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MATERIAL ATUALIZADO CONFORME A
PORTARIA Nº 169/CPesFN
PROFESSOR: 2° SG-FN-EF COSTA
ALUNO: ____________________
(APOSTILA ATUALIZADA)
Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará
fazendo o impossível... São Francisco de Assis
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ÍNDICE
a) Cerimonial da Marinha (PÁG 11 A 16)
I) Propósito e Conceituação Básica (Art.1-1-1 ao 1-1-8, 1-1-18 e Art.1-1-19);
II) Permissão para largar ( Art. 1-2-5);
III) Embarque e Desembarque de Embarcação (Art.1-2-6);
IV) Dispensa de Continência Individual (Art.1-2-7);
V) Quando a Continência Individual não é executada (Art. 1-2-8);
VI) Honras de Portaló (Art.1-3-1);
VII) Cerimonial à Bandeira (Art.2-2-4);
VIII) Procedimentos em Veículos (Art.2-2-7);
IX) Iluminação (Art. 2-2-15);
X) Modo de dobrar (Art. 2-2-16);
XI) Guarda da Bandeira (Art. 2-2-17);
XII) Entrada e Saída de Bordo (Art. 2-2-22);
XIII) Saudação Diária (Art. 2-2-23);
XIV) Saudação à Passagem (Art. 2-2-24);
XV) Arriamento Seguido de Hasteamento (Art. 2-2-25);
XVI) Hasteamento e Arriamento sem Cerimonial (Art. 2-2-26);
XVII) Proibições (Art. 2-2-27);
XVIII) Bandeira da Cruz Vermelha (Art. 2-3-4)
XIX) Direito às Honras de Portaló (Art.5-1-1);
XX) Presença a Bordo de Autoridade de Maior Precedência (Art.5-1-3);
XXI) Número de “Boys” (Art.5-1-8);
XXII) Datas Festivas (Art. 7-1-1);
XXIII) Dias de Grande Gala (Art. 7-1-2); e
XXIV) Dias de Pequena Gala (Art. 7-1-3).
b) Estatuto dos Militares (PÁG 17 A 31)
I) Disposições Preliminares (Título I: Cap. I);
II) Da Hierarquia Militar e da Disciplina (Título I: Cap. III);
III) Das Obrigações Militares (Título II: Cap. I, do Art. 27 ao Art. 29);
IV) Dos Deveres Militares (Título II: Cap. II);
V) Da Violação das Obrigações e dos Deveres Militares (Título II: Cap. III, do Art. 42 ao Art. 47);
VI) Dos Direitos (Título III: Cap. I); e
VII) Das Prerrogativas (Título III: Cap. II).
c) Regulamento Disciplinar para a Marinha (PÁG 32 A 42)
I) Generalidades (Art. 1º ao Art. 5º);
II) Das Contravenções Disciplinares (Art. 6º ao Art. 12); e
III) Das Penas Disciplinares (Art. 13 ao Art. 39).
d) Ordenança Geral para o Serviço da Armada (PÁG 43 A 52)
I) Disposições Gerais (Art. 2-1-1 ao 2-1-13);
II) Disposições Gerais (Art. 4-1-1 ao 4-1-39);
III) Deveres das Praças (Art. 4-4-1 ao 4-4-5); e
IV) Guardas e Sentinelas (Art. 8-3-1 ao 8-3-10).
2. MANUAL BÁSICO DO FUZILEIRO NAVAL
a) O Corpo de Fuzileiros Navais (Cap. 1) (PÁG 53 A 57)
I) Histórico dos Fuzileiros Navais (Art. 1.1)
II) Antecedentes (Inciso 1.1.1);
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III) Primeira Fase (Inciso 1.1.2);
IV) Segunda Fase (Inciso 1.1.3); e
V) Terceira Fase (Inciso 1.1.4).
b) Tradições Navais (Cap. 2) (PÁG 58 A 65)
I) Generalidades (Art. 2.1);
II) A Gente de Bordo (Art. 2.3);
III) O Pessoal do Serviço (Art. 2.4);
IV) O Oficial de Quarto ou de Serviço (Inciso 2.4.1);
V) O Contramestre (Inciso 2.4.3);
VI) O Polícia (Inciso 2.3.3);
VII) O Ronda/O Mensageiro (Inciso 2.4.4);
VIII) A Sentinela (Inciso 2.4.5);
IX) A Rotina de Bordo (Art. 2.5);
X) O Sino de Bordo (Inciso 2.5.1);
XI) O Apito do Marinheiro (Inciso 2.5.2);
XII) Eventos da Rotina Normal (Inciso 2.5.3);
XIII) Costumes Rotineiros (Art. 2.6);
XIV) Saudação entre militares (Inciso 2.6.1);
XV) Saudar o Oficial de serviço (Inciso 2.6.2);
XVI) Saudar a Bandeira nacional (Inciso 2.6.3);
XVII) Dar o pronto da execução de ordem recebida (Inciso 2.6.4);
XVIII) Uniformes a bordo (Inciso 2.6.5);
XIX) Instalações de Bordo (Art. 2.7);
XX) Alojamentos (Inciso 2.7.1);
XXI) Ranchos (Inciso 2.7.2);
XXII) Praça d’armas (Inciso 2.7.3);
XXIII) Escoteria (Inciso 2.7.4);
XXIV) Sala de Estado (Inciso 2.7.5);
XXV) Salao de Recreio (Inciso 2.7.6);
XXVI) Paiol (Inciso 2.7.7);
XXVII) Bailéu (Inciso 2.7.8);
XXVIII) Secretaria (Inciso 2.7.9);
XXIX) Corpo da Guarda (Inciso 2.7.10);
XXX) As Fainas (Art. 2.8);
XXXI) Os Uniformes (Art. 2.9);
XXXII) Uniformes Característicos (Inciso 2.9.1);
XXXIII) A Linguagem do Mar (Art. 2.10);
XXXIV) O navio e as posições relativas a bordo (Inciso 2.10.1); e
XXXV) Expressões do cotidiano (Inciso 2.10.2).
c) Hierarquia, Disciplina e Cortesia (Cap. 3) (PÁG 66 A 69)
I) Hierarquia e Disciplina (Art. 3.1);
II) Cortesia Militar (Art. 3.2);
III) Continência (Art. 3.3);
IV) Apresentações - Tratamento entre Militares (Art. 3.5);
V) Procedimentos do Fuzileiro Naval em Diversas Situações (Art. 3.6); e
VI) Postos, Graduações e precedências entre militares (Art. 3.7).
d) Legislação Pertinente aos Militares da Marinha do Brasil (Cap. 4) (PÁG 70 A 73)
I) Introdução (Art. 4.1);
II) Leis e Regulamentos (Art. 4.2);
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III) Constituição Federal (CF) (Inciso 4.2.1);
IV) Estatuto dos Militares (EM) - Lei 6.880/80 (Inciso 4.2.2);
V) Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) - Decreto 88.545/83 (Inciso 4.2.3);
VI) Código Penal Militar (CPM) - Decreto-Lei 1.001/69 (Inciso 4.2.4);
VII) Código de Processo Penal Militar (CPMM) - Decreto-lei n° 1.002/1969 (Inciso 4.2.5);
VIII) Remuneraçao dos Militares – Medida Provisória n° 2.215-10/2001 (Inciso 4.2.6);
IX) Planejamento de carreira (Inciso 4.2.7);
X) Regulamento de Promoção de Praças da Marinha (RPPM) – Decreto 4.034/2001 (Inciso 4.2.8);
XI) Cerimonial da Marinha - Portaria nº 368/MB/2016 (Inciso 4.2.9);
XII) Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB) - Portaria n° 424/MM/1994 (Inciso 4.2.10);
XIII) Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas
(Rcont) - Portaria GM-MD n° 1.143/2022 (Inciso 4.2.11);
XIV) Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) - Decreto n° 95.480/1987 (Inciso 4.2.12);
XV) Normas Gerais para a Organização, o Preparo e o Emprego das Forças Armadas - Lei Complementar
n° 97/99 (Inciso 4.2.13);
XVI) Conselho de Justificação - Lei n° 5.836/1972 (Inciso 4.2.14);
XVII) Conselho de Disciplina - Decreto 71.200/72 (Inciso 4.2.15); e
XVIII) Lei do Serviço Militar - Lei 4.375/64 (Inciso 4.2.16).
e) Educação Moral e Cívica (Cap. 5) (PÁG 74 A 75)
I) A Família (Art. 5.1);
II) Pátria (Art. 5.5);
III) A responsabilidade social (Art. 5.7);
IV) O Homem e a Mulher do Mar (Art. 5.8);
V) A caserna (Art. 5.9);
VI) Espírito de Corpo (Art. 5.10); e
VII) Os símbolos nacionais (Art. 5.11).
f) Liderança (Cap.6) (PÁG 76 A 84)
I) Generalidades (Art. 6.1.);
II) Conceitos básicos (Art. 6.2.);
III) Liderança (Inciso 6.2.1);
IV) Ética (Inciso 6.2.2);
V) Crenças, valores e normas (Inciso 6.2.3);
VI) Considerações iniciais (Inciso 6.3.1.);
VII) Princípios de liderança militar (Inciso 6.3.2);
VIII) A Liderança: um processo (Inciso 6.4.1.);
IX) Liderança: influência (Inciso 6.4.2.);
X) Liderança: comprometimento (agir voluntariamente) (Inciso 6.4.3.);
XI) Liderança: confiança (Inciso 6.4.4.);
XII) Senso de pertencimento (Inciso 6.5.1.);
XIII) Senso de dever (Inciso 6.5.2.);
XIV) Senso de propriedade (Inciso 6.5.3.);
XV) Senso de propósito (Inciso 6.5.4.);
XVI) O que o líder deve ser (Inciso 6.6.1.);
XVII) O que o líder deve saber (Inciso 6.6.2.);
XVIII) O que o líder deve fazer (Inciso 6.6.3.);
XIX) Resumo do que o líder deve ser, saber e fazer (Inciso 6.6.4.);
XX) A importância do líder no Corpo de Fuzileiros Navais (Art. 6.7.); e
XXI) Diferença entre líder e chefe (Art. 6.8.).
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g) A carreira do Fuzileiro Naval (Cap. 8) (PÁG 85 A 93)
I) Considerações iniciais (Art. 8.1.);
II) A carreira das praças (Art. 8.3.);
III) Dos Corpos e Quadros (Inciso 8.3.1.);
IV) Dos Graus Hierárquicos (Inciso 8.3.2.);
V) Da organização do Corpo de Praças de Fuzileiros Navais (Inciso 8.3.4.);
VI) Estruturação da carreira (Inciso 8.3.5.);
VII) Dos cursos (Inciso 8.3.6.);
VIII) Do concurso aos C-Espc ehttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
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Art. 50º-A. O Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas é o conjunto integrado de
direitos, serviços e ações, permanentes e interativas, de remuneração, pensão, saúde e assistência, nos
termos desta Lei e das regulamentações específicas. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 51º. O militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de
superior hierárquico poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação,
segundo regulamentação específica de cada Força Armada.
§ 1º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra
de inclusão em quota compulsória ou de composição de Quadro de Acesso; e
b) em 45 (quarenta e cinco) dias, nas demais hipóteses. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 52º. Os militares são alistáveis, como eleitores, desde que oficiais, guardas-marinha ou aspirantes-a-
oficial, suboficiais ou subtenentes, sargentos ou alunos das escolas militares de nível superior para
formação de oficiais.
Parágrafo único. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas às seguintes condições:
a) se contar menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço
ativo mediante demissão ou licenciamento ex officio ; e
b) se em atividade, com 5 (cinco) ou mais anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, afastado,
temporariamente, do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular;
se eleito, será, no ato da diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração
a que fizer jus em função do seu tempo de serviço.
SEÇÃO II
Da Remuneração
Art. 53º. A remuneração dos militares será estabelecida em legislação específica, comum às Forças
Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
I - na ativa; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) soldo, gratificações e indenizações regulares; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
II - na inatividade: (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) proventos, constituídos de soldo os quotas de soldo e gratificações
incorporáveis; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
b) adicionais. (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
Art. 53º-A. A remuneração dos militares ativos e inativos é encargo financeiro do Tesouro
Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 54º. O soldo é irredutível e não está sujeito à penhora, sequestro ou arresto, exceto nos casos
previstos em lei.
Art. 55º. O valor do soldo é igual para o militar da ativa, da reserva remunerada ou reformado, de um
mesmo grau hierárquico, ressalvado o disposto no item II, do caput , do artigo 50.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8237.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8237.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8237.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8237.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8237.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
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Art. 56º. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar terá direito a tantas quotas de soldo
quantos forem os anos de serviço computáveis para a inatividade, até o máximo de 35 (trinta e cinco)
anos, ressalvado o disposto nas alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do caput do art. 50 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 57º. Nos termos do § 9º, do artigo 93, da Constituição, a proibição de acumular proventos de
inatividade não se aplica aos militares da reserva remunerada e aos reformados quanto ao exercício de
mandato eletivo, quanto ao de função de magistério ou de cargo em comissão ou quanto ao contrato para
prestação de serviços técnicos ou especializados.
Art. 58º. Os proventos de inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do poder
aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos militares em serviço ativo.
Parágrafo único. Ressalvados os casos previstos em lei, os proventos da inatividade não poderão exceder
à remuneração percebida pelo militar da ativa no posto ou graduação correspondente aos dos seus
proventos.
SEÇÃO III
Da Promoção
Art. 59º. O acesso na hierarquia militar, fundamentado principalmente no valor moral e profissional, é
seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com a legislação e
regulamentação de promoções de oficiais e de praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado
de carreira para os militares.
Parágrafo único. O planejamento da carreira dos oficiais e das praças é atribuição de cada um dos
Ministérios das Forças Singulares.
Art. 60º. As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade, merecimento ou escolha, ou,
ainda, por bravura e post mortem .
§ 1º Em casos extraordinários e independentemente de vagas, poderá haver promoção em ressarcimento
de preterição.
§ 2º A promoção de militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os critérios de
antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se
houvesse sido promovido, na época devida, pelo critério em que ora é feita sua promoção.
Art. 61º. A fim de manter a renovação, o equilíbrio e a regularidade de acesso nos diferentes Corpos,
Quadros, Armas ou Serviços, haverá anual e obrigatoriamente um número fixado de vagas à promoção,
nas proporções abaixo indicadas:
I - Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos
Corpos ou Quadros;
II - Vice-Almirantes, Generais-de-Divisão e Majores-Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos
ou Quadros;
III - Contra-Almirantes, Generais-de-Brigada e Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou
Quadros;
IV - Capitães-de-Mar-e-Guerra e Coronéis - no mínimo 1/8 (um oitavo) dos respectivos Corpos, Quadros,
Armas ou Serviços;
V - Capitães-de-Fragata e Tenentes-Coronéis - no mínimo 1/15 (um quinze avos) dos respectivos Corpos,
Quadros, Armas ouServiços;
VI - Capitães-de-Corveta e Majores - no mínimo 1/20 (um vinte avos) dos respectivos Corpos, Quadros,
Armas ou Serviços; e
VII - Oficiais dos 3 (três) últimos postos dos Quadros de que trata a alínea b do inciso I do art. 98, 1/4 para
o último posto, no mínimo 1/10 para o penúltimo posto, e no mínimo 1/15 para o antepenúltimo posto,
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67EMC69.htm#art93§9
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dos respectivos Quadros, exceto quando o último e o penúltimo postos forem Capitão-Tenente ou capitão
e 1º Tenente, caso em que as proporções serão no mínimo 1/10 e 1/20,
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
§ 1º O número de vagas para promoção obrigatória em cada ano-base para os postos relativos aos itens
IV, V, VI e VII deste artigo será fixado, para cada Força, em decretos separados, até o dia 15 (quinze) de
janeiro do ano seguinte.
§ 2º As frações que resultarem da aplicação das proporções estabelecidas neste artigo serão adicionadas,
cumulativamente, aos cálculos correspondentes dos anos seguintes, até completar-se pelo menos 1 (um)
inteiro que, então, será computado para obtenção de uma vaga para promoção obrigatória.
§ 3º As vagas serão consideradas abertas:
a) na data da assinatura do ato que promover, passar para a inatividade, transferir de Corpo ou Quadro,
demitir ou agregar o militar;
b) na data fixada na Lei de Promoções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas ou seus regulamentos, em
casos neles indicados; e
c) na data oficial do óbito do militar.
Art. 62º. Não haverá promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou
reforma.
SEÇÃO IV
Das Férias e de Outros Afastamentos
Temporários do Serviço
Art. 63º. Férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares
para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.
§ 1º O Poder Executivo fixará a duração das férias, inclusive para os militares servindo em localidades
especiais.
§ 2º Compete aos Ministros Militares regulamentar a concessão de férias.
§ 3º A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, nem
por punição anterior decorrente de contravenção ou transgressão disciplinar, ou pelo estado de guerra,
ou para que sejam cumpridos atos em serviço, bem como não anula o direito àquela
licença. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
§ 4º Somente em casos de interesse da segurança nacional, de manutenção da ordem, de extrema
necessidade do serviço, de transferência para a inatividade, ou para cumprimento de punição decorrente
de contravenção ou de transgressão disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os
militares terão interrompido ou deixarão de gozar na época prevista o período de férias a que tiverem
direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.
Art. 64º. Os militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço,
obedecidas às disposições legais e regulamentares, por motivo de:
I - núpcias: 8 (oito) dias;
II - luto: 8 (oito) dias;
III - instalação: até 10 (dez) dias; e
IV - trânsito: até 30 (trinta) dias.
Art. 65º. As férias e os afastamentos mencionados no artigo anterior são concedidos com a remuneração
prevista na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
Art. 66º. As férias, instalação e trânsito dos militares que se encontrem a serviço no estrangeiro devem
ter regulamentação idêntica para as três Forças Armadas.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7666.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
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SEÇÃO V
Das Licenças
Art. 67º. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao
militar, obedecidas às disposições legais e regulamentares.
§ 1º A licença pode ser:
a) especial; (Revogada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
b) para tratar de interesse particular;
c) para tratamento de saúde de pessoa da família; e
d) para tratamento de saúde própria.
e) para acompanhar cônjuge ou companheiro(a). (Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
e) para acompanhar cônjuge ou companheiro; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
f) para maternidade, paternidade ou adoção. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2º A remuneração do militar licenciado será regulada em legislação específica.
§ 3º A concessão de licença é regulada pelos Ministros das Forças Singulares.
§ 3º A concessão da licença é regulada pelo Comandante da Força. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
Art. 69º. Licença para tratar de interesse particular é a autorização para o afastamento total do serviço,
concedida ao militar, com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requeira com aquela finalidade.
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será sempre concedida com prejuízo da
remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço, exceto, quanto a este último, para fins de
indicação para a quota compulsória.
Art. 69º-A. A licença para acompanhar cônjuge ou companheiro é a autorização para o afastamento total
do serviço concedida a militar de carreira que a requeira para acompanhar cônjuge ou companheiro
servidor público da União ou militar das Forças Armadas que for, de ofício, exercer atividade em órgão da
administração pública federal situado em outro ponto do território nacional ou no exterior, diverso da
localização da organização militar do requerente. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 1º A licença será concedida sempre com prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de efetivo
serviço, exceto, quanto a este último, para fins de indicação para a quota compulsória. (incluído
pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 2º O prazo-limite para a licença será de 36 (trinta e seis) meses, podendo ser concedido de forma
contínua ou fracionada. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 3º Para a concessão da licença para acompanhar companheiro(a), há necessidade de que seja
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, de acordo com a legislação
específica. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 4º Não será concedida a licença de que trata este artigo quando o militar acompanhante puder ser
passado à disposição ou à situação de adido ou ser classificado/lotado em organização militar das Forças
Armadas para o desempenho de funções compatíveis com o seu nível hierárquico. (incluído pela
Lei nº 11.447, de 2007)
§ 5º A passagem à disposição ou à situação de adido ou a classificação/lotação em organização militar, de
que trata o § 4o deste artigo, será efetivada sem ônus para a União e sempre com a aquiescência das
Forças Armadas envolvidas. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
Art. 70º. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º A interrupção da licença especial, da licença para tratar de interesse particular e da licença para
acompanhar cônjuge ou companheiro(a) poderá ocorrer: (Redação dada pela Lei nº 11.447,
de 2007)
a) em caso de mobilização e estado de guerra;http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art41
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28.67§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28.67§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art1
30
Invest – invista em você
b) em caso de decretação de estado de emergência ou de estado de sítio;
c) para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamentação de cada Força. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
e) em caso de denúncia ou de pronúncia em processo criminal ou indiciação em inquérito militar, a juízo
da autoridade que efetivou a denúncia, a pronúncia ou a indiciação.
§ 2º A interrupção da licença para tratar de interesse particular e da licença para acompanhar cônjuge ou
companheiro(a) será definitiva quando o militar for reformado ou transferido, de ofício, para a reserva
remunerada. (Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 3º A interrupção da licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para cumprimento de pena
disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regulada em cada Força.
SEÇÃO VI
Da Pensão Militar
Art. 71º. A pensão militar destina-se a amparar os beneficiários do militar falecido ou extraviado e será
paga conforme o disposto em legislação específica.
§ 1º Para fins de aplicação da legislação específica, será considerado como posto ou graduação do militar
o correspondente ao soldo sobre o qual forem calculadas as suas contribuições.
§ 2º Todos os militares são contribuintes obrigatórios da pensão militar correspondente ao seu posto ou
graduação, com as exceções previstas em legislação específica.
§ 2º-A. As pensões militares são custeadas com recursos provenientes da contribuição dos militares das
Forças Armadas, de seus pensionistas e do Tesouro Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3º Todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários que, salvo prova em contrário,
prevalecerá para a habilitação dos mesmos à pensão militar.
Art. 72º. A pensão militar defere-se nas prioridades e condições estabelecidas em legislação específica.
TÍTULO III
CAPÍTULO II
Das Prerrogativas
SEÇÃO I
Constituição e Enumeração
Art. 73º. As prerrogativas dos militares são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos
graus hierárquicos e cargos.
Parágrafo único. São prerrogativas dos militares:
a) uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares das Forças Armadas,
correspondentes ao posto ou graduação, Corpo, Quadro, Arma, Serviço ou Cargo;
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos;
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização militar da respectiva Força cujo
comandante, chefe ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou, na impossibilidade de
cumprir esta disposição, em organização militar de outra Força cujo comandante, chefe ou diretor tenha
a necessária precedência; e
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares.
Art. 74º. Somente em caso de flagrante delito o militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando
esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade militar mais próxima, só podendo retê-lo, na
delegacia ou posto policial, durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11447.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
31
Invest – invista em você
§ 1º Cabe à autoridade militar competente a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial que não
cumprir ao disposto neste artigo e a que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso militar
ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou graduação.
§ 2º Se, durante o processo e julgamento no foro civil, houver perigo de vida para qualquer preso militar,
a autoridade militar competente, mediante requisição da autoridade judiciária, mandará guardar os
pretórios ou tribunais por força federal.
Art. 75º. Os militares da ativa, no exercício de funções militares, são dispensados do serviço na instituição
do Júri e do serviço na Justiça Eleitoral.
SEÇÃO II
Do Uso dos Uniformes
Art. 76º. Os uniformes das Forças Armadas, com seus distintivos, insígnias e emblemas, são privativos dos
militares e simbolizam a autoridade militar, com as prerrogativas que lhe são inerentes.
Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes,
distintivos, insígnias e emblemas militares, bem como seu uso por quem a eles não tiver direito.
Art. 77. O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição,
composição, peças acessórias e outras disposições, são os estabelecidos na regulamentação específica de
cada Força Armada.
§ 1º É proibido ao militar o uso dos uniformes:
a) em manifestação de caráter político-partidária;
b) em atividade não-militar no estrangeiro, salvo quando expressamente determinado ou autorizado; e
c) na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares, a cerimônias cívicas comemorativas de
datas nacionais ou a atos sociais solenes de caráter particular, desde que autorizado.
§ 2º O oficial na inatividade, quando no cargo de Ministro de Estado da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, poderá usar os mesmos uniformes dos militares na ativa.
§ 3º Os militares na inatividade cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe
poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes por decisão do Ministro da respectiva Força
Singular.
Art. 78º. O militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que use e aos distintivos,
emblemas ou às insígnias que ostente.
Art. 79º. É vedado às Forças Auxiliares e a qualquer elemento civil ou organizações civis usar uniformes
ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados nas Forças
Armadas.
Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste artigo, além dos indivíduos que a
tenham cometido, os comandantes das Forças Auxiliares, diretores ou chefes de repartições, organizações
de qualquer natureza, firmas ou empregadores, empresas, institutos ou departamentos que tenham
adotado ou consentido sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias ou emblemas que
possam ser confundidos com os adotados nas Forças Armadas.
32
Invest – invista em você
REGULAMENTO DISCIPLINAR PARA A MARINHA
TÍTULO I
GENERALIDADES
CAPÍTULOI
Do Propósito
Art. 1° – O Regulamento Disciplinar para a Marinha tem por propósito a especificação e a classificação
das contravenções disciplinares e o estabelecimento das normas relativas à amplitude e à aplicação das
penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas
disciplinares.
CAPÍTULO II
Da Disciplina e da Hierarquia Militar
Art. 2° – Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
desse organismo.
Parágrafo único – A disciplina militar manifesta-se basicamente pela:
– obediência pronta às ordens do superior;
– utilização total das energias em prol do serviço;
– correção de atitudes; e
– cooperação espontânea em benefício da disciplina coletiva e da eficiência da instituição.
Art. 3° – Hierarquia Militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura militar.
A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação, se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação.
Parágrafo único – O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de
autoridade.
Art. 4° – A boa educação militar não prescinde da cortesia. É dever de todos, em serviço ou não, tratarem-
se mutuamente com urbanidade, e aos subordinados com atenção e justiça.
CAPÍTULO III
Da Esfera de Ação Disciplinar
Art. 5° – As prescrições deste Regulamento aplicam-se aos militares da
Marinha da ativa, da reserva remunerada e aos reformados.
TÍTULO II
DAS CONTRAVENÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
Definição e Especificação
Art. 6° – Contravenção Disciplinar é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres militares
estatuídos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que fundamentam a
Organização Militar, desde que não incidindo no que é capitulado pelo Código Penal Militar como crime.
33
Invest – invista em você
Art. 7° – São contravenções disciplinares:
1. dirigir-se ou referir-se a superior de modo desrespeitoso;
2. censurar atos de superior;
3. responder de maneira desatenciosa ao superior;
4. dirigir-se ao superior para tratar de assuntos de serviço ou de caráter particular em inobservância à via
hierárquica;
5. deixar o subalterno, quer uniformizado quer trajando à paisana, de cumprimentar o superior quando
uniformizado, ou em traje civil, desde que o conheça; ou deixar de prestar-lhe as homenagens e sinais de
consideração e respeito previstos nos regulamentos militares;
6. deixar deliberadamente de corresponder ao cumprimento do subalterno;
7. deixar de cumprir ordem recebida da autoridade competente;
8. retardar, sem motivo justo, o cumprimento de ordem recebida da autoridade competente;
9. aconselhar ou concorrer para o não cumprimento de qualquer ordem de autoridade competente ou
para o retardamento da sua execução;
10. induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em contravenção;
11. deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida;
12. retirar-se da presença do superior sem a sua devida licença ou ordem para fazê-lo;
13. deixar o Oficial presente a solenidade interna ou externa onde se encontrem superiores hierárquicos
de apresentar-se ao mais antigo e saudar os demais;
14. deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar ao superior, ressalvadas as exceções
regulamentares previstas;
15. representar contra o superior:
a) sem prévia autorização deste;
b) em inobservância à via hierárquica;
c) em termos desrespeitosos; e
d) empregando argumentos falsos ou envolvendo má-fé.
16. deixar de se apresentar, finda a licença ou cumprimento de pena, aos seus superiores ou a quem deva
fazê-lo, de acordo com as normas de serviço de Organização Militar;
17. permutar serviço sem autorização do superior competente;
18. autorizar, promover, tomar parte ou assinar representação ou manifestação coletiva de qualquer
caráter contra superior;
19. recusar pagamento, fardamento, equipamento ou artigo de recebimento obrigatório;
20. recusar-se ao cumprimento de castigo imposto;
21. tratar subalterno com injustiça;
22. dirigir-se ou referir-se a subalterno em termos incompatíveis com a disciplina militar;
23. tratar com excessivo rigor preso sob sua guarda;
24. negar licença a subalterno para representar contra ato seu;
25. protelar licença, sem motivo justificável, a subalterno para representar contra ato seu;
26. negar licença, sem motivo justificável, a subalterno para se dirigir à autoridade superior, a fim de tratar
dos seus interesses;
27. deixar de punir o subalterno que cometer contravenção, ou de promover sua punição pela autoridade
competente;
28. deixar de cumprir ou fazer cumprir, quando isso lhe competir, qualquer prescrição ou ordem
regulamentar;
29. atingir física ou moralmente qualquer pessoa, procurar desacreditá-la ou concorrer para isso, desde
que não seja tal atitude enquadrada como crime;
30. desrespeitar medidas gerais de ordem policial, embaraçar sua execução ou concorrer para isso;
31. desrespeitar ou desconsiderar autoridade civil;
32. desrespeitar, por palavras ou atos, a religião, as instituições ou os costumes de país estrangeiro em
que se achar;
33. faltar à verdade ou omitir informações que possam conduzir à sua apuração;
34. portar-se sem compostura em lugar público;
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Invest – invista em você
35. apresentar-se em Organização Militar em estado de embriaguez ou embriagar-se e comportar-se de
modo inconveniente ou incompatível com a disciplina militar em Organização Militar;
36. contrair dívidas ou assumir compromissos superiores às suas possibilidades, comprometendo o bom
nome da classe;
37. esquivar-se a satisfazer compromissos assumidos de ordem moral ou pecuniária;
38. não atender a advertência de superior para satisfazer débito já reclamado;
39. participar em Organização Militar de jogos proibidos, ou jogar a dinheiro os permitidos;
40. fazer qualquer transação de caráter comercial em Organização Militar;
41. estar fora do uniforme determinado ou tê-lo em desalinho;
42. ser descuidado no asseio do corpo e do uniforme;
43. ter a barba, o bigode, as costeletas, o cavanhaque ou o cabelo fora das normas regulamentares;
44. dar, vender, empenhar ou trocar peças de uniformes fornecidas pela União;
45. simular doença;
46. executar mal intencionalmente qualquer serviço ou exercício;
47. ser negligente no desempenho da incumbência ou serviço que lhe for confiado;
48. extraviar ou concorrer para que se extraviem ou se estraguem quaisquer objetos da Fazenda Nacional
ou documentos oficiais, estejam ou não sob sua responsabilidade direta;
49. deixar de comparecer ou atender imediatamente à chamada para qualquer exercício, faina, manobra
ou formatura;
50. deixar de se apresentar, sem motivo justificado, nos prazos regulamentares, à Organização Militar
para que tenha sido transferido e, às autoridades competentes, nos casos de comissões ou serviços
extraordinários para que tenha sido nomeado ou designado;
51. deixar de participar em tempo à autoridade a que estiver diretamente subordinado a impossibilidade
de comparecer à Organização Militar ou a qualquer ato de serviço a que esteja obrigado a participar ou a
que tenha que assistir;
52. faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato ou serviço de que deva participar ou a que
deva assistir;
53. ausentar-se sem a devida autorização da Organização Militar onde serve ou do local onde deva
permanecer;
54. ausentar-se sem a devida autorização da sede da Organização Militar onde serve;
55. deixar de regressar à hora determinada à Organização Militar onde serve;
56. exceder a licença;
57. deixar de comunicar à Organização Militar onde serve mudança de endereço domiciliar;
58.contrair matrimônio em desacordo com a legislação em vigor;
59. deixar de se identificar quando solicitado por quem de direito;
60. transitar sem ter em seu poder documento atualizado comprobatório de identidade;
61. trajar à paisana em condições que não as permitidas pelas disposições em vigor;
62. permanecer em Organização Militar em traje civil, contrariando instruções em vigor;
63. conversar com sentinela, vigia, plantão ou, quando não autorizado, com preso; (Alterado pelo Decreto
no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
64. conversar, sentar-se ou fumar, estando de serviço e quando não for permitido pelas normas e
disposições da Organização Militar; (Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
65. fumar em lugares onde seja proibido fazê-lo, em ocasião não permitida, ou em presença de superior
que não seja do seu círculo, exceto quando dele tenha obtido licença;
66. penetrar nos aposentos de superior, em paióis e outros lugares reservados sem a devida permissão
ou ordem para fazê-lo;
67. entrar ou sair da Organização Militar por acesso que não o determinado;
68. introduzir clandestinamente bebidas alcoólicas em Organização Militar;
69. introduzir clandestinamente matérias inflamáveis, explosivas, tóxicas ou outras em Organização
Militar, pondo em risco sua segurança, e desde que não seja tal atitude enquadrada como crime;
70. introduzir ou estar de posse em Organização Militar de publicações prejudiciais à moral e à disciplina;
71. introduzir ou estar de posse em Organização Militar de armas ou instrumentos proibidos;
35
Invest – invista em você
72. portar arma sem autorização legal ou ordem escrita de autoridade competente;
73. dar toques, fazer sinais, içar ou arriar a Bandeira Nacional ou insígnias, disparar qualquer arma sem
ordem;
74. conversar ou fazer ruído desnecessário por ocasião de faina, manobra, exercício ou reunião para
qualquer serviço;
75. deixar de comunicar em tempo hábil ao seu superior imediato ou a quem de direito o conhecimento
que tiver de qualquer fato que possa comprometer a disciplina ou a segurança da Organização Militar, ou
afetar os interesses da Segurança Nacional;
76. ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina
ou à boa ordem do serviço;
77. discutir pela imprensa ou por qualquer outro meio de publicidade, sem autorização competente,
assunto militar, exceto de caráter técnico não sigiloso e que não se refira à Defesa ou à Segurança
Nacional;
78. manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado em
manifestações de caráter político-partidário;
79. provocar ou tomar parte em Organização Militar em discussão a respeito de política ou religião;
80. faltar com o respeito devido, por ação ou omissão, a qualquer dos símbolos nacionais, desde que em
situação não considerada como crime;
81. fazer uso indevido de viaturas, embarcações ou aeronaves pertencentes à Marinha, desde que o ato
não constitua crime.
82. disparar arma em Organização Militar por imprudência ou negligência;
83. concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizades entre os militares ou seus familiares;
84. disseminar boatos ou notícias tendenciosas.
Parágrafo único – São também consideradas contravenções disciplinares todas as omissões do dever
militar não especificadas no presente artigo, desde que não qualificadas como crimes nas leis penais
militares, cometidas contra preceitos de subordinação e regras de serviço estabelecidos nos diversos
regulamentos militares e determinações das autoridades superiores competentes.
CAPÍTULO II
Da Natureza das Contravenções e suas Circunstâncias
Art. 8° – As contravenções disciplinares são classificadas em graves e leves – conforme o dano – grave ou
leve – que causarem à disciplina ou ao serviço, em virtude da sua natureza intrínseca, ou das
consequências que delas advierem, ou puderem advir, pelas circunstâncias em que forem cometidas.
Art. 9° – No concurso de crime militar e de contravenção disciplinar, ambos de idêntica natureza, será
aplicada somente a penalidade relativa ao crime.
Parágrafo único – No caso de descaracterização de crime para contravenção disciplinar, esta deverá ser
julgada pela autoridade a que o contraventor estiver subordinado.
Art. 10 – São circunstâncias agravantes da contravenção disciplinar:
a) acúmulo de contravenções simultâneas e correlatas;
b) reincidência;
c) conluio de duas ou mais pessoas;
d) premeditação;
e) ter sido praticada com ofensa à honra e ao pundonor militar;
f ) ter sido praticada durante o serviço ordinário ou com prejuízo do serviço;
g) ter sido cometida estando em risco a segurança da Organização Militar;
h) maus antecedentes militares;
i ) ter o contraventor abusado da sua autoridade hierárquica ou funcional; e
j ) ter cometido a falta em presença de subordinado.
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Invest – invista em você
Art. 11 – São circunstâncias atenuantes da contravenção disciplinar:
a) bons antecedentes militares;
b) idade menor de 18 anos;
c) tempo de serviço militar menor de seis meses;
d) prestação anterior de serviços relevantes já reconhecidos;
e) tratamento em serviço ordinário com rigor não autorizado pelos regulamentos militares; e
f ) provocação.
Art. 12 – São circunstâncias justificativas ou dirimentes da contravenção disciplinar:
a) ignorância plenamente comprovada da ordem transgredida;
b) força maior ou caso fortuito plenamente comprovado;
c) evitar mal maior ou dano ao serviço ou à ordem pública;
d) ordem de superior hierárquico; e
e) legítima defesa, própria ou de outrem.
TÍTULO III
DAS PENAS DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
Da Classificação e Extensão
Art. 13 – As contravenções definidas e classificadas no título anterior serão punidas com penas
disciplinares.
Art. 14 – As penas disciplinares são as seguintes:
a) para Oficiais da ativa:
1. repreensão;
2. prisão simples, até 10 dias; e
3. prisão rigorosa, até 10 dias.
b) para Oficiais da reserva que exerçam funções de atividade:
1. repreensão;
2. prisão simples, até 10 dias;
3. prisão rigorosa, até 10 dias; e
4. dispensa das funções de atividade.
c) para os Oficiais da reserva remunerada não compreendidos na alínea anterior e os reformados:
1. repreensão;
2. prisão simples, até 10 dias; e
3. prisão rigorosa, até 10 dias.
d) para Suboficiais:
1. repreensão;
2. prisão simples, até 10 dias;
3. prisão rigorosa, até 10 dias; e
4. exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
e) para Sargentos:
1. repreensão;
2. impedimento, até 30 dias;
3. prisão simples, até 10 dias;
4. prisão rigorosa, até 10 dias; e
5. licenciamento ou exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
37
Invest – invista em você
f ) para Cabos, Marinheiros e Soldados:
1. repreensão;
2. impedimento, até 30 dias;
3. serviço extraordinário, até 10 dias;
4. prisão simples, até 10 dias;
5. prisão rigorosa, até 10 dias; e
6. licenciamento ou exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
Parágrafo único – Às Praças da reserva ou reformados aplicam-se as mesmas penas estabelecidas neste
artigo, de acordo com a respectiva graduação.
Art. 15 – Não será considerada como pena a admoestação que o superior fizer ao subalterno, mostrando-
lhe irregularidade praticada no serviço ou chamando sua atenção para fato que possa trazer como
consequência uma contravenção.
Art. 16 – Não será considerado como pena o recolhimento em compartimento fechado, com ou sem
sentinela, bem como a aplicação de camisa de força, algemas ou outro meio de coerção física, de quem
for atacado de loucura ou excitação violenta.
Art. 17 – Por uma única contravenção não pode ser aplicada mais de uma punição.
Art. 18 – A punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil que lhe couber.
CAPÍTULO II
Da Competência e Jurisdição para Imposição
Art. 19 – Têm competência para impor penas disciplinares as seguintes autoridades:
a) a todosos militares da Marinha:
– o Presidente da República e o Ministro da Marinha; e
b) aos seus comandados ou aos que servem sob sua direção ou ordem:
– o Chefe, Vice-Chefe e Subchefes do Estado-Maior da Armada;
– o Comandante, Chefe do Estado-Maior e os Subchefes do Comando de Operações Navais;
– o Secretário-Geral da Marinha;
– os Diretores-Gerais;
– o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais;
– os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval;
– os Comandantes das Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais;
– os Presidentes e Encarregados de Organizações Militares;
– os Diretores dos Órgãos do Setor de Apoio;
– o Comandante de Apoio do CFN;
– os Comandantes de Navios e Unidades de Tropa;
– os Diretores de Estabelecimentos de Apoio ou Ensino;
– os Chefes de Gabinete; e
– os Capitães dos Portos e seus Delegados.
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Invest – invista em você
c) nos casos em que a Direção ou Chefia de Estabelecimento ou Repartição for exercida por servidor
civil:
– Oficial da ativa, mais antigo da OM. (Alterado pelo Decreto no 93.665, de 9 de dezembro de 1986)
§ 1° – Os Almirantes poderão delegar esta competência, no todo ou em parte, a Oficiais subordinados;
§ 2° – Os Comandantes de Força observarão a competência preconizada na Ordenança Geral para o
Serviço da Armada.
§ 3° – A pena de licenciamento e exclusão do Serviço Ativo da Marinha será imposta pelo Ministro da
Marinha ou por autoridade que dele tenha recebido delegação de competência.
§ 4° – A pena de licenciamento do Serviço Ativo da Marinha ex officio, a bem da disciplina, será aplicada
às Praças prestando serviço militar inicial pelo Comandante de Distrito Naval ou de Comando Naval onde
ocorreu a incorporação, de acordo com o Regulamento da Lei do Serviço Militar.
§ 5° – A pena de dispensa das funções de atividade será imposta privativamente pelo Ministro da Marinha.
§ 6° – Os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval têm competência, ainda, para aplicar
punição aos militares da reserva remunerada ou reformados que residem ou exercem atividades na área
de jurisdição do respectivo Comando, respeitada a precedência hierárquica.
Art. 20 – Quando duas autoridades, ambas com jurisdição disciplinar sobre o contraventor, tiverem
conhecimento da falta, caberá o julgamento à autoridade mais antiga, ou à mais moderna, se o seu
superior assim o determinar.
Parágrafo único – A autoridade mais moderna deverá manter o mais antigo informado a respeito da falta,
dos esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como, quando julgar a falta, participar a pena
imposta e os motivos que orientaram sua disposição.
CAPÍTULO III
Do Cumprimento
Art. 21– A repreensão consistirá na declaração formal de que o contraventor é assim punido por haver
cometido determinada contravenção, podendo ser aplicada em particular ou não.
§ 1° – Quando em particular, será aplicada diretamente pelo superior que a impuser; verbalmente, na
presença única do contraventor; por escrito, em ofício reservado a ele dirigido.
§ 2° – Quando pública, será aplicada pelo superior, ou por sua delegação:
a ) verbalmente:
1. ao Oficial – na presença de Oficiais do mesmo posto ou superiores;
2. ao Suboficial – nos círculos de Oficiais e Suboficiais;
3. ao Sargento – nos círculos de Oficiais, Suboficiais e Sargentos; e
4. às Praças de graduação inferior a Sargento – em formatura da guarnição, ou parte dela, a que pertencer
o contraventor.
b) por escrito, em documento do qual será dado conhecimento aos mesmos círculos acima indicados.
Art. 22 – A pena de impedimento obriga o contraventor a permanecer na Organização Militar, sem
prejuízo de qualquer serviço que lhe competir.
Art. 23 – A pena de serviço extraordinário consistirá no desempenho pelo contraventor de qualquer
serviço interno, inclusive faina, em dias e horas em que não lhe competir esse serviço.
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Art. 24 – A pena de prisão simples consiste no recolhimento:
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento na Organização Militar ou outro local determinado, sem prejuízo do
serviço interno que lhe couber;
b) da Praça, à sua coberta na Organização Militar ou outro local determinado, sem prejuízo dos serviços
internos que lhe couberem, salvo os de responsabilidade e confiança.
Art. 25 – A pena de prisão rigorosa consiste no recolhimento:
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento aos recintos que na Organização Militar forem destinados ao uso do
seu círculo.
b) da Praça, à prisão fechada.
§ 1° – Quando na Organização Militar não houver lugar ou recinto apropriado ao cumprimento da prisão
rigorosa com a necessária segurança ou em boas condições de higiene, o Comandante ou autoridade
equivalente solicitará que esse cumprimento seja feito em outra Organização Militar em que isto seja
possível.
§ 2° – A critério da autoridade que as impôs, as penas de prisão simples e prisão rigorosa poderão ser
cumpridas pelas Praças como determina o artigo 22, computando-se dois (2) dias de impedimento para
cada dia de prisão simples e três (3) dias de impedimento para cada dia de prisão rigorosa.
§ 3° – Não será considerada agravação da pena deste artigo a reclusão do Oficial, Suboficial ou Sargento
a camarote, com ou sem sentinela, quando sua liberdade puder causar dano à ordem ou à disciplina.
CAPÍTULO IV
Das Normas para Imposição
Art. 26 – Nenhuma pena será imposta sem ser ouvido o contraventor e serem devidamente apurados os
fatos.
§ 1° – Normalmente, a pena deverá ser imposta dentro do prazo de 48 horas, contadas do momento em
que a contravenção chegou ao conhecimento da autoridade que tiver que impô-la.
§ 2° – O Oficial que lançou a contravenção disciplinar em Livro de Registro de Contravenções deverá dar
conhecimento dos seus termos à referida Praça, antes do julgamento da mesma. (Alterado pelo Decreto
no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
§ 3° – Quando houver necessidade de maiores esclarecimentos sobre a contravenção, a autoridade
mandará proceder a sindicância ou, se houver indício de crime, a inquérito, de acordo com as normas e
prazos legais. (Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
§ 4° – Durante o período de sindicância de que trata o parágrafo anterior,
o contraventor poderá ficar detido na Organização Militar ou em qualquer outro local que seja
determinado. (Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
§ 5° – Os militares detidos para averiguação de contravenções disciplinares não devem comparecer a
exercícios e fainas, nem executar serviço algum.
(Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
§ 6° – A prisão ou detenção de qualquer militar e o local onde se encontra deverão ser comunicados
imediatamente à sua família ou a pessoa por ele indicada, de acordo com a Constituição Federal. (Alterado
pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
§ 7° – Nenhum contraventor será interrogado se desprovido da plena capacidade de entender o caráter
contravencional de sua ação ou omissão, devendo, nessa situação, ser recolhido a prisão, em benefício
da manutenção da ordem ou da sua própria segurança. (Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de
dezembro de 1993)
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Art. 27 – A autoridade julgará com imparcialidade e isenção de ânimo a gravidade da contravenção, sem
condescendência ou rigor excessivo, levando em conta as circunstâncias justificativas ou atenuantes, em
face das disposições deste Regulamento e tendo sempre em vista os acontecimentos e a situação pessoal
do contraventor.
Art. 28 – Toda pena disciplinar, exceto repreensão verbal, será imposta na forma abaixo:
a) para Oficiais e Suboficiais, mediante Ordem de Serviço que contenha resumo do histórico da falta, seu
enquadramento neste Regulamento, as circunstâncias atenuantes ou agravantes e a pena imposta; e
b) para Sargentos e demais Praças: mediante lançamento nos respectivos Livros de Registro de
Contravenções, ondeconstará o histórico da falta, seu enquadramento neste Regulamento, as
circunstâncias atenuantes ou agravantes e a pena imposta.
Art. 29 – Quando o contraventor houver cometido contravenções simultâneas, mas não correlatas, ser-
lhe-ão impostas penas separadamente.
Parágrafo único – se essas penas consistirem em prisão rigorosa e seu total exceder o máximo fixado no
artigo 14, serão cumpridas em parcelas não maiores do que esse prazo, com intervalos de cinco dias.
Art. 30 – A pena de licenciamento ex officio do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, será imposta
às Praças com estabilidade assegurada, como disposto no Estatuto dos Militares e nos Regulamentos do
Corpo de Praças da Armada e do Corpo de Praças do Corpo de Fuzileiros Navais.
Art. 31 – A pena de exclusão do Serviço Ativo da Marinha será imposta:
a) a bem da disciplina ou por conveniência do serviço; e
b) por incapacidade moral.
§ 1° – A bem da disciplina ou por conveniência do serviço, a pena será
mposta sempre que a Praça, de graduação inferior a Suboficial, houver sido punida no espaço de um ano
com trinta dias de prisão rigorosa ou quando for julgado merecê-la por um Conselho de Disciplina, por
má conduta habitual ou inaptidão profissional.
§ 2° – Por incapacidade moral, será imposta quando houver cometido ato julgado aviltante ou infamante
por um Conselho de Disciplina.
Art. 32 – A pena de exclusão do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, será aplicada ex officio às
Praças com estabilidade assegurada, como disposto no Estatuto dos Militares.
Art. 33 – O licenciamento ex officio e a exclusão do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, inabilita
o militar para exercer cargo, função ou emprego na Marinha.
Parágrafo único – A sua situação posterior relativa à Reserva será determinada pela Lei do Serviço Militar
e pelo Estatuto dos Militares.
CAPÍTULO V
Da Contagem do Tempo de Punição
Art. 34 – O tempo que durar o impedimento de que trata o artigo 26, § 3o, será levado em conta:
a) integralmente para o cumprimento de penas de impedimento;
b) na razão de 1/2 para as de prisão simples; e
c) na razão de 1/3 para as de prisão rigorosa.
Art. 35 – O tempo passado em hospitais (doentes hospitalizados) não será computado para cumprimento
de pena disciplinar.
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CAPÍTULO VI
Do Registro e da Transcrição
Art. 36 – Para o registro das contravenções cometidas e penas impostas, haverá nas Organizações
Militares dois livros numerados e rubricados pelo Comandante ou por quem dele haja recebido delegação,
sendo um para os Sargentos e outro para as demais Praças.
Art. 37 – Todas as penas impostas, exceto repreensões em particular, serão transcritas nos assentamentos
do contraventor, logo após o seu cumprimento ou a solução de recursos interpostos.
§ 1° – Para Sargentos e demais Praças, esta transcrição será feita na Caderneta Registro, independente de
ordem superior.
§ 2° – Para Oficiais e Suboficiais, cópia da Ordem de Serviço que publicou a punição será remetida à DPMM
ou CGCFN, conforme o caso, a fim de ser anexada aos documentos de informação referentes ao Oficial
ou Suboficial punido. (Alterado pelo Decreto no 94.387, de 29 de maio de 1987)
§ 3° – A transcrição conterá o resumo do histórico da falta cometida e a pena imposta.
CAPÍTULO VII
Da Anulação, Atenuação, Agravamento, Relevamento e Cancelamento
(Alterado pelo Decreto no 94.387, de 29 de maio de 1987)
Art. 38 – O disposto no artigo 19 não inibe a autoridade superior na Cadeia de Comando de tomar
conhecimento ex officio de qualquer contravenção e julgá-la de acordo com as normas deste
Regulamento, ou reformar o julgamento de autoridade inferior, anulando, atenuando ou agravando a
pena imposta, ou ainda relevando o seu cumprimento.
§ 1° – A revisão do julgamento poderá ocorrer até 120 (cento e vinte) dias após a data da sua imposição.
Fora desse prazo só poderá ser feita, privativamente, pelo Ministro da Marinha.
§ 2° – Quando já tiver havido transcrição da pena nos assentamentos, será dado conhecimento à DPMM
ou ao CGCFN, conforme o caso, para efeito de cancelamento ou alteração.
§ 3° – A competência para relevar o cumprimento da pena é atribuição das mesmas autoridades citadas
nas alíneas a) e b) do artigo 19, cada uma quanto às punições que houver imposto, ou quanto às aplicadas
pelos seus subordinados.
Esse relevamento poderá ser aplicado:
a) por motivo de serviços relevantes prestados à Nação pelo contraventor, privativamente, pelo
Presidente da República e pelo Ministro da Marinha; e
b) por motivo de gala nacional ou passagem de Chefia, Comando ou Direção, quando o contraventor já
houver cumprido pelo menos metade da pena.
Art. 39 – Poderá ser concedido ao militar o cancelamento de punições disciplinares que lhe houverem
sido impostas ex officio ou mediante requerimento do interessado, desde que satisfaça as seguintes
condições simultaneamente:
a) não ter sido a falta cometida atentatória à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe;
b) haver decorrido o prazo de cinco anos de efetivo serviço, sem qualquer punição, a contar da data do
cumprimento da última pena. (Alterado pelo Decreto no 1.011, de 22 de dezembro de 1993)
c) ter bons serviços prestados no período acima, mediante análise de suas folhas de alterações; e
d) ter parecer favorável de seu Chefe, Comandante ou Diretor.
§ 1° – O militar, cujas punições disciplinares tenham sido canceladas, poderá concorrer, a partir da data
do ato de cancelamento, em igualdade de condições com seus pares em qualquer situação da carreira.
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§ 2° – Além das autoridades mencionadas na letra a) do artigo 19, a competência para autorizar o
cancelamento de punições cabe aos Oficiais-Generais em cargo de Chefia, Comando ou Direção,
obedecendo-se à Cadeia de Comando do interessado, não podendo ser delegada.
§ 3° – A autoridade que conceder o cancelamento da punição deverá comunicar tal fato à DPMM ou
CApCFN, conforme o caso.
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OGSA
TÍTULO II
ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2-1-1 Organização de Combate
A preparação dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais para combate e sua conduta
durante o mesmo serão regidas por uma Organização de Combate.
Art. 2-1-2 Organização Administrativa
As atividades administrativas das forças, navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais serão
regidas por uma Organização Administrativa.
Parágrafo único. A Organização Administrativa dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais
será elaborada com base nas respectivas Organizações de Combate e deverá atender, na distribuição do
pessoal, tanto quanto possível, a que trabalhem juntos, nas diferentes fainas e tarefas, os que irão
trabalhar juntos em combate.
Art. 2-1-3 Assuntos necessariamente abordados pela Organização Administrativa
A Organização Administrativa deverá abordar, entre outros, os seguintes pontos:
a) distribuição das tarefas por setor da OM e fixação das atribuições dos respectivos encarregados;
b) distribuição do pessoal por setor da OM;
c) fixação das incumbências e atribuições das Praças;
d) distribuição do material;
e) distribuição do pessoal pelos diversos serviços e postos (Detalhes de Serviço e Tabelas Mestras);
f) fainas comuns e de emergência, e sua execução; e
g) rotinas das tarefas normais diárias, semanais e mensais, e sua execução.
Art. 2-1-4 A elaboração das Organizações das forças, navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros
navais
A elaboração das Organizações de forças, navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais será
pautada em normas baixadas pelo Estado-Maior da Armada.
Art. 2-1-5 Aprovação das Organizações das forças, navios, unidades aérease unidades de fuzileiros
navais
É da competência do Ministro da Marinha, ou das autoridades que tenham recebido expressa delegação
de competência pra tal, a aprovação das Organizações de forças, navios, unidades aéreas e unidades de
fuzileiros navais.
Art. 2-1-6 Organização das OM de terra
As Organizações Militares (OM) de terra são estruturadas com base em três documentos fundamentais:
Ato de Criação, Regulamento e Regimento Interno.
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§ 1º Ato de Criação é o documento que especifica o propósito, a subordinação, a sede, o posto do
Comandante e a constituição de um núcleo de implantação, quando necessário.
§ 2º Regulamento é o ato administrativo que complementa o Ato de Criação permitido que, em âmbito
geral, possam ser conhecidas a sua missão, organização, estrutura e outros dados de interesse.
§ 3º Regimento Interno é o ato administrativo que complementa o Regulamento, ordenando seu
detalhamento e permitindo que, em âmbito interno, sejam disciplinadas todas as atividades rotineiras da
OM.
Art. 2-1-7 Normas para elaboração de Regulamentos e Regimentos Internos
A elaboração dos Regulamentos e Regimentos Internos das OM de terra serão pautadas em normas
baixadas pelo Estado-Maior da Armada.
Art. 2-1-8 Aprovação dos Regulamentos e Regimentos Internos
É da competência do Ministro da Marinha ou das autoridades que tenham recebido expressa delegação
de competência para tal a aprovação dos Regulamentos e Regimentos Internos das OM de terra.
Art. 2-1-9 Tabelas de Lotação
O número e a qualificação do pessoal necessário para exercer os diversos cargos nas OM serão fixados em
Tabelas de Lotação aprovadas pelo Ministro da Marinha, ou por autoridade que tenha recebido expressa
delegação de competência para tal.
Parágrafo único. Nos casos em que uma Tabela de Lotação não mais satisfizer às novas exigências do
serviço, será proposta pelo Comandante a alteração da existente.
Art. 2-1-10 Manutenção das lotações
As autoridades competentes proverão as OM com o pessoal necessários para atender às respectivas
lotações.
Art. 2-1-11 Oficialidade
Os oficiais, exceto o Comandante, que servem numa OM constituem a sua oficialidade.
Parágrafo único. Os Guardas-Marinha também farão parte da Oficialidade, porém com as restrições
inerentes à sua situação de Praças Especiais.
Art. 2-1-12 Guarnição
As Praças que servem numa OM constituem a sua Guarnição.
Art. 2-1-13 Tripulação
A Oficialidade e a Guarnição de uma OM constituem a sua Tripulação.
TÍTULO IV
DEVERES DO PESSOAL
CAPÍTULO 1
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 4-1-1 Normas Gerais de procedimento
Todos os Oficiais e Praças, quer a bordo, quer em terra, em serviço ou não, devem:
a) proceder de acordo com as normas de boa educação civil e militar e com os bons costumes, de modo a
honrar e preservar as tradições da Marinha;
b) respeitar a legislação em vigor, obedecer aos superiores e conhecer e cumprir as normas e instruções
da Marinha;
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c) empenhar-se em dirigir ou executar as tarefas de que forem incumbidos com o máximo de zelo e
dedicação; e
d) empregar os maiores esforços em prol da glória das armas brasileiras e sustentação da honra nacional,
mesmo nas circunstâncias mais difíceis e quaisquer que sejam os perigos a que se possam achar expostos.
Art. 4-1-2 Autoridade individual
A autoridade de cada um promana do ato de designação para o cargo que tiver que desempenhar, ou da
ordem superior que tiver recebido; começa a ser exercida com a posse nesse cargo ou com o início de
execução da ordem; a ela corresponde inteira responsabilidade pelo bom desempenho no cargo ou pela
perfeita execução da ordem.
Parágrafo único. Aplica-se, da mesma forma, o disposto nesse artigo a encargo, incumbência, comissão,
serviço ou atividade militar.
Art. 4-1-3 Responsabilidade individual
Todos são individualmente responsáveis, dentro de sua esfera de ação:
a) por negligência, imprevidência, fraqueza ou falta de energia no cumprimento de deveres e no
desempenho de suas atribuições;
b) por imperícia na direção ou execução de fainas, ou no desempenho de atribuições para as quais estejam
legalmente qualificados;
c) por infração à legislação em vigor, às disposições desta Ordenança e às normas e instruções da Marinha;
d) por abuso ou exercício indevido de autoridade; e
e) por prejuízos causados à Fazenda Nacional.
Parágrafo único. Em substituição, por deficiência de pessoal ou inexistência de pessoal legalmente
habilitado, ninguém da Marinha pode negar-se a assumir cargos, mesmo que inerentes a posto ou
graduação superior; a responsabilidade do substituto fica limitada pela habilitação que legalmente tiver.
Art. 4-1-4 Assunção de responsabilidade
Sempre que Oficiais, Praças ou quaisquer militares a serviço da Marinha, ainda que subordinados a
diferentes Comandos, concorrerem acidentalmente a uma mesma faina que exija a cooperação de todos
- quer seja por terem recebido ordem para isso, quer por se acharem reunidos por circunstâncias - o mais
antigo, respeitados os casos especiais estabelecidos nesta Ordenança, assumirá o Comando ou a direção
de faina que tiverem que executar.
Art. 4-1-5 Deveres do superior
Cumpre o superior:
a) manter, em todas as circunstâncias, na plenitude de sua autoridade, a disciplina, a boa ordem nas fainas
e serviços e a estrita execução da legislação em vigor, da presente Ordenança e das normas e instruções
da Marinha;
b) exigir o respeito e a obediência que lhe são devidos por seus subordinados; e
c) conduzir seus subordinados, estimulando-os, reconhecendo-lhes os méritos, instruindo-os,
admoestando-os e punindo-os ou promovendo sua punição de conformidade com a lei.
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Parágrafo único. O superior evitará sempre utilizar-se da palavra ou ato que possa desconceituar seus
subordinados, enfraquecer a consideração que lhes é devida e melindrar seu pundonor militar ou
dignidade pessoal.
Art. 4-1-6 Responsabilidade do superior
O superior é responsável:
a) pelo acerto, oportunidade e conseqüências das ordens que der; e
b) pelas conseqüências da omissão de ordens, nos casos em que for de seu dever providenciar.
Parágrafo único. As ordens devem ser emitidas de forma clara, concisa e precisa.
Art. 4-1-7 Deveres do subordinado
Cumpre ao subordinado:
a) respeitar seus superiores e ter para com eles a consideração devida, que estejam ou não presentes; e
b) obedecer às ordens dos superiores.
Parágrafo único. As ordens verbais dadas pelo superior, ou em seu nome, obrigam tanto como se fossem
por escrito. Se tais ordens, por sua importância, puderem envolver grave responsabilidade para o executor,
este poderá pedir que lhe sejam dadas por escrito, o que não poderá ser recusado.
Art. 4-1-8 Responsabilidade do subordinado
O subordinado é responsável:
a) pela execução das ordens que receber; e
b) pelas conseqüências da omissão em participar ao superior, em tempo hábil, qualquer ocorrência que
reclame providência, ou que o impeça de cumprir a ordem recebida.
Parágrafo único. O subordinado deixa de ser responsável pelo não cumprimento de uma ordem recebida
de superior quando outro superior lhe der outra ordem que prejudique o cumprimento da primeira e nela
insistir, apesar de cientificado pelo subordinado da existência da ordem anterior. Deve, porém, participar
a concorrência ao primeiro, logo que possível.
Art. 4-1-9 Cooperação
Os superiores e subordinados não devem limitar-se apenas ao cumprimento das tarefas que lhes tiverem
sido cometidas, procurando ajudar-se mutuamente na execução das mesmas.
Art. 4-1-10 Dar o pronto de execução da ordem
O subordinado dará o pronto a seu superior da execução das ordens que dele tiver recebido. Quando
circunstâncias insuperáveis impossibilitarem sua execução, ou ocorrência não previstasaconselhar a
conveniência de retardar, de modificar ou de não cumprir ordens recebidas, dará conhecimento imediato
do fato ao seu superior, ou logo que possível, para que este providencie como julgar conveniente.
Parágrafo único. Caso, porém, não haja tempo de fazer essa participação, nem se esperar novas ordens,
o subordinado resolverá, sob sua responsabilidade, como lhe parecer mais conveniente ao serviço.
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Art. 4-1-11 Ponderação
Qualquer subordinado que receber uma ordem e entender que de sua execução possa resultar prejuízo
ao serviço deverá ponderar respeitosamente, expondo as razões em que se fundamenta, por assim o
entender; mas, se o superior insistir na execução da referida ordem, obedecer-lhe-á de pronto e
lealmente, podendo, depois de a cumprir, representar a este respeito ao Comandante ou à autoridade
imediatamente superior à que lhe tiver dado a ordem, de acordo com o prescrito no artigo 4-1-27 desta
Ordenança.
Art. 4-1-12 Respeitar religião, instituições, costumes e usos
Todos devem respeitar a religião, as instituições, os costumes e os usos do país em que se acharem.
Art. 4-1-13 Respeito mútuo
Todos devem tratar-se mutuamente com respeito e polidez, e com atenção e justiça os subordinados.
Parágrafo único. No exercício de suas atribuições, é vedado ao pessoal qualquer intimidade.
Art. 4-1-14 Cessar contendas
Todo superior deve fazer cessar prontamente as contendas que presenciar a bordo entre mais modernos
e, em caso de insulto, injúria ameaça ou vias de fato, prender os transgressores e endereçar parte de
ocorrência aos respectivos Comandantes.
Art. 4-1-15 Reprimir irregularidades
O militar que presenciar qualquer irregularidade em que se envolva pessoal da Marinha, ou verificar
desvio de objetos pertencentes à Fazenda Nacional e atos comprometedores da segurança das
Organizações Militares (OM) da Marinha deve, conforme as circunstâncias, reprimir de pronto esses atos,
ou dar parte deles com a maior brevidade ao seu Comandante ou à autoridade competente.
Art. 4-1-16 Salvaguardar os interesses navais e nacionais
Todo militar que tiver conhecimento de notícia, ainda que vaga, de algum fato que direta ou
indiretamente, possa comprometer as tarefas da sua ou de outras OM, ou que tenha relação com os
interesses nacionais tem rigorosa obrigação de o participar de pronto - verbalmente ou por escrito, com a
conveniente reserva - ao seu Comandante, pelos canis competentes ou em caso de urgência, diretamente.
Art. 4-1-17 Autoridade para prender
Todo Oficial ou Praça pode, sempre que for conveniente à Ordem, à disciplina ou à normalidade do serviço,
prender à sua ordem ou à de autoridade competente, quem tiver antiguidade inferior à sua.
§ 1º Pode, também, em flagrante de crime inafiançável, prender à ordem de autoridade superior qualquer
Oficial ou Praça de antiguidade superior à sua.
§ 2º Em qualquer caso, quem efetuar a prisão dará logo parte circunstanciada, por escrito e por intermédio
do próprio Comandante, à autoridade a que o preso estiver diretamente subordinado.
Art. 4-1-18 Autoridade para pôr em liberdade
Os militares presos na forma prevista no "caput" do artigo anterior só poderão ser postos em liberdade
por determinação da autoridade cuja ordem tiver sido efetuada na prisão, ou de autoridade superior.
Art. 4-1-19 Crime cometido a bordo por estranho à Marinha
Se pessoa estranha à Marinha cometer crime a bordo, será presa e autuada em flagrante delito; em
seguida, será apresentada à autoridade competente.
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Art. 4-1-20 Saudação militar e cumprimento civil
A continência individual é a saudação devida pelo militar de menor antiguidade, quando uniformizado e
coberto, a bordo ou em terra, aos mais antigos da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e dos países
estrangeiros, ainda que em traje civil; neste último caso, desde que os conheça.
§ 1º A saudação é devida também pelo militar de menor antiguidade, quando uniformizado e descoberto;
neste caso, limitar-se-á a assumir a posição de sentido.
§ 2º Em trajes civis, o mais moderno assumirá postura respeitosa, e cumprirá formalmente o mais antigo,
utilizando-se das expressões usadas no meio civil.
§ 3º Os mais antigos devem responder tanto à saudação quanto à continência individual dos mais
modernos.
Art. 4-1-21 Ao dirigir-se a superior
O Oficial ou Praça, se coberto, ao dirigir-se a superior, tomará a posição de sentido e prestar-lhe-á
continência; se descoberto, não fará a continência devendo, porém, assumir a posição de sentido.
Art. 4-1-22 Uniformes a bordo
É obrigatório possuir todos os uniformes previstos na legislação em vigor, em quantidade suficiente. O
pessoal embarcado deve manter a bordo os uniformes para serviço, licença e representação em condições
de pronto uso.
Art. 4-1-23 Uniforme do dia
O uniforme do dia é obrigatório, a bordo, para todos os Oficiais e Praças.
Art. 4-1-24 Entrar a bordo à paisana
Aos Oficiais, Suboficiais e Primeiros-Sargentos é permitido entrar e sair à paisana das OM em que servem.
§ 1º O Ministro da Marinha e os Comandantes de Força, ou de navio escoteiro no exterior, considerando
circunstâncias especiais, poderão ampliar ou restringir o estatuído neste artigo.
§ 2º O traje civil permitido será estabelecido pelo Ministro da Marinha.
Art. 4-1-25 Restrições de trânsito a bordo
Nas Estações de Comando no mar, na Tolda e na Sala de Estado, ou locais equivalentes, só deverão
permanecer aqueles que estiverem em efetivo serviço.
§ 1º É vedado ao pessoal, a não ser em ato de serviço, permanecer ao passadiço no bordo em que estiver
um Almirante, o Comandante da Força ou do navio.
§ 2º Salvo exigência do serviço, só transitarão pelas escotilhas e passagens da câmara e camarotes de
Almirante, comandante e Oficiais os que neles respectivamente se alojarem, ou que a estes forem
assemelhados ou superiores.
Art. 4-1-26 Procedimento à passagem de Oficial
Em qualquer compartimento ou local das OM, à passagem de qualquer Oficial, todos os subordinados
devem tomar a posição de sentido, desde que não resulte prejuízo para as fainas em andamento ou
interrupção de rancho.
Parágrafo único. Sempre que possível, nos locais e horários de recreação, o Oficial dispensará essa
formalidade.
Art. 4-1-27 Representação
O subordinado que se julgar com fundamento para ponderar sobre qualquer ato de superior que lhe
pareça ilegal ou ofensivo tem direito de dirigir-lhe, verbalmente ou por escrito, representação respeitosa.
Se o superior deixar de atendê-la, ou não a resolver do modo que lhe pareça justo, poderá representar ao
Comandante da OM em que servir o superior, pedida a devida permissão, que não lhe poderá ser negada.
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Parágrafo único. Se o ato tiver sido praticado pelo praticado pelo próprio Comandante, ou se a decisão
deste não for considerada satisfatória, o subordinado poderá, da mesma forma, representar contra este
ou recorrer de sua decisão à autoridade imediatamente superior.
Art. 4-1-28 Ações coletivas
As ponderações, representações e manifestações coletivas sobre atos dos superiores são proibidas.
Art. 4-1-29 Linguagem respeitosa
O subordinado, em suas relações verbais ou escritas com o superior, usará sempre de expressões
respeitosas.
Art. 4-1-30 Linguagem imperativa
O superior, conquanto deva dirigir-se ao subordinado em termos corteses, dará sempre suas ordens, em
linguagem e tom imperativos.
Art. 4-1-31 Linguagem ofensiva
Na correspondência, quer do subordinado para o superior, quer deste para aquele, são proibidas
expressões que envolvam, direta ou indiretamente, ofensa, insulto ou injúria a alguém.
Art. 4-1-32 Encaminhamento de partes ou requerimentos
Todas as representações, partes ou requerimento que militares da Marinha dirigirem a autoridades
superiores devem ser encaminhadospor intermédio do seu respectivo Comandante, o qual os transmitirá
a quem de direito, dando sua própria informação a respeito, antes de decorrido o prazo de oito dias desde
o seu recebimento.
Art. 4-1-33 Procedimento quando a linguagem for desrespeitosa
Se a representação, parte ou requerimento estiver escrito de modo contrário ao que é preceituado nos
artigos anteriores, o Comandante o reterá em seu poder, fazendo ciente ao respectivo autor para que o
substitua, modificando sua linguagem. Se o autor, dentro de prazo nunca maior de oito dias, não atender
ao Comandante, este fará pelos canais competentes, a remessa à autoridade a quem for dirigido o
documento, desde que o mesmo não contenha insulto, ofensa ou injúria, anexando sua informação e
justificando a demora.
Art. 4-1-34 Procedimento quando a linguagem for ofensiva
Se a representação, parte ou regulamento, ao ser apresentado, contiver insulto, ofensa ou injúria, o
Comandante não o encaminhará e punirá seu autor; aquele documento somente servirá para o processo
que deverá ser instaurado posteriormente.
Art. 4-1-35 Comunicação para forma da unidade
Só o Comandante, ou subordinado por ele autorizado, poderá fazer comunicação verbal ou escrita para
fora de sua unidade, sobre assuntos operativos ou administrativos de sua OM.
Art. 4-1-36 Discussão ou divulgação de assuntos
Nenhum militar poderá, a não ser que devidamente autorizado, discutir ou divulgar por qualquer meio
assunto de caráter oficial, exceto os de caráter técnico não sigiloso e que não se refiram à Defesa ou à
Segurança Nacional.
§ 1º É vedado ao militar manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte
fardado em manifestações de caráter político partidário.
§ 2º Em visitas a portos nacionais ou estrangeiros caberá exclusivamente ao Comandante Mais Antigo
Presente Embarcado (COMAPEM) o estabelecimento dos contados externos para fins do disposto neste
artigo.
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Art. 4-1-37 Respeito às normas de bordo
Todas as pessoas, pertencentes ou não à Marinha, que se acharem, ainda que ocasionalmente, a bordo
de uma unidade, independente de sue posto, graduação ou categoria, ficarão sujeitas às normas em vigor
nessa unidade.
Art. 4-1-38 Obrigação de estranhos em combate ou fainas de emergência
Todas as pessoas estranhas à Marinha que se acharem a bordo por qualquer motivo, por ocasião de
combate ou fainas de emergência, serão obrigadas a ocupar o posto ou local que lhes designar o
Comandante do navio, salvo se forem de antiguidade superior à do Comandante, caso em que só
voluntariamente poderão cooperar.
Art. 4-1-39 Aspecto fisionômico dos militares
É vedado aos militares o uso de barba, cavanhaque, costeletas e do corte e cabelo que não sejam os
definidos pelas normas em vigor.
§ 1º O uso de bigode é permitido aos Oficiais, Suboficiais e Sargentos.
§ 2º O militar que necessitar encobrir lesão fisionômica poderá usar barba, bigode, cavanhaque ou cabelo
fora das normas em vigor, desde que esteja autorizado pelo seu respectivo Comandante.
§ 3º O militar que tiver sua fisionomia modificada deverá ser novamente identificado.
CAPÍTULO 4
DEVERES DAS PRAÇAS
Art. 4-4-1 Atribuição principal
A atribuição principal das Praças é a execução das tarefas necessárias à manutenção e operação dos
equipamentos e à conservação de compartimentos de suas OM.
Art. 4-4-2 Deveres gerais
Além do disposto no Capítulo 1 deste Título, são deveres específicos de todas as Praças da Marinha:
a) cumprir as instruções que tiverem para o serviço, executando-as e fazendo com que sejam bem
executadas por seus subordinados;
b) desempenhar em serviço, no porto ou em viagem, as tarefas que lhe forme determinadas;
c) tomar parte nas mostras, fainas e exercícios, ocupando para isto o posto que lhe for designado; e
d) participar os exercícios de cultura física e desportos.
Art. 4-4-3 Deveres de acordo com as graduações
Os deveres das Praças, conforme suas graduações, serão, de modo geral, os seguintes:
a) os Suboficiais serão auxiliares diretos dos Oficiais em todos os atos de serviço e na execução das fainas
que aqueles dirigirem;
b) os Sargentos serão auxiliares diretos dos Suboficiais, ou dos Oficiais, conforme a OM em que servirem,
em todos os atos de serviço e na execução das fainas que aqueles auxiliarem ou dirigirem; e
c) os Cabos e Marinheiros executarão qualquer serviço que contribua para o cumprimento de tarefa
atribuída à OM a parte que pertencerem, com responsabilidade pela parte que lhes couber.
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Art. 4-4-4 Distribuição por incumbências
As Praças serão distribuídas por incumbências, de acordo com as habilidades correspondentes às suas
graduações e às especialidades, observado o grau de competência que exijam do executor, para que este
seja responsável pela execução da tarefa de que for incumbido.
Art. 4-4-5 Deveres funcionais
Os deveres das Praças relativos às suas incumbências serão fixados nos Regimentos Internos ou nas
Organizações Administrativas e de Combate.
CAPÍTULO 3
GUARDAS E SENTINELAS
Art. 8-3-1 Efetivo da Guarda
Nas OM cuja organização preveja, ou em que as circunstâncias exijam, haverá uma Guarda, cujo efetivo
será proporcional aos serviços que lhe forem atribuídos.
Art. 8-3-2 Deveres da Guarda
À Guarda compete:
a) executar o serviço de sentinelas;
b) participar de cerimonial; e
c) desempenhar qualquer outra atividade necessária à manutenção da ordem e segurança da OM.
Art. 8-3-3 Localização do Corpo da Guarda
O Corpo da Guarda será localizado normalmente nas proximidades do posto do Oficial de serviço.
Art. 8-3-4 Subordinação e deveres do Comandante da Guarda
O Comandante da Guarda ficará diretamente subordinado ao Oficial de Serviço, cabendo-lhe:
a) fiscalizar o serviço das sentinelas;
b) manter as praças da Guarda prontas para reforçar o posto de qualquer sentinela, ou ocupar o que lhe
for designado;
c) participar ao Oficial de Serviço todos os fatos relativos ao serviço de guarda; e
d) organizar o detalhe de serviço das praças da Guarda.
Parágrafo único. No caso de não haver Comandante da Guarda, suas atribuições serão exercidas pelo Cabo
da Guarda.
Art. 8-3-5 Deveres do Cabo da Guarda
Ao Cabo da Guarda compete:
a) distribuir as sentinelas pelos postos e transmitir-lhes as ordens que tenham que cumprir e assistir à sua
substituição;
b) acudir, prontamente, ao chamado de qualquer das sentinelas e transmitir ao Oficial de Serviço das
comunicações que estas lhe fizerem; e
c) fazer a ronda dos postos das sentinelas, especialmente à noite.
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Art. 8-3-6 Inviolabilidade da sentinela
A sentinela é responsável e inviolável segundo as prerrogativas que a Lei lhe confere, sendo punido com
severidade quem atentar contra sua autoridade e integridade.
Art. 8-3-7 Conduta da sentinela
No exercício de seu serviço, deve a sentinela portar-se com zelo, serenidade e energia compatível com a
autoridade que lhe é atribuída.
Art. 8-3-8 Deveres, número de sentinelas e seus postos
Os deveres, o número de sentinelas e seus respectivos postos serão regulados pelo Regimento Interno ou
Organização Administrativa da OM.
Art. 8-3-9 Rendição do Serviço de sentinela
As sentinelas não podem abandonar seus postos sem terem sido rendidas na presença do Cabo da Guarda.
Art. 8-3-10 Duração dos serviços de Guarda e de Sentinela
O Serviço de Guarda será de vinte e quatro horas; o de sentinela será de duas horas, ficando reduzido de
uma hora se a temperatura ou condições de tempo forem severas, não devendo uma mesma praça fazer
mais de oito horas de serviço dentro das vinte e quatro horas.
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CAPÍTULO 1
O CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
1.1. HISTÓRICOC-Esp-HabSG (Inciso 8.3.7.);
IX) Dos estágios (Inciso 8.3.8.);
X) Do tempo de embarque ou tempo de tropa (Inciso 8.3.9.);
XI) Da Comissão de Promoção de Praças (CPP) (Inciso 8.3.11.);
XII) Do fluxo de carreira (Inciso 8.3.12.);
XIII) Dos compromissos de tempo de serviço (Inciso 8.3.13.);
XIV) Dos cômputos do comportamento, aptidão para a carreira e aptidão média para a carreira (Inciso
8.3.15.);
XV) Ascensão das praças ao oficialato (Art. 8.4);
XVI) Ao Quadro de Oficial Fuzileiro Naval (Inciso 8.4.1.);
XVII) Ao Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais (QC-FN) (Inciso 8.4.2.);
XVIII) Ao Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN) (Inciso 8.4.3.);
XIX) A outros Corpos e Quadros (Inciso 8.4.4.);
XX) Sistema integrado de gestão de pessoal (Art. 8.5); e
XXI) Mapa único de pontuação do Corpo de Praças de Fuzileiros Navais (Art. 8.6.).
h) Higiene e profilaxia das doenças infectocontagiosas (Cap 9) (PÁG 94)
I) Generalidades (Art. 9.1.); e
II) Higiene em campanha (Art. 9.3.).
i) Serviços internos (Cap. 10) (PÁG 95 A 100)
I) Generalidades (Art. 10.1.);
II) Serviço de Estado (Art. 10.2.);
III) Serviço de guarda do quartel (Art. 10.3.);
IV) Serviço de policiamento interno (Art. 10.4);
V) Serviço de guarda de subunidade (Art. 10.5.);
VI) Atribuições (Art. 10.6.);
VII) Guarda do Quartel (Inciso 10.6.1.);
VIII) Supervisor de Serviço (Inciso 10.6.3.);
IX) Contramestre (Inciso 10.6.4.);
X) Auxiliar (Inciso 10.6.5.);
XI) Corneteiro de Serviço (Inciso 10.6.6.);
XII) Mensageiro (Inciso 10.6.7.);
XIII) Comandante da Guarda (Inciso 10.6.8.);
XIX) Cabo da Guarda (Inciso 10.6.9.);
XV) Sentinelas e Identificadores (Inciso 10.6.10.);
XVI) Sargento-Polícia (Inciso 10.6.11.);
XVII) Plantão (Inciso 10.6.16.); e
XVIII) Regras de segurança ao assumir o serviço (Art. 10.7.).
j) A conduta do Fuzileiro Naval em sociedade (Cap. 11) (PÁG 101 A 104)
I) Generalidades (Art. 11.1.);
II) Conduta militar e aspectos de apresentação em vias públicas (Art. 11.2.);
III) Comportamento do Fuzileiro Naval no convívio social (Art. 11.3.);
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IV) Uso judicioso da internet e das mídias sociais (Art. 11.4.);
V) Sítios de relacionamento social (Inciso 11.4.1.);
VI) Cuidados com a exposição pessoal na Internet (Inciso 11.4.2.);
VII) Uso não institucional de mídias sociais pelo pessoal da MB (Inciso 11.4.3.); e
VIII) Veiculação de notícias falsas ou supostamente falsas (Inciso 11.4.4.).
k) Organização (Anexo B) (PÁG 105 A 123)
I) Introdução;
II) Missão e visão de futuro da Marinha;
III) Organização do Comando da Marinha;
IV) Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (Art. 3.4);
V) Unidades de Fuzileiros Navais do setor operativo;
VI) Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (Art. 4.1);
VII) Comando da Divisão Anfíbia (Inciso 4.1.1);
VIII) Comando da Tropa de Reforço (Inciso 4.1.2);
IX) Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Inciso 4.1.3);
X) Comando da Tropa de Desembarque (Inciso 4.1.4);
XI) Batalhão de Combate Aéreo (Inciso 4.1.5);
XII) Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (Inciso 4.1.6);
XIII) Fuzileiros Navais nos Distritos Navais (Art. 4.2);
XIV) Grupamentos de Fuzileiros Navais distritais (Inciso 4.2.1);
XV) Batalhões de Operações Ribeirinhas (Inciso 4.4.2);
XVI) Unidades de Fuzileiros Navais do setor de apoio;
XVII) Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (Art. 5.1);
XVIII) Comando do Material de Fuzileiros Navais (Art. 5.2);
XIX) Comando do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais (Art. 5.3);
XX) Comissão de Desportos da Marinha e Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Art. 5.4);
XXI) Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (Art. 5.5);
XXII) OM de Instrução, de Adestramento e de Avaliação do CFN (Art. 5.6); e
XXIII) Outras OM de Fuzileiros Navais (Art. 5.7).
3. MANUAL BÁSICO DO COMBATENTE ANFÍBIO
a) Organização (Cap. 1) (PÁG 124 A 126)
I) Generalidades (Art. 1.1);
II) Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Inciso 1.3.2);
III) Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (Inciso 1.3.3);
IV) Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (Inciso 1.3.5);
V) Batalhão de Comando e Controle (Inciso 1.3.6);
VI) Companhia de Polícia (Inciso 1.4.2);
VII) Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais (Inciso 1.4.5); e
VIII) Comando da Tropa de Desembarque (CmdoTrDbq) (Art. 1.6).
b) Características de uma Área de Operações (Cap. 2) (PÁG 127 A 140)
I) Generalidades (Art. 2.1);
II) Aspectos militares do Terreno (Art. 2.2);
III) Conceituação dos aspectos táticos (Inciso 2.2.1);
IV) Formas básicas do terreno (Inciso 2.2.2); e
V) Leis do modelado (Inciso 2.2.4).
c) Técnicas Individuais de Combate (Cap. 3) (PÁG 141 A 166)
I) Generalidades (Art. 3.1);
II) Utilização do Terreno no Combate Diurno e Noturno (Art. 3.2);
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III) Utilização das cobertas ( Inciso 3.2.1);
IV) Utilização de abrigos ( Inciso 3.2.2);
V) Utilização do terreno para progredir ( Inciso 3.2.3);
VI) Utilização do Terreno para Observar (Art. 3.3);
VII) Observação durante o dia ( Inciso 3.3.1);
VIII) Observação à noite ( Inciso 3.3.2);
IX) Interpretação de indícios ( Inciso 3.3.3);
X) Utilização do Terreno para Atirar (Art. 3.4);
XI) Generalidades ( Inciso 3.4.1);
XII) Escolha e ocupação de uma posição de tiro ( Inciso 3.4.2);
XIII) Conduta do combatente ( Inciso 3.4.3);
XIV) Limpeza dos campos de tiro ( Inciso 3.4.4);
XV) Tiro noturno ( Inciso 3.4.5);
XVI) Camuflagem (Art.3.5);
XVII) Generalidades ( Inciso 3.5.1);
XVIII) Exigências fundamentais ( Inciso 3.5.2);
XIX) Materiais de camuflagem ( Inciso 3.5.3);
XX) Camuflagem do combatente ( Inciso 3.5.4); e
XXI) Camuflagem na neve, em regiões desérticas e em áreas edificadas (Inciso3.5.5).
d) Operações Anfíbias (Cap. 4) (PÁG 167 A 182)
I) Generalidades (Art. 4.1);
II) Modalidades de Operações Anfíbias (Art. 4.2);
III) Assalto Anfíbio (AssAnf) ( Inciso 4.2.1);
IV) Incursão Anfíbia (IncAnf) ( Inciso 4.2.2);
V) Demonstração Anfíbia ( Inciso 4.2.3);
VI) Retirada Anfíbia ( Inciso 4.2.4);
VII) Propósito das Operações Anfíbias (Art. 4.3);
VIII) AssAnf ( Inciso 4.3.1);
IX) IncAnf ( Inciso 4.3.2);
X) Demonstraçãao Anfíbia ( Inciso 4.3.3);
XI) Retirada Anfíbia ( Inciso 4.3.4);
XII) Fases das Operações Anfíbias (Art. 4.4);
XIII) Planejamento ( Inciso 4.4.1);
XIV) Embarque ( Inciso 4.4.2);
XV) Ensaio ( Inciso 4.4.3);
XVI) Travessia ( Inciso 4.4.4);
XVII) Assalto ( Inciso 4.4.5); e
XVIII) MNT por Superfície e por Helicópteros (Art. 4.5).
XIX) Grupo de Combate e Esquadra de Tiro na Fase do Embarque (Art. 4.8);
XX) Grupo de Combate e Esquadra de Tiro na Fase da Travessia (Art. 4.9);
XXI) Durante a permanência a bordo devem ser obedecidas as seguintes instruções: (Inciso 4.9.1);
XXII) Grupo de Combate e Esquadra de Tiro na Fase do Assalto (Art. 4.10);
XXIII) Equipe de embarcação de desembarque (Inciso 4.10.1);
XXIV) Preparativos para o transbordo (Inciso 4.10.2);
XXV) Amarração e descida do equipamento (Inciso 4.10.3);
XXVI) Transbordo (Inciso 4.10.4);
XXVII) MNT por ED (Inciso 4.10.5);
XXVIII) Desembarque na praia (Inciso 4.10.6);
XXIX) Equipe de embarcação de VtrAnf (Inciso 4.10.7);
XXX) Heliequipe (Inciso 4.10.8); e
XXXI) Conduta inicial em terra (Inciso 4.10.9).
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e) Operações Terrestres (Cap. 5) (PÁG 183 A 195)
I) Operações Ofensivas (Art. 5.2);
II) Fases da Ofensiva ( Inciso 5.2.1);
III) Tipos de Operações Ofensivas ( Inciso 5.2.2);
IV) Formas de Manobra Tática Ofensiva ( Inciso 5.2.3);
V) Operações Ofensivas em Condições Especiais (Art. 5.4);
VI) Ataque a uma Área Edificada ( Inciso 5.4.1);
VII) Operações Defensivas (Art. 5.5);
VIII) Classificação das Operações Defensivas ( Inciso 5.5.1);
IX) Fundamentos da Defensiva ( Inciso 5.5.2);
X) Organização de uma Área de Defesa ( Inciso 5.5.3); e
XI) Formas de Manobra Tática Defensiva ( Inciso 5.5.4).
f) O Grupo de Combate e a EsquadraDOS FUZILEIROS NAVAIS
1.1.1. Antecedentes
A Brigada Real da Marinha foi criada em Lisboa, no dia 28 de agosto de 1797, par alvará de D. Maria I,
e suas raízes remontam a 1618, data de criação do Terço da Armada da Coroa de Portugal, primeiro corpo
militar constituído em caráter permanente naquele país.
O CFN originou-se dessa Brigada, cujos componentes aportaram no Rio de Janeiro, no dia 7 de março
de 1808, guarnecendo as naus utilizadas pela Família Real e pela Corte Portuguesa, para transmigrar para
o Brasil em decorrência das Guerras Napoleônicas.
No Brasil, a Brigada Real da Marinha ocupou a Fortaleza de São José na Ilha das Cobras, em 21 de março
de 1809, par determinação do Ministro da Marinha D. Joao Rodrigues de Sá e Menezes - Conde de Anadia.
Ao longo de sua existência, o CFN recebeu várias denominações, conforme listadas abaixo:
- 1808 - Brigada Real da Marinha;
- 1821 - Batalhão da Brigada Real da Marinha destacado no Rio de Janeiro;
- 1822 - Batalhão de Artilharia da Marinha do Rio de Janeiro;
- 1826 - Imperial Brigada de Artilharia da Marinha;
- 1831 - Corpo de Artilharia de Marinha;
- 1847 - Corpo de Fuzileiros Navais;
- 1852 - Batalhão Naval;
- 1895 - Corpo de lnfantaria da Marinha;
- 1908 - Batalhão Naval;
- 1924 - Regimento Naval; e
- 1932 - Corpo de Fuzileiros Navais (atual).
A história do CFN pode ser dividida em três fases principais, que serão detalhadas no próximo tópico.
Em todas elas, o exercício de atividades de guarda e segurança de instalações navais ou de interesse da
Marinha sempre esteve presente. No entanto, ao longo da Terceira Fase, a capacitação para a realização
de desembarques nas Operações Anfíbias (OpAnf), de acordo com o conceito atual, tem definido a
atuação do CFN.
