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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E 
TECNOLOGIA DE SÃO PAULO 
CAMPUS VOTUPORANGA 
 
 
 
 
 
Karine Nunes Druzian 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA E INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES 
ANÁLISE NORMATIVA DO MÓDULO 11 DO PRODIST 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA 
2025 
Karine Nunes Druzian 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA E INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES 
ANÁLISE NORMATIVA DO MÓDULO 11 DO PRODIST 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de 
Engenharia Elétrica, em 
cumprimento às exigências da 
disciplina Qualidade de Energia. 
 
Professor: Antonio Carlos de 
Carvalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Votuporanga 
2025 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Exemplo de como devem ser apresentados os respectivos impostos e 
contribuições incidentes sobre o faturamento ....................................................................... 7 
Figura 2 - Exemplo de Fatura ................................................................................................... 8 
Figura 3 - Exemplo de como devem ser apresentadas a base de incidência dos 
tributos, as alíquotas aplicadas e o valor dos tributos na fatura de energia elétrica ..... 10 
Figura 4 - fatura com bandeira tarifária em destaque......................................................... 12 
Figura 5– Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas de 
usuários da classe residencial no modelo “Tarifa” .............................................................. 17 
Figura 6 - Classe Residencial - Modelo “Preço” ................................................................. 17 
Figura 7 - Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas de 
usuários da classe residencial no modelo “Preço”............................................................. 17 
Figura 8 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da classe rural no modelo “Tarifa” ........................................ 18 
Figura 9 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários de classe rural no modelo “ Preço” .................................. 18 
Figura 10 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Tarifa” ................ 19 
Figura 11 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” ................ 20 
Figura 12 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” para o 
Estado de São Paulo ............................................................................................................... 20 
Figura 13 - Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” sem 
incidência de ICMS sobre a parcela subvencionada ......................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 
2. INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS NA FATURA .................................................. 6 
2.1 IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO E DA UNIDADE CONSUMIDORA ............... 6 
2.2 INFORMAÇÕES PARA PAGAMENTO .......................................................... 7 
2.3 QUANTIDADES E VALORES RELATIVOS AO FORNECIMENTO ................ 9 
2.4 IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES................................................................... 9 
2.5 HISTÓRICO DE FATURAMENTO................................................................ 10 
2.6 INFORMAÇÕES DE INTERESSE DO USUÁRIO......................................... 10 
2.7 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ........................................................................ 11 
2.8 FORMA DE APRESENTAÇÃO .................................................................... 12 
3. INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES................................................................. 13 
3.1 COMPOSIÇÃO DETALHADA DA FATURA ..................................................... 13 
3.2 INDICADORES DE CONTINUIDADE E QUALIDADE ...................................... 14 
3.3 HISTÓRICO DE CONSUMO E FATURAMENTO ............................................. 14 
3.4 CASO ESPECÍFICO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA............................................ 15 
3.5 SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DAS FATURAS ................................................ 15 
4. EXEMPLOS DE FORMAS DE APRESENTAÇÃO ............................................. 16 
4.1 FATURAS SEM BENEFÍCIO TARIFÁRIO ........................................................ 17 
4.2 FATURAS COM BENEFÍCIO TARIFÁRIO – CLASSE RURAL ......................... 18 
4.3 FATURAS COM BENEFÍCIO TARIFÁRIO – SUBCLASSE RESIDENCIAL 
BAIXA RENDA ....................................................................................................... 19 
5. FATURA ELETRÔNICA ........................................................................................ 21 
5.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAÇÃO .................................................................. 21 
5.2 BENEFÍCIOS DA FATURA ELETRÔNICA ....................................................... 22 
5.3 VALIDADE FISCAL E REGULATÓRIA ............................................................ 22 
6. RESUMO DE FATURA ......................................................................................... 23 
6.1 CONTEÚDO MÍNIMO DO RESUMO ................................................................ 23 
6.2 FUNÇÕES E VANTAGENS DO RESUMO DE FATURA .................................. 23 
6.3 LIMITAÇÕES DO RESUMO DE FATURA ........................................................ 24 
7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
A fatura de energia elétrica é um instrumento fundamental na relação entre 
consumidores e distribuidoras, pois reúne informações financeiras, técnicas e 
regulatórias que garantem transparência e possibilitam o acompanhamento 
detalhado do serviço prestado. No Brasil, a Agência Nacional de Energia 
Elétrica (ANEEL), por meio dos Procedimentos de Distribuição de Energia 
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), estabelece normas 
específicas que padronizam a emissão e a apresentação dessas faturas, 
assegurando direitos aos usuários e promovendo a uniformidade das práticas 
adotadas pelas concessionárias e permissionárias. 
O conjunto normativo denominado “Fatura de Energia Elétrica e Informações 
Suplementares”, instituído pelo Anexo XI da Resolução Normativa ANEEL nº 
956/2021, detalha os procedimentos que devem ser observados pelas 
distribuidoras em todo o território nacional. De acordo com o texto oficial, seu 
objetivo é “estabelecer os procedimentos que devem ser observados na 
emissão e na apresentação das faturas de energia elétrica, detalhando e 
exemplificando o estabelecido nas regras de prestação do serviço público de 
distribuição de energia elétrica” (ANEEL, 2021, p. 1). 
A regulamentação está organizada em cinco partes principais. A primeira 
aborda as informações obrigatórias na fatura, como identificação do usuário, 
dados da unidade consumidora, valores cobrados, tributos e histórico de 
consumo. A segunda trata das informações suplementares, que devem ser 
disponibilizadas por canais adicionais, como aplicativos ou relatórios 
impressos. A terceira apresenta exemplos de formas de apresentação, 
trazendo modelos de faturas aplicáveis ao Grupo B. A quarta discute a fatura 
eletrônica,com suas condições de adesão e envio, enquanto a quinta detalha o 
resumo de fatura, alternativa simplificada que pode ser oferecida aos usuários. 
Dessa forma, a norma em questão consolida diretrizes que têm como finalidade 
padronizar a forma de apresentação das faturas, garantir clareza no processo 
de cobrança e fortalecer a comunicação entre distribuidoras e consumidores. 
Sua aplicabilidade estende-se a todas as concessionárias e permissionárias do 
serviço público de distribuição de energia elétrica, o que reforça seu caráter 
6 
 
