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Estudos da utilização de medicamentos
História, metodologia e exemplos de aplicações dos estudos de utilização de medicamentos.
Profa. Patricia Helena Castro Nunes
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender as principais motivações que levaram à realização dos primeiros estudos de utilização de
medicamentos, bem como o sistema ATC/DDD e exemplos de estudos na pesquisa e no campo de trabalho
dos farmacêuticos. Estes conhecimentos são fundamentais para a formação de um profissional em assistência
farmacêutica.
Preparação
Antes de iniciar este tema, busque por “ATC/DDD Index 2020”, para acessar a página da Organização Mundial
da Saúde destinada aos estudos de utilização de medicamentos WHOCC (Collaborating Centre for Drug
Statistics Methodology).
 
Tenha também em mãos uma calculadora cientifica, podendo ser a do smartphone ou computador.
Objetivos
Descrever a história do sistema de Classificação ATC/DDD, a definição dos estudos de utilização de
medicamentos e os objetivos desses estudos.
 
Reconhecer o sistema de classificação ATC/DDD e o método de uniformização dos dados nos estudos
de utilização de medicamentos que utilizam este sistema.
 
Identificar outras métricas e usadas nos estudos de utilização de medicamentos e exemplos desses
estudos.
Introdução
Imagine que você é o gestor de uma rede privada de farmácias hospitalares e está em reunião com diretores,
chefias médicas e de enfermagem e com infectologistas responsáveis pelo Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar. Em determinado momento, você é indagado sobre o consumo de antibióticos dos hospitais da
rede. Segundo eles, algumas unidades de terapia intensiva parecem estar fazendo uso excessivo de alguns
antibióticos e gostariam de saber a sua opinião sobre o assunto. Qual seria a sua proposta para elucidar esta
questão?
 
Neste conteúdo, abordaremos os estudos de utilização de medicamentos. Descreveremos a história do
sistema de classificação ATC/DDD, amplamente utilizado em todo o mundo, os principais objetivos dos
estudos de utilização de medicamentos (EUM) e as principais métricas utilizadas para aferição de consumo de
medicamentos. De posse destes conhecimentos, você estará habilitado a cumprir sua tarefa na reunião e a
compreender como estes estudos podem nos ajudar a aprimorar a assistência farmacêutica.
• 
• 
• 
1. Definição e objetivos dos estudos de utilização de medicamentos
História
Nossa história se inicia na década de 1960. A indústria farmacêutica estava em franca ascensão no mundo. O
número de medicamentos no mercado aumentava, e a indústria procurava uma forma de monitorar sua
performance para desenvolver estratégias de marketing e identificar novos alvos de pesquisa. A busca pelo
lucro era evidente, gerando um cenário de uso irracional de medicamentos e diversos conflitos de natureza
ética, dos quais fez parte a tragédia da talidomida e o início das iniciativas que geraram os sistemas atuais de
farmacovigilância.
 
A talidomida, comercializada a partir nos últimos anos da década de 1950, era utilizada contra náuseas, dores
de cabeça e insônia. Por seu efeito antiemético, era amplamente prescrita para combater o enjoo matinal em
gestantes. Porém, já nos primeiros anos no mercado, foram registrados milhares de casos de bebês nascidos
com múltiplas malformações graves, cujas mães fizeram uso da talidomida durante a gravidez. A principal
deformação apresentada por essas crianças foi a focomelia, que é uma atrofia congênita de membros
superiores e inferiores.
Farmacovigilância
De acordo com o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS, em inglês, World Health Organization -
WHO), a Farmacovigilância é definida como: 
Ciência e atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos ou
quaisquer outros problemas relacionados a medicamentos.
(WHO, 2005)
Após a tragédia mundial causada pela talidomida, em 1961, identificou-se a necessidade de empreender
esforços internacionais nas questões de segurança dos medicamentos.
A 16ª Assembleia
Mundial da Saúde
(1963) adotou
uma resolução
que reafirmou a
necessidade de
ações imediatas
em relação à
disseminação
rápida de
informações sobre
reações adversas
a medicamentos e
que conduziu,
posteriormente, à
criação do Projeto
de Pesquisa Piloto
para a
Monitorização
Internacional de
Medicamentos da
OMS, em 1968.
 Surgia o 
Programa
Internacional de
Monitorização de
Medicamentos,
que desde 1978
é
operacionalizado
pelo Uppsala
Monitoring
Centre (UMC),
na Suécia, por
meio da rede de
farmacovigilância
em todo o
mundo.
Atualmente, o
programa reúne
mais de 140
países.
 Em 1964, em um simpósio de
toxicologia organizado pela OMS,
realizado em Moscou, os desfechos
trágicos observados com o uso da
talidomida por gestantes trouxe à tona
a importância da realização de
Estudos Públicos de Utilização de
Medicamentos. Após o simpósio, duas
autoridades nacionais de saúde
pública, Arthur Engel, na Suécia, e
Pieter Siderius, na Holanda,
demonstraram a existência de
grandes diferenças na venda de
antibióticos em seis países europeus
entre 1966 e 1967. Os dados
mostraram algo muito relevante em
uma época na qual o surgimento de
bactérias resistentes já era
considerado um grave problema: não
havia um consenso sobre métodos
para medir e comparar o consumo de
antibióticos.
Sede do Uppsala Monitoring Centre, na
Suécia.
Como iniciar a batalha pelo uso racional se não havia uma forma padronizada para medir e comparar
o consumo destes medicamentos?
Em 1969, a Organização Mundial da Saúde providenciou o primeiro encontro sobre consumo de medicamentos
na Noruega. O encontro deixou evidente a necessidade do desenvolvimento de um método aplicável
internacionalmente para realização dos estudos de utilização de medicamentos. A partir desta iniciativa, foram
desenvolvidos o sistema de Classificação Anatômica Terapêutica Química (ATC) e a unidade de medida “Dose
Diária Definida” (DDD), utilizados até os dias atuais.
 
Desde 1982, o sistema ATC/DDD é desenvolvido e atualizado pelo WHO Collaborating Centre for Drug
Statistics Methodology, sediado no Instituto de Saúde Pública da Noruega. Este grupo conta com o apoio do
WHO International Working Group for Drug Statistics Methodology, composto por 12 experts de diferentes
países.
Como acessar o sistema ATC/DDD na página da OMS
Neste vídeo, o especialista mostrará como é feita a busca pela classificação ATC/DDD.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Estudos de utilização de medicamentos
Em 1977, a OMS definiu os estudos de utilização de medicamentos como sendo “estudos que tratam da
comercialização, distribuição, prescrição e uso de medicamentos na sociedade, com ênfase especial sobre as
consequências médicas, sociais e econômicas resultantes” (OMS, 1977).
 
