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Demonstração Financeira Demonstrações Contábeis Segundo a legislação societária, são as seguintes as demonstrações contábeis obrigatórias: Balanço patrimonial BP; Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados DLPA; Demonstração do resultado do exercício DRE; Demonstração dos fluxos de caixa DFC; e Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado DVA. Segundo a legislação societária, para as sociedades de capital fechado, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DLPA pode ser substituída pela apresentação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL, mas para as sociedades de capital aberto a DMPL é obrigatória. Porém, segundo as normas brasileiras de contabilidade – CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis, a DMPL é obrigatória para todas as empresas. Balanço Patrimonial Mostra a posição financeira da empresa numa determinada data, sendo uma demonstração contábil estática. É uma fotografia da empresa em determinado momento, alterada pelas transações no momento seguinte. O Balanço Patrimonial é apresentado em duas colunas, sendo que a coluna do lado esquerdo, denominada Ativo, apresenta todos os bens e direitos da empresa, e a coluna do lado direito, denominada Passivo e Patrimônio Líquido, apresentam as obrigações da empresa e os recursos aplicados pelos proprietários na empresa. Além da apresentação do Balanço Patrimonial, com a classificação em grupos de contas Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido, a legislação societária estabelece que a apresentação deve ser de forma comparativa com os valores do exercício anterior. Demonstração Financeira 1 (a) Ativo No lado esquerdo do balanço patrimonial são apresentados todos os bens e direitos da empresa, mensuráveis monetariamente. • Bens: dinheiro, estoques, máquinas, veículos, instalações e todo bem útil que possa trazer benefícios para os negócios da empresa. • Direitos: contas a receber de clientes, títulos a receber, depósitos em contas bancárias, aplicações financeiras, investimentos e qualquer título de crédito da empresa. A apresentação das contas do Ativo é feita, segundo a legislação, de forma decrescente de realização, isto é, conforme o grau de liquidez, de forma a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Apresentação dos elementos do Ativo: Ativo Circulante • Disponível • Aplicações Financeiras • Contas a Receber de Clientes • Estoques • Outros Créditos Ativo Não Circulante • Realizável a Longo Prazo • Investimentos • Imobilizado • Intangível As contas classificadas no grupo do ativo circulante são os valores que se realização nos próximos 365 dias ou no próximo ciclo operacional, se este for maior que 365 dias. (b) Passivo No lado direito do balanço patrimonial são apresentadas todas as obrigações presentes da empresa com terceiros, mensuráveis monetariamente. Para facilitar a leitura e interpretação das informações, as contas do passivo são apresentadas em ordem decrescente de exigibilidade. As obrigações registradas no passivo circulante são, normalmente, resultantes de: • Fornecedores: Compra a prazo de matérias-primas a serem usadas no processo produtivo ou mercadorias destinadas à revenda; Compra a prazo de Demonstração Financeira 2 bens, insumos e outros materiais de uso pela empresa; • Adiantamentos de Clientes: Valores recebidos por conta de futura entrega de bens ou serviços; • Dividendos a pagar: declarados a serem pagos aos acionistas; • Obrigações Fiscais: impostos, taxas e contribuições devidos ao poder público; • Empréstimos e Financiamentos: obtidos de instituições financeiras ou de outras entidades; • Debêntures: títulos de dívida emitidos pela empresa • Salários, comissões, aluguéis a pagar; • Provisões, a qualquer título, referente a obrigações já incorridas ou conhecidas e que possam ter seus valores estimados. As contas do passivo não circulante resultam basicamente das mesmas operações do passivo circulante, porém com vencimento das obrigações após o término do exercício