Prévia do material em texto
EXMO (A). SR (A). DR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA ÓRFÃOS, SUCESSÕES, INTERDITOS E AUSENTES DA COMARCA DE OLINDINA- BA. TUTELA DE URGÊNCIA , brasileiro, menor, impúbere, neste ato representado por sua Genitora a Sra. , brasileira, maior, solteira, portadora da Cédula de Identidade RG nº , inscrita no CPF nº , residente e domiciliada na -000, por intermédio do seu procurador, constituído na forma de procuração anexa, com endereço profissional na CEP , Salvador - Bahia, local indicado para receber intimações, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 1699 do Código Civil e na Lei nº 5.478/68 propor a presente: AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de , brasileiro, maior, Carregador de carga, registrado na empresa Comercial Zé de Saty, com endereço profissional na Av. Deputado Oliveira Brito, 280 - Centro, Olindina - BA, , residente e domiciliado no Entroncamento de Crisópolis, s/nº, em frente ao ponto de ônibus, conhecido como filho da finada Nice, Olindina-Bahia, CEP: , pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA Inicialmente, requer a Requerente à concessão dos benefícios da assistência justiça gratuita , haja vista que é incapaz de arcar com os pagamentos de custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, sem que sofra contundente abalo em seu próprio sustento e de sua família, com arrimo no disposto na Lei. 1060/50 e no Art. 98 do CPC, conforme declaração em anexo. DOS FATOS O requerente é filho do requerido, já qualificado, conforme consta da inclusa cópia da certidão de nascimento, ora anexa. Verifica-se, portanto, que compete ao Requerido, na medida das suas possibilidades e da necessidade do seu filho, ora Requerente, prover-lhe o sustento. De fato, o Código Civil confere o direito de pleitear alimentos dos parentes, notadamente entre pais e filhos nos termos do art. 1.694 e 1.696. Conforme o art. 1.699, do Código Civil, in verbis : "Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo". Em 19 de novembro de 2015, houve acordo celebrado entre as partes, em harmonia com o parecer do Ministério Público, termo de audiência do processo nº 0000245-10.2015.8.05.0183 de Alimentos foi estipulado que o devedor pagaria ao credor a prestação alimentícia no valor correspondente à equivalente à 15% (quinze por cento) sobre o salário mínimo vigente na época do acordo, mediante depósito na conta bancária de titularidade da genitora, todo dia 10 de cada mês, iniciando no dia 10/12/2015. Conforme termo de audiência anexo à presente. Ocorre que à época do acordo o valor inicial era de 15% sobre o salário mínimo vigente , ou seja, nos anos posteriores esse valor deveria ser atualizado o que nunca ocorreu, além da falta de pagamento em vários meses. É importante destacar a má fé do Requerido com o seu filho, uma vez que não cumpriu com mínimo da sua responsabilidade. Todavia, o Requerido hoje trabalha na função de Carregador de carga, registrado na empresa Comercial Zé de Saty localizada em Olindina-Ba, além de receber o salário base dessa categoria, recebe valores extras referentes à diárias, estando plenamente possibilitado a prestar alimentos em maior proporção. Diante disto Exa., é necessário oficiar a atual empresa que Réu presta serviço para que se confirme os valores por ele recebidos, confirmando inclusive a má fé do Réu em pagar muito menos do que poderia e deveria para o sustento e melhor qualidade de vida do seu filho. E posterior ordem de retenção dos valores à titulo de pensão alimentícia em 30% do salário mínimo vigente que perfaz o montante de . Além disso, vestuário, fardamento, material escolar, roupas duas vezes por ano, remédios e demais despesas extraordinárias que vierem a ocorrer na quota parte que lhe couber, equivalente à 50% (cinquenta por cento). A genitora do menor não possui trabalho fixo, por sua vez, realiza eventualmente atividades diversas e não dispõe de recursos suficientes para o sustento do Requerente, uma vez que esta encontra serviços de forma esporádica. Atualmente, depende da ajuda de parentes para o sustento do seu filho, além de pagar aluguel. Tendo em vista que o Requerente necessita de recursos financeiros para o seu sustento e bom desenvolvimento físico e mental e a boa situação econômica do Requerido, que pode suportar a majoração do encargo alimentício, pleiteia-se o aumento da pensão alimentícia prestada no valor de 30% do seu salário mínimo atual o que corresponde a . No vertente caso, em razão das dificuldades financeiras que passa a genitora do menor, mister se faz a revisão e fixação, como tutela de urgência, determinando seu pagamento exclusivamente pelo requerido. Isto porque o requerido goza de estável situação econômica e financeira e deve arcar com as necessidades do seu filho, mormente no presente caso em que não paira qualquer dúvida sobre a paternidade, o que torna injustificável a inércia do Requerido que priva seu filho do necessário ao sustento. Posta assim a questão, requer-se a Vossa Excelência a fixação de alimentos provisórios, em caráter de urgência, no valor de 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de ou o valor não inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de , mediante deposito até o dia 10 (Dez) de cada mês, em conta bancária de titularidade da Genitora Sra. , Conta Poupança nº , Agência , operação 013, Caixa Econômica; para satisfação das necessidades do filho do requerido nos termos desta exordial, haja vista haver efetiva obrigação alimentar do Réu perante seu filho que é menor. DO MÉRITO Considerando que os fatos narrados demonstram inequivocamente o direito do Autor à concessão da Revisão da aludida pensão , mostrar-se-á a seguir os dispositivos legais que arrimam sua pretensão. A nossa Constituição Federal, em seu Artigo 229, tem o seguinte teor "Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade". No mais, o art. 1.634, I do Código Civil estabelece que: Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação; O Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.069/90, em