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IUS RESUMOS Princípios do Processo Civil Organizado por: Neydiane Sousa IUS RESUMOS I. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL ................................................................................................... 3 1. Princípios gerais do Processo Civil na Constituição Federal ............................................... 4 1.1 Princípio do devido processo legal ........................................................................................ 4 1.2 Princípio do acesso à justiça ..................................................................................................... 5 1.3 Princípios do contraditório e da ampla defesa .................................................................. 6 1.3.1 Princípio do contraditório .................................................................................................. 6 1.3.2 Princípio da ampla defesa .................................................................................................. 7 1.4 Princípio da razoável duração do processo ........................................................................ 8 1.5 Princípio da isonomia .................................................................................................................. 8 1.6 Princípio do duplo grau de jurisdição ................................................................................... 9 1.7 Princípio do juiz natural ............................................................................................................. 9 1.8 Princípio da publicidade dos atos processuais ............................................................... 10 2. Referências .......................................................................................................................................... 11 SUMÁRIO PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL [3] O Processo Civil é o ramo do direito que contém as regras e os princípios que tratam da jurisdição civil. O papel desta disciplina é aplicar a lei aos casos concretos, para a solução dos conflitos de interesses pelo Estado- Juiz. Neste resumo, trataremos sobre os Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. A importância dos princípios está na qualidade de diretrizes gerais da ciência do direito, norteando a atividade dos legisladores e dos aplicadores do direito. Os princípios ora estudados serão: devido processo legal, acesso à justiça, contraditório e ampla defesa, razoável duração do processo, isonomia, duplo grau de jurisdição, juiz natural e da publicidade dos atos processuais. Espero que sua leitura seja proveitosa. Neydiane Sousa Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL Princípio pode ser definido da seguinte forma Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico Celso Antônio Bandeira de Mello A Constituição é uma das principais fontes de princípios para diversos ramos do direito. E preceitua princípios gerais para o processo civil, sobre os quais trataremos adiante. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL IUS RESUMOS 1. Princípios gerais do Processo Civil na Constituição Federal Princípios gerais são aquelas premissas, diretrizes gerais, sobre as quais se apoiam as ciências. O novo Código de Processo Civil brasileiro (CPC/2015) traz em seus dispositivos iniciais alguns os princípios fundamentais, que foram estabelecidos pela Constituição Federal, que são: Devido Processo Legal Acesso à Justiça Contraditório Isonomia Razoável duração do processo Duplo grau de jurisdição Juiz natural Publicidade dos atos processuais Princípios gerais constitucionais do processo civil 1.1 Princípio do devido processo legal Princípio do Devido Processo Legal Dele deriva os demais princípios Previsto no art. 5º, LIV, da CF/88 Surgiu com edição da Magna Carta, por João sem terra, no séc. XIII O Princípio do devido processo legal pode ser Formal ou Procedimental - procedural due process Corresponde a tutela processual, isto é, a obediência ao regramento processual Ex: direito ao contraditório, a um processo com duração razoável PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL [5] Devido processo legal substantivo ou substancial - substantive due process Consiste na limitação do Poder Estatal, que não pode editar normas que ofendam a razoabilidade e a celeridade do processo 1.2 Princípio do acesso à justiça Princípio do Acesso à Justiça Consiste na inafastabilidade da jurisdição Previsto no art. 5º, XXXV, CF/88 O Poder Judiciário não pode deixar de lançar um juízo de valor sobre os pedidos que foram formulados perante os seus órgãos O direito de acesso à justiça em sentido amplo consiste em receber do Judiciário uma resposta aos requerimentos a este formulado Não pode sofrer limitações, nem pelo próprio judiciário, como também pelo legislativo Limitações Não há necessidade de esgotamento da via administrativa para o acesso ao judiciário, salvo exceções Exceção Há necessidade de esgotamento da via administrativa no que toca a justiça desportiva – art. 211, § 1º, CF/88 Importante destacar que: O fato de o Poder Judiciário informar ao requerente que sua pretensão não poderá ser apreciada por ausência das condições da ação, não significa dizer que a jurisdição foi afastada Atenção! Os conflitos podem ser resolvidos fora do âmbito do Poder Judiciário, destacando-se a arbitragem. IUS RESUMOS Da arbitragem Lei nº 9.307/1996 Permite a solução dos conflitos fora do judiciário As decisões não necessitam de homologação judicial Não é inconstitucional, nem lesiona o principio do acesso à justiça – STF (AgRg nº 5. 206) 1.3 Princípios do contraditório e da ampla defesa 1.3.1 Princípio do contraditório Princípio do Contraditório Princípio expresso no art. 5º, LV, da CF/1988 Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes Art. 9º do CPC/2015 Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida Sobre o contraditório na esfera civil, tem-se que: Contraditório na esfera civil Tanto nos direitos disponíveis quanto indisponíveis, o contraditório é ônus - o réu pode apresentar a defesa ou não Presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor na inicial Não gera a presunção de veracidade A ausência de defesa do réu produzirá os seguintes efeitos Direitos disponíveis Direitos indisponíveis Dispensa a produção de provas Julgamento antecipado da lide Quanto ao contraditório a posteriori, no julgamento antecipado da lide e na prova emprestada, destacamos o que se segue: PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL [7] O contraditório não precisa ser necessariamente prévio O julgamento antecipado da lide não fere o contraditório, visto que a sentença só poderá ser proferida sem o que o réu seja ouvido nas situações de total improcedência Contraditório Posteriori Contraditório no julgamento antecipado da lide Ex: casos que há riscos de prejuízo irreparávelArt. 