Buscar

BT237 - Dosagem de argamassas através de curvas granulométricas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

%ROHWLP�7pFQLFR�GD�(VFROD�3ROLWpFQLFD�GD�863
’HSDUWDPHQWR�GH�(QJHQKDULD�GH�&RQVWUXomR�&LYLO
ISSN 0103-9830
%7�3&&����
’26$*(0�’(�$5*$0$66$6�$75$9e6�’(
&859$6�*5$18/20e75,&$6
$UQDOGR�0DQRHO�3HUHLUD�&DUQHLUR
0DULD�$OED�&LQFRWWR
6mR�3DXOR�������
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Construção Civil
Boletim Técnico - Série BT/PCC
Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra Massola
Vice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan
Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko
Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Abiko
Prof. Dr. Francisco Cardoso
Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.
Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonçalves
Prof. Dr. Antônio Domingues de Figueiredo
Prof. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenador Técnico
Prof. Dr. Alex Abiko
O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento de Engenharia de
Construção Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.
Este texto faz parte da teste de doutorado, de mesmo título, que se encontra à disposição com os autores ou na
biblioteca da Engenharia Civil.
����,QWURGXomR
O procedimento para a determinação da composição e dosagem dos materiais de uma
argamassa, através de uma curva granulométrica, formada por todos os seus materiais
constituintes, ainda não foi abordada em nossos dias. No entanto, este procedimento já
era utilizado por pesquisadores no começo deste século para dosagem de concreto e
argamassas. E, todos tinham como base o trabalho pioneiro de WILLIAM FÜLLER
(FÜLLER, 1907), que determinou, a partir de dosagens experimentais, o perfil ideal de
uma curva, para obter a máxima compactação do concreto, englobando essa curva o
aglomerante e o agregado.
Em nossos dias, a composição e dosagem das argamassas adotadas no Brasil, é feita
com base em traços descritos (massa ou volume) ou especificados em normas
internacionais (ASTM - U.S.A.; BSI - Inglaterra; AFNOR - França; DIN - Alemanha; ASA
- Austrália e etc.) e nacionais ABNT, IPT e cadernos de encargo. Para as argamassas
de revestimento, tem-se adotado com mais freqüência os traços de dosagem: 1:1:6 e
1:2:9 (cimento: cal: areia) em volume, numa proporção aglomerante: agregado de 1:3 A
escolha de um desses traços está de acordo com o desempenho esperado da
argamassa ao longo do tempo, ou seja sua durabilidade. No entanto, na prática
identifica-se o emprego de traços mais pobres, como 1:6 a 1:9 (aglomerante:
agregado) em volume seco, não dando qualidade ao revestimento. Assim, o objetivo
deste boletim técnico é contribuir com um método de dosagem de argamassas por
meto de curva granulométrica, gerada através da equação geral de uma progressão
geométrica P. G..
����&RQFHLWR�VREUH�FXUYD�JUDQXORPpWULFD
Uma argamassa pode ser definida como um material composto por duas frações: uma
ativa (aglomerante) e outra inerte (agregado) que compõem uma curva de distribuição
granulométrica. Neste trabalho, a fração DWLYD�é composta por cimento e cal hidratada,
admitindo-se o cimento como responsável por grande parte da resistência mecânica e,
a cal, pela sua capacidade de deformação. A IUDomR�LQHUWH�é composta por areia, que
não participa das reações químicas de endurecimento, interferindo no estado fresco a
composição granulométrica e o formato dos grãos na trabalhabilidade e na retenção de
água e, no estado endurecido, nas resistências mecânicas, na capacidade de
deformação e na permeabilidade.
Existe também, a cultura de adicionar nas argamassas tipos variáveis de saibro
(existem outras denominações: argila, barro, etc.) e materiais pozolânicos. O saibro, ao
contrário do que lhe é atribuído, não é um material ativo na argamassa, e, sim, material
inerte de elevada finura que, ao ser adicionado, melhora a trabalhabilidade. O seu uso
não é recomendado por ser um material natural em transformação, a qual pode
prosseguir na argamassa aplicada. Quanto aos materiais pozolânicos, deve-se verificar
qual a sua procedência e se realmente possui atividade pozolânica, pois, do contrário,
estes serão mais um constituinte da fração inerte da argamassa. Outros materiais
podem ser adicionados, como por exemplo: os aditivos e os pigmentos.
