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Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo
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Gestão da Qualidade
Felipe Cerchiareto
Curso de Engenharia de Produção – Prof. Carlos Eduardo
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Introdução
Todos exigem qualidade, sejam organizações ou pessoas.
Afinal, ninguém quer um produto ou serviço que não tenha qualidade.
Assim, produzir com qualidade, oferecer um serviço de qualidade, é
condição para que uma organização se mantenha competitiva e se torne
perene no mercado.
Entretanto, não basta querer. É preciso ter conhecimento. O
amplo conjunto de conhecimentos que permite que as organizações
melhorem continuamente é chamado de Engenharia e Gestão da
Qualidade. Dominar esse conhecimento é fator que diferencia
organizações e profissionais.
Além disso, o conceito Qualidade evolui ao longo da história,
incorporando novas técnicas, novos valores, novas exigências do
mercado, das partes interessadas, etc.
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Introdução
A ERA DO ARTESÃO
• Artesão: responsável por todas as etapas de fabricação de um
produto.
• Qualidade é associada ao nome de quem fez o produto.
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Introdução
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Revoluciona também o que se 
entendia por qualidade.
• A qualidade do produto deixa de ser 
responsabilidade apenas de um 
trabalhador.
• Surge a fabricação em série: 
padronização das partes que 
compõem um produto mais 
complexo.
• Padronização e intercambialidade: 
permite a reposição apenas de 
partes danificadas.
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Teorias da administração
ADMINISTRAÇÃO 
CIENTÍFICA
TEORIA CLÁSSICA
EUA – TAYLOR - 1903 FRANÇA – FAYOL - 1916
Eficiência no nível Operacional Eficiência no nível institucional
Ênfase nas tarefas (divisão do 
trabalho)
Ênfase na estrutura
organizacional
Abordagem de baixo para cima
(bottom-up)
Abordagem de cima para baixo
(Top-down)
Cargo (ocupante e tarefas) Departamentos
Método de trabalho Fisiologia da organização
Organização racional do 
trabalho
Estrutura organizacional
Eficiência da empresa por meio
da eficiência Operacional –
baseado em estímulos salariais
Eficiência da empresa por meio
da forma e disponibilização dos 
órgãos e de suas interrelações
estruturais
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Eras da Qualidade
Estatístico
GQT
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Era da Inspeção
Conceito muito “primitivo” de qualidade, com foco extremamente direcionado ao produto. A única 
finalidade era descobrir se o produto estava sendo entregue de acordo com o planejado.
Os métodos utilizados pela qualidade eram a inspeção física (manual) do produto em conjunto com a 
utilização de instrumentos de metrologia.
Nessa era, 100% da produção era inspecionada. Porém, é importante ressaltar que por muito tempo, 
somente o produto acabado era inspecionado. Por isso, os níveis de retrabalho e desperdício 
(refugo) eram extremamente altos. Podemos dizer que a única preocupação era não deixar que 
produtos fora do padrão saíssem da fábrica.
Era do Controle Estatístico da Qualidade
Início da adoção de pontos de verificação intermediários (nas etapas internas do processo), bem 
como aumento considerável da produção. A inspeção integral da produção começou a tornar-se 
inviável e falha. Iniciaram-se estudos de inspeção de forma estatística. 
Assim, na 2ª Era da Qualidade (décadas de 1960 e 1970), apenas parte da produção era inspecionada, 
substituindo a inspeção por amostragem. O foco não era mais o produto em si, mas sim o processo 
que o produzia.
Essa era foi particularmente importante pois ajudou a entender que há certa estabilidade no 
processo. Assim, é possível identificar os problemas e agir para evitar que eles ocorram.
Eras da Qualidade
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Era da Garantia da Qualidade
Identificação do que causava os problemas nos processos e os defeitos nos produtos. Com 
isso, percebemos que não só a linha de produção afetava a produção. Todos os processos e 
aspectos que afetam a qualidade são levados em conta.
Fornecedores passam a integrar a “conta da qualidade” e temos uma visão mais ampla, e real, do 
processo de produção. Surge então o conceito de “cadeia de valor” e a 3ª era da Qualidade: foco no 
sistema de gestão, visando fazer com que ele garantisse a conformidade do produto.
