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FÍSICO-QUÍMICA Professor: Pedro Henrique Amorim Introdução ao estudo da Físico-Química – conceitos de matéria e energia, estados da matéria, propriedades que definem os estados físicos. Propriedade Gases – Leis empíricas (Lei Boyle, Lei de Charles e Princípio de Avogadro). Equação de estado do gás perfeito - Mistura de gases e pressão parcial, propriedades intensivas e extensivas. Aula 1 A Química é a ciência natural que estuda a matéria, suas transformações e as energias envolvidas nestas transformações. A Físico-Química é o ramo da Química que desenvolve e estabelece os princípios químicos em estudo em termos dos conceitos subjacentes da Física e da linguagem matemática Matéria: É tudo que existe (tem massa) e ocupa lugar no espaço (volume). A massa é uma medida da “quantidade de matéria” existente em um objeto, o volume é o espaço que tal objeto ocupa. Considerando um objeto como uma porção macroscópica da matéria constituída por um grande número de partículas (átomos, íons ou moléculas), a matéria pode apresentar-se como: Sólido – Estado de agregação rígido, forma e volume independentes do recipiente, pouca mobilidade; Líquido – Estado de agregação fluido, ocupa a parte inferior do recipiente (sob campo gravitacional), superfície definida, maior mobilidade das partículas; Gasoso – Estado de agregação fluido mais disperso, grande mobilidade das partículas. A Físico-Química tem como objetivo relacionar as propriedades macroscópicas da matéria com o comportamento das partículas-átomos, íons ou moléculas- que a constituem. Os estados da matéria vistos anteriormente dependem das propriedades das partículas que a constituem e são definidos por condições específicas: massa (m) – medida da quantidade de matéria existente em um objeto. SI – Kg (quilograma) 1 Kg = 103 g volume (v) – espaço ocupado por um objeto. SI – m3 (metro cúbico) 1 L = 1dm3 pressão (p) – definida como força por unidade de área sobre a qual atua. F A P = força/área = F/A SI – Pa(pascal) 1Pa = 1 Kg m-1 s-2 1bar = 105 Pa ≅ 1 atm pressão (p) – definida como força por unidade de área sobre a qual atua. Pressão atmosférica – barômetro pressão (p) – definida como força por unidade de área sobre a qual atua. Pressão de um gás em um recipiente - manômetro h V= h . A m= ϱ.V F= m.g p= F/A Pressão hidrostática p= ϱ.g.h pressão (p) – definida como força por unidade de área sobre a qual atua. h V= h . A m= ϱ.V F= m.g p= F/A Pressão hidrostática p= ϱ.g.h temperatura (T) – propriedade que determina o fluxo de energia, sob a forma de calor, entre dois objetos postos em contato, depende do grau de agitação das partículas (energia cinética média) que compõe o objeto. T1 T2 T1>T2 T1 T2 T1=T2 calor SI – K(kelvin)= temperatura termodinâmica T(K) = ϴ(°C) + 273,15 T/K = ϴ/°C + 273,15 A temperatura indica se dois objetos estão em equilíbrio térmico. Lei Zero da termodinâmica: Se A está em equilíbrio térmico com B e se B está em equilíbrio térmico com C, então A também está em equilíbrio térmico com C. Quantidade de substância (n) – medida da quantidade de matéria para grandes quantidades de átomos íons ou moléculas. SI – mol 1 mol= n° de átomos presentes em 12 g de carbono 12 Na = constante de Avogadro = 6,022x1023 partículas /mol Número de partículas = quantidade de substância x número de partículas por mol N = n x Na Energia é a capacidade de realizar trabalho, que por sua vez é definido como o movimento contra uma força que se opõe ao movimento SI – J(joule) 1J = 1 Kg m2 s-2 1bar = 105 Pa ≅ 1 atm Um objeto pode possuir dois tipos de energia: 1- Energia cinética (Ec) – Energia associada ao estado de movimento. Ec= 𝑚𝑣2 2 m= massa v= velocidade 1- Energia potencial (Ep) – Energia de um objeto associada á posição. Coulombiana V(r)= 𝑄1 .𝑄2 4πε°𝑟 Gravitacional V(h)=V(0) + mgh onde: Q1 e Q2 são duas cargas pontuais ε°= permissividade no vácuo(8,854 x 10-12 C2 J- 1 m-1) r= distancia entre as cargas. onde: m = massa g = aceleração da gravidade(9,81 m s -2) r= distancia entre as cargas. A energia total é, portanto: ET = Ec + Ep Uma equação de estado relaciona uma das quatro propriedades às outras três. p = f(n, v, T) A equação de uma gás à baixa pressão foi estabelecida pela combinação de algumas leis empíricas (obtidas experimentalmente). Lei de Boyle À temperatura constante, a pressão de uma quantidade de gás é inversamente proporcional ao seu volume. Le de Boyle: p α 1/V ou pV = constante (a n e T constantes) Lei de Charles À pressão constante, o volume de uma quantidade de