão propícias, demandam adaptações. 
Essa realocação de cultivos acarreta prejuízos significativos na produtividade e, também, na qualidade das 
sementes e, consequentemente, na safra de alimentos. “O aumento das temperaturas globais tem provocado 
mudanças fisiológicas nas plantas, afetando suas características fotossintéticas. Embora o inicial aumento da 
concentração de CO2 na atmosfera possa estimular a fotossíntese, o crescimento exacerbado desse fenômeno 
está causando perturbações nas plantas de ciclos fotossintéticos C3, que são mais sensíveis a essas variações”, 
explica Cerri. O professor alerta que “esse fenômeno tem um impacto direto na qualidade dos alimentos 
produzidos e, consequentemente, na segurança alimentar”. 
Para o professor Cerri, entretanto, a agricultura pode ser uma aliada no combate ao aquecimento global, 
apontado como um dos principais fatores das mudanças climáticas. Cerri afirma que, se essa agricultura for 
praticada de forma correta, pode ajudar a desacelerar o processo do aquecimento global. “O sequestro do 
carbono pode ser intermediado naturalmente pelas plantas, por meio da fotossíntese”. E vai além: “A planta 
serve de alimento para animais, para as pessoas, para o biocombustível e, quando o carbono do tecido vegetal 
sofre decomposição por microrganismos no solo e se estabiliza, pode ficar ali por séculos”. 
 
Adaptação aos novos ambientes 
O estudo Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira, colaboração entre Unicamp e 
Embrapa, com apoio da Embaixada do Reino Unido, prevê, para um futuro próximo, que a degradação do solo 
deve obrigar a realocação dos plantios de alguns alimentos tradicionais em determinadas regiões. A mandioca, 
tradicionalmente cultivada no Nordeste, e o café, ícone cultural e econômico do Sudeste, por exemplo, devem 
encontrar um ambiente mais propício ao Sul do País. Essa mudança geográfica prevista, impulsionada pelas 
alterações climáticas, levanta questionamentossobre a adaptação das sementes a essas novas condições. 
No entanto, a expectativa dos pesquisadores é sobre o tempo necessário para que as sementes dessas plantas 
se ajustem às características específicas do solo em suas novas moradas. Especialistas alertam que esse 
período de transição dependerá de uma complexa interação de fatores, incluindo as condições químicas, 
 
físicas e biológicas do solo de destino. A espera por respostas ganha importância diante do desafio iminente 
de garantir a segurança alimentar em meio a um cenário agrícola em constante transformação. 
Além do solo, as próprias sementes terão que se adaptar ao novo local, lembra o professor Cerri. “Esse tempo 
varia demais, tem plantas que são mais sensíveis, como as plantas de folhas largas, que tecnicamente 
incluímos como plantas de ciclo fotossintético C3, como soja, feijão, algodão, trigo, arroz e café, e tem plantas 
um pouco mais adaptáveis às situações, que são a C4, cana-de-açúcar e milho, por exemplo. Então, essa 
adaptação também vai depender do tipo de planta”. 
 
Consequências econômicas 
Além de prejudicar a produção agrícola, as mudanças climáticas impactam diretamente os preços dos 
alimentos. O aumento nos custos de produção e as oscilações na oferta resultam em efeitos significativos na 
economia. O professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de 
Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, destaca que as alterações climáticas levam a uma maior instabilidade na 
oferta de alimentos, o que, por sua vez, influencia nos preços. “Essa volatilidade crescente pode resultar em 
períodos mais significativos de quebras de safra.” 
Nakabashi também alerta que essa instabilidade na oferta, com baixa produção de alimentos, pode levar ao 
aumento da fome global. “Isso pode resultar em momentos em que a escassez de alimentos leva a um aumento 
da fome, representando um desafio adicional no cenário mundial.” 
 
