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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO ITALO BRASILEIRO KATARINA SANTOS AVELINO CURSO DE DIREITO 9º SEMESTRE ID: 231937 MULHER MERCADORIA DE LUXO TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES, UMA REVISÃO DA LITERATURA EM FACE A UM CRIME SILENCIOSO. SÃO PAULO – SP 2023 KATARINA SANTOS AVELINO - MULHER MERCADORIA DE LUXO TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES, UMA REVISÃO DA LITERATURA EM FACE A UM CRIME SILENCIOSO. O presente artigo de conclusão de curso apresentado ao corpo docente do curso de Direito do Centro Universitário Católico Ítalo Brasileiro. Como parte dos requisitos necessários à obtenção da graduação do Curso de direito. Orientador (a) Professor: Marcio Hiroshi Ikeda Coorientador: Marco Aurelio Paganella Laura Cristina Ferreira Cuvello MULHER MERCADORIA DE LUXO TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES, UMA REVISÃO DA LITERATURA EM FACE A UM CRIME SILENCIOSO. RESUMO O presente trabalho de pesquisa busca explorar a problemática do tráfico de mulheres, com um enfoque específico no tráfico para fins de exploração sexual. Como o tema tem uma enorme amplitude o será abordado somente alguns pontos pois o objetivo central não é apenas elucidar as complexas nuances que envolvem este crime hediondo, mas também desenvolver estratégias efetivas para educar e orientar mulheres a fim de evitar que se tornem vítimas dessa prática ilegal. O estudo aborda o tráfico de mulheres sob uma perspectiva jurídica e também social. A intenção é entender as falhas legislativas e institucionais que permitem a persistência desse crime, bem como identificar as vulnerabilidades que tornam algumas mulheres alvos potenciais. A análise da legislação nacional e internacional associada ao tráfico humano é uma componente chave desta pesquisa. A pergunta central que norteia esta pesquisa é: "Como o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual é perpetuado e como podemos orientar as mulheres para não se tornarem vítimas?". Para responder a essa questão, o trabalho utiliza uma abordagem multidisciplinar, combinando técnicas quantitativas e qualitativas para fornecer uma visão abrangente do problema. O estudo propõe soluções práticas que possam ser implementadas tanto em nível individual quanto coletivo. Espera-se que este trabalho contribua significativamente para aumentar a conscientização sobre o tráfico de mulheres e ajude a pavimentar o caminho para estratégias mais eficazes no combate a esse crime. Além disso, busca-se incentivar uma mudança na sociedade em relação à percepção deste problema, promovendo um ambiente seguro e igualitário para todas as mulheres. Palavras-chave: Tráfico Humano. Tráfico Internacional de Mulheres. Exploração Sexual. Aliciadores. Vítimas. ABSTRAT The present research seeks to explore the problem of trafficking in women, with a specific focus on trafficking for the purpose of sexual exploitation. As the topic has a huge breadth, only a few points will be addressed, as the central objective is not only to elucidate the complex nuances surrounding this heinous crime, but also to develop effective strategies to educate and guide women in order to prevent them from becoming victims of this illegal practice. The study addresses the trafficking of women women from a legal and social perspective. The intention is to understand the legislative and institutional failures that allow this crime to persist, as well as to identify the vulnerabilities that make some women potential targets. Analysis of national and international legislation associated with human trafficking is a key component of this research. The central question that guides this research is: "How is trafficking in women for the purpose of sexual exploitation perpetuated and how can we Can we guide women not to become victims?" To answer this question, the work uses a multidisciplinary approach, combining quantitative and qualitative techniques to provide a comprehensive view of the problem. The study proposes practical solutions that can be implemented at both the individual and collective levels. It is hoped that this work will contribute significantly to raising awareness of trafficking in women and help pave the way for more effective strategies in the fight against this crime. In addition, it seeks to encourage a change in society in relation to the perception of this problem, promoting a safe and egalitarian environment for all women. Keywords: Human Trafficking International Trafficking of Women. Sexual Exploitation. Traffickers. Victms. INTRODUÇÃO O presente trabalho é dedicado à análise desse fenômeno global: o tráfico de mulheres, particularmente com foco no tráfico para fins de exploração sexual. Este flagelo social, que viola os direitos humanos das mulheres e meninas a cada dia, é um problema complexo e multifacetado que requer uma resposta multidisciplinar, abrangendo áreas do Direito que vão desde o Direito Penal até o Direito Internacional dos Direitos Humanos. A prática desta crueldade tem crescido devido a fatores e conflitos mundiais que nunca foram superados: intensificação do fluxo de refugiados e imigrantes querendo fugir das guerras acreditando em um mundo melhor e pacífica em outro Pais ou Estado e da vulnerabilidade