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OS MECANISMOS DE DEFESA
MECANISMOS DE DEFESA
 O Ego protege a personalidade contra a ameaça ruim. Para isso, utiliza-se dos chamados mecanismos de defesa. Todos estes mecanismos podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua ausência ou presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos ou, em alguns casos extremos, sintomas psicóticos. 
	Portanto, mecanismos de defesa são ações psicológicas que têm por finalidade, reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo a integridade do Ego.
Os mecanismos de defesa constituem operações de proteção do Ego para assegurar a nossa própria segurança
Eles também representam uma forma de adaptação 
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Como diminuir esta ansiedade?
Resolvendo a situação, lidando diretamente com ela 
Negar ou deformar a situação 
MECANISMOS DE DEFESA
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Mecanismos de defesa do Ego
Estratégias inconscientes que os indivíduos “encontram” para diminuir a angustia nascida dos conflitos anteriores. 
Situação que ocorre a partir do momento em que o superego se constitui e passa a impor ao id as regras e normas sociais, criando assim, um obstáculo intrínseco à satisfação das pulsões do Id.
 
São divididas em:
A) Defesas bem sucedidas – que geram o cessação daquilo que se rejeita.
B) Defesas ineficazes que exigem repetição ou perpetuação do processo de rejeição.
 
Função 
Permite que alguns conteúdos inconscientes cheguem no nível consciente de forma disfarçada
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Conflito
Id X Superego
Frustração
(Id)
Tensão
(Ego)
“Escape”:
Comportamento agressivo
Álcool/Drogas
Mecanismos de defesa do Ego (contenção das pulsões)
 Habitualmente:
Pressão
(Superego)
Nenhum indivíduo, naturalmente, faz uso de todos os mecanismos de defesa possíveis. Cada pessoa utiliza uma seleção deles, mas estes se fixam em seu ego. Tornam-se modalidades regulares de reação de seu caráter, as quais são repetidas durante toda a vida, sempre que ocorre uma situação semelhante à original 
									Zimerman (2010)
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RECALQUE OU REPRESSÃO 
É considerado o primeiro mecanismo de defesa investigado por Freud, servindo como modelo para a construção de outros mecanismos de defesa mais complexos. 
A palavra em alemão escrita por Freud é Verdrängung. Segundo Hans (1996), a palavra é traduzida por recalque ou repressão. O autor afirma que este termo tem os seguintes significados: empurrar para o lado; desalojar.
De uso quase que exclusivo da psicanálise, define-se recalque como sendo o movimento que o aparelho psíquico promove para despejar da consciência as representações que podem gerar desprazer. 
Recalque 
O recalque mantém-se existente e necessário, pois as fontes pulsionais, uma vez recalcadas, necessitam acessar a consciência e o mundo externo, onde irá encontrar a satisfação. 
Laplache e Pontalis (2001) afirmam que o recalque é um processo que obriga as ideias e as representações pulsionais a permanecerem no inconsciente. Esse funcionamento se estabelece para evitar o desprazer que pode ser gerado pelo retorno deste material, bem como o desequilíbrio psicológico do sujeito. 
Exemplo I
Imagine uma pessoa que tem nojo de batatas, ela comia batatas quando era pequena, mas hoje em dia simplesmente não consegue comer batatas e não sabe o motivo ou quando isso começou. Essa pessoa provavelmente teve alguma vivência envolvendo batatas que foi tão repulsiva para ela naquele momento, que sua mente entendeu que ela não conseguiria lidar com isso e recalcou aquela vivência, fazendo com que ela não se lembre do motivo ou a época em que começou a ter nojo de batatas. Hoje, ela apenas não gosta da batata, mas não sabe a razão, pois a razão foi recalcada graças ao mecanismo de defesa de sua mente que evitou que ela tivesse que lidar com aquele sofrimento.
Exemplo II
Um exemplo comum de recalque seria alguém que rejeita conscientemente sentir raiva em relação a um ente querido, porém, de forma inconsciente, essa raiva é reprimida e acaba se manifestando em forma de sarcasmo ou críticas disfarçadas, sem que a pessoa perceba a verdadeira origem desse comportamento.
RACIONALIZAÇÃO
Racionalização é um mecanismo de defesa pelo qual indivíduos tentam justificar atitudes, pensamentos ou sentimentos irracionalmente motivados através de explicações lógicas, aceitáveis ou racionais, escondendo as verdadeiras razões subjacentes ao comportamento.