Era da Gestão da Qualidade Total
Com o aumento das fábricas e com o mercado cada vez mais exigente, entra em cena, após a década 
de 80, o mais importante dos elementos: o cliente!
Na 4ª Era da Qualidade, o SGQ deixa de ser uma preocupação do “chão de fábrica” e adentra a 
estratégia das empresas! A partir daqui a Qualidade ocupa papel de destaque nas empresas, mas não 
é o foco delas, pois o foco passa a ser o cliente e as necessidades e expectativas dele!
Não basta garantir a conformidade do produto com o planejado. É preciso garantir a conformidade 
de acordo com o que o cliente almeja. Por isso, a Qualidade torna-se estratégica, levando as 
organizações em direção aos clientes.
Eras da Qualidade
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Com o avanço da Indústria 4.0, a Qualidade 4.0 também já é uma realidade.
Com a integração de sistemas de gerenciamento mais eficazes e com a utilização de IAs na análise de 
dados, passaremos a atuar preventivamente. Conseguiremos prever quando e como as falhas irão 
acontecer e, ao invés de lidar com as consequências, evitar que os problemas aconteçam.
Estratégia: o papel da Qualidade na próxima Era
Cada vez mais a Qualidade se aproximará da estratégia da empresa. Perguntas como “Quais”:
•ações serão necessárias para mudar os resultados dos indicadores?
•mercados nossa empresa precisará participar?
•mudanças os produtos e processos precisam para atender melhor às necessidades dos clientes?
•fatores internos ou externos estão influenciando no processo e nos resultados das empresas?
Com o altíssimo nível de automação e da integração das informações que serão coletadas, o 
conhecimento e a capacidade de tomar boas decisões tende a ser o Futuro da gestão da Qualidade - o 
caminho para 5ª Era da Qualidade.
O profissional da qualidade será um evangelizador
“todo profissional da qualidade é (ou deveria ser) um evangelizador” - prega a Qualidade na empresa, 
sendo o engajamento das pessoas responsabilidade de quem trabalha com Qualidade!
Porém, com a automação de atividades que não agregam valor, o gestor da qualidade será cada vez mais 
um dos líderes da cultura organizacional, responsável por garantir que todos entendam:
• o que é Qualidade para a empresa;
• seus papéis no SGQ são fundamentais;
• a importância se apaixonar por entregar um produto voltado aos clientes;
• todos são responsáveis por fazer acontecer!
Eras da Qualidade – 5ª Era da Qualidade
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Eras da Qualidade
Características 
Básicas
Interesse 
Principal
Visão da 
Qualidade Ênfase Métodos
Papel dos 
profissionais da 
qualidade
Quem é o 
responsável pela 
qualidade
Inspeção Verificação Problema a ser 
resolvido
Uniformidade do 
produto
Instrumentos de 
medição
Inspeção, 
classificação, 
contagem, avaliação 
e reparo
O departamento de 
inspeção
Controle 
Estatístico do 
Processo
Controle
Problema a ser 
resolvido
Uniformidade do 
produto com menos 
inspeção
Ferramentas e 
técnicas 
estatísticas
Solução de 
problemas e a 
aplicação de 
métodos estatísticos
Os departamentos de 
fabricação e 
engenharia (o controle 
de qualidade).
Garantia da 
Qualidade
Coordenação
Problema a ser 
resolvido, mas 
enfrentado 
proativamente
Toda cadeia de 
fabricação, desde o 
projeto até o 
mercado, e a 
contribuição de todos 
os grupos funcionais 
para impedir falhas de 
qualidade
Programas e 
sistemas
Planejamento, 
medição da 
qualidade e 
desenvolvimento de 
programas
Todosos 
departamentos, com a 
alta administração se 
envolvendo 
superficialmente no 
planejamento e na 
execução das 
diretrizes da qualidade
Gestão Total da 
Qualidade
Impacto 
Estratégico
Oportunidade 
de 
diferenciação 
da 
concorrência
As necessidade de 
mercado e do cliente
Planejamento 
estratégico, 
estabelecimento 
de objetivos e a 
mobilização da 
organização
Estabelecimento de 
metas, educação e 
treinamento, 
consultoria a outros 
departamentos e 
desenvolvimento de 
programas
Todos na empresa, 
com a alta 
administração 
exercendo forte 
liderança.