econômica dessas mulheres em busca de uma vida mais digna levam essas meninas a cair nas garras desses monstros. Segundo a ONU grupos envolvidos no recrutamento de mulheres geralmente em países e regiões mais pobres do globo, buscam as vítimas mais vulneráveis, que se encontram em condições sociais de desigualdade, em áreas pobres e periféricas dos centros urbanos ou em zonas rurais onde há pouco acesso as informações. Os aliciadores aproximam-se das vítimas, muitas vezes através de parentes e amigos. São homens e mulheres de boa aparência, que ostentam poder econômico e possuem alto nível de escolaridade, seduzindo com promessas de melhores condições de vida através de um emprego em outro país, da prostituição lucrativa e até mesmo de casamento com um estrangeiro. Os tratados internacionais são de fundamental importância no combate ao tráfico de pessoas, baseados nos direitos universais solidificados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Os países signatários se responsabilizam a cumprir o que foi determinado através da sua livre manifestação da vontade e no exercício da sua soberania. A respeito do tráfico de mulheres, os tratados foram avançando na abordagem do tema, considerado o Protocolo de Palermo (2000) o instrumento internacional mais abrangente na conceituação do que seja tráfico de mulheres, além de outras importantes determinações. Nesse diapasão, para o combate ao tráfico de mulheres a cooperação internacional, através das Autoridades Centrais, é de fundamental importância, a fim de que os estados envolvidos no auxílio mútuo e no interesse de culpabilidade de penalização alcancem o objetivo enfrentando as dificuldades que se fizerem presentes, reprimindo o tráfico e resgatando vidas. OBJETIVO O objetivo é esclarecer as diferentes facetas deste infame comércio humano, ao mesmo tempo em que busca fornecer orientações úteis para evitar que mais mulheres se tornem vítimas. Dessa forma, o trabalho busca responder à pergunta: "Quais são as principais estratégias jurídicas e sociais para combater o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual?" METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão da literatura. Para a pesquisa serão usados livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações e legislações. Os estudos de revisão da literatura, os quais utilizam fontes de coleta de dados secundária, tem se como definição: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (LAKATOS; MARCONI, 2003). DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 1 1.OBJETIVO DO TRÁFICO DE PESSOAS 1.1 Exploração sexual e prostituição Exploração sexual e prostituição são conceitos que se relacionam, mas não se confundem. A exploraçãosexual é uma forma de violação dos direitos humanos que consiste em submeter alguém a atividades sexuais mediante coerção, violência, ameaça ou abuso de poder. A prostituição é a prática de oferecer ou receber serviços sexuais mediante pagamento, podendo ser voluntária ou forçada. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a exploração sexual é uma das modalidades do trabalho forçado, que afeta milhões de pessoas no mundo, especialmente mulheres e crianças. A OIT define trabalho forçado como "toda forma de trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual ela não se ofereceu espontaneamente" (OIT, 2014, p. 13). 1.2 Tráfico de órgãos É uma prática ilegal e criminosa que consiste na venda de órgãos humanos para fins de transplante. Segundo a OMS (2022), cerca de 5% dos órgãos utilizados nas cirurgias de transplante provêm do mercado negro, que movimenta mais de um bilhão de dólares por ano e explora pessoas pobres e vulneráveis, que são enganadas ou coagidas a doar seus órgãos, muitas vezes recebendo menos do que o prometido ou sofrendo graves sequelas. Os órgãos mais procurados pelos traficantes são os rins, que correspondem a 75% do tráfico, seguidos pelo fígado, coração e pâncreas. É uma violação dos direitos humanos e da dignidade da pessoa, além de representar um risco para a saúde pública e a segurança dos pacientes. 1.3-Adoção ilegal de crianças e adolescentes A adoção ilegal de crianças e adolescentes é uma prática criminosa que consiste em transferir a guarda ou a tutela de um menor de idade para outra pessoa ou família sem o devido processo legal e o consentimento dos pais biológicos ou dos órgãos competentes. Essa prática viola os direitos humanos e a legislação brasileira, que estabelece critérios rigorosos para a adoção de menores. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoção ilegal pode ser punida com reclusão de dois a seis anos e multa (art. 237). Além disso, a adoção ilegal pode expor as crianças e os adolescentes a situações de abuso, exploração, tráfico ou violência. 1.4- Exploração de trabalho análogo ao escravo ` Exploração de trabalho análogo ao escravo é uma forma de violação dos direitos humanos que consiste em submeter trabalhadores a condições degradantes, jornadas exaustivas, restrição de liberdade, servidão por dívida ou qualquer outro meio que atente contra sua dignidade. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 40 milhões de pessoas são vítimas desse tipo de exploração no mundo. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 proíbe expressamente o trabalho escravo e prevê a expropriação das propriedades onde ele for encontrado. Além disso, o Código Penal tipifica como crime a redução de alguém à condição análoga à de escravo, com pena de reclusão de dois a oito anos. Um exemplo de citação sobre esse tema é: "O trabalho escravo contemporâneo é um fenômeno complexo e multifacetado, que envolve aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos e jurídicos. Não se trata apenas de uma questão trabalhista, mas de uma grave violação dos direitos humanos e um obstáculo ao desenvolvimento sustentável." (SANTOS, 2019, p. 15) 1.5- Casamento forçado Casamento forçado é uma forma de violação dos direitos humanos que ocorre quando uma ou ambas as partes são obrigadas a se casar sem o seu consentimento livre e pleno. Segundo a ONU, o casamento forçado é uma prática que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente mulheres e meninas, e que tem graves consequências para a sua saúde, educação, segurança e autonomia. Uma citação que ilustra esse problema é: "O casamento forçado é uma violação da dignidade humana e um obstáculo ao desenvolvimento. Nenhuma tradição, cultura ou religião pode justificar essa prática que nega o direito das pessoas de escolherem livremente o seu parceiro." (Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU) 1.6- Trabalho forçado Trabalho forçado é “todo trabalho ou serviço que é exigido de uma pessoa sob a ameaça de uma sanção “(física, psicológica, econômica ou jurídica) **e para o qual a pessoa não se ofereceu espontaneamente** ou não deseja permanecer. Trabalho forçado pode envolver formas de coerção, violência, intimidação, servidão por dívidas, retenção de documentos, tráfico de pessoas e outras formas de escravidão moderna. Trabalho forçado é uma grave violação dos direitos humanos fundamentais e um crime. "O trabalho forçado se refere a situações em que as pessoas são coagidas a trabalhar por meio do uso de violência ou intimidação, ou até mesmo por meios mais sutis, como a servidão por dívidas, a retenção de documentos de identidade ou ameaças de denúncia às autoridades de imigração." (OIT) 2- DIREITOS HUMANOS Os direitos humanos são os direitos fundamentais que todos os seres humanos possuem, independentemente de sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Eles são baseados no princípio da dignidade humana e visam garantir o respeito, a liberdade e a igualdade entre as pessoas. Os direitos humanos são reconhecidos e protegidos por diversos instrumentos jurídicos internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. Essa declaração estabelece os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais que todos os indivíduos devem desfrutar. Alguns exemplos de direitos humanos são: o direito à vida, à saúde, à educação, à liberdade de expressão, de religião, de participação política, entre outros. A citação dos direitos humanos é uma forma de referenciar as fontes que embasam os argumentos ou as informações sobre esse tema. A citação pode seguir diferentes normas ou estilos, como o ABNT, o APA, o MLA etc. O importante é que a citação seja clara, precisa e consistente, indicando o autor, o título, a data e o local da publicação original. Por exemplo: Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos" (art. 1º). Na verdade, esses direitos, não tem definição estática, visto que são construídos e reconstruídos pelo homem, num processo de constante e necessária busca visando ao atendimento das necessidades que vão surgindo com a evolução social, asseverando Norberto Bobbio (2004), com muita propriedade: Sempre defendi – e continuo a defender, fortalecido por novos argumentos – que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. 3. DEFINIÇÃO DE TRÁFICO DOS SERES HUMANOS O tráfico de seres humanos deu início desde a antiguidade, e visava apenas à obtenção de prisioneiro de guerra sem caráter comercial e a prática mais comum era a escravidão. De acordo com Mariane Bonjovani (2004, p.17-18) “no Brasil, durante o período colonial, quando esgotada toda mão-de-obra indígena, os colonizadores passaram a liderar o tráfico negreiro, mais antiga forma de tráfico de pessoas no Brasil. A mão-de-obra escrava negra era utilizada para sustentar os trabalhos ligados à terra”. Mas entre os séculos XIV e XVII, o objetivo do tráfico foi alterado, hoje o principal amento das vítimas, existindo várias formas de exploração e formas de servidão. Segundo afirma Ribeiro et al (2008) é a partir do século XX que se inicia uma nova configuração do mercado prostitucional na Europa, pois com o aumento da mobilidade mundial e a feminização da migração. Quando as mulheres se fizeram presentes definiram uma nova constituição étnica no continente. Para Bales (2005), o tráfico de seres humanos é uma forma moderna de escravidão e a terceira maior atividade criminosa do mundo, logo após o tráfico de drogas e armas. Complementando essa questão no Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas (UNODC) destaque que a exploração sexual é a principal finalidade do tráfico de mulheres,embora também possam ser vítimas de trabalho forçado, servidão doméstica ou Casamento forçado (UNODC, 2018). O tráfico de mulheres não ocorre no vácuo; está enraizado em estruturas socioeconômicas desiguais. O trabalho seminal de Kara (2009) argumenta que a pobreza, a falta de educação e oportunidades