1.1.2. Primeira Fase – de 1808 a 1847
Nesta fase, de acordo com as características básicas, o CFN atuou coma Artilharia da Marinha. Houve
ênfase no emprego dos FN para guarnecerem a artilharia das naus e embarcações armadas. Os artilheiros-
marinheiros constituam-se nos únicos militares profissionais de carreira existentes nas guarnições dos
navios. Em virtude de sua formação militar, tinham acesso ao armamento portátil e contavam com a
confiança dos comandos que, por meio deles, se impunham a marinhagem sempre que era necessário o
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emprego da força. Por estas mesmas razões, adquiriram condições de praticar a abordagem, defender
seus navios contra esse
tipo de ação e, se houvesse necessidade de desembarcar, possuir a capacidade de combater em terra.
Neste período, participaram ativamente de todas as operações navais nas quais a Marinha se envolveu,
sendo dignas de realce a expedição contra Caiena (1809), as lutas pela consolidação da independência, a
pacificação das províncias dissidentes e a Guerra da Cisplatina.
1.1.3. Segunda fase - de 1847 a 1932
Nesta fase, de acordo com as características básicas, o CFN atuou como lnfantaria da Marinha. Ela tem
início com a criação do Corpo de lmperiais Marinheiros a quem cabia guarnecer a artilharia dos navios e
embarcações, passando os FN a serem empregados coma infantaria na realização de abordagens, na
defesa das naus e na realização de desembarques.
Entretanto, em decorrência de seu melhor preparo, mantiveram, durante algum tempo, várias tarefas
referentes a Artilharia da Marinha.
A artilharia dos FN evoluiu de artilharia naval para artilharia de posição e artilharia de desembarque,
culminando no Grupo de Artilharia de Campanha do Regimento Naval. Nesse período, os soldados-
marinheiros participaram de guerras externas, como as campanhas contra Oribe e Rosas, contra Aguirre,
e a Guerra do Paraguai. Vale destacar que, na campanha contra Aguirre, os FN desempenharam papel
relevante na tomada da Praça Forte Paissandu, quando o Segundo-Sargento Francisco Borges de Souza se
destacou por seu heroísmo e destemor. Esse episódio ficou conhecido entre os combatentes pelo nome
de "Tomada do Forte Sebastopol".
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Por sua vez, o Batalhão Naval participou com todo seu efetivo na longa e sangrenta Guerra da Tríplice
Aliança (1864). Das 1845 praças que constituíam o efetivo do Batalhão Naval a época, 1428 estavam
embarcadas nas unidades navais em operações na Bacia do Rio da Prata, sendo 585 artilheiros e 843
fuzileiros.
1.1.4. Terceira fase - a partir de 1932
Nesta fase, de acordo com as características básicas, o CFN passou a ser empregado coma uma
combinação de tropas de variadas características.
A denominação de Corpo de Fuzileiros Navais, em 1932, assinalou o início desta terceira fase, que vem
se caracterizando par franca expansão e aprimoramento, mas conservando a tradição de disciplina e
confiança, a qual, originaria da época da Brigada Real da Marinha, manteve-se através dos tempos.
Deve ser destacada uma série de fatos ocorridos em relativo curto espaço de tempo que permitiram
esta evolução:
- a formação dos primeiros oficiais FN na Escola Naval;
- o extraordinário desenvolvimento das OpAnf na Segunda Guerra Mundial;
- a expansão da Marinha;
- o aprimoramento técnico-profissional dos oficiais por meio de cursos, estágios e visitas ao exterior;
- a criação do Campo da Ilha do Governador e, nele, o Centro de lnstrução (hoje Centro de lnstrução
Almirante Sylvia de Camargo) e a Companhia Escola (hoje Centro de lnstrução Almirante Milcíades Portela
Alves, localizado no Campo de Guandu do Sape, no subúrbio carioca de Campo Grande, RJ); e
- a obtenção de áreas para adestramento e a construção de aquartelamentos.
O progresso material alcançado, ao qual se adicionou o devido embasamento doutrinário, possibilitou
o incremento de exercícios com forças navais de países amigos que culminaram com o adestramento
interaliado na Ilha de Vieques, Porto Rico, com os FN norte americanos, holandeses e ingleses.
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Nesta fase, o CFN, coma um todo ou em parte, atuou em acontecimentos relevantes da história do
Brasil, a saber:
- posição legalista nas Revoluções Constitucionalista (1932) e lntegralista (1938);
- Segunda Guerra Mundial com destacamentos embarcados, Companhias Regionais nos portos de onde
nossas forças navais participavam do conflito e destacamento na Ilha da Trindade; e
- posição democrática na Revolução de 1964.
Par ocasião do conflito entre a Índia e o Paquistão, em 1965, o Brasil, como membro da Organização
das Nações Unidas (ONU), enviou observadores militares com uma representação do CFN, o mesmo
ocorrendo na luta deflagrada entre Honduras e El Salvador.
Nas operaçõees levadas a efeito pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na República
Dominicana, o CFN enviou um Grupamento Operativo (GptOp) integrando o Destacamento Brasileiro da
Força lnteramericana de Paz (FAIBRAS), um dos componentes da Força lnteramericana de Paz (FIP). De
março de 1965 a setembro de 1966, esse GptOp foi revezado três vezes, cumprindo as tarefas recebidas
com exemplar disciplina e eficiência técnico-profissional.
Nos últimos anos e sob a égide de orgãos lnternacionais coma a ONU e OEA, o Brasil tem enviado
militares das suas Forças Armadas para várias regiões em crises ou conflitos no mundo. Nesse contexto, o
CFN como uma tropa de elite, tem participado ativamente de Operações de Paz, Operações Humanitárias
e Assistência a Remoção de Minas, com observadores militares, supervisores, monitores ou como tropa.
Desta forma, os FN já marcaram presença em El Salvador, Honduras, antiga Iugoslávia, Moçambique,
Ruanda, Angola, Equador, Peru, Haiti, Colômbia e no Líbano. O elevado grau de profissionalismo dos seus
militares, aliado a disciplina, é fator fundamental para o êxito nesses tipos de operações e tem contribuído
para que o Brasil, cadavez mais, seja um membro atuante na nova ordem internacional.
Também, no âmbito interno, por diversas vezes o CFN teve atuação destacada no restabelecimento da
ordem, com a participação das demais forças singulares.
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Além da participação em Operações de Paz e em Operações Humanitárias, o CFN tem prestado valioso
assessoramento técnico/doutrinário, por intermédio de Grupos de Assessoramento Técnico de Fuzileiros
Navais (GAT-FN) a diversas nações tais como: Namíbia (2009); São Tomé e Príncipe (2014); e Suriname
(2017).
No âmbito interno, por diversas vezes o CFN teve atuação destacada nas operações de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO), com a participação das demais forças singulares.
Fig. 1.13 - Fuzileiros Navais nas Operações de GLO
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CAPÍTULO 2
TRADIÇÕES NAVAIS
2.1. GENERALIDADES
O presente capítulo aborda as tradições navais e a sua linguagem, sem pretensão de esgotar o assunto,
mas tão somente disseminar conhecimentos iniciais àqueles que começam, como FN, a vida de bordo,
em qualquer OM da MB.
Todos os militares, quer a bordo, quer em terra, em serviço ou não, devem proceder de acordo as
normas de boa educação civil e militar e com os bons costumes, de modo a honrar e preservar as tradições
do CFN e da MB.
2.3. A GENTE DE BORDO
O Comandante é a maior autoridade a bordo. O lmediato é o Oficial executivo cuja autoridade se segue,
em qualquer caso, a do Comandante. É, portanto, o substituto eventual do Comandante.
A Gente de Bordo compõe-se do Comandante e de sua Tripulação. O lmediato e os demais oficiais,
constituem a Oficialidade. As Praças, constituem a Guarnição. A Oficialidade e a Guarnição formam a
Tripulação da OM.
As ordens emanam do Comandante e são repassadas à Tripulação pelo lmediato, coordenador de
todos os trabalhos de bordo, exercendo também a gerência das atividades administrativas.
2.4. O PESSOAL DE SERVlÇO
Uma série de atividades de bordo é executada pelo pessoal de serviço. Originalmente, o cuidado com
o navio, em termos de zelo par sua segurança, determinou o emprego de parcelas da tripulação em
períodos de quatro horas, denominados "quartos". Resulta daí a divisão do dia em quartos de serviço,
correspondentes aos períodos entre os horários de 0000 às 0400, 0400 às 0800, 0800 às 1200, 1200 às
1600, 1600 às 2000 e 2000 às 2400 horas. O quarto de 0400 às 0800 é denominado "quarto d'alva".
2.4.1. O Oficial de Quarto ou de Serviço
No exercício de suas atribuições, quando for o Oficial mais antigo a bordo, é o representante do
Comandante. Além disso, é o responsável pela segurança do navio ou OM, pela manutenção da disciplina
e pelo cumprimento da rotina de bordo.
2.4.2. O Contramestre
É um Suboficial ou Sargento Ajudante do Oficial de Serviço.
2.4.3. O Polícia
É um Sargento ou Cabo que exerce a função de Ajudante do Oficial de serviço para efeito de fiscalização
quanto ao cumprimento da rotina e manutenção da disciplina.
2.4.4. O Ronda/Mensageiro
É um Marinheiro ou Soldado as ordens do Oficial de Serviço.
2.4.5. A Sentinela
É um Marinheiro ou Soldado destacado para um pasta de guarda, com atribuição básica de proteger a
OM ou área sujeita a legislação militar, das ameaças provocadas par elemento(s) estranho(s), possível(is)
inimigo(s) ou Agente(s) de Perturbação da Ordem Pública (APOP).
2.5. A ROTINA DE BORDO
A observação de que o dia é dividido em quartos de serviço nos indica que o dia dos homens e mulheres
do mar é marcado por certa continuidade nos trabalhos, ou seja, pela não suspensão do guarnecimento
dos serviços.
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2.5.1 O Sino de Bordo
No período compreendido entre os toques de alvorada (06h00) e de silêncio (22h00), os intervalos dos
quartos são determinados por batidas do Sino de Bordo, feitas a cada meia hora.
Tabela 2.1: Batidas do Sino de Bordo
2.5.2. O Apito do Marinheiro
Os principais eventos da rotina de bordo são ordenados por toques de apito, utilizando-se, para isso,
de um apito especial: o Apito do Marinheiro. O apito nas OM de terra e navios serve, também, para
chamadas de quem exerce funções específicas ou para alguns eventos que envolvam pequena parte da
Tripulação. Ele tem sido, ao longo dos tempos, uma das peças mais características do equipamento de
uso pessoal da Gente de Bordo. Os gregos e os romanos já o usavam para fazer a marcação do ritmo dos
movimentos de remo nas galés.
Com o passar dos anos, o apito se tornou uma espécie de distintivo de autoridade e mesmo de honra.
Na Inglaterra, o Lord High Admirai, usava um apito de ouro junto ao pescoço, preso por uma corrente; e
um apito de prata era usado pelos Oficiais exercendo cargo de Comando, como sendo um "Apito de
Comando". Tais símbolos eram levados em tanta consideração que, em combate, um Oficial que usasse
um apito preferia jogá-lo ao mar a deixá-lo cair em mãos inimigas.
O apito, hoje, continua preso ao pescoço por um cadarço, que se mantêm como parte do símbolo
tradicional, sendo utilizado para os toques de rotina e comando de manobras.
As fainas de bordo, ainda hoje, em especial as manobras que exijam coordenação e ordens contínuas
de um Mestre ou Contramestre, são conduzidas somente com toques de apito. Fazê-lo aos gritos denota
pouca qualidade marinheira do dirigente da faina e sua equipe.
O Oficial de Serviço utiliza um apito, que não é o tradicional, e serve para cumprimentar ou responder
a cumprimentos dos cerimoniais (honras de passagem) de navios ou lanchas com autoridades que passam
ao largo.
2.5.3. Eventos da Rotina Normal
Para apresentar os principais eventos que ocorrem no dia-a-dia da rotina normal nas OM da MB, serão
exemplificadas algumas fainas e ações afetas ao pessoal de serviço e outras que envolvem a tripulação
como um todo.
Com algumas variações, correspondem ao dia-a-dia das OM:
a) no quarto d'alva de 0400 às 0800 h:
I) alvorada;
II) faxina do quarto d'alva, que corresponde à limpeza e à arrumação das instalações de bordo pelo
pessoal de serviço;
III) regresso de licenciados; e
IV) sinal para a Bandeira, preparativo para o cerimonial que se seguirá.
PERÍODO BATIDA DO SINO
1ª meia-hora do quarto Uma batida singela
2ª meia-hora do quarto Uma batida dupla
3ª meia-hora do quarto Uma batida dupla e uma singela
4ª meia-hora do quarto Duas batidas duplas
5ª meia-hora do quarto Duas batidas duplas e uma singela
6ª meia-hora do quarto Três batidas duplas
r meia-hora do quarto Três batidas duplas e uma singela
8ª meia-hora do quarto Quatro batidas duplas
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b) no quarto de 0800 às 1200 h:
I) cerimonial da Bandeira - a Bandeira Nacional é içada às oito horas da manhã em todas as OM da MB,
em cerimonial que consta de sete vivas dados com o Apito do Marinheiro e, ou com toque de corneta e
das continências individuais por todo o pessoal presente nas imediações do local do cerimonial;
II) parada - formatura geral da Tripulação para a transmissão/recebimento de ordens;
III) início do 1º tempo de adestramento e expediente, que termina próximo ao meio-dia;
IV) rancho para serviço; e
V) sinal do meio-dia e o rancho geral.
c) no quarto de 1200 às 1600 h:
I) período de recreação, após o rancho;
II) início do 2º tempo de adestramento e expediente;
III) formatura para distribuição de faxinas;
IV) inspeção, quando todas as incumbências de bordo são vistoriadas; e
V) volta às faxinas e término do 2º tempo de adestramento e expediente.
d) no quarto de 1600 às 2000 h:
I) autorização para baixar a terra, ou seja, o licenciamento;
II) período de recreação;
III) sinal para a Bandeira;
IV) cerimonial da Bandeira - a Bandeira Nacional é arriada por ocasião do pôr do sol com formatura geral
da tripulação ou de todos que se encontram a bordo.Após o cerimonial do pôr do sol, é costume o
cumprimento de boa noite por todos os militares presente aos militares mais antigos;
V) rancho para serviço; e
VI) rancho geral.
e) no quarto de 2000 às 2400 h:
I) formatura de todos os militares que se encontram a bordo, após o licenciamento para divulgação de
instruções para o período noturno. Essa formatura é conhecida como Revista do Recolher; e
II) silêncio.
f) no quarto de 0000 às 0400 h - Neste período é redobrada a atenção do pessoal de serviço com a
segurança, uma vez que, desde o Silêncio, o restante do pessoal a bordo estará recolhido para descanso.
2.6. COSTUMES ROTINEIROS
2.6.1. Saudação entre militares
A saudação entre militares é a continência. Ela é uma reminiscência do antigo costume que tinham os
combatentes medievais, limitados por suas armaduras, levarem a mão direita a têmpora para suspender
a viseira e permitir a sua identificação, ao serem inspecionados por um superior.
2.6.2. Saudar o Oficial de Serviço
Todos que entram a bordo obrigatoriamente saúdam o Oficial de Serviço e pedem licença para entrar
a bordo. Da mesma forma, para retirar-se de bordo, qualquer pessoa deve obter permissão do Oficial de
Serviço e dele se despedir.
2.6.3. Saudar a Bandeira Nacional
É costume, ao entrar-se a bordo pela primeira vez no dia, saudar a Bandeira Nacional, bem como ao
retirar-se de bordo. Esse costume deve ser estendido aos pavilhões de outras nações quando em visita a
navios estrangeiros.
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2.6.4. Dar o pronto da execução de ordem recebida
O subordinado dará o pronto a seu superior da execução das ordens que dele tiver recebido, bem como
o manterá informado do andamento das tarefas por ele determinadas.
2.6.5. Uniformes a bordo
É obrigatório possuir a bordo todos os uniformes previstos em quantidade suficiente e em condições
de pronto uso.
2.7. INSTALAÇÕES DE BORDO
Instalações e compartimentos a bordo recebem denominações típicas da linguagem dos homens e
mulheres do mar.
2.7.1. Alojamentos
Câmara, Camarote, Alojamento e Coberta são locais destinados a alojar o pessoal de bordo. A Câmara
é destinada ao Comandante. Os Camarotes e Alojamentos aos Oficiais, Suboficiais e Primeiros-Sargentos.
As Cobertas aos demais Sargentos, Cabos, Marinheiros e Soldados.
2.7.2. Ranchos
Nas OM, de uma forma geral, haverá os seguintes ranchos: rancho do Comandante, normalmente
agregado à Câmara; rancho dos Oficiais, realizado na Praça D'armas, que é capitaneado pelo Imediato;
rancho dos Suboficiais e Primeiros-Sargentos; e os ranchos das demais Praças, que, nos navios recebe a
denominação de Coberta de Rancho.
2.7.3. Praça D'armas
Compartimento onde funcionam o refeitório e a sala de estar dos Oficiais nos navios de guerra e nas
OM de terra. A expressão originou-se do fato de, no tempo da Marinha a vela, ser no compartimento
reservado à refeição dos Oficiais que se guardava o armamento portátil de que dispunha o navio.
2.7.4. Escoteria
Local, nas OM, onde são guardadas as armas portáteis e as de porte.
2.7.5. Sala de Estado
Dependência destinada à permanência do Oficial de Serviço e seus auxiliares.
2.7.6. Salão de Recreio
Compartimento destinado ao uso pelas Praças nos períodos de recreação, previstos na rotina de bordo.
2.7.7. Paiol
Compartimento destinado à guarda ou armazenamento de materiais, como, por exemplo, munição,
rancho, tintas, equipagens, fardamento etc.
2.7.8. Bailéu
Compartimento destinado ao recolhimento de presos.
2.7.9. Secretaria
Dependência da OM onde são executadas atividades administrativas.
2.7.10. Corpo da Guarda
Dependência destinada ao serviço e ao alojamento do pessoal em serviço de guarda.
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2.8. AS FAINAS
Fainas são trabalhos que envolvem o pessoal de bordo para um fim específico, classificando-se,
conforme o caso, em gerais ou parciais. São também classificadas como, comuns, de rotina, ou de
emergência. As fainas comuns são ordenadas como nas atividades previstas na rotina, ou seja, por meio
de toques de apito ou corneta e anúncio por fonoclama. As fainas de emergência são ordenadas por sinais
de alarme, seguidos de aviso específico sobre a faina. Em um navio de guerra, as seguintes fainas são
importantes para os procedimentos a serem adotados pelos Fuzileiros Navais a bordo: faina geral de
postos combate; fainas comuns de recebimento de combustível e munição; e as fainas de emergência de
incêndio, colisão e abandono.
2.9. OS UNIFORMES
Com vistas a pronta identificação, a utilização de platinas, galões, distintivos e divisas obedece às
seguintes normas: Oficiais e Suboficiais usam platinas nos ombros dos uniformes brancos, galões nos
punhos dos uniformes azuis e distintivos nas golas dos uniformes cinza ou bege. Sargentos, Cabos,
Marinheiros e Soldados usam sempre, para distinção de graduação, divisas nas mangas desses uniformes.
No uniforme camuflado, os distintivos de Oficiais e Suboficiais são utilizados na gola. As divisas das demais
Praças, neste uniforme, são usadas nas mangas.
2.9.1. Uniformes característicos
a) o uniforme do Marinheiro
O uniforme típico do Marinheiro é universal. Suas peculiaridades são o lenço preto ao pescoço e a gola
azul com três listras. O lenço tem sua origem na artilharia dos tempos antigos da Marinha a vela. Os
marujos usavam um lenço na testa, amarrados atrás da cabeça, durante os combates. Este procedimento
evitava que o suor, misturado à graxa e mesmo à pólvora das peças que atiravam, escorresse para os
olhos, ao final dos combates eles giravam o lenço e o amarravam no pescoço, com o nó para frente. Hoje
simbolicamente, o lenço é colocado em torno do pescoço.
A gola do marinheiro é bastante antiga. Era usada para proteger a roupa das substâncias gordurosas
com as quais os marujos untavam o "rabicho" de suas cabeleiras. O uso do rabicho desapareceu, mas a
gola permaneceu como parte do uniforme. A cor azul é adotada por quase todas as Marinhas do mundo.
b) o uniforme do FN
Conforme descrito anteriormente, no artigo 1.2 sobre símbolos e costumes do CFN, o Gorro de Fita e
os uniformes Garança e Bege de Verão, são símbolos bem tradicionais que trazem uma identidade única
aos Fuzileiros Navais, permitindo sua identificação a distância.
2.10 - A LINGUAGEM DO MAR
Este artigo contém uma pequena mostra de expressões de uso consagrado na Marinha do Brasil,
visando a uma adaptação inicial com a linguagem própria da Força: a linguagem dos homens e mulheres
do mar.
2.10.1 - O navio e as posições relativas a bordo
a) Nomenclatura das partes mais importantes
I) Casco
É o corpo do navio sem levar em consideração os mastros, aparelhos e outros acessórios. Não possui uma
forma geométrica única, sendo sua principal característica ter um plano de simetria (plano diametral),
que se imagina passar pelo eixo da quilha, dividindo-o, verticalmente, em duas partes no sentido do
comprimento.
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Fig 2.1 - Vista de uma seção do casco de um navio
II) Quilha
É a peça estrutural básica do casco do navio, disposta na parte mais baixa do seu plano diamentral, em
quase todo o seu comprimento. É considerada a "espinha dorsal" do navio.
III) Cavernas
São assim chamadas as peças curvas que se fixam transversalmente à quilha do navio e que servem
para dar forma ao casco e sustentar o chapeamento exterior.
IV) Costado
É a parte do forro exterior do casco situada acima da linha d’água.
V) Anteparas
São as separações verticais que subdividem, em compartimentos, o espaço interno do casco, em cada
pavimento.
Fig 2.2 - As partes mais importantes do navio
VI) Proa
É a extremidade dianteira ou anterior do navio.
VII) Popa
É a extremidade posterior do navio.
VIII) Bordos
São as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral. Boreste (BE) é a parte à
direita, e bombordo (BB)à esquerda, supondo-se o observador situado no plano diametral e olhando para
a proa.
IX) Convés
É a denominação atribuída aos pavimentos com que o navio é dividido no sentido da altura. O primeiro
pavimento contínuo de proa a popa, contando de cima para baixo, que é descoberto em todo ou em
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parte, tem o nome de convés principal. Abaixo do convés principal, os conveses são designados da
seguinte maneira: segundo convés, terceiro convés, etc. Eles também podem ser chamados de cobertas.
Um convés parcial, acima do principal, é chamado convés da superestrutura.
X) Convés de vôo ou convôo
É o convés principal dos navios-aeródromos, que se estende de popa a proa, constituindo sua pista de
decolagem e pouso. Em outros tipos de navios é o convés dedicado a operação com aeronaves, nesses
navios normalmente não se estende de proa a popa.
XI) Superestrutura
É a construção feita sobre o convés principal, estendendo-se ou não de um bordo a outro, e cuja
cobertura é, em geral, ainda, um convés.
XII) Castelo da proa ou simplesmente castelo
É a superestrutura na parte extrema da proa.
XIII) Tombadilho
É a superestrutura na parte extrema da popa.
XIV) Superestrutura central
É a existente a meia-nau. Nela normalmente são encontrados dois importantes conveses: o tijupá,
convés geralmente aberto e mais elevado do navio, onde é instalada a agulha magnética padrão e outros
instrumentos que não devem ficar cobertos; imediatamente abaixo do tijupá, encontra-se o passadiço,
pavimento dispondo de uma ponte (passagem) na direção de BB a BE, de onde o Comandante dirigi a
manobra do navio e onde permanece o oficial de quarto quando em regime de viagem.
XV) Porão
É o espaço entre o convés mais baixo e o fundo do navio. Nos navios transporte, ele é, também, o
compartimento estanque onde se acondiciona a carga.
XVI) Bailéu
É um pavimento parcial abaixo do último pavimento contínuo, isto é, no espaço do porão. Nele fazem-
se paióis ou outros compartimentos semelhantes. É, também, uma expressão naval utilizada para
designar a prisão a bordo. Essa acepção decorre do fato de, na Marinha antiga, tais prisões ficarem
situadas no bailéu dos navios.
XVII) Portaló
É a abertura feita na borda ou passagens nas balaustradas, por onde o pessoal entra e sai do navio, ou
por onde passa a carga leve. Há um portaló de BB e um de BE, sendo esse último considerado o portaló
de honra dos navios de guerra.
b) Posições relativas a bordo
I) A vante e a ré
Diz-se que qualquer coisa é de vante ou está a vante (AV) quando está na proa, e que é de ré ou está a
ré (AR) quando está na popa. Se um objeto está mais para a proa que outro, diz-se que está por ante-a-
avante (AAV) dele; se está mais para a popa, diz-se que está por ante-a-ré (AAR).
II) Cobertas abaixo
Diz-se que algo se encontra cobertas abaixo quando está nos conveses cobertos.
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III) Cobertas acima
Diz-se de atividade, faina, etc. realizada no convés ou em pavimento a céu aberto.
IV) No convés
Diz-se que algo se encontra no convés quando está em um convés descoberto.
2.10.2 Expressões do cotidiano
a) safo - é a palavra mais usual na Marinha. Serve para tudo que está correndo bem ou que faz correr as
coisas bem: "Oficial safo", "Marinheiro safo". "A faina está safa". "Consegui safar o navio do banco de
areia". "A entrada é safa, pode demandar: não há obstáculos";
b) onça - também de grande uso. É dificuldade: "onça de dinheiro", "onça de sobressalente". Estar na
onça é estar em apuros. "A onça está solta", quer dizer que tudo está ruim a bordo ou que algo de ruim
pode acontecer. A expressão vem de uma velha história de uma onça de circo que, durante uma
tempestade, se soltou a bordo de um navio mercante;
c) safa onça - é a combinação das duas expressões anteriores. Significa salvação. "Safa onça" é tudo que
soluciona uma emergência. "Safei a onça agarrando uma tábua que flutuava". "O meu safa-onça foi um
pedaço de queijo, que ainda restava no barco; do contrário, morreria de fome". "Este livro é o safa-onça
de inglês";
d) pegar - é o contrário de estar safo. Significa entravar, não conseguir andar direito. "Tenente, o rancho
está pegando, não chegou a carne". "Este Mestre D'armas não serve; com ele tudo pega". "Comandante,
não pude chegar a tempo, a lancha pegou bem no meio da baía". Parece que a expressão vem de pegar
tempo, ou seja, pegar mau tempo. "Aquele FN não conseguiu safar-se para a parada: pegou tempo para
arranjar um gorro de fita novo";
e) caverna mestra - é a caverna da seção mestra do navio, normalmente situada a meia-nau, sendo a
maior de todas as cavernas. Diz-se de um militar que, por achar- se há mais tempo no navio e ser dedicado
às coisas de bordo, torna-se profundo conhecedor dos problemas e peculiaridades do mesmo.
Tradicionalmente o militar Caverna Mestra do navio, ou unidade, faz a entrega da Flâmula de Comando
para o Comandante que passa o comando durante a cerimônia de passagem de comando;
f) boia de espera, ficar na boia de espera - esperar a vez; aguardar promoção;
g) cochar - proteger; cuidar com preferência de (alguém); proporcionar as melhores situações a alguém.
Cocha é o empenho ou a recomendação de pessoa importante. É também a pessoa que faz esse empenho
ou recomendação. Cochado, por sua vez, é o protegido, recomendado;
h) voga - ritmo ou regime imprimido a uma atividade ou trabalho. "voga picada" significa uma voga
puxada, com ritmo acelerado. "Voga larga" significa uma voga frouxa, com ritmo mais lento, cadenciado.
Vem da velocidade das remadas ditada pelo patrão aos remadores de uma embarcação;
i) arvorar - desistir de uma empreitada. Suspender a execução de uma atividade determinada
anteriormente. Diz-se, também, sobre um navio ou barco quando apresenta um pavilhão perfeitamente
identificado, por exemplo: "a lancha arvorava o pavilhão do Comandante de Operações Navais"; e
j) rosca fina - diz-se de um superior que é mais exigente na observância de normas, regulamentos e na
execução das fainas e tarefas. Que toca "voga picada". Vem da comparação com o parafuso de rosca fina
que "aperta mais".
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CAPÍTULO 3
HIERARQUIA, DISCIPLINA E CORTESIA
3.1. HIERARQUIA E DISCIPLINA
A hierarquia e a disciplina são as bases institucionais das Forças Armadas, conforme prevê o art. 142º
da nossa Constituição da República. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das forças
armadas. A ordenação se faz por posto ou graduação; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz
pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de
acatamento à sequência de autoridade.
Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
desse organismo.
A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre os
militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Quando se fala de disciplina no CFN, não se quer referir simplesmente aos regulamentos, às punições
ou a uma condição de subserviência. O que se quer dizer é a exata execução das ordens, decorrente de
uma obediência inteligente e voluntária, e não de uma disciplina baseada somente no temor.
A punição de militares por quebra da disciplina é às vezes necessária, mas apenas para corrigir os rumos
daqueles que ainda não foram capazes de fazer parte de uma equipe.
A disciplina é necessária a fim de assegurar a correta execução das ações ordenadas, as quais serão de
grande importância, principalmente nas situaçõesde combate. O FN precisa ser capaz de reconhecer e
enfrentar o medo por ser este o inimigo da disciplina em determinadas situações. O medo não controlado
transformar-se-á em pânico e a Unidade que entrar em pânico não será mais uma Unidade disciplinada e
sim uma turba. Não há pessoa sã que não sinta medo, mas com disciplina e moral elevado, todos podem
enfrentar o perigo.
Um FN aprende a ser disciplinado adquirindo um senso de obrigação para com próprio, com seus
companheiros, com seu Comandante e com o CFN. Ele aprende que é membro de uma equipe organizada,
treinada e equipada com o propósito de engajar e derrotar o inimigo. A meta final da disciplina militar é
a eficiência em combate a fim de garantir que uma Unidade lute corretamente, conquiste seus objetivos,
cumpra a missão recebida e auxilie outras Unidades na execução de suas tarefas.
Um Comandante é investido do mais alto grau de autoridade, que se estende, inclusive, aos assuntos
que dizem respeito aos indivíduos que estejam sob suas ordens. Incluem-se nesse caso, a preocupação
com a alimentação, o cuidado e o modo de usar os uniformes, os hábitos de higiene, as condições de
saúde e os fatores morais, todos afetando direta ou indiretamente as vidas de cada um.
É importante que o FN obedeça prontamente às ordens de seu Comandante, o qual é particularmente
interessado no bem-estar dos liderados sob seu comando. Desenvolvendo o hábito da pronta obediência
a todas as ordens, o FN alcançará a disciplina individual e da sua Unidade. A pronta e imediata obediência
deve ser um reflexo condicionado que conduzirá à vitória no campo de batalha.
Será demasiadamente tarde adquirir disciplina no campo de batalha. É preciso que ela seja conseguida
em tempo de paz nas atividades diárias. Um FN treina com seus companheiros de modo que, como uma
equipe, consigam cumprir tarefas com variados graus de dificuldade e possam se orgulhar de seus atos.
O FN deve se comportar como um representante de uma tradicional e gloriosa instituição e não como um
indivíduo isolado.
3.2. CORTESIA MILITAR
Todo militar deve provas de disciplina e cortesia aos superiores, como tributo natural à autoridade de
que se acham investidos por lei, manifestadas em todas as circunstâncias por atitudes e gestos precisos e
rigorosamente observados. A espontaneidade, a presteza e a correção dos sinais de respeito são indícios
seguros do grau de disciplina das corporações militares, bem como da educação e do grau de instrução
profissional de seus integrantes.
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3.3. CONTINÊNCIA
A continência é a mais importante de todas as cortesias militares. Essa saudação militar é impessoal e
visa à autoridade e não à pessoa. Os elementos essenciais da continência individual são a atitude, o gesto
e a duração, de acordo com a situação dos executantes. A continência parte sempre do mais moderno. O
mais antigo tem o dever de responder à continência que lhe é feita e, dessa forma, dar aos companheiros
de farda uma prova da consideração e de respeito mútuo que devem existir entre os membros da Família
Naval. O militar isolado presta continência individual à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, aos
superiores e a outras autoridades. A continência individual não pode ser dispensada e é feita a qualquer
hora do dia ou da noite.
3.5. APRESENTAÇÕES - TRATAMENTO ENTRE MILITARES
O FN que se apresenta ou for apresentado a um superior assume a posição de sentido e anuncia seu
posto ou graduação, nome de guerra e função. A Praça para falar ou apresentar-se a um Oficial, aproxima-
se deste a uma distância aproximada de dois passos, assume a posição de sentido, presta a continência,
desfazendo-a após a apresentação pessoal independentemente de ordem, permanecendo, entretanto,
na posição de sentido. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao
mais moderno. O FN não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar o superior, mas,
se o superior o fizer, o FN não pode se recusar ao cumprimento. Em recinto coberto, a Praça armada de
fuzil não faz ombro-arma para falar ou apresentar-se ao superior, assumindo, apenas, a posição de
sentido. Para retirar-se da presença do superior, o FN presta a continência e pede licença para se retirar.
Concedida a licença, o militar faz a meia volta regulamentar e inicia o seu deslocamento com o pé
esquerdo. O FN chamado por um superior apressa-se para atendê-lo; no quartel, no navio ou em
campanha, acelera o passo e, na distância apropriada, faz o alto seguido da continência.
3.6. PROCEDIMENTOS DO FUZILEIRO NAVAL EM DIVERSAS SITUAÇÕES
Quando um FN que esteja fumando ou conduzindo pequeno embrulho com a mão direita encontra um
superior, passa para a mão esquerda o cigarro ou o embrulho e presta a continência regulamentar.
Se o FN encontrar um superior em uma escada, cede-lhe o melhor lugar e saúda-o fazendo alto, com a
frente voltada para ele.
Todo FN deve se levantar sempre que passar uma tropa nas proximidades de onde se encontra; caso
esteja andando, deverá parar, voltando a frente para essa tropa.
No quartel, navio ou outro estabelecimento militar, a Praça, diariamente, faz alto para a continência
ao Comandante na primeira oportunidade que o encontrar. Das outras vezes, gira a cabeça com vigor,
encarando-o. Fora dessas dependências, cumprimenta o superior sempre que encontrá-lo.
Quando um militar entra em um estabelecimento público, percorre com o olhar o recinto para verificar
se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar onde estiver, presta a continência.
O FN que entrar em um quartel ou navio deverá prestar continência à Bandeira Nacional se ela estiver
hasteada e apresentar-se imediatamente ao Oficial de Serviço.
Quando dois militares se deslocam juntos, o mais moderno cede a direita ao mais antigo. Em uma
calçada, o mais moderno deslocar-se-á deixando o lado interno da calçada para o deslocamento do mais
antigo.
Em embarcações ou viaturas, o embarque é feito do mais moderno para o mais antigo. Por ocasião do
desembarque, os militares seguem a ordem inversa. Em circunstâncias especiais, o mais antigo poderá
determinar que mais modernos desembarquem na sua frente utilizando a expressão "SALTA QUEM
PODE". Ainda em embarcações e viaturas, os lugares de honra deverão ser reservados aos mais antigos.
3.7. POSTOS, GRADUAÇÕES E PRECEDÊNCIA ENTRE MILITARES
3.7.1. Estatuto dos Militares {Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980) no que se refere à precedência
entre os militares, estabelece o seguinte:
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a) posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro1 de
Força Singular e confirmado em Carta Patente;
b) graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pela autoridade militar competente;
c) os Guardas-Marinha, os Aspirantes a Oficial e os alunos de órgãos específicos de formação de militares
são denominados Praças Especiais;
d) os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Especialidades ou Subespecialidades
são fixados, separadamente, para cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica;
e) os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos tenham denominação
comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro,
Arma ou Serviço e, se ainda necessário, a Força Armada a que pertencerem, conforme os regulamentos
ou normas em vigor; e
f) sempre que o militar da Reserva Remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá
fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua situação.
3.7.2. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é
assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional
estabelecida em lei.
A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do atoda
respectiva promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada
outra data.
No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antiguidade será estabelecida:
a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição nas respectivas escalas
numéricas ou registros existentes em cada força;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior, se ainda assim subsistir a
igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de Praça e à data de
nascimento para definir a precedência, e, neste último caso, o de mais idade será considerado o mais
antigo;
c) na existência de mais de uma data de Praça, inclusive de outra Força Singular, prevalece a antiguidade
do militar que tiver maior tempo de efetivo serviço na Praça anterior ou nas Praças anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo com o regulamento do
respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas letras a, b, e c.
Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de carreira na ativa e os da
reserva remunerada ou não, que estejam convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto
ou graduação.
_______________________________________________________________________________
1 Após a criação do Ministério da Defesa, os atos privativos dos Ministros passaram à responsabilidade dos Comandantes das Forças
Singulares, entretanto, não houve alteração na Lei do Estatuto dos Militares.
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3.7.3. Em legislação especial, regular-se-á:
a) a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em comissão no País ou no
estrangeiro; e
b) a precedência nas solenidades oficiais.
3.7.4. A precedência entre as Praças Especiais e as demais Praças é assim regulada:
a) os Guardas-Marinha e os Aspirantes a Oficial são hierarquicamente superiores às demais Praças;
b) os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os Cadetes, alunos da Academia Militar das Agulhas Negras e
da Academia da Força Aérea, bem como os alunos da Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica são
hierarquicamente superiores aos Suboficiais e aos Subtenentes;
c) os Alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm precedência sobre os Terceiros
Sargentos, aos quais são equiparados;
d) os alunos dos órgãos de formação de Oficiais da Reserva, quando fardados, têm precedência sobre os
Cabos, aos quais são equiparados; e
e) os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros de formação de Sargentos, que
a eles são equiparados, respeitada, no caso de militares, a antiguidade relativa.
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CAPÍTULO 4
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AOS MILITARES DA MARINHA DO BRASIL
4.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo tem o propósito de apresentar algumas leis referentes aos militares. Este capítulo não esgota
o assunto, mas serve de orientação inicial.
4.2. LEIS E REGULAMENTOS
4.2.1. Constituição Federal (CF)
A Constituição Federal é a lei suprema de um país, a partir da qual todas as demais devem se
subordinar.
A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 05 de outubro de 1988 e procura
instituir um Estado Democrático de Direito, destinado a assegurar o exercício dos direitos e deveres
individuais e coletivos, dos direitos sociais e políticos, garantindo o direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade. Além disso, constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil a construção de uma sociedade livre justa e solidária, o desenvolvimento nacional, a redução das
desigualdades sociais e o bem estar de todos, numa sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
As Forças Armadas (FA) estão previstas no artigo 142 da CF. Conforme este artigo, as FA são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e da disciplina.
A CF destinou às Forças Armadas a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e a garantia
da lei e da ordem.
A CF proíbe ao militar a sindicalização, a greve e a filiação a partidos políticos.
4.2.2. Estatuto dos Militares (EM) - Lei 6.880/80
Regula a situação, obrigação, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das FA, tanto da ativa
quanto da inatividade, respeitando-se os preceitos fundamentais da hierarquia e da disciplina. O EM
contém normas sobre: valores e a ética militar; tempo de compromisso militar; férias, licenças e outros
afastamentos; agregação; exclusão e licenciamento do serviço ativo; tempo de serviço; e outras situações
especiais.
O EM enumera os direitos do militar, tais como a garantia da patente, a proteção social, os proventos,
a assistência médica e outros. Da mesma forma, estabelece que o militar que se julgar prejudicado ou
ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer ou
interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação.
Ao mesmo tempo é dever dos Comandantes e Chefes diretos de cada militar zelar por seus direitos,
bem como dar a devida atenção aos seus recursos, pedidos de reconsideração, queixas ou
representações, de acordo com a regulamentação específica de cada uma das Forças Singulares (FS).
Em que pese não haver mais a proibição de recurso ao judiciário, antes de esgotados os recursos
administrativos, a busca por soluções das controvérsias pela via administrativa, demonstra, por parte do
subordinado, a confiança na instituição pelo resguardo de seus direitos e, por parte do superior
hierárquico, o devido zelo para com os direitos do subordinado.
4.2.3. Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) - Decreto 88.545/83
O RDM tem como propósito a especificação e a classificação das contravenções disciplinares e o
estabelecimento das normas relativas a amplitude e a aplicação das penas disciplinares, à classificação do
comportamento militar e a interposição de recursos contra as penas disciplinares.
Entende-se por contravenção disciplinar toda ação ou omissão contrária às obrigações ou deveres
militares estabelecidos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que
fundamentam a Organização Militar (OM), desde que não seja configurado como crime pelo Código Penal
Militar (CPM).
O artigo 7º do RDM enumera as contravenções disciplinares.
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4.2.4. Código Penal Militar (CPM) - Decreto-Lei 1.001/69
Legislação especial que abrange a aplicação da Lei Penal Militar. Este código define os crimes militares
em tempo de paz e em tempo de guerra, bem como as normas gerais e os princípios que regulam a
aplicação da Lei Penal Militar.
Na forma dos artigos 9º e 10°, são crimes militares em tempo de paz os crimes:
a) praticados por militar da ativa em uma das seguintes hipóteses:
- quando a vítima for militar da ativa;
- quando praticados em local sujeito à administração militar;
- quando em serviço, em formatura ou em manobra;
b) praticados por qualquer pessoa, mesmo que civil, em uma das seguintes hipóteses:
- quando contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
- quando a vítima for militar em local sujeito à Administração Militar;
- quando a vítima for militar em formatura, em manobra ou em prontidão;
- quando a vítima for militar no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem
pública ou em função de natureza militar, mesmo que em local não sujeito à administração militar.
4.2.5. Código de Processo Penal Militar (CPMM)
Codifica toda a matéria relativa à parte processual penal militar em tempo de paz ou de guerra, sem
ter o seu aplicador de recorrer à legislação penal comum, salvo em casos muito especiais. Possui normastambém para a condução dos Inquéritos Penais Militares (IPM), o qual é o procedimento adequado para
a investigação dos crimes militares.
4.2.6. Remuneração dos militares - Medida Provisória nº 2.215-10/20016
A remuneração dos militares, em tempo de paz, é composta pelo soldo, pelos adicionais e pelas
gratificações. Além da remuneração, os militares fazem jus a outros direitos remuneratórios, tais como:
o auxílio-fardamento; auxílio-transporte; auxílio natalidade; assistência pré-escolar; adicional de férias e
natalino; entre outros.
Há ainda a previsão de descontos e hipóteses de suspensão da remuneração como, por exemplo,
quando o militar se encontra na situação de desertor.
4.2.7. Planejamento de carreira
O planejamento da carreira tem o propósito de contribuir para o atendimento das necessidades de
pessoal da Marinha, relativas a cada Corpo ou Quadro, por postos e graduações, na quantidade e
habilitação requeridas. Também contribui para orientar os militares na administração de suas carreiras.
O Sistema de Pessoal da Marinha {SISPES) prevê a existência dos Planos de Carreira como seus
documentos constitutivos, eles são aprovados pelo Comandante da Marinha (CM), conforme estabelecido
pelo parágrafo único do art. 59 da Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980 - Estatuto dos Militares - e
orientam as ações de preparo e emprego de militares de carreira, visando ao atendimento das
necessidades do Serviço Naval. Consolida se como documento normativo de orientação profissional ao
estabelecer diretrizes para o gerenciamento da carreira dos diversos Corpos e Quadros, fixar condições
para o acesso seletivo, gradual e sucessivo e assegura fluxos de carreira regulares, equilibrados e
contínuos.
Os Planos de Carreira se dividem em:
a) o Plano de Carreira de Oficiais da Marinha {PCOM) permite o gerenciamento da carreira de Oficiais;
b) o Plano de Carreira de Praças da Marinha {PCPM) permite o gerenciamento da carreira de Praças.
4.2.8. Regulamento de Promoção de Praças da Marinha (RPPM) - Decreto nº 4.034/20017
Dispõe sobre os critérios e as condições para regular as promoções e a aplicação da quota compulsória
para as Praças de carreira da Marinha. O acesso à hierarquia militar se dá de forma seletiva, gradual e
sucessiva, mediante promoções. É fundamentado, principalmente, no valor moral e ético do militar. A
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Marinha possui diversos critérios de promoção. As promoções podem ser por merecimento, por
antiguidade, por bravura, post mortem e por ressarcimento de preterição.
4.2.9. Cerimonial da Marinha - Portaria nº 368/MB/20168
Tem por finalidade estabelecer os procedimentos relativos ao cerimonial a serem observados nos
navios e nas demais OM da Marinha do Brasil. O Cerimonial prevê normas de cortesia e respeito, honras
de portaló, uso de bandeiras, salvas, honras prestadas às autoridades civis e militares e procedimentos
para visitas, datas festivas e honras fúnebres.
4.2.10. Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB) - Portaria nº 424/MM/1994
Tem por propósito estabelecer os uniformes da Marinha e regular seu uso, posse e
confecção. Os uniformes determinados por esse Regulamento têm por finalidade principal caracterizar os
militares da Marinha, permitindo, à primeira vista, distinguir não só os seus postos ou graduações, como
também, os corpos ou quadros a que pertencem.