Em 2008, uma definição mais ampla foi proposta:
Coleção eclética de métodos descritivos e analíticos para a quantificação, compreensão e avaliação dos
processos de prescrição, dispensação e consumo de medicamentos e para o teste de intervenções que
objetivem aumentar a qualidade destes processos.
(WETTERMARK et al., 2016)
Objetivos dos estudos de utilização de medicamentos
De acordo com a OMS, o principal objetivo dos estudos de utilização de medicamentos é facilitar o uso
racional de medicamentos nas populações.
 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (BRASIL, s.d.):
“Entende-se que há
uso racional de
medicamento quando
pacientes recebem
medicamentos para
suas condições clínicas
em doses adequadas
às suas necessidades
individuais, por um
período adequado e ao
menor custo para si e
para a comunidade.
 O uso irracional ou
inadequado de
medicamentos é um dos
maiores problemas em
nível mundial. A OMS
estima que mais da
metade de todos os
medicamentos são
prescritos, dispensados ou
vendidos de forma
inadequada, e que metade
de todos os pacientes não
os utiliza corretamente.
 Os Estudos de
Utilização de
Medicamentos, bem
como a
Farmacovigilância,
encontram-se no
escopo da
Farmacoepidemiologia,
ciência queengloba o
estudo do uso e dos
efeitos dos
medicamentos em
grandes populações.
Os estudos de utilização de medicamentos objetivam elucidar questões como aquelas propostas por Castro et
al. (2000):
 
1. Como se desenvolve a terapêutica nas várias esferas da assistência?
2. Como se efetiva a demanda?
3. Há ocorrência de abuso, mau uso, subuso e uso incorreto de medicamentos?
4. Há cumprimento dos regimes terapêuticos?
5. Como são feitas a seleção, a procura e a distribuição dos medicamentos e que fatores influenciam na
utilização?
6. Como se desenvolve o processo da prescrição?
7. Quais as estimativas de efetividade, segurança, razão de risco/benefício de determinado medicamento e a
prevalência de efeitos adversos (hoje área temática limítrofe com a Farmacovigilância)?
8. Análises de preços e custos.
9. Desenvolvimento e efetivação de programas educacionais e informativos para promover o uso racional dos
medicamentos.
10. Levantamento e avaliação das políticas governamentais e institucionais relativas a medicamentos.
 
Conforme podemos observar, os estudos de utilização de medicamentos podem contribuir na elucidação de
diversos fatores “não farmacológicos” que ajudam a determinar o consumo de medicamentos em uma
população. Dentre eles, estão as características sociodemográficas e a influência da medicina tradicional, a
vigência de uma relação nacional de medicamentos essenciais, a existência de uma política de genéricos, a
estrutura, organização e o status econômico dos serviços de saúde, as ações de marketing da indústria
farmacêutica, a disponibilidade de fontes de informações confiáveis sobre medicamentos e de protocolos
terapêuticos, o arcabouço regulatório vigente, a ocorrência de situações de emergências e catástrofes, bem
como o nível e a dinâmica de acesso a medicamentos resultante da combinação destes e de outros fatores. A
seguir, temos as áreas exploradas nas pesquisas de utilização de medicamentos seguidas de breve descrição:
Comparação da utilização de medicamentos
Compara a utilização de medicamentos entre áreas geográficas, diferentes níveis de complexidade na
atenção à saúde, ao longo de um período (ex. sazonalidade, efeitos de intervenções que promovam o
uso racional). A comparação do uso de medicamentos se relaciona com as teorias de benchmarking.
Isso porque o benchmarking é um processo de avaliação comparativa e identificação de causas de
altos níveis de desempenho e no qual os resultados de uma empresa são compartilhados, e os
elementos de melhores práticas são adotados por outra com o objetivo de melhorar o seu
desempenho.
Políticas de saúde
Concentram-se na forma como os Estudos de Utilização de Medicamentos contribuem para moldar as
políticas de saúde que tratam de acesso a medicamentos, precificação, contenção de custos, uso
irracional de medicamentos, inovação e prestação de serviços.
Utilização de medicamentos em populações específicas
Descrevem a utilização de medicamentos em três populações específicas ao longo da vida, da
concepção até a morte. Existe um foco específico na gravidez, infância e nos idosos, uma vez que os
medicamentos estão frequentemente associados a riscos consideráveis e uso inapropriado nestes
grupos.
Utilização de medicamentos em áreas específicas da terapêutica
Exemplos: utilização de antibióticos em doenças agudas, de medicamentos para o tratamento de
doenças cardiovasculares e psiquiátricas em doenças crônicas e de medicamentos biológicos como
tópicos emergentes nesta área de pesquisa.
Determinantes do uso de medicamentos
Descreve as influências-chave na utilização. Alguns exemplos são os sistemas de saúde e as políticas
públicas, o comportamento dos prescritores e as perspectivas e crenças dos pacientes.
Adesão
Utilização do medicamento conforme prescrição.
Farmacoepidemiologia
Contribuição dos estudos de utilização de medicamentos para a gestão de risco, Farmacovigilância,
Farmacoeconomia e pesquisa de desfechos.
Avaliação e melhoria da qualidade do uso de medicamentos
Explora estratégias para avaliação e aprimoramento do uso de medicamentos utilizando indicadores
de qualidade.
A utilização de medicamentos pode ser muito influenciada pelas habilidades dos profissionais em avaliação de
tecnologias em saúde e atitudes críticas em relação às informações científicas da literatura. A falta de adesão
às práticas clínicas baseadas em evidência pode resultar em uso irracional, conforme observado na explosão
do uso off-label de medicamentos para os quais não houve demonstração de eficácia para o tratamento da
infecção pelo SARS-CoV-2 durante a pandemia de COVID-19.
Off label
De acordo com a Resolução RDC ANVISA nº 406, de 22 de julho de 2020, Artigo 2o, XXXI: “Uso off-
label: compreende o uso intencional em situações divergentes da bula de medicamento registrado na
Anvisa, com finalidade terapêutica e sob prescrição. Pode incluir diferenças na indicação, faixa etária/
peso, dose, frequência, apresentação ou via de administração."
Prática baseada em evidência
O termo Medicina Baseada em Evidências (MBE) foi introduzido na literatura mundial durantes os anos 1990
por pesquisadores da Universidade MacMaster com a seguinte definição: “Uma abordagem sistêmica para
analisar a pesquisa publicada como base da tomada de decisão clínica”. 
 