econômicas são fatores-chave que tornam as mulheres vulneráveis ao tráfico. Segundo está previsto na Lei 13.344/2016, o tráfico de seres humanos é crime e é caracterizado em todo ato ou tentativa de recrutamento, transporte, alojamento ou acolhimento de pessoas dentro ou através das fronteiras de um país, também como rapto, compra, venda, transferência, recebimento ou manter uma pessoa cativa pelo uso de engano, coerção, uso de ameaça, força, abuso de autoridade com o propósito de reter a pessoa em servidão involuntária em trabalho forçado a mantendo em cativo ou em condições similares ou igual a escravidão, em um local diferente. Objetivo é o lucro financeiro. Privar a vítima de sua liberdade e autonomia. Outra definição de tráfico de pessoas é a trazida pelo Protocolo de Palermo (Decreto 5017/2004), em seu artigo 3º, “a”, in verbis: A expressão ‘tráfico de pessoas’ significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos. No geral, a literatura sobre o tráfico de mulheres evidencia a necessidade urgente por uma abordagem integrada que aborde as causas subjacentes da vulnerabilidade das mulheres ao tráfico enquanto se esforça para fornecer apoio adequado às sobreviventes. Como apontado por Gallagher (2010), esta não é apenas uma questão criminal ou humanitária; é uma questão urgente dos direitos humanos. CAPÍTULO 2 2.1 A Mercantilização de Corpos A mercantilização de corpos é um fenômeno social que envolve a transformação de pessoas em mercadorias, seja por meio da exploração sexual, do tráfico de órgãos, da venda de sangue ou de outras formas de comercialização da vida humana. Esse processo viola os direitos humanos e a dignidade das pessoas, que são reduzidas a objetos de consumo e lucro. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a mercantilização de corpos é uma consequência da sociedade líquida, na qual as relações humanas são frágeis e descartáveis, e os valores morais são relativizados. Bauman afirma que "a mercantilização do corpo humano é um sintoma da crise da solidariedade e da responsabilidade social" (BAUMAN, 2005, p. 83). Bauman, em acordo, na clássica obra “Vida para Consumo”, enfatiza que a lista de consumo aumenta de acordo com as tendências, mas a única coisa que não se insere nela é a opção de não consumir. Nesse amplo aspecto, é possível notar que com a deturpação de certos valores, bem como da coisificação do corpo humano, o ser não é mais ser, mas sim, objeto. 1. TRÁFICO DE MULHERES O tráfico de mulheres é uma forma de violência de gênero que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual é a segunda atividade criminosa mais lucrativa do mundo, depois do tráfico de drogas. O tráfico de mulheres envolve o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, por meio da ameaça ou do uso da força ou de outras formas de coação, do rapto, da fraude, do engano, do abuso de poder ou de uma situação de vulnerabilidade ou da entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos (Protocolo de Palermo, 2000). Uma das principais causas do tráfico de mulheres é a desigualdade de gênero, que se manifesta em diversas formas de discriminação e violação dos direitos humanos das mulheres. Além disso, fatores como a pobreza, a falta de oportunidades educacionais e laborais, os conflitos armados, as migrações forçadas e as redes criminosas que operam com impunidade contribuem para aumentar a vulnerabilidade das mulheres ao tráfico. O tráfico de mulheres tem graves consequências para as vítimas, que sofrem violações físicas, psicológicas e sexuais, além de riscos à saúde, como doenças sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas e abortos inseguros. Para combater o tráfico de mulheres, é necessário adotar medidas preventivas, repressivas e assistenciais, que envolvam a cooperação entre os Estados, as organizações internacionais e a sociedade civil. É preciso também garantir os direitos humanos das vítimas e promover a sua reintegração social. Como afirmou a escritora e ativista nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie: "A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar a nossa cultura" (Adichie, 2014). 2.2 CONSEQUENCIAS PARA AS VÍTIMAS As vítimas de tráfico de mulheres sofrem consequências graves para a sua saúde física, mental e social. Algumas dessas consequências são: - Violência física e sexual, que pode causar lesões, doenças, gravidezes indesejadas e abortos forçados. - Exploração econômica, que pode levar à pobreza, dívidas, dependência e falta de acesso a direitos trabalhistas e sociais. - Isolamento, que pode provocar solidão, medo, ansiedade, depressão e baixa autoestima. - Estigma, que pode gerar discriminação, rejeição, vergonha e culpa. - Trauma, que pode afetar a memória, a identidade, a confiança e a capacidade de relacionamento. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico de mulheres é uma forma de escravidão moderna que viola os direitos humanos das vítimas. Por isso, é necessário combater esse crime e proteger as mulheres que dele sofrem. 2.3 PERFIL DOS ALICIADORES Os aliciadores do tráfico de mulheres são aqueles que recrutam, transportam, alojam ou exploram as vítimas, com o objetivo de obter lucro ou vantagem pessoal. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os aliciadores do tráfico de mulheres podem ser indivíduos ou grupos organizados, que atuam em diferentes níveis e contextos, desde o local até o transnacional. Alguns dos fatores que facilitam a ação dos aliciadores são: a pobreza, a desigualdade de gênero, a violência doméstica, a falta de oportunidades, a corrupção, a demanda por serviços sexuais e a fragilidade das leis e das políticas públicas. Um estudo realizado pela OIT em 2014, com base em dados de 155 países, identificou alguns perfis dos aliciadores do tráfico de mulheres. De acordo com o relatório, os aliciadores são predominantemente homens (72%), mas também há uma participação significativa de mulheres (28%), especialmente no recrutamento das vítimas. A maioria dos aliciadores tem entre 25 e 39 anos (42%), seguida pelos que têm entre 18 e 24 anos (25%). Quanto à nacionalidade, os aliciadores tendem a ser do mesmo país ou região das vítimas (54%), mas também há casos de estrangeiros envolvidos no tráfico (46%). Em relação ao vínculo com as vítimas, os aliciadores podem ser desconhecidos (49%), conhecidos (26%), familiares (19%) ou parceiros íntimos (6%). Os aliciadores utilizam diferentes métodos para enganar, coagir ou forçar as vítimas a entrarem no tráfico, tais como: promessas falsas de emprego, educação ou casamento; ameaças, violência física ou psicológica; dívidas, chantagens ou extorsões; abuso deconfiança ou autoridade; sequestro ou cárcere privado. O tráfico de mulheres é um crime hediondo que deve ser combatido com rigor e efetividade. É preciso conscientizar a sociedade sobre os riscos e as consequências do tráfico, bem como proteger e assistir as vítimas. Além disso, é fundamental identificar e punir os aliciadores do tráfico de mulheres, que violam os direitos humanos e exploram a vulnerabilidade alheia. Para PESTRAF (2002, p. 64), o perfil está relacionado às exigências do mercado de tráfico para fins sexuais, isto é, quem define o perfil do aliciador e da pessoa explorada pelo mercado do sexo, é a demanda, que se configura através de critérios que estão relacionados a classes sociais, faixa etária, idade, sexo e cor. Já para OIT (secretaria internacional do trabalho no brasil) não se pode definir o perfil dos aliciadores, pois é sabido que a maioria dos traficantes são homens, mas existem um grande número de mulheres envolvidas no tráfico e por se tratar de um valor exorbitante de cédulas elas se dedicam de verdade, atuam como atrizes para passar ainda mais credibilidade, as aliciadoras mais velhas e com crianças são as mais requisitadas pelos traficantes. Os criminosos assumem aparência e voz de alguém (aparentemente) confiável para a vítima se iludir. Esse tipo de prática é comum nos dias de hoje, eles usam essa prática para convencer a vítima a embarcar para outro país, ou fazer o que querem. É feita toda uma pesquisa sobre sonhos e desejos da vítima, os criminosos determinam por motivos econômicos, os quais levam as vítimas até mesmo a “consentir” em se tornarem objeto do tráfico. Oque também norteia os traficantes, e todos aqueles envolvidos no negócio da prostituição. Essa máfia comanda o tráfico e o mantém extremamente articulado, e encara a mulher como uma mercadoria qualquer, e só consome esta mercadoria aquele que tem condições de oferecer o preço cobrado. Donos de grandes boates financiam as viagens, sustento, drogas e álcool. As aliciadas, nesse processo ficam presas a uma dívida eterna, que nunca chega ao fim. O regime imposto muda de boate para boate. Algumas impõem o regime fechado, no qual as pessoas traficadas ficam presas na própria boate. Outras permitem que elas saiam sob constante vigia, desde que voltem diariamente e paguem pelo dia de trabalho. São utilizados métodos variados para transportar as vítimas, por vezes lideram agências de emprego, agências de viagens, empresas de lazer e agências matrimoniais. As mulheres são abordadas pelos traficantes através de anúncios em jornais, procurando bailarinas, empregadas domésticas, animadoras de boates, ou por recrutamento direto em bares e discotecas, ou seja, são atraídas pelas falsas promessas de dinheiro. Algumas mulheres têm ciência que vão trabalhar como prostitutas, porém, não sabem que serão mantidas em condições próximas da escravatura, sendo incapazes de escapar dos seus exploradores. Após a exportação para o país de destino, as mulheres serão forçadas a trabalhar como prostitutas, e acumulará uma grande dívida com os traficantes, e estará obrigada a reembolsar o que gastaram com a emissão dos documentos e passaportes para a viagem. Quando chegam lá são ameaçadas com violência, maus tratos, coerção e cárcere privado. Os criminosos ameaçam não só as vítimas como também seus filhos, mãe e familiares que ficaram aqui no brasil, e como existem muitas pessoas envolvidas dentro e fora do país, a vítima coopera com as ordens dos criminosos. Cada dia que passa fica mais forte e lucrativo o tráfico de mulheres, onde a mercadoria é o prazer insaciável do homem, e a oferta imperdível dos aliciadores é violar a intimidade dessas mulheres. Que se olharmos a modo grosso, é ainda mais grave que a escravatura, pois é vendido o trabalho não o corpo, a intimidade. Quem manda nesse mercado é o cliente, eles desejam e os aliciadores realizam. No Brasil o tráfico de mulheres é uma indústria que movimenta milhares de reais e escraviza