Buscar

Basico de redes 9

Prévia do material em texto

Internet
A Origem da Internet
A Internet originou-se da Arpanet, a primeira rede nacional de computadores criada em 1969 pelo Departamento de Defesa do EUA para garantir a segurança em caso de acidente nas comunicações. Esta rede privada era destinada a interligar os computadores dos centros de pesquisa, universidades e instituições militares americanas, permitindo o compartilhamento de recursos entre os pesquisadores que trabalhavam com projetos estratégico-militares.
Em 1972 o governo americano decidiu mostrar o projeto pioneiro à sociedade, e a idéia expandiu-se entre as universidades americanas, interessadas em desenvolver trabalhos cooperativos. Para interligar os diferentes computadores dos centros de pesquisa, em 1980 a Internet adotou o protocolo aberto TCP/IP para conectar sistemas heterogêneos, ampliando a dimensão da rede, que passou a falar com equipamentos de diferentes portes, como micros, workstations, mainframes e supercomputadores.
Somente em 1983, com a separação entre as aplicações para as áreas civil e militar, surgiu definitivamente o nome Internet. Três anos depois, a National Science Foundation criou uma ligação de alta velocidade com seu centro de supercomputadores e passou a promover a disseminação das informações científicas. Naquela época, o governo americano decidiu financiar a formação de redes regionais em todo o país - uma infra-estrutura com circuitos dedicados e multiplexadores do tipo T1, a 2 Mbps -, o que acabou constituindo a NSFnet como uma via expressa para mandar mensagens e arquivos por todo o país. Essa rede, por sua vez, é conectada a outras redes comerciais e públicas que configuram a rede Internet, hoje o principal alicerce das comunicações entre os computadores mundiais.
Com o crescimento da Internet e sua expansão devido a utilização do TCP/IP, outras redes perdem sua força. É o caso da Bitnet, voltada para a comunicação entre sistemas de grande porte, da CSnet, usada pelo pessoal da computação científica e da UUCP, que trabalha em ambiente Unix com linhas dedicadas.
A Internet no Brasil
O Brasil tem 50.000 pioneiros plugados à Internet. O interesse pela Internet no país ultrapassou os limites acadêmicos e chegou a todos usuários de micros. A demanda é tanta que a Embratel decidiu oferecer, a partir de dezembro de 94, acesso comercial à maior rede de informações do mundo.
A empresa criou um serviço que dará a seus clientes acesso on-line as bases de dados de todo o mundo, com informações de interesse geral como esportes, eventos, espetáculos, previsão meteorológica e sinopses de periódicos. O serviço permitirá também a realização de conferências eletrônicas.
�
O serviço vai trafegar inicialmente pela Renpac e pelo STM-400 e poderá ser acessado também por grandes corporações quanto pelo usuário de apenas um micro pessoal. O acesso será transparente para usuários do STM-400, explica o coordenador do projeto, Hélio Dalgegan, assessor da presidência da Embratel. A empresa vai adotar o correio eletrônico da Internet e já está convertendo o protocolo SMTP, que permitirá acesso direto à rede mundial. "O processo comercial muitas vezes envolve valores e dados comerciais que são confidenciais e, por ser muito aberta, a rede não oferece nenhuma garantia de confiabilidade e codificação de dados".
O Perigo
Vendo o sucesso da Internet, a Embratel assume o comando das ligações de brasileiros com a rede.
Era dezembro de 1994, mudanças a vista. A primeira, o governo americano privatizava o último tronco de fibras óticas de alta velocidade da Internet que ainda mantinha em seu poder. A segunda, a estatal brasileira Embratel anunciava a fase de testes do primeiro serviço nacional de acesso a Internet.
O poder público americano lançou as bases de comunicação da rede, financiou-a nos primeiros anos e subsidiou a sua manutenção até o ano passado. Quando concluiu que poderia andar sozinha, sem a mão pesada do governo, Washington desligou-se da Internet. Já o governo brasileiro como tudo o que faz, fez novamente o contrário. A Embratel deu as costas para a Internet em seus primeiros anos, deixando que os poucos usuários brasileiros, principalmente universidades e institutos de pesquisa tomassem a iniciativa de contratar suas conexões no exterior. Agora a rede começa a ter viabilidade, a Embratel anuncia que está no negócio. Sozinha. A conexão é monopólio da Embratel.
Anunciado na véspera de Natal, a conexão da Embratel foi apresentada ao distinto público como um presente, uma dávida de técnicos dedicados que venceram mais uma barreira para oferecer aos brasileiros um serviço de primeiro mundo. Falso, triste e caro. Falso porque as conexões são simples e já deveriam ter sido feitas a muito tempo. Triste por que a Internet é por natureza uma entidade aberta, democrática, avessa a monopólios e controles. Ela foi concebida pelo governo americano como um recurso em caso de guerra, um sistema que manteria as comunicações no país mesmo que Washington fosse destruída. No Brasil a Internet acaba de tornar-se mais um departamento da Embratel. Caro, o resultado mais temido pelos usuários, porque os custos serão de hotéis cinco estrelas e serviço de pensão.
