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Aula 02 - Introdução á Filosofia

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Aula 01: Introdução à Filosofia
O que é Filosofia?
	Indefinição do Conceito
	A palavra Filosofia surge da junção de dois termos em grego: philo, que significa amigo e sophia, que significa sabedoria. Portanto, todos que se aventuram nos estudos filosóficos podem ser considerados como amigos da sabedoria, ou amantes do conhecimento. No entanto, as conclusões dos mais grandiosos pensadores da história da humanidade se dividem e ninguém ao certo conseguiu ou pôde definir exatamente aquilo que significa Filosofia. Pitágoras o grande matemático grego afirmou: “A sabedoria é um privilégio dos deuses, mas os homens podem amá-la tornando-se filósofos.” O grande filósofo iluminista alemão Immanuel Kant dizia: “Não é possível ensinar filosofia, apenas se pode ensinar a filosofar.”
	A Importância da Atitude Filosófica
	Bom, não é possível desenvolver uma explicação definitiva de Filosofia, no entanto, o essencial é entendermos a necessidade da criação de uma atitude filosófica, a partir da qual seremos capazes de entender o tão perigoso e audacioso caminho do filósofo. Antes de mais nada, para diferenciarmos um comportamento filosófico de um comportamento comum (da normalidade, do senso comum, não que ele seja melhor, entretanto, podemos pensá-lo como muito diferente) é preciso notar a existência de duas características fundamentais: O Descontentamento e a Coragem (Características que podem ser observadas nos dois personagens principais da animação: O Lorax – Em Busca da Trúfula Perdida [2012]). A primeira qualidade é uma espécie de inquietação, um grande questionamento frente os rumos e os fundamentos da realidade na qual se vive. A segunda qualidade está ligada a primeira, pois, além de um posicionamento crítico frente a sociedade é preciso mantermo-nos firmes em nossas ideias, levando-as conosco doa quem doer. Foi isso que muitos filósofos fizeram, pois mantiveram suas ideias conflitantes com a realidade, ainda que isso muitas vezes lhes custasse a vida, tal com aconteceu com Sócrates (469 a.C – 399 a.C), condenado pela pólis grega de Atenas a tomar a cicuta (veneno usado nas execuções na Grécia Antiga [XII a.C – I a.C]), sob a acusação de corromper os jovens e negar a existência dos deuses1Na verdade Sócrates não fez nada disso, seu único “crime” foi pensar por si mesmo e depois disso incentivar aos demais a fazer o mesmo.
. O mesmo também ocorreu com Giordano Bruno (1548 – 1600), condenado a morte na fogueira pela Igreja Católica, devido a seu sonho de reformar os dogmas do catolicismo. Muitos outros espíritos livres e inquietos seguiram os caminhos de Sócrates e Bruno, porém, infelizmente, boa parte deles tiveram o mesmo destino.
	Os Diversos Tipos de Pensamento
	Pensamento Filosófico
	Senso Comum
	Pensamento Religioso
	Pensamento Científico
	Razão
	Opinião
	Tradição
	Razão
	Lógica
	Sentimento
	Fé (alógica2A fé não é pautada na lógica, muitos dos seus fundamentos partem de revelações que os profetas afirmam terem tidos, mas o seu campo de certeza é a fé, e sua comprovação não está na lógica, mas na emoção e na crença da verdade religiosa.
)
	Lógica
	Reflexão
	Parcialidade
	Dogma
	Método
	Nenhum desses pensamentos é superior ou mais “melhor” do que o outro, aliás eles estão presentes em todos os momentos históricos da vida humana, é claro que, em certas épocas um tipo específico destes pensamento predominou mais do que o outro. Por exemplo, a Idade Média (V – XV) foi o período da histórica em que o pensamento religioso era hegemônico, a Idade Moderna (XVI – XIX) foi o período de fortalecimento da filosofia e da ciência. Em contraponto, o Senso Comum existe sempre e não prevalece em um momento específico da história. 