Uso e conservação da água em sistemas agrícolas 
Água e agricultura 
Dentro da produção agrícola, o uso da água sempre foi uma questão de grande importância no cultivo de 
qualquer planta. Por isso, há muitos anos tem-se investido em tecnologias e infraestruturas hídricas capazes de 
atender à demanda da lavoura sem que haja desperdício desse recurso, que é sinônimo de vida e altamente 
suscetível às variações climáticas. 
A água esteve presente desde os primórdios da agricultura, onde a chuva era a principal fonte. De fato, em 
regiões com características físico-climáticas mais favoráveis, onde as estações eram bem estabelecidas, as 
chuvas supriam a necessidade das culturas. 
 
No entanto, a prática de irrigação sempre se fez necessária em regiões secas, mas que contavam com a 
presença de rios a uma certa proximidade. Tal necessidade possibilitou que as antigas civilizações 
desenvolvessem os primeiros sistemas de irrigação e prosperassem, como o que foi observado no Egito e 
Mesopotâmia. 
Desde então, foram sendo desenvolvidos meios de extrair e direcionar água para os campos de forma a 
aumentar a produção. No entanto, o uso da água sem devido conhecimento acarreta numa agricultura 
insustentável. 
A água é vital para tudo, incluindo a agricultura. Sem água potável, não teríamos o que beber, nem o que 
comer. Conforme o Banco Mundial, a agricultura responde por 70% da retirada de água doce do seu curso 
natural e a tendência é que a demanda cresça nos próximos anos para atender a uma população também 
crescente. Hoje, apenas 20% da agricultura no globo é irrigada, contribuindo com 40% da produção mundial 
de alimentos. 
Vivemos em um planeta chamado Terra, que conta com dois terços da superfície recoberta por água, 
distribuída por oceanos de uma imensidão incrível, que aparecem em toda e qualquer imagem tirada do 
espaço. É natural que a água pareça ser um bem infinito. O que o nosso cérebro não distingue, porém, é que 
essa enorme quantidade de água não está disponível para consumo humano. Sim, acredite, não está disponível. 
Somente 2,5% da água do planeta é o que chamamos “água doce”, conforme dados oficiais. Os 97,5% 
restantes são de água salgada ou com outros minerais e que, dessa forma, não pode ser consumida ou 
utilizada, por exemplo, na agricultura para produção de alimentos. Para tanto, precisaria ser tratada, algo 
economicamente inviável na maioria dos casos hoje (o que esperamos que mude no futuro). 
Outro detalhe importante é que 69% da água doce da Terra está armazenada na forma de gelo nas geleiras e 
calotas polares, enquanto os outros 30% são de águas subterrâneas. Isso deixa apenas cerca de 1% de água 
doce da Terra prontamente disponível para consumo humano nos rios. 
Mais um dado relevante é que a água não está igualmente distribuída no planeta. Não temos uma porção de 
água garantida para cada um dos 8 bilhões de moradores da Terra, embora seja um direito adquirido conforme 
veremos mais adiante. Brasil, Rússia, Canadá, Indonésia, China, Colômbia e Estados Unidos possuem a maior 
parte dos recursos superficiais de água doce do mundo, de acordo com a National Geographic. E, mesmo 
nestes países, o acesso à água não é realidade para todos. 
A água é finita e o volume que circula no ciclo hidrológico da Terra é o mesmo desde o início, nem uma gota 
a mais ou a menos. O que vem mudando é o uso que fazemos dela. A Organização das Nações Unidas relata 
 
que o consumo de água doce aumentou seis vezes no último século e continua a avançar a uma taxa de 1% ao 
ano, fruto do crescimento populacional, do desenvolvimento econômico e das alterações nos padrões de 
consumo. 
Quase dois terços da população mundial enfrentam escassez de água pelo menos um mês por ano segundo as 
Nações Unidas e, até 2030, a procura global por água terá excedido o abastecimento sustentável disponível em 
40%. Em 2022, 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo já não tiveram acesso a água potável de forma 
segura. 
A agricultura brasileira tem dependido historicamente das chuvas. No entanto, as crises hídricas e as secas 
recorrentes enfatizam a necessidade de conservação da água. A irrigação agrícola consome a maior parte da 
água do país, pressionando os recursos disponíveis. É fundamental encontrar um equilíbrio entre o 
desenvolvimento agrícola e a conservação da água, promovendo práticas sustentáveis, como a irrigação 
eficiente e a proteção dos ecossistemas aquáticos. Diante o desafio do uso da água na agricultura brasileira, 
políticas que promovam o uso são necessárias para garantir a segurança hídrica e alimentar do Brasil. 
 