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Conceito de Qualidade
• Crosby (1986) define qualidade como a conformidade do produto às suas
especificações. As necessidades devem ser especificadas e a qualidade
surge quando tais especificações são atendidas sem a ocorrência de
defeitos.
• Feigenbaum (1991) afirma que qualidade pode ser definida como a
composição das características de marketing, engenharia, produção e
manutenção, por meio das quais o produto ou serviço utilizado atinge as
expectativas do cliente.
• Juran (1998): Qualidade significa aquelas características dos produtos que
satisfazem as necessidades dos clientes e, assim proporcionam sua
satisfação. Neste sentido, o significado de qualidade é a adequação ao uso,
e também orientada à receita.
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Conceito de Qualidade
• Deming (2002): o consumidor é a parte mais importante da linha de
produção, devendo a qualidade ser focada para as suas necessidades,
sejam presentes ou futuras. Para o autor, qualidade é tudo aquilo que
melhora o produto segundo o ponto de vista do cliente.
• Campos (2004): “um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende
perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no
tempo certo às necessidades do cliente.”
• ISO 9000:2015: “Qualidade é o grau em que um conjunto de “propriedades
diferenciadoras” inerentes de um “item” satisfaz “a necessidade ou
expectativa que é declarada, geralmente de forma implícita ou obrigatória”.
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Gurus da Qualidade
Walter Shewhart (1931): Entende que o operário 
deveria ser capaz de compreender, observar e controlar 
a produção.
Pai do Controle Estatístico da Qualidade; 
Ciclo de melhoria contínua – Planejar, executar, 
examinar e ajustar;
Cartas de controle (CEP). 
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Gurus da Qualidade
J. M. Juran: abordagem dos custos da qualidade (falhas, prevenção
e avaliação) e criador da trilogia da qualidade – Trilogia de Juran –
baseada no ciclo “Plan – Control – Improve”.
Tambpem foi responsável por dar notoriedade ao diagrama de
Pareto como ferramenta para tratativa gerencial;
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Gurus da Qualidade
• Edward Deming: Responsável pela difusão dos conceitos de
controle estatístico de processos no Japão, por meio das práticas de
Shewhart; Abordava o conceito de envolvimento da liderança na
qualidade; Reforçava a importância do consumidor o foco da
produção; Estabelece os 14 princípios da qualidade:
1. Criar uma constância de propósitos para a melhoria de produtos e
serviços.
2. Adotar a nova filosofia, pois esta é uma nova era econômica. Não se
pode mais conviver com níveis comumente aceitos de atrasos, erros,
materiais defeituosos e defeitos de fabricação.
3. Cessar a dependência da inspeção em massa como forma de se
atingir a qualidade. Exigir comprovação estatística de que a qualidade
está embutida no produto, eliminando assim a necessidade de
inspeção.
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Gurus da Qualidade
4. Abandonar a prática de comprar apenas com base no preço. Basear na qualidade,
eliminando fornecedores que não tenham qualidade e buscando um fornecedor
preferencial.
5. Melhorar continuamente o sistema de planejamento, projeto, suprimentos,
produção, serviços, manutenção, treinamento, etc., sempre considerando que as
pessoas fazem parte desse sistema. Uma melhor qualidade reduz custos e aumenta
a produtividade.
6. Instituir o treinamento on the job.
7. Fomentar a liderança em todos os níveis. Seu objetivo deve ser ajudar as pessoas
e máquinas a fazer um trabalho melhor. A responsabilidade dos supervisores deve ser
mudada de números absolutos por indicadores da qualidade.
8. Eliminar a sensação de medo na organização. Evitar um estilo autoritário de
gestão. Assim, todos poderão trabalhar efetivamente.
