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Conteudista: Prof. Esp. Gabriel Henares Eroico Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Objetivos da Unidade: Conhecer as atribuições da CIPA e do SESMT na promoção e na prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais; Aprender a dimensionar o SESMT e a CIPA, inclusive com exemplos práticos; Aprender o que a gestão da Empresa deve fazer quando há Empresas terceirizadas em seu Estabelecimento, em relação ao SESMT e à CIPA; Aprender a como ler um mapa de risco e como desenvolvê-lo; Entender como uma SIPAT deve ser elaborada e quais são as estratégias para ela ser bem-sucedida. 📄 Material Teórico 📄 Material Complementar Órgãos Internos de Proteção à Segurança e Saúde do Trabalhador 📄 Referências Órgãos Internos de Proteção à Segurança e à Saúde do Trabalhador Neste item, discute-se a constituição de dois órgãos internos dentro das Empresas, que são obrigatórios perante a Legislação brasileira e que têm o objetivo de proteger e promover a segurança e a saúde dos trabalhadores. O objetivo deste item é sintetizar e relatar os assuntos principais sobre o tema. Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Conceitos Gerais sobre o SESMT O SESMT é uma Equipe de Profissionais qualificados na Área de Saúde e Segurança do Trabalho, que tem o objetivo de analisar e avaliar os riscos ocupacionais dentro de cada meio ambiente de trabalho de uma Empresa, a fim de proteger e promover a saúde e a segurança dos trabalhadores daquela Empresa. A Legislação que define o SESMT é a NR-4. Nesta Unidade, já é utilizada a última atualização da NR-4, que foi publicada no dia 12/08/22. Página 1 de 3 📄 Material Teórico A sigla “SESMT”, na verdade, deveria ser chamada de “SEESMT”, porém, por um motivo desconhecido expressamente, omite-se o “Engenharia” da sigla, pois a própria NR-4 traz o termo como “Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho” em seu texto normativo, mas no título traz o nome da norma como “Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho”. Conforme a NR-4, os profissionais que compõem o SESMT são: Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho. A NR-4, em seu item 4.2.1, define que o SESMT é obrigatório para “as empresas públicas e privadas, órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativos e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT”. Você Sabia? Qual a diferença entre analisar e avaliar? Na gestão de riscos, a análise antecede a etapa de avaliação. A análise é o processo de identificar cada risco envolvido no processo, analisar as consequências envolvidas e a probabilidade de um evento indesejado acontecer. A avaliação é o processo de tomada de decisão no tratamento dos riscos, no qual se avalia se os controles de riscos atuais são suficientes e se são necessárias novas medidas de controle para tratá-los. Percebe-se que a NR-4 é clara em dizer que o SESMT é obrigatório para Empresas que têm empregados formais em regime CLT. Algumas Empresas, para burlar a formalidade do Contrato de Trabalho CLT e se eximir das responsabilidades trabalhistas, recorrem à pejotização ilegal, e isso gera problemas na Área de SST, como no dimensionamento do SESMT, que leva em conta o número de empregados. O termo “pejotização” é a expressão utilizada para descrever a prática de constituir empregados por meio de criação de Empresas por esses empregados, ou seja, ao invés da relação da Empresa contratante ser entre Empresa (CNPJ) e empregado (CPF), a relação passa a ser entre Empresa contratante (CNPJ) e Empresa contratada (CNPJ). Depois da Reforma Trabalhista, muitas Empresas demitiram os funcionários que trabalhavam em Regime CLT e os contrataram como Pessoas Jurídicas (PJs), para exercer exatamente as mesmas funções que eles faziam, porém, se a relação da Empresa com a pessoa continuar sendo entre Empresa contratante e empregado, essa prática se torna ilegal e é vista pela justiça do trabalho com uma burla da CLT, configurada no Art. 9: “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.” Caso a ilegalidade seja constatada, a justiça pode aplicar as sanções cabíveis e reconhecer o vínculo empregatício. Para que a prática seja legal, é necessário que a relação entre elas seja entre Empresas. Como o foco deste conteúdo não é jurídico, o assunto foi apenas apresentado e resumido, pois é comum vê-lo atualmente, e ele gera muitos problemas na área de SST. O SESMT da Empresa Pode ser Exercido por Terceirizados ou Deve Ser Obrigatoriamente Composto por Profissionais do Quadro de Empregados? A NR-4, em seu penúltimo texto, datado de abril de 2016, era clara em dizer, no item 4.4.2, que os profissionais do SESMT deveriam ser empregados da Empresa. Em 2017, foi sancionada a Lei da Terceirização, a Lei Federal n° 13.467, de 13 de julho de 2017 que, em seu Art. 4°-A, dispõe: Importante! Em regiões rurais, o SESMT é denominado de Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR) e a Norma aplicável não é a NR-4, mas sim a NR-31 (Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura), em