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Estrutura do relevo
O relevo, ou seja, o conjunto de formas da superfície terrestre, sempre influenciou a vida das pessoas em diversos aspectos, como na escolha do melhor caminho a seguir, no posicionamento de tropas para visualizar o inimigo, no estabelecimento de moradias, indústrias, portos, aeroportos, entre outros.
Todas as formas da superfície da Terra são moldadas por três fatores essenciais: a estrutura geológica, os processos naturais envolvidos e o tempo de atuação dessas forças.
A estrutura do relevo (morfoestrutura) tem relação direta com as forças internas (endógenas) da Terra, especialmente os movimentos das placas tectônicas. Já a forma (morfoescultura) leva em conta também os processos ligados às forças externas (exógenas), como a ação das águas dos rios, os ventos, a temperatura, as geleiras, os seres humanos etc.
As formas da superfície terrestre estão associadas a três grandes estruturas geológicas resultantes dos processos tectônicos ocorridos no interior do planeta. Observe a distribuição dessas estruturas no mapa:
Escudos cristalinos são as estruturas mais antigas da superfície terrestre. Surgiram em decorrência do resfriamento do planeta. Também são chamados de crátons, plataformas ou maciços antigos. Apresentam relativa estabilidade tectônica e são áreas muito desgastadas pela ação de forças externas. Nessas estruturas, predominam as rochas magmáticas ou cristalinas e minerais metálicos e não metálicos. No Brasil, essas estruturas ocupam cerca de 36% do território nacional.
Dobramentos modernos, também chamados de cadeias ou cinturões orogenéticos, constituem estruturas recentes (formadas na Era Cenozóica, há 70 milhões de anos), se comparadas à história geológica do planeta. São áreas de grande instabilidade tectônica, sujeitas a vulcanismos e terremotos. Suas rochas são bastante dobradas e fraturadas e podem apresentar minerais metálicos e não metálicos. O território brasileiro, por estar distante das áreas de colisão de placas responsáveis pela formação dessas estruturas, não apresenta dobramentos modernos, vulcões ativos e terremotos de grande intensidade.
Bacias sedimentares, predominantemente constituídas por rochas sedimentares, datam das eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica (cerca de 600 milhões de anos) e são áreas de formação de recursos energéticos como o carvão (350 milhões de anos) e o petróleo (150 milhões de anos). No Brasil, ocupam cerca de 64% do território.
Formas de relevo e altitudes
As formas da superfície terrestre ocorrem nas terras emersas (continentes e ilhas) e nas terras imersas (fundo dos oceanos).
As montanhas são as formas de relevo de maior altitude que existem na superfície terrestre. Um conjunto de montanhas forma uma cordilheira. Essas formas de relevo encontram-se associadas aos dobramentos modernos. Entre elas, destacam-se a Cordilheira do Himalaia (Ásia), a Cordilheira dos Andes (América do Sul) e os Alpes (sul da Europa).
Os planaltos são superfícies irregulares bastante desgastadas pela ação de agentes externos. Com o desgaste, os sedimentos são depositados nas áreas próximas e mais baixas, que podem ser planícies ou depressões. Os planaltos podem ser formados por:
· Chapadas: formas com quedas acentuadas, lembrando um paredão (escarpa), e topo plano;
· Morros: elevações de forma arredondada;
· Serras: nome genérico para se referir a superfícies com desníveis acentuados, como as cuestas e as escarpas de planaltos.
As depressões são superfícies desgastadas por longos processos de erosão. Suas formas se apresentam planas ou levemente onduladas. As depressões têm altitudes mais baixas que os terrenos em seu entorno, localizando-se, então, entre superfícies mais elevadas, como os planaltos.
As planícies são terrenos pouco acidentados, isto é, mais ou menos planos, sem desníveis acentuados, formados pela deposição de grande quantidade de sedimentos que vêm de rios, mares e lagos. As planícies podem ser classificadas em:
· Costeiras ou marinhas (próximas a oceanos e mares);
· Aluviais ou fluviais (próximas a rios);
· Lacustres (próximas a lagos).