meninas e mulheres. As propostas ilusórias ofertadas pelos aliciadores deixam as mulheres deslumbradas com a possibilidade de juntarem dinheiro no exterior e enriquecer rapidamente. Acreditem se quiser, existem casos que os próprios pais vendem suas filhas para os traficantes, por querer dinheiro e por acreditarem estar libertando as filhas da pobreza. Uma coisa é certa, enquanto não vivermos em um país democrático onde homens e mulheres recebem os mesmos direitos e deveres, oportunidades de educação, trabalho, moradia, todas essas mulheres continuaram na lista das vítimas desses traficantes. Primeiro os aliciadores descobrem quais os sonhos das vítimas, em seguida usam técnica de Rapport, essa técnica é chamada de espelho onde o profissional fala somente o que a outra pessoa quer ouvir. Eles vendem o tão sonhado intercâmbio, o emprego dos sonhos recebendo em dólar, a conquista do green card, se for o sonho da vítima eles irão usar. Através das redes sociais, sites de relacionamento os aliciadores iludem as vítimas, fazem juras de amor e as convencem a ir até o pais onde estão. Enviam dinheiro propondo relacionamento e casamento em outros países e quando chegam lá são surpreendidas e forçadas a viver em cativeiro e forçada ao trabalho escravo e prostituição. Para combater esse problema, é preciso denunciar qualquer suspeita de aliciamento, apoiar as vítimas que conseguem escapar, e conscientizar a sociedade sobre os riscos e as consequências dessa prática. Uma das formas de combater esse problema é conscientizar as pessoas sobre os riscos e as consequências dessa prática. Você pode ajudar a conscientizar as pessoas compartilhando informações confiáveis sobre o tema, participando de campanhas e eventos de sensibilização, e dialogando com sua família, amigos e comunidade sobre a importância de respeitar e proteger os direitos das mulheres. CAPÍTULO 3 3.1 A LEGISLAÇÃO NO COMBATE AO TRÁFICO Existem várias leis internacionais e nacionais destinadas a proteger as vítimas do tráfico de mulheres. Algumas delas incluem: Protocolo de Palermo: Este protocolo das Nações Unidas contra o tráfico de pessoas destaca a prevenção, a repressão e a assistência às vítimas. Muitos países incorporaram essas disposições em suas legislações nacionais. Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC): Também conhecida como Convenção de Palermo, esta convenção contém medidas específicas para combater o tráfico de pessoas, incluindo mulheres. Legislação nacional: Cada país geralmente tem leis específicas relacionadas ao tráfico de pessoas. Essas leis podem variar, mas muitas incluem disposições para a proteção das vítimas, penalização dos traficantes e cooperação internacional. Leis de Direitos Humanos: As leis que protegem os direitos humanos em geral também desempenham um papel importante na defesa das vítimas do tráfico, uma vez que o tráfico de pessoas é uma violação flagrante dos direitos fundamentais. A história da proteção contra o tráfico de mulheres no Brasil evoluiu ao longo do tempo, com a promulgação de leis e a adoção de medidas para combater esse crime. Alguns marcos importantes incluem: Anos 2000: A preocupação com o tráfico de pessoas, incluindo mulheres, ganhou destaque na agenda internacional. Nesse contexto, o Brasil começou a fortalecer sua legislação e adotar medidas para prevenir e combater esse fenômeno. Lei nº 13.344/2016: Essa legislação, promulgada em 2016, tipifica o crime de tráfico de pessoas no Brasil. Ela abrange diversas formas de exploração, incluindo a exploração sexual e o trabalho escravo. A lei estabelece penas rigorosas para os envolvidos no tráfico de pessoas. Cooperação Internacional: O Brasil tem participado ativamente de acordos e cooperação internacional para combater o tráfico de pessoas. O Decreto nº 5.948/2006 regulamenta a cooperação internacional para prevenir e reprimir o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças. Atenção à Violência de Gênero: A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) também desempenha um papel, pois, emboraseja mais conhecida por abordar a violência doméstica, pode ser aplicada em casos de tráfico internacional de mulheres quando a violência está associada à discriminação de gênero. A abordagem legal visa não apenas penalizar os responsáveis, mas também proteger as vítimas, garantindo seus direitos e oferecendo assistência. O Brasil continua aprimorando suas estratégias para enfrentar o tráfico de mulheres e pessoas em geral. As leis de proteção ao tráfico de mulheres no Brasil são essenciais, mas, como qualquer legislação, podem ser objeto de críticas e aprimoramentos contínuos. Alguns pontos críticos que podem ser levantados incluem: Efetividade na Aplicação: A eficácia na aplicação das leis pode ser questionada. Garantir que as medidas previstas sejam implementadas de maneira consistente e eficaz é fundamental para combater o tráfico de mulheres. Enfoque na Prevenção: Algumas críticas podem se concentrar na necessidade de fortalecer medidas preventivas. Investir em educação, conscientização e abordagens que ataquem as causas subjacentes do tráfico pode ser visto como crucial. Assistência às Vítimas: Embora existam disposições para a proteção das vítimas, a crítica pode se voltar para a eficácia dos programas de assistência. Certificar-se de que as vítimas recebam apoio adequado, incluindo assistência jurídica, psicológica e social, é fundamental. Cooperação Internacional: O tráfico de mulheres muitas vezes envolve fronteiras internacionais, exigindo cooperação internacional. Críticas podem surgir se a cooperação entre os países não for suficientemente robusta ou se houver lacunas na legislação que permitam a impunidade transnacional. 