seu artigo 22 fala o seguinte: Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. A grande Doutrinadora no seu Livro "Curso de Direito Civil Brasileiro, 5. Vol., 18. Ed., São Paulo: Saraiva, 2003, p. 467 diz que: o fundamento desta obrigação de prestar alimentos é o princípio da preservação da dignidade da pessoa humana ( CF, art. 1º, III) e o da solidariedade familiar, pois vem a ser um dever personalíssimo, devido pelo alimentante, em razão do parentesco que o liga ao alimentado. A ação de revisão de alimentos é disciplinada pela Lei 10.406/2002 em seu artigo nº 1.699, tem algo que não poderíamos deixar de citar que diz que se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. É o entendimento do TJ-RS: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS - Agravo de Instrumento : AI RS AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS. FILHA MENOR. MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM MAIOR EXTENSÃO. OBSERVADO O BINÔMIO POSSIBILIDADE/NECESSIDADE, CABÍVEL MAIOR MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS, MAS NÃO NO PATAMAR PRETENDIDO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº , Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro,Julgado em 13/09/2018). Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS - Agravo de Instrumento : AI RS AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS. PEDIDO DE MAJORAÇÃO. CABIMENTO. ANALISE DO BINOMIO ALIMENTAR. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº , Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 29/08/2018). Assim resta mais que provado, que o pai pode e deve prestar um valor maior referente aos alimentos, não podendo se escusar sobre tal dever em nenhuma hipótese. Diante do que aqui ficou exposto, não resta outro meio ao requerente senão buscar através da ação de Revisão de Alimentos a prestação jurisdicional, a fim de proteger seus direitos. Pelos fatos em questão, se faz necessário que Vossa Excelência estabeleça pela fixação de 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de ou o valor não inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de , para garantir a integridade essencial do menor. DA TUTELA DE URGÊNCIA Visto que é de extrema necessidade a alimentação do Requerente, data máxima vênia, ser revisado e fixados imediatamente os alimentos. Pedimos que o aumento da prestação alimentícia seja liminarmente deferida por Vossa Excelência, em decisão inaudita altera parte , por tratar-se de verba alimentar indispensável para o filho, que tivera sua rotina drasticamente alterada da atitude negativa do pai, que mesmo tendo possibilidade financeira de dar mais qualidade ao custeio alimentar, negou sua responsabilidade moral, passando o filho menor a sentir- se desamparado em seu sustento. Os requisitos permissivos da medida liminar - fumus boni iuris e periculum in mora - estão caracterizados pelos argumentos acima, havendo prova inequívoca e verossimilhança nas alegações, tudo se legitimando aos documentos ora anexados. É pertinente e louvável a conduta da Genitora, que apenas está pedindo o suficiente para o melhor do filho, necessário para alcançar sustento próprio em um futuro próximo. Ante a isso, justo que seja determinado o pagamento de alimentos provisionais, o qual deverá ser confirmado em sentença, tornando o pagamento de 30% (trinta por centos) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de , caso não seja o entendimento de Exa., requer a fixação dos alimentos provisionais não inferiores a 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de . DOS PEDIDOS Por tudo o quanto exposto, requer a este Nobre Julgador o seguinte: 1. O deferimento da Tutela de Urgência em todos os seus termos, para fixar em benefício do menor a MAJORAÇÃO na revisão de alimentos provisórios a serem pagos pelo Requerido da seguinte forma; prestação mensal de 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de R$ 330,00 (trezentos e trinta reais) ou o valor não inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de R$ 275,00 (duzentos e setenta e cinco reais), em pecúnia, mediante deposito até o dia 10 (Dez) de cada mês, em conta bancária de titularidade da Genitora Sra. Aline Tavares Pinto, Conta Poupança nº , Agência 4827, operação 013, Caixa Econômica; 2. A concessão dos benefícios da Justiça gratuita por ser pessoa pobre no sentido jurídico do termo; 3. A citação do Requerido para, querendo, responder aos termos da presente, no prazo legal, sob pena de revelia; 4. A manifestação na ação, do ilustre Representante do Ministério Público. 5. Seja, finalmente, o réu condenado a pagar os alimentos devidos ao autor, no valor equivalente a 30% (trinta por centos) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de R$ 330,00 (trezentos e trinta reais), caso não seja o entendimento de Exa., requer a fixação dos alimentos provisionais não inferiores a 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente que perfaz o montante de R$ 275,00 (duzentos e setenta e cinco reais) , além do pagamento de despesas com vestuário, fardamento, material escolar, roupas duas vezes por ano, remédios e demais despesas extraordinárias que vierem a ocorrer na quota parte que lhe couber, equivalente à 50% (cinquenta por cento). 6. Que seja oficiada a atual empregadora do Réu Comercial Zé de Saty, com endereço profissional na Av. Deputado Oliveira Brito, 280 - Centro, Olindina - BA, 48470-000, para que informe os valores por ele recebidos e posteriormente realize os descontos em folha de pagamento até o dia 10 (dez) de cada mês, com depósito na conta poupança da Autora; 7. Seja o Réu condenado a pagar as custas processuais no valor de 20% da causa. Ad Cautelam , protesta provar todo o alegado por meios de prova em direito admitidas, especialmente prova documental, através de juntada posterior de documentos, e testemunhal, cujo rol será oferecido oportunamente. Dá-se à causa o valor , para fins procedimentais. Nestes termos, Pede deferimento. Olindina (BA), 02 de Março de 2021. Estagiária