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Epidemiologia clínica e saúde baseada
em evidências
Epidemiologia clínica e a saúde baseada em evidências como campo de conhecimento de estratégias em
saúde das populações.
Prof. Wagner Decotte Viana
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender o conceito e a origem da Epidemiologia e quais são os métodos e as medidas utilizados para a
elaboração e o desenvolvimento de estudos epidemiológicos.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos um dicionário, para entender termos específicos da área, ou um
computador com acesso à internet, para consultar dicionários online.
Objetivos
Descrever o conceito de Epidemiologia e as principais medidas e os métodos aplicados na condução
de estudos epidemiológicos.
Descrever as principais medidas de associação utilizadas nos estudos epidemiológicos, os princípios e
as etapas do estudo clínico randomizado e os conceitos de revisão sistemática e metanálise.
Introdução
Neste tema, aprenderemos o conceito de Epidemiologia e suas implicações na adoção de medidas em saúde
pública por governos e instituições de diferentes locais para promover melhorias nas condições de saúde da
população através da identificação das principais medidas e dos métodos aplicados na condução de estudos
epidemiológicos, por meio da definição de prevalência e incidência.
 
Vamos identificar os principais indicadores em saúde, medidos através de índices de mortalidade geral e
específica, responsáveis por direcionar políticas de saúde pública, além de apresentar quais são os diferentes
tipos de estudos epidemiológicos.
 
Além disso, identificaremos as principais medidas de associação – tais como risco relativo, risco atribuído,
redução do risco relativo, razão de chances ou odds ratio e número necessário para tratar e número
necessário para causar dano – que podem ser utilizadas na interpretação dos achados dos resultados dos
diferentes estudos epidemiológicos, como também as vantagens e desvantagens que podem ocorrer no
desenvolvimento desses estudos.
• 
• 
1. A Epidemiologia e as principais medidas e os métodos
O conceito de Epidemiologia e sua importância para o
processo de saúde e doença da população
O que é Epidemiologia?
Epidemiologia pode ser entendida como a ciência da área da saúde que está envolvida diretamente com o
estudo dos processos de saúde e doença nas diferentes populações. Por meio dela, é possível entender como
os fatores que determinam as doenças podem ser estudados nessas populações. Além disso, conseguimos
prever como esses fatores podem resultar em danos e eventos adversos à saúde coletiva dessas populações.
Relacionados a eventos adversos, tais fatores serão utilizados como base para que entidades responsáveis
proponham ações de controle, prevenção e/ou erradicação de doenças, além de fornecer indicadores para
traçar o planejamento, gerenciamento e a avaliação das ações e atividades em saúde.
Populações
Considere como população o grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem em determinada região,
em um espaço de tempo. Portanto, em estudos epidemiológicos, é possível abordar a população de um
país, estado, município ou qualquer outro tipo de localidade.
A Epidemiologia está pautada no entendimento de que os eventos relacionados à saúde (como doenças, seus
determinantes e o uso de serviços de saúde) não se distribuem ao acaso entre as pessoas.
 
Agora que já sabemos o que é Epidemiologia, vamos conhecer as medidas e os métodos utilizados nesta área
que são ferramentas usadas para o desenvolvimento de estratégias em saúde.
Diagnóstico em saúde da população
Basicamente, o diagnóstico em saúde da população pode ser compreendido como a extração, coleta de
dados, definida por uma metodologia específica, a partir da população que se deseja estudar, e isso inclui
todas as características de interesse dessa população: econômicas, socioculturais e ambientais. Essas
características ajudarão a compor o diagnóstico em saúde para identificar o perfil dessa população.
 
Por meio do diagnóstico em saúde, poderemos definir um planejamento, a fim de propor as ações em saúde,
com a finalidade de diminuir os problemas identificados e permitir a formulação de hipóteses que estejam
diretamente relacionadas aos fatores envolvidos com a geração e manutenção de um estado epidemiológico.
Essas hipóteses serão testadas; consequentemente, compreender o diagnóstico da situação de saúde é o
primeiro passo para entendermos quais problemas afetam mais determinada população.
Por exemplo, um estudante inicia um programa de estágio obrigatório para a faculdade em uma Unidade
Básica de Saúde (UBS). Nesse estágio, ele desenvolve atividades de farmácia clínica com um dos
farmacêuticos da unidade em um grupo de pacientes diabéticos. Durante a avaliação dos pacientes, é
verificado que todos utilizam metformina – um hipoglicemiante oral – e apresentam glicose mais elevada do
que os pacientes que fazem uso de insulina regular (outro tipo de hipoglicemiante, mas de uso injetável).
 
À medida que os dias passam, o estagiário se pergunta por que somente os pacientes que fazem uso de
metformina apresentam níveis de glicemia mais alta, depois de verificá-la na avaliação farmacêutica. Então,
junto ao farmacêutico, ele elabora um questionário para verificar alguns dados desses pacientes, tais como:
idade, peso, grau de escolaridade, hábitos alimentares, prática de atividades físicas, horário em que tomam o
medicamento, entre outras perguntas que podem constar no questionário que eles desenvolveram.
 
Após analisar os dados, eles verificam que os pacientes mais idosos, por exemplo, com primeiro grau
incompleto, apresentaram piores controles da glicose sanguínea. Também verificaram que a maioria dos
pacientes, em qualquer faixa etária, tomavam a metformina em horário errado (antes da alimentação; pelo
mecanismo de ação do fármaco, ele deve ser ingerido após as refeições, como café, almoço e jantar).
 
Após essas descobertas, preparam um material informativo para orientar esses pacientes sobre a correta
utilização do medicamento. Além disso, elaboram uma oficina para essa população, a fim de informar sobre a
diabetes, o que é a doença, como ela se manifesta e a importância de adesão correta ao tratamento, além de
alimentação saudável e prática de exercícios.
 
Com o tempo, o estagiário verificou que, após a oficina e a distribuição do material informativo, esses
pacientes passaram a apresentar melhores níveis de glicose sanguínea. Ou seja, após o diagnóstico em saúde
dessa população de diabéticos atendidos na UBS, que utilizam metformina, as ações propostas puderam
melhorar o processo de saúde e doença dessa população estudada.
Atenção
É importante termos em mente que indivíduos mais vulneráveis a algum tipo de doença também são
conhecidos como uma população em risco. Esse grupo pode ser analisado a partir de diferentes
variáveis, tais como: demográficas, ambientais e geográficas. Um exemplo é o estudo desenvolvido na
UBS entre o estagiário e o farmacêutico em pacientes diabéticos que utilizavam metformina e
apresentavam pior controle da glicose sanguínea e enfrentavam maior risco para desenvolvimento de
complicações relacionadas ao diabetes. 
Medidas de frequência aplicadas em Epidemiologia:
diferença entre prevalência e incidência
As medidas de frequências de doenças
utilizadas em Epidemiologia têm como principal
finalidade mensurar e caracterizar a ocorrência
de doenças em determinado grupo
populacional, que pode estar inserido no
mesmo ambiente geográfico ou não.
 
Para que possamos entender como se calcula a
frequência com que as doenças ou os
problemas podem acometer a saúde de
determinada população, utilizamos duas
medidas de frequência, a incidência e a
prevalência. Esses dois conceitos são fundamentais em Epidemiologia. 
 