	O Surgimento da Filosofia
	O foco das nossas aulas será a filosofia produzida no Ocidente, mas é evidente a existência do pensamento filosófico em todas as partes do mundo, e estas outras vertentes são tão importantes quanto as europeias. Sendo assim, podemos pontuar a origem da filosofia ocidental na Grécia Antiga (século XI a.C – II d.C), no entanto, ao contrário daquilo que alguns historiadores pensavam, isso não significou uma espécie de “Milagre Grego”. Os gregos não erma privilegiados, a filosofia surgiu entre eles e não em outros lugares do Ocidente devido a uma série de fatores, os quias serão trabalhados nessa aula. Para entendermos melhor a origem da filosofia na Grécia, precisamos entender o processo de transição do mito para a razão filosófica3Lembremos que essa transição não é absoluta, ou seja, não significa que as pessoas deixaram de acreditar ou mesmo de organizarem suas vidas em função da mitologia, na verdade, um novo modo de se encarar o mundo surgiu, mas ele não obliterou (destruiu sem deixar vestígios) o antigo.
, vivenciado pelos gregos. Existiam dois grandes sistemas mitológicos na Grécia: a Era dos Titãs e a Era dos Deuses do Olimpo. O primeiro conjunto mitológico narra a origem do universo e da vida na terra a partir do casamento entre os Titãs. Gaia por exemplo era a Titã referente a terra, Urano seu esposo era a referência do céu e Cronos filho do casal representava o tempo. A mitologia afirma que Gaia sofria com o desejo incessante por sexo do seu marido, então, enxergando o sofrimento da mãe, Cronos corta a genitália do pai e assim surge o espaço entre o céu e a terra, bem como todo a vida terrestre. A era dos deuses do Olimpo surge com a rebeldia de Zeus contra seu pai Cronos. O grande titã do tempo havia enfrentado seu pai e temia que seus filhos fizessem o mesmo com ele, portanto, adotou o péssimo costume de comê-los, enquanto ainda eram recém-nascidos. Reia esposa de Cronos indignada com o destino de seus filhos tramou com a sogra (Gaia) um engenhoso plano, daria uma pedra enrolada em um manto a seu marido e Zeus secretamente seria criado por Gaia até estar forte o suficiente para vencer o pai e libertar os irmãos (Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon). A vitória de Zeus contra seu pai instaura a era dos deuses do Olímpio. A mitologia grega foi fundamental para o entendimento da realidade, atuando por muito tempo como a visão de mundo dos gregos, no entanto, pouco a pouco, essa explicação foi abrindo margem para um entendimento mais racional: A filosofia. Essa transição concretizou-se durante o período da Grécia Arcaica (VIII a.C – VI a.C) e aconteceu devido à existência de quatro principais fenômenos:
	A descoberta da matemática: embora os gregos não tenham sido os seus inventores (mas descoberta muito antes pelos babilônicos), sua presença favorece, e muito, a origem da filosofia, devido ao fato de proporcionar uma reflexão sobre noções lógicas, tais como: as expressões numéricas, cálculo das coisas através de unidades de medidas, equações entre outros teoremas matemáticos.
	A organização da vida social em cidades-estado: isso favoreceu o contato mais próximo entres os homens afastando-os um pouco da “natureza selvagem”, favorecendo a elaboração de juízos racionais e não mais mitológicos.
	A criação da moeda: familiarizou os gregos com uma vida gerida por noções abstratas do valor, pois, trocar pedaços de papel por bens materiais requer uma grande habilidade de abstração, a qual ainda não tinha se tornado comum em todas as populações da Antiguidade.
	Possuíam uma economia mercantil: possibilitou o intercambio cultural com outros povos, bem como, auxiliou os gregos a vencerem suas próprias fantasias com respeito aos seres humanos que viviam em terras distantes.
Referências Bibliográficas
VERNANT, J. P. Do mito à razão. In: ______. Mito e pensamento entre os gregos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1973. p. 293 – 312.
Referências Filmográficas
O Lorax – Em Busca da Trúfula Perdida. EUA. 2012. Direção: Chris Renaud e Kyle Balda. Duração: 86 min.

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