Já em 1996, o termo ganhou uma nova definição, atribuída por Sacker et al., que declararam que “a MBE é o
mais consciencioso uso da melhor evidência atual da pesquisa clínica no cuidado individual aos pacientes”
(LENZA et al., 2013)
Esse termo MBE tem evoluído para o termo
Prática Baseada em Evidência (PBE), que
reforça a base epidemiológica do conceito
e a necessidade de avaliação crítica para
tomada de decisão. A PBE exige que as
instituições se comprometam a promover e
manter as melhores práticas e fornecer
acesso às bases de dados eletrônicas de
MBE. Considerar somente a experiência
pessoal resulta na ocorrência de erros
sistemáticos e compromete a
implementação e a evolução de políticas de
saúde, bem como pode privar o paciente
de ter acesso ao tratamento mais eficaz. 
 Quando a
experiência do
profissional se
conecta com os
resultados de
pesquisa clínica de
qualidade, há mais
garantia de
obtenção de maior
efetividade
terapêutica, gestão
racional de
recursos e redução
de erros nas
etapas de
assistência
farmacêutica.
 Os
profissionais
de saúde
precisam
compreender
a PBE e ter
uma postura
autorreflexiva
sobre a sua
prática:
O que é melhor fazer, para esta pessoa, neste momento, dadas estas circunstâncias?
Verificando o aprendizado
Questão 1
O propósito do sistema ATC/DDD é servir como uma ferramenta dos estudos de utilização de medicamentos.
Foi criada após a realização do primeiro encontro sobre consumo de medicamentos, na Noruega. Assinale a
alternativa que contém a motivação para criação do Sistema ATC/DDD.
A Aumentar a capacidade da indústria de interagir com os prescritores através de ações de marketing.
B Contribuir com o desenvolvimento de novos antibióticos para tratamento de infecções por bactérias
resistentes.
C Criar uma Relação Nacional de Medicamentos Essenciais para países pobres.
D Estabelecer um método que viabilizasse a comparação da utilização de medicamentos.
A alternativa D está correta.
No encontro organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1969, ficou evidenciada a
necessidade do desenvolvimento de um método aplicável internacionalmente para realização dos estudos
de utilização de medicamentos. A partir desta iniciativa, foram desenvolvidos o sistema de Classificação
Anatômica Terapêutica Química (ATC) e a unidade de medida Dose Diária Definida (DDD).
Questão 2
Em 1977, a OMS definiu os estudos de utilização de medicamentos como sendo “estudos que tratam da
comercialização, distribuição, prescrição e uso de medicamentos na sociedade, com ênfase especial sobre as
consequências médicas, sociais e econômicas resultantes”. Identifique, dentre as alternativas abaixo, aquela
que contém o principal objetivo dos estudos de utilização demedicamentos conforme descrito pela OMS.
A Aumentar a venda de medicamentos para doenças crônicas.
B Aumentar a pesquisa na área de produtos naturais.
C Facilitar o uso racional de medicamentos nas populações.
D Aumentar a produção pública de medicamentos.
A alternativa C está correta.
O principal objetivo dos estudos de utilização de medicamentos, de acordo com a OMS, é facilitar o uso
racional de medicamentos nas populações, já que o uso equivocado é um sério problema no mundo todo.
2. O sistema de classificação ATC/DDD
Sistema de classificação ATC/DDD e método de
uniformização dos dados
Mediante o questionamento sobre o consumo excessivo de antibióticos em algumas unidades de terapia
intensiva nos hospitais da rede, você deveria, de imediato, indagar ao infectologista quais são os antibióticos
de maior interesse, para que se possa realizar uma análise mais eficiente.
Imagine que a resposta dos infectologistas foi:
“Os principais
antibióticos de
interesse são aqueles
destinados ao
tratamento de
infecções por bactérias
gram-negativas
resistentes,
especificamente
tigeciclina, meropeném
e piperacilina +
tazobactam, em
unidades de terapia
intensiva que atendem
pacientes adultos.”
 Eles acrescentam que,
na semana seguinte, em
uma nova reunião, você
deverá apresentar os
dados de consumo
consolidados das
unidades requisitadas, a
fim de que a equipe
possa iniciar a análise e a
elaboração de
estratégias de
intervenção no processo
de utilização destes
medicamentos.
 A partir dessa
situação-problema
hipotética,
estudaremos como é
feita a classificação
ATC/DDD e
realizaremos um
estudo de utilização
de medicamento
fazendo uso deste
sistema.
A primeira
possibilidade seria
emitir um relatório de
dispensação da
farmácia e comparar
as quantidades
liberadas para cada
unidade, como é
mostrado no quadro a
seguir. Lembre-se de
que usaremos estes
dados para a
exploração da nossa
situação-problema.
Hospital Tipo de UTI
(adulto)
Número de frascos-ampolas dispensados no ano de 2019
Tigeciclina 50
mg 
Meropeném 1
g
Piperacilina +
tazobactam 4 g + 0,5 g
A Clínica 1.200 4.500 3.675
A Cirúrgica 90 450 788
B Geral 720 4050 5.250
B Cardiointensiva 120 360 1.260
C Ventilatória 2.100 6.750 5.880
C Clínica 780 2.070 4.725
D Clínica 1.380 5.400 5.250
Hospital Tipo de UTI
(adulto)
Número de frascos-ampolas dispensados no ano de 2019
Tigeciclina 50
mg 
Meropeném 1
g
Piperacilina +
tazobactam 4 g + 0,5 g
D Neurointensiva 60 1.080 1.575
Quadro 1 - Relatório do consumo anual dos antibióticos solicitados nas UTIs clínicas obtido para o ano de 2019.
Os dados contidos neste relatório levam a uma série de questionamentos:
 
A partir dos dados obtidos no relatório, é possível realizar uma comparação direta das informações
sem levar em conta as posologias e o tempo de tratamento com cada antibiótico?
 
Podemos realizar comparações sem levar em consideração a quantidade de pacientes que ficaram
internados nas UTIs ao longo de 2019?
 
Os pacientes de todas as UTIs apresentavam os mesmos níveis de gravidade?
 
Estes dados são suficientes para informar quais são as unidades que necessitam de uma intervenção
imediata para diminuir a utilização destes antibióticos?
 
Inicialmente, vamos analisar o seguinte: consumo do antibiótico com a comparação do número de frascos.
Posologia
Para pacientes adultos de cerca de 70 kg e com função renal preservada, as posologias são:
Piperacilina + tazobactam: 1 frasco, respectivamente, de 4 g + 0,5 g de 6/6h, totalizando 4 frascos
por dia.
Meropeném: 1 (ou até 2) frascos de 1 g de 8/8h (posologia comumente utilizada), totalizando 3 ou 6
frascos por dia.
Tigeciclina: 1 frasco de 50 mg de 12/12h, totalizando 2 frascos por dia.
Ao analisar a posologia, perceba que a comparação da quantidade de frascos não responde às questões
relacionadas ao uso racional. Isso porque a prescrição médica deve levar em conta a dose diária e o tempo de
tratamento com um medicamento. 
 
Se os mesmos antibióticos estivessem disponíveis em apresentações com doses diferentes, isto não mudaria
a dose diária nem o tempo de tratamento. Ocorreria somente uma adaptação da quantidade de unidades
farmacêuticas (por exemplo, a posologia de 1 g de 8/8h de meropeném poderia corresponder a 1 frasco de 1 g
de 8/8h ou a 2 frascos de 500 mg de 8/8h) no momento da prescrição e/ou da dispensação.
Medicamentos com posologias mais frequentes (por exemplo, de 6/6h) poderiam gerar dados de
maior consumo do que medicamentos de posologias menos frequentes (como exemplo, 1x dia), mas
estes dados não correspondem à realidade do uso racional, uma vez que, clinicamente, o que
importa é a dose diária.
1. 
2. 
3. 
4. 
Discutiremos, a seguir, uma sequência de
procedimentos que devem ser realizados
para obter os dados de consumo com base
na dose diária. Iniciaremos com a
identificação do medicamento através da
classificação ATC, seguida da
determinação da estimativa de dias de
tratamento utilizando-se a DDD e,
finalmente, a comparação dos resultados
entre diferentes unidades.
 Como veremos, este
método apresenta
limitações, mas é
amplamente utilizado nos
estudos de utilização de
medicamentos por
depender somente dos
dados agregados obtidos a
partir de relatórios de
dispensação (ou venda)
das farmácias.
Classificação Anatômica Terapêutica Química (ATC)
No sistema de classificação ATC, os fármacos são divididos em diferentes grupos de acordo com o órgão ou
sistema nos quais eles agem e segundo suas propriedades químicas, farmacológicas e terapêuticas. Cada
fármaco recebe um código de acordo com sua classificação em cinco níveis.
Primeiro nível
Há 14 grupos diferentes que indicam o órgão ou sistema.
Segundo e terceiro níveis
O fármaco é classificado conforme suas características farmacológicas e terapêuticas.
Quarto nível
Há uma especificação adicional relacionada às características farmacológicas, terapêuticas e
químicas.
Quinto nível
Neste nível encontramos o fármaco específico (substância química).
Um fármaco pode receber mais de um código se utilizado com mais de um objetivo terapêutico e/ou em
sistemas diferentes. No Brasil, um bom exemplo da utilização da classificação ATC pode ser observado na
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.
 