O princípio para a composição e dosagem de uma argamassa com base na curva
granulométrica está em obter uma argamassa trabalhável no estado fresco e que
possua, no estado endurecido, uma compacidade elevada, com redução do volume de
vazios e com capacidade de deformação.
����&RHILFLHQWH�GH�XQLIRUPLGDGH�GD�FXUYD�GH�GLVWULEXLomR�JUDQXORPpWULFD
Da tecnologia de concreto, FÜLLER (1907) a partir de experimentos empíricos de
dosagens, mostrou praticamente que para uma mesma porcentagem de cimento num
dado volume de concreto, havia uma certa distribuição de tamanhos de grão do
agregado que dava a maior resistência de ruptura, e no lançamento a melhor
trabalhabilidade; concluindo que a distribuição granulométrica influência na
compacidade da mistura, pois observou que quanto maior for a compacidade maior é a
resistência mecânica.
Para a avaliação de curvas de distribuição granulométricas de areias utilizadas em
argamassas, adota-se o conceito de uniformidade uma distribuição granulométrica
expresso por um coeficiente C. Este é calculado a partir da equação (1), pela relação
entre os diâmetros correspondentes a 60% e 10% passante, tomados da curva
granulométrica traçada em papel mono-log, como sugerido por Allen-Hazem
(VARGAS, 1978),
Segundo esse critério são consideradas areias muito uniformes quando C < 5, de
uniformidade média 5 < C < 15 e desuniforme, quando C > 15 (CAPUTO, 1983). Este
parâmetro não é considerado suficiente para se definir a granulometria de uma areia,
pois duas areias de composição granulométrica diferentes podem ter o mesmo
coeficiente de uniformidade. Desta forma, associa-se o coeficiente à continuidade da
curva de distribuição granulométrica, assim, quanto maior o coeficiente de
uniformidade maior é continuidade da curva distribuição granulométrica.
����$�,QIOXrQFLD�GD�’LVWULEXLomR�*UDQXORPpWULFD�GR�$JUHJDGR�$UHLD�QDV
$UJDPDVVDV
A influência da distribuição granulométrica do agregado areia nas argamassas pode
ser observado a partir de suas propriedades nos estados fresco e endurecido. Assim,
partindo-se da idéia que a argamassa é composta por materiais considerados ativos e
inertes, a interação desses denomina-se de efeito sinérgico, onde cada componente da
argamassa contribui para o desempenho do conjunto com ação sinérgica.
2V�FRPSRQHQWHV�DWLYRV�têm seu potencial energético ativado quando em contato com a
água de amassamento formam uma pasta - cimento, cal e água, podendo ainda ter
outros componentes. Caracterizam-se pelas reações químicas.
2V�FRPSRQHQWHV� LQHUWHV� têm seu potencial energético ativado quando misturados na
pasta e começa a ser misturada por ação mecânica ou manual, e as partículas do
agregado começam a ser envolvidas pela pasta, pois sendo sua atuação de natureza
física, pode contribuir para o desempenho das argamassas da seguinte maneira nos
estados fresco e endurecido:
$���(VWDGR�IUHVFR
- formam capilares entre os vazios dos grãos da areia, são responsáveis por parte da
retenção da água de amassamento.
- reduzem o consumo da água de amassamento sem perder a trabalhabilidade, se a
distribuição granulométrica dos grãos for contínua.
%���(VWDGR�HQGXUHFLGR
- atenuam as tensões oriundas do endurecimento da fração ativa e solicitações
exteriores;
- reduzem a permeabilidade quanto maior for sua continuidade, por reduzir os vazios
entre os grãos;
- contribuem para o aumento das resistências mecânicas e do módulo de
deformação o aumento da continuidade da curva granulométrica, pois melhoram o
empacotamento da mistura.