seu item 31.4. O conteúdo desta Unidade está atrelado ao SESMT urbano da NR-4, portanto, para regiões rurais, deve-se seguir a NR-31. “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade Na hierarquia das Leis, uma Lei Federal tem poder jurídico maior do que o de uma Norma Regulamentadora. Assim, como a Lei n° 13.467/17 abriu espaço para permitir que todas as atividades de uma Empresa sejam terceirizadas, inclusive a atividade principal, o SESMT automaticamente também pode ser terceirizado. Essa lei conflitava com o penúltimo texto da NR-4, mas a NR-4 tinha perdido sua validade jurídica nesse item, em específico, a partir do momento que a Lei foi sancionada. O último texto da NR-4, publicado em agosto de 2022 (vigência a partir de 02 de janeiro de 2023), não diz mais nada a respeito de se os profissionais do SESMT devem ser empregados da Empresa, pois, devido à Lei da Terceirização, a Norma Regulamentadora não tem mais poder jurídico para debater sobre o caso, portanto, a NR-4 retirou o item que falava sobre o assunto em seu atual texto. A Lei n° 13.467/17 também define a diferença entre contratante e contratada e relata a responsabilidade em SST da contratante: - BRASIL, 2017, grifo nosso principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.” “Art. 4º–A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Para a Empresa, a terceirização do SESMT pode ser vista com bons olhos, visto que ela não é obrigada a ter esses profissionais em seu Quadro de Funcionários e o número de vagas de Empresas de consultoria para profissionais de SST pode aumentar, porém, com o serviço terceirizado, fica mais difícil fiscalizar a atuação desses serviços nas Empresas. Além disso, a liberação da terceirização para todas as atividades pode fazer com que o número total de empregados diretos da Empresa diminua e isso impacta o dimensionamento do SESMT, prejudicando a oferta de vagas para profissionais de SST. A má gestão do SESMT pode contribuir para que o número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais aumente, prejudicando os trabalhadores. O Dimensionamento do SESMT e suas Particularidades O dimensionamento do SESMT é necessário para saber quantos profissionais a Organização precisará contratar emseu Quadro de Funcionários quando ela precisar constituir o SESMT, ou contratar a Empresa terceirizada para exercer a função do SESMT. - BRASIL, 2017 Art. 5º–A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. § 3º. É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. § 5º. A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços (...). ” O dimensionamento depende de duas variáveis: a gradação de risco da atividade principal que a Empresa exerce e o número total de empregados do Estabelecimento. Essa gradação de risco varia de uma escala de 1 a 4, conforme a NR-4, e depende exclusivamente da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que a Empresa exerce. A Empresa pode ter uma atividade principal e diversas atividades secundárias. Uma Empresa com gradação de risco nível 4, com 2.000 funcionários, precisará contratar mais profissionais do SESMT do que uma Empresa com gradação de risco nível 1 com 2.000 funcionários. Para descobrir a gradação de risco são necessárias duas etapas e, além disso, deve-se saber o CNPJ da Empresa. A primeira etapa consiste em descobrir os CNAEs da Empresa. Para isso, deve-se ir ao site da Receita Federal do Brasil e consultar o Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral (Cartão CNPJ), no qual irá aparecer os dados cadastrais da Empresa, o CNAE principal e o(s) CNAE(s) secundários. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Leitura Emissão de Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral https://solucoes.receita.fazenda.gov.br/servicos/cnpjreva/cnpjreva_solicitacao.asp Figura 1 – Trecho do Cartão CNPJ da Empresa petrolífera Petrobrás, consultado em agosto de 2022 Fonte: receita.fazenda.gov.br #ParaTodosVerem: trecho de documento Cartão CNPJ da Empresa petrolífera Petrobrás. Data de abertura da Empresa: 08/03/1979. CNAE Principal: 06.00-0- 01 – Extração de petróleo e gás natural; CNAEs Secundários: 50.11-4-01 – Transporte marítimo de cabotagem – Carga; 19.21-7-00 – Fabricação de produtos do refino de petróleo. Fim da descrição. A segunda etapa consiste em descobrir a gradação de risco, que é determinada com base em cada CNAE. Para isso, deve-se consultar o anexo I da NR-4. No exemplo da Petrobrás, a atividade principal tem grau de risco 4 e as atividades secundárias grau de risco 3. Uma Empresa pode ter diversas atividades secundárias e ter diversos empregados em cada uma delas. O item 4.5.1.2 da NR-4 relata que a atividade econômica preponderante é aquela que tem o maior número de trabalhadores, logo, o SESMT deve ser dimensionado com base na atividade econômica preponderante. Para o dimensionamento do SESMT de canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1.000 trabalhadores e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal, esses locais não devem ser considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da Empresa de Engenharia principal responsável, para fins de dimensionamento do SESMT, conforme item 4.5.4 da NR-4. Nessa ocasião, os Médicos do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho e Engenheiros de Segurança do Trabalho podem ficar centralizados, enquanto os Auxiliares de Enfermagem do Trabalho e os Técnicos de Segurança do Trabalho devem ser dimensionados em cada canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o anexo II da NR-4. Importante! A palavra Estabelecimento é muito importante na NR-4 e na NR-5, pois ela aparece diversas vezes no texto dessas normas. Portanto, é essencial entender exatamente o que significa. A NR-1, em seu glossário, define Estabelecimento como: “local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de terceiros, onde a empresa ou a organização exercem suas atividades em caráter temporário ou permanente.” O Estabelecimento, então, pode ser entendido como cada unidade na qual a Empresa opera, portanto, o SESMT é dimensionado para cada CNPJ, no qual, se a Empresa tem, por exemplo, seis unidades, então, são seis Estabelecimentos, e ela deverá Conforme o item 4.4.1 da NR-4, o SESMT deve ser constituído nas modalidades individual, regionalizado ou estadual. O item 4.4.3 relata que a Empresa deve constituir SESMT regionalizado quando tiver Estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Anexo II da NR-4 e outro(s) Estabelecimento(s) que não se enquadre(m). A Tabela 1 mostra o Anexo II da NR-4, que relaciona o grau de risco da Empresa com o número de empregados do Estabelecimento, para compor o Quadro de Funcionários do SESMT. Tabela 1 – Anexo II da NR–4 para o dimensionamento do SESMT em um Estabelecimento compor seis SESMTs individuais, caso todas essas unidades se enquadrem no dimensionamento do anexo II da NR-4. Fonte: Adaptada de BRASIL, 2022 Observando a Tabela 1, nota-se que, quando o estabelecimento é grau de risco 1, apenas será composto SESMT quando houver mais de 501 empregados. No entanto, se ele for grau de risco 3, a exigência passa a ser a partir de 101 empregados. Ressalta-se que a não obrigatoriedade da Empresa em ter SESMT no caso de ela não se enquadrar no Anexo II da NR-4, não quer dizer que ela não deva cumprir as exigências das Normas Regulamentadoras, visto que elas são obrigatórias. Nessa situação, a Empresa deve contratar um serviço de assessoria especializado em SST para cumprir as exigências necessárias. O item 4.14 da NR-4 salienta que as Empresas cujos Estabelecimentos não se enquadrem no Anexo II da NR-4 poderão dar assistência a seus empregados por meio de SESMT comum, organizado pela Associação da categoria econômica correspondente, pelo Sindicato ou por um interesse mútuo entre as próprias Empresas. Resumos dos Tipos de SESMT O item 4.6.1 da NR-4 obriga que todos os SESMTs sejam registrados por meio do sistema eletrônico do Governo Federal, portal gov.br. A organização deve informar no registro: Cadastro de Pessoa Física (CPF) de cada profissional do SESMT; Número do registro dos profissionais e a qualificação Grau de risco da Empresa e o número de trabalhadores atendidos por estabelecimento; Horário da jornada de trabalho dos profissionais do SESMT. A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) define os seguintes tipos de SESMT para o registro: No SESMT do tipo regional ou estadual, deve-se considerar o somatório de todos os empregados de todos os Estabelecimentos atendidos. Complementarmente, nos casos que envolvem estabelecimentos de Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) que sejam graus de risco 1 e 2. O somatório de empregados desses estabelecimentos deve ser considerado pela metade. Por exemplo, se o estabelecimento de uma EPP grau de risco 1 tiver 100 empregados, consideram-se 50 empregados no somatório para compor o SESMT regional ou estadual. SESMT Individual: para Estabelecimento único enquadrado no Anexo II da NR-4; SESMT Individual com Obras: para estabelecimento principal do estado (matriz ou filial), cujo CNPJ é responsável por obras do mesmo estado e com menos de 1.000 empregados. Nessa ocasião, não há consideração da obra como Estabelecimento, mas como parte integrante da Empresa de Engenharia principal responsável; SESMT Obra: para obras com número superior a 1.000 empregados, cujo Estabelecimento principal está no mesmo estado, ou obra, com qualquer número de empregados enquadradados na NR-4 e cujo Estabelecimento responsável situa-se fora do estado; SESMT Estadual: quando todos os Estabelecimentos da Empresa de um mesmo estado não se enquadrarem individualmente no Anexo II da NR-4; SESMT Regional: para Estabelecimento que necessita constituir SESMT que estende a sua cooperação para um grupo de Estabelecimentos da mesma Empresa, que não se enquadram no Anexo II daNR-4. O SESMT quando há Empresas Prestadoras de Serviços (Terceirizadas) no Estabelecimento Quando há a contratação de Empresas terceirizadas, o SESMT da contratante deve ser dimensionado com base no quantitativo total de empregados da contratante e de