A classificação ATC é constantemente atualizada. Por isso, sempre que ela for necessária para o estudo de
utilização de medicamentos, é preciso consultar a página da OMS que indicamos na preparação do nosso
tema.
Atenção
A busca deve ser feita pelo nome do fármaco em inglês. 
Vejamos a classificação para os antibióticos que estamos pesquisando.
Tigeciclina
J – Anti-infecciosos para uso sistêmico (em inglês, Antiinfectives for systemic use).
J01 - Antibacterianos para uso sistêmico (em inglês, Antibacterials for systemic use).
J01A – Tetraciclinas (em inglês, Tetracyclines).
J01AA – Tetraciclinas (em inglês, Tetracyclines).
J01AA12 - Tigeciclina (em inglês, Tigecycline).
Meropenem
J - Anti-infecciosos para uso sistêmico.
J01 - Antibacterianos para uso sistêmico.
J01D - Outros antibióticos beta-lactâmicos (em inglês, other beta-lactam antibacterials).
J01DH - Carbapenêmicos (em inglês, Carbapenems).
J01DH02 - Meropenem.
Piperacilina + Tazobactam
J – Anti-infecciosos para uso sistêmico.
J01 - Antibacterianos para uso sistêmico.
J01C - Antibacterianos beta-lactâmicos, penicilinas (em inglês, beta-lactam antibacterials, penicillins).
J0CR - Combinações de penicilinas e/ou inibidores de beta-lactamase (em inglês, combinations of
penicillins, incl. beta-lactamase inhibitors).
J01CR05 - Piperacilina + tazobactam.
• 
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• 
Uma vez determinada a ATC, vamos identificar qual é a dose diária definida para cada fármaco, o que
poderemos ver a seguir.
Dose diária definida (DDD)
Trata-se da dose média de manutenção diária para um fármaco utilizado na sua principal indicação em
adultos. A DDD é uma unidade de medida que fornece dados que independem de variáveis como preço,
moeda, tamanho de embalagem e quantidade/concentraçãode fármaco na unidade farmacêutica.
 
Ao acessar a classificação ATC, a DDD estará indicada junto à classificação de quinto nível.
 
Em alguns casos, como em determinadas associações, a DDD pode estar descrita em uma lista separada, mas
este não é o caso dos antibióticos que estamos considerando aqui.
Atenção
Dependendo da via de administração, a DDD pode variar. Como a classificação é sempre revisada, é
importante apontar o ano da consulta ao sistema ao se realizar um estudo. 
No Brasil, a notificação do consumo de antimicrobianos, que é obrigatória para todos os hospitais com leitos
de UTI adulto do Brasil, é realizada utilizando-se a DDD.
 
Inúmeros estudos de utilização de medicamentos também utilizam a DDD para estimar a quantidade de dias
de tratamento a partir de dados agregados de consumo em diversos cenários, como, por exemplo, cidades,
estados, países, hospitais, dentre outros.
 
Para os antibióticos relacionados na situação-problema, segundo dados da OMS, verificamos que as DDD que
estamos analisando são:
1
Tigeciclina
0,1 g pela via parenteral.
2
Meropenem
3 g pela via parenteral.
3
Piperaciclina + Tazobactam
14 g (apenas piperacilina) por via parenteral.
Repare que a DDD é
uma estimativa da
quantidade em gramas
do fármaco que é
utilizada em um dia de
tratamento. Deste
modo, se
transformarmos os
dados de quantidade
de frascos em número
de DDD, teremos
informações mais
exatas sobre o uso
desses antibióticos nas
UTIs, o que nos
possibilita avaliar se
este uso está sendo
excessivo ou não. Para
tal, é preciso
determinar a
quantidade em gramas
do fármaco que foi
utilizada no período e
dividi-la pelo valor da
DDD.
 Na UTI clínica do
hospital A, por
exemplo,
observamos que o
consumo foi de
4.500 frascos de
meropeném em um
ano. Como cada
frasco tem 1 g, o
consumo de
meropeném no
período foi de 4.500
g. Como a DDD para
o meropeném é de 3
g, o número de DDD
é igual a 4.500 g/3
g: 1.500 DDD. Isto
significa que há uma
estimativa de que,
neste CTI, foram
realizados 1.500 dias
de tratamento com
este antibiótico.
 É importante deixar claro
que se trata apenas de
uma estimativa, pois
alguns pacientes podem
ter precisado de doses
maiores (por exemplo, 6
g/dia) ou menores (por
exemplo, insuficiência
renal). O uso de maiores
doses em gramas dos
antimicrobianos para
tratamento de infecções
mais graves em pacientes
obesos ou com infecção
no sistema nervoso
central pode superestimar
o número de DDD. Já
doses menores, como
aquelas ajustadas para a
função renal, podem gerar
resultados subestimados
de número de DDD.
É preciso considerar que a DDD é mais útil para fármacos de uso crônico, nos quais o valor da DDD
coincide com a dose média, ou para quando as indicações terapêuticas e as posologias não variam
muito.
Para se ter o dado exato do número de dias tratamento ou das doses que de fato foram prescritas e/ou
administradas, seria necessário ter acesso às prescrições médicas, e não somente ao relatório de
dispensação da farmácia. Como muitas instituições de saúde não dispõem de sistemas de informação que
permitam a extração destes dados e emissão de relatórios, o consumo baseado na DDD é muito utilizado, pois
pode ser calculado a partir dos dados de dispensação da farmácia.
 
Vamos, agora, normalizar este resultado a fim de viabilizar comparações. Para este ajuste, podemos utilizar,
dentre outras, uma medida denominada paciente-dia.
 
Suponha que, na UTI do Hospital A, que apresentou o consumo de 1.500 DDD no ano de 2019 e teve um total
de 3.000 pacientes-dia neste período, o consumo anual do meropeném foi de 1.500 DDD para 3.000
pacientes-dia. Para que o resultado possa ser interpretado mais facilmente e utilizado para comparação com
outras unidades ou instituições, o resultado é normalizado para 1.000 pacientes-dia.
 
Assim, aplicando uma regra de três simples, temos:
Paciente dia
Unidade de medida que representa a assistência prestada a um paciente internado durante um dia
hospitalar. O número de pacientes-dia corresponde ao volume de pacientes que estão pernoitando no
hospital diariamente; logo, o total será a somatória de pacientes-dia de cada dia no período
considerado. É importante compreender que o mesmo paciente será contado como paciente-dia a cada
vez que pernoitar no hospital.
Este resultado significa que, a cada dia, 500 doses diárias definidas (DDD) são utilizadas para cada 1.000
pacientes, ou que, a cada dia, 50% dos pacientes-dia da UTI clínica do Hospital A utilizam meropeném.
 