nacional e a relevância de seu cumprimento para a regulação eficiente do 
setor. 
2. INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS NA FATURA 
A fatura de energia elétrica é um documento essencial na relação entre 
usuários e distribuidoras, desempenhando funções comercial, informativa e 
fiscal. Ela deve conter todos os elementos que permitam ao consumidor 
compreender a origem do valor cobrado e reproduzir os cálculos realizados 
pela empresa. Essa característica, chamada de autocontenção, reforça a 
transparência e a credibilidade do serviço público regulado (ANEEL, 2021). 
A regulamentação estabelece que os dados obrigatórios sejam organizados em 
diferentes categorias: identificação do usuário, identificação da unidade 
consumidora, informações para pagamento, quantidades e valores relativos ao 
fornecimento, tributos, histórico de faturamento, além de mensagens de 
interesse dos consumidores. Em situações específicas, também devem 
aparecer bandeiras tarifárias, multas, parcelamentos ou compensações por 
descumprimento de indicadores de qualidade. 
2.1 IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO E DA UNIDADE CONSUMIDORA 
A primeira obrigação das distribuidoras é garantir a identificação inequívoca do 
titular e da unidade consumidora. A presença do nome completo do usuário 
na fatura confere segurança jurídica ao documento, evitando dúvidas quanto à 
responsabilidade pelo pagamento. O CPF ou CNPJ pode ser incluído, sendo 
opcional em situações comuns, mas obrigatório quando a fatura acumula 
também a função de Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, assumindo 
caráter híbrido de documento fiscal e comercial. 
No que se refere à unidade consumidora, diversos dados técnicos precisam 
ser destacados, como: 
 Código único de identificação da unidade; 
 Endereço completo; 
 Identificação dos medidores instalados; 
 Grupo e subgrupo de tensão; 
7 
 
 Classe e subclasse tarifária; 
 Tipo de fornecimento (monofásico, bifásico ou trifásico); 
 Modalidade tarifária vigente. 
Essas informações asseguram a rastreabilidade do ponto de consumo e 
permitem verificar se as tarifas aplicadas são compatíveis com a classe e a 
modalidade contratada. Por exemplo, um consumidor residencial não pode ser 
tarifado com valores de consumo industrial, e vice-versa. Assim, a correta 
identificação é essencial tanto para a conformidade regulatória quanto para a 
proteção do usuário. 
 