empregados das contratadas, quando o trabalho for feito de modo não eventual dentro das instalações da contratante ou outro local previamente definido em contrato. O item 4.5.2.1 da NR-4 define trabalho eventual como “aquele decorrente de evento futuro e incerto”. Caso os trabalhadores das contratadas sejam assistidos pelo SESMT das contratadas, deve-se excluir esses trabalhadores do dimensionamento do SESMT da contratante. Caso Prático de Dimensionamento do SESMT de um Estabelecimento Exemplo 1 (até 5.000 empregados) Ao consultar o CNPJ de uma Empresa metalúrgica, foi descoberto que a atividade principal dela está enquadrada no CNAE 24.41-5 – Metalurgia do alumínio e suas ligas, cujo grau de risco é 4. O número de empregados do estabelecimento é de 3.000. Assim, dimensione o SESMT para esse Estabelecimento. Ao consultar o Anexo II da NR-4 (Tabela 1), cruzando a linha “grau de risco 4” com a coluna “2.001 a 3.500 empregados no estabelecimento”, obtém-se o seguinte dimensionamento para o SESMT: 8 Técnicos de Segurança do Trabalho; 2 Engenheiros de Segurança do Trabalho; Exemplo 2 (acima de 5.000 empregados): Considerando que a mesma Empresa do exemplo 1, exercendo a mesma atividade principal, tenha, em outro Estabelecimento, um quantitativo de 16.000 funcionários, dimensione o SESMT para esse caso. O dimensionamento do SESMT para esse caso entrará na coluna referente ao n° de empregados no estabelecimento “acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de 2000**”. O Anexo II da NR-4 traz uma informação de nota de rodapé importante para o dimensionamento quando o n° de empregados é superior a 5.000, que menciona que o dimensionamento total deve ser feito levando em consideração o dimensionamento do SESMT da faixa “3.501 a 5000” mais o dimensionamento restante do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000. Muitos profissionais de SST têm dúvida nesse caso, pois nesse ponto, a norma não deixa muito claro exatamente o que é “grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000”. A seguir, apresenta-se a resolução desse exemplo, na Tabela 2 e, depois, comenta-se a resolução, para que fique mais fácil entender. Tabela 2 – Dimensionamento do SESMT para o exemplo 2 (grau de risco 4 com 16.000 empregados no estabelecimento) 1 Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; 1 Enfermeiro do Trabalho; 2 Médicos do Trabalho. Conforme apresentado na Tabela 2, quando há mais de 5.000 empregados, é necessário montar grupos de 4.000 empregados para os excedentes, até chegar ao último grupo que não consegue atingir um novo grupo de 4.000 empregados. Logo, se esse último grupo conseguir superar uma fração de 2.000 empregados, então, seu dimensionamento será exatamente igual ao dos grupos que atingiram 4.000 empregados, caso deste exemplo, que tem uma fração de 3.000 empregados. Porém, se ele não conseguir atingir a fração acima de 2.000 empregados (caso do exercício, se ele tivesse 14.000 empregados, em que o último grupo daria uma fração daria 1.000 empregados), então, o SESMT seria dimensionado até 13.000 empregados. Logo, o SESMT necessário para o exemplo 2 é de 19 Técnicos de Segurança do Trabalho, seis Engenheiros de Segurança do Trabalho, quatro Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, um Enfermeiro do Trabalho e seis Médicos do Trabalho. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) Conceitos Gerais sobre a CIPA A CIPA é um órgão interno da Empresa, constituído tanto por empregados quanto por empregadores e, assim como o SESMT, tem por objetivo a prevenção de doenças e de acidentes relacionados ao trabalho. Uma das grandes diferenças entre o SESMT e a CIPA é que no SESMT só pode haver profissionais com formação na Área de SST e na CIPA não existe essa exigência. Os profissionais do SESMT podem ser integrantes da CIPA. A norma Regulamentadora que regula a CIPA é a NR-5, cujo item 5.2.1 define que a obrigatoriedade de constituir CIPA é para as Organizações e Órgãos Públicos da Administração Direta e Indireta, Órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo e Ministério Público, que tenham empregados que são regidos pela CLT. A CIPA tem as seguintes atribuições: Acompanhar o processo de identificação dos riscos e perigos, bem como adotar medidas de prevenção que devem ser implementadas pela Empresa; Verificar as condições de trabalho e o meio ambiente de trabalho, com o intuito de identificar riscos aos trabalhadores. Nas situações que forem consideradas pela CIPA risco grave e iminente aos trabalhadores, propor ao SESMT, quando houver, ou à Organização, a análise dos fatos e, se for o caso, fazer a interrupção das atividades até serem feitas as medidas de correção e controle; Elaborar e fazer o acompanhamento do Plano de Trabalho que possibilite uma ação preventiva em SST. Participar no desenvolvimento e na implementação de programas ligados à SST; Registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, por meio da ferramenta Mapa de Riscos ou de outra ferramenta apropriada; Acompanhar a análise dos acidentes e doenças do