����0pWRGR�SURSRVWR�SDUD�REWHQomR�GH�FXUYD�JUDQXORPpWULFD
������’HILQLomR�GR�PpWRGRO estudo sobre a influência da distribuição granulométrica nos estados fresco e
endurecido de argamassas e concretos, pode ser remontado ao início deste século,
quando FÜLLER (1907) a partir de trabalhos experimentais e empíricos, variando as
composições de argamassas e concretos, dos agregados e do cimento, obteve
resultados que indicavam redução do consumo de água de amassamento e aumento
da compacidade. Como os ensaios eram realizados por tentativas, foi necessário um
método para a correção dos agregados naturais, a partir das suas curvas
granulométricas; primeiramente as correções dos perfis dos agregados naturais foram
feitas segundo perfil da curva de uma parábola, e posteriormente com o avanço em
seus estudos, FÜLLER (1907) concluiu que o perfil da curva que melhor representaria
a distribuição granulométrica, é a curva da elipse. Isto é, a correção da distribuição
granulométrica do agregado natural é feita de forma que a sua curva fique o mais
próximo possível da curva que representa ¼ da elipse.
Apesar do estudo de natureza empírica, FÜLLER (1907) tinha como objetivo obter uma
relação entre os valores de resistência com a compacidade da argamassa ou concreto.
Mantendo as proporções de aglomerante/agregado constantes e com as variações
descritas a seguir, chegou às conclusões descritas em seqüência.
D��)RUPD�H�GLPHQVmR�Pi[LPD�GR�DJUHJDGR�
Os agregados graúdos de forma arredondada, dão concretos mais densos que os
preparados com agregado britado; no entanto, o agregado britado ou de formato
irregular fornece concreto com maior resistência mecânica, em função de uma maior
aderência maior da pasta de cimento com o agregado, para uma mesma dosagem de
cimento e tipo de areia. No caso da areia ser também de formato irregular, o concreto
com agregado graúdo arredondado e esse agregado fino fornecem resistência elevada,
provavelmente em função da alta compacidade obtida, através do preenchimento dos
vazios do agregado graúdo, pela areia fina; a conclusão indica que se pode obter
concretos de alta resistência em função da aderência pasta-agregado e também de
uma compactação eficiente da mistura, através de uma dosagem racional da fração
inerte.
E��’LVWULEXLomR�JUDQXORPpWULFD
Portanto, os agregados bem graduados, quando misturados com cimento, produzem
concreto com grande compacidade e resistência mecânica. Comparando-se os testes
de resistência à compressão de concretos com diferentes teores de cimento, foi
observado que para valores próximos de resistências, o agregado com melhor
graduação, requer menor quantidade de cimento, em torno de 12% a menos, se
comparado ao concreto com agregado de distribuição granulométrica natural. Assim,
uma substituição de 12% do cimento por areia, pode não afetar a compacidade e a
resistência mecânica da mistura. Outrossim, o fato da distribuição granulométrica. do
agregado ser bem graduado, favorece o rolamento das partículas maiores entre as
menores, reduzindo o consumo da água de amassamento para uma mesma
trabalhabilidade estipulada.
F��6XEVWLWXLomR�GH�FLPHQWR�SRU�IUDomR�ILQD
Substituições de cimento por areia fina, levam a um aumento no teor de água de
amassamento; duas areias de distribuição granulométrica completamente diferentes,
mas com a mesma massa unitária, quando misturadas com cimento e água, na mesma
proporção em massa ou volume seco, darão rendimentos diferentes a saber: a areia
fina terá rendimento de aproximadamente 20% maior em relação à areia com menor
quantidade de finos, atribuindo este resultado ao fato dos grãos de areia e de cimento
serem envolvidos pela água de amassamento, aumentando o volume da mistura. A
areia que fornece uma elevada massa unitária no estado seco não necessariamente
dará a maior massa unitária quando misturada com cimento e água, pois, quando uma
areia é muito fina, pode não permitir a acomodação dos grãos de cimento, sem
aumentar o volume; a água por sua vez envolve os grãos de areia fina e cimento
contribuindo para o aumento de volume. Observa-se que essa conclusão pode estar
afetada pela finura do cimento da época, menor do que dos cimentos atuais.