seguinte. Mas incluem ainda: • Provisão para previdência complementar. • Imposto de renda diferido para exercícios futuros; • Retenções contratuais • Provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes. (c) Patrimônio Líquido Mostra os recursos aplicados na empresa pelos proprietários. À aplicação inicial Capital Social – serão acrescidas de aplicações posteriores, novos aumentos de capital e também de rendimentos resultantes do capital, isto é, de Lucros. Os subgrupos de contas que compõe o Patrimônio Líquido: 1. Capital Social mostra o montante subscrito pelo proprietário, deduzido do valor ainda não integralizado. Assim, temos as contas: Capital Social Subscrito Capital Social a Integralizar 2. Reservas de Capital A lei define que serão registradas como reservas de capital as importâncias dos subscritores de ações que ultrapassar o valor nominal da ação ou ultrapassar a importância destinada ao capital, constituindo uma reserva de capital denominada Ágio na subscrição de ações. Demonstração Financeira 3 3. Ajustes de Avaliação Patrimonial São registradas como ajustes de avaliação patrimoniais, uma conta do patrimônio líquido, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de ativos e passivos, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não forem levadas para contas de resultado. Assim, esta conta tanto pode ter seu saldo credor quanto devedor. 4. Reservas de Lucros Reservas constituídas pela apropriação dos lucros gerados em cada exercício. Podemos ter: 4.1 Reserva Legal – definida pelo artigo 193 da Lei 6404/76, apropria 5% do lucro líquido do exercício. 4.2 Reserva Estatutária – artigo 194 da Lei 6404/76, criada conforme definição do estatuto social da empresa, com critérios, limites e datas claramente estabelecidos no estatuto. 4.3 Reserva para Contingências – artigo 195 da Lei 6404/76, criada para compensar, no futuro, perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. 4.4 Reserva de Incentivos Fiscais – artigo 195A da Lei 6404/76, registra a parcela do lucro líquido decorrentes de doações ou subvenções governamentais recebidas pela empresa. A contabilização de subvenção governamental está normatizada no Pronunciamento CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais. 4.5 Reserva de Retenção de Lucros – artigo 196 da Lei 6404/76, é também chamada de Reserva Orçamentária, Reserva para Investimentos, ou ainda, Reserva para Expansão e registra a parcela do lucro retido com base em orçamento de capital devidamente aprovado. 4.6 Reserva de Lucros a Realizar – artigo 197 da Lei 6404/76, objetiva postergar o pagamento de dividendos sobre o lucro não realizado financeiramente, preservando, assim, as disponibilidades financeiras da empresa. Esta reserva só pode ser constituída se o montante do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido. 4.7 Reserva Especial para Dividendos – artigo 202 §§ 4º e 5º da Lei 6404/76, permite que a administração proponha à Assembleia Geral a retenção de parte ou de todo dividendo em função de problemas financeiros. 5. Ações em Tesouraria As sociedades podem adquirir ações de sua emissão, para cancelamento ou Demonstração Financeira 4 para permanência em tesouraria, para posteriormente vende-las. As ações da empresa em tesouraria devem ser demonstradas no balanço patrimonial como redutora do patrimônio líquido como dedução da conta que justificou sua aquisição e contabilizada pelo valor do custo da operação. 6. Prejuízos Acumulados A conta Lucros Acumulados foi extinta do Balanço Patrimonial, conforme Lei 11638/07 e Lei 11941/09. Esta alteração não extinguiu a conta da contabilidade, mas no Balanço Patrimonial a conta deverá ter saldo ZERO ou saldo devedor, isto é, Prejuízos Acumulados. Reserva de Reavaliação: Conforme constava no artigo 182 daLei 6404/76, era permitida a reavaliação de ativos, sendo que a contrapartida do aumento do valor do ativo era feita como reserva de reavaliação no patrimônio líquido. A Lei 11638/07 não eliminou esta conta, mas as empresas não podem mais constituir novas reservas de reavaliação, nem complementar as contas de reservas de reavaliação já existentes. As empresas que possuíam reservas de reavaliação, no balanço de 31/12/2008, deveriam optar por: - estornar as reservas de reavaliação existentes ou - mantê-las até sua efetiva realização. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS DLPA A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados DLPA deve ser estruturada observando-se o artigo 186 da Lei 6.404/76 Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. Estrutura do DLPA Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados Saldo no início do período Demonstração Financeira 5 (+/-) Ajustes de Exercícios anteriores ( + ) Reversão de Reservas de Lucros (+/-) Lucro Líquido Prejuízo) do Exercício ( - ) Transferência para Reservas de Lucros ( - ) Dividendos Propostos (indicar também dividendo por ação) ( - ) Valor Incorporado ao Capital Social ( - ) Dividendos Intermediários (antecipados) ( = ) Saldo no fim do período Exemplos de DLPA A Empresa Oliveira S.A., em 31/12/X2, apresentou a seguinte DLPA Saldo Inicial 01/01/X2 0 Ajuste de exercícios anteriores 2.000 Reversão de Reserva para Contingência 3.000 Lucro Líquido do Exercício 50.000 Saldo a disposição dos acionistas 55.000 Transferências para Reserva Reserva Legal 5% de R$ 50.000 2.500 Reserva Estatutária 4.000 Reserva Orçamentária 5.000 Dividendos propostos R$ 4,00 por ação) 12.000 Parcela Incorporada ao Capital 31.500 Saldo final 31/12/X2 0 No exercício de X3, a Empresa Oliveira S.A. teve um prejuízo de R$ 40.000 e apresentou a seguinte DLPA em 31/12/X3 R$ Saldo Inicial 01/01/X3 0 Prejuízo do exercício 40.000 Reversão de Reservas Reserva Estatutária 4.000 Reserva Orçamentária 5.000 Reserva Legal 2.500 Saldo final 31/12/X3 28.500 Como o resultado do exercício foi prejuízo, não há Reserva Legal RL a ser constituída e, com base no artigo 189, parágrafo único, da Lei 6404/76, o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados (no exemplo não há), pelas reservas de lucros e pela reserva Demonstração Financeira 6 legal, nesta ordem, sendo a reserva legal a última reserva de lucros a ser utilizada para absorção de prejuízos. Continuando, a Empresa Oliveira S.A. teve no exercício social de X4 um lucro líquido de R$ 70.000 e, em 31/12/X4, apresentou a seguinte DLPA R$ Saldo Inicial 01/01/X4 28.500 Lucro Líquido do Exercício 70.000 Reserva Legal 5% de R$ 41.500 2.075 Dividendos 39.425 Saldo Final 31/12/X4 0 Análise dos componentes da DLPA 1 Saldo Inicial O valor do saldo da conta de Lucro e Prejuízo Acumulado no encerramento do exercício social será: (a) Lucros acumulados – conforme Lei 11638/07, o saldo desta conta no final do exercício social e, consequentemente, no início do exercício social seguinte, será sempre igual a ZERO, isto é, a empresa deverá sempre dar uma destinação aos valores da conta. (b) Prejuízos acumulados – o saldo desta conta ao final do exercício social será sempre devedor, após compensação com as contas de reservas de lucros, segundo critérios legais. 2 Ajustes de Exercícios Anteriores Conforme o parágrafo 1º do artigo 186 da Lei 6404/76, “como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes .ˮ Os ajustes de exercícios anteriores não podem ser lançados no resultado do exercício que está sendo encerrado em observação aos princípios de competência e consistência. Por isto, deverá ser lançado a débito ou crédito da conta de Lucro Prejuízo) Acumulado. Assim, por exemplo, a mudança de regime de caixa para regime de competência, a mudança no critério de avaliação de investimento (passando a adotar o Método de Equivalência Patrimonial), a mudança no critério de valorização de estoques (alterando de UEPS para PEPS ou MPM, ou erro no Demonstração Financeira 7 cálculo do valor da depreciação, representam exemplos de fatos que geram ajustes de exercícios anteriores, ou aumentando ou diminuindo a conta de Lucros (prejuízos) Acumulados. Exemplo: a depreciação total do ano de X1 de máquinas da Empresa Silva S.A. foi de R$ 2.000. Entretanto, quando do lançamento foi feito: D Despesa