Vamos entender a diferença entre essas suas medidas de frequência?
Incidência
A incidência estipula a frequência com que surgem novos casos de determinada doença ou até mesmo
determinado problema de saúde que surge em alguma populaçãoem um período definido. A incidência pode
ser observada em uma população cujo risco de adoecer é iminente, quando do início da observação desse
grupo.
Como podemos entender os novos casos incidentes para medir a frequência nessa
população?
Chave de resposta
Os novos casos, ou seja, os casos incidentes da população em estudo, podem ser compreendidos como
aqueles indivíduos que, no início da observação, não estavam doentes; entretanto, mesmo não estando
doentes, eram caracterizados como uma população vulnerável e susceptível, que ficaram doentes durante
o período de análise.
A incidência (I) pode ser calculada a partir da contabilização da ocorrência de determinado evento, ou agravo,
na população observada, em um período estipulado. Essa contagem representará a quantidade (número) de
casos incidentes para essa população.
Teoria na Prática
Vamos supor que, na UBS de saúde na qual você trabalha, foi verificado que usuários de metformina
apresentavam maiores níveis de glicose no sangue, e você e sua equipe resolveram investigar quantos, além
de diabéticos, também eram hipertensos e utilizavam o anti-hipertensivo Captopril. Esses pacientes passaram
a apresentar tosse seca após a utilização do anti-hipertensivo, e vocês identificaram que 280 pacientes
apresentaram tosse seca após iniciar tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS), de um total de 350
pacientes. Sabe-se que essa UBS acompanha um total de 5 mil pacientes. Logo, qual a incidência de
pacientes acompanhados pela UBS que utilizam Captopril e apresentaram tosse seca?
Chave de resposta
Taxa incidência (pacientes com tosse seca e fazendo uso de Captopril):
Ou seja: 5,6 casos/100 pacientes da UBS que usam Captopril apresentaram tosse seca (ou 56 casos/1000
pacientes da UBS que usam Captopril apresentam tosse seca).
Prevalência
Ao contrário da incidência, a prevalência é uma medida de frequência compreendida como a frequência de
casos que já existem de determinada doença em uma população específica que está sendo avaliada. Essa
análise se dá em determinado momento, ou seja, a prevalência é compreendida como a soma dos casos que
já existiam (os casos antigos) mais os casos novos (casos incidentes) na população em estudo em
determinado período. A prevalência depende da incidência.
 
A prevalência (P) pode ser calculada utilizando-se a seguinte expressão matemática:
Conhecer a prevalência de determinada doença ou de algum evento adverso relacionado à saúde em uma
população pode ser útil para aplicar ações e estratégias em diferentes serviços de saúde, além de permitir a
identificação da necessidade de recursos humanos e estratégias para ações relacionadas a medidas para fins
terapêuticos e diagnósticos, que são revertidos em benefício para essa população vulnerável. Vale destacar
que um dos maiores benefícios em se medir a prevalência de determinada doença ou evento adverso
 
 
relacionado à saúde refere-se ao fato de ela ser uma medida de frequência mais adequada para doenças
crônicas ou de longa duração.
 
A medida da prevalência e da incidência está relacionada à mensuração (contagem) de casos em uma
população vulnerável.
Teoria na Prática
Na UBS em que você verificou que pacientes diabéticos e hipertensos apresentavam tosse seca com
Captopril, qual a prevalência de pacientes portadores de HAS que utilizam Captopril?
Chave de resposta
A Prevalência é:
Esse resultado indica que 7 de cada 100 pacientes da UBS apresentam HAS e utilizam Captopril.
Ou seja, 7% dos 5000 pacientes que são acompanhadas pela UBS apresentam HAS e se tratam com
Captopril, independentemente de apresentarem ou não tosse seca com o uso do medicamento. A
prevalência de HAS nessa população é de 7%.
Agora que tivemos uma noção dessas duas medidas de frequência utilizadas em Epidemiologia, vamos
conhecer os indicadores de saúde que são aplicados e utilizados nesta área.
Indicadores em saúde utilizados em Epidemiologia
Os indicadores de saúde são utilizados para avaliar, sob o ponto de vista epidemiológico, as condições de
saúde humana e fornecer subsídios para o planejamento em saúde. Assim, podemos compreender o
comportamento sanitário de determinada população, além das possíveis flutuações desse comportamento
epidemiológico. 
 
Eles podem ser classificados como:
 
Positivos
Quando o indicador em saúde está relacionado
à expectativa de vida de determinada
população.
Negativos
Nesse caso, o indicador reflete a mortalidade,
medida por meio de taxas, dessa mesma
população.
Os indicadores em saúde também podem ser classificados em gerais e específicos (sexo, idade e causa –
como causa, devemos entender agravos à saúde, doença ou morte), ou quaisquer outras variáveis de
interesse.
Identificação e aplicação dos indicadores em saúde
Indicadores de mortalidade
A medida de mortalidade é uma das medidas em saúde mais utilizadas em diferentes países, e permite avaliar
a saúde coletiva de determinada população.
Mortalidade geral e específica
Taxa de Mortalidade Geral (TMG)
O indicador de mortalidade mais amplo é a taxa de mortalidade geral. A expressão matemática a seguir serve
para calcular a TMG:
É importante sinalizar que a TMG reflete a população de determinado espaço geográfico (um país, por
exemplo) como um todo, e não somente o número total de óbitos dessa mesma população.
Taxa de Mortalidade Específica (TME)
A taxa de mortalidade específica (TME) é um indicador em saúde que mede o risco de óbito de parte de
determinada população. As principais TME utilizadas, em termos epidemiológicos, são: TME por faixa etária,
TME por causa do óbito e TME por gênero (masculino ou feminino).
 
É importante sinalizarmos que o TME por faixa etária serve para nos trazer as informações sobre as condições
gerais de vida da população analisada. Ela reflete também a qualidade e o nível dos serviços de saúde
oferecidos, além do grau de desenvolvimento dessa população. Essas características podem ser medidas pela
Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) e refletem o grau de desenvolvimento humano de determinada população.
A TMI pode ser calculada pela fórmula a seguir.
Principais desenhos de estudos em Epidemiologia
Quando resolvemos desenvolver alguma investigação epidemiológica, devemos ter muito bem definido o que
queremos resolver com a investigação. Para isso, precisamos desenvolver o melhor método a fim de que a
nossa pergunta (o que estamos propondo investigar) seja respondida.
Atenção
Os estudos epidemiológicos podem ser compreendidos como a melhor metodologia a ser aplicada para
respondermos à pergunta de determinada investigação em certa população. Eles podem ser divididos
em dois tipos principais: os estudos epidemiológicos experimentais e os estudos observacionais. Nos
estudos experimentais, o investigador promove alguma intervenção para chegar aos resultados
desejados. 
Quando falamos dos estudos observacionais, devemos ter em mente que, nesses estudos, não há intervenção
do investigador. Eles são classificados em dois tipos: estudos descritivos e analíticos.
 
