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GANDIN, Danilo. Planejamento como Prática Educativa. 19. ed. São Paulo: LOYOLA EDIÇÕES, 2011. A obra "Planejamento como Prática Educativa", de Danilo Gandin, em sua 19ª edição de 2011 pela Editora Loyola, é um clássico da literatura sobre planejamento em educação. O livro oferece uma perspectiva que transcende a visão meramente técnica e burocrática do planejamento, elevando-o a uma dimensão política, pedagógica e transformadora. Gandin defende que o planejamento não é um fim em si mesmo, mas um instrumento de ação e reflexão que deve orientar a prática educativa rumo a uma sociedade mais justa e democrática. Gandin critica o planejamento tradicional, muitas vezes visto como um conjunto de normas a serem seguidas rigidamente, e propõe um planejamento que seja uma prática dinâmica, participativa e dialógica. Para ele, planejar é um ato de decidir e construir o futuro, levando em conta a realidade presente e os ideais a serem alcançados. Pontos-chave da obra: · Planejamento como Práxis: O autor concebe o planejamento não como um documento estático, mas como uma práxis, ou seja, uma união indissociável entre teoria e prática, reflexão e ação. Planejar é um processo contínuo de análise da realidade (reflexão) e de intervenção para transformá-la (ação). · Dimensão Política do Planejamento: Um dos eixos centrais do livro é a politicidade do planejamento. Gandin argumenta que todo planejamento é político porque envolve escolhas de valores, prioridades e finalidades. Ele não é neutro, pois sempre serve a determinados interesses e visões de mundo. Portanto, planejar educacionalmente implica assumir um compromisso com a formação de cidadãos críticos e a construção de uma sociedade mais equitativa. · Superação do Planejamento Tradicional: Gandin contrapõe seu modelo ao planejamento meramente técnico-normativo, que se restringe a preencher formulários e seguir regras predefinidas, sem reflexão crítica sobre os objetivos maiores e o contexto. Ele critica a fragmentação e a burocratização do processo. · A Importância do Diagnóstico da Realidade: O planejamento eficaz, para Gandin, começa por uma análise aprofundada da realidade na qual se pretende intervir. Esse diagnóstico não deve ser superficial, mas envolver a compreensão das forças e fraquezas, das oportunidades e ameaças, dos diferentes sujeitos e suas necessidades. · Caráter Participativo e Democrático: O planejamento, por ser político, exige a participação ativa de todos os envolvidos (professores, alunos, pais, comunidade, gestores). A participação garante não apenas a legitimidade das decisões, mas também o engajamento e a corresponsabilidade na execução do plano. É um exercício de democracia. · Flexibilidade e Continuidade: O planejamento não deve ser um roteiro engessado, mas um processo flexível que permite ajustes e revisões à medida que a realidade se transforma e novas informações surgem. É um processo contínuo de "ação-reflexão-ação". · Finalidades e Objetivos: O livro enfatiza a necessidade de o planejamento ter finalidades e objetivos claros que orientem as ações. Esses objetivos devem ser construídos coletivamente e estar alinhados a uma visão de educação e de sociedade que se deseja alcançar. · Articulação entre Diferentes Níveis de Planejamento: Gandin discute a relação entre o planejamento em macroescala (sistemas educacionais), mesoescala (escola) e microescala (sala de aula), mostrando a necessidade de coerência e articulação entre eles. · O Planejamento como Instrumento de Mudança: Em vez de ser um obstáculo ou uma formalidade, o planejamento deve ser uma ferramenta poderosa para a transformação e a inovação na educação. Ele permite antecipar problemas, organizar recursos e direcionar esforços para alcançar os fins desejados. Em síntese, "Planejamento como Prática Educativa" é uma obra que desafia educadores e gestores a repensar a prática do planejamento, convidando-os a assumir um papel mais crítico, participativo e propositivo na construção de uma educação que realmente contribua para a emancipação humana e para a construção de uma sociedade mais justa. 15 Questões de Múltipla Escolha sobre a Obra "Planejamento como Prática Educativa" (Gandin, 2011) 1. Qual a principal característica do planejamento, segundo Danilo Gandin, na obra "Planejamento como Prática Educativa"? A) É um conjunto de normas burocráticas a serem seguidas rigidamente. B) É uma prática dinâmica, participativa e dialógica, instrumento de ação e reflexão. ✅ C) É um fim em si mesmo, desvinculado da realidade. D) É uma atividade exclusiva de gestores e especialistas. Comentário: Gandin define o planejamento como uma práxis, uma união de teoria e prática, com foco na participação e reflexão. 2. Gandin critica o planejamento tradicional por ser frequentemente visto como: A) Um processo flexível e contínuo. B) Um instrumento de transformação social. C) Um conjunto de formulários a serem preenchidos, sem reflexão crítica. ✅ D) Uma ferramenta de engajamento da comunidade. Comentário: O autor aponta a burocratização e a falta de criticidade como falhas do planejamento tradicional. 