Podemos, agora, calcular o resultado para as demais unidades.
Atenção
Note que consideraremos 4 g de piperacilina por frasco de piperacilina + tazobactam, uma vez que a
DDD de 14 g só leva em conta este componente da associação. 
Agora, é com você! Obtenha esses dados para os outros antibióticos relacionados no Quadro 1 aplicando a
regra de três, como apresentado para o meropeném.
Agora, compare os seus resultados com a tabela a seguir, na qual os valores já estão convertidos para número
de DDD/1.000 pacientes-dia. Repare que, agora, não é mais necessário especificar a apresentação, pois os
valores já foram normalizados.
 Hospital Tipo de UTI (adulto)
Consumo em número de DDD/1.000 pacientes-dia
Tigeciclina Meropeném Piperacilina + tazobactam 
A Clínica 200 500 350
A Cirúrgica 15 50 75
B Geral 120 450 500
B Cardiointensiva 20 40 120
C Ventilatória 350 750 560
C Clínica 130 230 450
D Clínica 230 600 500
D Neurointensiva 10 120 150
 
A seguir, veja dados sobre o consumo de antibióticos em UTIs.
 
Vamos analisar os dados da tabela e do quadro. Note que o maior consumo ocorre na Unidade Ventilatória do
Hospital C. A seguir, observamos que os consumos das UTIs clínicas dos Hospitais A e C e da UTI Geral do
Hospital B também se destacam. Observe que poderiam ser incluídos nos gráficos os resultados de outras
instituições para comparação, desde que expressos em número de DDD/1.000 pacientes-dia. Uma boa
estratégia também seria elaborar uma curva com o consumo mensal em número de DDD/1.000 pacientes-dia,
a fim de analisar mais detalhadamente o consumo das unidades ao longo do ano.
 
Infelizmente, o gráfico isolado ainda não é suficiente para responder se ocorre uso irracional de antibióticos,
uma vez que os dados da dispensação da farmácia são agregados e não informam quais UTIs apresentam
pacientes mais graves, qual é o perfil de resistência das bactérias de cada unidade, qual é o nível de adesão
das equipes aos protocolos institucionais, se estão sendo realizadas coleta de amostras para cultura e 
descalonamento para antibióticos de menor espectro após a obtenção dos resultados de sensibilidade das
bactérias, dentre outros.
Descalonamento
Avaliação das possibilidades de redução do espectro de acordo com os achados microbiológicos. 
Saiba mais
A Unidade Ventilatória apresenta maior consumo, mas é muito provável que haja pacientes mais graves
e/ou infectados por bactérias com maior grau de resistência internados lá. Deste modo, espera-se que o
consumo seja maior. Por outro lado, ainda que o consumo das unidades cardio e neurointensiva seja
relativamente baixo, pode haver uso irracional nestas unidades, uma vez que as patologias tratadas lá
geralmente não estão relacionadas com anibioticoterapia. Perceba que, dependendo da gravidade dos
doentes, o consumo pode variar, afinal doentes mais graves tendem a ser mais expostos a
procedimentos invasivos, sofrem maior manipulação pela enfermagem e demais membros da equipe,
passam maior tempo internados, dentre outros fatores. 
Para o desfecho da situação-problema que
abordamos ao longo deste conteúdo, a sua
contribuição enquanto farmacêutico será explicar a
metodologia utilizada e fornecer a análise dos dados
obtidos, explicitando as respectivas limitações. Os
demais membros da equipe usarão sua expertise e
seu conhecimento dos processos realizados nas
unidades para, em conjunto com a farmácia, pactuar
estratégias de intervenção. 
 Atualmente, a
recomendação da
OMS e da
ANVISA é a
adoção do
gerenciamento de
antimicrobianos(antibiotic
stewardship)
pelas instituições.
Como calcular o consumo a partir dos relatórios de dispensação
Assista à apresentação de um exemplo envolvendo cálculo de consumo.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Gerenciamento de antimicrobianos (antimicrobial stewardship)
Conjunto de ações destinadas ao controle do uso de antimicrobianos nos serviços de saúde, englobando
desde o diagnóstico, a seleção, a prescrição e a dispensação adequadas, as boas práticas de diluição,
conservação e administração, além da auditoria e do monitoramento das prescrições, da educação de
profissionais e pacientes, do monitoramento do programa até a adoção de medidas intervencionistas,
assegurando resultados terapêuticos ótimos com mínimo risco potencial.
 
O termo stewardship, sem uma tradução específica, vem sendo introduzido como um conceito da gestão
clínica do uso de antimicrobianos, por meio de uma seleção otimizada da terapia, relacionada com sua
duração, dose e via de administração. Prioriza, especialmente, as atividades realizadas por um time
interdisciplinar treinado, motivado, com linguagem comum e com apoio institucional, segundo políticas e
objetivos definidos de acordo com padrões internacionais de segurança do paciente (BRASIL, ANVISA, 2017).
 
No caso de estudos de utilização de medicamentos realizados em nível ambulatorial, a forma de calcular o
número de DDD é o mesmo, mas o denominador mais comumente utilizado é o número de habitantes-dia.
Exemplo
Se estivéssemos medindo o consumo de antidepressivo fluoxetina em determinada comunidade da
cidade do Rio de Janeiro, poderíamos expressar o resultado em número de DDD do antidepressivo /1.000
habitantes-dia (número de habitantes da comunidade x 365 dias). Se o resultado fosse 25 DDD/1.000
habitantes-dia, isto significaria que 25 doses diárias de fluoxetina são utilizadas por dia a cada 1.000
habitantes, ou que, a cada dia, 2,5% da população utiliza fluoxetina. 
Verificando o aprendizado
Questão 1
Você é farmacêutico de uma unidade de saúde e precisa cadastrar o medicamento escitalopram, que foi
recentemente padronizado, no sistema. Em determinado momento, percebe que é necessário inserir a
classificação ATC em quinto nível e o valor da DDD para finalizar o cadastro. Consulte o portal WHOCC
indicado na preparação do nosso tema para obter a classificação ATC e a DDD deste fármaco e, a seguir,
assinale a alternativa que contém a resposta correta.
A N06AB10, 10 mg
B N06A, 10 mg
C N06AB04, 20 mg
D N06AB04, 10 mg
A alternativa A está correta.
O site permite verificar a classificação ATC dos fármacos do primeiro nível ao quinto. O fármaco deve ser
procurado pelo seu nome em inglês (Denominação Comum Internacional, DCI); neste caso, escitalopram. A
classificação de quinto nível corresponde àquela que é específica do fármaco. No local no qual se encontra
a classificação em quinto nível, também está especificada a DDD para o fármaco.
Questão 2
São 18h30 de uma sexta-feira. Você está finalizando o seu plantão, quando recebe um telefonema do
infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do seu hospital, pedindo o consumo
do antibiótico linezolida injetável no mês de agosto em DDD/1.000 pacientes-dia. Ele diz que é urgente e
informa que o número de pacientes-dia no período foi de 2.545. Ao emitir o relatório de consumo, você obtém
o dado de que foram consumidas 850 bolsas de 300 mL (20 mg/mL, total de 600 mg por bolsa).
Considerando que a DDD para linezolida é de 1,2 g, assinale a alternativa que contém o dado de consumo
correto a ser passado para o infectologista em número de DDD/1.000 pacientes-dia.
A 2.545
B 500
C 167
D 5.566
A alternativa C está correta.
O primeiro passo é determinar o consumo total da linezolida em gramas. Para tal, multiplicamos o número
de bolsas consumidas no período pela quantidade em gramas de cada bolsa (600 mg = 0,6 g): 850x 0,6 g
= 510 g
A seguir, devemos determinar o número de DDD no período. Isto deve ser feito dividindo-se o consumo em
gramas pelo valor da DDD em gramas obtido através de pesquisa na página WHOCC: 510 g / 1,2 g = 425 g
Finalmente, devemos calcular o consumo para 1.000 pacientes-dia:
425 g -- 2.545 pacientes-dia
x -- 1.000 pacientes-dia
x = 167 DDD/1.000 pacientes-dia
A fórmula consolidada também poderia ser utilizada:
Número de DDD/1.000 pacientes-dia =
Número de frascos x Quantidade em gramas por unidade farmacêutica x 1.000
Valor da DDD x Número de pacientes-dia no período
Número de DDD / 1.000 pacientes-dia = (850 * 0,6 * 1.000) / (1,2 * 2.545) = 167
3. Outras métricas utilizadas e exemplos de estudos de utilização de medicamento
Métricas no estudo de utilização de medicamentos
Como já vimos, a utilização da dose diária definida (DDD) apresenta as seguintes limitações:
 