 
Figura 1 - Exemplo de como devem ser apresentados os respectivos impostos e 
contribuições incidentes sobre o faturamento 
 
2.2 INFORMAÇÕES PARA PAGAMENTO 
A seção de pagamento reúne os dados financeiros que viabilizam a quitação 
da fatura. São obrigatórios: 
 Mês de referência; 
 Data de emissão; 
 Data de vencimento; 
 Valor total a pagar; 
 Código de barras e linha digitável. 
8 
 
Adicionalmente, a distribuidora pode disponibilizar códigos de pagamento 
alternativos, como QR Code, endereços digitais ou links de pagamento, desde 
que gratuitos e previamente aceitos pelo consumidor. 
Em casos de débito automático, deve constar mensagem informativa 
substituindo a linha digitável. Esse detalhe é fundamental para evitar que o 
consumidor realize o pagamento manual sem necessidade, gerando 
duplicidade. A presença destacada dessas informações reflete a preocupação 
da ANEEL em garantir clareza e reduzir erros de cobrança. 
 
Figura 2 - Exemplo de Fatura 
 
9 
 
2.3 QUANTIDADES E VALORES RELATIVOS AO FORNECIMENTO 
A fatura deve detalhar todos os aspectos do consumo de energia, permitindo 
ao usuário verificar se a cobrança está correta. Entre os itens obrigatórios 
estão: 
 Leitura anterior e leitura atual dos medidores; 
 Período de faturamento em dias; 
 Previsão da próxima leitura; 
 Indicação de leitura não realizada, quando aplicável, com explicação 
sobre o cálculo estimado. 
Essas informações, assim como outras, podem ser encontradas na figura 2. 
Além disso, cada serviço ou produto precisa discriminar a quantidade faturada 
e o valor unitário aplicado, em conformidade com as tarifas homologadas 
pela ANEEL. Essa obrigatoriedade reforça a função educativa da fatura, 
permitindo que o consumidor entenda a lógica por trás do cálculo. 
No caso da modalidade tarifária monômia, é admitida a apresentação 
consolidada da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e da TE 
(Tarifa de Energia). Isso simplifica a fatura, mas não dispensa a necessidade 
de indicar claramente os valores praticados e sua base legal. 
2.4 IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES 
 
Um dos pontos mais sensíveis da fatura é a cobrança de tributos, que 
frequentemente representa parcela significativa do valor final. Por essa razão, a 
ANEEL exige que sejam discriminados: 
 A base de cálculo do tributo; 
 A alíquota aplicada; 
 O valor final. 
Os principais tributos incidentes são: ICMS, PIS/Pasep, Cofins e COSIP. A 
norma determina que, sempre que possível, eles sejam apresentados em itens 
10 
 
separados da fatura, permitindo ao consumidor compreender quanto está 
sendo destinado a impostos e quanto corresponde ao consumo efetivo de 
energia. 
Além disso, as distribuidoras devem manter em seus sites informações 
atualizadas sobre as alíquotas aplicáveis por estado e classe de consumo, 
assegurando acesso público e transparência tributária. 
 
Figura 3 - Exemplo de como devem ser apresentadas a base de incidência dos tributos, 
as alíquotas aplicadas e o valor dos tributos na fatura de energia elétrica 
2.5 HISTÓRICO DE FATURAMENTO 
O histórico é um recurso de acompanhamento, obrigatório por norma, que deve 
apresentar o consumo do mês atual e dos 12 meses anteriores, totalizando 13 
períodos. Esse histórico deve ser exibido preferencialmente em formato 
gráfico, facilitando a análise comparativa pelo consumidor. 
Essa exigência possui caráter educativo e de controle, pois possibilita que o 
usuário identifique variações sazonais, aumentos inesperados ou reduções no 
consumo. Em termos práticos, esse recurso também contribui para políticas de 
uso racional da energia elétrica, incentivando hábitos de economia. 
2.6 INFORMAÇÕES DE INTERESSE DO USUÁRIO 
A fatura também funciona como canal de comunicação institucional. Por isso, 
deve conter: 
 Aviso sobre a disponibilidade de informações complementares; 
 Número de telefone da central de atendimento; 
 Número de telefone da ouvidoria da distribuidora; 
 Número da ouvidoria da agência estadual conveniada (quando houver); 
 Número da ouvidoria da ANEEL. 
11 
 