5. *Atualização da Legislação:* Dada a evolução das dinâmicas do tráfico de pessoas, incluindo mulheres, críticas podem surgir quanto à necessidade de atualizar constantemente a legislação para abordar novos desafios e formas de exploração. A melhoria contínua dessas leis e políticas é fundamental para garantir uma abordagem eficaz e abrangente contra o tráfico de mulheres. A participação ativa da sociedade civil, organizações não governamentais e especialistas na revisão e no aprimoramento dessas leis é crucial As estratégias para combater o tráfico humano incluem medidas preventivas como melhorar o acesso à educação e oportunidades econômicas para mulheres em situações vulneráveis . No Art 40 (Brasil, 2012) seria possível a prevenção por esses meios: I-da implementação de medidas intersetoriais e integradas nas áreas de saúde, educação, trabalho, segurança pública, justiça, turismo, assistência social, desenvolvimento rural, esportes, comunicação, cultura e direitos humanos; II - de campanhas socioeducativas e de conscientização, considerando as diferentes realidades e linguagens; III - de incentivo à mobilização e à participação da sociedade civil; e IV - de incentivo a projetos de prevenção ao tráfico de pessoas. A análise dos dados também mostrou que há uma falta alarmante de proteção legal para as vítimas do tráfico humano. Muitos países não possuem leis específicas contra o tráfico humano ou não aplicam adequadamente as leis existentes. Isto é particularmente verdadeiro nos países onde o tráfico humano é mais prevalente. Além disso, os dados coletados também revelaram uma falta grave de apoio e recursos para as vítimas do tráfico humano depois que são resgatadas. Muitas vezes elas enfrentam estigma social significativo e têm acesso limitado a serviços como aconselhamento psicológico ou assistência jurídica. Por fim, os resultados da pesquisa apontam para um problema ainda maior: a invisibilidade deste crime. Muitos casos provavelmente não são relatados por medo das vítimas ou por falta de reconhecimento da situação como tráfico humano. Esta falta de visibilidade torna ainda mais difícil combater efetivamente este crime hediondo. Em conclusão, os resultados obtidos na segunda parte desta pesquisa reforçam a necessidade urgente de medidas globais para combater o tráfico de mulheres. É imperativo melhorar as proteções legais para as vítimas, aumentar os recursos para ajudá-las após serem resgatadas e intensificar esforços para aumentar a conscientização sobre esta questão crítica em todo o mundo. Penas severas seria uma grande sacada virada de chave para inibir esse crime, mas acredito que o motivo de não acontecer é o poder monetário dos bandidos e a corrupção do mundo. Para Shelley se a lei se desempenha um papel crucial para responsabilizar os traficantes poderíamos visualizar outra vertente (Shelley, 2010). Para Clawson et al., (2009) é necessário dar mais atenção ao apoio às vítimas no pós-resgate. Desta forma outras se sentiriam seguras para denunciar esse crime. A lei nº 13.344/2016, trata da prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas, além da proteção às vítimas do crime. Embora a maioria dos países já possuam legislação sobre tráfico de pessoas em vigor há alguns anos, o número de condenações só cresceu recentemente. O aumento no número de condenações segue, também equivalem no número de vítimas detectadas e reportadas, o que revela que a resposta da justiça penal está de acordo com a tendência de detectar mais casos. Entretanto a pouca condenação em alguns países não significa que os traficantes não são ativos nesses países. Na verdade, isso sugere que as redes de tráfico operam com grande impunidade e essa impunidade pode incentivar ainda mais esses criminosos. 3.2 DISQUE DIREITOS HUMANOS Você pode ajudar a denunciar o aliciamento ligando para o Disque 100, um serviço gratuito e anônimo que recebe denúncias de violações de direitos humanos, ou para o número 180, que é a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. Você também pode procurar uma delegacia especializada em crimes contra a mulher ou uma organização não governamental que atue na defesa dos direitos das mulheres. A grande maioria das mulheres não sabem que existe uma central especifica para proteger mulheres vítimas de tráfico humano. Espalhe essa fofoca do bem, não sabemos a hora que podemos precisar. · Disque 180 (Central de atendimento a mulher) · Disque 100 (Direitos humanos) Esse disque denúncias funcionam de uma forma mais rápida e o melhor 24h por dia, todos os dias da semana. Atuando como prevenção e pode ser considerado como pronto socorro dos direitos humanos, pois atende graves situações de violências que acabara de ocorrer ou ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante, colocando traficantes, agressores e bandidos atrás das grades. 