Considera apenas uma dose média para os cálculos, que nem sempre coincide com a dose diária
prescrita (PDD) ou recomendada (RDD) para o paciente específico.
 
Não leva em conta as variações individuais dos pacientes (por exemplo, peso, tipo e gravidade da
doença, redução da função renal, tempo de internação, comorbidades, presença de dispositivos
invasivos etc.).
 
Não permite considerar a vantajosidade das terapias combinadas em contextos específicos.
 
Não se aplica à pediatria, pois as doses individuais variam de acordo com o peso da criança.
 
Outras métricas já foram desenvolvidas com o objetivo de otimizar a aferição do consumo de medicamentos,
especialmente de antimicrobianos.
DOT (dias de terapia)
A utilização de DOT (dias de terapia) é recomendada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC),
nos Estados Unidos. Qualquer dose de um antimicrobiano recebida durante um período de 24 horas
representa 1 DOT.
Exemplo
Em um tratamento com esquema combinado de três antimicrobianos por 10 dias, seriam contados 30
DOTs, 10 DOTs para cada antimicrobiano. Esta métrica já é muito utilizada em pediatria e vem
substituindo o uso da DDD em diversas instituições. 
Voltemos à UTI clínica do Hospital A. Agora, imagine que os médicos desta UTI utilizem 6g por dia de
meropenem (e não 3g por dia, que corresponde ao valor da DDD). Neste caso, o consumo baseado na DDD
estaria superestimado, pois, para um dia de tratamento, foram usados 6 frascos de 1g, e não 3.
 
Com a métrica DOT, é possível verificar diretamente a ocorrência de um dia de tratamento,
independentemente da dose. Neste caso, poderíamos inferir que, se TODOS os pacientes da UTI clínica do
hospital A que utilizaram meropenem ao longo de 2019 receberam 6g/ dia, o consumo real de meropenem
nesta UTI seria então de 250 DOT/1.000 pacientes-dia, o que significa que 25% (e não os 50% estimados com
o uso da DDD) dos pacientes recebem meropenem a cada dia. Vejamos o cálculo:
1. 
2. 
3. 
4. 
Repare que, no entanto, no “mundo real” teremos diferentes doses diárias sendo prescritas, pois o meropenem
pode ser utilizado para o tratamento de diversas infecções em diferentes contextos clínicos.
LOT (duração da terapia)
O número de dias em que o paciente recebe agentes antimicrobianos sistêmicos, independentemente do
número de fármacos, corresponde à LOT.
 
Ao contrário do DOT, a LOT não pode ser usada para comparar o uso de medicamentos específicos, mas
fornece uma avaliação mais acurada da duração da terapia antibacteriana que está sendo praticada. Também
pode ser normalizada através da utilização de denominadores, como 1.000 pacientes-dia.
Exemplo
No tratamento com esquema combinado de três antimicrobianos por 10 dias, seriam contados 10 LOT. 
Aplicação de estudos de utilização de medicamentos
Existem diversos métodos disponíveis
para a realização de estudos de
utilização de medicamentos. A
escolha do método depende muito da
pergunta de pesquisa, mas também
deve considerar questões éticas e de
natureza prática, como tipos de dados
disponíveis, orçamento e habilidades
de quem conduzirá a pesquisa.
 A seguir, veremos alguns
exemplos desses estudos. No
entanto, recomendamosa leitura
dos artigos indicados na seção
Explore+ para complementar
seus conhecimentos. Neste
momento, vamos analisar
apenas alguns pontos a partir de
exemplos que apresentamos a
seguir.
Exemplo 1 (Zorzanelli et al.,2019):
Neste estudo, o consumo do benzodiazepínico clonazepam no Estado do Rio de Janeiro foi estimado para o
período de 2009 a 2013 utilizando-se a dose diária definida. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de
Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC/Anvisa) e convertidos em número de DDD/1.000 habitantes-
dia.
 
Vejamos alguns destes dados na tabela a seguir.
 
 
 
Número de DDD/1.000 habitantes-dia
Ano Considerando a DDD de 8 mg Considerando a dose diária como sendo de 1 mg*
2009 0,85 2,77
2010 0,58 4,64
2011 0,81 6,5
2012 1,21 9,68
2013 1,97 15,73
Dados do o Sistema de Gerenciamento de Produtos Controlados. BRASIL, 2013.
Os autores observaram um aumento do consumo de clonazepam no Estado do Rio de Janeiro entre 2009 e
2013. O número de doses diárias definidas (DDD) aumentou, no período, de 0,35 para 1,97 DDD por ano, por
1.000 habitantes-dia. Quando se considera a dose diária de 1 mg (valor aproximado para uso como
hipnosedativo), os valores sobem de 2,77 para 15,73 DDD por ano, por 1.000 habitantes-dia. 
Atenção
A DDD fornecida pela OMS é de 8 mg. No entanto, também se utilizou na fórmula a dose diária de 1 mg,
em vez de 8 mg, uma vez que esta última é a dose indicada para tratamento como anticonvulsivante,
sendo 1 mg o valor aproximado para o uso como hipnosedativo. 
O crescimento do consumo foi considerado real e independente da incorporação de novas farmácias e
drogarias ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC (o que poderia contribuir
para o aumento da detecção das prescrições pelo estudo), mesmo aquelas que se somaram com a entrada
dos antimicrobianos no Sistema, criado em meados de 2011.
Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC
De acordo com a ANVISA (BRASIL, s. d.): “O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos
Controlados (SNGPC) monitora as movimentações de entrada (compras e transferências) e saída
(vendas, transformações, transferências e perdas) de medicamentos comercializados em farmácias e
drogarias privadas do país, particularmente os medicamentos sujeitos à Portaria 344/1998 (como os
entorpecentes e os psicotrópicos). O monitoramento dos hábitos de prescrição e consumo desses
medicamentos no país possibilita contribuir com decisões regulatórias e ações educativas a serem
promovidas pelos entes que compõem o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.”
Exemplo 2 (Lira et al., 2014):
Os estudos de utilização de medicamentos podem contribuir para a elucidação de diversos fatores “não
farmacológicos” que ajudam a determinar o consumo de medicamentos em uma população. Entre esses
fatores estão as características sociodemográficas, a existência de uma política de genéricos, bem como o
nível e a dinâmica de acesso a medicamentos resultante da combinação destes e de outros fatores.
 