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Gurus da Qualidade
9. Quebrar as barreiras entre departamentos. As pessoas de todas as áreas devem
trabalhar como uma equipe para resolver problemas que possam ser encontrados no
produto e no serviço, dando preferência à ação preventiva
10. Eliminar metas numéricas, cartazes e slogans para os trabalhadores, que exigem
novos níveis de produtividade sem que seja fornecido o suporte necessário – treinar e
empoderar.
11. Eliminar padrões de trabalho que prescrevem cotas numéricas.
12. Remover as barreiras que se interpõem entre os trabalhadores e seu direito de ter
orgulho por seu trabalho. Não ordenar os trabalhadores em um ranking pelo
desempenho alcançado.
13. Instituir um amplo programa de educação e autodesenvolvimento.
14. Incentivar todos da organização a trabalhar pela transformação. A alta direção
deve liderar a transformação.
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Gurus da Qualidade
• Kaoru Ishikawa: consolidou as ferramentas da
qualidade e foi um dos principais estimuladores
dos Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) -
times que se reúnem voluntariamente para estudar,
analisar e resolver problemas de qualidade.
Criador do “fishbone diagram” ou “Gráfico de
espinha de peixe”.
Síntese de sua filosofia:
1. A qualidade começa e termina na educação.
2. O primeiro passo na qualidade é conhecer as especificações do cliente.
3. O estado ideal do controle da qualidade é quando a inspeção não é mais necessária.
4. Remover a causa-raiz e não os sintomas.
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Gurus da Qualidade
5. O controle da qualidade é responsabilidade de todos
6. Não confundir os meios com os objetivos.
7. Coloque a qualidade em primeiro lugar e estabeleça suas perspectivas a longo
prazo.
8. O marketing é a entrada e a saída da qualidade.
9. A alta gerência não deve mostrar reações negativas quando os fatos forem
apresentados por seus subordinados.
10. 95% dos problemas podem ser resolvidos pelas sete ferramentas do controle da
qualidade.
11. Dados sem a informação de sua dispersão são dados pouco confiáveis.
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Gurus da Qualidade
• Shigeo Shingo: Elaborada inicialmente por Taiichi Ohno e,
consolidada por Shigeo Shingo, o SMED (Single Minute Exchange of
Die – Troca rápida de ferramentas) é uma ferramenta ou conjunto de
técnicas para a rápida reconfiguração de processos, com foco
especial na redução do tempo de setup.
Os processos devem ser:
Mais fáceis;
Melhores;
Mais rápidos;
Mais baratos.
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Gurus da Qualidade
• Genichi Taguchi: Desenvolvedor do Método Taguchi:
melhorar a qualidade e reduzir custos. Melhoria de
projetos utilizando componentes menos críticos sem
perda de qualidade. Técnicas de projeto robusto – tornar
o processo pouco influenciado por fatores externos.
Conceitos de Qualidade:
1 – Qualidade incorporada no produto desde o início e não através das inspeções. 
Melhoramentos implantados na fase de desenho ou processo do produto e produção;
2 - Desenho robusto do produto, com especificações de parâmetros críticos (valores), 
assegurando que a produção atenda as metascom o mínimo desvio.
3 - Não basear qualidade no desempenho ou características do produto. Isso faz variar o seu 
preço e/ou mercado, mas não a qualidade. Desempenho é medida de capacidade do 
produto.
4 - Os custos da qualidade devem ser medidos em função dos desvios do desempenho do 
produto. Isto inclui custos do retrabalho, inspeção, garantias, devoluções e substituições.
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Gurus da Qualidade
• Armand Feigenbaum: Entende que a qualidade deve ser projetada
no produto, não somente com a eliminação de falhas ou com
inspeções. Estabeleceu os conceitos de controle da qualidade total
(TQC) e seus respectivos 10 princípios:
1. Qualidade é um processo que envolve a tudo e a todos na
organização. Entretanto, sem liderança e sem organização,
pode se transformar em uma tarefa de ninguém.
2. Qualidade é aquilo que o cliente diz que é – foco do cliente!
3. Qualidade e custos são parceiros e não adversários. Melhor
qualidade representa um custo mais baixo.
