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Concurso: INSS Disciplina: Direito Constitucional Professor: Márcio Costa Brito Ribeiro EMENTA: NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: 1 Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. 2 Da Administração Pública (artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal). (CISMEPAR/AOCP/2011) De acordo com os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, analise as assertivas e assinale alternativa que aponta as corretas. I. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. II. Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. III. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, não se exigindo, no primeiro caso, o trânsito em julgado. IV. As entidades associativas, mesmo que não autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. (A) Apenas I e II. (B) Apenas I, III e IV. (C) Apenas II e III. (D) Apenas I, II e IV. (E) I, II, III e IV. ( Prova: FCC - 2012 - TRE-PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa ) Considere as seguintes afirmações a respeito dos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição da República: I. Não haverá penas de morte ou de caráter perpétuo, salvo em caso de guerra declarada. II. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. III. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. IV. As associações somente poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV. 1 – Conceitos iniciais 1.1 – Sentido Sociológico (Ferdinand Lassale) Uma Constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso contrário não passaria de mera “folha de papel”. 1.2 – Sentido Político (Carl Schmitt) Distinção entre Constituição e Lei Constitucional Constituição se refere à decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática etc.); as leis constitucionais seriam os demais dispositivos inseridos no texto do documento constitucional, mas não contêm matéria de decisão política fundamental. 1.3 – Sentido Jurídico (Hans Kelsen) Constituição é norma fundamental, criadora da estrutura básica do Estado e parâmetro de validade de todas as demais normas. 2 – Entendimento doutrinário atual (Pedro Lenza) ...o mais importante a aprender, por mais que existam diversos critérios classificatórios, é que a Constituição deve trazer em si os elementos integrantes (componentes ou constitutivos) do Estado, quais sejam: soberania; finalidade; povo; território. 3 - Classificação da Constituições 3.1 – Quanto à origem a) Outorgadas Impostas, sem participação popular. b) Promulgadas/democráticas ou Populares Fruto de assembleia geral Constituinte eleita diretamente pelo povo. c) Cesaristas ou bonapartistas Unilateralmente elaborada pelo detentor do poder, mas depende de ratificação. d) Pactuadas ou dualistas Compromisso instável de duas forças políticas rivais. (Ex.: Realeza x nobreza + burguesia) 3.2 – Quanto à forma a) Escritas (instrumental) b) Não escritas (consuetudinária ou costumeira) 3.3 – Quanto à extensão a) Sintéticas (concisas, breves) Veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do Estado b) Analíticas (ampla, extensa, prolixa) 3.4 – Quanto ao modo de elaboração a) Dogmáticas Escritas, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado. b) Históricas Processo de formação ao longo do tempo 3.5 – Quanto ao conteúdo a) Materiais Conteúdo b) Formais Processo de elaboração da norma 3.6 – Quanto à alterabilidade ou estabilidade a) Imutáveis – Relíquias históricas b) Rígidas – Processo legislativo especial c) Flexíveis – Mesmo processo legislativo das demais leis do ordenamento d) Semirígida - Processo legislativo especial para alguns dispositivos e procedimento comum para os demais Classificação da Constituição Federal de 1988 Quanto à origem - Promulgada Quanto à forma - Escrita Quanto à extensão - Analítica Quanto ao modo elaboração - Dogmática Quanto ao conteúdo - Formal Quanto à alterabilidade ou estabilidade - Rígida Prova: FUNCAB - 2010 - DER-RO - Procurador Autárquico A Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como: a) promulgada, escrita, analítica, formal e rígida. b) promulgada, instrumental, sintética, material, histórica e rígida. c) outorgada, escrita, analítica, formal e rígida. d) pactuada, instrumental, formal, analítica e semirrígida. e) pactuada, consuetudinária, prolixa, formal e rígida. Constituição Federal de 1988 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel do Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. Assim, NÃO constitui fundamento constitucional do Brasil (A) a livre iniciativa e o pluralismo político. (B) o pluralismo político e a soberania. (C) a cidadania e a dignidade da pessoa humana. (D) os valores sociais do trabalho e a cidadania. (E) a intervenção e a solução bélica dos conflitos. 