Sistema de irrigação no Brasil 
No Brasil, a irrigação teve início nos primórdios de 1900 para a produção de arroz no Rio Grande do Sul. A 
expressiva intensificação da atividade em outras regiões do país ocorreu a partir das décadas de 1970 e 1980. 
A expansão da agricultura no país só foi possível graças ao emprego da irrigação, principalmente naquelas 
regiões afetadas pela escassez contínua do recurso hídrico, como no semiárido brasileiro, que necessita de 
irrigação constante. No entanto, em regiões afetadas pela falta de água em períodos específicos do ano, como 
na região central do País, foram necessárias práticas de irrigação suplementares nos meses de seca. 
Embora esse crescimento da atividade agrícola resulte em aumento do uso da água, os sistemas de irrigação, 
quando bem empregados, resultam em benefícios ao meio ambiente, produtores e consumidores. Isso porque 
essa tecnologia aumenta a produtividade, reduz custos unitários e otimiza o uso de insumos e equipamentos. 
De qualquer forma, a irrigação se fez necessária para o aumento e a estabilidade da oferta de alimentos e 
consequente aumento da segurança alimentar e nutricional da população brasileira. Talvez você não saiba, 
mas a cebola, a batata, o alho, as frutas e muitas verduras, presentes na sua casa, são produzidas usando 
tecnologias de irrigação. 
 
Vale lembrar que todo sistemade irrigação, deve ser autorizado pelo governo e deve estar de acordo com o 
uso racional da água, exigências legais e instrumentos de gestão. Deve priorizar a sustentabilidade da 
atividade, o aumento da eficiência e a consequente redução do desperdício. 
Dessa forma, disponibilizar sistemas de irrigação de qualidade também devem fazer parte de iniciativas 
governamentais. Acompanhamos esse fato em Bangladesh, onde, por meio de políticas públicas, se buscou 
desenvolver e distribuir tecnologias de irrigação adequadas para pequenos agricultores que passaram a ter 
controle de recursos hídricos. 
 
Avanços e desafios no uso da água 
A modernização da agricultura fez da captação e utilização de recursos hídricos, elementos chave para a 
expansão sustentável da lavoura e aumento de produtividade. Não por acaso, foi tema central de discussões e 
parcerias entre governos, universidades e indústrias que resultaram em melhorias eficientes de legislação e 
tecnologias para o melhor uso da água. 
Mesmo assim, grande parte da água utilizada pela agricultura ainda é perdida, seja no transporte ou no excesso 
que retorna ao ambiente por meio do escoamento dos campos e que também pode afetar a fertilidade do solo. 
No entanto, são oportunidades a serem exploradas e resolvidas com o emprego de novas tecnologias e 
estratégias adequadas de irrigação. 
Outra importante questão com relação à disponibilidade da água é o aquecimento global. Pesquisas recentes 
têm mostrado que se a terra aquecer em três graus Celsius, os períodos de seca serão mais intensos e 
duradouros. 
Nesse sentido, para minimizar os danos das mudanças climáticas, os pesquisadores têm desenvolvido soluções 
tecnológicas para driblar o desafio do consumo de água, como por exemplo plantas geneticamente 
modificadas resistentes a estresses abióticos, como a salinidade e a falta de água, além de sistemas de 
monitoramento característicos da agricultura digital. 
Tudo isso em uma situação em que a demanda por água no mundo é crescente. No Brasil, um estudo da ANA 
– Agência Nacional de Águas – revelou aumento de quase 80% no consumo de água e estima-se que até 2030 
a retirada de água de rios e poços cresça mais 24%. 
 
 
 
Atual situação da produção agrícola 
A produção agrícola é responsável por usar cerca de 70% de toda água consumida globalmente. No Brasil, a 
distribuição do consumo de água segue a média global, em que 70% dos recursos hídricos são utilizados pela 
agropecuária. No entanto, esse valor pode ser ainda maior, caso sejam considerados apenas os países 
subdesenvolvidos. 
 