4. Qualidade requer constante empenho individual e da equipe.
5. Qualidade é uma forma de gestão que exige liderança
continuada.
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Gurus da Qualidade
6. Qualidade e inovação trabalham juntas no desenvolvimento de produtos.
7. Qualidade é ética e representa uma busca pela excelência. Sem defeitos, sem
problemas, em direção a processos perfeitos.
8. Qualidade requer melhoria contínua.
9. Qualidade é o caminho mais barato para se obter produtividade.
10. Qualidade requer o envolvimento de clientes e fornecedores.
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Abordagens da Qualidade
• Dr. David Garvin (2002): Pesquisou e identificou as cinco principais
abordagens da qualidade, que categorizam as definições dos
conceitos de qualidade anteriormente citados:
ABORDAGENS
Transcendental
Baseada no Produto
Baseada no valor
Baseada na Produção
Baseada no usuário
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Qualidade vai além das definições racionais e científicas, qualidade é
uma percepção intuitiva, não se sabe porque algo possui qualidade,
mas se sente e se sabe que esse algo é de qualidade. Seu conhecimento
acontece pela experiência e pela prática.
Exemplo:
Uma geladeira de “qualidade” é uma Brastemp.
Abordagem Transcendental
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A qualidade é vista como um conjunto mensurável de características,
especificações requeridas, que garantem e certificam o produto/serviço
em busca da satisfação do consumidor.
Exemplo:
Um automóvel com diversas características: ar condicionado, direção
hidráulica, vidros elétricos, trava elétrica, banco de couro.
Abordagem baseada no produto
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Esta abordagem defende que qualidade seja percebida em relação a
excelência e valor, destacando os trade-off qualidade x preço.
Esta abordagem dá ênfase à Engenharia/Análise de Valor - EAV.
Exemplo:
Um passageiro estaria disposta a fazer uma conexão no aeroporto de São
Paulo (trecho – Natal), se o preço da passagem for um pouco menor do
que o valor do trecho Rio-Natal direto. Neste caso, ele poderia estar
aceitando algumas condições: hora de espera, assentos menos
confortáveis, refeições mais simples, etc.
Abordagem baseada no valor
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Preocupa-se em fazer produtos ou prestar serviços que estão livres de
erros e que correspondem precisamente a especificação do projeto.
Exemplo:
Uma lavadora mais barata (e possivelmente mais simples) do que um
modelo “Brastemp”, embora não seja o “melhor” disponível, é definida
como um produto de qualidade desde que tenha sido fabricada
exatamente de acordo com as especificações do seu projeto.
Abordagem baseada na produção
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Assegura que o produto ou serviço está adequado ao seu propósito.
Demonstra preocupação não só com a conformidade às suas
especificações mas também com a adequação das especificações ao
consumidor. Prestará um serviço “adequado ao seu propósito”.
Exemplo:
Um salão de beleza que possui: 
Cosméticos de qualidade
Profissionais experientes
Serviço de agendamento e preços acessíveis
Abordagem baseada no usuário
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Entretanto, se o profissional não souber (ou não quiser) atender as
especificações ou necessidades do consumidor quanto ao tipo de corte,
a tonalidade do tingimento, ao tempo de serviço, etc., o serviço
provavelmente será considerado “não adequado ao seu propósito”.
Abordagem baseada no usuário
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Abordagens da Qualidade
ABORDAGEM DEFINIÇÃO
Transcendental Qualidade é sinônimo de excelência inata.
É absoluta e universalmente reconhecível.
Dificuldade: pouca orientação prática.
Baseada no Produto Qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda dos atributos do 
produto.
Corolários: melhor qualidade só com maior custo.
Dificuldade: nem sempre existe uma correspondência nítida entre os 
atributos do produto e a qualidade.
Baseada no Usuário Qualidade é uma variável subjetiva.
Produtos de melhor qualidade atendem melhor aos desejos do consumidor.
Dificuldade: agregar preferências e distinguir atributos que maximizem a 
satisfação.
Baseada na Produção Qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda do grau de 
conformidade do planejado com o executado. Esta abordagem dá ênfase às 
ferramentas estatísticas (controle do processo).