3. A dimensão política do planejamento, para Gandin, significa que ele: A) É neutro e serve a todos os interesses igualmente. B) É um ato que envolve escolhas de valores, prioridades e finalidades. ✅ C) Deve ser feito apenas por políticos e legisladores. D) Não tem relação com a construção de uma sociedade mais justa. Comentário: Todo planejamento é um ato político, pois reflete ideais e direciona ações para certos fins. 4. O autor define o planejamento como uma práxis, o que implica uma união indissociável entre: A) Teoria e ideologia. B) Ação e resultados imediatos. C) Teoria e prática, reflexão e ação. ✅ D) Burocracia e normas. Comentário: A práxis é a síntese entre a reflexão sobre a realidade e a ação para transformá-la. 5. Qual é o ponto de partida essencial para um planejamento eficaz, segundo Gandin? A) A definição das metas sem análise prévia. B) A análise aprofundada da realidade na qual se pretende intervir. ✅ C) A cópia de planos de outras instituições. D) A exclusão de qualquer forma de diagnóstico. Comentário: O diagnóstico crítico da realidade é fundamental para um planejamento contextualizado e relevante. 6. A participação de todos os envolvidos no planejamento é fundamental porque garante: A) Apenas a celeridade do processo. B) A legitimidade das decisões, o engajamento e a corresponsabilidade. ✅ C) O aumento da burocracia. D) A centralização do poder nas mãos de poucos. Comentário: A participação democrática é vista como essencial para que o planejamento seja eficaz e representativo. 7. O planejamento, para Gandin, não deve ser um roteiro engessado, mas um processo: A) Rígido e imutável. B) Flexível, que permite ajustes e revisões contínuas. ✅ C) Secreto, sem divulgação. D) Que se encerra após a primeira execução. Comentário: A realidade é dinâmica, e o planejamento deve ser adaptável e sujeito a revisões periódicas. 8. Qual a relação entre planejamento e a construção do futuro, de acordo com o autor? A) O planejamento apenas reproduz o passado. B) Planejar é um ato de decidir e construir o futuro, levando em conta a realidade. ✅ C) O futuro é imprevisível e o planejamento não tem influência. D) Apenas o presente importa no planejamento. Comentário: O planejamento é uma ferramenta proativa para moldar o futuro desejado. 9. O livro defende que o planejamento educacional implica assumir um compromisso com: A) A manutenção do status quo. B) A formação de cidadãos críticos e a construção de uma sociedade mais equitativa. ✅ C) O aumento do lucro das instituições de ensino. D) A padronização da educação sem considerar as diferenças. Comentário: O planejamento é visto como um instrumento para a transformação social e a formação cidadã. 10. Qual a crítica de Gandin à burocratização e fragmentação do processo de planejamento? A) Elas garantem a eficiência e a ordem. B) Elas desvirtuam o planejamento de seu caráter reflexivo e participativo. ✅ C) São elementos essenciais para o planejamentoeficaz. D) Facilitam a participação de todos os envolvidos. Comentário: A burocratização impede a reflexão crítica e a participação, tornando o planejamento um fim em si mesmo. 11. Para Gandin, o planejamento é um instrumento poderoso para: A) Apenas formalizar processos existentes. B) A transformação e a inovação na educação. ✅ C) Impedir qualquer mudança no sistema. D) Aumentar a dependência externa. Comentário: O planejamento é uma ferramenta estratégica para promover mudanças positivas e inovações. 12. O que o planejamento permite, além de organizar recursos e direcionar esforços? A) Evitar qualquer tipo de avaliação. B) Antecipar problemas e alcançar os fins desejados. ✅ C) Reproduzir as mesmas práticas indefinidamente. D) Delegar toda a responsabilidade a uma única pessoa. Comentário: O planejamento ajuda a prever desafios e a orientar a ação para objetivos específicos. 13. A obra discute a necessidade de coerência e articulação entre quais níveis de planejamento? A) Apenas o macro e o micro. B) O macroescala (sistemas), mesoescala (escola) e microescala (sala de aula). ✅ C) Apenas o planejamento anual e o semanal. D) O planejamento financeiro e o de marketing. Comentário: A articulação entre os diferentes níveis é fundamental para que o planejamento seja sistêmico e efetivo. 14. O planejamento como "prática educativa" convida educadores e gestores a assumir um papel mais: A) Passivo e reativo. B) Crítico, participativo e propositivo. ✅ C) Burocrático e formal. D) Desengajado e isolado. Comentário: O convite é para uma atuação consciente, engajada e transformadora. 15. Qual o principal benefício de um planejamento participativo e democrático? A) Acelerar a execução das tarefas sem questionamentos. B) Garantir a construção de um plano que reflita os interesses e necessidades de todos os envolvidos. ✅ C) Minimizar o tempo dedicado à reflexão. D) Centralizar as decisões para maior controle. Comentário: A participação assegura que o plano seja mais relevante e que as pessoas se sintam parte dele.