 
 
 
 
Tipos de estudos
epidemiológicos Compreendem Vantagens Desvantagens
Estudos
descritivos
Estudos
ecológicos (ou de
correlação)
Unidade de estudo é o
grupo, e não o
indivíduo
Fácil realização
Permitem gerar uma
ou mais hipóteses
Dependente de bons
sistemas de informação
(dados estatísticos)
A interpretação dos
dados pode ser difícil
 
Relatos de casos
ou série de casos
Permitem gerar
hipóteses
Colaboram para o
delineamento de
casos clínicos
Podem levar a
conclusões
equivocadas
Avaliam acontecimentos
passados
(retrospectivos)
Não possuem grupos
de comparação
 
Estudos
transversais (ou
seccionais ou de
prevalência)
Permitem gerar
hipóteses
Possuem fácil
desenvolvimento
econômico
Muito úteis em saúde
pública
Permitem avaliar e
planejar programas de
controle de doenças
Não são úteis na
identificação de
doenças raras
Dificuldade de
identificarmos a
sequência temporal da
exposição de interesse
em relação ao efeito
Analíticos: podem
ser observacionaisou experimentais
 
Estudos descritivos 
Nos estudos descritivos, o investigador
apenas descreverá um fenômeno, um evento
adverso observado, a frequência de
determinada doença, ou qualquer outro fator
(variável) de interesse definido nos objetivos
do estudo.
Estudos analíticos 
No caso dos
estudos
analíticos, o
investigador
intervém,
propositalmente,
na variável de
interesse,
naquilo que se
prontifica a
investigar. 
 O
investigador
aplica uma
mudança na
evolução de
determinada
doença,
agravo ou
evento
adverso,
para mudar
o curso da
variável
analisada
(uma
doença, por
exemplo). 
 Os principais
tipos de estudos
experimentais
são: ensaios
clínicos
randomizados,
ensaios de
campo e ensaios
comunitários. Na
Tabela 1,
encontra-se
uma
classificação dos
estudos
epidemiológicos.
Tipos de estudos
epidemiológicos Compreendem Vantagens Desvantagens
Observacionais
Estudos de
coorte
(longitudinais ou
de incidência)
Permitem o cálculo
direto de taxas de
incidência e medidas
de associação (risco
relativo)
Podem ser mais bem
planejados, já que são
estudos longitudinais
Menor probabilidade
de conclusões falsas
ou inexatas
Custo elevado
Longa duração
(longitudinais)
Dificuldade em manter a
uniformidade do
trabalho (metodologia
do estudo)
 
Estudos de caso
e controle
Permitem identificar
fatores de risco para
doenças raras
Baixo custo
Curta duração
Permite analisar vários
preditores
simultaneamente
Dificuldade para a
seleção de controles
Podem gerar vieses e
fatores de confusão
Não permitem calcular a
incidência de expostos
(casos) e não expostos
(controles) a
determinada doença ou
fator de risco
Experimentais Ensaios clínicos
Ideais para avaliação
de intervenções
terapêuticas
Custos elevados;
demorados
Por questões éticas,
podem ser impossíveis
de serem realizados
Tabela 1 - Tipo de estudos epidemiológicos
Fonte: Adaptado de Bonita et al. (2010).
Epidemiologia observacional: estudos descritivos
Estudos ecológicos (estudos de correlação)
Esse tipo de estudo serve para descrever diferenças encontradas entre populações no tempo e no espaço.
Eles servem para comparar a ocorrência de determinado tipo de doença entre esses grupos (populações).
Exemplo
Por exemplo, eles podem comparar a prevalência de infarto agudo do miocárdio e quais os
determinantes de saúde e doença entre as populações de dois países. É importante sinalizar que esse
tipo de estudo permite a formulação de diferentes hipóteses, abrindo a possibilidade para novas
investigações epidemiológicas. 
Mesmo com uma aplicação metodologicamente fácil, os resultados podem ser de difícil interpretação, pois,
talvez, seja complicado encontrar explicações plausíveis para os resultados obtidos com o estudo.
Relatos de casos ou série de casos
Os estudos epidemiológicos observacionais descritivos do tipo relato de casos ou série de casos são bem
úteis, pois fornecem, por exemplo, descrições pormenores de um evento clínico raro. Por meio dos relatos de
casos, podemos descrever uma doença ou um evento incomum em determinado grupo de pacientes. Esses
estudos permitem também a formulação de hipóteses, o que pode contribuir para a geração de novos estudos
epidemiológicos a partir de um evento (raro) descrito nesses estudos.
Estudos transversais (seccionais ou de prevalência)
Outro tipo de estudo epidemiológico é o estudo transversal, também conhecido como estudos seccionais ou
de prevalência. Esses estudos têm por objetivo medir, aferir, a prevalência de determinada doença. Nesse tipo
de estudo, as medidas sob investigação são calculadas simultaneamente, e isso inclui medir, ao mesmo
tempo, a exposição e o efeito (a doença). Com essa característica de análises simultâneas entre exposição e
doença, as associações encontradas podem ser de difícil avaliação e conclusão.
 
Esses estudos caracterizam-se por não exigirem grandes recursos financeiros por parte do investigador (ou
da instituição) para serem realizados. Além disso, são fáceis de serem desenvolvidos (conduzidos) e
pretendem investigar exposições individuais na população investigada. Os resultados e as conclusões obtidos
são úteis e importantes para identificar, avaliar e aplicar as necessidades em saúde do grupo investigado no
estudo.
Atenção
É importante observarmos que, nos estudos transversais, a unidade de estudo é o indivíduo, e a
mensuração da exposição e do desfecho é efetuada em um único ponto no tempo ou no decorrer de um
curto intervalo de tempo. Esses estudos, quando efetuados em população bem definida, permitem a
obtenção de medidas de prevalência. 
Estudos observacionais
Esse tipo de estudos epidemiológicos pode ser classificado como analítico ou experimental. Nele, não há
intervenção do investigador; a natureza segue o curso. O investigador analisará os dados de um experimento
natural, após aplicação de uma metodologia epidemiológica. Esses estudos podem ser classificados como:
estudos de coorte e os de caso-controle.
 
Os estudos observacionais têm como finalidade investigar as relações causais entre determinada exposição
(aqui, compreendido como fator de risco) e o desfecho dessa exposição, ou seja, a doença.
Estudos de coorte (ou longitudinais ou de incidência)
Estudos de coorte caracterizam-se por serem longitudinais (exigem um período longo de acompanhamento).
Diferentemente dos estudos descritivos, nos estudos de coorte, o que se analisa é o indivíduo, e não um
grupo populacional.
 
Como se forma, monta, a coorte (grupo de pacientes) para a realização do estudo? O investigador forma
grupos com pessoas sadias (sem a doença sob investigação). Esses grupos serão subdivididos em grupo
exposto e grupo não exposto. Nesse caso, a exposição está relacionada a um fator que tenha relação com a
ocorrência da doença que está sendo investigada.
 