A ordem de apresentação deve respeitar a hierarquia regulatória, garantindo 
que o usuário saiba a quem recorrer em primeiro lugar. Essa parte da fatura 
reforça a ideia de que o consumidor não está sozinho diante da distribuidora, 
mas amparado por instâncias fiscalizadoras e de defesa. 
2.7 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS 
Determinadas circunstâncias exigem a inclusão de informações adicionais na 
fatura, como: 
 Valores adicionais de bandeira tarifária; 
 Multas por atraso; 
 Encargos moratórios; 
 Detalhamento de parcelamentos (valor, número da parcela e total de 
parcelas); 
 Compensações por descumprimento de indicadores de continuidade 
(DIC, FIC, DMIC e DICRI) e de tensão; 
 Reajustes tarifários, com percentual e ato homologatório da ANEEL; 
 Declaração de quitação anual de débitos; 
 Identificação da Tarifa Social de Energia Elétrica. 
Essas informações tornam a fatura um documentodinâmico, capaz de refletir 
não apenas o consumo de energia, mas também as condições regulatórias e 
contratuais específicas de cada período. 
12 
 
 
Figura 4 - fatura com bandeira tarifária em destaque 
2.8 FORMA DE APRESENTAÇÃO 
A ANEEL permite flexibilidade na organização da fatura, mas impõe que, para 
consumidores do Grupo B, ela apresente obrigatoriamente três áreas na parte 
frontal: 
1. Principais informações – mês de referência, vencimento e valor total. 
2. Itens de fatura – detalhamento do consumo, tributos e serviços. 
3. Mensagens – comunicados regulatórios, legais ou de interesse do 
consumidor. 
Além disso, há dois modelos possíveis de exibição: 
 Modelo “Tarifa”, em que os tributos aparecem em campo separado; 
 Modelo “Preço”, em que os tributos já estão embutidos no valor final 
por unidade de consumo. 
Essa diferenciação é fundamental para a compreensão do consumidor, pois 
afeta diretamente a leitura da composição tarifária. 
13 
 
3. INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES 
 
As informações suplementares representam um conjunto de dados 
adicionais que não precisam, necessariamente, constar no corpo da fatura, 
mas que são obrigatoriamente disponibilizados pelas distribuidoras aos 
consumidores por meios complementares. Essa medida busca ampliar a 
transparência do setor elétrico, garantindo ao usuário acesso a elementos 
técnicos, tarifários e de qualidade do fornecimento. Assim, a fatura deixa de ser 
apenas um documento de cobrança e passa a integrar um sistema mais amplo 
de comunicação com o consumidor. 
A regulamentação determina que as distribuidoras ofereçam essas informações 
em diferentes canais de acesso: 
 Área de acesso restrito no site da distribuidora; 
 Aplicativos para dispositivos móveis; 
 Relatórios impressos, mediante solicitação. 
O acesso digital exige que o usuário realize um cadastramento prévio de 
senha ou informação privada, reforçando a segurança e a proteção de dados 
pessoais. No caso dos relatórios impressos, o primeiro fornecimento é gratuito 
a cada 12 meses; pedidos adicionais podem ser cobrados como uma segunda 
via de fatura. 
3.1 COMPOSIÇÃO DETALHADA DA FATURA 
As informações suplementares devem apresentar a decomposição dos 
valores cobrados em pelo menos 13 faturas consecutivas, discriminando em 
valores absolutos e percentuais: 
 Consumo de energia; 
 Serviço de distribuição; 
 Serviço de transmissão; 
 Encargos setoriais; 
 Perdas do sistema; 
14 
 
 Tributos; 
 Demais itens, quando aplicáveis. 
Esse detalhamento segue os Procedimentos de Regulação Tarifária 
(PRORET), garantindo padronização nacional. A função pedagógica dessa 
medida é evidente: possibilitar que o consumidor compreenda como o valor 
final da fatura é formado e qual a representatividade de cada componente no 
preço da energia. 
3.2 INDICADORES DE CONTINUIDADE E QUALIDADE 
Outro eixo das informações suplementares refere-se à divulgação dos 
indicadores de continuidade e qualidade do fornecimento de energia 
elétrica. Os consumidores do Grupo B devem ter acesso, no mínimo, aos 
últimos 13 meses de apuração referentes a: 
 DIC (Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora); 
 FIC (Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora); 
 DMIC (Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade 
Consumidora); 
 DICRI (Duração de Interrupção Individual Ocorrida em Dia Crítico). 
Além disso, devem ser informados: o conjunto ao qual a unidade estava 
vinculada, os limites mensais regulatórios, os valores apurados, eventuais 
compensações financeiras, bem como o período em que tais compensações 
foram creditadas ou pagas. 
Essa medida fortalece a responsabilização das distribuidoras, pois os 
indicadores estão diretamente ligados a direitos do consumidor: sempre que os 
limites são ultrapassados, a distribuidora deve realizar compensações 
automáticas. 
3.3 HISTÓRICO DE CONSUMO E FATURAMENTO 
15 
 