285-A CPC Em relação a constitucionalidade deste dispositivo, a ADIN ainda não foi julgada, mas a liminar foi indeferida, e o dispositivo permanece em vigor Contraditório perante a prova emprestada Prova emprestada consiste na utilização de provas produzidas em outro processo Previsto no art. 372 do CPC/2015 Ocorre em duas situações: Quando a parte participou da produção de prova Quando não participou da produção de prova, porém concorda e autoriza que a mesma seja utilizada 1.3.2 Princípio da ampla defesa Princípio da ampla defesa Corresponde ao direito da parte de se utilizar de todos os meios a seu dispor para alcançar seu direito, seja através de provas ou de recursos Assegura a defesa no âmbito mais abrangente possível Utilizado tanto no processo administrativo quanto no judicial, abrangendo tanto a defesa técnica, como também a ampla defesa Previsto no mesmo dispositivo do contraditório - art. 5º, LV, CF/88 A doutrina distingue ambas garantias, porém ao mesmo tempo reconhece que existe forte conexão entre elas Favorece não somente o réu, mas as partes como um todo, inclusive os terceiros juridicamente interessados Garantia de se defender Garantia de recorrer Existem duas regras básicas extraídas deste princípio IUS RESUMOS 1.4 Princípio da razoável duração do processo Princípio da Razoável Duração do Processo Previsto no art. 5º, LXXVIII, da CF/88 “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação” Os juízes, no exercício de suas atividades, devem diligenciar para que o processo caminhe para uma solução rápida Importante destacar que: O Novo Código de Processo Civil explicita que as partes têm direito a obter uma solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa, em um prazo razoável Atenção! 1.5 Princípio da isonomia Princípio da Isonomia O Novo Código de Processo Civil busca dar maior efetividade a este princípio A isonomia pode ser de dois tipos Isonomia real Isonomia formal Importante Tratamento igualitário a todos, sem levar em consideração eventuais diferenças entre os sujeitos de direito Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade Situações que a lei concede tratamento desigual visando concretizar a isonomia real: O foro privilegiado da mulher O novo CPC põe fim ao foro privilegiado da mulher. O antigo prevê no art. 100, I, que a mulher tem direito de propor no foro de sua residência ações de divórcio em separação e de anulação de casamento Reexame necessário Sentenças contra a Fazenda Pública, em que haja sucumbência, não transitam em julgado, senão depois de examinadas pela instância superior PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL [9] Prazos maiores Concedidos ao Ministério Público e à Fazenda Pública - art. 188, CPC Prazos em dobro Concedidos à Defensoria Pública 1.6 Princípio do duplo grau de jurisdição Princípio do duplo grau de jurisdição Conceito Consiste no direito de recurso para revisão da decisão por um tribunal superior (decisão colegiada) Importante Não está consagrado da CF/88 de forma expressa, bem como sua aplicação não será obrigatória em todos os processos Algumas situações em que não há aplicação desse princípio A hipótese do art. 515, §3º, do CPC Os embargos infringentes, previstos na lei de execução fiscal Nas causas de competência originária do STF 1.7 Princípio do juiz natural Princípio do Juiz Natural Previsto no art. 5º, LIII e XXXVII, da CF/88 “Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” e “não haverá juízo de exceção” O juiz natural é aquele cuja competência é apurada de acordo com regras previamente estabelecida no ordenamento jurídico, e que não pode ser modificada a posteriori Conceito O princípio do juiz natural requer que a competência seja determinada previamente. O art. 87, CPC institui a regra da perpetuatio jurisdictionis, porém o mesmo artigo destaca algumas exceções: Exceções à regra da perpetuatio jurisdictionis Suprimam o órgão jurisdicional Alteram a competência em razão da hierarquia ou da matéria Modificações que: Destaque-se que: IUS RESUMOS STF e STJ entendem que, apesar da existência dessas modificações, não há lesão ao princípio do juiz natural A aplicabilidade desse princípio não está restrita à esfera civil, sendo também aplicado no processo penal (RHC 83.181/RJ) Atenção! 1.8 Princípio da publicidade dos atos processuais Princípio da Publicidade dos Atos Processuais Previsto no art. 5º, LX, da CF/88 “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” Através desse princípio a sociedade tem o controle das decisões judiciais, pois assim fiscalizam a atuação dos juízes e tribunais Limitações Consultar o autos e certidões é restrito às partes e seus procuradores - art. 115, CPC Nos processos em geral, o direito de consulta e obtenção de certidões é livre, e não sofre nenhuma restrição Aplica-se apenas aos casos que exigem segredo de justiça IUS RESUMINDO: Princípios Constitucionais no Processo Civil Devido processo legal Art. 5º, LIV CRFB Art. 5º, XXXV CRFBAcesso à justiça Contraditório e ampla defesa Art. 5º, L XXVIII CRFBDuração razoável do processo Art. 5º, LV CRFB Isonomia Art. 5º, caput e inciso I CRFB Duplo grau de jurisdição Não tem previsão legal Juiz natural Art. 5º, LIII e XXXVII CRFB Publicidade dos atos procesuais Art. 5º, LX CRFB PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL [11] No próximo resumo trataremos de outros princípios do processo civil que estão dispostos em outras normas jurídicas. Veja esse e outros resumos de direito, além de notícias e atualidades do mundo jurídico Acesse www.iusresumos.com.br --- ♠ --- 2. Referências GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 5º edição. Vol. único. São Paulo: Saraiva, 2015. JÚNIOR, Fredie Didier. Curso de Processo Civil. 15º edição. Vol. 1. Salvador: JusPodivm, 2013.
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