4 – Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. a) Forma de Estado: Federação Autonomia política dos entes federados; Princípio da indissolubilidade do vínculo federativo; Cláusula Pétrea – art. 60, § 4º, I. b) Forma de Governo: República Eletividade; Temporariedade mandatária; Responsabilidade política do chefe de Estado e necessidade de prestação de contas; Não é cláusula Pétrea, mas o desrespeito ao princípio republicano pode ensejar intervenção federal – art. 34, VII, “a”. c) Sistema de Governo: Presidencialismo b) Regime Político: Democracia Governo do povo, para o povo e pelo povo; A vontade do povo determina as ações do Estado; No Brasil vigora a democracia semidireta, ou participativa = Princípio representativo + institutos da democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular). Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 4.1 – Fundamentos da República Federativa do Brasil: a) Soberania: Supremacia do Estado. No âmbito interno é maior que qualquer outra forma de poder; no âmbito internacional encontra-se em igualdade com os demais Estados independentes. b) Cidadania: Vai além da simples atribuição formal de direitos políticos aos brasileiros. O Poder Público deve incentivar e proporcionar as condições necessárias para a efetiva participação política dos indivíduos na condução dos negócios do Estado. c) Dignidade da pessoa humana: Estado centrado no ser humano, não em qualquer outro referenciald) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Estado capitalista; Nas relações entre capital e trabalho será reconhecido o valor social desse último e) Pluralismo Político Respeito às diversas correntes de pensamento e grupos representantes de interesses existentes no seio do corpo comunitário. 5 – Princípio da separação dos poderes ou princípio da divisão funcional do poder do Estado Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Obs1.: Funções típicas e atípicas Obs2.: Sistema de freios e contrapesos (check and balances) Segundo a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil é formada (A) pelos cidadãos dos quais emana o poder exercido por meio de representantes eleitos. (B) pelo conjunto de cidadãos aos quais são garantidos os direitos fundamentais. (C) pela união dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. (D) pela integração econômica, política e social de todos os Estados. (E) pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. Quanto aos princípios que regem a República Federativa do Brasil é INCORRETO afirmar que (A) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (B) nas suas relações internacionais o Brasil rege-se, dentre outros, pelos princípios da intervenção e determinação dos povos. (C) todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal. (D) o Brasil é formado pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituindo- se em Estado Democrático. (E) constituem objetivos fundamentais, dentre outros, garantir o desenvolvimento nacional. 6 – Objetivos fundamentais Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (FUNRIO - 2013 – Ministério do Planejamento) Em face do contido na Constituição da República, é correto afirmar que o tema da erradicação da pobreza A) constitui um direito social. B) constitui um objetivo fundamental. C) constitui um direito e garantia individual. D) não se encontra explicitada na norma constitucional. E) constitui um princípio decorrente da nacionalidade. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Taquigrafia) Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil NÃO se inclui a) construir uma sociedade livre, justa e solidária. b) garantir o desenvolvimento nacional. c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. e) promover o pluralismo político. 7 – Princípios orientadores das relações do Brasil na ordem internacional. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO – Técnico Judiciário - Segurança e Transporte ) Quanto às relações internacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4º da Constituição Federal brasileira de 1988, pelo princípio a) do juiz natural. b) do efeito mediato. c) da sucumbência. d) da igualdade entre os Estados. e) da concentração. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Dentre os objetivos da República Federativa do Brasil está o de reduzir as desigualdades regionais. (FCC/Técnico - TRT 15ª/2009) Um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a vedação ao pluralismo político. (FCC/Técnico - TRT 15ª/2009) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional. (FCC/Auxiliar - TJ-PA/2009) A não-intervenção constitui princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. (FCC/Técnico - TRT 15ª/2009) A política internacional brasileira veda a integração política que vise à formação de uma comunidade latino-americana de nações. (FCC/TCE-CE/2006) Democracia semidireta é aquela que se caracteriza pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. (AOCP/BRDE/2012/Analista de projetos – Área jurídica) São fundamentos da República Federativa do Brasil: (A) pluralismo político e autodeterminação dos povos. (B) não-intervenção e soberania. (C) cidadania e dignidade da pessoa humana. (D) igualdade entre os Estados e defesa da paz. (E) valores sociais do trabalho e desenvolvimento nacional. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: dos direitos e deveres individuais e coletivos 1 – Teoria geral do direitos e garantias fundamentais 1.1 – Breve histórico 1.2 – Status do indivíduo diante do Estado (George Jellinek) Passivo Negativo Positivo Ativo Subordinação aos poderes públicos Autodeterminação do indivíduo Exigência de atuação positiva do Estado Exercício dos Direitos Políticos 1.3 – Direitos humanos x Direitos fundamentais 1.4 – Direitos x Garantias 1.5 – Dimensões dos direitos fundamentais 1ª 2ª 3ª Final do séc. XVIII; Estado Liberal; Direitos “Negativos”; Liberdade; Direitos Civis e Políticos. Início do Sé. XX; Estado Social; Direitos Positivos; Igualdade; Direitos Sociais, Econômicos e culturais Século XX ; Fraternidade; Direito ao Meio ambiente, à paz, ao Progresso, à defesa do consumidor. 1.6 – Características Imprescritibilidade Inalienabilidade Irrenunciabilidade Inviolabilidade Universalidade Efetividade Interdependência Complementaridade Relatividade ou limitabilidade 2 – Direitos e Deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 2.1 – Direito à Vida Sob o prisma Biológico – desdobra-se no direito à saúde, vedação à pena de morte, proibição do aborto etc. Sentido amplo – direito à condições materiais e espirituais mínimas necessárias a uma existência condigna à natureza humana Obs.: Decisão do STF sobre o aborto do feto anencéfalo. 2.2 – Direito à liberdade Liberdade em sentido amplo. Não apenas a liberdade física, mas a liberdade de crença, de convicções, de expressão etc. 2.3 – Princípio da Igualdade Tratar de maneira igual os iguais e desigual os desiguais na medida de suas desigualdades. Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2006, a Lei no 11.340, conhecida por "Lei Maria da Penha", a qual criou mecanismos para proteger a mulherque é vítima de violência doméstica e familiar. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Declaratória de Constitucionalidade no19 (ADC-19) para declarar a constitucionalidade de dispositivos da referida lei, o que trouxe ainda mais força para sua aplicação. O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que embasa a "Lei Maria da Penha", permitindo que a mulher receba um tratamento jurídico preferencial em relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o da a) função social da propriedade. b) liberdade individual. c) igualdade material. d) inviolabilidade domiciliar. e) segurança jurídica. SÚMULA Nº 683, STF - O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO. Tratamento discriminatório em concurso público O STF entendeu pela constitucionalidade da lei Maria da Penha. Igualdade Formal x Igualdade Material 2.4 – Princípio da Legalidade Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Obs.: Princípio da legalidade para o particular x Princípio da legalidade na Administração Pública – Legalidade x Reserva legal 2.5 – Proibição da tortura Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Lei 9455/97 2.6 – Liberdade de expressão. Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; • Critérios para o Direito de resposta: Proporcionalidade Mesmo meio de comunicação Mesmo destaque Mesmo tempo de duração Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Comunicação Social ) Segundo o Art. 5o da Constituição Federal, é livre a manifestação do pensamento, sendo a) vedado o anonimato. b) vedada a propaganda ideológica. c) vedados os cultos religiosos. d) vedada a manifestação de estrangeiros. e) vedada a parcialidade na Comunicação Social. 2.7 – Liberdade de consciência, crença e culto. Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei Obs¹.: O direito à liberdade de crença abrange o direito de não crer. Art. 210, § 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; Obs².: Obrigação legal a todos imposta Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 2.8 – inviolabilidade da intimidade, da vida, da honra e da imagem. Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Obs.: Pessoa jurídica também tem direito à indenização por dano moral? 2.9 – inviolabilidade domiciliar. Obs¹.: Conceito de casa Obs².: Critérios para aferir “dia” e “noite” Obs³.: Invasão de recinto profissional, durante a noite para instalar escuta ambiental. Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ( Prova: FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo - Controle Externo - Orçamento e Finanças ) Estabelece a Constituição Federal que a casa é asilo inviolável do indivíduo e nela pode entrar, sem o consentimento do morador, a) qualquer pessoa em estado de miserabilidade. b) oficial de justiça, munido de autorização do juiz, a qualquer hora. c) qualquer pessoa para prestar socorro. d) oficial de justiça, munido de autorização administrativa, apenas durante o dia. e) policial militar munido de ofício de delegado de polícia. 2.10 – Inviolabilidade de correspondência e comunicações. Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; • Requisitos para quebra do sigilo telefônico: Lei que preveja as hipóteses e a forma em que pode ocorrer (lei 9.296/96); Existência efetiva de investigação criminal ou instrução processual penal; Ordem judicial específica para o caso concreto. Obs.: CPI pode determinar interceptação telefônica? “Reserva de Jurisdição” 2.11 – Liberdade de profissão. Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 2.12 – Liberdade de Informação. Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 2.13 – Liberdade de locomoção. Art. 5º, XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; • Considera-se em flagrante quem: está cometendo a infração penal; acaba de cometê-la; é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 2.14 – Liberdade de Reunião. Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Obs.: “Marcha da maconha” • Requisitos : Finalidade pacífica; Ausência de armas; Locais abertos ao público; Não frustração de outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local; Desnecessidade de autorização; Necessidade de prévio aviso à autoridade competente 2.15 – Liberdadede Associação. Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; Art. 5º, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar- se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. (AOCP/Pref. Ibiporã/Advogado/2011) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. II. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo dispensável prévio aviso à autoridade competente. III. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. IV. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. (A) Apenas I, II e III. (B) Apenas I, II e IV. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e IV. (E) I, II, III e IV. 2.16 – Direito de Propriedade. Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; (requisição administrativa) XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 2.17 – Propriedade Intelectual. Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Obs¹.: A lei 9.279/96 regulamenta esse dispositivo constitucional, quanto à propriedade industrial. Obs².: A lei 9.610/98 regulamenta esse dispositivo constitucional, quanto direitos autorais. 2.18 – Direito de Herança. Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 2.18 – Defesa do consumidor. Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Obs.: Normas protetivas ao consumidor: Art. 24, VIII, CF – competência concorrente (U, E, DF) para legislar sobre responsabilidade por dano ao consumidor; Art. 150, § 5º, CF – Esclarecimento sobre impostos que incidam sobre mercadorias e serviços; Art. 170, CF - ´Defesa do consumidor como princípio da ordem econômica; CDC – Lei 8.078/90 2.19 – Direito de Petição e de certidão. Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Obs¹.: Direito de Petição x Direito de ação 2.20 – Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição. Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 2.21 – Proteção ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito. Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; • Conceitos Direito adquirido – Aquele que se aperfeiçoou, que atingiu todos os elementos necessários à sua formação sob a vigência de determinada lei; Ato jurídico perfeito – Aquele efetivamente realizado, sob as regras da lei vigente na época de sua prática. O direito já foi efetivamente exercido; Coisa julgada – Decisão judicial irrecorrível. • Tal limitação visa proporcionar segurança jurídica ao garantir que leis novas não retroajam atingindo situações já consolidadas na vigência de lei anterior. • Tais situações não obstam que o Estado adote leis retroativas. Ex.: Art. 5º XL, CF. Obs.: O STF entende que não há direito adquirido em face de: a) nova constituição (texto originário); b) mudança do padrão monetário (mudança de moeda); c) criação ou aumento de tributos; d)mudança de regime jurídico estatutário. 2.22 – Princípio do juiz natural Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 2.23 – Júri Popular Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Obs.: Competência do Júri x Foro por prerrogativa de função (Súmula 721, STF). 