Além do histórico simplificado que aparece na fatura, a distribuidora deve 
disponibilizar aos usuários um histórico detalhado de consumo e faturamento 
referente aos últimos 13 meses, incluindo: 
 Valores de consumo (kWh); 
 Grandezas técnicas associadas; 
 Informações sobre faturamento por média ou por custo de 
disponibilidade; 
 Média de consumo da unidade em cada ciclo. 
Esse detalhamento deve ser preferencialmente apresentado de forma gráfica, 
permitindo a análise visual da evolução do consumo. Essa exigência é 
fundamental para incentivar o uso racional de energia e auxiliar consumidores 
que desejam comparar custos e planejar medidas de eficiência energética. 
3.4 CASO ESPECÍFICO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
Para unidades consumidoras que agregam pontos de iluminação pública 
faturados por estimativa, as distribuidoras devem encaminhar mensalmente ao 
poder público municipal ou distrital um relatório técnico detalhado com a 
memória de cálculo do consumo. Esse relatório deve conter, no mínimo: 
 Potência unitária das lâmpadas, reatores e relés fotoelétricos; 
 Perdas adicionais em equipamentos auxiliares; 
 Quantidade de lâmpadas por tipo; 
 Potência total instalada; 
 Número de dias e horas considerados; 
 Consumo estimado em kWh. 
Esse relatório é fundamental para que os entes públicos acompanhem a 
cobrança da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública 
(COSIP), assegurando que a arrecadação esteja em conformidade com a 
legislação tributária e permitindo a fiscalização da sociedade sobre a correta 
utilização dos recursos. 
3.5 SITUAÇÃO DE PAGAMENTO DAS FATURAS 
16 
 
Por fim, as informações suplementares devem disponibilizar aos consumidores 
o histórico das últimas 13 faturas emitidas, indicando a situação de 
pagamento de cada uma, com a data efetiva da quitação, quando já realizada. 
Essa medida amplia a segurança do consumidor, que pode acompanhar 
débitos em aberto, organizar sua vida financeira e evitar inadimplências. 
4. EXEMPLOS DE FORMAS DE APRESENTAÇÃO 
A padronização da fatura de energia elétrica não se limita apenas ao conteúdo, 
mas também à sua forma de apresentação. A Agência Nacional de Energia 
Elétrica (ANEEL), por meio do Módulo 11 do PRODIST, apresenta modelos de 
referência que demonstram como as distribuidoras devem organizar as 
informações, garantindo clareza, transparência e acessibilidade aos 
consumidores. 
Esses exemplos são especialmente relevantes para o Grupo B, que concentra 
consumidores residenciais, rurais e de pequeno porte, pois são usuários que, 
em geral, não possuem formação técnica para interpretar elementos complexos 
de tarifação. Assim, a estrutura visual e informativa da fatura torna-se 
ferramenta fundamental para a compreensão e para o exercício da cidadania 
energética. 
A fatura deve ser dividida em três áreas principais: 
1. Principais informações – valores de referência como mês de 
faturamento, data de vencimento e valor total a pagar. 
2. Itens de fatura – detalhamento de consumo, tarifas aplicadas, tributos, 
encargos e demais itens cobrados. 
3. Mensagens – espaço reservado para informações regulatórias, 
comunicados obrigatórios e mensagens de interesse do consumidor. 
Além disso, a norma admite dois modelos distintos de apresentação: 
 Modelo “Tarifa”, no qual os valores de consumo aparecem sem os 
tributos incorporados, que são exibidos separadamente; 
17 
 
 Modelo “Preço”, em que os tributos já estão incorporados ao valor final 
por kWh. 
 
4.1 FATURAS SEM BENEFÍCIO TARIFÁRIO 
As faturas sem benefícios tarifários representam o modelo básico de cobrança, 
aplicável a consumidores que não recebem descontos ou subsídios. 
 No modelo “Tarifa”, os tributos são discriminados em campo próprio. 
 No modelo “Preço”, o valor final já contém os impostos incluídos. 
 
