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2 Dielison Rodrigues | P6 BIOMEDICINA | ASCES-UNITA | @dielisonrodrigues AVALIAÇÃO CUTÂNEA BIOMEDICINA ESTÉTICA AULA 2 – AVALIAÇÃO ESTÉTICA INICIAL BASEADO NA ESTRUTURA E SUAS FUNÇÕES, QUAIS SÃO OS TIPOS DE PELE? Os tipos de pele são categorizados com base em sua estrutura e funções, particularmente em relação à quantidade de sebo produzido, à presença de água na epiderme, e à sensibilidade. As variações dos tipos de pele obedecem a fatores extrínsecos, como estado de saúde, alimentação, clima e hidratação e a fatores intrínsecos, como idade, sexo e genética. Cada tipo de pele requer cuidados específicos para manter o equilíbrio, proteger a barreira cutânea e prevenir problemas. A escolha de produtos, como hidratantes, protetores solares e sabonetes, deve ser adaptada ao tipo de pele para promover saúde e prevenir danos a longo prazo. Tipo descrição NORMAL ou EUDERMICA Mantém um equilíbrio saudável entre a produção de óleo e a hidratação, resultando em uma barreira cutânea estável e eficiente. · Textura suave, macia e uniforme. · Poros finos e pouco visíveis. · Raramente apresenta irritações ou descamações. SECA A pele seca tem dificuldade em reter água, o que afeta sua função de barreira protetora. Com menos óleo, é mais suscetível a irritações, rachaduras e sensibilidade. Produz menos sebo do que o necessário para manter a hidratação. A camada lipídica é fina, resultando em uma barreira protetora menos eficaz. · Sensação de repuxamento, principalmente após o banho ou a limpeza. · Textura áspera, com tendência à descamação. · Pode apresentar fissuras e irritações facilmente. · Aparência opaca. OLEOSA OU LIPIDICA A alta produção de óleo pode obstruir os poros, favorecendo o surgimento de acne e inflamações. No entanto, a pele oleosa tende a ser mais resistente ao envelhecimento precoce devido à maior lubrificação natural. Produção excessiva de sebo pelas glândulas sebáceas. A oleosidade é mais comum na chamada zona T (testa, nariz e queixo). · Brilho excessivo, especialmente na zona T. · Poros dilatados e mais visíveis. · Tendência a desenvolver acne, cravos e espinhas. MISTA A pele mista apresenta desequilíbrio na distribuição de sebo, o que exige cuidados distintos para as diferentes áreas do rosto. Combinação de áreas oleosas e secas no rosto. A zona T geralmente é oleosa, enquanto as bochechas e extremidades do rosto são secas ou normais. · Oleosidade na zona T, com tendência a cravos e acne nessas áreas. · Bochechas e regiões ao redor dos olhos tendem a ser secas ou normais. · Poros dilatados na zona T e poros mais fechados nas áreas secas. SENSÍVEL ou MADURA A função de barreira é prejudicada, tornando a pele mais suscetível a inflamações, alergias e agressões ambientais. A barreira cutânea é mais frágil, levando a uma reação exagerada a fatores externos. A sensibilidade pode ocorrer em qualquer tipo de pele (seca, oleosa ou mista). · Propensa a irritações, vermelhidão, coceira e sensação de queimação. · Reações exacerbadas a produtos de cuidados pessoais, como sabonetes e cosméticos. · Mais susceptível a condições dermatológicas, como rosácea ou dermatite de contato. O QUE É ESCALA DE FITZPATRICK? A Escala de Fitzpatrick é uma classificação dermatológica que categoriza os diferentes tipos de pele com base em sua resposta à exposição solar, especialmente no que se refere à tendência de desenvolver queimaduras solares ou bronzear-se. Foi desenvolvida pelo Dr. Thomas Fitzpatrick em 1975 e é amplamente utilizada para prever os riscos associados à