trabalho e, quando for pertinente, propor medidas para solucionar os problemas encontrados; A NR-5 cita que é dever da Empresa dar as condições e os meios necessários para que a CIPA possa exercer as suas funções, além de garantir que os trabalhadores tenham tempo suficiente para realizar as tarefas que constam no Plano de Trabalho. As decisões da CIPA devem ser divulgadas a todos os trabalhadores do Estabelecimento. A CIPA deve ter reuniões mensais ordinárias (empresas tipo ME e EPP de grau de risco 1 e 2 podem ter reuniões bimestrais) , que devem ser registradas em Ata. As reuniões extraordinárias devem acontecer em caso de acidentes graves ou fatais, ou quando uma das representações solicitar. Promover, uma vez por ano, junto ao SESMT, quando houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT); Fazer a solicitação de informações relacionadas à saúde e à segurança dos trabalhadores, incluindo documentações de SST, resguardando as informações pessoais e sigilo médico. Importante! Em caso de acidente grave ou fatal, a fiscalização pode exigir, além da Ata Extraordinária, as Atas Ordinárias, para saber se a CIPA tinha identificado os fatores de risco antes de acontecer o acidente. Isso ajuda a visualizar se a Empresa foi notificada formalmente dos riscos e Regras para Estruturação da CIPA Os trabalhadores que compõem a CIPA, tanto titulares quanto suplentes, representando o lado do empregador, serão por ele escolhidos. Os trabalhadores que representam o lado dos empregados, são eleitos em votação secreta, independentemente de filiação sindical, e participam das eleições apenas os trabalhadores interessados em ingressar na CIPA. O mandato dos eleitos na CIPA (cipeiros) terá a duração de um ano, e é permitida uma reeleição. O empossamento dos novos cipeiros, quando terminar o mandato anterior, deve ser feito no próximo dia útil. A CIPA, durante a sua vigência, não pode ter seu efetivo reduzido, mesmo que o Quadro de Funcionários da Organização diminua. O cipeiro titular ou suplente que estiver representando o lado dos empregados terá estabilidade durante todo o seu mandato e após um ano do término dele, conforme Art. 165 da CLT, Súmula 339 do TST e Art. 10, II, alínea “a” do ADCT da CF/1988, a menos que a demissão seja por justa causa, ou o cipeiro titular se ausentar mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa, e o cipeiro representando o empregador não terá direito à estabilidade. Essa estabilidade é prevista na Lei, a fim de garantir a segurança para o cipeiro poder exercer seu cargo sem ter retaliação da Empresa, visto que é um cargo que exige que ele cobre melhorias da Organização.qual era a proposta da CIPA para mitigá-los. Caso nada tenha sido registrado, pode-se entender que houve falha na gestão da CIPA. Os cipeiros suplentes tem a finalidade de cobrir as ausências dos titulares. Treinamento O treinamento de CIPA deve ser ministrado antes da posse, e o treinamento em primeiro mandato pode ser feito até 30 dias depois da posse. A carga horária de treinamento varia conforme o risco da Empresa. Para estabelecimentos de grau de risco 1, a carga horária é de 8 horas, grau de risco 2 é de 12 horas, grau de risco 3, é de 16 horas, e para grau de risco 4, é 20 horas. Para o designado e estabelecimentos grau de risco 1 é permitido que o treinamento seja integralmente feito a distância. Importante! A CIPA para a construção civil tem algumas particularidades à parte das demais. Portanto, para esse caso, deve-se ler o Anexo I da NR-5; Em regiões rurais, a CIPA é denominada Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR). Ela não segue a NR-5, mas sim a NR-31, em seu item 31.5. O conteúdo desta Unidade é sobre a CIPA urbana, contemplada na NR- 5 e, para trabalho rural, deve-se seguir a NR-31. Para estabelecimentos grau de risco 2, a carga horária mínima presencial é de 4 horas, e para grau de risco 3 e 4, é 8 horas. O profissional do SESMT que integrar a CIPA não precisa de treinamento. Processo Eleitoral A Empresa deve convocar as eleições da CIPA com no mínimo 60 dias de antecedência do término do mandato da CIPA vigente e, inclusive, o Sindicato da categoria deve ser informado (meio físico ou eletrônico) do início do processo eleitoral com antecedência. O Edital de Convocação do processo eleitoral deve estar em local de fácil acesso (físico ou eletrônico) e o período de inscrição dos candidatos não deve ser inferior a 15 dias corridos. Todos os trabalhadores de todos os Setores do Estabelecimento podem se inscrever na eleição e a garantia do emprego para os inscritos é válida até a eleição. A eleição deve ser realizada em dia normal de expediente, respeitando os turnos, para que o máximo de empregados possa participar. Além disso, deve ser feita com no mínimo 30 dias de antecedência do término do mandato atual e, quando houver, e a votação é sigilosa. Caso a participação dos empregados na votação seja inferior a 50% do efetivo da Empresa, então, deve-se prorrogar o período de votação para o próximo dia subsequente. Serão computados os votos do dia anterior, e