de Depreciação R$ 1.600 C Depreciação Acumulada R$ 1.600 O erro de R$ 400 a menor nas despesas de depreciação só foi constatado no final de X2. Assim, o lucro de X1 está maior em R$ 400, pois a despesa de depreciação lançada foi de R$ 1.600 quando deveria ter sido de R$ 2.000. O lucro do exercício de X2 não pode ser reduzido em R$ 400 em observação ao regime de competência, já que a despesa de R$ 400 não pertence ao exercício de X2 e sim ao exercício de X1. Assim, o lançamento do erro será: D Lucros (prejuízos) acumulados R$ 400 C Depreciação Acumulada R$ 400 3 Reversão de Reservas de Lucros A Reversão de Reservas de Lucros será feita no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou quando ocorrer a perda. As reservas que normalmente são revertidas são as Reservas para Contingências e a Reserva de Lucros a Realizar. Lançamento contábil na reversão da Reserva de Lucros: D Reserva de Lucros C Lucros Acumulados 4 Lucro Líquido Prejuízo) do Exercício O resultado do exercício, apurado na Demonstração do Resultado do Exercício DRE pode ser de dois tipos: (a) Saldo credor, isto é, Lucro, quando, na conta Apuração do Resultado do Exercício ARE, as receitas forem maiores que as despesas. Neste caso, teremos o seguinte lançamento de encerramento: D ARE C Lucros Prejuízos) Acumulados (b) Saldo devedor, isto é, Prejuízo, quando, na conta ARE, as receitas forem menores que as despesas. Neste caso, teremos o seguinte lançamento de encerramento: Demonstração Financeira 8 D Lucros Prejuízos) Acumulados C ARE Segundo o artigo 189, parágrafo único, da Lei 6404/76, o prejuízo do exercício será obrigatoriamenteabsorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nesta ordem, sendo a reserva legal a última reserva de lucros a ser utilizada para a absorção de prejuízos. Após isto, opcionalmente, os prejuízos podem ser compensados com reservas de capital. 5 Transferências para Reservas de Lucros Proposta da Administração para destinação do lucro) Constituem uma das partes do Lucro Líquido quando de sua distribuição. De acordo com a Lei 6404/76 são as seguintes as reservas de lucros: a) Reserva Legal (art. 193 b) Reservas Estatutárias (art. 194 c) Reserva para contingências (art. 195 d) Reserva de Incentivos Fiscais (art. 195A e) Reserva de Retenção de Lucros (art. 196 f) Reserva de Lucros a Realizar (art. 197 g) Reserva Especial (art. 202 parágrafos 4º e 5º) Lançamento contábil: Na constituição de Reservas de Lucros: D Lucros Acumulados C Reserva de Lucros 6 Dividendos Propostos Regulado pelo artigo 202 da Lei 6404/76, que estabelece dividendos obrigatórios, que serão vistos no módulo 5. 7 Incorporação ao Capital Social A qualquer momento, havendo saldo credor na conta de lucros acumulados, a empresa poderá aumentar seu capital mediante a utilização de lucros ou mesmo de reservas. RESERVAS DE LUCROS LEGAL, ESTATUÁRIA. CONTINGÊNCIAS E RETENÇÃO DE LUCROS Reservas de Lucros – constituem uma das partes do Lucro Líquido, quando de sua distribuição. De acordo com a Lei 6404/76 são as seguintes as reservas de lucros: a) Reserva Legal (art. 193 Demonstração Financeira 9 b) Reserva Estatutária (art. 194 c) Reserva para contingências (art. 195 d) Reserva de Retenção de Lucros (art. 196 e) Reserva de Incentivos Fiscais (art. 195A f) Reserva de Lucros a Realizar (art. 197 g) Reserva Especial (art. 202 parágrafos 4º e 5º) A Reserva Legal Conforme o artigo 193 da Lei 6404/76, do Lucro Líquido 5% serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição de Reserva Legal, sendo que seu saldo não pode exceder a 20% do capital social. “Art.193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.