Neste contexto, esse estudo avaliou o nível de conhecimento, as percepções e o perfil de utilização dos
medicamentos genéricos entre leigos. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de um questionário com
278 voluntários, sendo 180 mulheres e 98 homens, com idade de 37,1 ± 15,8 anos. Os voluntários, oriundos de
municípios brasileiros, foram recrutados por meio de contato direto em locais públicos, tais como vias públicas
e centros comerciais.
Municípios brasileiros com participação na pesquisa (19 participantes não identificaram o município de
origem): São Paulo (SP), com n=124 Jataí (GO), com n=110 Osasco (SP), com n=6 Guarulhos (SP), com
n=5 Mairiporã (SP), com n=2 Rio Verde (GO), com n=2 Carapicuíba (SP), com n=1 Diadema (SP), com
n=1 Franco da Rocha (SP), com n=1 Itaquaquecetuba (SP), n=1 Mineiros (GO), com n=1 Patos (PB), com
n=1 Quirinópolis (GO), com n=1 Rio de Janeiro (RJ), com n=1 Santos (SP), com n=1 Teresina (PI), com n=1
Renda familiar
(salário mínimo) n (%) Classe
socioeconômica* n (%) Escolaridade n (%)
Até 1
10
(3,6)
E 0 (0,0)
Ensino Fundamental
incompleto
22
(7,9)
1-2
35
(12,6)
D 6 (2,2)
Ensino Fundamental
completo
10
(3,6)
2-3
43
(15,5)
C2
28
(10,1)
Ensino Médio
incompleto
24
(8,6)
3-4
63
(22,7)
C1
60
(21,6)
Ensino Médio
completo
88
(31,7)
4-5
51
(18,3)
B2
106
(38,1)
Ensino Superior
incompleto
69
(24,8)
5-10
49
(17,6)
B1
55
(19,8)
Ensino Superior
completo;
35
(12,6)
10-15 9 (3,2) A2 21 (7,6)
Pós-Graduação
incompleta
5 (1,8)
15-20
18
(6,5)
A1 2 (0,7)
Pós-Graduação
completa
25
(9,0)
Caracterização da amostra (n= 278). Lira et al., 2014.
Os autores descrevem que 277 entrevistados (99,6%) já tinham ouvido falar dos genéricos. Destes, 219
(78,8%) relataram ter recebido informações em relação aos genéricos. Quanto ao uso, 225 (81%) informaram
que utilizam ou já utilizaram os genéricos.
 
Sobre as características dos genéricos, 220 (79,1%) afirmaram ter confiança em sua eficácia, 208 (74,8%)
acreditavam que estes tinham efeito igual ao dos medicamentos de referência, 209 (75,2%) acreditavam que o
medicamento genérico possuía uma segurança igual à dos medicamentos de referência. Por outro lado, 40
(14,4%) achavam que o genérico possui uma qualidade inferior à do medicamento de referência, e 95 (34,2%)
não escolheriam o genérico em detrimento do medicamento de referência.
Informações
Estas informações foram obtidas pelos seguintes meios: televisão (49,3%), profissionais médicos (18%),
farmácias (por meio do balconista ou farmacêutico) (39,5%), internet e em artigos de jornais (7,2%),
conhecidos ou vizinhos (3,6%), rádio (2,9%), propagandas de rua (1,8%) e outros profissionais da saúde e
nas universidades (0,7%).
Exemplo 3 (Alves & Martins, 2013):
O estudo foi realizado na Unidade de Tratamento Intensivo adulto (UTI) de um hospital privado de Porto
Alegre, com 22 leitos, com perfil de atendimento clínico-cirúrgico, durante o período de agosto de 2010 a
agosto de 2011. O estudo dividiu-se em dois momentos: inicialmente, buscaram-se dados de consumo de
antimicrobianos de uma amostra de pacientes através de dados dos prontuários, e, posteriormente, buscaram
os dados de consumo de antibacterianos, da mesma população, através de relatórios eletrônicos de
dispensação da farmácia hospitalar.
 
Foram inclusos na amostra os pacientes admitidos na unidade nos 15 primeiros dias do mês, durante o
período do estudo. Foram excluídos os pacientes com tempo de internação menor que 24 horas na unidade
do estudo. As variáveis em estudo, idade, tempo de permanência na UTI, Apache II e desfecho, foram
coletadas a partir do prontuário eletrônico do paciente. O consumo de antibacterianos foi calculado por meio
da dose diária definida (DDD). Utilizou-se como denominador o número de pacientes-dia proporcional ao
período, multiplicando-se o resultado por mil, obtendo-se, assim, a densidade de consumo por mil pacientes-
dia (número de DDD/1000 pacientes-dia).
Apache II
Apache II é um sistema de classificação de gravidade da doença em pacientes clinicamente enfermos.
Antibacteriano Consumo pelos dados da
farmácia
Consumo pelos dados da
amostra
Valor de 
p
Ampicilina/sulbactam 305,0 216,9 0,03794
Ceftriaxone 70,1 11,5 0,00023
Cefepime* 61,9 19,3 0,00537
Ciprofloxacino 35,7 11,1 0,00023
Levofloxacino 72,0 62,1 0,60035
Imipenem 182,2 1,5 1,73656
Meropenem 13,4 86,2 0,00010
Piperacilina/
Tazobactam
236,7 139,7 0,00010
Vancomicina 93,6 49,7 0,01273
Oxacilina 69,2 26,4 0,10030
Comparação de Consumo de Antibacterianos. Alves & Martins, 2013.
O estudo encontrou diferenças significativas entre os valores de consumo de antibacterianos obtidos a partir
da amostra e da farmácia. Segundo os autores, alguns motivos podem ter contribuído para a diferença
observada nos resultados. Um fator importante é o sistema de dispensação da farmácia da instituição, que
não é por dose unitária, sendo que a maioria das apresentações comerciais não coincide com o tratamentoproposto, gerando desperdício de medicamentos, além de todos os problemas relacionados à preparação
deles na própria unidade de internação. Segundo eles, outro fator que poderia ter ocasionado a divergência de
dados seria a metodologia utilizada para monitorização do consumo de antibacterianos, uma vez que há
muitas controvérsias relacionadas ao uso da DDD.
Atenção
Para cefepime utilizou-se teste de Mann-Whitney, pois o antimicrobiano apresentou distribuição não
normal. Para todos os demais, utilizou-se Teste T para amostras não pareadas. 
DOT e LOT e a necessidade de implementação do gerenciamento de
antimicrobianos
Neste vídeo, abordamos os cálculos e a aplicabilidade das métricas de consumo de medicamento.
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As limitações observadas para o uso da DDD estimularam o desenvolvimento de novas métricas. Dentre elas,
destaca-se DOT (dias de terapia). Assinale a alternativa na qual encontra-se definida a diferença entre DDD e
DOT.
A O valor de DOT varia com a dose diária do medicamento, e o da DDD não varia.
B Um DOT corresponde a um dia de tratamento, enquanto uma DDD é uma estimativa de um dia de
tratamento.
C A utilização do DOT resulta em uma medida menos acurada dos dias de tratamento do que a utilização
da DDD.
D DOT não deve ser utilizado para aferir o consumo de antibióticos em pediatria porque a DDD fornece
resultados mais confiáveis.
A alternativa B está correta.
Conforme apresentado no item DOT (dias de terapia), com a métrica DOT, é possível aferir diretamente a
ocorrência de um dia de tratamento, independentemente da dose. No caso da DDD, se a dose diária
utilizada pelo paciente (dose diária prescrita – PDD) for distinta da DDD, o resultado da divisão de uma pela
outra será diferente de um, gerando um resultado superior ou inferior à realidade. O exemplo ilustrado no
tópico mostra que, se a dose diária de meropenem for de 6 g, e não de 3 g (valor da DDD), teremos 2 DDD
administradas em um dia de tratamento, e a estimativa de consumo será de dois dias de tratamento,
quando na realidade só há um dia.
Questão 2
Se as métricas Dias de Terapia (DOT) e Duração de Terapia (LOT) forem utilizadas para aferir o consumo de
antibióticos de um paciente que utilizou concomitantemente os antimicrobianos cefepima e vancomicina, cada
um por 14 dias, é correto afirmar que este uso corresponde a
A 14 DOT e 14 LOT.
B 28 DOT e 28 LOT.
C 28 DOT e 7 LOT.
D 28 DOT e 14 LOT.
A alternativa D está correta.
Conforme descrito nos itens DOT (Dias de Terapia) e LOT (Duração da Terapia), cada dia de tratamento
com determinado antibiótico utilizado corresponde a 1 DOT. Deste modo, se o paciente utilizou cefepima
por 14 dias (14 DOT) e vancomicina por 14 dias (14 DOT), ele terá realizado um total de 28 DOT. No caso do
cálculo de LOT, o que conta é o tempo de tratamento, independentemente do número de antibióticos.
Neste caso, como o paciente realizou 14 dias de tratamento com a combinação cefepima + vancomicina,
teremos 14 LOT.
4. Conclusão
Considerações finais
Estudos de utilização de medicamentos, como modalidade de pesquisa e/ou campo de envolvimento
profissional, merecem, sem dúvida, o estímulo dos estabelecimentos de ensino farmacêutico, órgãos de
classe, sistemas de saúde e do governo. No campo da gestão, são muitas as oportunidades para utilização
destes estudos. Elas podem estar relacionadas ao gerenciamento da assistência farmacêutica em instituições
privadas e nos diferentes níveis de complexidade do SUS.
 