Para Que Serve?
�
Serve para que milhões de pessoas separadas por milhares de quilômetros conversem horas a fio teclando suas frases nos computadores e pagando o preço de uma ligação telefônica local. Serve para consultar um livro ou um documento em 2.000 bibliotecas que podem ser acessadas a distância, 24 horas por dia. É melhor ler Guerra e Paz, o romance épico de Tolstoi num livro convencional. Mas que tal quando se trata de levantar informações sobre o próprio Tolstoi ou sobre religiões hindus? Uma consulta dessas não demora mais de meia hora. Centenas de bibliotecas ao redor do mundo podem ser rastreadas automaticamente em busca da informação desejada. A Internet serve também para que as pessoas com interesses comuns, como ecologistas, os médicos ou os fanáticos por esportes, conversem com suas almas gêmeas espalhadas pelo mundo. Serve para que cientistas separados no tempo e no espaço possam trabalhar em projetos comuns, compartilhando uma mesma tela, mas usando teclados diferentes, um deles em Paris e o outro em Nova York. Adeus, telefonemas internacionais a preço de caviar. Adeus, falta de informações só porque se vive numa cidade provinciana. Adeus, conversa com vizinho maçante quando o mundo inteiro bate papo.
Também dá para flertar verbalmente pela Internet. Faz-se muito esse esporte. Briga-se também. E vale soltar palavrão, procedimento comuníssimo na rede. Pode servir também para dar uma olhada gulosa em centenas de imagens de alta qualidade das pinacotecas do Vaticano e da Instituição Smithsoniana, em Washington. Ou para montar a mais fabulosa coleção de imagens pornográficas cujas reproduções digitais trafegam pela rede sem censura.
A partir de 1995, a Internet será também um gigantesco shopping center. Funcionará para mostrar produtos e fechar negócios através do computador, uma novidade que vem atraindo 2.000 empresas por mês para a rede.
Recentemente foram publicados dois anúncios nos EUA mostrando como está a velocidade das mudanças no espaço cibernético. O cartão de crédito Visa anunciou ter desenvolvido um programa de cobranças que permite lançar valores mínimos de até 31 centavos de Dólar - o que abre espaço para venda de selos, chocolates e outras bugigangas que não tinham peso econômico para virar ofertas numa rede de computador. "Trinta e um centavos parecem uma gota no oceano, mas, quando se imagina que a rede terá brevemente 100 milhões de usuários, essa gota poderá vir a ser o próprio oceano", diz David Melancon, diretor do cartão Visa. No outro extremo, Gary Whitaker, revendedor de automóveis Rolls-Royce em Beverly Hills, na Califórnia, comunicou que passará a anunciar na Internet, onde já estão nomes populares como a Pizza Hut e General Motors.
Não é apenas por ostentar números grandiosos que a Interneté um fenômeno. Tampouco por permitir o acesso a textos de bibliotecas e a reproduções de quadros famosos dos grandes museus, como o Louvre, de Paris. Nem pelos avanços tecnológicos criados com a operação da rede. Mais que tudo isso, a Internet é uma experiência humana rara, é a concretização da profecia da aldeia global.
Em cada época, surge um grupo de inovações que toma conta da indústria e marca o ritmo de toda a sociedade. Os anos 90 estão entregues à alta tecnologia, à industria de informação e de transformação digital. Que se define pelo poder de empacotar todas as informações culturais na forma de bits, a menor unidade de informação na linguagem dos computadores. Canções podem ser digitalizadas - como já são nos CDs musicais - e, assim passeiam pela Internet. Jornais inteiros são igualmente transformados em bits e postos à disposição de assinantes. Dinheiro pode também trafegar como mensagem cibernética, na forma de números de cartão de crédito.
�
A Internet carrega essa riqueza com muita eficiência. A rede tem basicamente três tipos de computadores interligados. Os do primeiro tipo são computadores servidores, grandes fornecedores de informações e programas. Em geral pertencem a uma universidade ou instituição de pesquisa, ou então a uma grande empresa que estoca nele uma descrição de seus produtos. Os do segundo tipo são os nódulos, grandes máquinas que agem como servidores, mas também ajudam a escoar o tráfego de informações na rede. Os computadores do terceiro tipo, mais numerosos, são os dos usuários, nós, que estamos na rede para receber e não para dar. É claro que os receptores estão longe de ser passivos. Passa mensagens, entram em discussões, cravam pontos de vista sobre isso ou aquilo. E uma página de texto colocada por qualquer membro da Internet pode ser lida por milhões de pessoas.
Markus Vinicius Rodrigues de Oliveira
marvinro@uol.com.br
http://www.geocities.com/Yosemite/7160

Continue navegando

Outros materiais