gás varia linearmente com a temperatura. Lei de Charles: V= A + Bϴ ou V = constante x T (a n e p constantes) Todas as isóbaras as extrapoladas para V=0 Dão T=-273,15°C = 0K ou zero absoluto V α T T na escala Celsius Lei de Charles – Gay-Lussac À volume constante, a pressão de uma quantidade de gás varia linearmente com a temperatura. Lei de Charles: P= A + Bϴ ou P = constante x T (a n e V constantes) Todas as isócoras extrapoladas para p=0 Dão T=-273,15°C = 0K ou zero absoluto p α T T na escala Celsius Princípio de Avogadro Em uma determinada temperatura e pressão, gases com volumes iguais contêm a mesma quantidade de moléculas. Princípio de Avogadro: V α n, a T e P constantes. Massa molar (M) - massa por mol de substância M = m / n Volume molar (Vm) – volume ocupado por mol de substância Vm = V / n Este princípio implica que o volume molar de um gás deve ser o mesmo para todos os gases, mesma pressão e temperatura. CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão) 1 atm, ou 100 KPa, 0°C ou 273,15 K Vm = 22,41 L .mol -1 CNATP (Condições Normais Ambientais de Temperatura e Pressão) 1 bar (pressão padrão pϴ), 25°C ou 298,15 K Vm = 24,79 L .mol -1 Para uma transformação com massa fixa de gás, as leis empíricas vistas anteriormente são reunidas numa única expressão, a equação geral dos gases. 𝑝1𝑉1 𝑇1 = 𝑝2𝑉2 𝑇2 𝑝𝑉 𝑇 = Constante Considerando uma transformação de um estado inicial 1 para um estado final 2 temos: 𝑝1𝑉1 𝑇1 = 𝑝2𝑉2 𝑇2 T=cte V=cte p=cte p1 V1=p2 V2 𝑝1 𝑇1 = 𝑝2 𝑇2 𝑉1 𝑇1 = 𝑉2 𝑇2 Exemplo: Uma amostra de gás se encontra em um recipiente fechado e indeformável, a 200,15 K e 60kPa. Se a temperatura for elevada a 350,15 K, qual será a nova pressão? Equação de estado gás ideal ou perfeito Gás ideal – baixas pressões, interações desprezíveis, grande distâncias entre as partículas (moléculas) Gás real – Gás normal, que não se comporta idealmente. pV=nRT onde: p= pressão V= volume n= n° de moles T= temperatura R= constante universal dos gases. R= 8,314551 J K-1 mol-1 ou 8,314551 kPa L K-1 mol-1 ou 8,20578 x 10-2 L atm K-1 mol-1 Equação de estado gás ideal ou perfeito Observação: A lei do gás ideal é uma aproximação para o comportamento de qualquer gás, que fica cada vez ais exata a medida em que p 0 Em termos práticos, ao nível do mar (p≅100KPa) a maioria dos gases se comportam quase idealmente. Equação de estado gás ideal ou perfeito Exemplo: Calcule a pressão exercida por 1,22 g de CO2, contido num frasco de volume igual a 500mL a 37 °C. Dados: M CO2 = 44 g mol-1 R= 8,314 kPa L K-1 mol-1 Equação de estado gás ideal ou perfeito Como Vm = V/n, a equação do gás ideal pode ser reescrita como: p=RT/ Vm Vm = RT/P Confirmando que o volume molar de qualquer gás só depende de T e P. Mistura de gases: Pressão Parcial Lei de Dalton A pressão parcial exercida por uma mistura de gases ideais é uma soma das pressões que cada um dos gases exerceria caso ocupasse sozinho o recipiente, na mesma temperatura e pressão da mistura. p = pA + pB + ... Mistura de gases: Pressão Parcial Para qualquer tipo de gás numa mistura, a pressão parcial pj é definida como: pj = xj.p Onde : pj = pressão parcial xj é a fração molar p = pressão total Mistura de gases: Pressão Parcial A fração molar de j é o número de moles de j dividido pelo númto total de moles presentes na mistura: xj = nj/n Para uma mistura binária de A+B temos: xA = nA/nA+ nB xB = nB/nA+nB Mistura de gases: Pressão Parcial xA + xB = 1 Mistura de gases: Pressão Parcial Exemplo: Calcule as frações molares do N2, O2 e do Ar no ar seco ao nível do mar, sabendo que 100,0 g de ar consiste em 75,5 g de N2, 23,2 g de O2 e 1,3 g de Ar. Dados: M N2 = 14 g mol -1; M O2 = 16 g mol -1; M Ar = 40 g mol-1. Mistura de gases: Pressão Parcial Em uma mistura de gases ideais: pA = xA.p pA = 𝑛𝐴 𝑛 . 𝑛𝑅𝑇 𝑉 pA = 𝑛𝐴𝑅𝑇 𝑉 Equação de estado – propriedades intensivas e extensivas. pV=nRT equação de estado Existem duas classes de variáveis presentes nesta equação: Propriedades extensivas – dependem do tamanho ou extensão da amostra, obtidas somando-se os valores em cada parte da mesma, proporcional à massa. Ex: n, V Equação de estado – propriedades intensivas e extensivas. Propriedades intensivas – não dependem do tamanho ou extensão da amostra, quando medidas em qualquer ponto da amostra, apresenta valor uniforme, em um sistema em equilíbrio Ex: T, p A relação entre duas propriedades extensivas resulta sempre m uma propriedade intensiva. Ex: Vm = RT/P Próxima aula: Continuação modelo cinético dos gases
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