A coorte é acompanhada durante todo o período de desenvolvimento do estudo para verificar o surgimento
de novos casos da doença investigada. Para isso, todas as variáveis devem ser muito bem definidas e
medidas no estudo epidemiológico. Com esse tipo de estudo, o investigador pretende estabelecer se a
ocorrência de uma doença difere entre os grupos (exposto e não exposto), ou seja, o investigador busca
responder se a exposição (fator de risco) tem relação com o desfecho que está sendo investigado (a doença
apurada). Estabelecer essas relações entre exposição e desfecho permite a formulação de novas hipóteses,
produzindo medidas de associação diretas, através da análise do risco relativo. A Figura 1 representa o
desenho de um estudo do tipo coorte.
Figura 1: Delineamento de um estudo de coorte.
Estudos de caso e controle
Estudos de caso e controle têm como objetivo investigar a causa de doenças, incluindo aquelas que são raras.
Nos estudos de caso e controle, os indivíduos com a doença em investigação são definidos como casos. O
grupo controle, no estudo, será composto por indivíduos que não apresentam a doença. Uma provável causa
para a ocorrência de determinada doença é comparada entre esses dois grupos: doentes (casos) e não
doentes (controles).
 
Trata-se de estudos longitudinais, observacionais, em que são analisados indivíduos, e não grupos
populacionais. A seleção dos controles deve ser criteriosa e muito bem definida no estudo, visto que eles
devem apresentar o máximo de semelhança com os indivíduos definidos como casos.
 
Esses estudos são importantes, pois trazem estimativas relacionadas ao risco relativo de desenvolver
determinada doença, o qual é medido através da razão de chances (ou razão de odds ou odds ratio – OR).
 
Entre as vantagens desses estudos, pode ser destacada a fácil execução, pois não exige grande período de
tempo nem grandes recursos financeiros para serem executados. As maiores dificuldades para o
desenvolvimento de estudos de tipo caso e controle advêm da seleção dos controles e da impossibilidade de
se calcular o risco relativo entre expostos e não expostos. A Figura 2 representa a esquematização desse tipo
de estudo.
Figura 2:Delineamento de um estudo dotipo caso e controle 
Estudos epidemiológicos analíticos experimentais: ensaios
clínicos
Nos estudos experimentais, o investigador muda, propositalmente, uma variável. Esses estudos também são
conhecidos como estudos de intervenção ou da intervenção aplicada para o desenvolvimento do estudo. Os
resultados obtidos terão por finalidade comparar os grupos: experimental (que recebeu ou sofreu a
intervenção) e o grupo controle (não sofreu nem recebeu a intervenção sob investigação).
 
Esses estudos incluem: ensaios clínicos randomizados, os ensaios de campo e as intervenções comunitárias.
 
O objetivo de um ensaio clínico randomizado é identificar os efeitos da intervenção aplicada pelo investigador
e a evolução da população do estudo em resposta a essa intervenção. A seleção dos indivíduos ocorre de
forma aleatória para ambos os grupos (intervenção e controle). No final, os resultados são obtidos
comparando os desfechos entre os grupos intervenção e controle, para verificar se a intervenção aplicada
oferece benefícios terapêuticos.
 
Para garantir a maior semelhança entre o grupo intervenção e o grupo controle, os pacientes são alocados
aleatoriamente, ou seja, ao acaso. Essa alocação é feita com auxílio de programas de computador, que
distribuirão os pacientes para estarem ou não no grupo intervenção.
Figura 3: Desenho de um ensaio clínico randomizado
Medidas de frequência em Epidemiologia e tipos de estudos
epidemiológicos 
Vantagens 
Ideal para avaliação de intervenções
terapêuticas, redução de conclusões
equivocadas com o desenvolvimento do
estudo (os chamados vieses), pode dar
origem a uma nova ferramenta (terapêutica,
farmacológica, melhoria de um tratamento) e
melhor evidência científica para determinada
intervenção.
Desvantagens 
Entre as desvantagens, os ensaios
clínicos podem ser caros de serem
executados, além de demorados. Por
questões éticas, às vezes, são
impossíveis de serem realizados, por
envolverem casos raros ou exigirem
longo período de acompanhamento. A
Figura 3 demonstra esquematicamente
como deve ser o desenho de um estudo
do tipo ensaio clínico.
O vídeo a seguir abordará, com base em estudos de caso, cálculos de medidas de frequência e os tipos de
estudos epidemiológicos.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Analise a notícia a seguir:
 
Em setembro de 2020, os veículos de imprensa noticiaram que o Brasil registrou 17.526 novos casos de
infecção pelo novo coronavírus.
 
O conceito utilizado na Epidemiologia para referir esses novos casos registrados nas 24 horas é:
A
Indicadores em saúde.
B
Incidência.
C
Relato de caso.
D
Prevalência.
A alternativa B está correta.
A incidência refere-se à caracterização de novos casos de determinada doença que ocorre em uma
população, servindo para estimar o perfil de evolução de certa doença.
Questão 2
Foi publicado em uma revista científica um estudo prospectivo em que a dexametasona foi capaz de reduzir a
mortalidade e o tempo de ventilação mecânica em pacientes graves internados em Unidades de Terapia
Intensiva. Os pacientes foram alocados para receber um tratamento padrão com ceftriaxona e azitromicina e
foram comparados com o grupo de intervenção (pacientes que receberam ceftrixona + azitromicina +
dexametasona).
 
O tipo de estudo epidemiológico desenvolvido foi:
A
Estudo de caso e controle.
B
Estudo de coorte.
C
Ensaio clínico randomizado.
D
Estudo longitudinal.
A alternativa C está correta.
Trata-se de um ensaio clínico randomizado, em que os pesquisadores realizaram intervenções intencionais
para avaliar os possíveis benefícios em um estudo prospectivo. A intervenção intencional foi a introdução
de dexametasona no tratamento e a comparação entre os grupos.
2. As principais medidas de associação
Medidas de associação em estudos epidemiológicos
A pesquisa epidemiológica tem por finalidade reconhecer quais são as relações causais entre uma exposição
e o desfecho da investigação.
 
Entre as principais medidas de associação nos estudos epidemiológicos, podemos destacar: risco relativo (ou
razão de risco – RR), razão de chances (RC), risco atribuível (RA), redução de risco relativa (RRR), número
necessário para tratar (NNT) e número necessário para causar efeito colateral (NNEC).
Risco relativo ou razão de risco (RR)
O risco relativo, ou a razão de risco, é muito utilizado em Epidemiologia, principalmente nos estudos do tipo
coorte.
 
O risco relativo pretende responder, no desenvolvimento do estudo, como o risco de desenvolver determinada
doença (que está sendo investigada no estudo) aumenta para os indivíduos que são expostos, quando
comparados com os indivíduos que não foram expostos. Para calcular o RR, é importante elaborarmos uma
tabela de contingência, também conhecida como tabela 2 x 2 (Figura 4):
Figura 4: Esquema aplicado em estudos de coorte para cálculo do risco relativo 
Tabela de contingência 2x2
 Doentes (D) Não doentes (Nd) Total
Expostos (E) a b a + b
Não expostos (Ne) c d c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
O que cada “letra” na tabela de contingência significa?
Chave de resposta
D – Indivíduos doentes; Nd – indivíduos não doentes; E – Indivíduos expostos; Ne – Indivíduos não
expostos; a: doentes expostos; b: doentes não expostos; a + b: todos os expostos; c: doentes não
expostos; d: não doentes e não expostos; c + d: não expostos; a + c: doentes; b + d: não doentes.
Como devemos interpretar o RR?
Onde:
 
RR > 1: a exposição é um fator de risco.
 
