Prévia do material em texto
Instituto Superior de Transportes e Comunicações Departamento de Cienciâs Básicas Fisíca II Trabalho Laboratórial n 2 - “Circuito RC - Série” Discentes: - Belinda Frigg Tilma - Edney Eto’o Damião Docente: Mestre Alexandre Dambe Maputo, Setembro de 2023 Índice: 1. Introdução: .................................................................................................................................................. 3 2. Resumo Teórico: .......................................................................................................................................... 4 3. Objectivos: ................................................................................................................................................... 8 4. Materiais e Instrumentos a utilizar ........................................................................................................... 9 5. Procedimentos: ............................................................................................................................................ 9 6. Resultados e Discussões............................................................................................................................. 10 7. Conclusão: .................................................................................................................................................. 13 8. Referêcias Bibliografias: ........................................................................................................................... 14 1. Introdução: Neste presente relatório do trabalho laboratorial pretendemos falar do Circuito RC em série, onde com base na analise do processo de carga e descarga do circuito, iremos determinar a constante de tempo (𝜏) do circuito RC assim como mostrar a dependência da constante de tempo e os valores da resistência do resistor e da capacitância do capitor. Esta experiência foi feita no Laboratório de Física do ISUTC no dia 12-09-2023. Explicaremos ao longo deste relatório como foram analisadas o processo de carga e descarga nos circuitos montados incluindo a tomada de nota dos valores lidos no instrumento. Constarão ainda quais materiais e instrumentos foram usados, além da descrição breve de como foram utilizados estes instrumentos. No final falararemos de como foi determinado a constante de tempo (𝜏) do circuito RC demonstrando- se os cálculos da mesma, e comprovaremos a dependência da constante de tempo e os valores da resistência do resistor e da capacitância do capitor. 2. Resumo Teórico: Os circuitos eléctricos podem ser definidos como dispositivos que permitemum ou vários trajectos fechados para a corrente eléctrica constituindo uma rede eléctrica. Um circuito circuito é um circuito que consiste em um resistor e um capacitor/condensador, que podem estar ligados tanto em série quanto em paralelo, sendo alimentados por uma fonte de tensão. Um capacitor é um dispositivo que armazena energia potencial eléctrica e carga eléctrica. É formado por dois conductores, separados a uma certa distância e que podem receber cargas iguais com sinais contrários. Os conductores que formam o capacitor chamam-se armaduras. A principal característica de um capacitor é a sua capacitância (C), que entende-se pela grandeza física proporcional a carga que pode ter qualquer das armaduras (tomando o valor positivo) e inversamente proporcional a diferença de potencial (V) entre estas. C = 𝑞 𝑣 (1) No sistema internacional a unidade de capacitância chama-se Farad, em homenagem ao físico inglês Michael Faraday. De acordo com a equação (1) um farad é igual a um coulomb por volt (1C/V). 