2.24 – Princípio da legalidade e anterioridade Penal Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Obs.: Medida Provisória pode criar crimes? 2.25 – Repúdio ao racismo Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 2.26 – Tortura, Tráfico de entorpecentes, terrorismo, crimes hediondos e ação de grupos armados contra a ordem constitucional Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; Obs.: Entendeu o STF que não existe, biologicamente, distinção de raças entre seres humanos e que a expressão racismo empregada no art. 5º, XLII, da CF, abrange todas as formas de discriminações, que impliquem “distinções entre os homens ou restrições ou referências oriundas de raça, cor, credo, descendência ou origem racional ou étnica, inspiradas na pretensa superioridadede um povo sobre o outro, de que são exemplos a xenofobia, ‘negrofobia’, ‘islamofobia’ e o antissemitismo” • Conceitos Anistia "significa o esquecimento de certas infrações penal". “Fato” (Delmanto) A graça, forma de clemência soberana, destina-se a pessoa determinada e não a fato. (Mirabete) O indulto é medida de caráter coletivo. Prescrição – Perda do direito de punir do Estado. 2.27 – Pessoalidade da Pena Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 2.28 – Princípio da individualização da Pena Art. 5ºXLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; Art. 5º XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 2.29 – Extradição Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; • Conceitos Extradição – Entrega do agente delituoso ao país em que esse praticou crime; Deportação – Decorre de irregularidade na permanência de estrangeiro em determinado país; Expulsão – Medida coercitiva contra estrangeiro que praticou atentado à ordem Jurídica. Obs¹.: Competência para processar e julgar o pedido de extradição feito por Estado estrangeiro – Art. 102, I, “g” Obs².: A quem compete entregar o extraditado ao Estado requerente – Art. 84, VII • Quem pode ser extraditado: Brasileiro Nato - Nunca Brasileiro Naturalizado - duas hipóteses: 1 – Crime comum cometido antes da naturalização; 2 – Tráfico de drogas a qualquer tempo. • Requisitos para concessão de extradição: Tratado internacional entre os países ou, na falta desse, promessa de reciprocidade; Dupla tipicidade; Princípio da especialidade + pedido de extensão Obs.: Possibilidade de condenação no estrangeiro à pena de morte e prisão perpétua. • Procedimento Recebimento, pelo Poder Executivo, do pedido, por via diplomática; Julgamento do pedido pelo STF (definitivo); Entrega do extraditando ao Estado Requerente pelo poder executivo. Obs.: O Presidente da República está vinculado à decisão do STF que autoriza a extradição? 2.30 – Devido processo legal Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; • Garantias processuais do indivíduo no Estado Democrático de Direito: Princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV) + Plenitude do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV) + Devido processo legal (art. 5º LIV). • Outros princípios decorrentes do devido processo legal: Princípio do Juiz natural; Só admissibilidade de provas lícitas; Publicidade do processo - Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Motivação das decisões; Princípio da razoabilidade ou proporcionalidade. 2.31 – Contraditório e ampla defesa Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; • Contraditório é o direito que tem o indivíduo de tomar conhecimento e contraditar tudo que é levado pela parte adversa ao processo. • Ampla defesa é o direito do indivíduo de trazer ao processo, administrativo ou judicial, todos os elementos de prova licitamente obtidos para provar a verdade, ou até mesmo de omitir-se ou calar-se. Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 2.32 – Vedação à prova ilícita Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Obs.: Teoria dos frutos da árvore envenenada. 2.33 – Princípio da presunção de inocência Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 2.34 – Identificação criminal do civilmente identificado Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Lei 12037/09 - Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I – carteira de identidade; II – carteira de trabalho; III – carteira profissional; IV – passaporte; V – carteira de identificação funcional; VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 2.35 – Ação Penal privada subsidiária da pública Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 2.36 – Hipóteses de prisão Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 2.37 – Direitos do preso Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 2.38 – Prisão Civil por dívida Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Súmula Vinculante25 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 2.39 – Assistência judiciária gratuita Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 2.40 – Indenização por erro judicial e excesso na prisão Art. 