Neste momento, a compreensão do consumo de antimicrobianos (problematizado neste material) é
absolutamente fundamental e deve ser uma habilidade do farmacêutico a fim de que este possa contribuir
para o uso racional e controle da resistência de microrganismos aos medicamentos.
 
Outro ponto que merece ser destacado é o de que há diversos fatores “não farmacológicos” que podem
influenciar a utilização de medicamentos e resultar em uso irracional.
Podcast
Antes de encerrarmos, ouça um pouco mais sobre os estudos da utilização de medicamentos.
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Explore +
Não deixe de se familiarizar com o site da OMS destinado ao Sistema ATC/DDD, que usamos em nosso estudo.
Que tal começar suas consultas pelo ciprofloxacino (ciprofloxacin), que tem mais de uma classificação?
 
Pesquise também a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME 2020), que é um excelente
exemplo de como a Classificação ATC pode ser utilizada.
 
Busque ainda os seguintes artigos:
 
Perfil do consumo de antimicrobianos em Unidade de Terapia Intensiva: análise e comparação de
resultados, de Paola Hoff Alves e Andreza F. Martins.
 
Conhecimento, percepções e utilização de medicamentos genéricos: um estudo transversal, de Claudio
André Barbosa de Lira et al.
 
Consumo do benzodiazepínico clonazepam (Rivotril®) no estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2009-2013:
estudo ecológico, de Rafaela Teixeira Zorzanelli et al.
Referências
• 
• 
• 
ALVES, P. H.; MARTINS, A. F. Perfil do Consumo de Antimicrobianos em Unidade de Terapia Intensiva: Análise
e Comparação de Resultados. Journal of Infectious Control v. 2, n. 2, p. 103-105, 2013.
 
BRASIL. ANVISA. Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos
em Serviços de Saúde. ANVISA: Brasília, 2017.
 
BRASIL, ANVISA. Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde (2016-2020) ANVISA: Brasília, 2016.
 
BRASIL. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 406, de 22 de julho de 2020. Dispõe sobre as
Boas Práticas de Farmacovigilância para Detentores de Registro de Medicamento de uso humano, e dá outras
providências. Consultado ena internet em: 2 set. 2020.
 
BRASIL. ANVISA. Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Consultado na
internet em: 19 set. 2020.
 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - Rename. Consultado na
internet em: 2 set. 2020.
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Uso racional de medicamentos. Consultado na internet em: 2 set. 2020.
 
BROEIRO, P. Prática baseada em evidência e seus limites. Rev Port Med Geral Fam, Lisboa, v. 31, n. 4, p.
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CASTRO, C. G. S. O de (Coord.). Estudos de utilização de medicamentos: noções básicas [online]. Rio de
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ZORZANELLI, R. et al. Consumo do benzodiazepínico clonazepam (Rivotril®) no estado do Rio de Janeiro,
Brasil, 2009-2013: estudo ecológico. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 8, p. 3129-3140, 2019.
	Estudos da utilização de medicamentos
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. Definição e objetivos dos estudos de utilização de medicamentosHistória
	Farmacovigilância
	Como acessar o sistema ATC/DDD na página da OMS
	Conteúdo interativo
	Estudos de utilização de medicamentos
	Objetivos dos estudos de utilização de medicamentos
	Comparação da utilização de medicamentos
	Políticas de saúde
	Utilização de medicamentos em populações específicas
	Utilização de medicamentos em áreas específicas da terapêutica
	Determinantes do uso de medicamentos
	Adesão
	Farmacoepidemiologia
	Avaliação e melhoria da qualidade do uso de medicamentos
	Prática baseada em evidência
	Verificando o aprendizado
	2. O sistema de classificação ATC/DDD
	Sistema de classificação ATC/DDD e método de uniformização dos dados
	Posologia
	Classificação Anatômica Terapêutica Química (ATC)
	Primeiro nível
	Segundo e terceiro níveis
	Quarto nível
	Quinto nível
	Atenção
	Tigeciclina
	Meropenem
	Piperacilina + Tazobactam
	Dose diária definida (DDD)
	Atenção
	Tigeciclina
	Meropenem
	Piperaciclina + Tazobactam
	Atenção
	Saiba mais
	Como calcular o consumo a partir dos relatórios de dispensação
	Conteúdo interativo
	Gerenciamento de antimicrobianos (antimicrobial stewardship)
	Exemplo
	Verificando o aprendizado
	3. Outras métricas utilizadas e exemplos de estudos de utilização de medicamento
	Métricas no estudo de utilização de medicamentos
	DOT (dias de terapia)
	Exemplo
	LOT (duração da terapia)
	Exemplo
	Aplicação de estudos de utilização de medicamentos
	Exemplo 1 (Zorzanelli et al.,2019):
	Atenção
	Exemplo 2 (Lira et al., 2014):
	Exemplo 3 (Alves & Martins, 2013):
	Atenção
	DOT e LOT e a necessidade de implementação do gerenciamento de antimicrobianos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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