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1°, 2° E 3° SETOR 1º Setor – Setor Público O Primeiro Setor é formado pelo Estado – ou seja, o governo e suas instituições públicas (federais, estaduais e municipais). Objetivo principal: Garantir o bem-estar social por meio de políticas públicas e prestação de serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. Fontes de recursos: Recebe recursos principalmente por meio de impostos, taxas e contribuições pagas pela população. Exemplos: Prefeituras, secretarias (Saúde, Educação, Assistência Social), hospitais públicos, CRAS, CREAS, escolas públicas. Como o assistente social atua: • Atua na formulação, execução e avaliação de políticas públicas. • Trabalha com programas sociais, como Bolsa Família, BPC, entre outros. • Realiza atendimentos individuais e coletivos, visitas domiciliares e encaminhamentos. • Garante o acesso a direitos como saúde, educação, moradia e assistência social. • Fiscaliza e denuncia violações de direitos. Objetivo principal: Garantia de direitos sociais e cidadania da população, principalmente a mais vulnerável. 2º Setor – Setor Privado Formado pelas empresas privadas com fins lucrativos – ou seja, negócios que visam gerar lucro. Objetivo principal: Obter lucro com a produção e comercialização de bens e serviços. Fontes de recursos: Receitas provenientes das vendas de produtos ou serviços. Exemplos: Indústrias, comércios, bancos privados, empresas de tecnologia Supermercados, lojas e restaurantes, hospitais e escolas particulares, consultorias. Como o assistente social atua: • Trabalha com programas de responsabilidade social corporativa. • Atua no setor de Recursos Humanos com mediação de conflitos, apoio a trabalhadores, orientação em casos de afastamento e previdência. • Desenvolve ações que melhoram o ambiente de trabalho e reduzem riscos sociais. • Pode realizar diagnósticos sociais e propor projetos de inclusão e diversidade. Objetivo principal: Promover bem-estar dos trabalhadores e melhorar o clima organizacional, contribuindo para os objetivos da empresa. 3º Setor – Organizações da Sociedade Civil Formado por entidades privadas sem fins lucrativos, que atuam em áreas sociais, culturais, ambientais e educacionais, buscando o bem comum. Objetivo principal: Atuar em prol de causas sociais, muitas vezes onde o Estado não consegue atender plenamente. Fontes de recursos: Doações, patrocínios, convênios com o governo, campanhas, voluntariado. Exemplos: ONGs (Organizações Não Governamentais), Fundações e associações filantrópicas, Institutos sociais (como Fundação Abrinq, Instituto Ayrton Senna), Igrejas (quando desenvolvem ações sociais) Como o assistente social atua: • Elabora e executa projetos sociais voltados à inclusão, combate à pobreza, educação, saúde, etc. • Capta recursos e presta contas de ações financiadas por editais públicos e privados. • Trabalha com comunidades em situação de risco social. • Forma redes de apoio com outros profissionais e instituições. Objetivo principal: Atender necessidades sociais específicas da população, muitas vezes onde o Estado não alcança plenamente. CODIGO DE ÉTICA O Código de Ética do Assistente Social é um documento normativo que estabelece os princípios, valores e regras que devem orientar a conduta profissional dos assistentes sociais no Brasil. É uma ferramenta legal e ética, criada pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), que define direitos, deveres e limites da atuação do assistente social. O atual código foi aprovado em 1993 e é um dos mais progressistas da América Latina. Ele serve para: 1. Guiar a prática profissional Estabelece como o assistente social deve atuar diante de situações sociais, políticas, éticas e humanas. 2. Proteger os direitos dos usuários Garante que o atendimento seja realizado com respeito, dignidade e compromisso com a justiça social. 3. Promover a responsabilidade profissional Define condutas inadequadas, passíveis de sanções disciplinares. 4. Fortalecer o compromisso com a transformação social O código orienta a atuação com base na defesa dos direitos humanos e na superação das desigualdades. Um assistente social que segue o código de ética: • Atua com respeito ao sigilo profissional • Evita práticas discriminatórias • Promove o acesso aos direitos sociais • Atua com transparência, justiça e equidade 11 Princípios Fundamentais O Código de Ética do Assistente Social, instituído em 1993, traz 11 princípios fundamentais que orientam a prática profissional. Esses princípios têm caráter ético- político, ou seja, refletem o compromisso com a justiça social, os direitos humanos e a transformação da realidade social. I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; A liberdade é considerada essencial à dignidade humana. O assistente social deve lutar para que todas as pessoas tenham condições reais de exercer sua liberdade, combatendo qualquer forma de opressão, exclusão ou exploração. II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; O profissional deve sempre defender os direitos fundamentais das pessoas, independentemente de sua origem, condição ou situação. Isso inclui resistir a práticas autoritárias, discriminações, humilhações e violências. III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; O foco do trabalho não é apenas “atender”, mas empoderar o usuário, garantindo que ele conheça e lute por seus direitos. O assistente social deve estimular a autonomia dos sujeitos, não reforçar a dependência. IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; A democracia vai além do voto: significa participação ativa da população nas decisões que afetam sua vida. O assistente social deve fortalecer espaços de controle social e incentivar a participação popular. V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; Esse princípio reforça a luta contra racismo, machismo, homofobia, capacitismo e todas as formas de discriminação. Promover justiça social é garantir que todos tenham acesso igualitário aos direitos. VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; O assistente social deve atuar para garantir que todas as pessoas, especialmente as mais vulneráveis, tenham acesso a serviços públicos de qualidade como saúde, educação, habitação e assistência social. VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; O profissional deve zelar pelo uso correto dos recursos públicos, agindo com transparência, honestidade e ética na gestão. Desviar recursos, aceitar favorecimentos ou usar benefícios indevidamente é uma violação grave. VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; O código assume uma postura crítica diante das desigualdades sociais, defendendo uma sociedade mais justa e igualitária. O assistente social atua como um agente político, comprometido com a transformação da realidade social. IX. Articulação com os movimentos de outras categoriasprofissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; O serviço prestado deve ser técnico, ético e qualificado. Isso envolve formação continuada, atualização profissional e responsabilidade nas decisões tomadas. X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; O assistente social não atua com base apenas em "opiniões", mas deve fundamentar seu trabalho em conhecimento científico e crítico da realidade, aliado aos princípios éticos. XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. O profissional deve se aproximar das lutas populares, dos sindicatos, coletivos e movimentos sociais, atuando junto àqueles que lutam por direitos, igualdade e justiça social. Resumo: O código orienta o assistente social a ser um profissional ético, crítico e comprometido com os direitos humanos e com a superação das desigualdades sociais.