 A racionalização pode servir para mitigar a ansiedade, a culpa ou o conflito interno, tornando ações ou sentimentos inaceitáveis mais toleráveis e defendíveis do ponto de vista do ego.
Exemplo: 
Suponha que uma pessoa esteja atrasada para uma reunião importante e, ao invés de admitir para si mesma que perdeu a noção do tempo ou que procrastinou, ela justifica o atraso atribuindo-o ao trânsito pesado inesperado, mesmo que na realidade houvesse caminhos alternativos que ela pudesse ter tomado para evitar o atraso. Aqui, a racionalização serve para defender o ego das consequências negativas da autoavaliação, como a admissão de falta de responsabilidade..
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PROJEÇÃO
O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que a pessoa recusa em reconhecer em si próprio, como sendo seu e portanto, atribui (projeta) ao outro. 
É um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo. 
Alguém que afirma textualmente que “todos nós somos algo desonestos” esta, na realidade, tentando projetar nos demais suas próprias características. Ou dizer que “todos os homens e mulheres querem apenas sexo”, pode refletir sua própria projeção.
	
PROJEÇÃO
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando.
	Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. 
As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o vêem nos outros.
PROJEÇÃO
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando.
	Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. 
As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o vêem nos outros.
PROJEÇÃO
A projeção é um mecanismo de defesa psicológica no qual indivíduos atribuem seus pensamentos, sentimentos ou qualidades indesejados a outra pessoa. Em vez de lidar com esses aspectos internos, a pessoa projeta-os no outro, tornando mais fácil lidar com a ansiedade gerada por esses conteúdos ao atribuí-los a alguém externo.
	O marido infiel, mostra suspeita da fidelidade de sua esposa.
Um exemplo comum de projeção seria alguém que tem dificuldade em lidar com sentimentos de inveja, mas em vez de reconhecer e lidar com essa emoção internamente, projeta-a em outra pessoa acusando-a de ser invejosa. Neste caso, a pessoatransfere seus sentimentos de inveja para o outro, negando sua própria responsabilidade nesses sentimentos.
INTROJEÇÃO
Significa incorporar para dentro de nós mesmos normas, atitudes, modos de agir e pensar que são dos outros e não verdadeiramente nossos. É o oposto da projeção.
Nos estágios iniciais do desenvolvimento tudo o que agrada é introjetado. 
 É o mecanismo responsável por integrar elementos de outro indivíduo a estrutura do Ego;
Introjeção é um mecanismo de defesa identificado pela psicanálise onde um indivíduo internaliza e adota as atitudes, comportamentos ou atributos de outra pessoa ou objeto externo. Este processo é inconsciente e serve para ajudar o indivíduo a lidar com a ansiedade, o conflito ou sentimentos difíceis experimentados em relação ao outro. 
A introjeção pode ser benéfica ao permitir que o indivíduo integre aspectos positivos de outros que respeita ou admira, mas também pode ser mal-adaptativa se levar a uma identificação acrítica ou a internalização de aspectos negativos.
Exemplo: O sujeito acredita que se usar determinada roupa, marca, cigarro, etc se sentirá mais adequado, mais forte, mais sensual, etc. Também apropriam atributos de outras pessoas, imitando-as, inconscientemente.
Exemplo: Uma criança que cresce em um ambiente familiar com pais extremamente críticos pode introjetar essa atitude crítica e tornar-se excessivamente autocrítica. Ela pode, muitas vezes sem se dar conta, incorporar o padrão de crítica que ouviu dos pais e usar a mesma voz crítica para julgar a si mesma e aos outros..
IDENTIFICAÇÃO
Identificação é a capacidade de ocupar lugares e posições psíquicas diferentes. Primeiro há uma identificação para depois se formar uma identidade, que seria encontrar um eu.
Esse mecanismo é a base da constituição da personalidade humana. 
O sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro. Em outras palavras, o indivíduo se identifica com o outro (pessoa ou objeto).
IDENTIFICAÇÃO
Identificação, na psicanálise, refere-se ao processo pelo qual um indivíduo modela seu comportamento, atitudes, crenças e sentimentos de acordo com outra pessoa ou grupo. Esse processo de identificação é fundamental no desenvolvimento da personalidade e na formação das relações interpessoais. Pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente e desempenha um papel importante na formação da identidade do sujeito.