1Farad = 1 𝑪𝒐𝒖𝒍𝒐𝒎𝒃 𝑽𝒐𝒍𝒕 Um farad é uma capacitância muito grande. Em muitas aplicações práticas as unidades mais convenientes de capacitância são o microfarad (1𝝁𝑭 = 𝟏𝟎−𝟔F) e o picofarad (1𝒑𝑭 = 𝟏𝟎−𝟔F). Quanto maior for a capacitância do capacitador, maior será a magnitude de carga eléctrica do condutor a uma determinada diferença de potencial, por tanto, maior será a quantidade de energia potencial armazenada. Pode-se demonstrar que o valor da capacitância é determinado pela geometria do capacitor e pelas propriedades dieléctricas do meio que ocupa o espaço entre as armaduras. Os capacitores fabricam-se com uma certa capacitância e voltagem de trabalho. Entretanto, estes valores poderiam não ser os que se necessita numa aplicação específica. Pode-se então obter os valores requeridos combinando os capacitores. São possíveis muitas combinações, mas a mais simples são as conexões em série (fig.4) e a conexão em paralelo (fig.5). Fig.1 – Conexão em série Fig.2 – Conexão em paralelo Capacitância para conectores em série: 𝟏 𝑪𝒆𝒒 = : 𝟏 𝑪𝟏 + 𝟏 𝑪𝟐 (2) Capacitância para conectores em série: 𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 (3) Quando se conecta um capacitor descarregado a dois pontos que se encontram a potenciais diferentes, o capacitor não se carrega instantaneamente, se não que admire certa carga por unidade de tempo que depende da sua capacitância, da resistência do circuito e da diferença de potencial com a qual se pretende carregar o capacitor. Suponhamo, um circuito RC série, vamos usar o princípio de conservação da energia para determinar a equação diferencial que descreve o comportamento deste circuito. Inicialmente, quando a chave S (fig.3) é conectada a um ponto ``a``, o capacitor está descarregado. A partir deste momento ele começa a ser carregado pela bateria. Fig.3 – Circuito RC em série. Para cada carga dq fornecida pela bacteria, esta realiza um trabalho: Dw = E dq () Este trabalho transforma-se em energia dissipada no resistor: 𝐸𝐷𝐼𝐵 = 𝑖2 R dt E em energia acumulada no capacitor: 𝐸𝑎𝑐𝑢𝑚 = V dq = 𝑞 𝑐 dq Onde V é a diferença de potencial entre as placas do capacitor. Pela conservação de energia: E dq = R 𝑖2 dt + 𝑞 𝑐 dq Levando em conta que obtem-se: E = R 𝑑𝑞 𝑑𝑡 + 𝑞 𝑐 No laboratório, em lugar da carga armazenada no capacitor, pode-se medir facilmente com um voltímetro a diferença de potencial nos terminais do capacitor. Tendo em conta a equação: V(t) = E (1- 𝑒− 𝑡 𝑅 𝐶) O crescimento da diferença de potencial no capacitor tem uma componente exponencial, de modo que , rigorosamente, ela só atingirá seu valor máximo (𝜀) num tempo infinito. Para cada circuito RC há um tempo característico (𝜏=RC) denominado constante de tempo. Quando t = RC, a difernça de potencial no seu capacitor atinge 63% do seu valor máximo. Fig.4 – Representação do processo de carga do capacitor. Decorrido um longo intervalo de tempo (por exemplo t = 10RC), a chave S, do circuito representado na fig.00 é desconectada de ``a`` e conectada em ``b``. A partir deste momento inicia-se o processo de descarga do capacitor. Colocando-se 𝜀 = 0 na equação obtém-se: R 𝑑𝑞 𝑑𝑡 + 𝑞 𝑐 = 0 Por integração directa chega-se á expressão que descreve a variação da diferença de potencial durante a descarga do capacitor. Agora a constante de tempo 𝜏=RC coincide com o tempo que leva o capacitor em diminuir sua carga (diferença de potencial) até 37% de seu valor máximo (0,37 𝜀). Fig.5 – Representação do processo de descarga do capacitor Os processos de carga e descarga de um capacitor, conectado em série com um resistor e uma fonte directa, podem ser representados num só gráfico, pois desta maneira observa-se melhor o significado físico da constante de tempo. Fig.6 – Processos de carga e descarga de um capacitor 3. Objectivos: Determinar a intensidade da corrente num circuíto; Determinar a diferença de potencial nos extremos de um resistor. 4. Materiais e Instrumentos a utilizar Para a realizaração desta experiência laboratorial foram usados: Fonte regulável de corrente directa (C.D); Voltímetro; Cronómetro Resistores; Interruptor simples e duplo; Dois capacitores fixos; Cabos Condutores. 5. Procedimentos: Com os materiais dispostos e organizados na bancada de trabalho, foram realizadas as seguintes tarefas: 1. Analisamos o guião e montamos um circuito similiar ao esquema representado na fig.3 2. Depois de montado o circuito, chamamos o técnico responsável presente para verificar a esquema montado, antes de fornecer o energia ao circuito. Uma vez montado correctamente o mesmo, prosseguimos para o fornecimento de energia. 3. Anotamos os valores de resistência, capacitância, do resistor, e do capacitor que se encontram anexos no presente relatório. 4. Descarregamos o capacitor criando um curto-circuito momentaneamente nos seus terminais utilizando o cabo com qual tocamos em simultâneo as extremidades do capacitor. 