4.2.11. Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças
Armadas (RCont) - Portaria GM-MD nº 1.143/2022
As prescrições desse Regulamento aplicam-se às situações diárias da atividade castrense, estando o
militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas cerimônias e solenidades de natureza
militar ou cívica e terão por finalidade:
a) estabelecer as honras, as continências e sinais de respeito que os militares prestam a determinados
símbolos nacionais e às autoridades civis e militares;
b) regular as normas de apresentação e de procedimento dos militares, bem como as formas de
tratamento e a precedência entre eles; e
c) fixar as honras que constituem o Cerimonial Militar no que for comum às FA.
4.2.12. Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) - Decreto nº 95.480/19879
Tem como propósito consolidar as disposições fundamentais relativas à organização e forças navais e
demais estabelecimentos da Marinha, bem como aquelas relacionadas com o pessoal, seus deveres e
serviços. Constitui-se em documento normativo essencial para a correta condução das atividades diárias
a bordo das OM. Seu pleno conhecimento é obrigatório para todos aqueles que servem à Marinha. Seu
manuseio constante e a fiel observância contribuem significativamente para um desempenho profissional
uniforme e eficiente. A OGSA veicula, também, a preservação de valores que se cristalizaram nas tradições
navais, permitindo assim, uma desejável continuidade nos usos, costumes e linguagem naval.
4.2.13. Normas Gerais para a Organização, o Preparo e o Emprego das Forças Armadas - Lei
Complementar nº 97/199910
O artigo 142 da CF estabelece que as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, Exército e
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, à garantia da lei e da ordem.
Nessa linha de raciocínio, essa Lei Complementar estabelece a subordinação das FA ao Ministro da Defesa
(MD). Cabe aos Comandantes Militares das FA o preparo de seus órgãos operativos e de apoio,
obedecendo as políticas estabelecidas pelo MD. Ela possui normas quanto ao emprego das FA na defesa
da Pátria, na garantia dos poderes constitucionais, na garantia da lei e da ordem e na participação em
operações de paz.
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4.2.14. Conselho de Justificação – Lei nº 5.836/1972
É um órgão da Administração Militar, composto por três Oficiais, da Ativa, da FA do justificante, de
posto superior ao seu. É destinado a julgar, através de processo especial, a incapacidade ou não do Oficial
- militar de carreira - para permanecer na Ativa, criando-lhe, ao mesmo tempo, condições para se
justificar. Pode, também, ser aplicado ao Oficial da Reserva Remunerada ou Reformado, presumivelmente
incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
4.2.15. Conselho de Disciplina - Decreto nº 71.500/1972
É um órgão da Administração Militar, composto por três Oficiais, de natureza disciplinar, jurisdicional
e consultiva. Destina-se a julgar a incapacidade ou não das Praças das FA com estabilidade assegurada,
para permanecerem na Ativa, criando-lhes, ao mesmo tempo, condições para se defenderem. Serão
submetidas ao Conselho de Disciplina, as Praças com procedimento incorreto no desempenho do cargo,
que tiverem conduta irregular, que tiverem praticado de ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar
ou o decoro da classe, ou que tenham sido condenadas até a dois anos de pena por crime doloso, entre
outras hipóteses.
Os militares sem estabilidade assegurada podem ser excluídos do serviço ativo sem a necessidade de
constituição de um Conselho de Disciplina.
4.2.16. Lei do Serviço Militar - Lei nº 4.375/196411
Esta lei estabelece as principais peculiaridades das FA, como a obrigatoriedade e execução do Serviço
Militar, assim como, o recrutamento, a dispensa de incorporação, do licenciamento, da reserva, das
infrações e penalidades, dos direitos e deveres dos reservistas, dentre outros. Esta lei não se aplica às
Praças do CFN pois são concursadas e não estão enquadradas no Serviço Militar Obrigatório.
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EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA
5.1 - A FAMÍLIA
A família é o primeiro grupo natural do homem e a menor fração da sociedade. Através dafamília o
homem estabelece laços com o passado e com o futuro, por meio dos seus ascendentes e descendentes,
respectivamente. Assim, considera-se a família a "célula mater" da sociedade. “A família é a Pátria
amplificada”.
5.5. PÁTRIA
Rui Barbosa disse: "A Pátria é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e
o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade."
A Pátria é a reunião de todas as pessoas que vivem em comunidade nacional dentro de um mesmo
país.
Comunidade nacional são todas as pessoas que falam a mesma língua, que trabalham regidos pelas
mesmas leis, tendo os mesmos deveres e direitos, servindo à mesma Bandeira. "Honre sua Pátria,
defenda-a em qualquer terreno, em qualquer ocasião e sem vacilações. Honre a família e mantenha o seu
nome no grau mais elevado. Obedeça às leis e regulamentos. Respeite os seus superiores e não maltrate
os subordinados. Se for injusto, seja por ter perdoado, nunca por ter castigado". Proferida por Joaquim
Marques Lisboa, Almirante Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha, ao Guarda-Marinha, seu
sobrinho trineto, em 1895.
Patriotismo é o sentimento irresistível que prende o cidadão à terra onde ele nasce. É a trama de
afetos que, através das gerações se vai tecendo nas almas de cada um e ao redor do solo querido.
Externamente, é a emoção que se sente ao ouvir os acordes do Hino Nacional e ao ver desfraldar a
Bandeira da Pátria. Em essência, é a crença na defesa dos ideais de nacionalidade. É a expressão de
carinho que liga todos os cidadãos à terra que lhes serviu de berço. O Patriotismo é a força de coesão
poderosa que torna os nacionais solidários em um interesse comum, ensinando-os a bem-querer, servir,
honrar e defender a Pátria.
5.7. A RESPONSABILIDADE SOCIAL
A responsabilidade social é a atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cidadania com
garantia de acesso aos bens e serviços essenciais e, ao mesmo tempo, tendo como princípios gerenciais a
preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais potencializando a capacidade das gerações
futuras de atender às suas próprias necessidades.
Esse conceito impele a organização a responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na
sociedade e no meio ambiente, sejam eles positivos ou negativos. Além disso, as organizações podem
contribuir para a melhoria das condições de vida na sociedade, por meio de ações voltadas para a
responsabilidade social e um comportamento ético e transparente, visando um desenvolvimento
sustentável.
5.8. O HOMEM E A MULHER DO MAR
O mar, tão vasto e tão imenso, é um grande mistério. Ele é universal, continuo e liga todo o planeta.
Poucos foram e poucos são aqueles que têm coragem de enfrentá-lo, de conhecê-lo, de amá-lo e de
respeitá-lo; para juntos, ser humano e natureza conviverem. O homem e a mulher do mar são aqueles
que defendem a Pátria, pertencendo à Marinha. São, acima de tudo, valentes. Seus trabalhos não param
por causa de uma tempestade ou pelo mar agitado. Eles enfrentam a fúria das águas, participam de
exercícios de guerra e de salvamento, onde todos dependem de todos.
5.9. A CASERNA
Se a família é percebida como o primeiro grupo natural do ser humano, seu primeiro lar e sua primeira
escola, é tida como a continuação dos ensinamentos ministrados pela família, é tida como o seu segundo
lar. É fácil concluir, portanto, que a caserna é o lar derradeiro do cidadão que foi preparado pela família e
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pela escola, e que abraçou como profissão a carreira das armas. A Caserna é a segunda casa do militar, o
local onde ele se instrui e se adestra para melhor servir à pátria.
5.10. O ESPÍRITO DE CORPO
O Corpo de Fuzileiros Navais, acompanhando a evolução da Nação brasileira, vem sofrendo
transformações no curso de sua existência. Além de poderoso instrumento de projeção do poder naval,
o CFN cultiva com especial carinho o Espírito de Corpo, uma forma de pensar e uma crença que polarizam
homens e mulheres na busca de objetivos comuns. Ele se traduz num sentimento de irmandade que une
cada FN a seus companheiros. Torna sua tropa um elemento de combate coeso e, por isso, mais poderoso.
Garante que nenhum irmão de armas será negligenciado, esquecido, nem deixado para trás.
5.11. OS SÍMBOLOS NACIONAIS
A existência humana, as sociedades e todas as culturas, por mais diversas que sejam, estão
impregnadas de símbolos. Desse modo, deve-se cultuar os símbolos pátrios, pois eles representam a
trajetória histórica do povo brasileiro. A Constituição da República Federativa do Brasil no seu art. 13,
Parágrafo 1º, estabelece que os símbolos nacionais são a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas
Nacionais e o Selo Nacional. A Lei nº 5.700, de 1° de setembro de 197112, estabelece normas sobre a
forma e a apresentação dos símbolos nacionais.
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CAPÍTULO 6
LIDERANÇA
6.1. GENERALIDADES
A acentuada evolução do conhecimento científico-tecnológico, possibilitando a produção de armas e
equipamentos sofisticados, dispendiosos e de difícil manuseio, torna cada vez mais complexas as
atividades militares, realçando a importância do papel daquele que é o elemento primordial de qualquer
Força Armada, em qualquer época: o ser humano. Conhecer os valores humanos, a partir da busca do
autoaperfeiçoamento é, antes de tudo, uma tarefa a que o militar deve se entregar, ao pretender
realmente ser um profissional competente e um líder capaz de influenciar e ser respeitado por seus
superiores, pares e subordinados. Esse capítulo trata dos fundamentos da liderança militar,
proporcionando base teórica para o exercício da liderança a partir das menores frações (Esquadra de Tiro
e Grupo de Combate).
6.2. CONCEITOS BÁSICOS
6.2.1. Liderança
É o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de agirem, voluntariamente, em prol dos
objetivos da instituição. A liderança pode ser definida como o processo que permite a alguém dirigir os
pensamentos, planos e ações de outros, de forma a obter sua obediência, confiança, respeito e leal
cooperação.
6.2.2. Ética
A ética militar é o conjunto de regras ou padrões que levam o profissional militar a agir de acordo com
o sentimento do dever, dignidade militar e decoro da classe. A título de exemplo, cita-se a Convenção de
Genebra que se constitui em uma coletânea de normas, abordando aspectos de cunho moral, aplicáveis
em situações de combate, envolvendo os participantes de países beligerantes, apresentada no capítulo
anterior.
6.2.3. Crenças, valores e normas
As crenças são suposições ou convicções julgadas verdadeiras a respeito de pessoas, conceitos ou
fatos. Os valores representam o grau de importância atribuído, subjetivamente, a pessoas, conceitos ou
fatos. Não se nasce com eles; são aprendidos ao longo da vida, variando de acordo com a sociedade, a
cultura, ou a época. As normas são padrões, regras ou diretrizes usadas para dirigir o comportamento
humano em todos os setores da sociedade, permitindo o convívio em harmonia. O RDM e o CPM são
exemplos de normas que guiam o comportamento dos militares em situações diversas, definindo aquilo
que é ou não permitido.
6.3. PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA
6.3.1. Considerações iniciais
Os princípios de liderança militar são a base da doutrina de liderança, proporcionando orientação para
o desenvolvimento do líder, dos subordinados e da unidade. A liderança militar é baseada em onze
princípios que são igualmente aplicáveis a todos os escalões.
6.3.2. Princípios de liderança militar
a) conhecer a profissão
Para conhecer sua profissão, o líder deve ter uma larga soma de conhecimentos.
É importante que:
- compreenda as técnicas, os procedimentos e a doutrina de emprego do seu escalão;
- mantenha-se atualizado com os regulamentos, manuais, normas e ordens referentes à organização aque pertence;
- tenha compreensão nítida dos problemas humanos; e
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Invest – invista em você
- esteja a par dos deveres funcionais e necessidades dos subordinados.
b) conhecer a si mesmo e procurar o autoaperfeiçoamento
É dever de todo líder avaliar-se, conhecer seus aspectos positivos e suas deficiências. É necessário
manter-se atualizado sobre assuntos concernentes à sua profissão e aprimorar-se por meio de cursos e
leituras.
c) assumir a responsabilidade por seus atos
O líder é responsável por seus atos e de seus subordinados em todas as situações de serviço.
d) decidir com acerto e oportunidade
O líder deve ser capaz de raciocinar com lógica e analisar cada situação, a fim de tirar proveito das
oportunidades e adotar a melhor decisão.
e) desenvolver o senso de responsabilidade em seus subordinados
Quando atribuir tarefas aos subordinados, o líder deve fazer com que estes assumam as consequências
de seus atos. Assim procedendo, conquista o respeito e a confiança, desenvolve o espírito de iniciativa e
obtém a franca contribuição de seus liderados.
f) servir de exemplo a seus liderados
O líder é sempre um espelho para os subordinados e por isso deve ter uma apresentação e conduta
que despertem a admiração, o orgulho e o desejo de imitação.
g) conhecer e cuidar do bem-estar de seus subordinados
Para que possa empregar seus liderados com maior eficiência, o líder deve observá-los
frequentemente, familiarizar-se com eles, compreender suas personalidades e compartilhar suas alegrias
e tristezas.
h) manter seus liderados bem informados
O subordinado bem informado sobre a missão, a situação e a finalidade de seu trabalho é muito mais
eficiente e cumpre melhor e com maior iniciativa o seu dever. Entretanto, o líder deve ter sempre em
mente que as exigências da segurança restringem, muitas vezes, as informações que podem ser
divulgadas.
i) assegurar-se de que as ordens são compreendidas, fiscalizadas e executadas
O líder deve transmitir ordens claras, precisas e concisas. A fiscalização assegura a correta execução da
ordem e pode ser realizada pelo próprio líder ou com o apoio de alguns subordinados.
j) treinar seus subordinados como equipe
O treinamento pessoal e o desenvolvimento do espírito de equipe são tarefas do líder, pois preparam os
liderados para cumprirem a missão. É dever do líder treinar seus liderados de modo que sejam tática e
tecnicamente capazes de trabalhar em conjunto. Cada qual deve compreender que sua contribuição para
o sucesso das operações é importante e reconhecida.
k) atribuir tarefas a seus liderados de acordo com as possibilidades destes
O líder deve conhecer tanto as qualidades quanto as limitações de seus liderados e designá-los
adequadamente para que os propósitos das tarefas atribuídas sejam atingidos.
6.4.1. A Liderança: um processo
Processos são uma série de ações, mudanças ou funções combinadas para produzir um resultado. Um
processo há algo que vai sendo construído e, no caso da liderança na MB, o resultado esperado é o
atingimento dos objetivos da instituição. Embora ela seja um processo, não deve ser encarada como
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Invest – invista em você
ciência, pois seus resultados normalmente dependerão das interações entre três "variáveis": a SITUAÇÃO,
o LÍDER e os LIDERADOS. A interação é vital para que ocorra a liderança de um indivíduo em relação a um
grupo. É o processo pelo qual informações, ideias, pensamentos, sentimentos e emoções tramitam entre
os membros do grupo, permitindo a inter-relação entre eles. Para se manter firme nesse processo, que
pode variar de situações extremamente simples até as de elevado nível de estresse, o líder deverá ser fiel
aos valores da Instituição e seguir seus princípios.
O Líder Militar deve ter em mente que "O barco é mais importante do que a remada". Este pensamento
deixa claro que o líder não é maior ou mais importante que sua equipe, enfatizando também a
importância da contribuição de todos com o sucesso do barco. O líder também não é dono daquela
equipe, setor, meio ou organização.
6.4.2. Liderança: influência
O líder deve ter em mente que as atitudes podem ser modificadas ou aperfeiçoadas pela educação e
pela doutrinação, mediante a formação de novos hábitos do pensamento e de ação, que a ela se
incorporam. É desejável que esses novos hábitos sejam sadios, em conformidade com a ética militar.
Conforme previsto na publicação DEnsM-1005 - Manual de Liderança da Marinha, para o
convencimento dos liderados, o líder poderá aplicar os seguintes processos de influenciação, de acordo
com as circunstâncias: incentivação, afirmação e repetição, sugestão, exemplo, prestígio, exortação,
argumentação e efeito atmosfera ou ambiente. Para o líder FN destaca-se o exemplo, tendo como norte
a Rosa das Virtudes. É por meio de seus exemplos que o líder comunica o "como agir" para seus liderados.
O exemplo é um apelo à imitação. De maneira geral, o líder deve ser capaz de fazer aquilo que determina
que seus liderados façam.
Fig. 6.1 - Rosa das Virtudes
79
Invest – invista em você
6.4.3. Liderança: comprometimento (agir voluntariamente)
Não se pode ordenar que as pessoas se comprometam. Os cargos de chefia proporcionam a
autoridade. Empossados dessa autoridade, aquelas pessoas selecionadas para tais cargos escolherão
como aplicá-la. Não há uma fórmula para isso, pois estarão sempre oscilando entre ORDENAR,
INFLUENCIAR ou PERSUADIR. No curto prazo, dar ordens e controlar tudo e todos abaixo de si funciona,
mas no longo prazo pode comprometer seriamente os relacionamentos, pois eles não são desenvolvidos
onde não existe confiança e compromisso. Logicamente, isso dependerá do nível de maturidade da fração
ou equipe, mas não se deve acostumar-se a usar isso como uma desculpa para ficar distribuindo ordens
e se impondo pela força do cargo. O que os líderes devem buscar obter de seus liderados é o
COMPROMETIMENTO. Um aspecto primordial para que seus liderados ajam de forma voluntária, em prol
dos objetivos da Instituição, é fazê-los se sentirem parte de algo maior, ou seja, fazer com que eles sintam
que suas ações contribuem de forma significativa com o atingimento desses objetivos.
6.4.4. Liderança: confiança
Como o líder constrói a confiança? O nível de confiança (ou desconfiança) que se obtém com as pessoas
definirá o nível do compromisso entre elas e o líder. Você pensará nisso em relação a seus superiores,
pares e subordinados e todos eles pensarão o mesmo sobre você. Ou seja, não existe liderança onde não
há confiança.
Enquanto a propensão a confiar é principalmente uma questão de coração, a análise é principalmente
uma questão da mente. A análise refere-se à capacidade de cada pessoa avaliar, estimar e considerar as
implicações e consequências, incluindo o risco. A análise da confiança envolve, então, a avaliação de três
variáveis vitais:
- Situação - Também pode ser entendida como oportunidade, ou seja, refere-se ao que se está
confiando a alguém;
- Risco - Aqui cabe ao decisor avaliar o nível de risco envolvido e definir se confiará ou não; e
- Credibilidade - Tem a ver com o caráter (integridade e intenção) e a competência (capacidade e
histórico de resultados) da pessoa propriamente dita.
Logo, a primeira coisa a fazer, depois do desenvolvimento da autoconfiança, é confiar nas pessoas.
Importante salientar que não se trata de uma confiança cega, por isso deve-se utilizar as variáveis
apresentadas. Um exemplo sobre isso é o elevado grau de controle da Segurança Orgânica encontradas
nas OM; isso não acontece por falta de confiança, mas sim devido ao elevado risco envolvido.
Outro aspecto fundamental para construir a confiança é o entendimento que a liderança é uma rotina,
não um evento. Não se ganha a confiança quando se faz, eventualmente, coisas grandiosas. A confiança
vai sendo construída nas interações dodia a dia, das mais simples às mais complexas. A cordialidade, o
respeito e a preocupação e atenção com as pessoas também são aspectos fundamentais para que a
confiança seja construída.
6.5.1. Senso de pertencimento
Iniciado no momento em que o militar aspirou fazer parte daquele "barco", ou seja, de integrar as
fileiras do CFN. A partir desse momento, ele sabe que faz parte de algo maior e que tem muito a contribuir
com a missão da sua Unidade, do CFN, da Marinha do Brasil e da sociedade brasileira. Deve ter em mente
também que suas ações e comportamentos refletirão diretamente na imagem e na credibilidade do CFN
perante à sociedade.
6.5.2. Senso de dever
Traz relação com o conceito de Disciplina Consciente: fazer o que deve ser feito, independentemente
de ordens, fiscalização, punições ou recompensas. Todos os militares fizeram o Juramento à Bandeira
Nacional perante a pares, superiores e familiares e eles devem honrar esse compromisso. Cada "remador"
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tem uma tarefa específica dentro do "barco". Ele deve se esforçar para ser cada vez melhor naquilo que
faz, além de ser extremamente disciplinado para que faça suas remadas em harmonia com os demais
remadores.
6.5.3. Senso de propriedade
Embora o "barco" não pertença ao líder ou aos membros de sua equipe, ele deve ser tratado como se
fosse. Qualquer aspecto negativo sobre o barco deverá afetar o Senso de Dever daquela equipe. Se algum
"remador" está deixando a desejar, é papel de todos verificar o que está acontecendo e chamar à atenção
desse membro da equipe ou ajudá-lo caso esteja com problemas, para que o desempenho do barco não
seja afetado.
6.5.4. Senso de propósito
O Líder Militar deve se perguntar o tempo todo: "Por que esse barco existe?" e "Como posso
contribuir?" Na metáfora do barco, ele deve entender claramente como a sua remada contribui para que
o barco atinja os seus objetivos. Ele deve entender também como o barco se encaixa no objetivo maior
daquela "Esquadra" e uma de suas maiores responsabilidades é comunicar esses propósitos para sua
fração ou equipe. Assim, por mais simples que seja a tarefa exercida por algum membro da tripulação de
uma OM, ele contribuirá para que a Unidade atinja seu(s) propósito(s).
6.6.1. O que o líder deve ser
Todo líder deve ser um possuidor de caráter que é a combinação de traços de personalidade que dão
consistência ao comportamento e tem por base as crenças e valores, sendo fator preponderante nas
decisões e no modo de agir de qualquer pessoa. Certos traços de personalidade encontram-se
especialmente acentuados nos líderes militares, porém não existem fórmulas que indiquem quais os mais
necessários ou como são utilizados no exercício da liderança. É importante que os líderes procurem
desenvolver esses traços em si e nos seus subordinados porque, em momentos críticos ou nas situações
difíceis, eles proporcionam segurança para agir com eficiência. Estudos realizados nas FA levaram a
detectar certos traços de caráter como os mais relevantes para o líder militar brasileiro:
a) competência
Capacidade de desempenhar, adequadamente, em tempo hábil, as atividades relativas à sua área de
atuação profissional.
b) responsabilidade
Capacidade de assumir e enfrentar as consequências de suas atitudes e decisões.
c) decisão
Capacidade de tomar posição diante de várias opções. É a habilidade para tomar medidas seguras e
corretas no momento adequado. A percepção e a sensibilidade são elementos críticos para a tomada de
decisões.
d) iniciativa
Capacidade de agir face a situações inesperadas, sem depender de ordem ou decisão superior.
e) equilíbrio emocional
Capacidade de controlar as próprias reações, tomar atitudes adequadas e decidir com acerto e
oportunidade. É a habilidade para avaliar, com calma e imparcialidade, o comportamento dos
subordinados, não se deixando dominar pelas emoções.
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Invest – invista em você
f) autoconfiança
Capacidade de demonstrar segurança e convicção nas próprias reações diante de dificuldades. É a
certeza de ser ele próprio bem-sucedido, assim como seus liderados, em tudo que deve ser realizado. É
demonstrada pela aparência, pelo olhar, pela voz, pelo entusiasmo no modo de falar e de agir.
g) direção
Capacidade de conduzir e coordenar pessoas, de modo a alcançar um objetivo. Consiste em assumir o
controle, tornando conhecidas suas ideias, ajudando a definir os problemas e encaminhando o grupo para
a ação correta a fim de superar as dificuldades e cumprir a missão.
h) disciplina
Capacidade de proceder conforme as normas, leis e padrões regulamentares.
i) coragem
Capacidade de controlar o medo e continuar desempenhando com eficiência a missão.
A coragem se apresenta sob duas formas:
- coragem física - superação do medo ao dano físico no cumprimento do dever; e
- coragem moral - defesa dos próprios valores, princípios morais e convicções.
Existe coragem moral quando se faz algo baseado em valores e princípios morais, sabendo que esse
ato contraria os próprios interesses.
j) objetividade
Capacidade de selecionar, dentre várias possibilidades, a necessária para atingir uma determinada
meta.
k) dedicação
Realizar as atividades com empenho. A dedicação está estreitamente relacionada com as crenças, os
valores, e o caráter do líder, o qual é fortemente motivado para aprender e aplicar seus conhecimentos e
habilidades com o intuito de conseguir unidades disciplinadas e coesas.
l) coerência
Capacidade de agir de acordo com as próprias ideias e pontos de vista em qualquer situação. É a
expressão da integridade. Significa firmeza, franqueza, sinceridade e honestidade para si mesmo e em
relação a superiores, pares e subordinados.
m) camaradagem
Capacidade de estabelecer relações amistosas com superiores, pares e subordinados. É a sensibilidade
para perceber sentimentos, valores, interesses e o bem-estar dos companheiros. Inclui a compreensão e
o diálogo, que ajudam pessoas a encontrar soluções para problemas.
n) organização
Capacidade de desenvolver suas atividades, sistematizando tarefas. Permite que as tarefas sejam
planejadas de forma ordenada, regulando e combinando a ação, as condições e os meios.
o) imparcialidade
Capacidade de julgar baseando-se em dados objetivos, sem se envolver, distribuindo recompensas e
punições (quando for o caso), de acordo com o mérito e o desempenho de cada um, sem se deixar
influenciar pelas características pessoais dosmenvolvidos.
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Invest – invista em você
p) persistência
Capacidade para executar uma tarefa vencendo as dificuldades encontradas até concluí-la. É a
perseverança para alcançar um objetivo, apesar de obstáculos aparentemente insuperáveis. Depende de
uma grande determinação e força de vontade.
q) persuasão
Capacidade de utilizar argumentos convincentes, para influenciar ações e opiniões de outros.
6.6.2. O que o líder deve saber
O líder deve ter inúmeras qualidades, mas o conhecimento profissional é um bom ponto de partida.
Quando um líder aplica seus conhecimentos ao estudo e à solução de problemas está atuando no nível
do seu "saber". Estes conhecimentos abrangem os seguintes aspectos:
a) conhecer os subordinados
Para alcançar este objetivo, a observação e o acompanhamento constantes são importantes, mas
somente a convivência direta com os liderados permitirá ao líder o conhecimento mais profundo das
capacidades e das limitações de cada um.
b) compreender a natureza humana
Este conhecimento permite que o líder avalie, oriente, execute e motive seus subordinados. A tarefa
mais difícil com que qualquer líder se defronta é inspirar e gerar nos subordinados a coragem necessária
para superar a incerteza e o medo.
c) agir com competência profissional (tática e técnica)
Para executar com êxito uma missão, o líder tem que saber o que está acontecendo, decidir o que fazer
a respeito, transmitir suas ordensde Tiro (Cap. 6) (PÁG 196 A 226)
I) Generalidades (Art. 6.1);
II) Finalidade e Organização (Art. 6.2);
III) Tarefas Individuais ( Inciso 6.2.1);
IV) Armamento (Art. 6.3);
V) Apoio de Fogo para o GC (Art. 6.4);
VI) Apoio do PelFuzNav (Inciso 6.4.1);
VII) Apoio da Companhia de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav) ( Inciso 6.4.2);
VIII) Apoio do Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav) (Inciso 6.4.3);
IX) Formações de Combate (Art. 6.9);
X) Formações Básicas ( Inciso 6.9.1);
XI) Sinais (Art. 6.10);
XII) Apito ( Inciso 6.10.1);
XIII) Sinais especiais ( Inciso 6.10.2);
XIV) Gestos ( Inciso 6.10.3);
XV) Combate Ofensivo ( Inciso 6.11);
XVI) Fase da Preparação ( Inciso 6.11.1);
XVII) Fase da Execução ( Inciso 6.11.2);
XVIII) Fase da Continuação (Inciso 6.11.3);
XIX) Combate Defensivo (Art. 6.12);
XX) Tarefas ( Inciso 6.12.1);
XXI) Definições ( Inciso 6.12.2);
XXII) Tarefas do GC na Defensiva ( Inciso 6.12.3);
XXIII) A ET na Defensiva ( Inciso 6.12.4);
XXIV) O GC na Defensiva ( Inciso 6.12.5);
XXV) Normas de Comando na Defensiva ( Inciso 6.12.6);
XXVI) Plano de Defesa do GC ( Inciso 6.12.7);
XXVII) Segurança do GC ( Inciso 6.12.8);
XXVIII) Organização do Terreno ( Inciso 6.12.9); e
XXIX) Execução da Defesa ( Inciso 6.12.10).
g) Operações Sob Condições de Visibilidade Reduzida (Cap. 7) (PÁG 227 A 229)
I) Generalidades (Art. 7.1);
II) Propósitos das Operações Ofensivas (Art. 7.2);
III) Vantagens e Desvantagens (Art. 7.3);
IV) Vantagens (Inciso 7.3.1);
V) Desvantagens (Inciso 7.3.2);
VI) Tipos de Ataque Noturno (Art. 7.4);
VII) Ataques iluminados (Inciso 7.4.1);
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VIII) Ataques não iluminados (Inciso 7.4.2);
IX) Ataques apoiados (Inciso 7.4.3);
X) Ataques não apoiados (Inciso 7.4.4);
XI) Características do Ataque Noturno (Art. 7.5);
XII) Equipamentos de Visão Noturna (Art. 7.10);
XIII) Destinação (Inciso 7.10.1);
XIV) Finalidades (Inciso 7.10.2); e
XV) Manutenção e manuseio (Inciso 7.10.3).
h) Patrulhas (Cap. 8) (PÁG 230 A 232)
I) Generalidades (Art. 8.1);
II) Definição (Inciso 8.1.1);
III) Classificação das patrulhas (Inciso 8.1.2);
IV) Organização (Art. 8.2);
V) Execução da Patrulha (Art. 8.5);
VI) Formação da Patrulha (Inciso 8.5.1);
VII) Técnicas de Movimento (Inciso 8.5.2);
VIII) Medidas de Controle de Movimento (Inciso 8.5.3); e
IX) Ações Imediatas em Contato com o Inimigo (Inciso 8.5.9).
i) Marchas e Estacionamentos (Cap. 9) (PÁG 233 A 237)
I) Generalidades (Art. 9.1);
II) Marcha à Pé (Art. 9.2);
III) Tipos de marchas a pé (Inciso 9.2.1);
IV) Formações ( Inciso 9.2.2);
V) Velocidade de marcha (Inciso 9.2.3);
VI) Regulador de Marcha (Inciso 9.2.4);
VII) Intervalos ( Inciso 9.2.5);
VIII) Altos nas Marchas a pé (Inciso 9.2.6);
IX) Duração das Marchas (Inciso 9.2.7);
X) Disciplina de Marcha (Inciso 9.2.8);
XI) O pé e sua Proteção (Inciso 9.2.9);
XII) Recomendações Gerais (Inciso 9.2.10);
XIII) Estacionamentos (Art. 9.4);
XIV) Tipos de Estacionamento (Inciso 9.4.1); e
XV) Procedimentos em um Estacionamento (Inciso 9.4.2).
j) Comunicações (Cap. 15) (PÁG 238 A 242)
I) Procedimentos fonia (Art. 15.7);
II) Alfabeto fonético naval (Inciso. 15.7.1);
III) Algarismos (Inciso 15.7.2); e
IV) Expressões do procedimento fonia (Inciso 15.7.3).
k) Combate corpo a corpo (Cap. 17) (PÁG 243 A 257)
I) Generalidades (Art. 17.1);
II) Fundamentos do combate corpo a corpo (Art. 17.2);
III) Áreas vulneráveis no combate desarmado (Inciso 17.2.1);
IV) Áreas vulneráveis no combate com faca (Inciso 17.2.2);
V) As partes do corpo utilizadas como armas (Inciso 17.2.3);
VI) Postura básica (Inciso 17.2.4);
VII) Aparando uma queda (Inciso 17.2.5);
VIII) Habilidades ofensivas (Inciso 17.2.6); e
IX) Habilidades defensivas (Inciso 17.2.7).
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4. MANUAL BÁSICO DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
a) Guerra, Conflito, Poder e Funções de Combate (Cap. 1) (PÁG 258 A 259)
I) Estilo de Condução dos Conflitos (Art. 1.3);
II) Considerações Iniciais (Inciso 1.3.1);
III) A Guerra de Atrito (Inciso 1.3.2); e
IV) A Guerra de Manobra (Inciso 1.3.3).
b) Os Fuzileiros Navais (Cap. 2) (PÁG 260 A 267)
I) Corpo de Fuzileiros Navais (Art. 2.1);
II) Caráter Naval e Anfíbio (Art. 2.2);
III) Eixos Estruturantes (Art. 2.3);
IV) Operação Anfíbia (Inciso 2.3.1);
V) Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (Inciso 2.3.2);
VI) Guerra de Manobra (Inciso 2.3.3);
VII) Atividades de Fuzileiros Navais(Art. 2.14);
VIII) Atividades de Combate (Inciso 2.14.1);
IX) Atividades de Apoio ao Combatente (Inciso 2.14.2); e
X) Atividades de ApSvCmb (Inciso 2.14.3).
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CERIMONIAL DA MARINHA DO BRASIL
CAPÍTULO 1 PROPÓSITO E CONCEITUAÇÃO BÁSICA
Art. 1 -1-1 Propósito
Estabelecer os procedimentos relativos ao cerimonial naval, a serem observados pela Marinha do Brasil
(MB).
Art. 1-1-2 Responsabilidade pelo cumprimento
É dever de todo o militar da Marinha que estiver investido de autoridade fazer cumprir este Cerimonial e
exercer fiscalização quanto ao modo pelo qual seus subordinados o cumprem.
Art. 1-1-3 Não-observância do Cerimonial
As prescrições deste Cerimonial somente podem ser modificadas nas seguintes circunstâncias:
I - quando o Ministro da Defesa, o Comandante da Marinha (CM) ou o Chefe do Estado-Maior da Armada
(CEMA), assim o determinar;
II - quando aquele a quem forem devidas honras dispensá-las em atendimento às conveniências do
serviço; e
III - quando, no estrangeiro, o Comandante de Força ou de navio determinar sua alteração, de acordo com
os costumes locais, e desde que não haja grave prejuízo ao serviço.
Art. 1-1-4 Cadeia de comando
Cadeia de comando é a sucessão de comandos vinculados a um comando superior, por subordinação
militar, em ordem imediata e direta.
Art. 1-1-5 Almirante
Neste Cerimonial, a denominação Almirante refere-se ao círculo de oficiaisgenerais em tempo de paz,
compreendendo os postos de Almirante -de -Esquadra, ViceAlmirante e Contra-Almirante, a menos que
especificamente aplicado ao posto de Almirante.
Art. 1-1-6 Comandante
Neste Cerimonial, a denominação Comandante significa o oficial de Marinha investido no cargo de
comando ou direção.
Art. 1-1-7 Não são prestadas honras
Não são prestadas honras pela Organização Militar (OM) ou por militar, nas seguintes circunstâncias:
I - em faina geral, de emergência ou de evolução decorrente de manobra ou exercício;
II - durante qualquer atividade cuja paralisação, mesmo que momentânea, possa afetar a segurança de
pessoal ou material; e
III - durante o Cerimonial à Bandeira.
Art. 1-1-8 Não são prestados toques, continências e salvas
Não são prestados toques, continência de guarda e salvas:
I - a qualquer autoridade, na presença de outra a quem caibam honras superiores, exceto durante
transmissão de Comando;
II - no período compreendido entre o arriar e o hastear da Bandeira Nacional; e
III - durante funeral ou em dias de luto oficial, por motivos que não os previstos como honras fúnebres, a
menos que especificamente autorizado pelos Comandantes de Distrito Naval.
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Art. 1-1-18 Honras de posto acima
É privativo do Presidente da República conceder, em casos excepcionais, como reconhecimento a
relevantes serviços prestados à Marinha e ao País, honras de posto acima, a militares da reserva ou
reformados.
Art. 1-1-19 Guarda de Honra
Guarda de Honra é a tropa armada postada para prestar homenagem às autoridades militares e civis que
a ela tenham direito. Para as Guardas de Honra serão cumpridas as disposições do Regulamento de
Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial das Forças Armadas.
Art. 1-2-5 Permissão para largar
O militar mais antigo a bordo de embarcação miúda ou viatura, qualquer que seja seu nível hierárquico,
pede licença para largar a quem lhe tiver prestadoe, finalmente, manter-se informado, acompanhando o
desenvolvimento dos trabalhos. O treinamento proporciona aos líderes a aquisição de habilidades,
conhecimentos e comportamentos que são os elementos-chave da competência tática e técnica.
A capacidade técnica é decisiva para a manutenção segura do equipamento militar e para seu emprego
eficaz. Os líderes necessitam possuir imaginação e habilidade, aceitando riscos razoáveis e criando
oportunidades a fim de obter vantagens que facilitem o cumprimento da missão.
A capacidade tática é essencial para o emprego das forças militares, cujo objetivo é vencer o inimigo.
A liderança é o elemento crucial do poder de combate - e a sua essência - e qualquer falha na integração
da doutrina de liderança com a doutrina de emprego operativo irá determinar o fracasso de uma ação
militar.
6.6.3. O que o Líder deve fazer
a) comunicar
- não impor seus argumentos como os únicos que estão corretos e admitir a colaboração de seus
subordinados; e
- procurar compreender o subordinado, integrando-o ao grupo.
b) influenciar
Conforme previsto no inciso 6.4.2.
c) manter a disciplina e estimular a coesão
A pedra angular sobre a qual se estrutura a dinâmica da OM é a disciplina. Esta se evidencia pela
imediata e efetiva execução de tarefas em resposta as ordens. Uma tropa disciplinada e coesa resulta de
liderança eficiente em todos os escalões, havendo tantos e tão variados indícios de sua manifestação que
seria impossível enumerá-los em sua totalidade.
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São exemplos de indicadores da disciplina de uma Unidade:
- missões bem cumpridas;
- apresentação pessoal irrepreensível;
- elevado espírito de corpo e o orgulho de pertencer àquela Unidade;
- empenho de todos em bem cumprir suas tarefas;
- manutenção do armamento e do equipamento bem realizada; e
- instrução bem planejada e conduzida.
São exemplos de procedimentos adotados pelo líder, que concorrem para implementar o verdadeiro
espírito de disciplina:
- ser sincero com seus superiores, pares e subordinados;
- obedecer e assegurar-se de que as normas disciplinares são obedecidas;
- estimular em seus subordinados o sentimento de que sempre devem dizer a verdade;
- ser justo e criterioso na aplicação de recompensas, elogios e punições;
- desenvolver o gosto por atividades esportivas e intelectuais;
- respeitar, sobretudo, a dignidade humana dos seus subordinados, evitando o uso de expressões
depreciativas, preconceituosas ou grosseiras; e
- desenvolver a coesão e a disciplina em suas frações.
Coesão e disciplina estão fortemente inter-relacionadas. Coesão pode ser definida como a existência
de fortes laços de lealdade, respeito recíproco, confiança e compreensão entre os integrantes de uma
OM. Se uma unidade é disciplinada e cumpre com presteza e rapidez suas tarefas, mesmo sob tensão ou
condições adversas, deve possuir um nível elevado de coesão; e ao treinar seus liderados como uma
equipe estará contribuindo para o aprimoramento da coesão.
6.6.4. Resumo do que o líder deve ser, saber e fazer
O LÍDER OQUÊ COMO
Ser
Possuidor de caráter
Pela competência, responsabilidade, iniciativa,
equilíbrio emocional, autoconfiança, coragem
etc.
Saber
Competência
profissional
Conhecer os
subordinados
Como reagem sob tensão; capacidade e
limitações; conhecimento e habilidades.
Compreender a
natureza humana
Necessidades, carências e emoções; ações e
comportamentos.
Agir com
competência
tática e técnica
Ampliando seus conhecimentos, decidindo com
oportunidade e acerto; transmitindo ordens
corretamente; mantendo-se informado.
Fazer
Comunicar Usando técnicas de comunicação.
Influenciar
Despertando a força interna que leva as
pessoas a realizarem coisas.
Manter a disciplina
Pela instrução militar, exemplo pessoal, análise
dos fatos ocorridos e pelo aconselhamento.
Estimular a coesão
Pela obtenção da união mental, emocional e
espiritual dos membros do grupo {espírito de
equipe).
Tabela 6.2: Resumo do que o líder deve ser, saber e fazer
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6.7. A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
A realização de uma OpAnf exige uma tropa especializada e especialmente treinada em procedimentos
táticos específicos. Essas características dos combatentes anfíbios ressaltam a importância da liderança
como atributo de um FN.
Desde as menores frações, cada Comandante tem que ser capaz de despertar nos seus subordinados
a vontade de combater. Deve motivá-los e conduzi-los adequadamente, visando a contribuir para o
sucesso das ações. Convém lembrar que mãos adestradas manuseiam com perfeição o armamento mais
sofisticado, porém, o caráter, a vontade e o espírito de corpo controlam as mãos.
No trato diário com a tropa, cabe ao Comandante conquistar o respeito e a lealdade de seus
subordinados. Essa tarefa, que consome esforço e tempo, é exercida pela firme manifestação de
convicções e apontando-se sempre o caminho a seguir, sob pena do líder perder a confiança do
subordinado e comprometer definitivamente o que almejava.
Tornar-se um líder depende de muita força de vontade, perseverança, observação de si mesmo e dos
outros, prática e aperfeiçoamento. É preciso fazer sempre uma autoavaliação para verificar em quais
requisitos da liderança se é deficiente e procurar corrigi-los.
6.8. DIFERENÇA ENTRE LÍDER E CHEFE
Nem sempre o chefe constituir-se-á em um líder. O chefe, por estar investido de uma função ou cargo
no qual é necessário o trato diário com os subordinados, poderá fazê-lo friamente por intermédio das leis
e dos regulamentos. O líder, ainda que não seja o chefe, é capaz de unir as outras pessoas para a
consecução de uma mesma finalidade. A grande diferença está na capacidade inerente a uma pessoa,
para incentivar um grupo a fim de motivá-lo a alcançar as metas estabelecidas.
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CAPÍTULO 8
A CARREIRA DO FUZILEIRO NAVAL
8.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente capítulo visa apresentar uma noção básica da carreira dos Oficiais e Praças do CFN, não
exaurindo o assunto. Para mais esclarecimentos deverão ser consultados o PCOM (Oficiais), o PCPM
(Praças) e a publicação CGCFN-1001 - Normas para Administração de Pessoal do Corpo de Fuzileiros
Navais.
A carreira militar é caracterizada por uma atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades
precípuas das FA, denominada atividade militar. A carreira militar é privativa do pessoal da ativa, inicia-
se com o ingresso nas FA e obedece às diversas sequências de graus hierárquicos. A condição jurídica dos
militares é definida pelos dispositivos da Constituição Federal e por leis específicas, que lhes outorgam
direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações. O ingresso nas FA é facultado, mediante
incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em leis e nos regulamentos de cada uma das Forças.
Todo cidadão, após ingressar em uma das FA, prestará um compromisso de honra, no qual afirmará a
sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a sua firme disposição de
bem cumpri-los. A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção ou
transgressão disciplinar, conforme prescrita em legislação ou regulamentação específica.
Os militares, ao longo das suas respectivas carreiras, devem empenhar-se permanentemente no
aprimoramento dos atributos morais e profissionais indispensáveis para servir à Pátria e à MB. Por essa
razão, deve ser uma preocupação individual constante tomar todas as providências, ao seu nível, que
assegurem a progressão hierárquica, visando o desenvolvimento pessoal e a realização profissional.
8.3. A CARREIRA DAS PRAÇAS
O presente artigo expressa, de forma sintetizada, os aspectosde maior relevância da carreira das
Praças do CFN e deve servir de estimulo, para aqueles que se propõem a seguir a carreira naval.
A carreira das Praças do CFN é normatizada pelo Plano de Carreira de Praças da Marinha (PCPM) e
administrada conforme normatiza a publicação CGCFN-1001 - Normas para Administração de Pessoal do
Corpo de Fuzileiros Navais.
8.3.1. Dos Corpos e Quadros
O Corpo de Praças da Marinha (CPrM) é constituído pelas Praças pertencentes ao Corpo de Praças da
Armada (CPA), ao Corpo de Praças de Fuzileiros Navais (CPFN), ao Corpo Auxiliar de Praças (CAP) e ao
Corpo de Praças da Reserva da Marinha (CPRM), em função de uma filosofia de emprego específica e de
perfis de carreira próprios.
Conforme mencionado no PCPM, as Praças do CPFN ocupam cargos relativos ao preparo e à aplicação
do Poder Naval, em especial nas operações anfíbias. A principal atribuição das Praças do CPFN é guarnecer
as unidades de fuzileiros navais e as aeronaves componentes do Poder Naval e executar as tarefas
necessárias à manutenção e operação dos meios anfíbios. Além disso, essas Praças poderão ser
designadas para o exercício de funções técnicas ou administrativas, de acordo com as necessidades da
MB.
8.3.2. Dos Graus Hierárquicos
As Praças do CFN são distribuídas pelas seguintes graduações, em ordem decrescente de hierarquia:
a) Suboficial (50);
b) Primeiro-Sargento (lºSG);
c) Segundo-Sargento (2ºSG);
d) Terceiro-Sargento (3ºSG);
e) Cabo (CB); e
f) Soldado Fuzileiro Naval (SD-FN).
86
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8.3.4. Da organização do Corpo de Praças de Fuzileiros Navais
As Praças não especializadas do CPFN serão agrupadas em um Quadro Suplementar único, constituído
de militares da graduação de SD-FN.