RR 1). O que isso representa?Um RR de 1,8
significa dizer que os indivíduos expostos têm um risco 1,8 vezes maior de desenvolver determinada
doença, ou um risco 80% maior de desenvolver a doença. 
Teoria na Prática
Vamos supor a seguinte situação hipotética: foi desenvolvido um ensaio clínico, controlado por placebo, a fim
de avaliar a eficácia de um novo medicamento para tratamento de câncer de colo de útero. O estudo recrutou
838 pacientes, durante 6 meses, e eles pretendiam avaliar um possível retorno dos sintomas da doença. Os
dados da tabela permitem avaliar os riscos de sintomas em caso de recidiva da doença.
 
A tabela de contingência, ou tabela 2x2, deve ser montada da seguinte maneira:
Evolução de recidiva de câncer de colo de útero – piora dos sintomas
 Piora dos sintomas Total
 Sim (Doentes) Não (Não doentes) 
Novo medicamento 37 379 416
Placebo 70 142 212
Total 107 521 628
 
Pelos dados da tabela, podemos prever os riscos de os pacientes apresentarem sintomas relacionados ao
câncer de colo do útero em caso de recidiva da doença?
Chave de resposta
Em primeiro lugar, devemos obter os riscos em cada grupo, ou seja, os riscos entre os grupos tratados (Rt)
e do grupo controle, que utilizou placebo (Rp).
Risco no grupo tratado (com o novo medicamento) (Rt): 37/416 = 0,089 ou 8,9%.
Risco no grupo controle (utilizou placebo) (Rp): 70/212 = 0,33 0u 33%.
Após obtermos os riscos dos grupos tratado e controle (placebo), devemos comparar as duas
intervenções pelo cálculo da razão de riscos (RR).
Quando os grupos tratado e controle apresentarem o mesmo risco, o RR = 1; se o grupo intervenção
apresentar menor risco, RR 1. No nosso exemplo hipotético, RR é:
RR = Rt / Rp = 0,089 / 0,33 = 0,27 ou 27%.
Ou seja, o grupo de pacientes que fizeram uso do novo medicamento para tratar sintomas de câncer do
colo do útero, em caso de recidiva, apresentou um risco que equivale a 27%, quando comparado com o
grupo placebo.
Essa tabela de contingência do nosso estudo hipotético também permite introduzirmos o conceito de
outras medidas de associação, também muito utilizadas nos estudos epidemiológicos, que são a redução
do risco relativo (RRR), a redução absoluta dorisco (RAR) e o número necessário para tratar (NNT).
Redução do risco relativo (RRR) ou eficácia
A redução do risco relativo (RRR), também conhecida como eficácia, indica como determinado risco pode ser
reduzido após a aplicação da intervenção, de acordo com o que o estudo se propôs a investigar.
 
O RRR (ou eficácia) é dado pela seguinte fórmula:
No nosso exemplo hipotético, após conhecer o significado dessa medida de associação, podemos calcular a
RRR:
Ou seja, com o valor de RRR, concluímos que o uso do novo medicamento para tratamento de câncer de colo
de útero reduziu em 73% os riscos de apresentar sintomas da doença em caso de recidiva.
Redução absoluta de risco (RAR)
A redução absoluta de risco (RAR) expressa a redução do risco no grupo que sofreu a intervenção (no caso do
nosso estudo hipotético, a intervenção de interesse é utilizar o novo medicamento) em relação ao grupo
controle.
 
Para calcularmos a RAR, devemos utilizar a seguinte fórmula:
No caso do nosso estudo, a RAR pode ser calculada conforme a seguir:
Ou seja, pacientes que receberam o novo tratamento farmacológico têm quase 25% menos chances de
apresentarem sintomas em caso de recidiva da doença.
 
A outra medida de associação bastante comum nos estudos epidemiológicos é o número necessário para
tratar (NNT).
Número necessário para tratar (NNT)
O NNT é uma medida adicional que tem como objetivo medir o impacto de determinada intervenção. O NNT
representa o número de pacientes que devemos tratar, para prevenirmos um evento indesejado (por exemplo,
morte, recaída etc.).
 
O NNT é dado como o inverso da RAR, ou seja:
No nosso exemplo hipotético, podemos calcular o NNT da seguinte maneira:
 
 
 
Portanto, previne-se piora dos sintomas de câncer de colo de útero em cada quatro pacientes, com recidiva
da doença, que fazem uso do novo medicamento.
Risco atribuível (RA)
O risco atribuível (RA) pode ser definido como o número de casos entre expostos atribuídos exclusivamente à
exposição. O risco atribuível é aplicado para a análise dos resultados obtidos em estudos de coorte, com o
objetivo de se estimar com mais precisão a incidência de determinada doença. O RA pode ser calculado pela
seguinte expressão:
Onde: 
 
Ie refere-se ao risco entre os expostos, e
 
Iē, ao risco entre os não expostos.
Atenção
O risco atribuível refere-se à proporção (taxa) de doença ou qualquer outro desfecho que pode ser
atribuído à exposição. 
Número para causar dano ou efeito colateral (NND)
O número necessário para causar dano ou efeito colateral (NND) serve para definir quantos indivíduos
deverão sofrer exposição a determinado fator de risco em um período e que tenha a capacidade de causar
algum dano. Em termos práticos, o NND, a partir do total de pessoal tratadas, estipula em quantas haverá a
manifestação de um evento adverso. O NND é inversamente proporcional ao RA. O cálculo do NND é dado
pela seguinte expressão:
Razão de chances ou odds ratio (OR)
A razão de chances ou odds ratio (OR) é outra medida de associação comum nos estudos epidemiológicos
que apresentam uma interpretação de resultado muito semelhante ao risco relativo.
 
 
 
A diferença, entretanto, refere-se ao fato de que, na interpretação da odds ratio, estamos nos referindo à
chance (de ocorrência de um evento), e não ao risco ou à probabilidade (avaliada pelo RR).
 
A associação entre uma exposição e uma doença (risco relativo) em um estudo de caso e controle é uma
medida calculada pela razão de odds (RO ou de produtos cruzados), que é a razão de odds de exposição
entre os casos dividido pelo odds de exposição entre os controles.
 
Para cálculo da OR, devemos utilizar a seguinte expressão matemática:
No caso do nosso estudo hipotético, a razão de chances ou odds ratio (OR) poderia ser calculada da seguinte
maneira:
Em termos percentuais:
Resumindo
Ou seja, pacientes que receberam placebo têm uma probabilidade 19,8% maior de apresentarem
sintomas, em caso de recidiva da doença, quando comparados com o grupo que recebeu o tratamento
com o novo medicamento. 
 
 
 
 
 
Ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e
metanálises de ensaios clínicos comparáveis
Princípios e etapas dos ensaios clínicos randomizados
Os ensaios clínicos randomizados são um tipo de estudo de intervenção. Nos estudos de intervenção, o
pesquisador interfere para modificar o fator de exposição. Com isso, ele aplica, de modo intencional, a
intervenção na qual ele quer investigar. Estes podem ser classificados em controlados e não controlados.
 