A partir das conclusões de FÜLLER (1907), FURNAS (1931) propôs uma equação
matemática para gerar curvas de distribuição granulométrica contínuas e obter
concretos de máxima compacidade. De acordo com FURNAS (1931), o modelo
matemático que representa uma distribuição granulométrica contínua é a equação do
termo geral do somatório de uma progressão geométrica (P.G.). Esta equação
representa a idéia de que a compacidade máxima é obtida a partir do preenchimento
parcial dos vazios entre camadas sucessivas, cuja dimensão das partículas de cada
camada é imediatamente menor que as partículas da camada sobre a qual está
assentada, ou seja, os vazios da primeira camada são preenchidos parcialmente pelas
partículas da segunda camada, os vazios da segunda camada pelas partículas da
terceira camada e assim sucessivamente, sem alteração no volume. Como resultado, a
curva contínua fornece um concreto com boa trabalhabilidade.
A equação geral da P.G. (2)que representa a idéia de que o agregado graúdo tem seus
vazios preenchidos pelo agregado miúdo que, por sua vez, tem seus vazios
preenchidos pelo cimento é a seguinte:
Sendo:
• $ o primeiro termo do somatório, correspondente à quantidade de material retido na
peneira de abertura máxima, logo abaixo da peneira de abertura máxima
característica;
• 3
U
, é a razão entre os retidos em cada peneira. O valor de Pr, nunca poderá ser
igual a 1;
• Q é o número de peneiras da série adotada que podem ser as séries de peneiras
normal com razão de abertura de malha 1,19 e a principal, com razão de abertura
de malha 1,41 da NBR 5734 (ABNT, 1988) ou ainda a série normal da NBR 7211
(ABNT, 1987) de razão de abertura de malha 2,0.
O primeiro termo do somatório é calculado a partir da equação (2), admitindo-se Sn =
100; logo, substituindo-se na equação (2), tem-se a equação (3):
Por definição, os próximos termos da série geométrica correspondentes aos valores de
percentagem de material retido nas peneiras subsequentes são obtidos através da
equação (4):
Com base neste modelo matemático foram compostas curvas granulométricas de
argamassas discutidas no item seguinte.
������3URFHGLPHQWR�SDUD�REWHU�FXUYDV�JUDQXORPpWULFDV�GH�DUJDPDVVDV
Neste item procura-se descrever todas os passos necessários para gerar as curvas
granulométricas de argamassas compostas neste trabalho. Foi utilizado o programa
Excel para Windows 97.
1º passo:
Para a obtenção de curvas granulométricas das argamassas é utilizada o cálculo
matemático do somatório de um progressão geométrica de diâmetros. Para
exemplificar são adotados alguns parâmetros e variáveis, mas que podem ser
modificados de acordo com a finalidade da argamassa.
Adotou-se o diâmetro máximo característico 2,4mm, que representa um tamanho
médio da areia empregado em argamassas e, o valor considerado do último diâmetro
de 0,001mm, pois este é o valor limite mínimo obtido da granulometria a leiser dos
aglomerantes, cimento CPI - S e cal dolomítica CHI. O diâmetro de 0,075mm foi
considerado como o limite entre a fração ativa e a inerte nas argamassas produzidas
2º Passo:
O número de termos, ou de peneiras, da progressão geométrica é 46 para as
argamassas compostas com peneiras da série normal NBR 5734 (ABNT, 1998), cuja
razão de abertura de malhas é 1,19, em que, as 21 primeiras peneiras correspondem
aos agregados e as demais aos aglomerantes.
Para as argamassas compostas com a série de peneiras principal NBR 5734 (ABNT,
1988), cuja razão de aberturas de malhas é 1,41, o número de termos ou de peneiras é
23, sendo as 11 primeiras correspondentes aos agregados e as demais aos
aglomerantes.