Sistemas modernos de irrigação estão em cerca de 20% de toda área cultivada no mundo. Reflexo do baixo 
acesso às inovações tecnológicas nos países mais pobres. No entanto, mesmo em tão baixa quantidade, a 
produção agrícola em sistema irrigado contribui com 40% do total de alimentos produzidos em todo o mundo. 
Isso porque, a produtividade em sistema irrigado é pelo menos 2,3 vezes maior do que a das áreas de sistema 
não irrigado. 
A agricultura irrigada consegue proporcionar estabilidade na produção e tem a capacidade de aumentá-la, 
como é o caso da soja em que a diferença de produtividade pode chegar a 20 sacas (cada saca tem 60 kg). 
Caso não houvesse o sistema irrigado, seria necessário aumentar em pelo menos 20% a área plantada para 
produzir a mesma quantidade de alimentos que é produzida hoje. Com isso, fica evidente a importância 
ambiental desse sistema de produção. 
 
Nesse sentido, é importante o trabalho conjunto de governos, pesquisadores, engenheiros e agricultores para 
modernizar e expandir os seus sistemas de irrigação. O intuito é que os cultivos agrícolas sejam cada vez mais 
produtivos e menos prejudiciais ao meio ambiente. 
De fato, a FAO estima que as terras irrigadas nos países em desenvolvimento aumentem em 34% até 2030. 
Mesmo com a implementação dessa tecnologia e com melhoria das práticas e gestão da irrigação, o consumo 
de água terá um aumento de apenas 14%. 
Aumento da produção agrícola com menor uso da água 
Uma agricultura sustentável deve ser estruturada para coletar, armazenar e liberar água no meio ambiente de 
forma eficiente. O gerenciamento adequado da água de irrigação nos países produtores de alimentos também é 
importante para melhorar a competitividade e lucratividade dos agricultores. 
Nos últimos 50 anos, a produção agrícola mundial cresceu entre 2,5 e 3 vezes no período, enquanto a área 
cultivada cresceu apenas 12%. Esse aumento na produção de alimentos veio de áreas irrigadas e cultivares 
melhoradas geneticamente, mostrando que a agricultura mecanizada, a irrigação intensiva e o uso de insumos 
contribuíram para atender às crescentes demandas por alimentos e fibras de forma sustentável. 
Além do emprego de novas tecnologias, é importante que haja conscientização no cultivo. Onde as culturas 
sejam adequadas ao local e capazes de obter o máximo de benefício da água disponível naquela região. 
Existem casos em que a troca de cultura, ou até mesmo da variedade melhorada, permitem o aumento da 
produção com uma redução de quase metade da água que seria necessária no ciclo da cultura em ambientes 
não favoráveis. 
 
Diferentes estratégias para melhor utilizar os recursos hídricos 
O reflexo de um bom uso de recursos hídricos pode ser observado nas lavouras de algodão da Austrália. 
Atualmente, o país é o quarto maior exportador de algodão no mundo, no entanto para alcançar essa posição 
teve que enfrentar um grande desafio de disponibilidade de água para irrigação. 
Adotando melhores práticas de manejo e novas variedades dessa planta, os agricultores australianos 
conseguiram, dentro de dez anos, reduzir quase que pela metade o uso de água necessária para produção de 
um fardo de algodão (217,72 kg). Proporcionando um aumento de 126% na produção de algodão, com 
aumento de apenas 50% de área semeada. 
 
Também foi visto que na Índia o algodão poderia ser produzido com menos água com a troca do sistema 
convencional de irrigação pelo sistema de irrigação por gotejamento, que é de baixo custo e chega a 
economizar 80% da água. 
No Brasil, a Embrapa aprimorou o método de irrigação por inundação contínua, na lavoura de arroz, em terras 
gaúchas. O novo sistema de plantio, utiliza menos água e otimiza o desenvolvimento de cultivares de ciclo 
biológico curto, proporcionando ganhos de produtividade sem comprometer o ambiente. 
No entanto, em alguns casos a substituição da cultura pode ser uma ótima solução. Por exemplo, na bacia do 
rio Níger o cultivo de arroz na estação seca é muito vulnerável. Caso fosse trocado pelo cultivo de trigo seria 
possível reduzir de 20 a 40% o consumo de água, enquanto ainda produziria uma safra de valor comercial e 
alimentar. 
 