Os estudos controlados podem ainda ser classificados como randomizados e não randomizados, sendo que
os estudos randomizados constituem os chamados ensaios clínicos controlados randomizados. Os ensaios
clínicos constituem o padrão-ouro em termos de desenho de estudos epidemiológicos.
 
O ensaio clínico controlado randomizado pode ser entendido como um estudo prospectivo que tem como
objetivo comparar o efeito e a eficácia de determinada intervenção aplicada intencionalmente pelo
pesquisador. Essa intervenção pode ter um caráter terapêutico (tratar determinada patologia) ou profilática
(quando se pretende prevenir a manifestação de determinada doença ou agravo). Nesses estudos, o
investigador distribui a intervenção em análise de forma aleatória.
 
Para tornar a intervenção entre os grupos (intervenção e controle) aleatória, este tipo de estudo lança mão da
randomização para aplicar a intervenção entre os participantes do estudo. A randomização servirá para que o
processo de decisão entre os dois grupos (intervenção e controle) seja feito ao acaso e de forma não
tendenciosa.
Fases da experimentação ou dos ensaios clínicos
Após os estudos pré-clínicos (experimentações em laboratório), os ensaios clínicos com fármacos são
frequentemente classificados em quatro fases da experimentação.
Fase I
A fase I compreende todos os experimentos com o novo fármaco, em que se pretende realizar
ensaios de farmacologia clínica e toxicologia no homem, para identificar a segurança. A fase I de um
ensaio clínico pretende definir uma dose aceitável para ser aplicada em seres humanos, sem que ela
seja suficientemente capaz de causar um dano. Nessa fase, os indivíduos que participam do estudo
são voluntários, e ela é útil para identificar estudos do metabolismo e a biodisponibilidade do fármaco.
Fase II
Tem por objetivo verificar a eficácia e segurança do fármaco, com acompanhamento minucioso de
cada indivíduo. É aplicado em pequena escala. Essa fase compreende os estudos-piloto de eficácia.
Fase III
Tem por objetivo avaliar a aplicação do fármaco em análise em larga escala. Após o fármaco ter
demonstrado razoável eficácia na etapa anterior, é necessário compará-lo com outro tratamento
padrão disponível para a mesma situação clínica. Essa fase engloba um número maior de
participantes.
Fase IV
Esta fase também é conhecida como fase de vigilância pós-comercialização. Ocorre após registro,
aprovação para distribuição e comercialização do fármaco pela agência reguladora do país, que, no
caso do Brasil, é feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nesta etapa, existem
questões a serem consideradas com relação ao monitoramento de efeitos adversos (por meio de
ações de farmacovigilância), além de estudos adicionais, em larga escala e a longo prazo, de
morbidade e mortalidade
Principais características dos ensaios clínicos controlados randomizados
Entre as principais características dos ensaios clínicos controlados randomizados, podemos destacar:
São estudos experimentais
Consequentemente, envolvem várias questões éticas.
São conduzidos sempre de forma prospectiva
São arquitetados como os estudos de coorte; entretanto, no ensaio clínico, o investigador lança mão
de utilizar a randomização (alocação aleatória), com o objetivo de formar grupos semelhantes que
irão compor os grupos do estudo. Assim, indivíduos de um grupo incluídos na pesquisa recebem um
tipo de tratamento, enquanto os do outro grupopermanecem como controles.
São controlados
O controle rigoroso é necessário para comparar a experiência entre os grupos: intervenção (que
recebe o novo tratamento em investigação) com o controle (recebem o tratamento convencional já
utilizado na prática clínica).
Alocação entre os grupos deve ser aleatória
A técnica mais apropriada de obter a distribuição entre os grupos é através da randomização, que
tem por objetivo distribuir, aleatoriamente, entre os grupos intervenção (tratado) e controle.
A randomização nos ensaios clínicos controlados
O que significa randomização?
Chave de resposta
Significa aleatorizar o processo de decisão e distribuição entre os grupos. A partir da randomização, o
investigador pretende evitar vieses, principalmente de seleção. A randomização também permite reduzir os
possíveis vieses de confundimento, que podem ocorrer nas análises dos resultados e conclusões do
estudo.
Confundimento:
Vieses das pesquisas, pois impedem tratamentos diferenciados, interpretação de resultados falhos e que o
pesquisador seja influenciado no tratamento e na análise dos dados e na conclusão dos resultados. Os
dados obtidos em pesquisas randomizadas são mais seguros e confiáveis.
O tamanho da amostra nos ensaios clínicos controlados randomizados
O estudo deve ser desenvolvido com um número suficiente de participantes para que se possa obter
resultados satisfatórios na intervenção aplicada e sob investigação, a fim de que se tenha poder estatístico
(força da evidência científica) suficiente para ser incorporado na prática clínica.
Organização, planejamento e monitoramento do ensaio clínico controlado
randomizado
Em relação à organização e ao planejamento, ele deve ser definido com precisão:
 
Quais serão os pacientes elegíveis, pela definição dos critérios e da inclusão e exclusão do estudo.
 
Qual o tratamento (intervenção) que está sendo avaliado pelo ensaio clínico.
 
Quais os desfechos (outcomes ou endpoints) de interesse e que deverão ser analisados.
• 
• 
• 
 
Como o resultado de cada participante do estudo será avaliado.
 
Monitoramento: o ensaio clínico randomizado deve ter monitoramento rigoroso. Deve-se avaliar, entre
muitos parâmetros, a adesão dos indivíduos participantes da pesquisa com relação ao tratamento
proposto, para evitar perdas de seguimento e quebras do protocolo, com consequente perda de
indivíduos. Além disso, deve-se monitorar o desenvolvimento de eventos adversos (e identificar e
classificar a gravidade deles), como deverá ser feita a manipulação e análise dos dados, além das
análises para comparar o tratamento entre os grupos.
Atenção
Possíveis violações e desvios de protocolos devem ser cuidadosamente verificados, tais como a não
adesão ao tratamento, perda de participantes, avaliação incompleta, o cruzamento entre os grupos
tratado e controle após a randomização. 
Mascaramento e uso de placebo nos ensaios clínicos randomizados
O mascaramento utilizado no desenvolvimento de um ensaio clínico tem por objetivo impedir que o
investigador principal do estudo e os pacientes tenham conhecimento sobre a alocação individual dos
participantes (pacientes) nos diferentes grupos de tratamento. Na prática clínica, é comum dizer que não se
sabe em qual braço do estudo o paciente foi randomizado.
 