Os Quadros de Especialistas e de Aperfeiçoados do CPFN são compostos, respectivamente, de Praças
das seguintes especialidades e aperfeiçoamentos:
QUADRO DE ESPECIALISTAS (QE) QUADRO DE APERFEIÇOADOS (QA)
Artilharia (AT) Artilharia (AT)
Aviônica (VN) Aviônica (VN)
Blindado (BD) Blindado (BD)
Comunicações Navais (CN) Comunicações Navais (CN)
Corneta-Tambor (CT) Corneta-Tambor (CT)
Controle de Tráfego Aéreo (CV) Controlador de Voo (CV)
Eletrônica (ET) Eletrônica (ET)
Enfermagem (EF) Enfermagem (EF)
Engenharia (EG) Engenharia (EG)
Escrita (ES) Escrita (ES)
Estrutura de Metalurgia de Aviação (SV) Estrutura de Metalurgia de Aviação (SV)
Infantaria (IF) Infantaria (IF)
Manobras e Equipagem de Aviação (RV) Manobras e Equipagem de Aviação (RV)
Motores de Aviação (MV) Motores de Aviação (MV)
Motores e Máquinas (MO) Motores e Máquinas (MO)
Música (MU) Música (MU)
Tabela 8.4: Composição dos Quadros de Especialistas e de Aperfeiçoados do CPFN
8.3.5. Estruturação da carreira
A estruturação da carreira inclui estímulos ao desenvolvimento pessoal e à realização profissional das
Praças, de modo a se obter eficiência e eficácia no exercício das diversas funções inerentes às atividades
da MB. Conforme preconizado no documento que regulamenta as promoções das Praças de carreira da
Marinha, o acesso na hierarquia militar fundamenta-se, principalmente, nos seguintes aspectos básicos:
a) comportamento - o comportamento das Praças é decorrente de sua conduta ante a lei e a ordem
constituída, particularmente na observância da disciplina, da doutrina, dos deveres e da ética militares. O
cômputo do comportamento obedecerá a uma escala decrescente de cem a zero, mediante conversão de
punições disciplinares e condenações por crime ou contravenção penal em pontos perdidos, que serão
deduzidos da pontuação máxima de cem pontos. Quando o total de pontos perdidos for superior a cem a
pontuação será negativa;
b) aptidão para a carreira - a aptidão para a carreira (AC) é aferida pelo pendor que as Praças revelam
para a Marinha, pelo modo como se dedicam ao serviço e pela sua capacidade de liderança. A AC, nas
diferentes graduações, é avaliada pela Nova Sistemática de Avaliação de Praças (ModEAD);
c) habilitação profissional - a habilitação profissional é obtida e aferida por meio de Cursos e Estágios. A
habilitação profissional das Praças obedece a um processo de ensino contínuo e progressivo,
constantemente atualizado e aprimorado, que se estende por meio de sucessivas fases de estudos e
práticas;
d) interstício - interstício é a condição de acesso representada pelo tempo mínimo de permanência em
cada uma das graduações dos diversos Corpos e Quadros, em efetivo serviço. Os interstícios podem ser
reajustados, anualmente, a critério do Comandante da Marinha, para atender às necessidades do serviço
ou para possibilitar a adequação do fluxo de carreira; e
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e) além dos aspectos básicos já citados, também são considerados os seguintes:
I) tempo de efetivo serviço na Marinha;
II) tempo de embarque ou de tropa ou tempo em Função Técnica;
III) higidez física e mental;
IV) avaliação das Comissões de Promoções de Praças (CPP); e
V) avaliação física.
8.3.6. Dos cursos
Para ingresso e acesso na carreira, as Praças realizarão Cursos de Formação, Cursos de Carreira e cursos
destinados ao aprimoramento profissional.
a) Cursos de Formação
Destinam-se a ministrar a formação militar-naval básica e ao preparo para o exercício das funções
peculiares às graduações iniciais de cada Corpo e Quadro.
b) Cursos de Carreira
São os que propiciam, progressivamente, a obtenção da habilitação requerida ao exercício dos cargos
previstos em TMFT. A aprovação nesses cursos, a ser obtida em uma única oportunidade, é um dos
requisitos que permitirão o acesso às graduações superiores. São os seguintes os Cursos de Carreira para
Praças:
I) Cursos de Especialização (C-Espc)
Destinados a habilitar os SD-FN para o cumprimento de obrigações que
exijam o domínio de técnicas específicas, de modo a complementar a qualificação recebida nos Cursos de
Formação.
II) Cursos Especiais de Habilitação para Promoção a Sargento (C-Esp-HabSG)
Destinados ao revigoramento da formação militar-naval dos CB, de modo a prepará-los para o exercício
de liderança em funções futuras.
III) Cursos de Aperfeiçoamento (C-Ap)
Destinados a atualizar e a ampliar os conhecimentos técnicos dos 3ºSG, necessários ao desempenho de
cargos e ao exercício de funções próprias das graduações superiores e para o exercício de cargos e serviços
na operação e manutenção de navios, aeronaves e de unidades de tropas.
IV) Curso de Aperfeiçoamento Avançado para Praças do CFN (C-ApA-Pr-CFN)
Visa aprimorar a capacitação do 2ºSG no segundo ano da graduação, manter sua qualificação contínua
ao longo da carreira e garantir o acompanhamento dos avanços na doutrina.
V) Cursos Especiais de Habilitação para Promoção a Suboficial (C-Esp-HabSO)
Destinados a aprimorar a formação militar-naval dos 1ºSG, com ênfase em liderança.
VI) Curso de Assessoria em Estado-Maior para Suboficiais Fuzileiros Navais (C-ASEMSO-FN)
Destinados a habilitar os Suboficiais Fuzileiros Navais para o exercício das funções de Assessoria em
Estado-Maior.
c) outros cursos
Para o exercício de determinadas funções, conforme as necessidades da Marinha, podem também ser
requeridos conhecimentos técnicos-profissionais não abordados ou realizados de forma superficial nos
Cursos de Carreira, os quais são adquiridos nos seguintes cursos:
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I) Cursos de Subespecialização (C-Subespc)
Destinados a preparar as Praças para serviços em setores restritos da MB, que exijam habilitações
complementares às conferidas pela especialização.
II) Cursos de Qualificação Técnica Especial (C-QTE)
Destinados a qualificar 2ºSG e 3ºSG para o exercício de Funções Técnicas, objetivando o seu emprego
em atividades de manutenção e reparo de alto escalão e em atividades de ensino.
III) Curso Especial (C-Esp)
Destinado à preparação do pessoal para serviços que exijam qualificação especial não conferida pelos
C-Espc, C-Subespc,C-Ap e C-ApA.
IV) Curso Expedito (C-Exp)
Normalmente de curta duração, visa atender à necessidade eventual e provisória de preparação de
pessoal para áreas de interesse específico da MB, gerada pela constante evolução e aprimoramento de
técnicas e equipamentos.
V) Curso Extraordinário (C-Ext)
De natureza transitória, é destinado ao aprimoramento técnico do pessoal, visando a preencher, na
época considerada, lacunas deixadas pelos demais cursos previstos.
8.3.7. Do concurso aos C-Espc e C-Esp-HabSG
O número de vagas para aos C-Espc e C-Esp-HabSG serão fixados anualmente e preenchido pelos SD e
CB, respectivamente, que a elas concorrem, mediante concurso constituído das seguintes fases:
apreciação, pelas CPP, dos conceitos profissional e moral, avaliação e quantificação do perfil de carreira,
provas de conhecimentos profissionais (ambos concursos) e de expressão escrita (apenas para o C-Esp-
HabSG). O parecer favorável da CPP é requisito para a Praça prosseguir nas fases posteriores. Os concursos
serão abertos para o preenchimento da quantidade de vagas, por especialidade/habilitação, estabelecida
no Plano Corrente.
Deverão ser considerados na composição da avaliação e quantificação do perfil de carreira os seguintes
parâmetros:
a) tempo de embarque ou tropa (exceto CT, MU e EF);
b) dias de mar ou de manobra e exercício (exceto CT e MU};
c) tempo de efetivo exercício em Função Técnica (CT, MU e EF e Praças com C-QTE};
d) comportamento;
e) aptidão média para a carreira (AMC};
f) desempenho no Teste de Aptidão Física Anual (TAF-a);
g) pendor para acesso à graduação superior; e
h) desempenho em estágio de tiro.
8.3.8. Dos estágios
As Praças recém-cursadas cumprem estágios com as seguintes finalidades:
- complementação prática dos C-FSD, C-Espc, C-Subespc, C-Esp-HabSG, C-Ap e C- QTE, podendo ser
diferenciada de acordo com a futura destinação do estagiário;
- avaliação de desempenho e adaptação à carreira naval; e
- verificação do processo ensino-aprendizagem. Os estágios dividem-se em duas categorias:
a) Estágio Inicial (EI)
É o estágio realizado imediatamente após o C-FSD e destina-se à avaliação do desempenho das Praças
ao longo do primeiro ano de carreira, com o propósito de manter no SAM apenas aquelas Praças
perfeitamente adaptadas à carreira naval. A conclusão do EI com avaliação final satisfatória é requisito
para a concessão do engajamento; e
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b) Estágio de Aplicação (EA)
Destina-se à avaliação do desempenho das Praças após a conclusão de C-Espc, C Subespc, C-Ap, C-Esp-
HabSG e C-QTE, tendo duração de até um ano.
8.3.9. Do tempo de embarque ou tempo de tropa
O tempo de tropa é requisito para o acesso na carreira das Praças do CPFN, exceto as Praças das
especialidades de CT, EF e MU. É o período de tempo, em número de dias, que o militar permanece no
desempenho de funções específicas nos seguintes locais:
a) Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra;
b) Unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra;
c) Grupamentos de Fuzileiros Navais;
d) Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais;
e) Unidades Operativas de Fuzileiros Navais estrangeiras;
f) Força de Paz de Organismo Internacional reconhecido pelo Brasil (ONU, OEA etc.);
g) Batalhões de Operações Ribeirinhas;
h) Companhia de Polícia do Batalhão Naval;
i) Missão de Observador Militar de Organismos Internacionais;
j) Missão de Assistência à Remoção de Minas;
k) Destacamentos de Segurança de Embaixadas do Brasil; e
L) Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de ARAMAR.
Os militares que servem em Unidades onde não há o cômputo de Tempo de Tropa, quando deslocados
por Diretiva para o cumprimento de uma missão eventual ou no desempenho de funções específicas ou
de natureza operativa, fazem jus a esse cômputo de Tempo.
8.3.11. Da Comissão de Promoção de Praças (CPP)
A CPP é uma comissão especial, de caráter permanente, que têm por finalidade assessorar o Comando
do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN), na composição dos Quadros de Acesso para promoção, na
indicação para a quota compulsória e na seleção para cursos e estágios. A CPP considerará em suas
deliberações, além dos aspectos básicos, os seguintes dados de carreira:
a) dias de mar, de manobra ou de exercício;
b) dias de instrutória;
c) destaques em cursos de carreira;
d) licença para tratar de interesse particular;
e) condecorações e citações meritórias;
f) resultado em estágio de tiro, para o CPFN, exceto para os Quadro de Aperfeiçoados de Música (QA-
MU);
g) histórico de punições; e
h) informações a respeito dos atributos morais e profissionais das Praças.
8.3.12. Do fluxo de carreira
O fluxo de carreira será regulado pela distribuição de efetivos, pela não renovação de compromisso,
pela fixação dos interstícios e pela aplicação da quota compulsória. Os interstícios serão estabelecidos em
função do tempo necessário ao emprego da Praça na graduação, do tempo requerido à obtenção do
tirocínio para acesso à graduação superior e da própria regularização do fluxo de carreira do Corpo ou
Quadro.
Para efeito de promoção, os Sargentos são distribuídos nos seguintes Grupos:
a) Praças do CPFN; e
b) Praças do Quadro de MU do CPFN.
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8.3.13. Dos compromissos de tempo de serviço
Compromisso de tempo de serviço é a obrigação que assume a Praça, com ou sem estabilidade, de
permanecer no serviço ativo, por um período de tempo variável, podendo ser: compromisso inicial;
compromissos decorrentes das prorrogações do tempo de serviço; e compromissos de cursos ou estágios.
a) compromisso inicial
O compromisso inicial, formalizado antes da nomeação, e o primeiro compromisso que a Praça assume,
voluntariamente, de permanecer no SAM, por um período de dois anos, contados a partir da data de sua
nomeação.
b) compromissos decorrentes das prorrogações do tempo de serviço
Às Praças sem estabilidade que concluírem o tempo de serviço a que estiverem obrigadas pode, desde
que o requeiram, ser concedida prorrogação deste tempo, uma ou mais vezes, como engajadas ou
reengajadas, segundo as conveniências do serviço.
I) engajamento
Engajamento é a primeira prorrogação voluntária do tempo de serviço, uma vez terminado o tempo
de compromisso inicial, contado a partir do dia imediato ao que terminar o compromisso inicial.
II) reengajamento
Reengajamento é a prorrogação voluntária do tempo de serviço, uma vez terminado o engajamento
ou o reengajamento anterior, contado a partir do dia imediato ao que terminar o compromisso anterior.
Assim, podem ser concedidos sucessivos reengajamentos a uma mesma Praça, obedecidas as condições
e requisitos que regulam a concessão.
III) requisitos para engajamento ou reengajamento
Para engajar ou reengajar, a Praça deve apresentar requerimento entre 120 e 90 dias antes do término
do compromisso em vigor e possuir os seguintes requisitos:
- comportamento igual ou superior a setenta (70) pontos;
- AMC igual ou superior a sete (7,00);
- para os SD-FN - terem sido selecionados para o C-Espc, do 3º até o 6º ano da graduação;
- para os CB - terem sido aprovados e classificados dentro do número de vagas para o C-Esp-HabSG até
9 anos de efetivo serviço e, excepcionalmente, para aqueles que cursaram o C-Espc no 7° ano de efetivo
serviço, terem sido aprovados e classificados dentro do número de vagas para o C-Esp-HabSG ate 9 anos
e seis meses de efetivo serviço, levando em consideração, na contagem desse tempo, aquele prestado
anteriormente as Forcas Armadas (art. 136 do Estatuto dos Militares);
- ter alcançado os índices mínimos exigidos pelo TAF-a, ressalvados o disposto nos § 4º e 5º, art. 15, do
Decreto nº 4.034, de 26 de novembro de 2001, e os casos em que o militar não puder ser submetido ao
TAF-a na época estabelecida, por estar de Licença a Gestante (LG) ou Licença a Adotante (LA), ou ainda,
aqueles com motivo justificado (cumprindo cargo,função ou missão em Posto Oceanográfico, Rádio-
Farol, Faróis etc) e, nos casos pertinentes, comprovado pelo setor de saúde da OM (baixados, dispensados
etc);
- não estar com o prazo de validade da última inspeção de saúde periódica vencido, até a data inicial da
prorrogação de tempo de Serviço Militar, salvo os casos em que o militar não tiver iniciado a inspeção de
saúde, em tempo hábil, por estar de LG ou LA, ou, ainda, nos casos pertinentes, comprovados pelo setor
de saúde da OM (baixados, dispensados etc), bem como aqueles em que a inspeção tiver sido iniciada
dentro do prazo, mas não tiver sido concluída por motivo alheio ao militar. A Praça que não tiver concluído
a inspeção de saúde na época estabelecida, deverá regularizar sua situação tão logo cessado o motivo; e
- não ter sido considerada definitivamente incapaz para o SAM e, se agregada, por ter sido julgada
incapaz temporariamente para o SAM, mediante homologação de Junta Superior de Saúde, não estar
nessa condição por mais de dois anos.
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c) Compromisso de cursos ou estágios
É a obrigação que a Praça assume, voluntariamente, de permanecer no SAM por um determinado
período de tempo, para realizar cursos ou estágios, por conta da União. O compromisso de curso ou
estágio, de duração superior a seis meses, realizados no estrangeiro, por conta da União, será
obrigatoriamente de três anos.
8.3.15. Dos cômputos do comportamento, aptidão para a carreira e aptidão média para a carreira
a) comportamento e aptidão para a carreira
As notas do comportamento e da AC serão atribuídas:
I) semestralmente, iniciando-se a 1 º de janeiro e a 1 º de julho e terminando em 30 de junho e 31 de
dezembro, respectivamente; e
II) a qualquer tempo, sempre que o comportamento ou a AC forem requisitos para decisões
administrativas relacionadas com a carreira das Praças.
b) aptidão média para a carreira
I) a AMC será computada, semestralmente, levando-se em consideração os graus de AC desde o ingresso
no CPrM, até a graduação de CB.
II) as Praças iniciarão novo cômputo de comportamento e AMC, a partir da promoção a 3ºSG.
8.4. ASCENSÃO DAS PRAÇAS AO OFICIALATO
As Praças no decorrer da carreira, tem a possibilidade de atingir o grau hierárquico mais elevada que
é o de Suboficial. Contudo, por interesse próprio, poderá ascender ao Oficialato, desde que cumpra os
requisitos fixados nos editais dos diversos concursos oferecidos pela MB.
8.4.1. Ao Quadro de Oficial Fuzileiro Naval
A ascensão ao Quadro de Oficiais FN dar-se-á por intermédio de concurso externo da Marinha. A Praça
poderá realizar o concurso desde que cumpra os requisitos constantes em edital próprio.
8.4.2. Ao Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais (QC-FN)
A ascensão ao QC-FN dar-se-á por intermédio de concurso externo da Marinha. A Praça poderá realizar
o concurso desde que possua curso superior em área de interesse da Administração Naval e cumpra
outros requisitos constantes em edital próprio.
8.4.3. Ao Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN)
As Praças ao alcançar a graduação de Terceiro-Sargento, desde que possua requisitos, poderá prestar
concurso interno da Marinha para ingressar no Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais. Tais requisitos são
fixados no Plano de Carreira de Praças da Marinha.
a) da inscrição para Concurso de Admissão ao AFN - a inscrição de Praças para o concurso de admissão
ao Curso de Formação de Oficiais, para o AFN, é condicionada ao parecer favorável da CPP.
b) dos requisitos para as Praças do CPFN (exceto MU):
I) na graduação de Terceiro-Sargento - poderá realizar o concurso com três anos completos na graduação,
até 31 de dezembro do ano da inscrição, desde que possua curso superior em área de interesse da
Administração Naval;
II) na graduação de Segundo-Sargento - poderá realizar o concurso desde que possua 18 anos de efetivo
serviço, até 31 de dezembro do ano da inscrição, ou curso superior em área de interesse da Administração
Naval;
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III) na graduação de Primeiro-Sargento - poderá realizar o concurso desde que possua 18 anos de efetivo
serviço; e
IV) na graduação de Suboficial - poderá realizar o concurso desde que possua menos de 45 anos de idade
em 1º de janeiro no ano da inscrição.
c) dos requisitos para as Praças do Quadro de MU:
I) na graduação de Terceiro-Sargento - poderá realizar o concurso após completar cinco anos na
graduação, desde que possua curso superior em área de interesse da Administração Naval;
II) na graduação de Segundo-Sargento - poderá realizar o concurso desde que possua curso superior em
área de interesse da Administração Naval;
III) na graduação de Primeiro-Sargento - poderá realizar o concurso desde que possua 18 anos de efetivo
serviço; e
IV) na graduação de Suboficial - poderá realizar o concurso desde que possua menos de 45 anos de idade
em 1º de janeiro do ano da inscrição.
8.4.4. A outros Corpos e Quadros
A ascensão a outros Corpos e Quadros de Oficiais da MB, tais como o Corpo de Engenheiros, o Corpo
de Intendentes, o Quadro de Capelães Navais, entre outros, dar-se-á por intermédio de concurso externo
da Marinha. A Praça poderá realizar tais concursos desde que cumpra os requisitos constantes em editais
próprios.
8.5. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE PESSOAL
O Sistema Integrado de Gestão de Pessoal (SIGeP) é um Sistema Informatizado, Corporativo do CFN
que entrou em operação no mês de setembro de 2002 com o propósito de oferecer ao CPesFN e às OM
onde servem militares do CFN, informações atualizadas e confiáveis da carreira de Oficiais e Praças do
CFN de forma célere. Pelo SIGeP, é possível aos militares inserir, consultar, alterar ou excluir informações
sobre a carreira, por um terminal de computador a bordo. O SIGeP possui diversos níveis de acesso que
são regulados por senhas, de acordo com a função que cada militar possua. Todas as informações estão
armazenadas e disponíveis, em uma base única de dados.
Oficiais e Praças do CFN podem acessar, de qualquer parte do país, seus dados de carreira como
pontuação, comissões anteriores, cursos, condecorações, tempos de tropa, tempo de embarque,
resultados do TAF-a, entre outras informações, utilizando a intranet da MB e uma senha individual. O
sistema possui mecanismos para controle de acesso, controle de autorização, integridade de dados e
auditorias que proporcionam segurança e transparência ao sistema. Permite identificar cada acesso e
cada transação efetuada por um determinado militar, com precisão. Assim, as alterações efetuadas têm
um registro especial informando o tipo de alteração, o Número de Identificação Pessoal (NIP) de quem
alterou e outros dados úteis em caso de necessidade de verificação de erros nos lançamentos.
As OM inserem informações de todos os militares nela lotados e, anualmente, é expedida uma circular
do CPesFN, com o propósito de normatizar a operação do sistema, regulando a inserção de dados, os
prazos e a forma de solicitar retificações daqueles dados que o militar da ativa do CFN ou a sua OM não
têm autonomia para corrigir. Além disso, são também beneficiárias das informações armazenadas na base
de dados, uma vez que dispõem de funcionalidades que lhes permitem extrair informações úteis na
gerência diária da carreira dos militares sob sua gestão.
O sistema possui mecanismos para controle de acesso, controle de autorização, integridade de dados
e auditorias que proporcionam segurança e transparência ao sistema. Permite identificar cada acesso e
cada transação efetuada por um determinado militar com precisão. Assim, as alterações efetuadas têm
um registro especial informando o tipo de alteração, o NIP de quem alterou, e outros dados úteis em caso
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Invest – invista em você
de necessidade de verificação de erros nos lançamentos. Todos os militares que ingressam no CFN são
cadastrados no SIGeP assim que recebem seu NIP.
É importanteque os militares acessem com frequência o sistema e confiram seus dados pessoais e de
carreira, uma vez que estas informações são utilizadas em todos os processos seletivos como, por
exemplo, para promoção, seleção para cursos e mapas para comissões fora-de-sede e comissões no
exterior. Todo militar é responsável por sua própria carreira e deve estar atento a eventuais erros e
omissões nos seus próprios dados cadastrais ou de carreira.
8.6. MAPA ÚNICO DE PONTUAÇÃO DO CORPO DE PRAÇAS DE FUZILEIROS NAVAIS
No decorrer da carreira, os militares do CFN participam de vários processos seletivos, além de
avaliações para promoção cujos parâmetros empregados baseiam-se em diversos aspectos inerentes à
vida militar. Para tal seleção ou avaliação, utiliza-se o Mapa Único de Pontuação (MUP), onde são
observados os seguintes atributos: AMC, Comportamento, ModEAD (Promoção por Merecimento),
Habilitação Profissional (HP), Promoções Anteriores, TAF-a, Estágio de Tiro, Citações Meritórias,
Condecorações, Tempo de lnstrutoria, Tempo de Tropa/Função Técnica, Dias de Operação e Tempo de
Serviço.
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CAPÍTULO 9
HIGIENE E PROFILAXIA DAS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
9.1. GENERALIDADES
Neste capítulo serão explicitadas as noções básicas sobre higiene e as medidas preventivas contra as
doenças infectocontagiosas, especialmente as sexualmente transmitidas. Higiene é a prática de atos que
visam à preservação da saúde própria do indivíduo e de seus companheiros. Pode ser dividida em dois
subgrupos: higiene individual e higiene coletiva.
9.3. HIGIENE EM CAMPANHA
Quando em operação, além das anteriores, devem ser observadas as seguintes regras:
a) evitar beber água sem saber a origem ou sem seu consumo estar autorizado pelo serviço de saúde.
Caso necessário, ferver a água antes de beber por, pelo menos 20 minutos. Se possível, beber água do
saco "lister", bombonas ou pipa d'água destinados para esse fim;
b) fazer uso do purificador de água da ração sempre que não for fornecida água tratada;
c) usar locais apropriados para fazer as necessidades fisiológicas. Em caso de necessidade, cavar um buraco
e cobrir os dejetos com terra. Isto pode evitar a propagação de doenças capazes de causar baixas;
d) os sanitários de campanha (pianos) devem ser utilizados, lançando-se sobre as fezes, após o uso, cal,
que costuma estar ao lado dos sanitários;
e) proteger-se contra insetos. Usar o mosquiteiro e repelente de insetos quando houver necessidade. Uma
pomada antialérgica (fenergam ou similar) atenua os efeitos das picadas de mosquitos, formigas ou de
outros insetos e sendo conveniente dispor de uma dessas no estojo de primeiros socorros, desde que não
seja alérgico a ela;
f) os alimentos devem ser sempre protegidos da ação do tempo e de insetos;
g) lavar bem os utensílios de comer. A gordura da marmita ou caneco pode ser removida com a água
quente dos aquecedores;
h) não jogar restos de comida ou ração em outros locais que não sejam os destinados;
i) não deixar latas vazias jogadas ao redor do acampamento;
j) não comer restos de ração das latas usadas e caso não haja coletor de lixo, enterrar os restos da ração
em local determinado;
k) as vacinações devem estar em dia e as medidas profiláticas sempre mantidas;
l) em caso de suspeita de algum parasita, mosquito ou qualquer inseto estranho no local do acampamento,
comunicar logo ao serviço de saúde, para que sejam tomadas as providências pertinentes;
m) é conveniente examinar, arejar, limpar a barraca ou local de dormir; e
n) comer os alimentos fornecidos, pois contêm nutrientes necessários para se manter. É importante não
se alimentar em local onde repousará.
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CAPÍTULO 10
SERVIÇOS INTERNOS
10.1. GENERALIDADES
A Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA), nos Títulos VII e VIII, estabelece disposições
fundamentais relacionadas com o pessoal, seus deveres e serviços. Constitui-se em um documento
normativo essencial para a correta condução das atividades diárias a bordo das Organizações Militares.
Seu pleno conhecimento é obrigatório para todos aqueles que servem à Marinha.
Os serviços internos são os executados no interior das OM. Por estarem relacionados à segurança física,
é de fundamental importância que o FN tenha a máxima atenção por ocasião da execução de cada um
deles e a observância do Plano de Segurança Orgânica (PSO) ao apresentar-se na OM. De um modo geral,
subdividem-se nos serviços de Estado, de Guarda do Quartel, de Policiamento Interno e de Guarda de
Subunidade. Neste capítulo serão apresentados os principais serviços constantes na OGSA e outros
comuns nas OM do CFN.
10.2. SERVIÇO DE ESTADO
É aquele levado a efeito por um período de seis a vinte e quatro horas. Funciona na Sala de Estado,
que é a dependência localizada na entrada do quartel e destinada ao pessoal de Serviço de Estado. Esse
serviço abrange o Oficial de Serviço, Contramestre, Auxiliar, Corneteiro de Serviço e Mensageiro. Os
serviços de contramestre e auxiliar, em alguns quartéis, é cumprido em quartos (4 horas de efetivo serviço
por 8 horas de descanso).
10.3. SERVIÇO DE GUARDA DO QUARTEL
É aquele com a finalidade de prover a segurança aproximada da OM e participar do cerimonial. Inclui,
normalmente, os serviços de Comandante da Guarda, Cabo da Guarda, Sentinelas e Identificadores. As
Praças da Guarda do Quartel que não estiverem de serviço na hora devem permanecer na Sala de Estado
em condições de atender a qualquer eventualidade ou honras de portaló e formar para prestar e participar
do Cerimonial à Bandeira Nacional.
10.4. SERVIÇO DE POLICIAMENTO INTERNO
É aquele de que dispõe o Oficial de Serviço para estender a toda unidade a fiscalização sobre assuntos
que lhe são afetos. Compreende, normalmente, o Supervisor ou Auxiliar do Oficial de Serviço e o Sargento-
Polícia.
10.5. SERVIÇO DE GUARDA DE SUBUNIDADE
É aquele destinado à manutenção da ordem, disciplina e segurança interna das dependências que lhe
são afetas. Inclui o Sargento de Dia, Cabo de Dia e Plantão.
10.6. ATRIBUIÇÕES
10.6.1. Guarda do Quartel
São atribuições da Guarda do Quartel:
a) não permitir aglomerações nas proximidades do Corpo da Guarda e dos postos de sentinelas;
b) controlar a entrada e a saída de viaturas ou material da OM de acordo com as normas em vigor;
c) detectar e identificar aqueles que se aproximarem da OM à noite;
d) dar conhecimento imediatamente ao Oficial de Serviço da entrada de Oficial estranho à OM. Para tanto,
deve usar o meio de comunicação mais rápido;
e) identificar os civis e militares (não pertencentes à OM) que entrarem na OM, encaminhando-os à Sala
de Estado;
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Invest – invista em você
f) controlar a entrada e a saída de civis da OM em conformidade com as normas vigentes;
g) não permitir a entrada na OM de civis não autorizados no período do Arriar da Bandeira à Alvorada;
h) só permitir a saída de praças devidamente autorizadas, com uma correta apresentação pessoal e pelos
locais para isso destinados;
i) manter o Corpo da Guarda limpo e arrumado, conservando o material nele existente;
j) fornecer escoltas para os presos a serem conduzidos dentro da OM;
k) ser responsável pelos presos; e
l) cumprir as demais ordens em vigor pertinentes ao serviço da guarda.
10.6.3. Supervisor de Serviço
Auxiliar o Oficial de Serviço no cumprimento da rotina do serviço, mantendo-o informado de qualquer
problema que venha ocorrer durante o período em que estiver de serviço.
10.6.4. Contramestre
É o auxiliar direto e substituto eventual do Oficial de Serviço e do Supervisor de Serviço.
a) verificar, ao assumir o serviço, em companhia de seu antecessor, se todas as chaves existentes no quadro
geral daschaves da Sala de Estado estão devidamente controladas e identificadas; e
b) exercer o controle diário das chaves de compartimentos ostensivos.
10.6.5. Auxiliar
É o ajudante direto do Contramestre, competindo-lhe cumprir todas as suas determinações e as ordens
específicas baixadas pelo comando da OM.
10.6.6. Corneteiro de Serviço
É o responsável pela execução dos toques previstos na rotina ou aqueles ordenados pelo Oficial de
Serviço.
10.6.7. Mensageiro
É a praça que permanece à disposição do Oficial de Serviço para transmitir mensagens, acompanhar
visitantes e executar outras tarefas que lhe forem determinadas.
10.6.8. Comandante da Guarda
É a Praça diretamente subordinada ao Oficial de Serviço e que tem as seguintes atribuições principais:
a) executar todas as ordens referentes ao serviço da guarda;
b) formar a guarda rapidamente ao sinal de alarme. Identificar, de pronto, o motivo do alarme e, na
ausência do Oficial de Serviço, agir por iniciativa própria, reforçando os postos, se for o caso. Em seguida,
apresentar-se ao Oficial de Serviço para receber ordens;
c) ser o responsável pela disciplina da guarda;
d) inspecionar constantemente os militares da guarda, utilizando-se de formaturas durante o dia, sempre
que houver a rendição dos quartos das sentinelas. Proceder da mesma maneira durante a noite, sempre
que se fizer necessário;
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Invest – invista em você
e) exigir dos presos compostura compatível, não lhes permitindo atos e procedimentos não autorizados;
f) verificar frequentemente se os componentes da guarda têm pleno conhecimento das ordens específicas
relativas aos seus postos;
g) só permitir a entrada ou a saída de civis ou militar da OM pelos locais para isso destinados. Após o arriar
da Bandeira, determinar o fechamento dos portões da OM, exceto o principal, que se fechará apenas em
casos especiais e quando houver ordens específicas;
h) dar conhecimento de imediato ao Oficial de Serviço de qualquer ocorrência extraordinária havida na
guarda, mesmo que já tenha adotado alguma providência;
i) encaminhar ao Oficial de Serviço o relatório da guarda logo após ter sido substituído no serviço. Nesse
documento ele fará constar a relação nominal das praças da guarda, as ocorrências havidas durante o
serviço, a situação do material do Corpo da Guarda, bem como qualquer fato relevante que mereça
menção especial;
j) providenciar a substituição das praças que apresentarem restrições de saúde ou que faltarem a bordo
estando escaladas para o serviço, recorrendo, para isso, ao Oficial de Serviço; e
k) formar a guarda para os cerimoniais previstos e inopinados.
10.6.9. Cabo da Guarda
É o auxiliar imediato e o substituto eventual do Comandante da Guarda. O Cabo da Guarda tem as
seguintes atribuições principais:
a) distribuir as sentinelas pelos postos e transmitir-lhes as ordens que tenham que cumprir e assistir à sua
substituição;
b) acudir, prontamente, ao chamado de qualquer das sentinelas e transmitir ao Oficial de Serviço as
comunicações que estas lhe fizerem; e
c) fazer a ronda dos postos das sentinelas, especialmente à noite.
10.6.10. Sentinelas e Identificadores
São os componentes da guarda colocados em determinados postos com a finalidade de prover a
segurança de determinados pontos da OM. A sentinela é responsável e inviolável, segundo as
prerrogativas que a Lei lhe confere, sendo punido com severidade quem atentar contra sua autoridade e
integridade. No exercício de suas funções, devem portar-se com zelo, serenidade e energia compatível
com a autoridade que lhes é atribuída.
a) compete às sentinelas as seguintes tarefas:
I) prestar as honras regulamentares;
II) estar sempre alerta, vigilante e em condições de bem cumprir suas tarefas;
III) não abandonar sua arma, mantendo-a alimentada e travada para emprego, de acordo com as ordens
que tiver recebido;
IV) não conversar, fumar ou utilizar quaisquer equipamentos não autorizados (tais como celular, rádio etc.)
em serviço, evitando distrair-se;
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Invest – invista em você
V) evitar esclarecimentos a pessoas estranhas ao serviço. Se isso for necessário, deverá recorrer ao Cabo
da Guarda ou ao Identificador;
VI) não permitir aglomerações, tampouco, aproximação de pessoal não pertencente a guarda do quartel
nas proximidades do seu posto;
VII) manter sigilo sobre as ordens recebidas;
VIII) acionar o alarme nas seguintes situações:
- sempre que notar qualquer movimento ou aglomeração suspeita nas proximidades de seu posto;
- quando qualquer indivíduo insistir em penetrar no quartel antes de ser identificado;
- na ameaça de desrespeito à sua autoridade e às ordens relativas ao seu posto;
- na verificação de qualquer anormalidade grave; e
- por ordem do Oficial de Serviço, Comandante da Guarda ou Cabo da Guarda.
b) além das atribuições afetas às sentinelas, cabe aos identificadores:
I) impedir a entrada e a saída de pessoal, material e viaturas da OM sem a devida autorização, solicitando,
em caso de dúvida, a presença do Cabo da Guarda; e
II) parar e identificar qualquer pessoa ou viatura que pretenda entrar no quartel à noite.
10.6.11. Sargento-Polícia
É o auxiliar do Oficial de Serviço na fiscalização da execução das ordens em vigor, percorrendo
constantemente os setores da unidade que lhe forem destinados.
10.6.16. Plantão
É o responsável pelo cumprimento das normas gerais da guarda da subunidade, competindo-lhe,
dentre outras, as seguintes atribuições:
a) estar atento a tudo que ocorrer na dependência, comunicando imediatamente ao Cabo de Dia qualquer
alteração;
b) apresentar-se aos oficiais, suboficiais e sargentos que entrarem no alojamento quando estiver ausente
o Cabo de Dia;
c) não permitir que as praças detidas na dependência se afastem dela, a não ser por motivo de serviço e
com ordem do Cabo de Dia;
d) zelar pela limpeza e arrumação da dependência;
e) na ausência do Cabo de Dia acordar as praças ao findar a terceira parte do toque de alvorada,
determinando que se levantem;
f) não permitir a entrada de pessoal não autorizado nas dependências sem ordem do Cabo de Dia;
g) impedir a saída de qualquer objeto sem a autorização do dono ou responsável e sem ordem do Cabo
de Dia;
h) não consentir que qualquer praça utilize ou se apodere de objetos pertencentes a outros sem
autorização do dono ou responsável;
i) não permitir conversa, bem como qualquer outra perturbação após o toque de silêncio;
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Invest – invista em você
j) arrecadar todo material encontrado fora de seu local, encaminhando-o ao Sargento de Dia ou Cabo de
Dia;
k) inspecionar os armários constantemente, anotando os que estiverem abertos e/ ou danificados,
comunicando as irregularidades ao Cabo de Dia;
l) acordar os militares escalados para o serviço durante a noite; e
m) utilizar o apito no alojamento, conforme abaixo prescrito:
I) um silvo curto para chamar à atenção ou anunciar a presença de oficial Intermediário;
II) dois silvos curtos para anunciar a presença de oficial superior ou Comandante da subunidade;
III) três silvos curtos para anunciar a presença de Oficial-General ou Comandante da unidade;
IV) um silvo longo, sinalizando atenção para o cumprimento da rotina; e
V) três silvos longos, em caso de emergência. Critérios para os silvos de apito:
- quando mais de um oficial entrar no alojamento, só será dado o silvo correspondente ao mais antigo;
- o toque de três silvos curtos obriga ao mais antigo dentre os presentes no alojamento a dar ordens
aos demais militares para que assumam a postura adequada;
- dados quaisquer dos sinais de apito, todos devem ficar em silêncio e tomar a posição de Sentido caso
se trate da entrada de Oficial no alojamento;
- para os silvos referentes às prescrições de rotina, atenção ou emergência, o Plantãodeve anunciar
logo em seguida o seu significado; e
- entre o silêncio e a alvorada não serão dados silvos de apito, salvo os de emergências.
Caso o Plantão não perceba a entrada de um Oficial no alojamento, qualquer Praça que o avistar deverá
proferir a expressão: "ATENÇÃO!" e anunciará o fato à viva voz.
10.7. REGRAS DE SEGURANÇA AO ASSUMIR O SERVIÇO
As regras de segurança abaixo descritas, deverão ser adotadas como medidas preventivas utilizadas
antes, durante e após o serviço, sem o descuido de outras prescrições relativas à segurança, contidas em
manuais específicos ou estabelecidas nas normas internas adotadas pelas Organizações Militares:
a) antes do serviço, durante o serviço, em todos os momentos de rendições de postos e ao final do serviço,
deve ocorrer a inspeção do armamento, munições e equipamentos relacionados com o serviço. O
processo para a execução dessa inspeção, quando não previsto nos manuais técnicos correspondentes,
deve ser estabelecido pelas Organizações Militares;
b) as inspeções de armamento do pessoal de serviço devem ser realizadas em locais previamente
designados, de forma a proporcionar as melhores condições de segurança, seja pelo isolamento do local
e pela proteção do pessoal;
c) sempre que possível, deve haver disponibilidade de "caixas de areia" nas proximidades dos locais
destinados à inspeção de armamento, para a realização do tiro seco;
d) o Comandante da Guarda e/ou Cabo da Guarda, por ocasião dos serviços, em reunião com seu pessoal,
deve sempre relembrar, demonstrar e praticar as regras de segurança relativas ao manejo do armamento
a ser empregado;
e) os incidentes de tiro, caso haja, devem ser sanados com a aplicação das regras próprias de cada
armamento com a cautela necessária; e
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f) quando do retorno do armamento ao paiol, o paioleiro deve executar uma rigorosa inspeção na câmara
e nos carregadores de cada arma proveniente de serviço, independentemente de qualquer outra medida
anterior de segurança.
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CAPÍTULO 11
A CONDUTA DO FUZILEIRO NAVAL EM SOCIEDADE
11.1. GENERALIDADES
Todo Fuzileiro Naval quando é reconhecido como tal, em qualquer meio social, estando ele fardado ou
não, é imediatamente associado a sua Instituição, a Marinha do Brasil e ao Corpo de Fuzileiros Navais. A
sua conduta é, igualmente, associada à Instituição, portanto cada Fuzileiro Naval tem sua parcela de
responsabilidade sobre a imagem que a sociedade como um todo tem do CFN.
Neste capítulo são abordados aspectos afetos à conduta que o Fuzileiro Naval deverá observar quando
interagir com o público externo e/ou interno, em atividades diversas ou até mesmo no convívio social.
11.2. CONDUTA MILITAR E ASPECTOS DE APRESENTAÇÃO EM VIAS PÚBLICAS
Como consequência da destinação constitucional das Forças Armadas, o CFN tem sido cada vez mais
empregado em proveito da Segurança Pública. Tal fato provoca um natural aumento da exposição de
militares e meios deslocando-se pelas vias públicas das cidades, na medida em que a tropa é cada vez
mais observada pela população local.
Diante de tais circunstâncias, o Fuzileiro Naval ao ser empregado em ações que seja necessário o
deslocamento por vias públicas e o contato com a população local, deve ter como preocupação os
seguintes aspectos quanto a sua conduta e apresentação pessoal:
- correta atitude militar;
- postura de seriedade e vigilância (individual e de equipes);
- excelência na apresentação pessoal;
- padronização no emprego de itens de equipagens;
- cumprir o previsto nas regras de engajamento;
- condições de apresentação e padronização na configuração de viaturas; e
- correta condução das viaturas, em observância às regras de trânsito, com destaque para a direção
segura e o respeito aos sinais de trânsito e aos limites de velocidade.
Particularmente, no tocante à conduta militar, apresentam-se alguns comportamentos que afetam
negativamente a percepção da sociedade e, portanto, devem ser individualmente e coletivamente
coibidos:
- distração com celulares;
- conversas e brincadeiras em grupos, com desatenção com a "cena de ação";
- militares observados dormindo em viaturas;
- brincadeiras no interior de viaturas;
- militares observados encostados em paredes;
- militares sem cobertura;
- militares com mão no bolso; e
- outras atitudes que possam denotar desatenção.
Nas tarefas de patrulhamento, nos deslocamentos motorizados ou em postos de serviço estáticos, a
atenção de cada Fuzileiro Naval com os aspectos mencionados são fundamentais para o reforço da
imagem institucional do CFN, como tropa profissional, de pronto emprego e de formação diferenciada.
11.3. COMPORTAMENTO DO FUZILEIRO NAVAL NO CONVÍVIO SOCIAL
Conforme consta na publicação DGPM-319 - Normas para a Conduta Ético-Militar e Atividades Sociais
no Âmbito Militar, o comportamento militar deverá ser sempre orientado pelas prescrições constantes do
Estatuto dos Militares, pelos deveres do pessoal estipulados na OGSA, pelo respeito à condição do militar,
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Invest – invista em você
homem ou mulher, pela dignidade de seu papel na família, pelo seu compromisso profissional, bem como
pelas tradições de disciplina, decoro e dedicação, características da vida naval.
As boas normas aplicadas ao comportamento social estão intimamente relacionadas à conduta ético-
militar e são complementares entre si. São procedimentos e atitudes transmitidas pelos ascendentes ou
adquiridos pela observação rigorosa do que é moralmente aceito no seio de uma sociedade, na vida
familiar e militar.
Os militares da MB devem, em todas as circunstâncias da vida privada e profissional, nas cerimônias
militares e nos eventos sociais, de cunho militar ou não, proceder à constante autocrítica, pautando seu
comportamento pela discrição, elegância, fidalguia e primor em suas atitudes e maneiras, de modo a zelar
pelo bom nome da Instituição e de cada um de seus integrantes. Nesse sentido, deverá informar-se e
observar atentamente as regras de etiqueta referentes à postura, aos cumprimentos, à linguagem e ao
modo de se expressar, aos procedimentos à mesa, à movimentação no ambiente, aos modos de sentar,
evitando todo e qualquer excesso.
Segundo o Art. 28, da Seção li do Estatuto dos Militares, o sentimento do dever, o pundonor militar e o
decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Forças Armadas, conduta moral e profissional
irrepreensíveis, com a observância de alguns preceitos da ética militar, entre eles:
- amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
- respeitar a dignidade humana;
- zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados;
- ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
- proceder de maneira ilibada na vida pública e particular; observar as normas da boa educação;
- garantir assistência moral e material ao seu lar; e
- conduzir-se como chefe de família modelar.
Devem ainda, cumprir fielmente o previsto nas normas constantes da publicação DGPM-319,
particularmente, no fato de ser vedado ao pessoal militar qualquer demonstração excessiva de
afetividade, intimidade ou manifestação de respeito, apreço, sentimentos ou cumprimentos que não
sejam os regulamentares. Durante o ato de cumprimentar, incentiva-se que o militar faça uso da
continência, sendo vedado o ato de abraçar-se ou beijar-se. Em observância ao Regulamento de
Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas, o militar, ainda que em
trajes civis, deverá prestar continência aos superiores hierárquicos.