esse novo dia de votação será válido caso atinja no mínimo um terço dos empregados. Na hipótese de a meta de um terço não ser atingida no segundo dia de votação, então, deve-se prorrogar novamente a eleição para o próximo dia subsequente e, esse terceiro dia de votação será considerado válido com a participação de qualquer número de empregados. A apuração dos votos deve ser feita somente no final do último dia de votação. CIPA das Empresas Terceirizadas para Prestação de Serviços Quando a somatória dos empregados da Prestadora de Serviço na Unidade da Federação se enquadrar no Quadro I da NR-5, ela deve constituir CIPA centralizada. A CIPA centralizada serve para atender aos empregados da Empresa terceirizada que trabalham em todos os Estabelecimentos no estado em que ela está prestando serviço. A CIPA centralizada só não deve ser constituída nos Estabelecimentos em que a terceirizada já tem CIPA própria, que tem a finalidade de atender apenas a um Estabelecimento. De acordo com o item 5.8.1.1 da NR-5, quando a terceirizada exercer suas atividades no Estabelecimento da Empresa contratante que seja enquadrado em grau de risco 3 e 4 e a somatória dos empregados da terceirizada se enquadrar no quadro I da NR-5, então, deverá ser constituída obrigatoriamente a forma de CIPA própria nesse estabelecimento, em que é considerado o grau de risco da contratante, mesmo que o grau de risco da contratante seja menor que o da terceirizada. Por conseguinte, o item 5.8.1.1.1 determina que a terceirizada é dispensada de constituir CIPA própria quando suas atividades durarem até 180 dias no Estabelecimento da contratante. A somatória dos empregados da Empresa terceirizada para o dimensionamento da CIPA centralizada deve desconsiderar os empregados que já são assistidos nos Estabelecimentos em que ela tem CIPA própria. Quando o número total de empregados da terceirizada não se enquadrar no Quadro I da NR-5, porém, ela tiver cinco ou mais empregados no Estabelecimento da Empresa contratante, deve ser nomeado o designado da CIPA. Essa nomeação é dispensada se, no estabelecimento, houver membro da CIPA centralizada da terceirizada, pois ele irá fazer a função do designado. Conforme o disposto nos subitens 5.4.13 e 5.8.2 da NR-5, o Estabelecimento atendido pelo SESMT ou a Empresa que for MEI não precisam de designado da CIPA. De acordo com o item 5.8.7, o cipeiro da terceirizada deve participar das reuniões da CIPA da contratante e, quando no estabelecimento não houver CIPA própria ou designado da terceirizada, então, um cipeiro da CIPA centralizada da terceirizada deve ser indicado para participar. O objetivo é que os riscos da Empresa contratada e da terceirizada possam ser discutidos, visto que ambas operam no mesmo estabelecimento. Importante! O SESMT e a CIPA têm como objetivo proteger e promover a segurança e a saúde do trabalhador, porém a garantia disso é feita pelo empregador, pois é ele quem determina o que é executado na Organização e quem dispõe dos recursos para que as melhorias sejam feitas. O SESMT e a CIPA devem explicar as melhorias que devem ser feitas quanto à parte de SST para o empregador/gestor/trabalhador e cabe aos gestores das Áreas/Setores executarem essas melhorias, pois são eles que são os especialistas da parte técnica do seu Setor. Dimensionamento da CIPA no Estabelecimento A CIPA deve ser dimensionada por Estabelecimento e composta por representantes da Empresa (lado empregador) e por empregados, seguindo o dimensionamento do Quadro I da NR-5, com ressalvas às regras para Setores econômicos específicos. Caso a Empresa opere em regime sazonal, a CIPA deve ser dimensionada tomando como base a média aritmética do efetivo de trabalhadores do ano anterior. Caso o Estabelecimento não se enquadre no Quadro I da NR-5 e não for atendido por SESMT, a Empresa deve nomear um representante entre os seus empregados para ajudar na execução das ações de prevenção na área de SST. Esse representante é chamado de “designado” e não tem direito a estabilidade, visto que a estabilidade é válida para os cipeiros que foram eleitos por votação, e seu mandato também é de um ano, com direito a um ano prorrogável. Mesmo que a Empresa só tenha um empregado (exceto no caso do Microempreendedor Individual – MEI), ela precisa colocar seu único funcionário como designado. Nesse caso específico, não há limite da prorrogação do prazo do mandato. A Tabela 3 apresenta o Quadro I da NR-5 para o dimensionamento do SESMT no Estabelecimento: Tabela 3 – Quadro I da NR-5 para o dimensionamento do SESMT no Estabelecimento Fonte: Adaptada de BRASIL, 2021 Exemplo 1 (até 10.000 empregados): Uma fábrica de papel e celulose tem 480 empregados em um Estabelecimento e a maioria dos seus empregados são registrados na atividade principal CNAE 17.10-9-00 – Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel. Com essas informações, dimensione a CIPA para esse caso. Conforme a anotação do Quadro I da NR-5, o grau de risco deve ser obtido no Anexo I da NR-4. Fazendo a consulta, esse CNAE tem um grau de risco 3. Logo, cruzando