3º Passo
A imposição da quantidade total de material passante na # 100 (fração fina), com 0,15
mm de abertura de malha, incluindo a areia e o aglomerante, com relaçãofração
ILQR�JURVVR�definido:�35%, somente para as argamassas produzidas segundo a série
normal de peneiras, denominado de grupo I.
A imposição da fração ILQR�JURVVR� originou nas curvas um ponto de flexão,
correspondente à peneira # 100 (0,15 mm); a partir deste ponto, inicia-se uma nova
curva, em que o ponto correspondente à peneira imediatamente abaixo do ponto de
flexão será o valor do primeiro termo da P.G., sendo que o somatório geral dos termos
será o valor correspondente à fração de fino.
Outros dois grupos, denominados II e III, sem imposição de variação da fração
fina/grossa, foram gerados a partir da série de peneiras normal e principal,
respectivamente.
4º Passo:
Em cada grupo determinou-se os tipos de argamassas caracterizados pelo valor da
razão de porcentagens retidas (Pr) entre peneiras sucessivas, de modo a atender o
objetivo de se ter uma distribuição granulométrica contínua.
Por tentativas de cálculo, a partir da equação (5. 1) concluiu-se que a distribuição
contínua é possível para Pr, acima de 0,7. Quanto mais próximo de 1 for o valor de Pr,
maior será a compacidade e continuidade no perfil da curva granulométrica. No
entanto, o aumento da continuidade poderá diminuir a trabalhabilidade em função do
enrijecimento da mistura; assim, de acordo com a finalidade de uma argamassa o valor
ideal de P, deverá ser determinado. Os valores de Pr, adotados para a geração
das curvas de argamassas são: 0,7; 0,85; 0,9 e 0,95 para o grupos I; 0,9, 0,92;
0,93 e 0,95 para o grupo II e 0,82; 0,84; 0,85 e 0,90 para o grupo III. Os intervalos
de Pr, nos grupo II e III são diferenciados porque os valores fora
dessas faixas originavam curvas de argamassas com consumos de aglomerantes
impraticáveis, pelo excesso ou falta de aglomerantes.
5º Passo:
A partir da formulação teórica das curvas granulométricas obtêm-se as relações
aglomerante/agregado, considerando-se como aglomerante toda a fração de material
passante na # 200 (0,075 mm); e as frações de material retido calculado nas peneiras
acima e, inclusive a # 200, são considerados como agregados.
Para a relação entre os aglomerantes utilizados, cimento e cal, adotou-se proporção de
1:1, pois desta maneira, espera-se eliminar a influência da maior ou menor
concentração de cimento ou cal na argamassa. Como sabido, é uma das variáveis com
influência sobre o grau de fissuração de uma argamassa.
6º Passo
A determinação dos traços em massa ocorre por álgebra elementar, por exemplo, o
traço da argamassa I - 0, 8 5 (1:1:8,98):
- da curva granulométrica tem-se que o retido acumulado até a # 200 (0,075mm) é
81,88 e abaixo é quanto falta para 100%, isto é, 18,12%;
- a proporção de aglomerante: agregado é 18,12:81,88;
- como a relação de cimento e cal é 1: 1, no valor de 18,12% constam o cimento e
cal, assim, o traço em porcentagem de cimento: cal: areia é 9,1:9,1:81,88;
- por simplificação, dividindo-se toda a relação por 9,6, tem-se o traço em massa:
1:1:8,98;
- o consumo de aglomerantes será expresso em porcentagem e obtido da seguinte
maneira: divide-se a proporção em massa de aglomerantes, neste caso 2, pela
proporção de agregado, 8,98., o valor calculado é multiplicado por 100, obtendo-se
22,2%;
- este procedimento foi repetido para todas as curvas de argamassas.
No anexo constam as tabelas de cálculo e as curvas granulométricas das argamassas
utilizadas como exemplo neste boletim.