As planícies aluviais ou fluviais também são conhecidas como planícies alagáveis, pois são áreas sujeitas a alagamentos periódicos em razão da alteração no nível dos rios.
Planaltos, depressões e planícies são mais comuns em áreas de escudos cristalinos e bacias sedimentares.
Forças externas modificam o relevo
As forças ou agentes externos do relevo atuam principalmente sobre as formas presentes nas terras emersas, transformando-as. As principais ações desses agentes (chuvas, rios, mares, ventos, geleiras e seres humanos) causam o intemperismo e a erosão.
O intemperismo consiste no desgaste e na desagregação das rochas, provocando, a longo prazo, sua decomposição.
A erosão é o processo de remoção, transporte e sedimentação ou deposição do material intemperizado (que sofre intemperismo). A erosão pode acontecer de forma lenta ou acelerada, decorrente, por exemplo, de alterações promovidas pelo ser humano, como a retirada da cobertura vegetal, resultando na remoção de grande quantidade de material superficial.
Tipos de intemperismo e de erosão
Rochas com diferentes composições e expostas em um mesmo local e época podem apresentar diferentes graus de alteração. Isso acontece porque algumas delas são mais resistentes à ação dos agentes externos do que outras. Em geral, quanto maior o tempo de exposição de uma rocha, mais intenso é o intemperismo sofrido.
Tipos de intemperismo:
· Físico: ocorre quando a rocha se fragmenta por processos físicos, sem alteração química. Pode ser provocado por variações de temperatura, ação dos ventos, rios, geleiras e congelamento da água nas fissuras das rochas.
· Químico: acontece quando minerais das rochas são alterados ou dissolvidos por reações químicas, principalmente com a água e o ar. Climas quentes e úmidos favorecem esse processo.
· Biológico: ocorre com a participação de organismos vivos, como raízes de plantas, que contribuem para a fragmentação das rochas.
Tipos de erosão:
· Erosão pluvial: causada pelas chuvas. Pode formar:
· Sulcos (rasos, até 0,5 m);
· Ravinas (mais profundas e largas);
· Voçorocas (grandes crateras).
· Erosão fluvial: provocada pelas águas dos rios, que transportam sedimentos ao longo do curso (superior, médio e inferior).
· Erosão marítima: ocorre na costa, provocada pelas ondas, marés e correntes marítimas. Pode formar falésias, praias e causar destruição de habitats.
· Erosão eólica: causada pelo vento, especialmente em áreas áridas. Atua por:
· Deflação (remoção de partículas e formação de oásis);
· Corrosão (impacto de partículas que desgastam as rochas).
Responda:
1. Explique a diferença entre morfoestrutura e morfoescultura. Como esses conceitos se relacionam com as forças endógenas e exógenas?
2. Por que o Brasil não apresenta dobramentos modernos nem vulcões ativos? Relacione sua resposta com a posição geográfica do país.
3. Compare os escudos cristalinos e as bacias sedimentares em termos de origem, composição e importância econômica para o Brasil.
4. Descreva como a ação humana pode acelerar o processo de erosão. Cite um exemplo prático.
5. Quais são as principais formas de relevo e como elas se relacionam com os processos de intemperismo e erosão? Dê exemplos.
Perguntas Objetivas (Múltipla Escolha)
1. As montanhas estão associadas principalmente a:
a) Bacias sedimentares
 b) Escudos cristalinos
 c) Dobramentos modernos
 d) Depressões absolutas
2. Qual das alternativas abaixo caracteriza corretamente os escudos cristalinos?
a) Estruturas recentes e instáveis com muitos vulcões
 b) Formações antigas e estáveis com grande presença de rochas cristalinas
 c) Áreas de deposição sedimentar com petróleo
 d) Superfícies planas formadas por atividade glacial
3. A erosão pluvial é causada principalmente por:
a) Ventos
 b) Chuvas
 c) Marés
 d) Geleiras

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