ˮ A Reserva Legal é a única reserva de lucro obrigatória e deve observar, na sua constituição, dois limites: (a) Limite obrigatório: RL não pode exceder a 20% do capital social (b) Limite facultativo: RL mais Reserva de capital atingir a 30% do capital social No cálculo dos limites, tanto o obrigatório quanto o facultativo, deve ser utilizado o Capital Social Integralizado. Exemplo 1 A Empresa X apresenta o seguinte PL em 31/12/X0 Capital social 30.000 Reservas de Capital Ágio na emissão de ações 3.300 Reserva Legal 2.000 Reservas Estatutárias 1.000 Lucro Líquido em 31/12/X1 76.000 Demonstração Financeira 10 Cálculo da Reserva Legal Lucro Líquido do exercício R$ 76.000 Alíquota da reserva legal 5% Valor da Reserva Legal = R$ 3.800 Limite obrigatório 20% do capital 20% x R$ 30.000 R$ 6.000 Saldo da Reserva Legal .................................................. R$ 2.000 Valor máximo da Reserva que pode ser constituída ........ R$ 4.000 Limite Facultativo 30% do capital 30% x R$ 30.000 R$ 9.000 Saldos das Reservas de Capital ................................... = R$ 3.300 Saldo da Reserva Legal .............................................. = R$ 2.000 Valor máximo facultativo ............................................... = R$ 3.700 A empresa pode seguir o limite obrigatório e assim constituir R$ 3.800 de reserva legal, já que este valor é inferior ao limite obrigatório calculado R$ 4.000. Mas também, se quiser, pode seguir o limite facultativo, calculado em R$ 3.700, e usar este limite para constituir a Reserva Legal. Assim, a empresa PODE destinar R$ 3.700 à Reserva Legal, não tendo obrigação, neste caso, de destinar o valor calculado de R$ 3.800. Exemplo 2 O Patrimônio Líquido de uma S.A. estava assim constituído, antes da destinação do resultado do exercício: Capital social 12.000 Capital a Integralizar 2.000 Ágio na emissão de ações 200 Reserva Legal 1.980 Reserva para Contingência 300 Lucro Líquido do Exercício 2.000 Cálculo da Reserva Legal Lucro Líquido do exercício = R$ 2.000 Alíquota da reserva legal = 5% Valor da Reserva Legal = R$ 100 Limite obrigatório 20% do capital 20% x R$ 10.000 R$ 2.000 Saldo da Reserva Legal .............................................= R$ 1.980 Valor máximo da Reserva que pode ser constituída ........ R$ 20 Limite Facultativo 30% do capital 30% x R$ 10.000 R$ 3.000 Saldos das Reservas de Capital ................................ = R$ 200 Demonstração Financeira 11 Saldo da Reserva Legal ........................................... = R$ 1.980 Valor máximo facultativo ............................................. = R$ 820 Neste caso, a empresa DEVE constituir Reserva Legal de R$ 20, isto é, somente até o limite obrigatório que é de R$ 20. Exemplo 3 Capital social 200 Reservas de Capital 25 Reserva Legal 30 Lucro Líquido 300 Cálculo da Reserva Legal Lucro Líquido do exercício R$ 300 Alíquota da reserva legal 5% Valor da Reserva Legal R$ 15 Limite obrigatório 20% do capital 20% x R$ 200 R$ 40 Saldo da Reserva Legal ...........................................= R$ 30 Valor máximo da Reserva que pode ser constituída ........ R$ 10 Limite Facultativo 30% do capital 30% x R$ 200 R$ 60 Saldos das Reservas de Capital .............................. = R$ 25 Saldo da Reserva Legal ........................................ = R$ 30 Valor máximo facultativo .......................................... R$ 5 A empresa obrigatoriamente não pode constituir reserva legal no valor de R$ 15 (conforme cálculo inicial), pois só pode constituir reserva legal até o valor de R$ 10, mas, opcionalmente, ela pode utilizar o limite facultativo e constituir Reserva Legal no valor de R$ 5. B Reserva Estatutária O artigo 194 da Lei 6404/76 estabelece: “Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: I. Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; II. Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e III. Estabeleça o limite máximo da reserva.ˮ Ainda, os artigos 198 e 203 da Lei 6.404/76 estabelece que a reserva estatutária não poderá ser aprovada se houver prejuízo do dividendo obrigatório ou do direito dos acionistas preferenciais receber dividendos fixos ou mínimo que tenham prioridade. Demonstração Financeira 12 Exemplo: A Empresa L S.A. decidiu, com aprovação da Assembleia Geral, criar uma reserva estatutária com as seguintes características: • 5% do lucro líquido do exercício será destinado à renovação de equipamentos, até o limite de 10% do capital social integralizado. Na hipótese de a empresa ter um lucro líquido no exercício de R$ 1.000.000, a reserva estatutária será constituída no valor de R$ 50.000 5% de R$ 1.000.000. C Reservade Contingência A Assembleia Geral da empresa poderá, baseada no artigo 195 da Lei 6404/76, criar uma reserva objetivando a prevenção de uma contingência futura. “Art.195. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva coma finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. § 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. § 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.ˮ As bases para constituição da Reserva de Contingência são, por exemplo: Geadas ou secas, que podem atingir plantações ou estoques nestas áreas; Cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer ciclicamente nas áreas onde se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando prejuízos efetivos, por paralização temporária das operações; Expectativa de paralização, por longo período, das atividades da empresa: manutenção preventiva, troca de equipamento, greve dos funcionários, falta de matéria prima. D Reserva de Retenção de Lucros É também chamada de Reserva Orçamentária, Reserva para Investimentos, ou ainda, Reserva para Expansão. O artigo 196 da Lei 6404/76 estabelece: “Art.196. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a Demonstração Financeira 13 justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento. § 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social.ˮ Esta reserva não poderá ser constituída em prejuízo dos dividendos obrigatórios. E Reserva de Incentivos Fiscais O artigo 195A da Lei 6404/76 estabelece: “Art.195A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).ˮ A contabilização de subvenção governamental está normatizada no Pronunciamento CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais. Exemplo: A empresa Alfa S.A. recebeu, em 01/01/X0, a título de doação do governo municipal da cidade onde está localizada, um terreno, onde deverá implantar uma fábrica. O valor do terreno é de R$ 60.000. A doação do terreno definitiva esta condicionada à implantação da fábrica. O lançamento contábil pelo recebimento da doação será em 01/01/X0 D Terrenos R$ 60.000 ANC Imobilizado) C Subvenção a apropriar R$ 60.000 PNC F Reserva de Lucros a Realizar RLR A Reserva de Lucros a Realizar objetiva postergar o pagamento de dividendos sobre lucro não realizado financeiramente, preservando, assim, as disponibilidades da empresa. A legislação estabelece que só pode ser constituída esta reserva quando o montante do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada do Lucro Líquido. “Art.197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro Demonstração Financeira 14 líquido do exercício, a assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: I. O resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248; e II. O lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. § 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro.ˮ Existem três fontes de lucros a realizar: O resultado líquido positivo da equivalência patrimonial; O lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte e Os ganhos cambiais decorrentes de ativos classificados no longo prazo que excederem as perdas cambiais em obrigações desta mesma natureza Deliberação CVM 249/99, item V. G Reserva Especial Esta reserva permite que a administração proponha à Assembleia Geral a retenção de parte ou de todo dividendo em função de problemas financeiros. O artigo 202 parágrafos 4º e 5º – da Lei 6404/76 estabelece: § 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembleia geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembleia. § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.ˮ Demonstração Financeira 15 Limite das Reservas de Lucros As reservas de lucros não podem ultrapassar o valor do capital social (integralizado), exceto as reservas de contingências, incentivos fiscais, lucros a realizar, conforme artigo 199 da Lei 6404/76 “Art.199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.