Exemplo: quando um filho cresce e age da mesma maneira opressiva que os pais.
Um exemplo comum de identificação é quando uma criança idolatra um personagem de desenho animado e começa a imitar suas falas, gestos e comportamentos. A criança internaliza aspectos do personagem e os incorpora em seu próprio repertório de comportamentos, identificando-se com ele de forma a construir sua própria identidade e compreensão do mundo.
Deslocamento e Simbolização 
- Na psicanálise, o deslocamento é um mecanismo de defesa utilizado pelo inconsciente para transferir emoções, desejos ou impulsos de uma pessoa ou objeto para outro, geralmente em uma situação menos ameaçadora.
- A simbolização, por sua vez, é o processo de atribuir significados simbólicos a pensamentos, sentimentos ou experiências, permitindo que eles sejam expressos e compreendidos de forma mais complexa.
Deslocamento e Simbolização 
Exemplo:
Uma pessoa que possui raiva reprimida em relação ao chefe, mas não pode expressá-la abertamente, acaba deslocando essa raiva para um colega de trabalho ou até mesmo para um membro da família em situações irrelevantes. Essa transferência de emoções do chefe para outras pessoas é um exemplo de deslocamento na psicanálise.
- Já a simbolização poderia ser exemplificada pelo uso de sonhos: um sonho no qual uma casa em chamas representa sentimentos de raiva reprimida ou uma situação desafiadora na vida de alguém. Nesse caso, a casa em chamas simboliza algo mais profundo e complexo que está sendo expresso de forma simbólica no sonho.
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NEGAÇÃO
É a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram.
É a defesa que se baseia em negar a dor, ou outras sensações de desprazer. É considerado um dos mecanismos de defesa menos eficazes.
NEGAÇÃO
a negação é um mecanismo de defesa no qual a pessoa se recusa a aceitar a realidade ou a verdade de uma situação para se proteger emocionalmente. 
Um exemplo simples de negação seria alguém que, apesar de receber uma notícia ruim sobre sua saúde, se recusa a acreditar nela e age como se tudo estivesse normal.
FREUD explicou que a negação talvez represente compromisso entre a conscientização dos dados que a percepção fornece e a tendência a negar. Quem diz "felizmente, faz tempo que não tenho dor de cabeça", antes que ela comece, está querendo dizer, "sinto que a dor de cabeça está vindo, mas por enquanto ainda posso negá-la".
Sublimação 
A sublimação é um mecanismo de defesa que desempenha um papel vital na transformação de impulsos ou instintos que são percebidos como socialmente inaceitáveis ou perigosos em atividades que são consideradas positivas e socialmente benéficas. Foi um conceito fundamental para Sigmund Freud, que a considerava uma das mais eficazes destinações para as pulsões.
Ao invés de serem reprimidos, os impulsos, principalmente aqueles de natureza sexual ou agressiva, são canalizados para comportamentos produtivos, como arte, ciência ou esportes. Freud via a sublimação como uma força positiva na sociedade, permitindo às pessoas direcionar suas energias de um modo criativo e inofensivo.
Uma pessoa pode ter impulsos agressivos que, se atuados de forma direta, poderiam levar a comportamentos destrutivos ou antiéticos. Ao sublimar esses impulsos, a pessoa poderia escolher participar de esportes competitivos, como o boxe ou o futebol, onde a agressividade pode ser expressa e valorizada dentro de um contexto estruturado e seguro.
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De forma mais criativa, alguém com fortes impulsos sexuais que possam ser considerados problemáticos se expressos livremente, poderia sublimar essa energia na produção de arte, como a pintura ou a escrita, criando obras que talvez explorem temáticas de desejo, paixão e romance de maneiros que são aplaudidas pela sociedade
Clivagem do Ego
A clivagem do ego que consiste numa defesa do ego, em que coexistem dois processos psíquicos de defesa em simultâneo: um voltado para a realidade, o outro negando a realidade em causa e colocando no seu lugar um produto do desejo. Este mecanismo é característico das psicoses.
Surge em situações de conflito interno ou externo, quando uma pessoa experimenta pressões emocionais ou cognitivas que são difíceis de reconciliar, o ego pode se "clivar" para lidar com esse conflito. 
