Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- REVIVALISMO - NEOCLÁSSICO, NEOGÓTICO e ECLETISMO INTRODUÇÃO À ARQUITETURA E URBANISMO Professor: Jorge Eiró REVIVALISMO • REVIVALISMO, do inglês revival, de reviver. • No sentido de estilo arquitetônico, trata-se de reviver ou reinterpretar os estilos históricos do passado. • Podemos considerar que, na Era Moderna, o primeiro revival se deu com o Renascimento que, nos séculos XIV e XV, fez renascer os cânones da arte e da arquitetura clássicas greco-romanas. • Essa tendência voltou a se reproduzir no século XVIII, com o advento da Revolução Industrial. REVIVALISMO • Já no início da Era Industrial, no final do século XVIII, a Europa fez novamente renascer estilos, como o Neoclássico e o Neogótico. • Sobretudo no século XIX, a arquitetura revivalista diz respeito aos edifícios que reinterpretavam estilos arquitetônicos do passado ou que neles se inspiravam. • Ao longo do século XIX, essas concepções revivalistas irão promover também uma série de misturas de estilos que ficarão conhecidas como arquitetura eclética, ou Ecletismo. REVIVALISMO ESTILO NEOCLÁSSICO • O estilo Neoclássico, ou Neoclassicismo, retomaria os ideais clássicos greco-romanos, especialmente na França, onde viria substituir o estilo Rococó que representava o antigo regime aristocrático francês deposto pelos movimentos sociais da Revolução Francesa. • O Neoclássico logo se tornaria o padrão estético vigente como representação do poder do império napoleônico, entre o final do século XVIII e início do século XIX. REVIVALISMO • Esse estilo seria a partir de então consolidado e difundido pelas Academias de Belas-Artes, instituição responsável pelo estudo e propagação dos fundamentos do cânone clássico greco-romano, uma concepção estético-matemática baseada nos princípios de: • Harmonia do conjunto, • Simetria entre as partes, • Proporção das formas e • Equilíbrio dos volumes. REVIVALISMO • Em razão dos interesses expansionistas do império de Napoleão Bonaparte, esse estilo se expandiria e passaria a ser implantado nos demais países conquistados por esse imperador, como forma de marcar sua presença e poder nesses lugares. • Nas Américas, esse estilo seria também adotado e, especialmente o Brasil, iria absorver essa ordem estética, sendo aqui implementado por D. João VI por meio da instalação da Academia de Belas-Artes em nosso país. REVIVALISMO ESTILO NEOGÓTICO • O Neogótico surge também no final do século XVIII e vai se difundir principalmente na Inglaterra, aplicando as formas medievais tais como os arcos ogivais, a abóbada nervurada, os vidros espelhados e os vitrais coloridos. • No século XIX, o Neogótico ganha ênfase com os ideais morais e religiosos superiores atribuídos pelo arquiteto medievalista A. W. N. Pugin, derivados de uma interpretação romântica da vida medieval. REVIVALISMO • Em seu auge, o revivalismo gótico foi adotado em diversos países da Europa, sendo aplicado em edifícios públicos de grande relevância, entre eles: • o Palácio de Westiminster em Londres (sir Charles Barry e Pugin, 1865), • o Rijksmuseum em Amsterdã (Pierre Cuypers, 1871) e • a Prefeitura de Viena (Friedrich von Schmidt, 1883). REVIVALISMO ESTILO ECLÉTICO • Ao longo do século XIX, essa profusão de revivalismos estéticos promoveu uma série de misturas estilísticas que viriam a se caracterizar como o Ecletismo. • Essa variedade de estilo e a liberdade de combiná-los num mesmo edifício algumas vezes produziu resultados bizarros. • Em outros momentos gerou combinações harmoniosas como o Palácio da Justiça em Bruxelas (Joseph Poelaert, 1883). REVIVALISMO • Em Belém do Pará podemos mencionar o Palacete Bolonha (Francisco Bolonha, 1905) como um belo exemplar do Ecletismo, por combinar diversos estilos, trazendo elementos do Neogótico e do Neoclássico junto ao estilo emergente da época, o Art-Nouveau. • Em geral, a arquitetura concebida em Belém durante o boom econômico da borracha traz a marca do ecletismo em suas edificações, especialmente inspirado num francesismo que representou o apogeu de nossa Belle Èpoque, num era nostálgica em que Belém sonhou ser uma Paris n’América . REVIVALISMO • É importante observar que todos esses estilos, Neoclássico, Neogótico e suas demais variações ecléticas, não configuram ainda um estilo que, em termos formais e estéticos, viesse a caracterizar genuinamente o zeitgeist da Modernidade já instalada na Europa em plena sociedade industrial. • Embora àquela altura já se empregassem tecnologias construtivas avançadas para a época, desenvolvidas industrialmente como o aço, o ferro fundido e o vidro, a arquitetura do período ainda insistia em reproduzir modelos estéticos do passado. REVIVALISMO • Essas concepções vigoraram como estilos predominantes na arquitetura ocidental ao longo do século XIX, perdurando até o início do século XX. • Em meio a essas vertentes outros estilos e movimentos irão surgir, destacando o movimento inglês do Arts & Crafts e o estilo Art-Nouveau. • No início do século XX acontecerá uma radical ruptura da forma clássico-acadêmica com o advento das vanguardas estéticas do Modernismo que irão configurar a Arte e a Arquitetura Modernas.
Compartilhar