������’DGRV�REWLGRV
As curvas citadas como exemplo foram compostas, sendo a quantidade de água
adicionada a necessária para obter um espalhamento de 265 ±15mm. Os perfis das
curvas e as tabelas de dados para gerar as curvas estão no anexo e, os dados obtidos
estão descritos nos grupos de tabelas 2 e 3. 1 - Tabelas com dados preliminares das
argamassas, das areias que as compõe, quantidade dos materiais constituintes e
características no estado fresco.
������&RQFOXV}HV
Dos dados obtidos tem-se as seguintes conclusões:
• A série de peneiras, com a razão 1,19 fornece argamassas com maior
compacidade, com menor consumo de água.
• Quanto maior for a fração de finos maior será o consumo de aglomerantes, sendo
maior o preenchimento dos vazios da fração grossa da argamassa anidra.
• Quanto maior o coeficiente de uniformidade, maior é a continuidade da curva de
distribuição granulométrica
• A massa específica aparente da argamassa pode ser prevista a partir da massa
unitária da areia que a compõe.
• Os maiores índices de retenção de consistência são nas argamassas produzidas
com a série de peneiras completa, pois fornecem a maior quantidade de
aglomerantes.
• O aumento da massa específica da argamassa é inversamente proporcional ao da
areia, devido ao aumento do consumo de aglomerantes que preenchem os vazios
da fração inerte a areia.
• As argamassas produzidas com a série de peneiras com razão entre a abertura de
malha de 1,19 apresentaram as maiores resistências mecânicas e módulo de
deformação.
����%LEOLRJUDILD
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. $JUHJDGRV�SDUD�FRQFUHWR�–
NBR 7211. Rio de Janeiro, ABNT, 1983.
__. $JUHJDGR�HP�HVWDGR�VROWR��determinação da massa unitária - NBR 7251. ABNT,
Rio de Janeiro, 1982. 3p.
__. 3HQHLUDV�SDUD�HQVDLR�FRP�WHODV�GH�WHFLGR�PHWiOLFR���PpWRGR�GH�HQVDLR�- NBR
5734. Rio de Janeiro, ABNT, 1988.
__. 6ROR� �� ’HWHUPLQDomR� GR� tQGLFH� GH� YD]LRV� Pi[LPR� GH� VRORV� QmR� FRHVLYRV� -
Método de ensaio - NBR 3324. Rio de Janeiro, ABNT, 1990
__. 6ROR� �� ’HWHUPLQDomR� GR� tQGLFH� GH� YD]LRV� PtQLPR� GH� VRORV� QmR� FRHVLYRV� -
Método de ensaio - NBR 3388. Rio de Janeiro, ABNT, 1991
CAPUTO, H.P. 0HFkQLFD� GRV� VRORV� H� VXDV� DSOLFDo}HV� �� )XQGDPHQWRV�� Rio de
Janeiro, LTCE S. A, 5ª edi., 1983
FÜLLER, Willian B. e THOWPSON, Sanford E. The Laws of Proportioning Concrete.
3URFHHGLQJV� RI� $PHULFDQ� 6RFLHW\� os Civil Engineers, N.3. Vol. XXXIII, March,
1907, p.223 - 298.
FURNAS, C. C. Grading Aggregates, I - Mathematical Relations for Beds of Broken
Solids of Maximum Density. ,QGXVWULDO�DQG�(QJLQHHULQJ�&KHPLVWU\��Vol. 23, n. 9;
September, 1931. p. 1052 - 1058.
FURNAS, C. C., Mixtures of sizes: Two-component Systems (Voids in binary systems:
normal packing) %XU� 0LQHV��5HSUW��,QYHVWLJDWLRQV�2894,7 (1928); Bur.Mines, Bull.
307, 74-83 (1929).
VARGAS, M. ,QWURGXomR�j�PHFkQLFD�GRV�VRORV��São Paulo, McGraw-Hill do Brasil,
Ed. Da Universidade de São Paulo, 1977.
$1(;26
%2/(7,16�7e&1,&26�38%/,&$’26
BT/PCC/218 Formação da Taxa de Retorno em Empreendimentos de Base Imobiliária. JOÃO DA
ROCHA LIMA JUNIOR. 36 p.