Figura 5– Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas de 
usuários da classe residencial no modelo “Tarifa” 
 
Figura 6 - ClasseResidencial - Modelo “Preço” 
 
Figura 7 - Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas de 
usuários da classe residencial no modelo “Preço” 
 
18 
 
4.2 FATURAS COM BENEFÍCIO TARIFÁRIO – CLASSE RURAL 
Os consumidores da classe rural podem ter direito a descontos regulatórios. 
Nesse caso, a fatura deve evidenciar: 
 O valor total sem desconto; 
 O percentual de benefício aplicado; 
 O valor líquido final a ser pago. 
 
Figura 8 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da classe rural no modelo “Tarifa” 
 
Figura 9 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários de classe rural no modelo “ Preço” 
19 
 
4.3 FATURAS COM BENEFÍCIO TARIFÁRIO – SUBCLASSE RESIDENCIAL 
BAIXA RENDA 
A Tarifa Social de Energia Elétrica é destinada às famílias de baixa renda e 
deve ser claramente destacada na fatura. Os exemplos normativos mostram 
como esse subsídio deve aparecer em diferentes condições: 
 Modelo “Tarifa” – apresenta a parcela subsidiada separadamente, com 
destaque para o desconto aplicado; 
 Modelo “Preço” – mostra o valor já com o desconto incorporado; 
 Modelos estaduais específicos, como no caso de São Paulo, onde há 
particularidades na incidência do ICMS; 
 Modelo “Preço” sem incidência de ICMS sobre a parcela 
subsidiada, quando a legislação estadual assim determina. 
 
Figura 10 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Tarifa” 
20 
 
 
Figura 11 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” 
 
Figura 12 – Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” para o 
Estado de São Paulo 
21 
 
 
Figura 13 - Exemplo de apresentação das informações obrigatórias nas faturas com 
benefício tarifário de usuários da subclasse baixa renda no modelo “Preço” sem 
incidência de ICMS sobre a parcela subvencionada 
5. FATURA ELETRÔNICA 
A evolução tecnológica no setor elétrico trouxe consigo novas formas de 
interação entre concessionárias e consumidores, sendo a fatura eletrônica 
uma das principais inovações nesse processo. Trata-se de uma modalidade em 
que o documento, tradicionalmente impresso, é disponibilizado em formato 
digital, por meio de canais eletrônicos. Essa alternativa segue tendência 
mundial de modernização dos serviços públicos, alinhando-se aos princípios de 
eficiência administrativa, sustentabilidade ambiental e acessibilidade 
digital. 
Segundo a regulamentação da ANEEL, a fatura eletrônica deve conter 
exatamente as mesmas informações obrigatórias e suplementares exigidas 
para a versão impressa, de modo a preservar a integridade jurídica e fiscal do 
documento. A adesão é opcional e gratuita, cabendo exclusivamente ao 
consumidor a decisão de optar ou não pelo recebimento eletrônico. 
5.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAÇÃO 
22 
 
A distribuidora pode disponibilizar a fatura eletrônica por meio de diferentes 
canais, tais como: 
 Correio eletrônico (e-mail), permitindo que o consumidor receba o 
documento diretamente em sua caixa de entrada; 
 Aplicativos móveis, que concentram funcionalidades adicionais, como 
histórico de consumo, segunda via e notificações automáticas; 
 Área de acesso restrito no site da distribuidora, acessada mediante 
login e senha previamente cadastrados; 
 Integração com sistemas de pagamento, como internet banking, 
carteiras digitais e aplicativos de bancos, ampliando a conveniência no 
ato da quitação. 
5.2 BENEFÍCIOS DA FATURA ELETRÔNICA 
A implantação desse modelo traz múltiplos benefícios: 
 Sustentabilidade ambiental – redução do uso de papel e insumos 
gráficos; 
 Agilidade no acesso – eliminação de atrasos decorrentes de logística 
de entrega física; 
 Segurança – menor risco de extravio de correspondência; 
 Redução de custos operacionais – economia para as distribuidoras, 
com potencial reflexo tarifário; 
 Integração tecnológica – possibilidade de associar a fatura a serviços 
digitais e automações de pagamento. 
5.3 VALIDADE FISCAL E REGULATÓRIA 
Tal como a versão impressa, a fatura eletrônica pode acumular a função de 
Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, devendo atender às exigências das 
autoridades fazendárias federais, estaduais e municipais. Isso reforça seu 
caráter oficial, permitindo que seja utilizada em auditorias, comprovação de 
despesas e processos de contabilidade. 
 