3.3 APPS DE SOCORRO O aplicativo é a nova plataforma digital do Ligue – 180 e disque 100. Disponível para os sistemas operacionais Android e IOS. Site: ouvidoria.mdh.gov.br 4. NÃO SEJA UMA ESTATÍSTICA · Cuidado ao adicionar pessoas desconhecidas às redes sociais. · Não dê informações pessoais e ser for conhecê-las, dar preferência a locais públicos; · No exterior, cuidado com o passaporte e desconfie daqueles que dizem facilitar a sua emissão e deslocamentos (passagens e traslados); · Se for viajar para outra cidade, estado ou país, informe à família e aos amigos o local onde irá ficar, com endereço e telefone. · Mandar a localização por meio de aplicativos de mensagens para sua rede de apoio também é importante; · Caso se sinta ameaçado (a), procure policiais, órgãos ou autoridades locais. A denúncia é uma das principais formas de combate. · Pediram seu passaporte? Esteja ciente de que muitas vezes os agressores retêm os seus documentos. Não entregue seu passaporte para ninguém. Mantenha-o sempre com você. · Você conhece alguém que está com viagem marcada? Quando essa pessoa fala do trabalho novo ou das formas que conheceu o empregador, você acha a conversa estranha? Então, informe-se e a oriente. · Alguma pessoa que você conhece fará a viagem dos sonhos? Dê seu telefone e mantenha-se em contato com ela. Aconselhe-a a permanecer em contato com amigos e familiares. Dê telefones emergenciais para ela: consulados, autoridades brasileiras. · Fujado fácil, nunca foi nem será · Saia de aplicativos de namoro o amor anda do nosso lado, se abrir os olhos com certeza o verá. · Lembre-se: cuide-se para não ser a próxima. FONTES CONSULTADAS Shelley, Luísa Tráfico de pessoas: Uma perspectiva Global. 2010 (e-book) GALLAGHER, Ana. Tráfico, contrabando e direitos humanos: truques e tratados. Revisão da migração forçada, (2002) Ribeiro et al Mulheres da vida (2008) BRASIL. Lei nº 13.344, de 6 de outubro de 2016 Acesso em: 04 Ago 2023 BRASIL. Decreto Nº 5.017, de 12 de março de 2004 Acesso em: 04 Ago 2023 Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas 2018 (Publicação das Nações Unidas, Nº de venda E.19.IV.2). Acesso:20agos2023. Dados do tráfico de pessoas, UNODC 27,03.2017 Protocolo de palermo. Convenção das Nações Unidas Contra a criminalidade Organizada transnacional á repressão e a punição do tráfico de pessoas. TATAGIBA, A. B. CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto; tradução Magda Lopes. ”“3 ed. ”“ Porto Alegre: ARTMED, 296 páginas, 2010. Cadernos de Linguagem e Sociedade, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 205–208, 2012. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/11610. Acesso em: 28 ago. 2023. KARA, Siddharth. Tráfico sexual: dentro do negócio da escravidão moderna. Nova Iorque: Editora da Universidade de Columbia, 2009. Miles, M. B., Huberman, A. M., & Saldana, J. (2014). Análise de dados qualitativos: uma fonte de métodos (3ª ed.). Mil Carvalhos: SAGE GALLAGHER, Anne T. O Direito Internacional do Tráfico de Pessoas. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambridge, 2010 Zimmerman et al., (2008) Violência de Gênero. Hopper, E. e Hidalgo, J., (2006). "Cadeias Invisíveis: Coerção Psicológica do Ser Humano Vítimas de Tráfico", Intercultural Human Rights Law Review, Vol. 1, No. 1, pp. 185-209. PESTRAF. Relatório Nacional. Brasil, 2002. Disponível em:. Acesso: Agos 2023 Organização internacional do trabalho (OIT) (2017 a 2020) Ago 2023. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, 2012 TERESI, Verônica Maria. Guia de referência para a rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas no Bras 1 Artigo Científico apresentado como requisito para obtenção de aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, no Curso de Graduação em Direito da Faculdade Ruy Barbosa, Campus Rio Vermelho – Ano 2012.Ano 2016 pela graduanda em Direito Ansyse Cynara Teixeira Ladeia 2 Mestre em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia (2013); especialista em Direito Público pela Faculdade Baiana de Direito / JusPODIVM (2012); 'alumnus' da Academia de Haia de Direito Internacional (2011); graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (2010). Professor da Universidade Salgado de Oliveira e da Faculdade Ruy Barbosa. Advogadoil / Verônica Maria Teresi, Claire Healy. Crime previsto no Código Penal Brasileiro, inciso VII, § 2º do Art 121: "matar cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição". 4 VIEIRA,Vera; CHARF,Clara(org) Percepção da Sociedade Sobre o Tráfico de Mulheres. São Paulo: Data Folha Instituto de Pesquisa, 2016 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho – Editora CAMPUS, Rio de Janeiro, 2004, p. 25. BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2007 BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. p. 13563-13610. https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/WCMS_393058/lang--pt/index.htm : Trabalho Forçado (OIT Brasilia) - International Labour Organization. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/lang--pt/index.htm : Conceitos — Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/combate-ao-trabalho-escravo/conceitos A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura" (ADICHIE, 2014, p. 9). OIT. Tráfico de pessoas. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/areas-de-trabalho/trafico-de-pessoas/lang--pt/index.htm. Acesso em: 27 nov. 2023.