Reitera-se que todos os militares devem manter atenção constante quanto a seu comportamentosocial, exercitando a capacidade de conviver e integrar-se socialmente, com correção de atitude e cortesia,
em todos os círculos sociais que frequenta, manifestando-se de forma comedida, em atitudes, maneiras
e linguagem. Devem ter em mente que suas atitudes e ações reverberam e tem uma amplitude maior
quando são associadas às Forças Armadas e, atenção especial deve ser dada a confraternizações e eventos
sociais, sejam eles realizados em local sob jurisdição militar ou do qual se esteja participando decorrente
de sua condição de militar, fardado ou à paisana. Apesar de esperada, a descontração nesses eventos não
deve suplantar a constante observância dos preceitos supracitados, tendo sempre em mente que nada se
deve afetar a boa imagem da Instituição e de todos os integrantes das Forças Armadas.
Além das orientações já citadas, todo militar quando estiver participando de representações/missões
no exterior, deve observar as seguintes normas de comportamento social, condizentes com as tradições
da MB:
- adequar-se às diferenças culturais, sendo claro e respeitoso nas comunicações e nas expectativas;
- compreender e utilizar as regras e tradições da organização na qual está inserido, para homens e
mulheres, incluindo a política de gênero, e empregá-las;
- evitar utilização de gírias; verificar se está entendendo e sendo compreendido, dar tempo para o
interlocutor se expressar, usar tom de voz adequado e ter cuidado com o senso de humor inapropriado; e
- tratar igualmente todas as pessoas com dignidade e respeito, aceitar os diversos pontos de vista e não
discriminar qualquer indivíduo ou grupo.
103
Invest – invista em você
11.4. USO JUDICIOSO DA INTERNET E DAS MÍDIAS SOCIAIS
11.4.1. Sítios de relacionamento social
Como em qualquer ambiente, a internet também tem suas regras de etiqueta e comportamento.
Praticá-las de maneira correta abre muitas portas; ignorá-las, porém, pode trazer problemas.
De forma a minimizar a exposição da MB e de seu pessoal, os Fuzileiros Navais devem observar as
seguintes orientações:
- não postar ou publicar informações de caráter reservado da MB ou pessoal;
- não nomear ou utilizar, na titulação de grupos sociais, símbolos, siglas, brasões, indicativos ou nome de
OM da MB;
- não postar informação que possa ser explorada em ação contra a instituição MB e qualquer um de seus
integrantes;
- não postar nada que não queira que se torne público. Todas as informações veiculadas em sítios de
relacionamento devem ser consideradas como públicas;
- ter o mesmo comportamento dentro do sítio de relacionamento que se tem quando em uma reunião
social com presença física;
- seguir os padrões de comportamento navais orientados pelos bons costumes;
- limitar a quantidade de informação pessoal postada;
- lembrar que a internet é pública;
- cuidado ao falar com desconhecidos em chats, blogs ou comunidades;
- não participar de comunidade virtual que expressa ódio, pois se a mesma for investigada por conduta
indevida ou prática de crime, todos os participantes podem ser comprometidos;
- não acreditar em tudo que se lê online;
- manter os grupos nos quais participe sempre fechados e protegidos por fortes senhas de forma a
restringir o acesso às informações somente ao pessoal do grupo; e
- não criar grupos sociais vinculados ou que denotem vínculo à Marinha ou suas OM.
Além das orientações supracitadas, as postagens ostentando armamento ou fardamento podem expor,
perigosamente, tanto o militar quanto seus familiares.
Lembrem que toda postagem (comentários diversos), por mais coerente que pareça, nem sempre
agradará a todos. Antes de postar quaisquer assuntos em redes sociais, o militar deve, antes de tudo,
avaliar, criteriosamente, o teor de tais postagens a fim de evitar discussões desnecessárias, principalmente
entre amigos e familiares.
Por fim, mas não menos importante, o militar deve resistir à tentação de causar impressão de ser
grande conhecedor de assuntos da Instituição, principalmente quando se tratar de temas sigilosos.
11.4.2. Cuidados com a exposição pessoal na Internet
Uma vez conectado à internet, o usuário tem, virtualmente, acesso a diversas informações contidas em
redes de computadores em todo o mundo, mas, a recíproca também é verdadeira, ou seja, informações
sobre sua vida tornam-se públicas de maneira descontrolada.
Privacidade é uma palavra muito valorizada, mas geralmente desconhecida por muitos. Há pessoas que
simplesmente não temem em se expor. Para elas, existe um mundo ideal, onde a discrição não tem vez. A
internet é um "mundo" infinito, onde cada palavra também é eterna. "Caiu na rede, é de todos". O
Fuzileiro Naval deve tomar cuidado com o que postar porque toda postagem pode ser usada contra ele
no futuro. Tais informações já estão sendo aceitas como provas em processos judiciais. Os arquivos digitais
são públicos, então, a atenção deve ser permanente. Culturalmente, o brasileiro gosta da vida social.
Muitas vezes não sabe separar o que é público do que é privado e, são nesses espaços, que atuam as
pessoas maldosas, principalmente na manipulação de informações contidas nas redes sociais. Um
comentário malicioso sobre uma pessoa, uma foto inadequada, ou um posicionamento contrário aos bons
costumes fica eternizado e pode, inclusive, ter consequências judiciais.
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Invest – invista em você
11.4.3. Uso não institucional de mídias sociais pelo pessoal da MB
No mundo atual, onde a conectividade e a interatividade estão cada vez mais presentes, o uso das
mídias sociais traz como reflexos o alcance da veiculação de comentários, fotos e vídeos, que podem
reverberar de forma fácil, instantânea e multiplicadora.
A associação de qualquer indivíduo ao grupo e/ou instituição a que pertença é inevitável. Assim, o
comportamento nas mídias sociais dos militares da MB deve ser compatível com o esperado em qualquer
ambiente social, observando princípios de conduta moral, ética e pundonor militar.
O conteúdo emitido por militar da MB, ainda que em situação particular, é considerado como
publicação não oficial, devendo observar as orientações e diretrizes constantes na norma DCTIMARINST
30-08B (Uso Institucional e não Institucional de mídias e redes sociais extra-MB pelo pessoal da MB) e na
publicação EMA-860 - Manual de Comunicação Social da Marinha.
Nesse sentido, opiniões e manifestações pessoais dos militares devem ser feitas de acordo com as
normas em vigor e de forma responsável. Violações poderão ser investigadas, julgadas e, em último caso,
punidas, em observância ao RDM ou ao Código de Processo Penal Militar (CPPM).
11.4.4. Veiculação de notícias falsas ou supostamente falsas
O termo Fake News tornou-se mundialmente conhecido durante as eleições americanas de 2016. A
partir daí, uma grande variedade de notícias falsas tem circulado como verdadeiras, principalmente, em
redes sociais.
Mais recentemente, a técnica deepfake surgiu e, com o auxílio da inteligência artificial, passou a ser
empregada em manipulações que resultam em vídeos falsos, com pessoas realizando ações que nunca
aconteceram na realidade. Para evitar a propagação dessa prática e ajudar a diminuir os seus impactos,
cabe a cada usuário da Internet e das mídias sociais atentar à veracidade das informações. Não se deve
retransmitir uma informação, caso não se tenha certeza da sua veracidade. Mesmo tendo a certeza da
veracidade da informação ou vídeo, evitar a retransmissão que comprometa a instituição Marinha e
qualquer pessoa.
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Invest – invista em você
ORGANIZAÇÃO
ANEXO B
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Constituição Federal, a MB é uma instituição nacional permanente e regular,
organizada com base na hierarquia e disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República.
A CF também estabelece que a MB, em conjunto com as demaisFA, também denominadas como FS,
destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
da lei e da ordem.
A MB dispõe de estrutura própria e está ligada, diretamente, ao Ministro de Estado da Defesa. O CM é
nomeado pelo Presidente da República.
De acordo com a Lei nº 97 de 9 de junho de 1999, as FA têm como atribuição subsidiária, de caráter
geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente
da República. São atribuições subsidiárias particulares da Marinha: orientar e controlar a Marinha
Mercante, no que interessa à defesa nacional; prover a segurança da navegação aquaviária; contribuir
para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar e águas interiores; e
implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos no mar e águas interiores, em coordenação
com outros órgãos do Poder Executivo, Federal ou Estadual, em razão de competências específicas.
2. A MISSÃO E VISÃO DE FUTURO DA MARINHA
A Missão da MB teve como condicionantes o artigo 142 da Constituição Federal e a Lei Complementar
nº 97/99, sendo estabelecida como tarefa: "Preparar e empregar o Poder Naval.
Para a consecução dos seguintes propósitos:
- contribuir para a Defesa da Pátria;
- contribuir para a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem;
- contribuir para o cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em Lei; e
- contribuir para o apoio à Política Externa."
A Visão de Futuro é a expressão que traduz a condição pretendida para o futuro da Instituição. É calcada
em sua própria razão de existir e corresponde à direção a seguir. A busca incessante pela sua concretização
é o que impulsiona a Instituição. A Visão de Futuro da Marinha do Brasil é assim enunciada:
"A Marinha do Brasil será uma Força moderna, aprestada e motivada, com alto grau de independência
tecnológica, de dimensão compatível com a estatura político-estratégica do Brasil no cenário
internacional, capaz de contribuir para a defesa da Pátria e salvaguarda dos interesses nacionais, no mar
e em águas interiores, em sintonia com os anseios da sociedade."
3. ORGANIZAÇÃO DO COMANDO DA MARINHA
O Comando da Marinha tem na sua estrutura organizacional um órgão de direção geral (ODG) que é o
Estado-Maior da Armada (EMA); um órgão de assessoramento superior que é o Almirantado e sete órgãos
de direção setorial (ODS): o Comando de Operações Navais (ComOpNav); o Comando-Geral do Corpo de
Fuzileiros Navais (CGCFN); a Diretoria Geral de Navegação (DGN); a Diretoria-Geral do Material da Marinha
(DGMM); a Diretoria Geral do Pessoal da Marinha (DGPM); a Secretaria-Geral da Marinha (SGM); e a
Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM). Possui também alguns
órgãos de assistência direta e imediata para assessoria pessoal ao Comandante da Marinha.
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Invest – invista em você
Fig. B-1- Organograma do Comando da Marinha
3.4. Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais
O CGCFN é um Órgão de Direção Setorial cujo Comandante (ComGerCFN) é um Almirante de Esquadra
Fuzileiro Naval, a quem compete gerenciar as atividades relativas à administração estratégica dos recursos
humanos do CFN, do material de uso exclusivo ou preponderante do CFN, responder pelas atividades de
defesa nuclear, biológica, química e radiológica (DefNBQR) no âmbito da MB, buscar a eficácia das
atividades de educação física e desportos na MB, bem como orientar o desenvolvimento doutrinário do
CFN a fim de contribuir para o preparo e emprego de Fuzileiros Navais.
Fig. B-5 - Organograma do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais
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Invest – invista em você
4. UNIDADES DE FUZILEIROS NAVAIS DO SETOR OPERATIVO
As Unidades de FN destinadas a participar das operações que envolvam o emprego de Fuzileiros Navais
estão, na sua maioria, subordinadas ao ComOpNav.
4.1. Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra
O Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (ComFFE) está subordinado ao ComOpNav. Tem por
Comandante um Vice-Almirante Fuzileiro Naval. Sua missão é preparar e prover Grupamentos Operativos
de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) para as operações e ações de guerra naval e demais situações de
emprego, que lhe são afetas, previstas na Doutrina Militar Naval (DMN).
Fig. B-11 - Organograma da Força de Fuzileiros da Esquadra
4.1.1. Comando da Divisão Anfíbia
A Divisão Anfíbia (DivAnf), está estruturada para executar Operações Anfíbias (OpAnf) e Operações
Terrestres limitadas, necessárias à realização de uma campanha naval. O Comandante da DivAnf é um
Contra-Almirante Fuzileiro Naval que está diretamente subordinado ao Comandante da Força de Fuzileiros
da Esquadra (FFE).
Fig. B-12 - Organograma da Divisão Anfíbia
a) Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtllnfFuzNav) - os BtllnfFuzNav têm a finalidade de
realizar operações terrestres de caráter naval, integrando os GptOpFuzNav. São estruturados como
Unidades de Combate, equilibradas em elementos de manobra e de apoio de fogo, sendo especialmente
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Invest – invista em você
organizados, equipados e adestrados para operações terrestres de caráter naval. Quando reforçado por
elementos de apoio ao combate e de apoio de serviço ao combate constitui, na FFE, a unidade tática básica
para o combate terrestre aproximado.
A DivAnf tem em sua estrutura organizacional três BtllnfFuzNav:
I) 1 º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - Batalhão Riachuelo;
II) 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - Batalhão Humaitá; e
III) 3º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - Batalhão Paissandu.
Fig. B-13 - 1º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
Fig. B-14 - 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
Fig. 8-15 - 3º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
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Invest – invista em você
b) Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav) - o BtlArtFuzNav tem a finalidade de apoiar
pelo fogo as manobras dos GptOpFuzNav. Para cumprir a sua finalidade, o BtlArtFuzNav deve: apoiar as
unidades de infantaria, por meio de suas baterias, de forma a dar uma pronta resposta aos pedidos de
apoio de fogo; e apoiar, como um todo, os GptOpFuzNav, de modo a possibilitar ao comando dos
GptOpFuzNav influenciar a manobra pelo fogo.
Fig. 8-16 - Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais
c) Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav) – o BtlBldFuzNav tem a finalidade de
integrar os GptOpFuzNav com carros de combate e viaturas blindadas, conferindo-lhes maior poder de
fogo, capacidade de manobra ampliada, proteção blindada, melhores condições de desenvolver a defesa
anticarro e meios para realizar ações de reconhecimento e segurança.
Fig. B-17 – Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais
d) Batalhão de Comando e Controle (BtlCmdoCt) – o BtlCmdoCt tem a finalidade de prover o apoio às
atividades de inteligência, comando e controle aos GptOpFuzNav. Para a consecução do seu propósito
cabem ao BtlCmdoCt as seguintes tarefas: montar e operar o Posto de Comando (PC) dos GptOpFuzNav;
montar e operar o PC do Componente de Combate Terrestre de uma Brigada Anfíbia (Banf); instalar,
explorar e manter as redes necessárias ao comando dos GptOpFuzNav, as redes necessárias ao comando
do Componente de Combate Terrestre e as redes externas das Unidades de Fuzileiros Navais ou seus
destacamentos; estabelecer, operar e manter um Centro Controlador de Inteligência de Sinais (CECOIS);
realizar as ações de Guerra Eletrônica; nuclear o Centro de Análise de Inteligência(CAI); e prover o apoio
de sensores óticos/eletrônicos de vigilância terrestre tudo em apoio aos GptOpFuzNav.
Fig. B-18 – Batalhão de Comando e Controle
110
Invest – invista em você
e) Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador (BFNIG) – a BFNIG tem o propósito de contribuir para
o aprestamento dos meios da Força de Fuzileiros da Esquadra nelas aquartelados. Para a consecução do
seu propósito cabe à BFNIG: prover apoio de administração de pessoal, saúde, comunicações,
adestramento, transporte e segurança; assegurar a conservação das instalações e das áreas comuns;
executar as atividades de Intendência, exceto em campanha; e executar a função de Supervisor
Operacional e Administrativo das atividades de informática.
Fig. B-19 – Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador
4.1.2. Comando da Tropa de Reforço
A Tropa de Reforço (TrRef) tem por finalidade prover elementos de apoio ao combate e de apoio de
serviços ao combate, necessários às operações desenvolvidas pelos Fuzileiros Navais. Para a consecução
do seu propósito cabem à TrRef as seguintes tarefas: planejar e supervisionar o aprestamento das
unidades subordinadas para prover destacamentos especializados em apoio aos GptOpFuzNav; e
contribuir para realização de operações terrestres de caráter naval. O Comandante da TrRef é um Contra-
Almirante Fuzileiro Naval que está diretamente subordinado ao Comandante da FFE.
Fig. B-20 – Organograma da Tropa de Reforço
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Invest – invista em você
a) Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais (BtllogFuzNav) – o BtllogFuzNav deve estar preparado para
prover o Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) dos GptOpFuzNav. Tem a finalidade de
prover apoio logístico de manutenção, de abastecimento, de transporte motorizado e de serviços gerais
aos GptFuzOpNav. Para consecução de sua finalidade, cabem ao BtllogFuzNav as seguintes tarefas: prover
de apoio a manutenção em campanha; prover o abastecimento em campanha; prover o transporte
motorizado em campanha; e prover o apoio serviços gerais.
Fig. B-21 – Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais
b) Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav) – o BtlEngFuzNav tem a finalidade de
prover apoio de engenharia de combate e de apoio de serviços ao combate aos GptOpFuzNav. Para a
consecução de sua finalidade, cabem ao BtlEngFuzNav as seguintes tarefas: aprestar as suas subunidades
para fornecer destacamentos de engenharia de combate para apoio cerrado, aumentando a mobilidade,
a capacidade de medidas de proteção dos Grupamentos apoiados e reduzindo a mobilidade das forças
inimigas; prover limitado apoio de engenharia de retaguarda e de serviços ao combate para melhoria das
condições de bem estar da tropa daqueles Grupamentos; e prover o apoio ao desembarque e a
movimentação de todas as unidades do CFN através das Praias de Desembarque (PDbq) e, no caso dos
movimento helitransportados, o desembarque das unidades nas Zonas de Desembarque (ZDbq).
Fig. B-22 – Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais
c) Batalhão de Viaturas Anfíbias (BtlVtrAnf) – o BtlVtrAnf desenvolve entre outras tarefas: apoio ao
combate, apoio de serviço ao combate, desembarque de tropas de assalto e prosseguimento para os
objetivos com proteção blindada e apoio de suas armas orgânicas. Além de contribuir com o transporte
de tropas no movimento navio-para-terra (MNT), para execução de ações terrestres de caráter naval e
Operações Anfíbias.
Fig. B-23 – Batalhão de Viaturas Anfíbias
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d) Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da FFE (BtlDefNBQR-FFE) – o
BtlDefNBQR-FFE tem como propósito integrar o Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e
Radiológica da Marinha do Brasil (SisDefNBQR-MB) e contribuir para a defesa nuclear, biológica, química
e radiológica dos GptOpFuzNav. Para a consecução de sua finalidade, cabem ao BtlDefNBQR as seguintes
tarefas: prover capacidade de Defesa NBQR aos GptOpFuzNav no contexto das Operações Navais, nas
Atividades de Emprego Limitado da Força e Atividades Benignas; mobiliar os Centros de Coordenação e
Controle NBQR dos Componentes dos GptOpFuzNav; realizar ações de Defesa NBQR na área de jurisdição
do Comando do 1º Distrito Naval (ComlºDN), bem como em todo o território nacional, de forma a
complementar as capacidades dos demais Distritos Navais; e apoiar as ações de Desativação de Artefatos
Explosivos, quando associados a agentes NBQR.
Fig. B-24 – Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da FFE
e) Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM) – a UMEM tem como propósito prestar apoio de
saúde aos GptOpFuzNav nas OpAnf, montar e nuclear uma Unidade Médica Nível Dois (UMND), no
contexto das Operações de Paz, bem como instalações de saúde incorporadas a GptOpFuzNav nas
Operações Humanitárias e em outras operações.
Fig. B-25 – Unidade Médica Expedicionária da Marinha
f) Companhia de Polícia (CiaPol) – a CiaPol tem a finalidade de prover apoio de serviços ao combate aos
GptOpFuzNav da FFE. Para a consecução de sua finalidade, cabem à CiaPol as seguintes tarefas: prover
segurança de Postos de Comando; prover escoltas de autoridades, comboios e prisioneiros de guerra;
guarnecer Postos de Coleta de Prisioneiros de Guerra (PcolPG); guarnecer Postos de Controle de Trânsito
(PCTran); controlar o trânsito nas praias, saídas de praias e eixos de deslocamento; executar medidas de
proteção das instalações; e executar as atividades de serviço de polícia destinadas ao controle da
população civil, incluindo a circulação individual, o acolhimento de refugiados e o controle de distúrbios.
Fig. B-26 – Companhia de Polícia
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g) Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores (BFNIF) – a BFNIF tem a finalidade de contribuir para o
aprestamento dos meios da TrRef, provendo infraestrutura às suas unidades subordinadas sediadas na
Ilha das Flores, assim como provendo infraestrutura às unidades do CFN que realizam exercícios na Área
de Apoio Administrativo de Fuzileiros Navais em ltaóca-ES (AapAdmltaóca).
Fig. B-27 – Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores
4.1.3. Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav)
O BtlOpEspFuzNav tem a finalidade realizar ações de comandos, reconhecimento de praia da linha de
baixa-mar para o interior, reconhecimento especializado de itinerários, passagens a vau, pontes, túneis,
obstáculos, pontos críticos, Local de Desembarque Ribeirinho (LocDbqRib), Ponto de Desembarque
Ribeirinho (PdbqRib), Local de Pouso de Helicópteros (LPH) e instalações, operar Postos de Vigilância
(Pvig), realizar a observação dos fogos das armas de apoio quando solicitado, implantar e operar sensores
para instalação de sistemas de vigilância terrestre quando disponíveis, instalar e manter equipamentos de
alarme de guerra NQBR quando disponíveis; selecionar, reconhecer, balizar e operar ZDbq e Zonas de
Lançamento (ZL) e guiar a tropa por itinerários previamente reconhecidos, a fim de contribuir para o
preparo e aplicação do Poder Naval.
Fig. B-28 – Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais
4.1.4. Comando da Tropa de Desembarque (CmdoTrDbq)
O CmdoTrDbq tem a finalidade de prover o Componente de Comando (CteC) dos GptOpFuzNav até o
nível Unidade Anfíbia (Uanf) e nuclear o Componente de Combate Terrestre (CCT) de uma Brigada Anfíbia.
Fig. B-29 – Comando da Tropa de Desembarque
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4.1.5. Batalhão de Combate Aéreo (BtlCmbAe)
O BtlCmbAe é uma Unidade subordinada diretamente ao ComFFE, deve estar preparado para nuclear
o Componenteas honras de despedida, por meio da expressão "Com
licença", recebendo em troca a resposta "Está quem manda".
Art. 1-2-6 Embarque e desembarque de embarcação
Em embarcação miúda ou viatura, o mais antigo embarca por último e desembarca em primeiro lugar,
observados, na embarcação, os seguintes procedimentos:
I - no caso de Almirante ou do Titular da OM a que pertença à embarcação, o patrão e a respectiva
guarnição levantam-se e fazem a continência individual, seguindo idêntico procedimento as demais
pessoas nela presentes;
II - no caso dos demais oficiais, apenas o patrão faz a continência; e
III - em circunstâncias especiais, no desembarque, o mais antigo pode determinar que mais modernos
desembarquem na sua frente utilizando-se da expressão "Salta quem pode".
Art. 1-2-7 Dispensa de continência individual
A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado, quando uniformizado, com ou sem
cobertura, deve aos símbolos, à tropa formada e às autoridades, não podendo por estas ser dispensada,
salvo quando um ou outro encontrar-se:
I - em faina ou serviço que não possa ser interrompido;
II - em postos de combate;
III - praticando esportes;
IV - sentado, à mesa de rancho; e
V - remando ou dirigindo viatura.
Art. 1-2-8 Quando a continência individual não é executada
A continência individual não é executada pelo militar que estiver:
I - de sentinela, armado de fuzil ou outra arma que lhe impossibilite o movimento da mão direita;
II - fazendo parte de tropa armada;
III - em postos de continência ou de Parada;
IV - impossibilitado de movimentar a mão direita; e
V - integrando formatura comandada, exceto se:
a) em honra à Bandeira Nacional;
b) em honra ao Hino Nacional, quando este não for cantado; e
c) quando determinado por quem o comandar.
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HONRAS DE PORTALÓ
Art. 1-3-1 Honras de portaló
São denominadas honras de portaló a continência da guarda, "boys" e toques de corneta e apito, devidas
na recepção ou despedida à autoridade.
BANDEIRA NACIONAL
Art. 2-2-4 Cerimonial à Bandeira
O Cerimonial à Bandeira consiste dos seguintes procedimentos:
I - às 07h:55h, por ocasião do hasteamento, ou cinco minutos antes do pôr- doSsol, no arriamento, é içado
o galhardete "Prep" na adriça de bombordo ou da esquerda e anunciado, por voz, o "Sinal para Bandeira",
sendo então dado por corneta o toque de Bandeira;
II - ao sinal, formam nas proximidades do mastro, com a frente voltada para a Bandeira, a guarda e,
quando determinado, as bandas de música e marcial e a tripulação, obedecendo, sempre que possível, à
seguinte disposição, a partir do mastro:
a) em OM de terra, uma praça guarnecendo a adriça do "Prep";
b) uma praça, sem chapéu, guarnecendo a adriça da Bandeira Nacional;
c) a guarda, tendo à sua frente, se no arriamento, três sargentos;
d) o oficial de serviço, ou o militar designado para conduzir o cerimonial, acompanhado do corneteiro e
contramestre;
e) à retaguarda do oficial de serviço, ou, se não houver espaço suficiente, ao seu lado direito ou esquerdo,
este preferencialmente, a banda de música e, em seguida, a banda marcial; e
f) a tripulação agrupada ou fragmentada, conforme as normas internas da OM, ocupando posição
destacada a oficialidade, formada por antiguidade, tendo à frente de todos aquele que preside a
cerimônia;
III - decorridos três minutos do sinal para a Bandeira, é tocado por corneta o "Primeiro Sinal", ocasião em
que todo o dispositivo já deve estar formado, na posição de descansar, todos com a frente voltada para a
Bandeira;
IV - um minuto após, é tocado por corneta o "Segundo Sinal", quando então o oficial de serviço comanda
sentido ao dispositivo, e solicita, da autoridade que preside a cerimônia, permissão para prosseguir com
o cerimonial;
V - às 08:008h, ou quando do pôr- do- Ssol, o galhardete "Prep" é arriado e anunciado, por voz, "Arriou",
sendo então tocado, por corneta, o "Terceiro Sinal";
VI - imediatamente, o oficial de serviço comanda "Em continência", ocasião em que o corneteiro toca
apresentar armas, e em seguida, "Iça" ou "Arria", seguindo-se, só então, o ponto do toque de "Apresentar
arma";
VII - nessa ocasião, simultaneamente:
a) é iniciado o hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional;
b) todos os presentes prestam a continência individual; e
c) é iniciado o toque de apito pelo contramestre e a execução do Hino Nacional ou marcha batida e, na
ausência de banda de música ou marcial, os correspondentes toques de corneta;
VIII - o movimento de hasteamento ou arriamento da Bandeira é contínuo e regulado de modo que o seu
término coincida com o término do Hino ou toque;
IX - também prestam continência aqueles que se encontrarem em recintos ou conveses abertos e no
passadiço; os que estiverem cobertas abaixo ou em recintos fechados, e que ouvirem os toques, assumem
a posição de sentido, exceto aqueles que estiverem no rancho, que continuam, normalmente e em
silêncio, fazendo suas refeições;
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X - a critério da autoridade que preside o cerimonial, o Hino Nacional pode ou não ser cantado; se cantado,
o é por todos e, nesse caso, não é feita a continência individual;
XI - ao final do Hino, ou dos toques de corneta e apito, a continência é desfeita e, se houver guarda
armada, o oficial de serviço ordena ao corneteiro tocar "Ombro arma";
XII - terminado o arriamento, os três sargentos, sem se descobrirem, dobram a Bandeira, cuidando para
que ela não toque o piso; cabe ao mais antigo desenvergá-la da adriça, ao sargento da esquerda da
formatura segurar o lais da Bandeira e ao da direita, o lado da tralha; ao final, os sargentos voltam à
formatura, o mais antigo comanda meia-volta e dá o pronto ao oficial de serviço por meio de continência;
os militares que guarneciam o galhardete "Prep" e a Bandeira, já com chapéu, acompanham os
movimentos;
XIII - terminado o hasteamento, aquele que içou coloca seu chapéu e volta-se para o oficial de serviço
junto com a praça que guarneceu o galhardete "Prep", dando o pronto da faina por meio de continência;
XIV - o oficial de serviço, então, dá o pronto à autoridade que preside o cerimonial, fazendo-lhe
continência e dizendo em voz alta "Cerimonial encerrado", no hasteamento, ou "Boa noite", no
arriamento;
XV - a autoridade que preside volta-se para os presentes e dá "Boa noite", sendo este cumprimento
respondido pelos oficiais; e
XVI - a formatura é desfeita.
Art. 2-2-7 Procedimentos em veículos
Os ocupantes de veículos transitando dentro de OM, próximos ao local do hasteamento ou arriamento
da Bandeira Nacional, desembarcam e, se uniformizados, prestam continência à Bandeira, mantendo-se
em sentido se em trajes civis.
Art. 2-2-15 Iluminação
Depois do pôr e antes do nascer do Ssol a Bandeira Nacional, se hasteada, é mantida iluminada.
Art. 2-2-16 Modo de dobrar
A Bandeira Nacional, no arriamento, após ser desenvergada, é dobrada da seguinte forma:
I - segura pela tralha e pelo lais, é dobrada ao meio em seu sentido longitudinal, ficando para baixo a parte
em que aparecem a estrela isolada Espiga e a parte do dístico "ORDEM E PROGRESSO";
II - ainda segura pela tralha e pelo lais, é, pela segunda vez, dobrada ao meio, novamente no seu sentido
longitudinal, ficando voltada para cima a parte em que aparece a ponta de um dos ângulos obtusos do
losango amarelo; a face em que aparece o dístico deve estar voltada para a frente da formatura;
III - a seguir é dobrada no seu sentido transversal, em três partes, indo a tralha e o lais tocarem o pano,
pela parte de baixo, aproximadamente na posição correspondente às extremidades do círculo azul que
são opostas; permanece voltada para cima e para a frente a parte em que aparecem a estrela isolada e o
dístico;
IV - ao final da dobragem, a Bandeira Nacional apresenta a maior parte do dístico para cima e é passada
para o braço flexionadode Combate Aéreo (CCA) dos GptOpFuzNav. Tem como missão prover os meios para o
controle aéreo e para o desdobramento em terra de meios aéreos, bem como realizar a defesa antiaérea
dos GptOpFuzNav a fim de contribuir para a organização e o aprestamento da Força de Fuzileiros da
Esquadra, para a realização de Operações Anfíbias, Ribeirinhas e Terrestres de Caráter Naval.
Fig. B-30 – Batalhão de Combate Aéreo
4.1.6. Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (BFNRM)
A BFNRM tem por finalidade contribuir para o aprestamento dos meios da FFE, provendo infraestrutura
em apoio às unidades aquarteladas na sua área de jurisdição.
Fig. B-31- Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti
4.2. Fuzileiros Navais nos Distritos Navais
Os Grupamentos de Fuzileiros Navais e os Batalhões de Operações Ribeirinhas, subordinados aos
Distritos Navais, são Unidades operativas destinadas a prover a segurança de instalações navais, bem
como conduzir operações limitadas, compatíveis com seus efetivos. Estão localizados nas cidades-sede
dos Distritos Navais.
Fig. B-32 - Fuzileiros Navais nos Distritos Navais
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4.2.1. Grupamentos de Fuzileiros Navais distritais
Os Grupamentos de Fuzileiros Navais são organizados segundo as peculiaridades da área onde se
encontram, variando, portanto, a composição e estruturação de cada grupamento.
Têm por finalidade prover os Comandos dos respectivos Distritos Navais com uma unidade de combate de
força terrestre a fim de contribuir para a segurança da Marinha na sua área de jurisdição. Para a
consecução de sua finalidade, cabem aos Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN) as seguintes tarefas:
realizar ações de defesa de porto e/ou de área marítima restrita; prover guarda e proteção às instalações
navais e civis de interesse; liderar o trato dos assuntos de segurança orgânica; concorrer para a garantia
da lei e da ordem, quando determinado; reforçar unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra e
desempenhar outras tarefas, compatíveis com a organização, efetivo e capacidade operativa.
a) Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro (GptFNRJ) - o GptFNRJ está subordinado
diretamente ao Comando do 1° Distrito Naval (Com1ºDN).
Fig. B-33 - Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro
b) Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador {GptFNSa) - o GptFNSa está subordinado diretamente
ao Comando do 2º Distrito Naval {Com2ºDN).
Fig. B-34 - Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador
e) Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal {GptFNNa) - o GptFNNa está subordinado diretamente ao
Comando do 3º Distrito Naval {Com3ºDN).
Fig. B-35 - Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal
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d) Grupamento de Fuzileiros Navais de Rio Grande (GptFNRG) - o GptFNN-aRG está subordinado
diretamente ao Comando do 5º Distrito Naval (ComSºDN).
Fig. B-36 - Grupamento de Fuzileiros Navais de Rio Grande
e) Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília (GptFNB) - o GptFNB está subordinado diretamente ao
Comando do 7° Distrito Naval (Com7°DN).
Fig. B-37 - Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília
f) Grupamento de Fuzileiros Navais de Santos (GptFNSantos) - o GptFNSantos está subordinado
diretamente ao Comando do 8º Distrito Naval (Com8ºDN).
Fig. B-38 - Grupamento de Fuzileiros Navais de Santos
4.4.2. Batalhões de Operações Ribeirinhas
Os Batalhões de Operações Ribeirinhas (BtlOpRib) têm por finalidade prover os Comandos dos
respectivos Distritos Navais, localizados em áreas ribeirinhas, com uma unidade de combate de força
terrestre a fim de contribuir para a segurança da Marinha e para a garantia do uso das calhas principais
dos rios nas suas áreas de jurisdição. Para a consecução de sua finalidade, cabem aos BtlOpRib as seguintes
tarefas: realizar Operações Ribeirinhas; prover guarda e proteção às instalações navais e civis de interesse
da MB na região; realizar ações de Segurança Interna; liderar o trato dos assuntos de segurança orgânica
e concorrer para a garantia da lei e da ordem, quando determinado.
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a) 1º Batalhão de Operações Ribeirinhas (1ºBtlOpRib) - o 1ºBtlOpRib está subordinado diretamente ao
Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN). Localizado na cidade de Manaus. Na sua Área de Jurisdição, os
principais rios são o Solimões, o Amazonas e diversos afluentes.
Fig. B-39 - 1º Batalhão de Operações Ribeirinhas
b) 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas (2ºBtlOpRib) - o 2ºBtlOpRib está subordinado diretamente ao
Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN). Localizado na cidade de Belém. Na sua Área de Jurisdição, os
principais rios são o Amazonas, o Tocantins e diversos afluentes.
Fig. B-40 - 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas
e) 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas (3ºBtlOpRib) - o 3ºBtlOpRib está subordinado diretamente ao
Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN). Na sua Área de Jurisdição, o principal rio é o Paraguai, conta
também com a extensa área do Pantanal Matrogrossense.
Fig. B-41 - 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas
5. UNIDADES DE FUZILEIROS NAVAIS DO SETOR DE APOIO
As unidades de FN destinadas a desenvolver as atividades inerentes à administração, técnico-gerenciais
e de desenvolvimento em apoio às necessidades do Setor Operativo da Marinha do Brasil estão, na sua
maioria, subordinadas ao CGCFN.
5.1. Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN)
O CPesFN é comandado por um Vice-Almirante Fuzileiro Naval. Está subordinado diretamente ao
CGCFN. O CPesFN tem o propósito de exercer as atividades inerentes à administração geral do pessoal
Fuzileiro Naval, cuidando das questões relacionadas ao preparo técnico e carreira, enquanto na ativa, à
sua situação na inatividade, bem como às atividades relacionadas ao controle e gerenciamento de seus
dependentes. Para a consecução deste propósito, além de sua própria administração, ao CPesFN cabe:
executar a gerência executiva e a coordenação técnica do pessoal FN no contexto do Sistema de
Planejamento de Pessoal da Marinha e controlar e gerenciar os dependentes e os FN inativos.
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Fig. B-42 - Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais
5.2. Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN)
O CMatFN é comandado por um Vice-Almirante Fuzileiro Naval. Está subordinado diretamente ao
CGCFN.
O CMatFN tem o propósito de exercer as atividades técnico-gerenciais inerentes ao material do Corpo de
Fuzileiros Navais e de assessorar, no que couber, as demais Diretorias Especializadas. Para a consecução
deste propósito, além de sua própria administração, ao CMatFN cabe: elaborar projetos, estudos,
orçamentos e especificações de materiais próprios para uso do CFN; acompanhar o desenvolvimento, a
inspeção e a aceitação desses itens; elaborar e atualizar as dotações das unidades do CFN; planejar o
reaparelhamento das Forças de Fuzileiros Navais, a modernização e a renovação dos meios; executar as
atividades gerenciais e técnicas de abastecimento; formular normas técnicas e supervisionar a utilização,
a manutenção e o reparo do material; promover atividades necessárias ao apoio técnico; estabelecer
intercâmbio técnico com as demais Forças Singulares e entidades públicas e privadas e organizar e manter
o cadastro de equipamentos e itens.
Fig. B-43 - Comando do Material de Fuzileiros Navais
5.3. Comando do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais (CDDCFN)
O CDDCFN é comandado por um Contra-Almirante FN. Está subordinado diretamente ao CGCFN.
O CDDCFN tem como propósito contribuir para o desenvolvimento da doutrina dos Fuzileiros Navais,
em um contexto doutrináriomais amplo estabelecido pelo Estado-Maior da Armada, para o
aprimoramento da formação dos recursos humanos e do material de uso exclusivo e preponderante dos
Fuzileiros Navais, com foco no preparo e emprego de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. Para
consecução do seu propósito, ao CDDCFN cabe: gerenciar o Sistema de Gestão de Conhecimentos de
Fuzileiros Navais; buscar, coletar e armazenar os conhecimentos de interesse do CFN; avaliar e desenvolver
o detalhamento doutrinário do CFN para aprovação do ComGerCFN; desenvolver os estudos, pesquisas e
experimentos necessários aos conhecimentos de interesse do CFN; divulgar e disseminar a doutrina e os
demais conhecimentos de interesse do CFN e apoiar o adestramento e a instrução dos GptOpFuzNav.
Fig. B-44 - Comando do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais
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5.4. Comissão de Desportos da Marinha (CDM) e Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes
(CEFAN)
O CDM/CEFAN é comandado por um Contra-Almirante Fuzileiro Naval. Está subordinado diretamente
ao CGCFN. O CEFAN tem o propósito de apoiar as OM da MB e, de acordo com a disponibilidade das suas
instalações, outras organizações militares e civis nas atividades de Educação Física e de Desportos. Para a
consecução do seu propósito, ao CEFAN cabe: exercer as atividades de órgão executivo das atividades de
Educação Física e de Desportos na Marinha; elaborar e submeter à apreciação da CDM, a proposta do
Calendário Desportivo da Marinha para a área Rio (1ºDN); selecionar atletas para as equipes
representativas da Marinha, submetendo à aprovação da CDM e normatizar e difundir a atividade física
como meio para manutenção da higidez física e da saúde na Marinha do Brasil.
Fig. B-45 - Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes
5.5. Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (CDefNBQR-MB)
O CDefNBQR-MB é comandado por um Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval. Está subordinado
diretamente ao CGCFN. O CDefNBQR-MB tem o propósito de responder pelas atividades de defesa
nuclear, biológica, química e radiológica (DefNBQR), no âmbito da MB, estabelecendo um canal técnico e
supervisionando funcionalmente as OM de DefNBQR da MB e os demais Comandos, OM e Órgãos
integrantes do SisDefNBQR-MB, bem como, mediante autorização, com organismos internacionais dos
diversos segmentos de DefNBQR. Deverá, também, ficar em condições de assessorar e integrar essas
mesmas atividades no âmbito do Ministério da Defesa. Para consecução do seu propósito, ao CDefNBQR-
MB cabe: coordenar a resposta imediata a emergências NBQR na MB; ficar em condições de coordenar a
resposta imediata a emergências NBQR, no âmbito do MD, quando determinado; coordenar um grupo de
gerenciamento de crises por ocasião das respostas a emergências NBQR; acompanhar o desempenho de
cada nível do SisDefNBQR-MB; supervisionar o processo de formação, aperfeiçoamento e adestramento
dos militares da MB no que tange à DefNBQR; apoiar a atualização e elaboração das publicações
doutrinárias do MD e da MB no tema DefNBQR; e orientar a Avaliação Operacional dos sistemas e
equipamentos de DefNBQR.
Fig. B-46 - Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil
5.6. OM de Instrução, de Adestramento e de Avaliação do CFN
O CFN possui OM que exercem atividades específicas na área de formação, especialização, e
aperfeiçoamento de pessoal e avaliação doutrinária. Subordinadas ao CPesFN, encontra-se o Centro de
Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC) e o Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves
(CIAMPA). Já o Centro de Avaliação da Ilha da Marambaia (CADIM) está subordinado ao CDDCFN.
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Subordinado ao Com7°DN encontra-se o Centro de Instrução e Adestramento de Brasília Almirante
Domingos de Mattos Cortez (CIAB).
a) Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo - o CIASC é comandado por um Contra-Almirante
Fuzileiro Naval. Tem o propósito de capacitar oficiais e praças do Corpo de Fuzileiros Navais para o
exercício, na paz e na guerra, das funções previstas nas OM da Marinha. Para a consecução do seu
propósito, cabem ao CIASC as seguintes tarefas: ministrar cursos de carreira e especiais para militares
selecionados do CFN; ministrar cursos e estágios de operações de paz para militares da MB e órgãos e
instituições extra-MB nacionais e internacionais; e estabelecer convênios com outras organizações de
ensino, militares ou civis, mediante delegação expressa da autoridade competente.
Fig. B-47 - Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo
b) Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves - o CIAMPA tem o propósito de formar Soldados
para o CPFN. Para a consecução do seu propósito, cabem ao CIAMPA as seguintes tarefas: assegurar aos
Aprendizes-Fuzileiros Navais a habilitação necessária ao exercício das tarefas destinadas aos Soldados do
Corpo de Fuzileiros Navais e assegurar aos Aprendizes-Fuzileiros Navais uma sólida formação moral e
militar-naval. Cabe, ainda, ao CIAMPA conduzir, para Oficiais e Praças, outros Cursos e Estágios que lhe
sejam atribuídos.
Fig. B-48 - Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves
c) Centro de Avaliação da Ilha da Marambaia - o CADIM tem o propósito de contribuir para o
aprestamento das Forças Navais e dos GptOpFuzNav e para a preservação do patrimônio da Marinha na
Ilha da Marambaia. Para a consecução de seu propósito, cabem ao CADIM as seguintes tarefas: apoiar a
realização da Avaliação Operacional dos GptOpFuzNav, ou de parcela destes; apoiar o adestramento dos
GptOpFuzNav, das Unidades da MB e das demais Forças e de instituições extra-MB; realizar a avaliação
(do detalhamento) de conceitos doutrinários; e realizar a avaliação de equipamentos e sistemas com o
concurso das Unidades da MB e extra-MB. Compete, ainda, ao CADIM, formar Marinheiros-Recrutas,
conforme legislação em vigor.
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Fig. B-49 - Centro de Avaliação da Ilha da Marambaia
d) Centro de Instrução e Adestramento de Brasília Almirante Domingos de Mattos Cortez - o CIAB tem o
propósito de capacitar Oficiais e Praças dos diversos Corpos e Quadros para o exercício das funções
previstas nas Organizações Militares da Marinha e contribuir para a segurança nas áreas e instalações da
MB na jurisdição do 7° Distrito Naval. Para a consecução do seu propósito, cabe ao CIAB as seguintes
tarefas: formar Soldados Fuzileiros Navais (SD-FN); Marinheiros-Recrutas (MN-RC); Cabos da Reserva Não
Remunerada (CB RM2) e Marinheiros da Reserva Não Remunerada (MN-RM2); formar Oficiais da Reserva
Não Remunerada (RM2) do Serviço Militar Inicial (SMI) e Serviço Militar Voluntário (SMV); habilitar os
Cabos do Estágio de Habilitação a Sargento (EstHabSG) e ministrar Cursos Especiais, Expeditos e
Extraordinários, que lhes forem determinados.
Fig. B-50 - Centro de Instrução e Adestramento de Brasília Almirante Domingos de Mattos Cortez
5.7. Outras OM de Fuzileiros Navais
Além das OM de instrução, de adestramento e de avaliação, o CFN também possui Unidades de apoio,
de segurança, de tecnologia, de intendência e de DefNBQR.
a) Batalhão Naval (BtlNav) - o BtlNav tem o propósito de contribuir para o exercício, pelo CGCFN, da
Direção Setorial das atividades peculiares ao apoio específico às Forças e Unidades de Tropa de Fuzileiros
Navais. Para a consecução de seu propósito, cabem ao BtlNav as seguintes tarefas: prover a segurança e a
manutenção das instalações do CGCFN, CPesFN e CMatFN; executar os serviços de comunicações
administrativas do CGCFN, CPesFN, CMatFN e Companhia de Polícia do Batalhão Naval (CiaPolBtlNav) e os
serviços de comunicaçõesoperativas dos navios que entram e saem da Baía de Guanabara e o móvel
terrestre; prover apoio de transporte, saúde, rancho e administração de pessoal para o CGCFN, CPesFN,
CMatFN e CiaPolBtlNav; fornecer representações para solenidades militares, cívicas e cívico-militares;
prover apoio de Bandas e Conjuntos quando determinado e exercer as atividades de Capitão de Bandeira
para o CGCFN.