Melhoramento genético para obtenção de plantas mais eficientes 
O menor consumo de água, também pode ser obtido pelo melhoramento genético. Apesar dos mecanismos de 
tolerância a seca, em plantas, serem de difícil manipulação e fazerem parte de diferentes processos 
fisiológicos, pesquisadores da Universidade Federal do Alagoas (UFAL) desenvolveram uma variedade de 
cana-de-açúcar tolerante à seca que é recomendada para o plantio em extensas partes da região nordeste do 
Brasil. 
Além disso, a identificação de genes que possam ser utilizados para melhorar a eficiência da fotossíntese 
também é uma estratégia interessante para o desenvolvimento de plantas tolerantes a seca. Plantas de alta 
eficiência fotossintética produzem mais sem a necessidade de aumento de área plantada. 
Um desses genes é o responsável pela produção da proteína PsbS, que provoca o fechamento dos estômatos – 
poros microscópicos que controlam a respiração das plantas. Controlar geneticamente o fechamento dos 
estômatos poderia diminuir a perda de água da planta. 
Nesse sentido, a biotecnologia se soma a outros esforços, podendo colaborar de forma significativa para a 
economia de água naagricultura e também a enfrentar os desafios que as mudanças climáticas poderão trazer 
para a produção de alimentos no mundo. 
 
 
Atividade avaliativa 
 
Questão 1 
O clima desempenha papel decisivo na agricultura, influenciando desde o planejamento do plantio até a 
produtividade final. As variações nos elementos climáticos, como temperatura, umidade, radiação solar e 
precipitação, impactam diretamente o desenvolvimento das culturas. Sobre essa influência, assinale a 
alternativa correta: 
A) A radiação solar em excesso acelera a germinação e aumenta a produção de frutos, independentemente da 
disponibilidade hídrica. 
B) O conhecimento do clima local permite prever pragas e doenças, escolher cultivares adaptadas e definir 
épocas ideais de cultivo. 
C) Ventos intensos favorecem o crescimento das plantas ao aumentar a fotossíntese e manter o solo úmido. 
D) A chuva excessiva sempre favorece a colheita, pois reduz a necessidade de irrigação e aumenta a absorção 
de nutrientes. 
 
Questão 2 
A temperatura do solo é um fator determinante para o sucesso das lavouras. Considerando os fatores que 
influenciam essa temperatura, assinale a alternativa correta: 
A) Solos argilosos, por terem maior porosidade, aquecem-se rapidamente, o que favorece a germinação 
uniforme das sementes. 
B) A presença de cobertura morta acelera o aquecimento do solo pela manhã, promovendo maior atividade 
microbiana. 
C) Solos escuros tendem a absorver mais radiação solar, elevando sua temperatura e favorecendo processos 
como a germinação e a decomposição da matéria orgânica. 
D) A profundidade do solo é irrelevante para a variação de temperatura, pois o calor é distribuído de maneira 
homogênea em todas as camadas. 
 