A clivagem do ego permite que a pessoa mantenha pensamentos, sentimentos e atitudes contraditórios ao mesmo tempo, sem a necessidade de enfrentar a tensão resultante da incompatibilidade desses estados.
A clivagem do ego está associada com o comportamento psicótico, quando o indivíduo apresenta, no âmbito do ego, duas personalidades contraditórias e simultâneas parente a realidade.
Exemplo: Poema de Ferreira Gullar
Um exemplo clássico de clivagem do ego pode ser encontrado em casos de dependência. Por exemplo, uma parte do ego de uma pessoa alcoólatra pode reconhecer que o álcool está causando dano à sua saúde e bem-estar, e desejar pararde beber. Ao mesmo tempo, outra parte do ego pode negar a gravidade dos efeitos do álcool, insistindo na ideia de que o consumo está sob controle e que é possível continuar bebendo sem consequências negativas.
Formação reativa é um mecanismo de defesa no qual um indivíduo desenvolve um comportamento ou atitude oposta àquela que realmente sente, como uma forma de lidar com impulsos indesejados ou inaceitáveis. 
Em vez de lidar diretamente com seus desejos ou ansiedades internas, a pessoa reage de maneira exagerada na direção oposta.
Um exemplo comum de formação reativa é quando alguém apresenta um comportamento extremamente cortês e educado em situações em que secretamente sente raiva ou hostilidade em relação à outra pessoa. 
Em vez de expressar sua raiva de maneira direta, a pessoa reage de forma exagerada sendo excessivamente simpática e prestativa.
Conversão 
O conceito de conversão na psicanálise refere-se a um mecanismo de defesa pelo qual o conflito psíquico inconsciente se manifesta como sintomas físicos. 
Em outras palavras, as ansiedades e frustrações internas que não podem ser expressas ou resolvidas no nível consciente são "convertidas" em problemas somáticos, como paralisias, cegueira, surdez ou dores sem uma causa médica orgânica identificável.
A conversão é considerada uma manifestação de um conflito psicológico que se tornou insuportável para o ego e, assim, é descarregado através do corpo.
CONVERSÃO
Exemplo: Uma pessoa que está lidando com um conflito de raiva reprimida ou agressividade não expressa.
 Em vez de reconhecer e expressar essas emoções, a pessoa pode desenvolver uma síndrome de conversão, como uma dor de cabeça crônica ou um distúrbio de movimento (como a incapacidade súbita de usar o braço). 
Estes sintomas funcionam como uma expressão simbólica do conflito emocional subjacente e permitem que a pessoa evite lidar diretamente com emoções ou situações angustiantes.
Ramificações 
ISOLAMENTO
Distanciamento de uma pessoa ou objeto que causa desconforto por algum motivo ou isolar um comportamento ou pensamento interrompendo qualquer ligação.
Exemplo de isolamento: um filho que, após a morte de sua mãe, fala com uma frequente e enorme naturalidade sobre a morte dela.
ANULAÇÃO
Freud diz que é um processo ativo consiste em desfazer o que se fez. O sujeito faz uma coisa que, real ou magicamente, é o contrário daquilo que, na realidade ou na imaginação se fez antes.
Significa ter ações que contestam ou desfazem um dano que o indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos. Fazer o inverso do ato ou do pensamento precedente.
	Exemplo: fazer o sinal da cruz para afastar um pensamento pecaminoso
			FANTASIA
O indivíduo concebe em sua mente uma situação que satisfaz uma necessidade ou desejo, que na vida real não pode por algum motivo ser satisfeito. 
	Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando procurado pela esposa para o sexo, ele fantasia que está tendo relações homo e não hétero durante o ato.
Identificação com o agressor
O indivíduo se torna aquele de quem havia tido medo, ao mesmo tempo, o suprime, o que o tranquiliza. 
Esse mecanismo, descrito por Ferenczi e Ana Freud, pode ir de simples inversão dos papéis (brincar de doutor, de lobo, de fantasma) a uma verdadeira introjeção do objeto perigoso. 
Foraclusão 
Na teoria lacaniana, a foraclusão é um processo psíquico que implica na rejeição completa de um significante fundamental pelo sujeito. Este significante é tão perturbador para a estrutura psíquica do indivíduo que é excluído do simbólico e não pode ser assimilado no inconsciente.
Quando essa rejeição se produz, o signi­ficante é foracluído. Não é integrado no inconsci­ente, como no recalque, e retorna sob forma alucinatória no real do sujeito.