a linha grau de risco 3 com a coluna n° de empregados no Estabelecimento “301 a 500”, obtém-se que a CIPA deve ter 5 efetivos e 4 suplentes. Logo, a CIPA deve ser de 5 efetivos e 4 suplentes para o lado do empregador (indicados por ele) e 5 efetivos e 4 suplentes para os empregados (eleitos em votação), totalizando 10 efetivos e 8 suplentes. O presidente da CIPA éindicado pelo empregador e o vice-presidente da CIPA é escolhido pelos empregados dentre os titulares eleitos (NR-5 item 5.4.5). Nas reuniões da CIPA, os cipeiros designarão o secretário responsável por redigir a Ata. Importante! Como a CIPA é paritária, o valor resultante de empregados no dimensionamento do Quadro I da NR-5 deve ser dobrado. Glossário Paritária: que tem o mesmo número de representantes em ambos os lados. Nesse caso, tem o mesmo número de representantes no lado dos empregados e do empregador. Exemplo 2 (acima de 10.000 empregados): Supondo que a mesma Empresa do exemplo 1, com a maioria dos trabalhadores exercendo a mesma atividade principal, tenha um outro Estabelecimento com 16.200 empregados, dimensione a CIPA para esse caso. Tabela 4 Para esse caso, a resolução é similar ao exemplo 2 do dimensionamento do SESMT detalhado nesta Atividade. Depois de 10.000 empregados, deve-se separar os empregados em grupos de 2.500 e, caso a última parte não consiga atingir um novo grupo de 2.500 empregados, então, deve ser desconsiderada. Para cada grupo de 2.500 empregados, conforme o Quadro I da NR-5 (Tabela 3), devem ser somados mais 2 efetivos e 2 suplentes ao que já foi encontrado na coluna “5.001 a 10.000”. Como a CIPA é paritária, então, o dimensionamento total é de 32 efetivos e 24 suplentes. Exemplo 3 (Empresa Terceirizada): Uma Empresa de Prestação de Serviços do estado de São Paulo está enquadrada no CNAE 82.11-3 Serviços combinados de escritório e apoio administrativo – grau de risco 1. Essa Empresa tem 250 empregados no total, porém eles estão espalhados em diversos Estabelecimentos e nas seguintes condições: Mapa de Risco O mapa de risco é uma ferramenta simbólica para registro dos riscos ocupacionais conforme a percepção dos trabalhadores em cada Posto de Trabalho da Organização e a responsabilidade da sua elaboração é da CIPA, com assessoria do SESMT (quando houver), conforme a NR-5, item 5.3.1 alínea “b”. A CIPA só não é obrigada a fazer o Mapa de Risco quando ela o substituir por outra ferramenta que considerar apropriada. Estabelecimento 1: contrato de 30 meses em uma metalúrgica de grau de risco 3, onde mantém 35 empregados. Resposta: deve constituir CIPA própria considerando grau de risco 3, conforme quadro I da NR-5; Estabelecimento 2: contrato de 150 dias em uma indústria de grau de risco 4, onde mantém 30 empregados. Resposta: dispensada de CIPA própria, portanto, deve nomear o designado; Estabelecimento 3: tem 25 empregados no Estabelecimento sede da própria Empresa. Resposta: o número de empregados apenas soma na CIPA centralizada; Estabelecimento 4: contrato de 5 anos em uma indústria grau de risco 4, onde mantém 15 empregados. Resposta: não atingiu o mínimo do Quadro I da NR-5, portanto, deve nomear o designado; Os 145 empregados restantes estão em estabelecimentos grau de risco 1 e 2. Resposta: deve constituir CIPA centralizada, conforme Quadro I da NR-5, considerando 215 empregados e grau de risco 1. É preciso reforçar que o registro das informações é sobre a percepção dos trabalhadores sobre os riscos, ou seja, são eles que vão dizer qual a intensidade dos riscos com o auxílio da CIPA, e não simplesmente a CIPA preencher o Mapa de Risco sem consultá-los. O Mapa de Riscos inclui todos os tipos de riscos ocupacionais (físico, químico, biológico, acidente – mecânico – e ergonômico) e ele classifica esses riscos em três tamanhos (pequeno, médio e grande). A própria planta da Empresa deve ser o esboço para a elaboração do Mapa de Risco. A Figura 2 mostra um exemplo de Mapa de Risco em uma pequena Empresa. Figura 2 – Mapa de Risco de uma pequena Empresa Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: planta de construção civil de uma pequena Empresa. O risco físico é representado pela cor verde, o risco químico é representado pela cor vermelha, o risco biológico é representado pela cor marrom, o risco ergonômico é representado pela cor amarela, o risco de acidente (mecânico) é representado pela cor azul. O nível de risco é representado em três círculos de diferentes tamanhos, sendo pequeno, médio e grande. Fim da descrição. O Mapa de Risco é importante para os prevencionistas e os trabalhadores saberem e se lembrarem dos riscos de todos os postos de trabalho, além do seu, e qual o nível desses riscos. Isso ajuda, por exemplo, a ter uma noção de qual Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser usado em determinado Posto de Trabalho da Empresa. Caso o Mapa de Risco não seja integrado com uma gestão de segurança eficiente, ele surtirá pouco ou nenhum efeito na prevenção dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais. A Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT) A