Baseada no Valor Abordagem de difícil aplicação, pois mistura dois conceitos distintos: 
excelência e valor, destacando os trade-off qualidade x preço. Esta 
abordagem dá ênfase à Engenharia/Análise de Valor – EAV.
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Elementos da Qualidade do Produto
Garvin (1984) identificou, ainda, oito dimensões com vistas a
estabelecer os elementos básicos de um produto de qualidade:
1. Desempenho (Performance): todo produto deve ter bom
desempenho quanto à característica principal. Ex.: um relógio
deve marcar hora corretamente, e uma TV deve ter boa definição
de imagem e som;
2. Características secundárias (Features): atributos
complementares ao produto que o tornam mais atrativo ou
facilitam sua utilização. Ex.: controle remoto em um conjunto de
som ou o timer em uma TV;
3. Confiabilidade (Reability): a probabilidade de o produto não
apresentar falhas dentro de determinado período de tempo;
4. Conformidade (Conformance): adequação às normas e às
especificações utilizadas para a elaboração do produto;
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Elementos da Qualidade do Produto
Garvin (1984) identificou, ainda, oito dimensões com vistas a
estabelecer os elementos básicos de um produto de qualidade:
5. Durabilidade (Durability): medida pelo tempo de duração de um produto até sua
deterioração física;
6. Atendimento ao cliente (Service ability): a maneira com que é tratado o cliente e o
produto no momento do pós-venda e/ou de um reparo;
7. Estética/Imagem (Aesthetics): dedica atenção especial ao design do produto;
8. Qualidade Percebida (Perceived Quality): o produto que parece ser bom, é bom.
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Focos regionais da qualidade
A partir dos anos 80, três abordagens distintas a respeito da gestão da
qualidade evoluíram e se consolidaram no mundo:
JAPÃO: ênfase à formação do homem, à organização do local de
trabalho (5S), ao trabalho em equipe e à criação de um ambiente de
fidelidade mútua entre a empresa e o profissional, marcado pela
estabilidade no emprego e pela resistência à sindicalização, com o
objetivo de alcançar elevado grau de competitividade do seu produto no
mercado.
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Focos regionais da qualidade
EUA: Indústrias bélica e nuclear fomentadoras da qualidade,
influenciadas pelas exigências de segurança. O estudo das falhas de
segurança levou à conclusão de problemas de natureza sistêmica. Visão
centrada em assegurar que o sistema da qualidade fosse consistente e
confiável, garantindo que o produto final atendesse às especificações
estabelecidas - Garantia da Qualidade.
EUROPA: Ênfase na relação fornecedor-cliente por meio da certificação
dos fornecedores, devido à necessidade de unificação do mercado
comum europeu. Ao invés de cada cliente certificar cada fornecedor, o
fornecedor seria auditada uma única vez, por auditores independentes
qualificados, dentro de critérios padronizados descritos nas normas ISO-
9000, sendo esta aceita em todos os países da CEE, sendo um requisito
para acesso a esses mercados.
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E no Brasil???
Não houve uma tendência predominante.
- As empresas do setor automobilístico e de autopeças adotaram
preponderantemente o modelo norte-americano.
- O setor siderúrgico implantou projetos de orientação japonesa.
- Seguindo a Europa, a certificação ISO-9000 tornou-se relevante nos anos 90
para empresas do setor eletroeletrônico, de informática e de serviços.
- A ampliação da certificação de fornecedores conforme critérios da ISO-9000
generalizou, originando normas específicas para indústrias (Ex: Automotiva
conforme QS-9000 / Oléo e Gás conformeAPI);
- Houve ampliação de conceitos de preservação ambiental (ISO 14000) e a
responsabilidade ética e de cidadania à prática da qualidade: além do foco na
satisfação do cliente e lucratividade, é preciso minimizar as externalidades
decorrentes da produção (tratar dejetos e resíduos) bem como oferecer
condições salariais e de vida adequadas ao trabalhador e apoio a comunidade.
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Trago verdades!
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Obrigado!
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felipecerchi@gmail.com
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