Este procedimento é necessário em um ensaio clínico para evitar viés de observação durante todo o
desenvolvimento do estudo. Quando o pesquisador e os participantes do estudo (pacientes) não têm
conhecimento da alocação dos pacientes (no grupo de intervenção ou no grupo controle), dizemos que o
ensaio clínico é duplo cego.
Em ensaios clínicos randomizados, onde se pretende, na maioria das vezes, pesquisar uma nova intervenção
farmacológica, utiliza-se, como forma de medir a efetividade do novo tratamento farmacológico, produtos
conhecidos como placebo. Os produtos utilizados nos grupos intervenção e controle (placebo) devem ter a
máxima semelhança entre si, para que não seja possível identificar diferenças entre os indivíduos que
recebem o medicamento do estudo ou o placebo.
• 
• 
Placebo
O placebo não exerce nenhum efeito terapêutico, mas deve ser idêntico (visualmente) ao medicamento
do estudo. O placebo geralmente é identificado no estudo utilizando-se códigos, que podem ser
alfanuméricos. O placebo tem por finalidade permitir que os participantes, ao longo do estudo,
apresentem o mesmo comportamento, independentemente do grupo em que estejam alocados. 
Saiba mais
No Brasil, quando temos uma terapia já estabelecida contra determinada doença, não utilizamos o
placebo como comparador, e sim o tratamento que é preconizado. Exemplo: uma indústria farmacêutica
X quer produzir uma nova vacina para sarampo. Durante o ensaio clínico, o desenho experimental deve
ser feito comparando a vacina preconizada pelo Ministério da Saúde com a vacina produzida na indústria
X. No entanto, isso não acontece se não tivermos uma vacina já liberada e com segurança e eficácia
comprovadas. Por exemplo, a vacina de Oxford contra o coronavírus, quando testada no Brasil (fase III
da pesquisa clínica), preconizou que os participantes alocados no braço controle fizessem uso da vacina
ACWY – uma vacina contra os sorogrupos de meningo A, C, W e Y, não disponibilizada pelo SUS –, em
vez do placebo. Lembrando que, no período do estudo, não existiam vacinas disponíveis contra o
coronavírus. 
Questões éticas envolvendo os estudos de intervenção
Como envolvem intervenções que serão investigadas com seres humanos, os ensaios clínicos devem ser
submetidos a rigorosos critérios e análises éticas. Entre os documentos relacionados com as diretrizes e os
padrões éticos a serem seguidos na condução de estudos de intervenção, destacam-se a Declaração de
Helsinki, de 1964 (documento internacional). No nosso país, as regulamentações éticas são regidas e
direcionadas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
 
Todo estudo desenvolvido no Brasil que envolve seres humanos, antes de começar a ser realizado, deve ser
submetido à avaliação e apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Em alguns casos específicos,
tais como pesquisas que envolvam genética humana, reprodução humana, novos dispositivos para a saúde,
pesquisas em populações indígenas, pesquisas conduzidas no exterior e aquelas que envolvam aspectos de
biossegurança, o estudo precisa ser encaminhado à CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa). A
CONEP deverá examinar os aspectos éticos de pesquisas encaminhadas pelos CEPs das instituições.
Atenção
O CEP avaliará o estudo e emitirá um parecer final. Após aprovação pelo CEP, o estudo pode começar a
ser desenvolvido. É importante destacar que todo participante deve formalizar a sua participação no
estudo por meio da assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Esse TCLE deve
ser aprovado pelas instâncias éticas. Qualquer procedimento do estudo só deve ser realizado após o
consentimento dos participantes. Para menores de idade, além da assinatura do TCLE pelos
responsáveis legais, os participantes da pesquisa que são crianças, adolescentes ou legalmente
incapazes devem assinar o TALE (Termo de Assentimento Livre e Esclarecido). 
Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos
comparáveis e suas aplicações
Definição de revisão sistemática
As revisões sistemáticas podem ser definidas como o desenvolvimento de um plano detalhado e abrangente
de uma estratégia de pesquisa, que tem como finalidade a redução de vieses, através da identificação,
avaliação e sintetização de todos os estudos publicados e que apresentam relevância clínica sobre
determinado tópico.
 
Muitas vezes, as revisões sistemáticas incluem uma composição de metanálises, que envolvem o uso de
técnicas estatísticas para sintetizar os dados de vários estudos em uma única estimativa quantitativa. Em
contraste com o teste de hipótese tradicional, que nos fornece informações sobre a significância estatística
(ou seja, o grupo de prevenção difere do grupo de controle),mas não necessariamente pode apresentar
significância clínica, os tamanhos de efeito medem a força da relação entre duas variáveis, fornecendo, assim,
informações sobre a magnitude do efeito da intervenção.
 
As revisões sistemáticas são mais frequentes, envolvendo a compilação e análise de diferentes resultados de
ensaios clínicos publicados.
 
Quando os estudos que foram incluídos na revisão sistemática apresentam metodologias semelhantes, os
resultados desses estudos são combinados e avaliados através da metanálise.
 
Para a elaboração de uma revisão sistemática, os seguintes procedimentos devem ser adotados:
Procedimento 1
Deve-se elaborar a pergunta de pesquisa, para proceder com a busca de estudos clínicos que tenham
relação com essa pergunta.
Procedimento 2
Busca na literatura, a partir análise em diferentes bases de dados com publicação de artigos
científicos.
Procedimento 3
Seleção dos artigos: a seleção dos artigos deve ser feita baseada na pergunta de pesquisa definida.
Esses artigos também devem apresentar metodologia científica semelhantes, para a compilação dos
resultados desses estudos.
Procedimento 4
Extração dos dados dos artigos selecionados pela revisão sistemática.
Procedimento 5
Análise da qualidade da metodologia aplicada no estudo.
Procedimento 6
Metanálise: síntese dos dados contidos nos artigos selecionados pela busca nas bases de dados.
Procedimento 7
Análise das evidências dos estudos.
Procedimento 8
Compilação, desenvolvimento, redação e publicação dos resultados encontrados na revisão
sistemática.
Metanálises
A metanálise pode ser compreendida como a análise estatística que tem por objetivo analisar e combinar os
resultados de diferentes estudos independentes. A partir da metanálise, pretende-se obter uma estimativa de
efeito.
 
A metanálise, como análise estatística, serve para estimar com mais poder e precisão os resultados obtidos
em diferentes estudos de intervenção. Nessa análise estatística, os dados de estudos com metodologia
descrita semelhantes, para condições clínicas específicas, serão combinados. Essas análises estatísticas
fornecerão estimativas de efeitos de tratamentos similares com maior poder de precisão, permitindo a
avaliação dos resultados obtidos.
 
Nesse sentido, com os resultados oriundos das análises estatísticas das metanálises, novas perguntas de
pesquisas podem ser formuladas, possibilitando o desenvolvimento de outros estudos epidemiológicos e
novas investigações, novos estudos de intervenção, visto que os seus resultados permitem gerar novas
hipóteses.
Atenção
É importante sinalizar que uma revisão sistemática não pode ser desenvolvida de forma individual. Cada
participante desta etapa deve ter função claramente definida durante o processo de desenvolvimento da
revisão. 
A pergunta de pesquisa e as etapas na elaboração de uma revisão
sistemática
Assista ao vídeo para compreender como é elaborada a pergunta de pesquisa e as principais etapas na
elaboração de uma revisão sistemática.
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Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Um estudo foi desenvolvido para verificar a associação entre o desenvolvimento de insuficiência renal aguda
(IRA) em pacientes que utilizaram anfotericina B deoxicolato na dose de 50 mg por dia. Os resultados de
expostos e não expostos estão na tabela de contingência a seguir:
Associação entre desenvolvimento de IRA e uso de anfotericina B
 Uso de anfotericina B 
 Sim Não Total
IRA Sim 50 11 61
 Não 16 41 57
 Total 66 52 118
 