ˮ Em outras palavras, a soma da Reserva Legal, da Reserva Estatutária e da Reserva de Retenção não pode ultrapassar o capital social integralizado. Exemplo: A Empresa “Xˮ possui Capital Social de R$ 200, Reserva de Contingência de R$ 150, Reserva de Lucros a Realizar de R$ 60, Reserva de Incentivos Fiscais de R$ 70, Sabendo-se que o saldo da conta Reserva Legal é de R$ 40 e que a Reserva Estatutária possui saldo de R$ 130, qual o valor máximo que a Reserva de Retenção pode ser constituída neste exercício? Reservas a serem consideradas no cálculo Reservas não consideradas no cálculo Reserva Legal R$ 40 Reserva para Contingência R$ 150 Reserva Estatutária R$ 130 Reserva de Incentivos Fiscais R$ 70 Reserva de Lucros a Realizar R$ 60 O valor máximo da constituição da Reserva de Retenção deve ser: Capital Social R$ 200 Reserva Legal R$ 40 Reserva Estatutária R$ 130 Diferença .............. R$ 30 Reserva de Retenção DIVIDENDOS Representam a destinação do lucro líquido do exercício para o acionista ou quotistada empresa. Os Dividendos são regulados pelos artigos 202 a 204 da Lei 6404/76, que estabelece: Demonstração Financeira 16 Dividendo Obrigatório Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: I. metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193; e (b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195 e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores; II. o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art.197; III. os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria. § 2º Quando o estatuto for omisso e a assembleia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. § 3º A assembleia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: I. companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; II. companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista no inciso I. § 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Demonstração Financeira 17 Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembleia. § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. § 6º Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. Dividendos de Ações Preferenciais Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos. Dividendos Intermediários Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. § 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182. § 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Conforme estabelecido pelo artigo 202, quando o estatuto for omisso, o dividendo obrigatório deverá ser calculado à alíquota de 50% do lucro líquido ajustado. Ainda, se o estatuto for omisso e for convocada Assembleia Geral para definir o percentual do dividendo, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado conforme a lei. O Estatuto social da sociedade ou o contrato social de sociedades por quotas é soberano na definição dos dividendos obrigatórios. No sua constituição, a empresa pode definir livremente os dividendos obrigatórios que podem ser variáveis ou fixos. Os dividendos poderão ser fixados: • por porcentagem do lucro líquido Demonstração Financeira 18 • por porcentagem do capital social • em valores fixos por ação • outros critérios estabelecidos pelos acionistas definidos em estatuto ou contrato. O dividendo não será obrigatório no exercício em que a administração comprovar que não tem situação financeira compatível com o pagamento do dividendo, sendo constituída Reserva Especial de Lucros no valor do dividendo (parágrafos 4º e 5º do artigo 202. Após todas as retenções de reservas de lucros e apropriação dos dividendos obrigatórios calculados, o saldo da conta de lucros acumulados deverá ser distribuído como dividendos ou destinado a aumento de capital. Base de Cálculo dos Dividendos: ( + ) Lucro Líquido ( - ) Prejuízos Acumulados (compensação) ( - ) Valor destinado à constituição da Reserva Legal ( - ) Valor destinado à constituição da Reserva para Contingências ( + ) Reversão de Reservas de Contingências formadas em anos anteriores ( = ) Lucro Líquido ajustado antes da constituição da RLR ( x ) Percentual dos dividendos estabelecido no estatuto / contrato ( = ) Dividendo obrigatório antes da constituição da RLR ( - ) Reserva de Lucros a Realizar RLR constituída ( + ) Realização da RLAR (reversão) ( = ) Dividendos obrigatórios Exemplo de cálculo: ( + ) Lucro Líquido .............................................................. 