Fig. B-51 - Batalhão Naval
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b) Companhia de Polícia do Batalhão Naval - a CiaPolBtlNav, subordinada ao Batalhão Naval, tem o
propósito de exercer atividades de segurança de instalações, de comboios militares e de autoridades civis
e militares. Para a consecução de seu propósito, cabem à CiaPolBtlNav as seguintes tarefas: prover a
segurança das instalações do BtlNav; executar escoltas de batedores motociclistas para proteção de
comboios; prover a segurança de autoridades civis e militares; e realizar controle de distúrbios. Compete,
ainda, a CiaPolBtlNaV, conduzir, para Oficiais e Praças, Curso Expedito de Motociclista Militar e Estágios de
Destacamento de Segurança de Embaixada.
Fig. B-52 - Companhia de Polícia do Batalhão Naval
c) Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) - o CTecCFN, também conhecido como
CRESUMAR (Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais) tem o propósito
de contribuir para o desenvolvimento tecnológico da Marinha do Brasil por meio de atividades de ciência,
tecnologia e inovação; e para o pronto emprego e o abastecimento do material específico do CFN, das
armas leves de toda a MB e, quando determinado, de equipamentos de outros símbolos de jurisdição.
Está subordinado diretamente ao CMatFN. Para a consecução do seu propósito, cabem ao CTecCFN as
seguintes tarefas: executar atividades de pesquisa, desenvolvimento, serviços tecnológicos e de inovação
de interesse da MB; estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas dos setores industrial,
universitário e técnico-cientifico nas atividades de ciência, tecnologia e inovação de interesse da MB;
desenvolver a nacionalização de itens de interesse da MB e particularmente do CFN; executar a
manutenção de viaturas operativas, equipamentos de engenharia, equipagens operativas, equipamentos
óticos e eletrônicos e armas portáteis e não portáteis, nos escalões de sua competência; e executar a
manutenção de outros equipamentos de uso pelo CFN, quando determinado.
Fig. B-53 - Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais
d) Centro de Intendência da Marinha em Parada de Lucas (CelMPL) - o CelMPL tem o propósito de
contribuir para a prontidão dos meios navais, aeronavais e de Fuzileiros Navais, sediados ou em trânsito
em sua área de responsabilidade, bem como dos estabelecimentos de terra por ele apoiados.
Para a consecução do seu propósito, cabe ao CelMPL as seguintes tarefas: acompanhar o fluxo do
material adquirido pelo CMatFN, quando o CelMPL for designado como o seu destinatário; coordenar e
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executar a fase li do Programa de Organização de Sobressalentes (POSE) dos Batalhões do CFN, sediados
na área do Rio de Janeiro, em conjunto com equipes daquelas OM e apoiar o cumprimento do Plano de
Prontidão Permanente do Sistema de Abastecimento da Marinha (P3SAM), no âmbito das OM do CFN,
sediadas no Rio de Janeiro.
Fig. B-54 - Centro de Intendência da Marinha em Parada de Lucas
e) Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de ARAMAR (BtlDefNBQR-ARAMAR) -
unidade de Fuzileiros Navais especializada em DefNBQR, está subordinado ao Centro Tecnológico da
Marinha em São Paulo (CTMSP), que por sua vez está subordinado à Diretoria-Geral de Desenvolvimento
Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM). Está localizada em lperó-SP.
O BtlDefNBQR-ARAMAR tem a missão de prover a segurança física das instalações e de executar ações
de controle de emergências de natureza Nuclear, Biológica, Química e Radiológica, potenciais ou reais, na
área do Centro Experimental ARAMAR a fim de contribuir para a manutenção da integridade física do
pessoal e das instalações e para a atenuação das consequências internas e externas de uma eventual
emergência de natureza Nuclear, Biológica, Química e Radiológica.
Fig. B-55 - Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de ARAMAR
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MANUAL DO COMBATENTE ANFÍBIO
ORGANIZAÇÃO
1.1 - GENERALIDADES
Este capítulo apresenta a organização das tropas operativas do CFN, constituídas pelas forças e
unidades subordinadas à Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), e pelos Grupamentos de Fuzileiros Navais
(GptFN), estes subordinados aos Distritos Navais.
1.3.2 - Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav)
O BtlInfFuzNav tem a finalidade de realizar operações terrestres de caráter naval, integrando
GptOpFuzNav.
O BtlInfFuzNav é estruturado como Unidade de Combate, equilibrada em elementos de manobra e de
apoio de fogo, sendo especialmente organizado, equipado e adestrado para operações terrestres de
caráter naval. O BtlInfFuzNav reforçado por elementos de apoio ao combate e de apoio de serviço ao
combate constitui, na FFE, a unidade tática básica para o combate terrestre aproximado.
No quadro das operações anfíbias, o BtlInfFuzNav atua enquadrado em um GptOpFuzNav, assume a
organização para o desembarque, sendo então empregado como núcleo de um Grupamento de
Desembarque de Batalhão (GDB), desembarcando por superfície ou helitransportado para realizar as
ações iniciais em terra de acordo com o conceito da operação.
1.3.3 - Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav)
O BtlArtFuzNav tem a finalidade de apoiar pelo fogo as manobras dos GptOpFuzNav. Para cumprir a
sua finalidade, o BtlArtFuzNav deve:
- apoiar as unidades de infantaria em primeiro escalão, por meio de suas baterias, usualmente colocadas
em apoio direto, de forma a dar uma pronta resposta aos pedidos de apoio de fogo; e
- apoiar, como um todo, os GptOpFuzNav, de modo a possibilitar ao comando destes influenciar a
manobra pelo fogo.
O BtlArtFuzNav é uma unidade de apoio ao combate (ApCmb), especialmente organizada, equipada e
adestrada para emprego em operações anfíbias e em outras operações terrestres de caráter naval. Em
algumas situações, visando também prover o apoio de fogo, como nos movimentos helitransportados,
nos Grupamentos Operativos Mecanizados (GptOpMec) e em apoio aos GptOpFuzNav nucleados por
tropas de escalão menor do que BtlInfFuzNav, quando em ações isoladas ou independentes, poderá ser
ativada a Bateria de Morteiros 120mm (BiaMrt120mm). A sua guarnição será constituída pelos
integrantes de uma das BiaO105mm.
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1.3.5 - Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav)
O BtlBldFuzNav tem a finalidade de integrar os GptOpFuzNav com carros de combate e viaturas
blindadas, conferindo-lhes maior poder de fogo, capacidade de manobra ampliada, proteção blindada,
melhores condições de desenvolver a defesa anticarro e meios para realizar ações de reconhecimento e
segurança.
Apresenta a seguinte organização:
1.3.6 - Batalhão de Comando e Controle (BtlCmdoCt)
O BtlCmdoCt tem a finalidade de prover o apoio às atividades de inteligência de sinais, comando e
controle aos GptOpFuzNav.
Apresenta a seguinte organização:
1.4.2 - Companhia de Polícia (CiaPol)
A CiaPol tem a finalidade de prover a segurança interna dos Postos de Comando (PC) dos GptOpFuzNav
e escoltas; guarnecer Postos de Coleta de Prisioneiros de Guerra (PColPG); guarnecer Postos de Coleta de
Extraviados (PColExtv); e controlar o trânsito nos eixos de deslocamentos. Apresenta a seguinte
organização:126
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1.4.5 - Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais (BtlLogFuzNav)
O BtlLogFuznav tem a finalidade de prover o apoio de abastecimento de todas as classes de
suprimentos, apoio de saúde de campanha, os serviços de manutenção de segundo escalão, apoio
administrativo em campanha e o transporte motorizado aos GptOpFuzNav. Apresenta a seguinte
organização:
De acordo com o tipo de grupamento constituído, o BtlLogFuzNav pode ser empregado como um todo
ou mediante a utilização de parcelas de sua estrutura, organizadas por tarefas, constituindo o núcleo ou
a totalidade da organização por tarefas de ApSvCmb. É capaz de prover, por meio das suas subunidades,
uma variada gama de serviços atinentes às diversas funções logísticas.
1.6 - COMANDO DA TROPA DE DESEMBARQUE (CmdoTrDbq)
O CmdoTrDbq tem a finalidade de prover o componente de comando (CteC) dosGptOpFuzNav até o
nível Unidade Anfíbia (UAnf) e nuclear o componente de combate terrestre (CCT) de uma Brigada Anfíbia
(BAnf).
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CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS DE UMA ÁREA DE OPERAÇÕES
2.1 - GENERALIDADES
O estudo das características da área de operações (AOp), visando sua utilização nas operações
militares, é um assunto de elevada importância para os combatentes anfíbios. A história está repleta de
exemplos de batalhas perdidas ou ganhas por influência única e exclusiva do terreno. Linhas de Ação,
formação de tropas, localização das armas, posições a serem defendidas e etc.
Várias destas decisões são grandemente influenciadas pelo terreno ou quando não ditadas totalmente
por ele. O terreno é o tabuleiro onde os oponentes se defrontam. Todo comandante, de qualquer escalão,
leva em consideração, para tomar suas decisões, fundamentalmente, alguns fatores:
MISSÃO - fator básico - é o que dirige, ilumina e direciona as ações e seu planejamento; o
INIMIGO - a incógnita - por mais que se busque informações não se pode conhecer sua vontade portanto,
não há como saber suas intenções e mesmo que se as suponha não seria confiável raciocinar em cima
delas;
MEIOS - os braços – tudo aquilo utilizado para cumprir as tarefas impostas, sendo também bastante
variáveis;
TEMPO DISPONÍVEL - a moldura - está ligado à própria missão e, normalmente, será imposto; finalmente;
o
TERRENO, que será sempre constante e influenciará todos os outros fatores de uma maneira ou de outra.
O estudo do terreno é uma análise dos acidentes naturais e artificiais da área de operações, envolvendo
também as conseqüências dos efeitos das condições climáticas e meteorológicas sobre estes acidentes,
com vistas a determinar sua influência nas operações militares dos contendores.
O terreno exerce influência sobre a tática e a logística. A tática de uma campanha deve levar em
consideração as barreiras impostas por pântanos, rios e lagos maiores, montanhas e bosques. Já para as
necessidades logísticas, dentro do estudo, dar-se-á ênfase às redes de estradas, vias fluviais, centros
urbanos e de comunicações, etc.
No ataque, a utilização adequada do terreno pode aumentar a eficiência do fogo e diminuir as perdas.
As elevações dominantes formam o núcleo do sistema de observação, o qual, por sua vez, determinará a
eficácia das armas de apoio, facilitará o controle das forças atacantes, a seleção dos objetivos e o
estabelecimento de medidas de segurança. O terreno acidentado, os bosques densos, as áreas
urbanizadas, os grandes aclives dificultam o emprego ofensivo das unidades blindadas, porém fornecem
coberta e abrigo às unidades de infantaria. A transitabilidade do solo, influenciado pelas condições do
tempo, poderá ser determinante na escolha do tipo de formação para o ataque ou nas vias de acesso a
serem mobiliadas.
A natureza do terreno é, ainda, fator importante que influenciará o comandante na tomada de sua
decisão quanto ao tipo de defesa que empregará: se de área ou móvel, de acordo com o grau de influência
que o terreno exercerá sobre a capacidade de manobra dos contendores. Deste estudo sairão, ainda,
valiosos indícios quanto às prováveis zonas de reunião (ZReu) inimigas, postos de observação (PO),
posições das armas de apoio, vias de acesso para blindados, etc.
A profundidade do estudo será ditada pela missão e pelo escalão que planeja. Um comandante de
grupo de combate (GC) verá o terreno de uma maneira e assim alguns acidentes oferecerão ou não
vantagens para o cumprimento de suas tarefas, ao passo que um comandante de batalhão (Btl) verá com
outros olhos o mesmo terreno abordado.
Além disso, quem defende utilizará o terreno de uma forma bastante diversa de quem ataca.
128
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O estudo do terreno será sempre realizado antes das estimativas de Estado-Maior e somente será
precedido pela análise da missão, realizada pelo comandante. Esse estudo concorrerá, ainda, para várias
conclusões que serão passadas ao Estado-Maior, como orientações para o planejamento.
Por fim, ao avaliar o terreno e suas influências, com base nos conceitos disseminados nesta publicação,
deve-se ter em mente que o estudo não é baseado em REGRAS e sim em PRINCÍPIOS, os quais, quando
inteligentemente aplicados, em cada situação, conduzirão a uma solução para o problema. O
conhecimento e a aplicação desses princípios, por si só, não são suficientes, eles deverão ser
perfeitamente entendidos em sua essência, de modo que quando existir a necessidade de violá-los, o
planejador o fará de maneira inteligente, ponderada e, muitas vezes, até surpreendendo o inimigo.
2.2 - ASPECTOS MILITARES DO TERRENO
O terreno sempre foi considerado como um dos fatores da decisão na guerra terrestre, não só devido
à influência da natureza do solo e dos acidentes naturais: elevações, depressões, cursos de água, bosques,
florestas, campinas, etc., como pelos elementos artificiais, tais como: vias de transporte, obras de arte,
localidades, portos, aeroportos, etc.
O terreno tem imensa influência na aplicação do poder de combate, uma vez que representa o cenário
onde as operações ocorrerão. Aquele que realizar uma adequada avaliação para sua utilização poderá
assegurar para si substancial vantagem em relação ao seu oponente. A natureza da missão e o escalão
considerado determinarão o enfoque sob o qual o estudo do terreno deverá ser conduzido. Por exemplo,
comandantes de subunidades e frações preocupam-se com matas densas, pequenos cursos de água e
pequenas elevações; enquanto, que comandantes de unidades e escalões superiores preocupam-se,
principalmente, com redes de estradas, vales, linhas de crista, compartimentos, etc.
Quer no ataque, quer na defesa, um estudo tático do terreno deve ser executado, não só do ponto de
vista do lado amigo, como do ponto de vista do inimigo. Cada comandante deve procurar entender o
terreno como seu oponente o vê, de modo a antecipar que influência exercerá sobre os planos de ambos.
Além de seus aspectos topográficos - relevo, linhas d’água, vegetação, natureza do solo, vias de
transporte, instalações, etc., o terreno deve ser analisado de acordo com o seu valor militar, segundo seus
aspectos táticos: observação e campos de tiro; cobertas e abrigos; obstáculos; acidentes capitais; e vias
de acesso (OCOAV).
2.2.1 - Conceituação dos aspectos táticos
No intuito de facilitar o entendimento deste capítulo, são a seguir apresentados os conceitos
pertinentes aos aspectos táticos do terreno. Assim, quando se falar das características da área de
operações, poder-se-á recorrer a estes aspectos táticos que são, na essência, a motivação de todo o
estudo.
a) Observação e campos de tiro
Tanto o atacante como o defensor tentarão tirar o máximo proveito do terreno para que possam ter a
mais profunda observação e, ao mesmo tempo, dificultar a do inimigo. A observação diz respeito à
influência do terreno na capacidade de exercervigilância sobre determinada área ou outra tropa. Em geral,
o ponto mais alto determina uma melhor observação, mas nem sempre isso ocorre, uma vez que o próprio
relevo poderá estabelecer ângulos mortos e áreas desenfiadas. A escolha dos PO será precedida de um
estudo baseado em reconhecimentos, nos perfis topográficos verificados em cartas ou no exame
estereográfico de fotografias áreas. A observação é essencial para a realização de fogo eficaz sobre o
inimigo, para o controle da manobra das tropas amigas, bem como para negar surpresa ao inimigo. Quanto
à observação, o terreno mais vantajoso é aquele que permite tanto a observação em profundidade (das
áreas ocupadas pelo inimigo) quanto a aproximada, que visa a perceber a presença de elementos hostis
nas imediações da própria posição. Habitualmente, a observação profunda, ou afastada, é proporcionada
por pontos próximos à crista topográfica e a observação aproximada em posições mais baixas em torno
da crista militar. Estará na faixa da observação aproximada todo o terreno do ponto estação até a distância
de 1800 a 2000m (alcance médio de uma metralhadora leve). A faixa do terreno de 2000 até 4000m está
no âmbito da observação afastada (distância limite para condução de fogos pelo observador de artilharia).
129
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O campo de tiro é uma área em que uma arma ou um grupo de armas pode cobrir, eficazmente, com
fogo desde uma determinada posição. Quando se considera o terreno no tocante aos campos de tiro, o
tipo de arma determinará quais os fatores exercerão maior ou menor influência. Variações serão notadas
ao se analisar a execução do tiro para as armas de tiro com trajetória tensa, a condução dos fogos
das armas de tiro com trajetória curva e o lançamento de mísseis. Embora a observação seja essencial,
nem sempre o melhor PO será o melhor local para o posicionamento das armas. Cabe ressaltar que a
análise da observação aproximada está intimamente ligada à execução dos fogos das armas de tiro tenso,
a da observação afastada à condução dos fogos das armas de tiro de trajetória curva e a da observação
direta, sem se vincular necessariamente a um PO, ao lançamento de mísseis.
b) Cobertas e abrigos
Coberta é a proteção contra a observação e abrigo a proteção quanto aos efeitos dos fogos. O terreno
deve ser utilizado de forma a assegurar a máxima utilização das cobertas e dos abrigos. O terreno sob
controle do inimigo também será estudado para determinar como as cobertas e abrigos a ele
proporcionados
poderão ser anulados. No ataque, serão procurados itinerários cobertos e abrigados que conduzam às
posições inimigas de forma a reduzir ao mínimo o número de baixas e obter surpresa. Na defesa, as
cobertas e os abrigos serão utilizados não só em benefício dos abrigos individuais como na ocultação da
fisionomia da frente, com vistas a surpreender (novamente) a tropa atacante. Quando se analisa o terreno
do ponto de vista do abrigo que proporcionará, devem ser consideradas as características de todas as
armas do inimigo. Isto inclui seus alcances, tipos de munição e quantidade de peças. A topografia é o
principal fator que influi no abrigo. Os vales e as elevações, de maneira geral, serão massas cobridoras que
proporcionarão abrigo contra as armas de tiro tenso. Pequenos efetivos se valerão de córregos, dobras do
terreno, cortes de estradas, etc. O abrigo contra os fogos das armas de tiro de trajetória curva será
normalmente de difícil obtenção. Os acidentes do terreno que oferecem abrigo proporcionam também
coberta contra a observação terrestre. Quanto mais irregular o terreno, mais cobertas ele irá proporcionar.
Pequenos escalões se preocupam com a cobertura individual e dos veículos, armas e posições. À medida
que sobe o escalão, a análise recai sobre a necessidade de cobertura dos postos de comando (PC),
instalações de apoio de serviços ao combate (ApSvCmb) e grandes movimentos.
c) Obstáculos
Obstáculos (Obt) são acidentes do terreno, naturais ou artificiais, que: impedem, retardam, canalizam
ou dissociam o movimento de tropas em uma AOp. Os Obt impeditivos são aqueles que por suas
características impedem a tropa afetada de cumprir as tarefas impostas no tempo disponível; ou seja, a
tropa poderá até transpor o obstáculo, porém, calculada a cinemática das ações, concluir-se que a mesma
não chegará a tempo, no local devido. Os Obt que retardam, diminuem a velocidade de avanço em maior
ou menor grau.
O canalizador procura fazer com que a tropa que com ele se depara escoe na direção desejada pelo
inimigo e não na direção que vinha mantendo. O que ocorre é que há uma tendência natural da tropa
“escoar“ numa direção paralela ao Obt até conseguir ultrapassá-lo.
Diz-se que um Obt dissocia a tropa quando esta fica dividida; ou seja, parcela considerável de seu
efetivo em um bordo do obstáculo e o restante no outro bordo. Como já mencionado, os obstáculos
podem ser naturais ou artificiais. Os naturais são todos aqueles que já estavam presentes no terreno antes
das operações militares se iniciarem, aí incluídos os rios, lagos, vegetação, edificações, cortes de estradas,
etc.
Os artificiais são aqueles que foram construídos com fins militares; são eles os campos minados,
abatises e toda sorte de barreiras. Os Obt devem estar intrinsicamente ligados ao Plano de Defesa e ao
Plano de Apoio de Fogo, pois de nada valerá um Obt se o mesmo não for batido por fogos.
d) Acidentes capitais
Acidente capital (AcdtCap) é qualquer acidente no terreno cuja posse, conquista, manutenção ou
controle, assegure uma vantagem marcante a qualquer um dos contendores. Contudo, se algo no terreno
130
Invest – invista em você
ofereça vantagem somente ao inimigo, mesmo assim será assinalado como acidente capital. Convém
ressaltar que a todo AcdtCap marcado deverá corresponder uma ação da tropa que o marque, haja vista
que se deve, ao menos, negar ao inimigo aquela vantagem. Uma vez que vantagem marcante não é um
termo preciso, é necessário ter muito critério na marcação. Nem toda elevação será um AcdtCap, nem só
elas serão assinaladas como AcdtCap. A marcação dos AcdtCap variará de acordo com o escalão que realiza
o estudo.
e) Vias de acesso
Via de acesso (VA) é uma faixa no terreno, variável com o escalão considerado, que permite ou favorece
o movimento de determinada tropa em direção a um AcdtCap. As VA serão selecionadas levando-se em
consideração principalmente a natureza da tropa que irá empregá-la e o efetivo que mobiliará aquela faixa
do terreno. As VA são assinaladas e analisadas, em relação às peças de manobra do escalão considerado.
Um batalhão de infantaria selecionará e analisará as VA de valor Companhia, esta, por sua vez, selecionará
e analisará as de Pelotão. Da definição pode-se inferir que estradas, trilhas, caminhos etc. não constituem
VA sob o ponto de vista militar, podendo, ou não, tão-somente valorizar as VA.
2.2.2 - Formas básicas do terreno.
A maioria dos acidentes geográficos da superfície terrestre resulta da erosão pela ação dos ventos,
desgaste pelo degelo e drenagem da água dos terrenos altos para os terrenos baixos. Assim, na maior
parte das regiões em que o terreno foi conformado pela ação das águas pluviais, apresenta a forma mais
conveniente ao escoamento das mesmas. A superfície da Terra, geralmente arredondada, pode ser
substituída, para fins de interpretação esquemática, por tantos planos tangentes quantos necessários à
conservação aproximada do aspecto côncavo ou convexo que lhe é próprio. Esses planos denominam-se
encostas ou vertentes, pois que, no terreno, as águas efetivamente vertem ao longo delas. Vertente ou
encosta é, portanto, uma superfície inclinada do terreno que forma um ângulo com o plano horizontal.
Este grau de inclinação será chamado de declive ou declividade.
a) Formas simples ou elementares
I) Encostas
São elementosque podem exercer acentuada influência quanto à observação, aos campos de tiro ou
mesmo constituírem obstáculos à progressão. Assim, as encostas que têm sua crista militar numa posição
dominante favorecem a observação; as encostas de declive suave e uniforme apresentam boas condições
à rasância das armas de tiro de trajetória tensa; e, finalmente, as encostas íngremes podem constituir
obstáculos aos elementos mecanizados ou mesmo à progressão de tropas a pé.
Tipos de vertentes ou encostas - são três os tipos: as planas, as côncavas e as convexas.
A encosta plana ou uniforme é aquela que apresenta uma declividade constante. É representada na
carta por curvas de nível igualmente espaçadas. As encostas suaves têm curvas de nível bem espaçadas
entre si, as íngremes, ao contrário, são próximas. (Fig 2.1)
A encosta convexa é abaulada. A declividade aumentará à medida que o terreno na elevação perde altura.
As curvas de nível são bem espaçadas na crista e próximas no sopé. (Fig 2.2a)
131
Invest – invista em você
A encosta côncava tem sua curvatura voltada para cima. Ou seja, a declividade diminui à medida que
se aproxima da base. Neste caso, as curvas de nível são mais próximas na crista e mais afastadas no sopé
(Fig 2.2b).
As encostas sempre se ligam duas a duas. Se esta ligação é um ângulo convexo, a encosta desse ângulo
será dominante e divisora de águas, formando uma linha de crista, de festo, linha de cumeada ou divisora
de águas; se a ligação é côncava ou dominada pelas encostas será formada a linha de fundo, linha de
reunião de águas ou talvegue. No caso da linha de crista, há dois conceitos importantes a esclarecer. O
segmento mais alto da linha de crista será chamado de crista topográfica, já a crista militar será o ponto
da linha de crista que proporciona comandamento sobre todo o terreno à frente da elevação, sem a
presença de ângulos mortos. Poderá coincidir com a crista topográfica ou não. Nas encostas planas ou
côncavas isto poderá acontecer, já na convexa dificilmente.
As linhas de crista constituem as regiões dominantes do terreno, ao longo das quais se pode ter
observação contínua e profunda. Quando paralelas à direção de movimento tornam-se acessos favoráveis
à progressão da tropa, constituindo a linha seca e definindo uma compartimentação longitudinal no
terreno. Quando dispostas em sentido transversal à progressão de uma tropa, limitam a observação, mas
servem, por outro lado, como massa cobridora, sendo favoráveis à defesa. Nesse segundo caso, as linhas
de crista definem uma compartimentação transversal no terreno (Fig 2.4)
132
Invest – invista em você
As linhas de fundo são ravinas ou linhas d’água, formadas pela linha inferior da vertente (encosta). São
elementos naturalmente desenfiados, razão pela qual podem ser aproveitados militarmente em função
da proteção que oferecem (Fig2.5).
A ligação de duas vertentes em ângulo convexo pode dar origem a três formas básicas do terreno: o
espigão, a garupa e o esporão. Elas devem ser estudadas em função da elevação a que pertencem. Tanto
podem constituir um acesso favorável ao movimento, como um elemento de dissociação, em face de sua
altitude, facilidade de acesso, configuração, etc.
O espigão é a forma do terreno em que as vertentes são íngremes e uniformes. O ângulo por elas
formado é agudo, levando a uma representação das curvas de nível cuneiforme, pontuda (Fig 2.6).
A garupa é a forma do terreno em que as encostas são convexas. O ângulo entre elas é obtuso, dando
origem a uma linha de crista abaulada, sendo as curvas de nível representadas com formato arredondado
(Fig 2.7).
133
Invest – invista em você
O esporão é a forma do terreno caracterizada por uma linha de crista com uma inflexão, ou seja,
apresentando uma elevação de menor porte mais próxima ao sopé (Fig 2.8).
Da reunião das vertentes surgirão ainda os seguintes elementos:
A ravina, que é um sulco ou mordedura na encosta da elevação, provocada pela ligação lateral de duas
vertentes; normalmente servirá como linha de reunião de águas. Às vezes as ravinas correm de alto a baixo
da elevação, fazendo com que a curva de nível mais alta sofra as mesmas inflexões da mais baixa. A essa
ravina mais alongada dá-se também o nome de fundo.
O nó de crista é o elemento resultante da reunião de várias linhas de festo no topo de uma elevação.
b) Formas Isoladas
I) Mamelão
Tipo de elevação em que as vertentes são arredondadas e uniformes. Pela sua forma, suas encostas
permitem, normalmente, ampla observação em qualquer direção (Fig 2.9).
II) Colina
Diferentemente do mamelão, a colina se alonga segundo uma direção definida. A colina tanto se presta
à instalação de armas e órgãos de defesa, como pode valorizar uma via de acesso, se utilizada em função
do sentido de sua maior dimensão, quando esta se confunde com a direção de ataque, embora, algumas
vezes, possa ser elemento dissociador desse ataque. Quando sua maior dimensão é perpendicular à
direção do ataque, favorece ao defensor, à instalação de armas e órgãos de defesa (Fig 2.10)
Assim, a colina difere do mamelão por ter formato alongado segundo uma direção. Sua linha de
crista, normalmente, tende a abaular-se, formando uma espécie de cela.
134
Invest – invista em você
As elevações isoladas podem se apresentar, na sua parte superior, em forma de pico, zimbório ou platô.
III) Quanto ao porte, as formas isoladas podem ser assim classificadas:
- Montes - elevações consideráveis, geralmente abruptas, destacando-se do solo circunvizinho.
Graficamente são representados por curvas de nível que se fecham e mantém uma curvatura mais ou
menos uniforme;
- Morro - o mais comum, de porte mais modesto, quase sempre com a parte superior arredondada, em
forma de zimbório;
- Outeiro - são ainda de menor porte que as colinas, se assemelhando, entretanto, a elas. Sua principal
característica, porém, é a de se apresentar isolado nas planícies e planaltos; e
- Dobras - são elevações alongadas, cuja altura não atinge a cota da menor curva de nível da carta
considerada, capaz de furtar tropa da observação terrestre inimiga.
c) Formas grupadas
I) Montanha
Termo genérico que exprime um aglomerado de elevações de forma e natureza diferentes, numa
extensão mais ou menos considerável, em que o comprimento excede a largura. A curvas de nível que as
representam, embora também fechadas, têm altura muito variável e ocupam no desenho mais espaço
que as representativas dos montes.
II) Cordilheira
É uma série de montanhas que se sucedem numa grande extensão, sempre na mesma direção, dando
origem a grandes linhas de cumeada e donde, em geral, se destacam, no sentido mais ou menos paralelo
ao da direção principal, montanhas alongadas denominadas contrafortes, das quais, por sua vez, se
destacam, em grande número, contrafortes secundários ou espigões.
III) Cadeia de montanhas
São montanhas contíguas, de forma mais ou menos alongada, que ocupam grande superfície.
IV) Serra
Montanha de forma muito alongada, em cuja parte elevada aparecem pontos
salientes, culminantes, em forma de dentes de serra, denominados vértices, cumes ou cimos, em forma
de picos ou agulhas.
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V) Maciço
É um agrupamento de elevações que se ramificam de diversas maneiras, em qualquer sentido,
apresentando o aspecto de um círculo de elevações em torno de um ponto culminante central.
VI) Planalto
Superfície mais ou menos extensa e regular, situada a grande altura em relação do nível do mar, em
geral ondulada, com declividades suaves e algumas vezes acidentada,porém acessíveis. Quando o planalto
é de grande extensão, é chamado de chapada. As montanhas paralelas à direção de progressão de uma
tropa podem limitar ou impedir os movimentos laterais, porém protegem os flancos. As perpendiculares
à essa direção, são obstáculos para o atacante e favorecem ao defensor. Quando as operações se
desenvolvem em terreno montanhoso, muitas vezes tomam caráter especial, exigindo tropas e
equipamentos especializados.
d) Depressões
As depressões são as formas opostas às elevações e para onde vão ter as águas que se escoam das
vertentes que as cercam e formam. Algumas depressões, embora raramente se apresentem isoladas e
sem escoamento para as águas, têm forma de cume invertido e recebem a denominação de cuba, servindo
em geral como fundo dos lagos.
Vales - nome genérico de depressão que serve de leito para escoamento das águas, com a forma de sulcos
alongados e sinuosos, de profundidade e largura variáveis.
Desfiladeiro - é uma passagem mais ou menos longa, entre duas elevações, cujas vertentes se prestam a
uma organização do terreno capaz de barrar a progressão inimiga, por ser uma passagem natural de
tropas, ou ainda suscetível de ter essa passagem impedida por uma posição defensiva localizada em um
movimento do terreno que a enfie. As elevações que o formam são de difícil acesso.
Corredor - é caracterizado por uma passagem entre elevações de extensão apreciável, podendo as
elevações que o forma serem ou não acessíveis à tropa. Se prestam excelentemente para defesa dada a
canalização do movimento para o seu interior.
A garganta é uma passagem estreita e curta entre elevações.
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e) Planícies
Forma intermediária entre as elevações e depressões, são resultantes muitas vezes do aterramento das
depressões com detritos provenientes da erosão. São vastas extensões de terreno sensivelmente planas,
situadas nas regiões mais baixas da superfície terrestre. Conforme o aspecto que apresentam e a situação
em que se encontram, recebem as seguintes denominações:
- Várzea - quando cultivadas ou a isso se prestarem;
- Charneca - quando além disso falta água e vegetação;
- Descampados - quando muito extensas;
- Brejo ou Charco - quando baixas, sujeitas às invasões das águas pluviais;
- Baixada - quando situada entre as cubas de grandes elevações e o mar; e
- Pampas - são vastas planícies, quase sem relevo, monótonas, cobertas por leivas, revestidas de prados,
baixas e desabrigadas dos ventos.
As planícies, em geral, diferem dos planaltos pela sua situação em relação ao nível do mar, pois os
planaltos nada mais são do que planícies situadas no alto das grandes cadeias de montanhas.
2.2.4 - Leis do Modelado
Estas leis se referem às linhas de talvegue, às vertentes, às linhas de festos, os três principais elementos
que modelam o terreno. São regras que nada têm de absoluto, todas comportam exceções. Variam como
variam as superfícies do terreno a que se referem, dizem apenas a forma ideal para qual tendem os
terrenos normalmente constituídos e sujeitos à erosão regular das águas. O estudo dessas regras
conduzirá a conclusões muito interessantes sobre os aspectos do terreno.
a) Regras dos talvegues e cursos d’água
I) De um ponto qualquer do terreno pode-se chegar ao mar sem nunca subir. É a lei da continuidade dos
declives.
II) A declividade de uma linha de talvegue ou de um curso d’água decresce de montante para jusante
III) Desenvolvendo-se num mesmo plano o perfil de um curso d’água e de seus afluentes, a curva perfil
desse curso d’água envolverá todas as de seus afluentes, como conseqüência um rio corre mais em um
certo nível que seus afluentes. Assim, uma mesma curva de nível, na vizinhança e a montante de uma
confluência, cortará o curso d’água principal mais longe dessa confluência que o curso d’água secundário
(afluente), ou seja, a mesma curva de nível penetrará mais no vale principal que na ravina lateral que nele
desembocar.
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IV) A declividade nas curvas exteriores de um rio é maior que nas interiores. De fato, em uma curva de rio
a massa d’água agindo sob a influência da força centrífuga corrói a margem exterior, alargando o leito
desse rio e, não raras vezes, rasgando-lhe novo leito. Na margem interior, a velocidade do rio sendo muito
menor, ocasiona a sedimentação de aluviões e o conseqüente abrandamento do declive nessa margem.
Assim, as curvas de nível que envolvem uma sinuosidade são habitualmente mais próximas umas das
outras que as envolvidas pelo curso d’água. Logo a margem situada na parte exterior tem comandamento
sobre a interna.
Dessa regra surgem dois corolários:
- quando um curso d’água se divide em muitos outros sinuosos, formando ilhas irregulares, pode-se
concluir que o vale é largo e o talvegue pouco acidentado ou sensivelmente horizontal.
- caso o curso d’água seja um braço único quase retilíneo, o vale é estreito e o talvegue muito pronunciado
e de grande inclinação.
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V) O ângulo formado por dois talvegues na sua confluência será sempre menor que 90º. Essa regra
permite indicar a direção da corrente de um rio.
VI) Uma confluência é assinalada geralmente por uma inflexão do curso d’água principal no sentido do
afluente. Esta inflexão será tão mais pronunciada quanto mais importante for o afluente. Ou seja, o
afluente muda a calha principal na sua direção.
b) Regra referente às vertentes
As curvas de nível de mesma cota se fazem seguir sobre as duas partes de uma mesma encosta
(vertente), separadas, uma da outra por um vale lateral. É a lei da continuidade das vertentes.
Na figura 2.19 as partes ab e cd da vertente não são modificadas pelo trabalho do afluente que cravou o
leito entre b e c.
c) Regras referentes às linhas de festo
I) Uma linha de festo se ligará sempre a uma outra, e esta, a outra e assim sucessivamente.
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II) Quando uma linha de festo separa dois cursos d’água ela se abaixa quando eles se aproximam
(confluência) e se eleva quando se afastam. A distância máxima corresponde geralmente a um mamelão
ou esporão e a mínima a um colo.
III) Se uma linha de festo separa dois cursos d’água que correm em altitudes diferentes, ela estará mais
próxima do mais elevado.
IV) Se existirem duas nascentes opostas a uma mesma linha de festo, sobre a linha entre as nascentes
ocorrerá um colo.
V) Sempre ocorrerá uma ramificação separando dois talvegues que nascem do mesmo lado de uma
mesma linha de festo.
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VI) Quando uma linha de festo muda de direção, opostamente ao ângulo formado ocorrerá uma
ramificação.
VII) Quando dois cursos d’água descem paralelamente de uma encosta e tomam depois direções opostas,
a linha que separa os cotovelos indica a depressão mais profunda entre as duas vertentes e, portanto, a
existência de um colo.
VIII) Quando dois cursos d’água se encontram, a linha de crista do saliente que os separa está
sensivelmente na direção do prolongamento do curso d’água que resulta da junção dos dois.
IX) Quando diversos cursos d’água partindo de um ponto central seguem direções diversas, há na origem
um ponto culminante.
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CAPÍTULO 3
TÉCNICAS INDIVIDUAIS DE COMBATE
3.1 - GENERALIDADES
A instrução, a preparação e o aperfeiçoamento do combatente abrangem a transmissão de
conhecimentos teóricos e a prática de técnicas específicas, visando ao desenvolvimento de suas técnicas
individuaisde combate, as quais são fundamentais para o emprego tático de frações elementares.
O Fuzileiro Naval (FN) é adestrado para o combate em qualquer tipo de terreno, sob condições
meteorológicas adversas, tanto durante o dia como a noite. As tarefas recebidas exigirão o seu
deslocamento dentro, próximo ou à retaguarda das posições inimigas, obrigando-o a mover-se de forma
correta, com o máximo de proveito de cobertas e abrigos.
Este capítulo tem por finalidade apresentar procedimentos e técnicas individuais que todos os
combatentes deverão conhecer para bem desempenhar suas funções em combate.
3.2 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO NO COMBATE DIURNO E NOTURNO
3.2.1 - Utilização das cobertas
Cobertas são acidentes naturais ou artificiais que proporcionam proteção contra as vistas do inimigo
(terrestre ou aéreo). Exemplo: macegas, arbustos, moitas, redes de camuflagem etc. O combatente pode
ocupar uma coberta com as seguintes finalidades: observar; ocultar-se; progredir sem ser visto; e realizar
fogos.
Para que a coberta ofereça proteção contra fogos, faz-se necessário a realização de trabalhos de
organização do terreno (sapa, colocação de sacos de areia, etc). Para o melhor proveito, deverão ser
adotadas determinadas regras práticas quando da sua ocupação e utilização.
a) Regras para ocupação de cobertas
I) Utilizar a sombra
Ao ocupar uma coberta, o combatente deve, sempre que possível, aproveitar a sombra, pois não terá
o seu corpo iluminado e, conseqüentemente, será menos visível do que se ficar exposto à luz. Nas noites
de lua também devem ser utilizadas as sombras (Fig3.1).
II) Imobilidade
Os movimentos do combatente, mesmo camuflado com vegetação local, em contraste com a
paisagem imóvel, serão facilmente percebidos pela observação inimiga. Se o intuito é cobrir-se, o FN
deve conservar a máxima imobilidade, após a ocupação de uma posição.
III) Confundir-se com o terreno
As árvores, os arbustos, a terra e as construções porventura existentes no terreno formam fundos que
variam de cor e aparência. O combatente deverá escolher cobertas que se harmonizem com o seu
uniforme, levando em conta a cor dos objetos à sua volta e o fundo contra o qual se projeta. É importante
alterar ou disfarçar o contorno de seus equipamentos individuais (capacete, fuzil, etc.) e do seu corpo,
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para que se tornem irregulares e mais difíceis de serem identificados. Os reflexos da luz sobre objetos
brilhantes também deverão ser eliminados, cobrindo-os, escurecendo-os ou abrigando-os do sol.
IV) Não se projetar no horizonte
O combatente na linha do horizonte poderá ser visto, mesmo durante a noite, a grandes distâncias,
porque os contornos escuros ressaltam em contraste com o céu mais claro. A silhueta formada pelo corpo
do combatente nessas condições torná-lo-á um alvo fácil. Por esse motivo, o FN deverá evitar expor-se
nas cristas e partes altas do terreno.
V) Evitar pontos notáveis do terreno
Deve-se evitar a ocupação de cobertas que se constituam ou estejam próximas a pontos notáveis do
terreno, tais como árvores e construções isoladas, arbustos que se destacam dos demais, seja pela cor,
pelo porte ou pela forma, etc. Estes pontos atraem a atenção e a observação do inimigo, facilitando a
condução de seus fogos.
VI) Deitar-se para observar
Nessa posição o combatente oferece uma silhueta pouco pronunciada e projeta pouca sombra,
reduzindo a possibilidade de ser observado.
VII) Observar através da coberta ou pelos seus cantos inferiores
Nos arbustos, deve-se observar através de aberturas na folhagem (seteiras). Quando a vegetação for
espessa não se deve tentar fazer aberturas, pois o movimento pode alertar o inimigo. Nesse caso, deve
se observar pelos lados e pela parte inferior da vegetação. O mesmo procedimento é válido com relação
a muros, troncos, pedras, etc. (Fig 3.2)
3.2.2 - Utilização de abrigos
Abrigo é qualquer acidente natural ou artificial que proporcione proteção contra os efeitos do fogo
inimigo, particularmente do fogo direto. Além dos abrigos naturais encontrados no terreno, pode-se, por
meio de trabalhos de sapa, construir abrigos individuais e abrigos coletivos.
Os abrigos devem satisfazer às seguintes condições:
- oferecer proteção contra os tiros inimigos;
- permitir a observação; e
- facilitar a execução do tiro.
O abrigo que não satisfizer essas condições, mesmo depois de melhorado, deve ser abandonado.
a) Exemplos de abrigos naturais
I) São exemplos de abrigos naturais (Fig 3.3):
- troncos de árvores (no mínimo com 1m de diâmetro);
- montes de terra (no mínimo 0,90m de espessura);
- montes de pedras (para evitar ricochete e estilhaçamento, esse tipo de abrigo deverá ser revestido com
uma camada de terra de, no mínimo, 0,20m);
- montes de areia (no mínimo 0,70m de espessura);
- dobras do terreno, fossos, escavações, etc., desde que a espessura seja suficiente para absorver a força
do projetil. Além da espessura, é importante verificar a compactação do terreno, pois devem ser
suficientes para absorver a força do projétil. Não se deve ainda ocupar um abrigo que possua pedras ou
um muro à retaguarda, pois o ricochete dos projetis causa, eralmente, ferimentos tão graves quanto os
impactos diretos.
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b) Influência da trajetória
I) Armas de tiro direto
A distâncias menores que 800m as trajetórias normalmente apresentam-se tensas. Em um terreno
plano e descoberto, mesmo deitado ou rastejando, o combatente ficará exposto ao fogo. Nessa condição,
a menor ondulação do terreno (dobra) poderá constituir-se-á em um abrigo eficiente. Quanto à maneira
de abrigar-se, basta deitar-se face à direção de onde vêm os tiros.
A distâncias superiores a 800m (normalmente metralhadoras) será necessário procurar abrigos que
apresentem altura maior, pois a essa distância, os tiros começam a apresentar sua trajetória ligeiramente
mergulhante. Nessa condição, o corpo do combatente deverá ficar abrigado perpendicular à direção de
onde vêm os tiros, encostando-se o máximo possível no talude do abrigo (Fig 3.4).
II) Armas com tiro de trajetória curva (artilharia, morteiros, etc.)
Para proteger-se dos fogos das armas com tiro de trajetória curva, o combatente procederá da seguinte
maneira: em terreno descoberto, deverá aferrar imediatamente, aproveitando-se das dobras do terreno
que encontrar. Se a situação permitir, deverá construir uma toca para proteger-se dos estilhaços,
executando sempre o melhoramento do abrigo. Existindo no terreno barrancos, fossos, trincheiras, etc.,
deverá abrigar-se imediatamente junto ao talude, a fim de obter uma melhor proteção.
3.2.3 - Utilização do terreno para progredir
a) Progressão em combate
Para furtar-se à observação e ao fogo inimigo ao progredir, o combatente deverá tomar as seguintes
precauções:
1. - escolher, previamente, itinerários que ofereçam o máximo de cobertas e abrigos;
2. - deslocar-se por lanços curtos entre abrigos sucessivos;
3. - ao final de cada lanço, parar e observar cuidadosamente o terreno, só abandonando a posição depois
de escolher o ponto seguinte a ocupar e o caminho que ofereça a maior proteção para atingi-lo. Evitar
áreas limpas e desabrigadas, onde ficará mais exposto;
4. - se tiver que cruzar pequenos trechos descobertos do terreno, aproveitar ruídos ou movimentos que
possam distrair a atenção do inimigo (tiros, movimentos deblindados, etc.);
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5. - usar um processo de progressão adequado ao terreno e à situação; e
6. - evitar obstáculos e partes difíceis do terreno que lhe restrinjam o movimento, deixando-o mais
exposto ao fogo inimigo.
Os deslocamentos por lanços são lentos e, em geral, mais cansativos. Por essa razão, só devem ser
usados quando não se dispuser de itinerários totalmente desenfiados e for necessário progredirem
trechos do terreno expostos à observação e ao fogo direto do inimigo.
b) Progressão sob fogo inimigo
I) Progressão sob fogos de fuzis e metralhadoras
Pode ser realizado de acordo com duas situações:
- quando o inimigo atira a menos de 800m; e
- quando este estiver atirando a distâncias iguais ou superiores a 800m.