23 
 
6. RESUMO DE FATURA 
O resumo de fatura é um modelo simplificado de documento, que pode ser 
disponibilizado pelas distribuidoras como alternativa à fatura completa. Ele se 
destina principalmente a consumidores que desejam praticidade e 
objetividade, exibindo apenas os elementos essenciais da cobrança. 
Diferentemente da fatura eletrônica, o resumo não substitui integralmente o 
documento completo, mas pode ser utilizado como meio auxiliar, desde que a 
distribuidora mantenha acessível a versão detalhada em seus canais oficiais. 
6.1 CONTEÚDO MÍNIMO DO RESUMO 
O resumo deve conter, obrigatoriamente: 
 Identificação do consumidor e da unidade consumidora (nome, 
código, endereço simplificado); 
 Valor total a pagar; 
 Data de vencimento; 
 Código de barras ou QR Code para pagamento. 
Embora seja mais enxuto, esse modelo ainda deve preservar a clareza e a 
confiabilidade das informações apresentadas. 
6.2 FUNÇÕES E VANTAGENS DO RESUMO DE FATURA 
O resumo de fatura tem função essencialmente operacional e informativa, 
oferecendo ao consumidor rapidez na consulta dos valores principais sem a 
necessidade de percorrer todos os itens tarifários. Entre suas principais 
vantagens estão: 
 Praticidade – o consumidor localiza rapidamente os valores devidos e 
prazos de vencimento; 
 Adequação a perfis diversos – atende a usuários que não desejam 
lidar com informações técnicas detalhadas; 
24 
 
 Compatibilidade com canais digitais – sua forma simplificada 
favorece a adaptação a SMS, notificações em aplicativos ou mensagens 
eletrônicas; 
 Redução de custos – otimiza o envio em massa de informações pela 
distribuidora, sobretudo em meios digitais. 
6.3 LIMITAÇÕES DO RESUMO DE FATURA 
Apesar das vantagens, o resumo não substitui a fatura completa, que continua 
sendo o documento oficial de referência. O consumidor que necessitar analisar 
a composição da tarifa, verificar impostos, consultar o histórico ou avaliar 
compensações deve recorrer à versão detalhada, acessível por outros meios. 
Dessa forma, o resumo se posiciona como um documento auxiliar, sem 
caráter substitutivo pleno. 
7. CONCLUSÃO 
 
O estudo do Módulo 11 do PRODIST permitiu compreender que a fatura de 
energia elétrica é muito mais do que um documento de cobrança: trata-se de 
um instrumento regulatório essencial para assegurar a transparência, a 
padronização e a qualidade na prestação do serviço público de distribuição. Ao 
estabelecer de forma clara as informações obrigatórias e suplementares, os 
modelos de apresentação, bem como alternativas modernas como a fatura 
eletrônica e o resumo de fatura, a ANEEL garante que o consumidor tenha 
acesso às informações necessárias para compreender, acompanhar e fiscalizar 
aquilo que lhe é cobrado. 
Esse conjunto normativo fortalece a relação entre distribuidoras e usuários, ao 
mesmo tempo em que promove educação energética, eficiência administrativa 
e proteção do consumidor. Ao ampliar a clareza dos processos e permitir maior 
controle social, o Módulo 11 contribui diretamente para o exercício da 
cidadania, transformando a fatura em um documento de confiança, 
acessibilidade e legitimidade. 
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Conclui-se, portanto, que o papel da fatura vai além dafunção financeira: ela 
se consolida como um elo estratégico entre sociedade e setor elétrico, capaz 
de unir aspectos técnicos, legais e sociais em um único instrumento. Ao 
normatizar sua estrutura, a ANEEL reforça os princípios de transparência, 
responsabilidade e eficiência, indispensáveis para o fortalecimento da 
regulação e para a construção de um serviço público de energia cada vez mais 
justo e confiável. 
REFERÊNCIAS 
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Procedimentos de 
Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST: 
Módulo 11 – Apresentação da Fatura. Resolução Normativa nº 956, de 11 de 
outubro de 2021. Brasília: ANEEL, 2021. Disponível em: 
https://www.aneel.gov.br/prodist. Acesso em: 7 set. 2025. 
https://www.aneel.gov.br/prodist.

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