Questão 3 
 
Considerando a importância do clima na agricultura, analise as afirmativas abaixo, assinalando (V) para 
verdadeiro e (F) para falso. 
a) A classificação fenológica das plantas com base apenas na duração do ciclo tem se mostrado consistente e 
confiável, pois não sofre influência das variações ambientais e se aplica igualmente a todas as regiões 
agrícolas do país. ( ) 
b) A umidade relativa do ar elevada, quando combinada com temperaturas elevadas, pode aumentar a 
incidência de doenças nas plantas e comprometer o armazenamento de frutos, ao favorecer a proliferação 
de fungos e podridões. ( ) 
c) A influência da radiação solar no desenvolvimento vegetal está restrita apenas ao processo de evaporação 
da água do solo e não afeta diretamente a fotossíntese ou a produtividade das culturas. ( ) 
d) A temperatura do solo exerce papel decisivo na germinação das sementes, no desenvolvimento do sistema 
radicular e na atividade dos microrganismos, sendo diretamente influenciada pela cor, textura, 
profundidade e cobertura do solo. ( ) 
e) Ventos fracos podem desempenhar função benéfica na agricultura ao facilitarem a polinização, reduzirem 
o risco de geadas brancas e regularem a transpiração das plantas, promovendo equilíbrio hídrico. ( ) 
f) O zoneamento agroclimático considera apenas as condições climáticas da região, desconsiderando fatores 
como características do solo ou o ciclo das cultivares, por isso não é adequado para orientar políticas 
públicas ou seguros agrícolas. ( ) 
g) Mudanças climáticas intensas, como o aumento da temperatura e irregularidade nas chuvas, afetam a 
produtividade agrícola ao alterarem os ciclos fotossintéticos, comprometerem a germinação e 
aumentarem os riscos de perdas na colheita. ( ) 
h) A evapotranspiração é composta apenas da transpiração das plantas, pois a evaporação do solo não 
interfere no ciclo hídrico das culturas nem nas necessidades de irrigação. ( ) 
i) Culturas de clima temperado, como a maçã, necessitam de um número determinado de horas de frio para 
que ocorra a quebra de dormência, sendo este fator essencial para a brotação e frutificação. ( ) 
j) A escolha adequada de espécies agrícolas para determinada região depende exclusivamente da análise 
econômica da produção, sem necessidade de considerar os elementos climáticos como temperatura, 
umidade e radiação solar. ( ) 
 
f
v
f
v
v
f
V
F
V
F
 
Questão 4 
No contexto das mudanças climáticas, é correto afirmar: 
A) O aumento da concentração de CO₂ atmosférico sempre beneficia o crescimento vegetal, 
independentemente da espécie. 
B) A imprevisibilidade climática tem exigido a realocação de áreas de cultivo e a adaptação de sementes a 
novos ambientes. 
C) O aumento de chuvas e a elevação da temperatura favorecem o enraizamento profundo de culturas 
sensíveis ao calor. 
D) A agricultura não é considerada uma aliada no combate às mudanças climáticas, pois seu impacto é 
exclusivamente negativo. 
 
Questão 5 
O zoneamento agroclimático é uma ferramenta essencial para a agricultura moderna. Sobre ele, é incorreto 
afirmar: 
A) Considera o clima, o solo e as exigências das culturas para indicar a melhor época e local para plantio. 
B) É utilizado por instituições financeiras para apoiar políticas de seguro rural e concessão de crédito agrícola. 
C) Tem como objetivo adaptar o cultivo às condições regionais, minimizando riscos e maximizando a 
produtividade. 
D) Desconsidera as variações climáticas extremas, pois se baseia apenas em médias históricas estáticas. 
 
Questão 6 
Em relação à precipitação pluvial, assinale a alternativa correta: 
A) Chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo da cultura eliminam a necessidade de qualquer tipo de 
irrigação, mesmo em solos arenosos. 
B) A lixiviação causada pelo excesso de chuvas remove nutrientes e matéria orgânica do solo, aumentando a 
fertilidade. 
C) Chuvas intensas durante a colheita podem provocar perdas por deterioração de sementes e frutos. 
 
D) O excesso de chuva favorece a eficiência das operações mecanizadas, pois mantém o solo em estado ideal 
de umidade. 
 