10.200 ( - ) Prejuízos Acumulados (compensação) .............................. 4.900 ( - ) Constituição da Reserva Legal ........................................ ( 265 ( - ) Constituição da Reserva para Contingências ..................... 2.000 ( + ) Reversão de Reservas de Contingências ........................... 825 ( = ) Lucro Líquido ajustado antes da constituição da RLR ....... 3.860 ( x ) Percentual dos dividendos estabelecido no estatuto ............ 25% ( = ) Dividendo obrigatório antes da constituição da RLR ......... 965 ( - ) Reserva de Lucros a Realizar RLR constituída ............... ( 500 ( + ) Realização da RLR (reversão) ....................................... 1.000 ( = ) Dividendos obrigatórios ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 1.465 R$ 1.465 5.000 (nº de ações em circulação) Dividendo obrigatório por ação R$ por ação .......................... R$ 0,293 Demonstração Financeira 19 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DMPL Pela legislação societária, a DMPL é uma demonstração facultativa que as empresas podem elaborar e publicar em substituição à Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados DLPA, já que esta está incluída na DMPL. Porém, de acordo com as normas brasileiras de contabilidade, conforme CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis, a DMPL é obrigatória. A DMPL tem por objetivo facilitar a análise das alterações ocorridas no patrimônio líquido no decorrer do exercício social da empresa, mostrando as causas de sua evolução ou involução. As principais alterações nos componentes do patrimônio líquido são: • Aumento do capital por subscrição; • Aumento do capital por incorporação de reservasde capital e/ou de lucros; • Redução de capital por prejuízos acumulados não compensados por lucros ou reservas; • Ajustes de exercícios anteriores; • Transferência do lucro ou prejuízo do exercício; • Reversões de reservas de lucros; • Destinação do lucro líquido do exercício; • Apropriação dos dividendos a acionistas; • Compra ou venda das próprias ações mantidas em tesouraria; • Alterações na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial Estrutura da DMPL principais mutações: Saldo no início do período Ajustes de Exercícios anteriores Transferências de reservas Aumento de Capital Vendas de ações em Tesouraria Aquisições de ações em Tesouraria Aumentos nas Reservas de Capital ( Reversões de Reservas de Lucros Reserva de contingências Reserva de Lucros a Realizar Saldo à Disposição da Assembleia Geral Destinações Reserva Legal Demonstração Financeira 20 Reserva Estatutária Reserva para Contingências Reserva de Lucros a Realizar Reserva de Incentivos Fiscais Reserva para Retenção de Lucros Dividendos propostos Saldo Final do Período Com esta estrutura, vemos que algumas movimentações aumentam, diminuem ou não afetam o patrimônio líquido: Movimentações que aumentam o patrimônio líquido: • Lucro líquido do exercício • Aumento de capital com subscrição e integralização de novas ações • Vendas de ações em tesouraria • Ágio cobrado na subscrição de novas ações • Ajuste credor de avaliação patrimonial Movimentações que diminuem o patrimônio líquido • Prejuízo líquido do exercício • Aquisição de ações da própria sociedade (ações em tesouraria) • Dividendos propostos • Ajuste devedor de avaliação patrimonial Movimentações que não afetam o patrimônio líquido • Aumento de capital por incorporação de reservas e lucros • Constituição ou reversão de reservas de lucros • Compensação de prejuízos acumulados com reservas Modelo da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL A DMPL deve ser estruturada descrevendo as mutações ocorridas e demonstrar as contas do patrimônio líquido em grupos e subgrupos. Demonstração Financeira 21