 Denegação
Se refere a um mecanismo de defesa pelo qual o indivíduo confrontado com uma realidade externa dolorosa ou inaceitável a reconhece, mas ao mesmo tempo, a rejeita ou insiste que não é verdadeiramente o que parece ser. Diferente da repressão, onde o conteúdo é completamente removido da consciência, na denegação, o indivíduo pode manter conhecimento consciente do conteúdo, mas nega seu significado ou suas implicações.
No perverso a recusa incide sobre uma parte muito focalizada da realidade, ficando o resto do campo perceptivo intacto.
 Denegação
1. Exemplo clínico**: Uma pessoa pode confessar o amor por outra, mas logo em seguida rir e insistir que "é só uma brincadeira", mesmo que internamente sinta esse amor de maneira intensa. Esta ambivalência entre reconhecer e negar simultaneamente é característica da denegação.
2. Exemplo cotidiano**: Um fumante pode admitir que o cigarro é prejudicial à saúde, mas enfatizar que "apenas um cigarro não faz mal" ou que "ele sabe de pessoas que viveram até os 90 anos fumando", como uma forma de negar o perigo real e iminente do hábito de fumar para a própria saúde.
3. Exemplo ambiental**: Em um contexto de mudanças climáticas, algumas pessoas podem reconhecer a ciência que mostra o aquecimento global, mas ainda assim negam a seriedade do problema, alegando que existem muitas teorias e que uma mudança climática catastrófica é uma "exageração".
Bibliografia
Freud, Sigmund (1916-1917). Conferências Introdutórias de Psicanálise, Conferência XXIII  - Os Caminhos da Formação dos Sintomas. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Vol.XVI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Freud, Sigmund (1916-1917). Conferências Introdutórias de Psicanálise, Conferência XVII - O Sentido dos Sintomas. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Vol.XVI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Freud, Sigmund (1937). Análise Terminável e Interminável. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Bergeret, J. O problema das defesas. In: Bergeret, J. ...[et al.]. Psicopatologia: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Fenichel, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses. São Paulo: Editora Atheneu, 2005
Bergeret, J. A personalidade Normal e Patológica. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ESTRUTURAS CLÍNICAS EM PSICANÁLISE
Prof. Me. Pedro Wilson Ramos da Conceição
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
A estruturar da personalidade corresponde a um estado psíquico constituído pelos elementos psíquicos fundamentais da personalidade, fixados em um conjunto estável e definitivo.
O NORMAL
O normal seria sobretudo um sujeito que traz consigo a quantidade suficiente de fixações conflitivas (linhas de clivagem exteriormente invisíveis) para ser tão “doente” quanto muitas pessoas, mais que não teria encontrado, em seu caminho:
dificuldades internas e externas superiores a seu equipamento afetivo hereditário e adquirido,
O NORMAL
E as suas faculdades defensivas e adaptativas permitiriam um arranjo flexível :
de suas necessidades pulsionais, e
de seus processos primário e secundário
tanto em um plano pessoal como em um plano social e
levando satisfatoriamente em conta a realidade.
O NORMAL
Quando um sujeito (independente da estrutura: não está submetido a provas interiores ou exteriores demasiado fortes, a traumas afetivos, a frustrações ou a conflitos intensos, ele se mantem estável, organizado e não adoece.
O sujeito de estrutura neurótica não poderá desenvolver senão uma neurose, e o sujeito de estrutura psicótica senão uma psicose.
Da mesma maneira, tomados em tratamento a tempo e corretamente cuidados,o primeiro sujeito não poderá se encontrar novamente
saúde	a	não	ser	como	estrutura
de	novo	bem
compensada,
e	o
em	boa neurótica segundo
apenas	como
estrutura
psicótica
novamente compensada.
Localizando 
Para Freud as estruturas formar-se-ão em função da maneira como o sujeito haverá de lidar com a falta da mãe. A condição posterior à frustração é que vai determinar a estrutura. 