5. Ligamos o interruptor á posição de carga, activando ao mesmo tempo o cronómetro. E de seguida tomamos nota da leitura dada pelo voltímetro a cada 10segundos, na tabela anexada a este relatório. Este processo de carga foi realizado do Capacitor 1 com o Resistor 1, do Capacitor 1 com o Resistor 2, e no fim a associação em paralelo do Capacitor 1 e Capacitor 2 com o Resistor 2. 6. Ligamos o interruptor á posição de descarga, activando ao mesmo tempo o cronómetro. E de seguida tomamos nota da leitura dada pelo voltímetro a cada 10segundos, até que o capacitor alcance uma voltagem próxima a zero. Sendo os valores anotados registados na tabela anexa a este relatório. 7. Após o término da experiência desmotamos os circuitos e organizamos o material na bancada de trabalho. 6. Resultados e Discussões Com os valores dos capacitores e resistores dados, medimos de 10 á 10 segundos a diferença de potencial de carga e também de descarga entre capacitores e respectivos resistores. AS tabelas a seguir mostram o desenvolvimento dessa experiência. Nesta experiência, depois de conectarmos os resistores e capacitores conforme a figura 6 da ficha laboratorial. Colocamos o multímetro entre o(s) capacitor(es) e resistor(es) que nos foi indicado na ficha. Para assim fazer a medição da diferença de potencial seja em carga ou descarga daquele sistema. Usamos para toda a experiência os seguintes materiais: R1=56kΩ R2=47kΩ C1=1000μF C2=3,3μF Tabela 1: Carga do C1 com R1: Nr. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 T(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 V(v) 1.1 2.0 2.78 3.36 3.87 4.31 4.68 4.99 5.26 5.48 5.67 5.84 5.98 6.1 6.21 6.29 6.36 6.43 Para o calculo da constante de tempo: 𝑡 = 𝐶1. 𝑅1=1000.10-6 F.56.103Ω=56s Tabela 2: Descarga do C1 com R1: Nr. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 T(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 V(v) 5.38 5.54 3.81 2.8 2.39 2.04 1.74 1.49 1.27 1.09 0.93 0.8 0.69 0.59 0.51 0.44 0.37 0.32 Tanto para carga como para descarga o valor teórico da constante do tempo é igual. 𝑡 = 𝐶1. 𝑅1=1000.10-6 F.56.103Ω=56s Tabela 3: Carga do C1 com R2: Nr. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 T(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 V(v) 1.3 2.36 3.08 3.77 4.29 4.74 5.1 5.41 5.66 5.87 6.02 6.17 6.29 6.38 6.46 6.52 6.58 6.62 𝑡 = 𝐶1. 𝑅2=1000.10-6 F.47.103Ω=47s Tabela 4: Carga do C1 e C2 com R1: Nr. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 T(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 V(v) 1.39 2.38 3.18 3.83 4.39 4.82 5.17 5.46 5.69 5.89 6.06 6.23 6.32 6.4 6.48 6.54 6.59 6.64 Para um circuito com capacitâncias em paralelo calcula-se primeiro o valor das capacitâncias. C1=1000μF= 1.10-6F C2=3,3μF=3,3.10-6F 𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1+𝐶2=1.10-6F.3,3.10-6F=3,3.10-12F 𝑡 = 𝐶𝑒𝑞 . 𝑅2=3,3.10-12F. 47.103Ω=155,1.10-9s Para as duas primeiras tabelas temos os seguintes gráficos. V(v) em função de t(s). Gráfico: de C1 com R1 em carga e descarga. 0 1 2 3 4 5 6 7 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Carga Descarga 7. Conclusão: Como vimos ao longo deste relatório foi verificado o comportamento do Circuito RC em carga e descarga. Foi provado que para o caso de carga e descarga do C1 com o R1 a constante de tempo é igual. Na carga notamos que quando a fonte de tensão é aplicada ao circuito, o capacitor começa a carregar. A corrente inicial é alta, mas diminui com o tempo à medida que o capacitor acumula carga. A tensão no capacitor aumenta gradualmente até atingir o valor da fonte de tensão. E na descarga quando a fonte de tensão é desligada, o capacitor começa a descarregar. A corrente inicial é alta e diminui à medida que o capacitor libera sua carga. A tensão no capacitor diminui gradualmente até atingir zero. 8. Referêcias Bibliografias: Alejandro, C., (2005). Ficha Circuito RC – serie. ISUTC. Moçambique. Saveliev, I. V, (1984). Curso de Física General. Vol 2. Editorial MIR. Moscú Resnick, R., Halliday, D. E K, Krane, (2002). Física 2. Quinta Edição. LTC Editora. Young, H., e Roger, F. (2009). Física Universitária. Volumen 2. Decimosegunda edición. Pearson