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 2.41 – Gratuidade do registro civil e certidão de óbito Art. 5º, LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; 2.42 – Celeridade processual Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 3 – Remédios Constitucionais • Garantias que consubstanciam meios colocados à disposição do indivíduo para salvaguardar seus direitos diante de ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Poder Público. • Remédios administrativos: direito de petição e certidão. • Remédios judiciais: habeas corpus; habeas data; mandado de segurança; mandado de injunção; e ação popular. 3.1 – Habeas corpus Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 3.1.1 – Gratuidade: art. 5º, LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 3.1.2 – Espécies: • Repressivo • Preventivo 3.1.3 – Legitimação ativa: Qualquer pessoa 3.1.4 – Legitimação passiva 3.1.5 – Ofensa direta ou indireta à liberdade de locomoção Obs.: CF, art. 142, § 2º - Não caberá "habeas- corpus" em relação a punições disciplinares militares. (Mérito) 3.2 – Mandado de Segurança Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 3.2.1 – Espécies: • Individual/ Coletivo • Repressivo/ Preventivo Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 3.2.2 – Legitimação ativa e passiva (AOCP/Pref. Ibiporã/Advogado/2011) O Mandado de Segurança Coletivo pode ser impetrado por: (A) partido político com representação no Congresso Nacional e pessoas jurídicas de direito público. (B) pessoas jurídicas de direito público e físicas. (C) partido político com representação no Congresso Nacional; organização sindical; entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. (D) partido político sem representação no Congresso Nacional; organização sindical; entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. (E) partido político sem representação no Congresso Nacional; organização sindical; entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos seis meses, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 3.2.3 – Direito líquido e certo: é aquele que pode ser demonstrado de plano mediante prova pré- constituída, sem a necessidade de dilação probatória. Obs.: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de: 1 – ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 2 – decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 3 – decisão judicial transitada em julgado; 4 – não cabe mandado de segurança contra lei, em tese. 3.2.4 – Prazo decadencial: 120 dias 3.3 – Mandado de injunção Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 3.3.1 – Efeitos da decisão Efeitos Concretista Geral Individual Direta Intermediária Não Concretista Obs.: Posição adotada pelo STF 3.4 – Habeas data Art. 5º, LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 3.5 – Ação Popular Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 3.5.1 – Sujeito ativo: apenas o cidadão 3.5.2 – Sujeito passivo: 1 – Pessoas jurídicas, públicas ou privadas, em nome das quais foi praticado o ato ou contrato a ser anulado; 2 – Autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado tais atos ou contratos, ou, ainda, forem omissos, permitindo a lesão; 3 – beneficiários direto do ato ou contrato ilegal 3.5.3 – Sentença: • Tem natureza tipicamente civil, não comportando sanções de natureza política, administrativa ou criminal; • Sujeita-se ao duplo grau de jurisdição (reexame necessário), caso julgada improcedente. 4 – Disposições importantes § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (AOCP/DESOSE/2013/Advogado) De acordo com a Constituição Federal, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: partido político com representação no Congresso Nacional e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. II. Conceder-se-á “habeas-data” sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. III. Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. IV. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente eao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. (A) Apenas II, III e IV. (B) Apenas I e IV. (C) Apenas I, II e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II, III e IV. ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa) A norma constitucional que determina que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, tem, segundo o paragrafo primeiro do artigo 5º da Constituição Federal brasileira, aplicação a) restritiva. b) imediata. c) subjetiva. d) minimizada. e) atípica.
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