BT/PCC/219 Ligação de Peças Estruturais de Madeira com Tubos Metálicos. CARLOS ROBERTO
LISBOA, JOAO CESAR HELLMEISTER. 28 p.
BT/PCC/220 Contribuições para a Estruturação de Modelo Aberto para o Dimensionamento Otimizado
dos Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários. DANIEL C. SANTOS, ORESTES
MARRACCINI GONÇALVES. 12 p.
BT/PCC/221 Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade em Empresas de Arquitetura.
JOSAPHAT LOPES BAÍA, SILVIO BURRATTINO MELHADO. 21 p.
BT/PCC/222 Proposta de Classificação de Materiais e Componentes Construtivos com Relação ao
Comportamento Frente ao Fogo - Reação ao Fogo. MARCELO LUIS MITIDIERI,
EDUARDO IOSHIMOTO. 25 p.
BT/PCC/223 Contribuição ao Estudo das Técnicas de Preparo da no Desempenho dos Revestimentos
de Argamassa. MÁRIO COLLANTES CANDIA. LUIZ SÉRGIO FRANCO. 13 p.
BT/PCC/224 A Influência da Temperatura na Hidratação cios Cimentos de Escória de Alto-Forno.
MARISTELA GOMES DA SILVA, VAHAN AGOPYAN. 20 p.
BT/PCC/225 A Influência do Fator de Forma da Fibra na Tenacidade à Flexão do Concreto Reforçado
com Fibras de Aço. NELSON LUCIO NUNES, VAHAN AGOPYAN. 18 p.
BT/PCC/226 Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em Pequenas e Médias Empresas
de Construção de Edifícios: Estudos de Caso. PALMYRA FARINAZZO REIS, SILVIO
BURRATTINO MELHADO. 18p.
BT/PCC/227 As Juntas de Movimentaçãona Alvenaria Estrutural. ROLANDO RAMIREZ VILATÓ. LUIZ
SÉRGIO FRANCO. 11 p.
BT/PCC/228 Painéis em Cimento Reforçado com Fibras de Vidro (GRC). VANESSA GOMES DA
SILVA, VANDERLEY MOACYR JOHN. 20 p.
BT/PCC/229 Derivação de Fundos para Investimento em Empreendimentos de Infra-Estrutura no
Brasil: A Viabilidade da Securitização nas Concessões Rodoviárias e de Geração
Independente de Energia Hidrelétrica. CLÁUDIO TAVARES DE ALENCAR, JOÃO DA
ROCHA LIMA JUNIOR. 25 p.
BT/PCC/230 Influência da Dosagem na Carbonatação dos Concretos. FABÍOLA LYRA NUNES,
PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 26 p.
BT/PCC/231 Resistência ao Cisalhamento do Concreto Fresco por Compressão Triaxial. LEVY VON
SOHSTEN REZENDE, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 30 p.
BT/PCC/232 Mecanismos de Transporte de Agentes Agressivos no Concreto. CARLOS EDUARDO
XAVIER REGATTIERI, PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 20 p.
BT/PCC/233 Influência do Tipo de Cal Hidratada na Reologia de Pastas. FABIOLA RAGO, MARIA
ALBA CINCOTTO. 24 p.
BT/PCC/234 A Inserção do Campus da Cidade Universitária " Armando de Salles Oliveira" na Malha
Urbana da Cidade de São Paulo. VERA ADELINA AMARANTE MACHADO MARQUES,
WITOLD ZMITROWICZ. 34 p.
BT/PCC/235 Aspectos de Desempenho da Argamassa dosada em Central. ANTONIO A. A. MARTINS
NETO, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 25p.
BT/PCC/236 Contratação de Performance: Modelo Norte-Americano nos Anos 90 na Automação
Predial. ENIO AKIRA KATO, RACINE TADEU ARAUJO PRADO. 22p.
BT/PCC/237 Dosagem de Argamassas através de Curvas Granulométricas. ARNALDO MANOEL
PEREITA CARNEIRO, MARIA ALBA CINCOTTO. 37p.

Outros materiais