“O efeito patogênico depende do ego, numa tensão conflitual desse tipo: permanecer fiel à sua dependência do mundo externo e tentar silenciar o id (NEUROSE), ou se ele se deixar derrotar pelo id e, portanto, ser arrancado da realidade (PSICOSE E PERVERSÃO).”(ZIMERMAN, pag. 288) 
Ou vivo a marca da angústia, do conflito, da dúvida e minhas ações serão determinadas por esta estrutura faltosa (NEUROSE), ou eu não suporto a negativa do mundo externo (QUE ME LEVA A MÃE) e rompo com ele criando a minha própria realidade(PSICOSE). Um outro caminho subjetivo será não admitir a falta da mãe, assumindo o lugar de pleno objeto de amor da mesma(PERVERSÃO) “ A recusa da percepção infantil da castração da mãe” ( FREUD, 1908; FREUD, 1909). Nessa recusa, o sujeito não se submete à lei paterna (simbólica), desafiando-a. Há uma insistência na transgressão que não anula a angústia de castração. 
AS ESTRUTURAS CLÍNICAS
Neurose
A psicanálise estuda, reflete e trabalha as hipóteses diagnósticas a partir de três grupos de estruturas clínicas:
Psicose
Perversão
 Um dos pontos essenciais quando se trata de compreender essas estruturas mentais supracitadas é o seu funcionamento. Cada uma delas possui, segundo Freud, uma mecanismo de defesa específico. Esse mecanismo de defesa nada mais é do que uma forma inconsciente que a mente do indivíduo encontra para lidar com o sofrimento que advém do Complexo de Édipo.
ESTRUTURAS CLÍNICAS EM PSICANÁLISE
Neurose;
Psicose;
Perversões;
*Borderlines.
O Neurótico nunca nega a Realidade.
O conflito neurótico situa-se entre o superego e as pulsões do id e desenrola –se no interior do ego;
A defesa neurótica característica é o recalcamento. Podem surgir outros mecanismos auxiliares ( racionalização, formação reativa, conversão...) conforme as variedades neuróticas mas jamais a negação. 
O principio do prazer ficam mais ou menos submetidos ao principio da realidade.
ESTRUTURA PSICÓTICA 
“Perda do contato com a Realidade”
A estrutura psicótica parte das frustrações muito precoces, de forma que o ego regride para poder se proteger da realidade.
Comportamentos Expressos: Delírio e alucinações, ausência de consciência da realidade. Nos estados crônicos, faltam pré condições mínimas para estabelecer contato com a realidade ; desenvolver vínculos e qualquer função de integração. (GRASSANO, 1996).
ESTRUTURA PSICÓTICA 
“Perda do contato com a Realidade”
 O indivíduo sente-se estranho e inquieto na presença de outras pessoas ou do meio social e costuma apresentar fenômenos psíquicos como delírios e alucinações.
“A psicose enquanto transtorno é uma doença mental caracterizada pela distorção do senso de realidade, uma inadequação e falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade.”
 ESTRUTURA PERVERSA - PERVERSÃO
Na denegação: a recusa em reconhecer um fato, um problema, um sintoma, uma dor.
 Comportamento Expresso: transgredir regras, normas e ações socialmente reprovadas. Reconhece a lei, mas tem prazer em descumpri-la.
A estrutura perversa se divide em dois grandes grupos:
• Sociais: psicopatia, sociopatia.
• Sexuais: exibicionismo, voyeurismo, sadismo, masoquismo, sadomasoquismo, fetichismo e pedofilia.
 ESTRUTURA PERVERSA - PERVERSÃO
Perversão: "O Negativo da Neurose!" Na Psicanálise, a partir de 1896, o termo perversão foi definitivamente adotado como conceito, que assim conservou a ideia de desvio sexual em relação a uma norma. 
Não obstante, nesta nova acepção, o novo conceito é desprovido de qualquer conotação pejorativa ou valorizadora e se inscreve, juntamente com a psicose e a neurose, numa estrutura clínica diagnóstica.
https://www.youtube.com/watch?v=x6optR2yDiI
Para Psicanálise... 
“ Cada um sabe a dor e a delícia de Ser o que é!” 
(Caetano Veloso - Dom de Iludir)
Referências 
Loureiro, Inês. Luzes e Sombras. Freud e o advento da psicanálise. In: Jacó-Vilela, A. M.; Ferreira, A. A. L.; Portugal, F. T. Historia da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2005.
Freud, Sigmund. (1935). Um Estudo Autobiográfico. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas Vol. XX. Rio de Janeiro: Imago editora 1996.
Freud, Sigmund. (1910). A Psicanálise Silvestre. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas: Rio de Janeiro: Imago Editora, 1996.
Obrigado!
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