exposição solar, como queimaduras solares e o desenvolvimento de câncer de pele, além de orientar tratamentos dermatológicos, como laser e peelings químicos. A escala é utilizada para avaliar o risco de câncer de pele, pessoas com fototipos I e II têm maior risco de desenvolver câncer de pele devido à baixa quantidade de melanina e maior propensão a queimaduras solares. Ou guiar os tratamentos dermatológicos pois tipos de pele mais escuros (fototipos IV-VI) exigem cuidados diferentes em procedimentos estéticos, como lasers, pois têm maior risco de hiperpigmentação. E ainda para personalização da proteção solar com objetivo de orientar sobre a necessidade de proteção solar mais rigorosa para tipos de pele mais claros. FOTOTIPO descrição FOTOTIPO I · Cor da pele: Muito clara, branca · Queimadura: Sempre se queima, nunca bronzeia · Exemplo: Pessoas com sardas, ruivos ou loiros de pele muito pálida. FOTOTIPO II · Cor da pele: Clara · Queimadura: Queima-se facilmente, bronzeia-se minimamente · Exemplo: Caucasianos de pele clara, loiros e alguns com cabelo castanho claro. FOTOTIPO III · Cor da pele: Intermediária, clara a moderadamente morena · Queimadura: Pode queimar-se às vezes, bronzeia-se uniformemente · Exemplo: Pessoas de origem mediterrânea ou mista. FOTOTIPO IV · Cor da pele: Morena moderada · Queimadura: Queima-se minimamente, bronzeia-se bem · Exemplo: Pessoas de pele naturalmente mais escura, como descendentes de hispânicos ou árabes. FOTOTIPO V · Cor da pele: Morena escura · Queimadura: Raramente se queima, bronzeia-se muito · Exemplo: Pessoas de origem asiática, indiana ou latino-americana. FOTOTIPO VI · Cor da pele: Muito escura · Queimadura: Nunca se queima, extremamente pigmentada · Exemplo: Pessoas de pele negra, especialmente de ascendência africana. NO QUE CONSISTE UMA AVALIAÇÃO DE PELE E QUAIS SUA ETAPAS? O objetivo geral de uma avaliação de pele é obter um diagnóstico preciso das condições cutâneas, identificar os fatores que contribuem para problemas dermatológicos, e elaborar um plano de tratamento ou prevenção personalizado. Isso inclui a promoção de uma pele saudável, o tratamento de condições preexistentes e a educação do paciente para manter a saúde da pele a longo prazo. Uma avaliação de pele bem estruturada segue geralmente cinco etapas principais, cada uma com objetivos específicos para garantir um diagnóstico preciso e um plano de cuidados adequado. As cinco etapas são: · 1 - ANAMNESE: Coletar informações detalhadas sobre o histórico médico, hábitos e fatores externos que podem influenciar a saúde da pele. · Histórico familiar de doenças de pele. · Exposição ao sol e uso de protetor solar. · Rotina de cuidados com a pele (produtos usados, frequência). · Doenças preexistentes (diabetes, doenças autoimunes, etc.). · Sintomas relatados, como prurido, ardência ou ressecamento. · Uso de medicamentos, incluindo tópicos e sistêmicos. · 2 - INSPEÇÃO VISUAL: Examinar visualmente a pele em busca de anormalidades e características que possam indicar patologias ou condições específicas. · Cor da pele (presença de manchas, palidez, eritema). · Textura (rugosidade, descamação). · Hidratação (presença de ressecamento ou oleosidade). · Presença de lesões (manchas, pústulas, cicatrizes). · Uniformidade da pigmentação. · Aspecto geral de saúde da pele (brilho, elasticidade). · 3 - PALPAÇÃO: Avaliar a textura, firmeza e sensibilidade da pele, além de detectar eventuais anomalias palpáveis. · Elasticidade da pele (teste de turgor). · Temperatura (presença de áreas mais quentes ou frias). · Sensibilidade (detecta dor, prurido ou desconforto ao toque). · Textura (superfície áspera ou lisa). · Presença de nódulos, edemas ou áreas endurecidas. · 4 – TESTES ESPECIAIS E INSTRUMENTAIS: Realizar uma avaliação mais aprofundada utilizando instrumentos para detectar condições que não são visíveis a olho nu. · Lâmpada de Wood: Detecta infecções fúngicas, distúrbios de pigmentação, ou condições bacterianas. · Dermatoscópio: Avalia lesões pigmentadas e estruturas internas da pele, como vasos sanguíneos e padrões de pigmentação. · Teste de hidratação e pH da pele: Verifica o nível de hidratação e o equilíbrio ácido-base da pele, fundamental para detectar dermatites e ressecamento. · Teste de fototipo (Escala de Fitzpatrick): Determina o tipo de pele com base na resposta à exposição solar. · 5 – DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO: Basear-se nos achados das etapas anteriores para formular um diagnóstico precisoe definir um plano de tratamento ou cuidados personalizados. · Identificação da condição dermatológica (acne, eczema, rosácea, etc.). · Explicação ao paciente sobre o diagnóstico e fatores que afetam sua pele. · Prescrição de tratamentos (tópicos, sistêmicos ou procedimentos estéticos). · Orientação sobre rotina de cuidados específicos para o tipo e condição da pele. · Acompanhamento e revisão periódica do tratamento. COMO FUNCIONA E SÃO PERCEPBIDAS AS ALTERAÇÕES NA LÂMPADA DE WOOD? A Lâmpada de Wood é um instrumento utilizado em dermatologia que emite luz ultravioleta de longo comprimento de onda (aproximadamente 365 nm), permitindo a visualização de alterações na pele que não são visíveis a olho nu sob luz normal. Quando a pele é exposta a essa luz, diferentes condições dermatológicas podem ser identificadas pela fluorescência ou mudanças de cor que elas provocam, ajudando a confirmar diagnósticos de doenças de pele. · PREPARAÇÃO: O exame deve ser feito em uma sala escura para que os efeitos da luz UV sejam claramente perceptíveis. A pele do paciente deve estar limpa e livre de qualquer produto tópico, como maquiagem, cremes ou protetor solar, que possam interferir nos resultados. A lâmpada é colocada a uma distância de cerca de 10 a 15 cm da área a ser examinada. As alterações cutâneas observadas com a lâmpada de Wood geralmente são percebidas como fluorescências de cores específicas, cada uma associada a diferentes condições dermatológicas. Veja algumas das principais condições e suas características fluorescentes: CONDIÇÃO DERMATOLÓGICA COR/FLUORESCÊNCIA PERCEBIDA DESCRIÇÃO INFECÇÕES FÚNGICAS (DERMATOFITOSES) Verde brilhante ou esverdeada Ex.: Tinea capitis (micose no couro cabeludo) INFECÇÕES BACTERIANAS (ERITRASMA) Vermelho-coral ou avermelhada Ex.: Causada pela bactéria Corynebacterium minutissimum. HIPERPIGMENTAÇÃO Marrom escuro, roxa ou acinzentada Ex.: Melasma com pigmento superficial HIPOPIGMENTAÇÃO Branca ou mais clara que a pele circundante Ex.: Vitiligo MELASMA (DIRTÚRBIOS PIGMENTARES) Marrom acentuado ou cinza Ex.: Determina se o pigmento está na epiderme ou derme ACNE E SEBORREIA Amarelo-esverdeado ou laranja Ex.: Cravos e sebo nos poros PORFIRIA CUTÂNEA TARDA (PCT) Vermelho fluorescente Ex.: Distúrbio metabólico que afeta a pele INFECÇÃO POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA Verde-claro Ex.: Comum em úlceras ou feridas infectadas LESÃO PRECOCES DE CÂNCER DE PELE Pode não apresenta fluorescência clara Ex.: Destaca alterações pigmentares atípicas image4.jpeg image5.jpeg image6.png image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image7.png