Questão 7 
A partir do texto lido, avalie as afirmativas a seguir, que relacionam os efeitos dos elementos climáticos ao 
desempenho agrícola em diferentes condições ambientais: 
I. A compreensão da temperatura do solo é imprescindível para a agricultura, pois afeta desde a germinação 
até a absorção de nutrientes pelas raízes, sendo influenciada por fatores como cor, textura e profundidade do 
solo. 
II. A alta radiação solar beneficia irrestritamente o crescimento das plantas, já que favorece a fotossíntese e 
reduz os riscos de murcha, mesmo quando há deficiência hídrica. 
III. A combinação de ventos intensos e baixa umidade do ar pode acarretar tanto perdas por ressecamento do 
solo quanto pela queda de frutos e flores, impactando negativamente a produtividade. 
IV. O zoneamento agroclimático considera apenas médias históricas climáticas e, por isso, torna-se obsoleto 
diante das mudanças climáticas recentes. 
V. O conhecimento detalhado do clima e do tempo permite ao agricultor ajustar práticas como irrigação, 
época de plantio, uso de defensivos e escolha de cultivares, elevando a eficiência e reduzindo riscos. 
Assinale a alternativa correta: 
A) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas. 
B) Apenas as afirmativas II, IV e V estão corretas. 
C) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. 
D) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
E) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Questão 8 
Com base nas informações do texto, analise as afirmativas a seguir sobre os impactos das mudanças climáticas 
na agricultura e as estratégias de mitigação: 
 
I. A imprevisibilidade climática recente, com eventos extremos como seca e chuvas fora de época, tem 
obrigado os agricultores a redirecionarem o cultivo para regiões antes pouco utilizadas, mesmo que isso exija 
adaptação do solo e das sementes. 
II. A exposição prolongada ao sol aumenta a retenção hídrica das plantas, reduzindo a necessidade de 
irrigação. 
III. O aumento da concentração de CO₂ na atmosfera tende a favorecer a fotossíntesenas plantas inicialmente, 
mas pode gerar efeitos negativos a longo prazo em cultivos mais sensíveis. 
IV. A agricultura pode contribuir para o combate às mudanças climáticas, especialmente por meio do 
sequestro de carbono promovido pelas plantas, o que depende de práticas sustentáveis no manejo do solo e das 
culturas. 
V. A relocação de culturas tradicionais, como o café e a mandioca, para novas regiões mais adequadas às 
condições futuras é uma das medidas propostas pelos estudos sobre aquecimento global. 
Assinale a alternativa correta: 
A) Apenas as afirmativas I, III, IV e V estão corretas. 
B) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
C) Apenas as afirmativas I, II, III e V estão corretas. 
D) Todas as afirmativas estão corretas. 
E) Apenas as afirmativas I, IV e V estão corretas. 
 
Questão 9 
No texto, destaca-se que a adoção de boas práticas agrícolas é essencial para a conservação da água. 
Considerando essa afirmação e o conteúdo do texto, qual das alternativas melhor expressa a relação entre 
sustentabilidade e produção agrícola? 
A) A sustentabilidade na agricultura depende unicamente da redução do uso de fertilizantes e defensivos 
químicos, mesmo que isso comprometa a produtividade. 
B) A produção agrícola sustentável baseia-se na eliminação total do uso de tecnologias modernas, priorizando 
métodos tradicionais de cultivo. 
 
C) A conservação da água na agricultura está diretamente relacionada ao uso estratégico de tecnologias e ao 
manejo eficiente do solo, sem prejudicar a produtividade. 
D) A expansão agrícola é incompatível com qualquer forma de preservação ambiental, inclusive da água, 
sendo necessário escolher entre produção ou conservação. 
E) O uso de irrigação intensiva é o único caminho para garantir produtividade, ainda que implique maior 
consumo de água e impacto ambiental. 
 
Questão 10 
Para Leia as assertivas a seguir sobre o conteúdo do texto “A produção agrícola e a conservação da água” e, 
ao final, assinale a alternativa correta: 
I. A adoção de tecnologias como a irrigação eficiente, agricultura de precisão e o uso de sementes 
geneticamente modificadas pode contribuir significativamente para o uso racional da água na produção 
agrícola. 
II. O texto defende que a preservação da água está em oposição ao aumento da produtividade agrícola, sendo 
necessário priorizar um em detrimento do outro. 
III. O manejo sustentável do solo e a cobertura vegetal permanente são apontados como práticas que auxiliam 
na infiltração da água e na redução do escoamento superficial. 
IV. O uso de defensivos agrícolas, segundo o texto, deve ser eliminado para garantir a conservação dos 
recursos hídricos. 
Assinale a alternativa correta: 
A) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
B) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
C) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
D) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. 
E) Todas as assertivas estão corretas.

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