SIPAT, assim como o Mapa de Risco, é uma atribuição de responsabilidade da CIPA, que deve ser feito anualmente, em conjunto com o SESMT (quando houver), conforme a NR-5 item 5.3.1 alínea “i”. Seu objetivo é promover e discutir a saúde e a segurança do trabalho com os trabalhadores da Empresa, por meio de um roteiro e uma programação definida pela CIPA, que pode ser, por exemplo, palestras, gincanas, filmes, peças teatrais, concursos etc. O grande desafio da CIPA é atrair a atenção dos trabalhadores para que eles tenham vontade de participar da semana de eventos, além de convencer os próprios líderes da Empresa que os eventos propostos serão bons e trarão algum resultado para a Organização, como a possibilidade de diminuir os acidentes e as doenças do trabalho, melhorar a disposição dos trabalhadores e aprimorar a comunicação entre os Setores da Empresa para evitar falhas de comunicação etc. Organizar uma SIPAT não é uma tarefa tão simples, pois tudo deve ser planejado com antecedência e a CIPA deve dividir a responsabilidade desse planejamento com seus integrantes, delegando para cada cipeiro uma tarefa a ser feita. A CIPA deve fazer constar esse planejamento nas Atas Ordinárias e o empregador deve ser informado sobre todos os custos que ele terá. Caso, por exemplo, a CIPA queira trazer em determinado dia um palestrante referência em prevenção de acidentes do trabalho, o empregador deve ser avisado antecipadamente o quanto que isso custará para ele. Se, porventura, a CIPA não conseguir demonstrar a importância dos eventos que estão sendo propostos ao empregador, muito provavelmente, a SIPAT não surtirá o efeito desejado, pois não receberá o apoio necessário. Exemplo de dicas para planejamento de uma SIPAT: Escolher uma semana que seja boa para a Empresa e para os trabalhadores, que afete o mínimo possível a produção da Empresa, já que os trabalhadores serão deslocados para participar dos eventos; Definir o local em que os eventos serão realizados; Definir o tema da SIPAT (por exemplo: Promoção à Saúde Mental dos Trabalhadores); Escolher uma imagem e um folder chamativo para atrair a atenção dos trabalhadores e da Empresa, já contendo a data e os horários dos eventos que irão acontecer; Calcular todos os custos envolvidos na SIPAT e mostrá-los ao empregador, a fim de explicar a importância desses eventos para a Empresa e os efeitos positivos que isso acarretará; Conversar com os trabalhadores para saber em qual tipo de assunto eles têm mais interesse na área de SST e que seria importante para o trabalho deles. Isso ajuda que eles fiquem engajados em participar; Muitas Empresas na SIPAT fazem palestras sobre assuntos que fogem da Área de SST, e isso é um erro, pois a SIPAT tem por objetivo prevenir os Acidentes de Trabalho. Os assuntos relacionados à SIPAT devem estar conectados à saúde, à segurança e ao bem-estar do trabalhador na Empresa. Definir a Equipe para a realização e escolher um coordenador responsável por essa Equipe. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Segurança do Trabalho NWN Este site traz diversas informações importantes, explicativas e exemplificativas para a área de SST, inclusivesobre o assunto de SESMT e CIPA. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Vídeos Comentando a Nova NR 04 – As Novidades e o Impacto da Norma Página 2 de 3 📄 Material Complementar https://segurancadotrabalhonwn.com/ Ergonomia da Atividade Clique no botão para conferir o vídeo indicado. ASSISTA Leitura Passo a Passo: Como Registrar o SESMT Online no MTE e as Exceções! (Protocolo) Este site cita o passo a passo de como a Empresa deve cadastrar o SESMT no site do Ministério do Trabalho e Emprego (este modo de cadastro tem vigência até 01 de janeiro de 2022). Clique no botão para conferir o conteúdo. Comentando a nova NR 04 I As novidades e o impacto da normaComentando a nova NR 04 I As novidades e o impacto da norma https://www.youtube.com/c/ErgonomiadaAtividade https://www.youtube.com/watch?v=vnwTkwgs_uI ACESSE Norma Regulamentadora No. 31 (NR-31) Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://bit.ly/3p8Fhfu https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-31-nr-31#:~:text=NR-31%20-%20SEGURAN%C3%87A%20E%20SA%C3%9ADE%20NO%20TRABALHO%20NA,PECU%C3%81RIA%2C%20SILVICULTURA%2C%20EXPLORA%C3%87%C3%83O%20FLORESTAL%20E%20AQUICULTURA%20%28NOVO%20TEXTO%29 BRASIL. Lei Federal nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília: 2017. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Portaria SEPRT nº 6.730, de 09 de março de 2020. Norma Regulamentadora 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Brasília: MTP, 2020. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Portaria MTP nº 2.318, de 03 de agosto de 2022. Norma Regulamentadora 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Brasília: MTP, 2022. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Portaria MTP nº 422, de 07 de outubro de 2021. Norma Regulamentadora 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília: MTP, 2021. Página 3 de 3 📄 Referências