Na primeira situação, as trajetórias são tensas e passam rasantes ao combatente que progride em um
terreno plano, descoberto e uniforme.
Mesmo deitado ou rastejando, este fica exposto e deve aproveitar qualquer dobra existente no terreno
para se proteger. Portanto, deverá observar os seguintes procedimentos:
1. - quando o terreno apresentar abrigos, o combatente deverá progredir por lanços para cruzar trechos
limpos e descobertos entre esses abrigos. Os lanços devem ser curtos e rápidos, não devendo ultrapassar
15 metros, pois o combatente não deverá ficar exposto às vistas e fogos do inimigo mais do que 5 a 6
segundos, tempo necessário para o inimigo ver, apontar e disparar sua arma. Logicamente, a extensão
dos lanços é ditada, também, pela disposição e distância entre os abrigos;
2. - extensas áreas de terreno limpo e descoberto devem ser evitadas. Deve-se buscar, para curtos
deslocamento, valas pouco profundas, pequenos taludes e ligeiras dobras do terreno;
3. - na transposição de cristas, aproximar-se até a linha de desenfiamento e, conforme a distância, o fogo
inimigo e a natureza do terreno quanto a abrigos e cobertas, transpô-la correndo ou rastejando, até que
na encosta batida pelo fogo se encontre um abrigo; e
4. Na segunda situação, a distâncias maiores ou iguais a 800m, tem-se, em geral, apenas os fogos de
metralhadoras, pois está além do alcance útil dos fuzis. Astrajetórias esses tiros apresentam-se bem
curvas e mergulhantes na área batida, podendo atingir um combatente que se encontre protegido por
um abrigo de pequena altura. Portanto, essas condições, deverá observar os seguintes procedimentos:
5. - a essa distância os alvos são pouco visíveis, o que dificulta a observação inimiga, devendo o
combatente aproveitar para progredir com a maior rapidez possível;
6. - os fogos são pouco precisos e freqüentemente apresentam erros de alça, o que recomenda observar
uma maior dispersão da tropa ao progredir;
7. - ao cruzar pequenas faixas de terreno limpo e descoberto, fazê-lo em um lanço coletivo ou, então, por
lanços individuais iniciados de lugares diferentes;
8. - evitar cruzar áreas limpas e desabrigadas de maior extensão, só o fazendo em último caso. Nessas
circunstâncias usar um lanço rápido; e
9. - ao ser surpreendido por uma rajada de arma automática, o combatente deverá: aferrar-se, se possível
abrigado, a fim de não oferecer alvo aos projetis; progredir, assim que a rajada tenha cessado, visando a
abandonar a zona batida, procurando não atrair a tenção do inimigo.
II) Progressão sob fogos de artilharia e morteiros
Os projetis de artilharia e de morteiros, ao atingirem o solo, distribuem-se de forma irregular sobre
uma certa superfície (dispersão), e é devido a isso que essas armas têm precisão limitada, prestando-se,
principalmente, a bater áreas, grupos de pessoas, instalações, etc.
As características dos fogos de artilharia e morteiro são: baixa velocidade, sendo possível ao
combatente perceber a aproximação da granada, antes do seu arrebentamento, através do ruído da
detonação da carga de projeção e do sibilar da granada em movimento.
Os morteiros, em geral, são mais silenciosos e suas granadas não emitem o sibilar característico
durante o vôo; seus tiros apresentam trajetória acentuadamente curva, permitindo atingir áreas
desenfiadas do terreno, estando as peças atirando de posições bem abrigadas, com seus fogos conduzidos
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por observadores avançados; e sua munição proporciona uma variedade de espoletas com a finalidade
de obter arrebentamentos com diversos efeitos, como mostrado na figura Fig 3.5;
Para progredir sob fogos de artilharia e morteiros, o combatente deverá observar os seguintes
procedimentos:
1. - quando a artilharia atira intermitentemente (tiros espaçados), deve-se evitar a zona batida e, se isso
não for possível, aproximar-se ao máximo dessa região e, no intervalo entre uma salva e outra, atravessá-
la rapidamente;
2. - sendo o tiro executado com cadência rápida, e se o terreno proporcionar vários abrigos, deve-se
progredir de abrigo em abrigo para sair da zona batida;
3. - ao se ouvir a detonação da carga de projeção ou o sibilar da aproximação da granada, o combatente
deverá aferrar imediatamente, se possível em um abrigo, para escapar aos estilhaços, e, logo após o
arrebentamento do projétil ou fim da salva de artilharia, progredir rapidamente para um novo abrigo,
mais à frente ou que proporcione maior proteção, fora da zona batida;
4. - caso não existam abrigos e os fogos sejam intensos, deve-se progredir por lanços curtos e rápidos, os
quais serão regulados pelas detonações da carga de projeção para aferrar, e pelas explosões das granadas
para levantar logo após executar um novo lanço. Existindo um bom abrigo no terreno, o combatente
deverá nele permanecer até que o fogo cesse;
5. - se os projetis caem a sua frente sem o atingir, o combatente deve abrigar-se e esperar que cessem;
caso os projetis caiam à sua retaguarda, deve avançar rapidamente para fugir do fogo; e
6. - em todos os casos, o combatente deve: evitar terrenos desprovidos de abrigos e limpos, e utilizar ao
máximo as cobertas, abrigos e itinerários desenfiados, a fim de não ser vistos pelos observadores inimigos;
atravessar o mais rápido possível a zona batida; e seguir o comandante da sua fração, reunindo-se a ele o
mais breve possível.
c) Processos de progressão em combate
Em combate, o homem poderá valer-se de diversos processos de progressão, os quais serão ditados
pelo terreno, pelo inimigo, pela velocidade desejada e pelo esforço físico a despender.
As progressões poderão ser feitas caminhando em marcha normal, engatinhando, rastejando, ou
correndo em marcha acelerada (marche-marche). Pequenos deslocamentos laterais poderão ser feitos
por rolamento.
I) Marcha normal
É empregada quando não se está sob as vistas e fogos do inimigo ou em trechos desenfiados do
terreno. O combatente deverá ter sua arma em condições de pronto emprego e utilizar ao máximo as
cobertas e abrigos oferecidos pelo terreno. Quando for o caso, deverá caminhar agachado para tirar
proveito de pequenas cobertas e diminuir sua silhueta. Integrando uma fração, o FN utilizará esse
processo de progressão ao comando de MARCHE! (Fig 3.6).
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II) Engatinhar
É o processo utilizado quando se dispõe de cobertas e/ou abrigos de média altura. É mais lento e
fatigante que caminhar e melhor que rastejar. O combatente deverá conduzir sua arma na mão direita
(ou esquerda se for canhoto), cuidando para que não entre terra no cano e na janela de ejeção. Integrando
uma fração, o FN receberá o comando de ENGATINHAR!
III) Rastejo
É empregado quando se desejar fugir à observação e ao fogo inimigo e as cobertas e abrigos existentes
forem de altura muito reduzida. Podem ser usados dois processos de rastejamento, ambos extremamente
lentos e fatigantes, e que só deverão ser utilizados para pequenos deslocamentos:
a) Rastejo alto
É empregado quando há disponibilidade, ainda que de altura reduzida, de cobertas e abrigos, quando
a observação do inimigo é reduzida e quando se deseja um pouco mais de rapidez. Mantém-se o corpo
afastado do solo, apoiando-o sobre os antebraços e os joelhos. Acomoda-se o fuzil nos braços, cuidando-
se para que o cano da arma não encoste no solo. Progride-se alternando os avanços do cotovelo direito e
joelho esquerdo, com os do cotovelo esquerdo e joelho direito (Fig 3.7).
b) Rastejo baixo
Esse processo é mais lento e cansativo,mas é empregado quando as cobertas e os abrigos são mínimos,
quando o inimigo tem boa observação e quando a rapidez não é essencial. Mantém-se o corpo colado ao
solo, segura-se a bandoleira próximo ao zarelho superior, ficando a arma deitada sobre o antebraço, sem
que seu cano toque o solo.
Para progredir, levam-se as mãos à frente da cabeça, conservando os cotovelos no solo, encolhe-se
uma das pernas e com ela empurra-se o corpo para frente com o auxílio da tração das mãos e antebraços.
Deve-se trocar com freqüência a perna de impulsão, para evitar o cansaço (Fig 3.8).
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IV) Marcha acelerada (marche-marche)
É o processo empregado quando a velocidade de progressão for essencial ou quando se deseja
transpor trechos limpos do terreno com o mínimo de exposição ao fogo inimigo.
Ao comando de MARCHE-MARCHE, o combatente correrá, conduzindo a arma com ambas as mãos, em
condições de empregá-la rapidamente. Uma das mãos empunha o guarda-mão e a outra segura o punho
(Fig 3.9).
V) Rolamento
Pode ser usado para a realização de pequenos deslocamentos laterais. Partindo da posição de tiro
deitado, o combatente deverá rolar tendo o cuidado de não deixar o cano da arma tocar o solo (Fig 3.10).
d) Seleção do processo de progressão
A escolha do processo de progressão mais apropriado é função dos seguintes fatores: cobertas e
abrigos existentes no terreno, posição e armamento do inimigo, velocidade que se pretende obter e
esforço físico a ser despendido. De acordo com a posição do inimigo, do seu armamento e das cobertas e
abrigos proporcionados pelo terreno, ter-se-á os casos adiante especificados:
- progressão em área coberta ou abrigada: utiliza-se a marcha normal e, se a velocidade for
preponderante, o marche-marche;
- progressão em trechos de cobertura baixa: utiliza-se o engatinhamento ou o rastejo, dependendo da
altura da coberta ou abrigo; e
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- progressão em área desprovida de cobertas: utiliza-se o marche-marche, a fim de diminuir o tempo de
exposição ao fogo inimigo. A necessidade de ganhar tempo pode obrigar o combatente a sacrificar um
pouco sua segurança para obter maior velocidade. Assim, pode-se, por exemplo, progredir em marche-
marche num local que ofereça cobertura baixa, a fim de não perder tempo rastejando.
O combatente também deve evitar o desgaste prematuro de suas energias de modo a manter-se em
condições de combater por períodos prolongados. Dessa forma, sem negligenciar a segurança, deve
empregar o processo menos cansativo que permita o cumprimento da tarefa.
e) Execução do lanço
O lanço é um deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições abrigadas (ou cobertas).
Deve ser realizado num movimento decidido, posto que uma parada ou um recuo podem ser fatais ao
combatente. Antes de iniciar um lanço, ele deverá fazer um cuidadoso estudo da situação para evitar uma
indecisão no decorrer do deslocamento.
Para uma decisão acertada, o combatente deve, ao preparar um lanço, responder a si próprio as
perguntas que se seguem (Fig 3.11):
I) Para onde vou?
Responderá a essa pergunta escolhendo nas suas proximidades uma coberta ou abrigo adequado ao
cumprimento da sua tarefa. É conveniente lembrar que um lanço em marcha acelerada em terreno limpo
não deve ser maior do que 15 metros. Se o percurso for longo, haverá necessidade da realização de lanços
intermediários e é conveniente que o combatente escolha previamente os locais de parada.
II) Por onde vou?
Estuda o caminho a seguir até alcançar a posição escolhida (caso o seu itinerário já não esteja
determinado pelo seu comandante imediato). Se for obrigado a progredir em marcha acelerada, deve
utilizar o itinerário mais curto, para evitar expor-se ao inimigo por tempo demasiado.
III) Como vou?
De acordo com o ponto de destino e o itinerário a seguir, será escolhido o processo de progressão mais
apropriado à realização do deslocamento (quando integrando uma fração, caberá ao comandante desta
determinar o processo de progressão): correndo, rastejando, etc.
IV) Quando vou?
Fazendo parte de uma fração, deslocar-se-á mediante ordem de seu comandante e, no caso individual,
quando o combatente que o precedeu tenha terminado o seu lanço. Estando isolado, deve esperar o
momento mais propício para o lanço.
Por exemplo:
- quando o fogo inimigo for suspenso momentaneamente;
- ao perceber que o inimigo atira em outra direção;
- no momento em que o fogo do inimigo estiver mal ajustado;
- ao verificar que elementos amigos vizinhos atiram sobre o inimigo, prejudicando ou neutralizando seu
fogo; e
- quando a artilharia ou a aviação amiga bombardeiam as posições adversárias.
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Invest – invista em você
Após cada lanço, parar, escutar, observar, fazer um novo estudo, e só então prosseguir. Sempre que
possível, o combatente deve evitar a ocupação do mesmo abrigo que já tenha sido utilizado pelo homem
que o precedeu, pois o inimigo pode ter identificado essa posição.
O mesmo cuidado deve ser tomado com os itinerários que não sejam completamente desenfiados,
devendo-se, pois, evitar que vários homens por eles progridam. Para deslocar-se por lanço em marcha
acelerada ,partindo da posição deitado, o combatente deve agir da forma adiante explicada (Fig 3.12 e
3.13):
- quando decidir realizar um lanço, segurar a arma pelo centro de gravidade e encolher os braços, trazendo
as mãos junto a cabeça, sem levantar os cotovelos;
- erguer lentamente a cabeça e fazer o estudo do lanço;
- no momento oportuno (ou ao comando de MARCHE-MARCHE) e em um movimento rápido e contínuo,
erguer o corpo, apoiando-se nas mãos e nas pontas dos pés; levar a perna direita ou esquerda à frente e,
com um impulso desta, levantar-se, iniciando o deslocamento;
- correr direto e a toda velocidade até o ponto escolhido;
- aferrar. Isto é feito da seguinte maneira: inicialmente saltando de maneira a assentar ambos os pés no
solo, na mesma linha, e a seguir, aproveitando a velocidade, lançar-se ao chão vivamente, caindo sobre
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Invest – invista em você
os joelhos, projetando o corpo para a frente e amortecendo a queda com a mão esquerda (ou direita),
enquanto que a arma fica segura pela mão direita (ou esquerda) com a coronha sob a axila. Deve-se ter o
cuidado de não levantar os pés ao cair.
- tomar a posição de tiro deitado e, se não estiver em um abrigo ou pelo menos oculto por uma coberta,
rolar rapidamente para o mais próximo.
f) Passagem de obstáculos
A ultrapassagem de obstáculos é sempre uma operação difícil e que deixa o combatente em situação
extremamente vulnerável, tendo em vista que terá seus movimentos dificultados, ficando, assim, exposto
ao inimigo. É de se esperar, portanto, que o inimigo os vigie e os bata pelo fogo.
I) Passagem por redes de arame farpado
As redes de arame são instaladas pelo inimigo nas proximidades de suas posições e estarão sempre
sendo vigiadas e protegidas pelo fogo. A ultrapassagem de um aramado pode ser realizada abrindo-se
uma brecha ou simplesmente caminhando ou rastejando através dos fios de arame.
Qualquer dessas operações só poderá ser realizada sob condições de visibilidade reduzida ou com o apoio
de cortinas de fumaça, e com a certeza que o obstáculo não está minado ou armadilhado.
As técnicas a seguir são utilizadas para ultrapassar esses obstáculos:
- caso o terreno não esteja minado, o combatente pode passar por cima dos aramados mais baixos ou
rastejar sob os mais altos;
- uma cerca baixa pode ser transposta por cima, galgando-se fio por fio, procurando-os com as mãos e
cuidando-se para não ficar embaraçado ou fazer ruídos. Pode-se passar sobre um aramado baixo e frouxo
colocando-se sobre ele uma tábua de madeira, algumas esteiras de fibra ou alumínio, ou uma tela
metálica, sobre a qual se possa caminhar. Essa solução proporcionará,do mais antigo, sendo essa a posição para transporte; e
V - para a guarda, pode ser feita mais uma dobra no sentido longitudinal, permanecendo o campo azul
voltado para cima.
Art. 2-2-17 Guarda da Bandeira
Quando em tropa armada, a Bandeira Nacional é exibida de forma destacada, por uma guarda armada
denominada Guarda da Bandeira, sendo conduzida pelo Porta-bandeira da seguinte forma:
I - em posição de "Ombro arma", o Porta-bandeira a conduz apoiada em seu ombro direito, inclinada, com
o conto mais abaixo, mantendo, com a mão direita, o pano seguro na altura do peito e naturalmente caído
ao lado recobrindo seu braço (Fig. 1 e 2 – ApII);
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II - desfilando em continência, o Porta-bandeira desfralda-a e posiciona-a verticalmente, colocando o
conto no talabardão e, com a mão direita, cotovelo lançado para fora, auxiliada pela outra, segura a haste
na altura do ombro (Fig. 3 – ApII);
III - ocupa o centro da testa, ou a sua direita, se esta contar com número par de componentes (Fig. 1 e 2
– ApII);
IV - não é abatida em continência;
V - não é acompanhada, por mais de dois estandartes, exceto em cerimônias conjuntas com as demais
Forças, quando este número pode ser maior; e
VI - os estandartes são abatidos quando em continência.
Art. 2-2-22 Entrada e saída de bordo
Durante o Cerimonial à Bandeira é vedada a entrada ou saída de pessoas e veículos na OM que o realiza.,
salvo se localizada próxima à via pública, quando a interrupção do trânsito deve ocorrer, com o mínimo
de prejuízo possível ao tráfego de pessoas e veículos, entre o “Segundo Sinal” e o término do Cerimonial.
Art. 2-2-23 Saudação diária
Aquele que pela primeira vez no dia chegar à OM, ou dela retirar-se pela última vez no dia, saúda a
Bandeira Nacional, se hasteada, para ela voltado, assim que:
I - a bordo de navio, atingir o patim superior do portaló ou a extremidade superior da prancha; e
II - em OM de terra, transitando a pé, defrontar-se com o mastro onde estiver hasteada.
Art. 2-2-24 Saudação à passagem
Todos saúdam a Bandeira Nacional quando diante de si passar conduzida em desfile militar, fazendo alto
aquele que estiver em marcha.
Art. 2-2-25 Arriamento seguido de hasteamento
No pôr- do- Ssol, se a Bandeira tiver que permanecer içada, é cumprido o cerimonial para arriamento e,
ao término, ela volta a ser hasteada.
Art. 2-2-26 Hasteamento e arriamento sem cerimonial
A Bandeira Nacional é hasteada ou arriada sem cerimonial:
I - em manobra de troca de mastro;
II - quando tiver que ser hasteada após a hora do arriamento; e
III - ao ser arriada no início do cerimonial de hasteamento, às 07h55 ou no Dia da Bandeira às 11h55, se,
por motivo previsto neste Cerimonial, já estiver içada na ocasião; e
IV - ao ser arriada nas situações estabelecidas nos incisos XII do art. 2-2-11, VI do art. 2-2-13, II do art. 9-
1-12 e I do art. 9-1-15.
Art. 2-2-27 Proibições
É vedado:
I - fazer saudação com a Bandeira Nacional, salvo em retribuição à saudação idêntica feita por outro navio
ou estabelecimento;
II - usar Bandeira Nacional que não se encontre em bom estado de conservação;
III - usar Bandeira Nacional como reposteiro ou pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de
tribuna, cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a serem inaugurados;
IV - usar Bandeira Nacional para prestação de honras de caráter particular por parte de qualquer pessoa
natural ou entidade coletiva;
V - colocar quaisquer indicações ou emblemas sobre a Bandeira Nacional; e
VI - abater a Bandeira Nacional em continência.
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Art. 2-3-4
Bandeira da Cruz Vermelha
A Bandeira da Cruz Vermelha é mantida hasteada permanentemente, em tempo de guerra:
I - nos navios-hospital, nos acampamentos e nos estabelecimentos hospitalares, em mastro ou adriça
diferente de onde estiver içada a Bandeira Nacional; e
II - na proa das embarcações miúdas empregadas em serviços de saúde e das embarcações-hospital de
forças de desembarque.
Art. 5-1-1 Direito às honras de portaló
Todos os oficiais, ao entrarem ou saírem de OM da MB, têm direito às honras de portaló.
Art. 5-1-3 Presença a bordo de autoridade de maior precedência
As honras aos oficiais de marinha, quando se encontrar na OM visitada autoridade de maior precedência,
restringem-se às honras de portaló; caso a autoridade de maior precedência se encontre nas
proximidades do local das honras, essas limitar-se-ão às continências de guarda e "boys", não sendo dados
toques.
Art. 5-1-8 Número de "boys"
Na recepção e despedida das autoridades abaixo mencionadas, em visita oficial ou anunciada, o número
de "boys" é o seguinte:
I - oito "boys": Almirante, Almirante -de -Esquadra e Vice-Almirante;
II - seis "boys": Contra-Almirante;
III - quatro "boys": oficial superior; e
IV - dois "boys": demais oficiais.
Art. 7-1-1 Datas Festivas
São denominadas datas festivas os dias em que, pela significação de suas datas, se realizam cerimônias
cívico-militares.
Art. 7-1-2 Dias de Grande Gala
Os Dias de Grande Gala são as datas festivas em que se comemora o aniversário da Independência (7 de
setembro) e da Proclamação da República (15 de novembro).
Art. 7-1-3 Dias de Pequena Gala
Os Dias de Pequena Gala são as dtas festivas e que se comemora o Dia da Confraternização Universal (1°
de janeiro), o Dia de Tiradentes (21 de abril), o Dia do Trabalho (1° de maio), o Aniversário da Batalha
Naval do Riachuelo – Data Magna da Marinha (11 de junho), o Dia da Bandeira (19 de novembro), o Dia do
Marinheiro (13 de dezembro) e o Natal (25 de dezembro);
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ESTATUTO DOS MILITARES
TÍTULO I
Generalidades
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros
das Forças Armadas.
Art. 2º As Forças Armadas, essenciais à execução da política de segurança nacional, são constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, e destinam-se a defender a Pátria e a garantir os poderes
constituídos, a lei e a ordem. São instituições nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e dentro dos limites
da lei.
Art. 3º Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma
categoria especial de servidores da Pátria e são denominados militares.
§ 1° Os militares encontram-se em uma das seguintes situações:
a) na ativa:
I - os de carreira;
II - os temporários, incorporados às Forças Armadas para prestação de serviço militar, obrigatório ou
voluntário, durante os prazos previstos na legislação que trata do serviço militar ou durante as
prorrogações desses prazos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - os componentes da reserva das Forças Armadas quando convocados, reincluídos, designados ou
mobilizados;
IV - os alunos de órgão de formação de militares da ativa e da reserva; e
V - em tempo de guerra, todo cidadão brasileiro mobilizado para o serviço ativo nas Forças Armadas.
b) na inatividade:
I - os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração
da União, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização; e
II - os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores estejam dispensados,
definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União.
III - os da reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados, que estejam executando tarefa por
tempo certo, segundo regulamentação para cada Força Armada. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de
2019)
§ 2º Os militares de carreira são aqueles da ativa que, no desempenho voluntário e permanentecontudo, uma passagem instável e
a ultrapassagem será lenta;
- em princípio é melhor ultrapassar uma rede de arame por baixo, porque o homem não se expõe muito
e pode ver os fios contra a claridade do céu, mesmo nas noites mais escuras. O combatente deve rastejar
de costas para o solo, por baixo dos arames, usando os calcanhares para empurrar o corpo. Com as mãos,
deve apalpar o terreno à frente da cabeça, para levantar fios baixos e localizar possíveis minas e arames
de tropeço. A arma deve ser levada ao longo do corpo e sobre a barriga, para que as mãos fiquem livres;
- a abertura de passagens nos obstáculos de arame exige mais tempo e pode alertar o inimigo. No entanto,
pode ser necessária para a passagem de patrulhas, na realização de infiltrações ou como medida
preparatória de um ataque. A passagem deve ser aberta em direção oblíqua à frente e os fios superiores
da rede não devem ser cortados, a fim de dificultar ao inimigo a descoberta da brecha. Para abafar o ruído
produzido pelo corte, é conveniente envolver o fio com um pano no local onde será aplicado o alicate.
Estando só, o combatente deve segurar o arame próximo a uma estaca. Em seguida, aplicar o alicate sobre
o pano em um ponto localizado entre a mão e a estaca. Dessa forma, cortará o fio abafando o ruído e
evitando o chicotear da parte livre que deverá ser enrolada (Fig 3.14)
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Quando estiver acompanhado, um segura o arame, enquanto o outro enrola o pano e corta o fio
entre as mãos do primeiro (Fig 3.15). Os pedaços do arame cortado devem ser enrolados nas estacas.
II) Passagem de valas e trincheiras
Nesses obstáculos, com cuidado e em silêncio, o combatente deve aproximar-se e examinar o seu
interior, avaliando sua profundidade, largura, possibilidade da presença do inimigo e da existência de
armadilhas. Tratando-se de vala ou trincheira larga, deve descer por um lado e subir pelo outro (3-16).
Se a vala ou trincheira for estreita, deve saltá-la, procurando, ao cair do outro lado, fazer o mínimo de
ruído possível, e a seguir permanecer deitado, imóvel e em silêncio por algum tempo, observando e
escutando antes de prosseguir (Fig 3.17).
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III) Terreno minado
O combatente deve estar atento para a existência de minas e evitá-las sempre que possível, mesmo
que tenha que realizar desbordamentos consideráveis. Os itinerários de aproximação das posições
inimigas, as redes de arame, valas e outros obstáculos existentes nas proximidades dessas posições,
freqüentemente estarão minados e deverão ser examinados com cuidado.
Caso necessite atravessar uma área minada, o combatente deverá avançar lentamente, procurando
com as mãos cordéis de tropeço e sondando cautelosamente o terreno com a baioneta para descobrir as
minas enterradas. Conhecer satisfatoriamente as minas utilizadas pelo inimigo permitirá neutralizá-las
com certa segurança.
Em geral uma mina pode ser neutralizada em duas operações: a recolocação de grampos, pinos e
outros dispositivos de segurança de seu acionador e, em seguida, a remoção desse acionador. Pode-se
cortar os cordéis de tropeço frouxos, usando-se um alicate ou uma tesoura. Nunca deve ser usada a faca,
pois a tração exercida no corte fará explodir a armadilha. Um cordel de tropeço esticado não deve ser
cortado, pois a eliminação da tração explodirá a mina. Mesmo depois de ter neutralizado e removido o
acionador principal de uma mina, esta não deve ser removida, a não ser por pessoal especializado, pois
ainda poderá estar ativada. Uma mina ainda está ativada quando dispõe de um acionador secundário que
provocará a detonação se ela for deslocada.
Após neutralizar e remover o acionador de uma mina ou verificar a impossibilidade de fazê-lo, o
combatente deverá marcar sua localização com um pedaço de pano ou papel de cor viva amarrado a uma
estaca, para posterior remoção ou destruição por pessoal especializado.
e) Progressão à noite
I) Preparativos para um deslocamento silencioso
A noite os movimentos tornam-se mais lentos devido à dificuldade de identificar os itinerários e manter
a orientação. Essa dificuldade é agravada pela necessidade da manutenção de uma rigorosa disciplina de
luzes e ruídos.
A utilização de equipamentos de visão noturna reduz sensivelmente essa limitação. No entanto, esses
equipamentos têm sua distribuição restrita a determinados elementos (comandantes, atiradores de
armas coletivas, guias, etc.) e utilizados somente em situações especiais. Assim, todo combatente deve
estar em condições de deslocar-se e aproximar-se do inimigo silenciosamente sem qualquer auxílio. Para
um deslocamento silencioso deverá ser realizada uma rigorosa preparação, como a seguir apresentada.
a) Fazer a camuflagem individual:
- escurecer todo o rosto, nuca, orelhas, pescoço e mãos;
- não usar camiseta branca sob o uniforme e manter as mangas da blusa abaixadas e abotoadas;
- escurecer todas as superfícies brilhantes ou cobri-las com fita isolante;
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- envolver com fita isolante todas as partes do equipamento que possam vir a fazer ruído (zarelhos da
bandoleira, plaquetas de identificação, etc.); e
- não levar chaves, moedas e outros objetos que possam fazer ruído. Quando tiver que conduzir nos
bolsos pequenos objetos metálicos (canivete, bússola, relógio, etc.), colocá-los em bolsos separados, ou
enrolá-los em panos.
b) Usar apropriadamente o uniforme e equipamentos:
- uniformes engomados fazem ruído durante o deslocamento e os frouxos e grandes podem dificultá-lo;
- usar um gorro leve e sem contornos pronunciados, pois o capacete reduz a acuidade auditiva ou modifica
os sons e pode provocar ruídos, motivo pelo qual só deve ser usado quanto a situação exigir;
- não usar capuz que cubra as orelhas, a não ser sob frio extremo, pois a capacidade auditiva será bastante
prejudicada; e
- não levar equipamentos desnecessários que venham a restringir a mobilidade.
c) Para matar, desacordar ou capturar um elemento inimigo, evitando ou reduzindo os ruídos, usar
somente armas silenciosas como a faca, a baioneta, um garrote de arame ou fio de náilon, um porrete
improvisado, etc. O emprego correto de uma dessas armas exige grande perícia, não só no seu uso, mas
também na aproximação silenciosa para aplicá-la contra o inimigo.
II) Técnicas
A progressão noturna é realizada utilizando-se as mesmas técnicas da progressão diurna, adaptadas,
porém, de forma a evitar os ruídos próximo às posições inimigas:
a) Como caminhar à noite nas proximidades do inimigo
O peso do corpo deve ficar sobre o pé que está atrás, até que o pé da frente encontre um lugar firme
para pisar. Deve-se levantar bem a perna que estiver à frente do corpo, para não se embaraçar na
vegetação rasteira e não tropeçar, e com a ponta do pé escolher um lugar livre de gravetos, pedras, folhas
secas e outros materiais que possam provocar ruído.
Abaixar, então, cuidadosamente, a planta do pé e com este sustentar o peso do corpo, até que a outra
perna avance (Fig 3.18). Nas noites muito escuras pode-se segurar a arma com uma das mãos e com a
outra explorar à frente, a fim de descobrir qualquer obstáculo.
b) Aferrar à noite nas proximidades do inimigo
Inicialmente o combatente deverá apoiar o joelho direito sobre o solo, segurando a arma sob o braço
direito. Em seguida, apoiando-se na mão esquerda, lançar a perna esquerda para a retaguarda. A tomada
final da posição é feita com o apoio sobre o cotovelo direito, ao mesmo tempo em que a perna direita é
levada para juntar-se à esquerda. Tomar a posição de tiro deitado e manter-se colado ao solo (Fig 3.19).
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c) Rastejar durante a noite
Rasteja-se de forma semelhante ao processo usado durante o dia. Os movimentos, porém, devem ser
lentos e compassados, para reduzir ao mínimo os ruídos. De qualquerdo serviço
militar, tenham vitaliciedade, assegurada ou presumida, ou estabilidade adquirida nos termos da alínea
“a” do inciso IV do caput do art. 50 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3º Os militares temporários não adquirem estabilidade e passam a compor a reserva não remunerada
das Forças Armadas após serem desligados do serviço ativo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 4º São considerados reserva das Forças Armadas:
I - individualmente:
a) os militares da reserva remunerada; e
b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa.
II - no seu conjunto:
a) as Polícias Militares; e
b) os Corpos de Bombeiros Militares.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
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§ 1° A Marinha Mercante, a Aviação Civil e as empresas declaradas diretamente devotada às finalidades
precípuas das Forças Armadas, denominada atividade efeitos de mobilização e de emprego, reserva das
Forças Armadas.
§ 2º O pessoal componente da Marinha Mercante, da Aviação Civil e das empresas declaradas diretamente
relacionadas com a segurança nacional, bem como os demais cidadãos em condições de convocação ou
mobilização para a ativa, só serão considerados militares quando convocados ou mobilizados para o
serviço nas Forças Armadas.
Art. 5º A carreira militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades
precípuas das Forças Armadas, denominada atividade militar.
§ 1º A carreira militar é privativa do pessoal da ativa, inicia-se com o ingresso nas Forças Armadas e
obedece às diversas seqüências de graus hierárquicos.
§ 2º São privativas de brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Art. 6º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa",
"em serviço", "em atividade" ou "em atividade militar", conferidas aos militares no desempenho de cargo,
comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade militar ou considerada de natureza militar
nas organizações militares das Forças Armadas, bem como na Presidência da República, na Vice-
Presidência da República, no Ministério da Defesa e nos demais órgãos quando previsto em lei, ou quando
incorporados às Forças Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de
31.8.2001)
Art. 7º A condição jurídica dos militares é definida pelos dispositivos da Constituição que lhes sejam
aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação, que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem
deveres e obrigações.
Art. 8º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber:
I - aos militares da reserva remunerada e reformados;
II - aos alunos de órgão de formação da reserva;
III - aos membros do Magistério Militar; e
IV - aos Capelães Militares.
Art. 9º Os oficiais-generais nomeados Ministros do Superior Tribunal Militar, os membros do Magistério
Militar e os Capelães Militares são regidos por legislação específica.
CAPÍTULO III
Da Hierarquia Militar e da Disciplina
Art. 14º. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças
Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz
pela antigüidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de
acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
desse organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre
militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2215-10.htm#art28
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Art. 15º. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria e têm a
finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo
do respeito mútuo.
Art . 16º. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a correspondência
entre os postos e as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, são fixados nos parágrafos
seguintes e no Quadro em anexo.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de
Força Singular e confirmado em Carta Patente.
§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão providos em tempo de guerra.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente.
§ 4º Os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos específicos de formação de
militares são denominados praças especiais.
§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas, Serviços, Especialidades ou
Subespecialidades são fixados, separadamente, para cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.
§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos tenham denominação
comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro,
Arma ou Serviço e, se ainda necessário, a Força Armada a que pertencerem, conforme os regulamentos
ou normas em vigor.
§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá
fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua situação.
Art. 17º. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é
assegurada pela antigüidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional
estabelecida em lei.
§ 1º A antigüidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da
respectiva promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada
outra data.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antigüidade será estabelecida:
a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição nas respectivas escalas
numéricas ou registros existentes em cada Força;
b) nos demais casos, pela antigüidade no posto ou graduação anterior; se, ainda assim, subsistir a
igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de
nascimento para definir a procedência, e, neste último caso, o de mais idade será considerado o mais
antigo;
c) na existência de mais de uma data de praça, inclusive de outra Força Singular, prevalece a antigüidade
do militar que tiver maior tempo de efetivo serviço na praça anterior ou nas praças anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo com o regulamento do
respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas letras a , b e c.
§ 3º Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
§ 4º Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de carreira na ativa eos da
reserva remunerada ou não, que estejam convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto
ou graduação.
Art. 18º. Em legislação especial, regular-se-á:
I - a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em comissão no País ou no
estrangeiro; e
II - a precedência nas solenidades oficiais.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6880.htm#anexo
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Invest – invista em você
Art. 19º. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:
I - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são hierarquicamente superiores às demais praças;
II - os Aspirantes da Escola Naval, os Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras e da Academia da
Força Aérea e os alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, do Instituto Militar de Engenharia e das
demais instituições de graduação de oficiais da Marinha e do Exército são hierarquicamente superiores
aos Suboficiais e aos Subtenentes; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - os alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm precedência sobre os Terceiros-
Sargentos, aos quais são equiparados;
IV - os alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando fardados, têm precedência sobre os
Cabos, aos quais são equiparados; e
V - os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros de formação de sargentos, que
a eles são equiparados, respeitada, no caso de militares, a antigüidade relativa.
TÍTULO II
Das Obrigações e dos Deveres Militares
CAPÍTULO I
Das Obrigações Militares
SEÇÃO I
Do Valor Militar
Art. 27º. São manifestações essenciais do valor militar:
I - o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever militar e pelo solene juramento de
fidelidade à Pátria até com o sacrifício da própria vida;
II - o civismo e o culto das tradições históricas;
III - a fé na missão elevada das Forças Armadas;
IV - o espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde serve;
V - o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida; e
VI - o aprimoramento técnico-profissional.
SEÇÃO II
Da Ética Militar
Art. 28º. O sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos
integrantes das Forças Armadas, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos
seguintes preceitos de ética militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
II - exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades
competentes;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em
vista o cumprimento da missão comum;
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação;
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;
XI - acatar as autoridades civis;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13954.htm#art2
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XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam
prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar;
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:
a) em atividades político-partidárias;
b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares,
excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública; e
XIX - zelar pelo bom nome das Forças Armadas e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo
obedecer aos preceitos da ética militar.
Art. 29º. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade
ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas
de responsabilidade limitada.
§ 1º Os integrantes da reserva, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações militares
e nas repartições públicas civis, de interesse de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o
disposto no presente artigo.
§ 3º No intuito de desenvolver a prática profissional, é permitido aos oficiais titulares dos Quadros ou
Serviços de Saúde e de Veterinária o exercício de atividade técnico-profissional no meio civil, desde que
tal prática não prejudique o serviço e não infrinja o disposto neste artigo.
TÍTULO II
CAPÍTULO II
Dos Deveres Militares
SEÇÃO I
Conceituação
Art. 31º. Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos racionais, bem como morais, que ligam
o militar à Pátria e ao seu serviço, e compreendem, essencialmente:
I - a dedicação e a fidelidade à Pátria, cuja honra, integridade e instituições devem ser defendidas mesmo
com o sacrifício da própria vida;
II - o culto aos Símbolos Nacionais;
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens; e
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.
SEÇÃO II
Do Compromisso Militar
Art. 32º. Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incorporação, matrícula ou
nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e
dos deveres militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.
Art. 33º. O compromisso do incorporado, do matriculado e do nomeado, a que se refere o artigo anterior,
terá caráter solene e será sempre prestado sob a forma de juramento à Bandeira na presença de tropa ou
guarnição formada, conforme os dizeres estabelecidos nos regulamentos específicos das Forças Armadas,
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e tão logo o militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de
seus deveres como integrante das Forças Armadas.
§ 1º O compromisso de Guarda-Marinha ou Aspirante-a-Oficial é prestado nos estabelecimentos de
formação, obedecendo o cerimonial ao fixado nos respectivos regulamentos.
§ 2º O compromisso como oficial, quando houver, será regulado em cada Força Armada.
SEÇÃO III
Do Comando e da Subordinação
Art. 34º. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar é investido
legalmente quando conduz homens ou dirige uma organização militar. O comando é vinculado ao grau
hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o militar se define e se caracteriza
como chefe.
Parágrafo único. Aplica-se à direção e à chefia de organização militar, no que couber, o estabelecido para
comando.
Art. 35º. A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoaldo militar e decorre,
exclusivamente, da estrutura hierarquizada das Forças Armadas.
Art. 36º. O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício de funções de comando, de chefia e
de direção.
Art. 37º. Os graduados auxiliam ou complementam as atividades dos oficiais, quer no adestramento e no
emprego de meios, quer na instrução e na administração.
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de elementos
subordinados, os suboficiais, os subtenentes e os sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo
e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e
ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem
diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e do moral das mesmas praças em todas as
circunstâncias.
Art. 38º. Os Cabos, Taifeiros-Mores, Soldados-de-Primeira-Classe, Taifeiros-de-Primeira-Classe,
Marinheiros, Soldados, Soldados-de-Segunda-Classe e Taifeiros-de-Segunda-Classe são, essencialmente,
elementos de execução.
Art. 39º. Os Marinheiros-Recrutas, Recrutas, Soldados-Recrutas e Soldados-de-Segunda-Classe
constituem os elementos incorporados às Forças Armadas para a prestação do serviço militar inicial.
Art. 40º. Às praças especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos que lhes são
pertinentes, exigindo-se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profissional.
Parágrafo único. Às praças especiais também se assegura a prestação do serviço militar inicial.
Art. 41º. Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e
pelos atos que praticar.
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TÍTULO II
CAPÍTULO III
Da Violação das Obrigações e dos Deveres Militares
SEÇÃO I
Conceituação
Art. 42º. A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção ou
transgressão disciplinar, conforme dispuser a legislação ou regulamentação específicas.
§ 1º A violação dos preceitos da ética militar será tão mais grave quanto mais elevado for o grau
hierárquico de quem a cometer.
§ 2° No concurso de crime militar e de contravenção ou transgressão disciplinar, quando forem da mesma
natureza, será aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 43º. A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no
cumprimento dos mesmos, acarreta para o militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou
penal, consoante a legislação específica.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal poderá
concluir pela incompatibilidade do militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções
militares a ele inerentes.
Art. 44º. O militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo, ou demonstrar incapacidade
no exercício de funções militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício
da função:
a) o Presidente da República;
b) os titulares das respectivas pastas militares e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e
c) os comandantes, os chefes e os diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação específica
de cada Força Armada.
§ 2º O militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de
qualquer função militar até a solução do processo ou das providências legais cabíveis.
Art. 45º. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de
caráter reivindicatório ou político.
SEÇÃO II
Dos Crimes Militares
Art. 46º. O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em tempo
de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos militares das penas correspondentes aos crimes por eles
cometidos.
SEÇÃO III
Das Contravenções ou Transgressões Disciplinares
Art. 47º. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e classificarão as contravenções
ou transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e aplicação das penas
disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas
disciplinares.
§ 1º As penas disciplinares de impedimento, detenção ou prisão não podem ultrapassar 30 (trinta) dias.
§ 2º À praça especial aplicam-se, também, as disposições disciplinares previstas no regulamento do
estabelecimento de ensino onde estiver matriculada.
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TÍTULO III
Dos Direitos e das Prerrogativas dos Militares
CAPÍTULO I
Dos Direitos
SEÇÃO I
Enumeração
Art. 50º. São direitos dos militares:
I - a garantia da patente em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela
inerentes, quando oficial, nos termos da Constituição;
I-A. - a proteção social, nos termos do art. 50-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - o provento calculado com base no soldo integral do posto ou da graduação que possuía por ocasião da
transferência para a inatividade remunerada: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) por contar mais de 35 (trinta e cinco) anos de serviço; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) por atingir a idade-limite de permanência em atividade no posto ou na graduação; (Incluído pela
Lei nº 13.954, de 2019)
c) por estar enquadrado em uma das hipóteses previstas nos incisos VIII ou IX do caput do art. 98 desta
Lei; ou (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
d) por ter sido incluído em quota compulsória unicamente em razão do disposto na alínea “c” do inciso III
do caput do art. 101 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - o provento calculado com base em tantas quotas de soldo do posto ou da graduação quantos forem
os anos de serviço, até o limite de 35 (trinta e cinco) anos, quando tiver sido abrangido pela quota
compulsória, ressalvado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput deste artigo; (Redação dada pela
Lei nº 13.954, de 2019)
IV - nas condições ou nas limitações impostas por legislação e regulamentação específicas, os
seguintes: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) a estabilidade, somente se praça de carreira com 10 (dez) anos ou mais de tempo de efetivo
serviço; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) o uso das designações hierárquicas;
c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;
d) a percepção de remuneração;
e) a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o conjunto de
atividades relacionadas com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços
profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e
os cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários;
f) o funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no conjunto de medidas tomadas pelo Estado,
quando solicitado, desde o óbito até o sepultamento condigno;
g) a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos militares em atividade;
h) o fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa branca e roupa de cama, fornecido ao
militar na ativa de graduação inferior a terceiro-sargento e, em casos especiais, a outros militares;
i) a moradia para o militar em atividade, compreendendo:
1 - alojamento em organização militar, quando aquartelado ou embarcado; e
2 - habitação para si e seus dependentes; em imóvel sob a responsabilidade da União, de acordo com a
disponibilidade existente.
l) a constituição de pensão militar;
m) a promoção;
n) a transferência a pedidopara a reserva remunerada;
o) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;
p) a demissão e o licenciamento voluntários;
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q) o porte de arma quando oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo caso de inatividade por
alienação mental ou condenação por crimes contra a segurança do Estado ou por atividades que
desaconselhem aquele porte;
r) o porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas pela respectiva Força Armada; e
s) outros direitos previstos em leis específicas.
§ 2º São considerados dependentes do militar, desde que assim declarados por ele na organização militar
competente: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - o cônjuge ou o companheiro com quem viva em união estável, na constância do vínculo; (Redação
dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - o filho ou o enteado: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) menor de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) inválido; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3º Podem, ainda, ser considerados dependentes do militar, desde que não recebam rendimentos e
sejam declarados por ele na organização militar competente: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de
2019) (Regulamento)
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
d) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
e) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
f) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
g) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
h) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
i) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
j) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - o filho ou o enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
II - o pai e a mãe; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - o tutelado ou o curatelado inválido ou menor de 18 (dezoito) anos de idade que viva sob a sua guarda
por decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 5º Após o falecimento do militar, manterão os direitos previstos nas alíneas “e”, “f” e “s” do inciso IV do
caput deste artigo, enquanto conservarem os requisitos de dependência, mediante participação nos
custos e no pagamento das contribuições devidas, conforme estabelecidos em regulamento: (Incluído
pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - o viúvo, enquanto não contrair matrimônio ou constituir união estável; (Incluído pela Lei nº 13.954,
de 2019)
II - o filho ou o enteado menor de 21 (vinte e um) anos de idade ou inválido; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
III - o filho ou o enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
IV - os dependentes a que se refere o § 3º deste artigo, por ocasião do óbito do militar. (Incluído pela
Lei nº 13.954, de 2019)
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