 
Pelos dados da tabela, o odds ratio (OD) ou razão de chances no estudo foi de:
A
82
B
28
C
24,4
D
11,6
A alternativa D está correta.
Pacientes que utilizaram anfotericina B tiveram uma chance 11,6 vezes maior de desenvolver IRA do que os
controles (pacientes que não foram expostos à anfotericina):
Questão 2
Em 2004, a farmacêutica Merck anunciou a retirada mundial do uso do medicamento Vioxx. Dados da FDA
informaram que o medicamento teria provocado, nos Estados Unidos, 27.785 infartos do miocárdio ou mortes
por crise cardíaca, entre 1999 e 2003. A fase do ensaio clínico em que foi anunciada a retirada do
medicamento de uso corresponde a:
A
Fase III
B
Fase IV
C
Fase II
D
Fase I
A alternativa B está correta.
Dados de pós-comercialização de medicamentos envolvem os ensaios de fase IV, onde reações adversas
graves ou não detectadas nas fases anteriores dos estudos podem ser identificadas após aprovação de
registro pela agência reguladora do país.
3. Conclusão
Considerações finais
Ao longo desta leitura, identificamos o conceito de epidemiologia e a importância das medidas e dos métodos
empregados em epidemiologia e a relevância para o direcionamento das ações em saúde pública. Além disso,
foi possível perceber como é importante o desenvolvimento de diversos tipos de estudos epidemiológicos e
as medidas de associação que estão relacionadas ao desenvolvimento desses estudos. Vimos também todas
as etapas e os princípios que envolvem a elaboração dos ensaios clínicos randomizados, além de
aprendermos sobre os conceitos de revisão sistemática e metanálise que são utilizados na aplicação de
ensaios clínicos.
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Para encerrar, ouça sobre Epidemiologia clínica e saúde baseada em evidências.
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Veja como Ana Piaia Coelho e colaboradores desenvolveram um estudo epidemiológico para identificar
intoxicação por plantas tóxicas. O trabalho foi publicado na revista UNIVAG – Centro Universitário,
Várzea Grande/MT.
Leia o ensaio clínico randomizado, desenvolvido por Reynaldo Jesus Garcia Filho, para avaliar a
segurança do tratamento em pacientes com lombalgia e lombocialtagia agudas, publicado na revista
científica ACTA ORTOP BRAS 14(1) – 2006.
Veja como Carla Simone Duarte de Gouvêa e Claudia Travassos utilizam a revisão sistemática para
identificar as estratégias para o desenvolvimento de indicadores de segurança do paciente em
hospitais. Consulte Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(6):1061-1078, jun, 2010.
Heloisa Helena Ponchio Pachá e colaboradores desenvolveram um estudo de caso e controle para
avaliar a relação entre a presença ou ausência de Lesão por Pressão (LP) e os fatores
sociodemográficos e da internação relacionados ao desenvolvimento de LP em uma unidade de terapia
intensiva. Esse trabalho foi publicado na Rev Bras Enferm. 71(6):3203-10, 2018.
A Organização Mundial da Saúde oferece um material rico relacionado à epidemiologia básica. Esse
trabalho foi elaborado por R. Bonita, R. Beaglehole e T. Kjellström, e sua segunda edição foi publicada
em 2010.
Conheça mais sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos
lendo a RDC 466/2012.
Saiba mais sobre a regulamentação de ensaios clínicos com medicamentos no Brasil na RDC 09/2015.
Referências
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BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia básica [tradução e revisão científica Juraci A.
Cesar]. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos, 2010.
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de
Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: elaboração de revisão sistemática e metanálise de ensaios
clínicos randomizados/ Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos,
Departamento de Ciência e Tecnologia. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.
 
GALVÃO, F. T.; PEREIRA, M. G. Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol.
Serv. Saúde. Brasília, 23(1):183-184, jan-mar, 2014.
 
GOMES, E. C. de S. Conceitos e ferramentas de epidemiologia. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2015. 83p.
 
MANCUSO, A. C. B. et al. Os principais delineamentos na Epidemiologia: Ensaios Clínicos (Parte I). Revista
HCPA. 2013;33(3/4):286-294.
 
MEDRONHO, R. A. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2002. 493p.
 
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoriae prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
	Epidemiologia clínica e saúde baseada em evidências
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. A Epidemiologia e as principais medidas e os métodos
	O conceito de Epidemiologia e sua importância para o processo de saúde e doença da população
	O que é Epidemiologia?
	Diagnóstico em saúde da população
	Atenção
	Medidas de frequência aplicadas em Epidemiologia: diferença entre prevalência e incidência
	Incidência
	Como podemos entender os novos casos incidentes para medir a frequência nessa população?
	Teoria na Prática
	Prevalência
	Teoria na Prática
	Indicadores em saúde utilizados em Epidemiologia
	Positivos
	Negativos
	Identificação e aplicação dos indicadores em saúde
	Indicadores de mortalidade
	Mortalidade geral e específica
	Taxa de Mortalidade Geral (TMG)
	Taxa de Mortalidade Específica (TME)
	Principais desenhos de estudos em Epidemiologia
	Atenção
	Epidemiologia observacional: estudos descritivos
	Estudos ecológicos (estudos de correlação)
	Exemplo
	Relatos de casos ou série de casos
	Estudos transversais (seccionais ou de prevalência)
	Atenção
	Estudos observacionais
	Estudos de coorte (ou longitudinais ou de incidência)
	Estudos de caso e controle
	Estudos epidemiológicos analíticos experimentais: ensaios clínicos
	Medidas de frequência em Epidemiologia e tipos de estudos epidemiológicos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. As principais medidas de associação
	Medidas de associação em estudos epidemiológicos
	Risco relativo ou razão de risco (RR)
	Exemplo
	Teoria na Prática
	Redução do risco relativo (RRR) ou eficácia
	Redução absoluta de risco (RAR)
	Número necessário para tratar (NNT)
	Risco atribuível (RA)
	Atenção
	Número para causar dano ou efeito colateral (NND)
	Razão de chances ou odds ratio (OR)
	Resumindo
	Ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises de ensaios clínicos comparáveis
	Princípios e etapas dos ensaios clínicos randomizados
	Fases da experimentação ou dos ensaios clínicos
	Fase I
	Fase II
	Fase III
	Fase IV
	Principais características dos ensaios clínicos controlados randomizados
	São estudos experimentais
	São conduzidos sempre de forma prospectiva
	São controlados
	Alocação entre os grupos deve ser aleatória
	A randomização nos ensaios clínicos controlados
	O tamanho da amostra nos ensaios clínicos controlados randomizados
	Organização, planejamento e monitoramento do ensaio clínico controlado randomizado
	Atenção
	Mascaramento e uso de placebo nos ensaios clínicos randomizados
	Saiba mais
	Questões éticas envolvendo os estudos de intervenção
	Atenção
	Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos comparáveis e suas aplicações
	Definição de revisão sistemática
	Procedimento 1
	Procedimento 2
	Procedimento 3
	Procedimento 4
	Procedimento 5
	Procedimento 6
	Procedimento 7
	Procedimento 8
	Metanálises
	Atenção
	A pergunta de pesquisa e as etapas na elaboração de uma revisão sistemática
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	Questão 1
	3. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Podcast
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	Referências

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