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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 
GAM 108- QUALIDADE AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JÉSSICA DA SILVA SANTOS 
VANESSA LEOPOLDINO BATISTA 
WENDER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAVRAS / 2024 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. Introdução 2 
2. Objetivo 2 
3. Materiais utilizados e procedimentos 3 
3.1 pH 4 
3.2 Condutividade elétrica 5 
3.3 Turbidez 7 
3.4 Cor 8 
3.5 Sólidos 10 
3.5.1 Sólidos totais 11 
3.5.2 Sólidos totais fixos e voláteis 12 
3.5.3 Sólidos totais suspensos 13 
3.6 Acidez 14 
3.7 Alcalinidade 16 
3.8 Dureza 17 
4. Oxigênio dissolvido 19 
5. Resultados e discussão 20 
6. Conclusão 29 
7. Referências 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
1. Introdução 
 
A água é um recurso essencial em nosso planeta, fundamental para a sobrevivência 
de todos os seres vivos e essencial para nossa existência. Segundo a Agência Nacional de 
Águas e Saneamento Básico (ANA), a maior parte da água na Terra é salgada, restando 
apenas cerca de 2,5% de água doce, sendo que a maior parte está em geleiras e aquíferos 
subterrâneos. Isso deixa apenas 1% de água disponível em rios e lagos para uso direto, o 
que ressalta a importância de valorizarmos e gerenciarmos adequadamente esse recurso. 
 
A qualidade da água pode ser afetada por diversas formas, seja por processo 
naturais ou atividades humanas. Uma das principais causas de degradação da qualidade da 
água é a descarga de efluentes residuais em corpos d'água, que muitas vezes contêm altos 
níveis de poluentes como matéria orgânica, metais pesados e outros elementos prejudiciais. 
Essas descargas, somadas ao crescimento populacional, têm impactado significativamente 
a qualidade da água, evidenciando a necessidade de um tratamento eficaz tanto para o 
abastecimento público quanto para o tratamento de efluentes. 
 
Existem parâmetros essenciais para avaliar a qualidade da água, incluindo 
características físicas, químicas e biológicas. Parâmetros físicos como cor, turbidez, sabor e 
temperatura, químicos como pH, alcalinidade, concentração de metais e oxigênio dissolvido, 
e biológicos como organismos indicadores são fundamentais nesse processo. 
 
Para garantir a qualidade da água para consumo humano, é crucial que os métodos 
de tratamento estejam em conformidade com os padrões estabelecidos pelo Ministério da 
Saúde e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A Portaria GM/MS N° 888, 
de 4 de maio de 2021, estabelece os parâmetros e valores aceitáveis para a água potável, 
enquanto a resolução n° 430 do Conama define os limites para a descarga de efluentes em 
corpos d'água. 
 
Diante disso, é imprescindível monitorar e manter a qualidade da água em 
conformidade com essas regulamentações para proteger a saúde pública e o meio 
ambiente. A análise das amostras das lagoas Zootecnia, Parque Tecnológico, Captação 
ETA, Torneira, Canil e Moradia Estudantil (Brejão) destaca a importância desse cuidado 
para garantir a segurança hídrica e ambiental. 
 
2. Objetivo 
O propósito das análises conduzidas em laboratório foi determinar a qualidade e 
adequação para consumo das amostras de água coletadas nos pontos das lagoas 
Zootecnia, Parque Tecnológico, Captação ETA, Torneira, Canil e Moradia Estudantil 
(Brejão). Isso foi feito por meio da avaliação das propriedades físicas e químicas para 
determinar o nível de qualidade das amostras. 
 
2 
 
 
3. Materiais utilizados e procedimentos 
Para a condução do estudo, foram empregadas seis amostras distintas, a saber: 
lagoa da zootecnia (imagem 1), lagoa do parque tecnológico (imagem 2), lagoa de 
captação ETA (imagem 3), torneira, canil (imagem 4) e moradia estudantil. 
 
Imagem 1. Localização da lagoa da zootecnia 
 
Fonte: Google maps 
 
 
Imagem 2. Localização da lagoa do parque tecnológico 
 
Fonte: Google maps 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Imagem 3. Localização da lagoa de captação ETA 
 
Fonte: Google maps 
 
Imagem 4. Localização do Canil 
 
Fonte: Google maps 
 
3.1 pH 
 
O pH é uma medida que indica a acidez ou alcalinidade de uma solução aquosa. Ele 
é determinado pela concentração de íons de hidrogênio na solução, calculada através da 
fórmula pH = -log[H+]. A escala de pH varia de 0 a 14, sendo pH 7 considerado neutro. 
Valores abaixo de 7 indicam acidez, enquanto valores acima de 7 indicam alcalinidade. O 
pH da água é crucial para monitorar corrosão, quantidade de reagentes necessários, 
crescimento de micro-organismos e processos de desinfecção, visando garantir que a água 
esteja em conformidade com regulamentações. 
 
Materiais Utilizados 
 
● Peagâmetro; 
4 
 
 
● Béquer de 100mL; 
● Água destilada; 
● Papel absorvente; 
● Soluções de tampões-padrão (pH 4, 7 e 10). 
 
Procedimento 
 
Assim que o pHmetro foi ligado aguardou-se 15 minutos para o aquecimento. Em 
seguida, foram seguidas as instruções do fabricante para realizar a calibração 
corretamente. Após a calibração, procedeu-se com a leitura das amostras (imagem 5), 
garantindo que o eletrodo fosse lavado com água destilada e enxugado com papel 
absorvente entre cada medida de pH. Ao concluir a análise, o eletrodo foi lavado novamente 
com água destilada e secado cuidadosamente e logo depois armazenado na proteção 
contendo solução de KCl 3M para preservação. 
 
Imagem 5. Determinação do valor do pH 
 
Fonte: Do autor 
 
 
3.2 Condutividade elétrica 
 
A condutividade é a capacidade de uma solução aquosa de conduzir corrente 
elétrica, influenciada pela quantidade, características e concentrações dos íons presentes, 
bem como pela temperatura. O condutivímetro é um aparelho usado para medir a 
condutividade de uma solução. O método envolve a geração de um impulso elétrico pelo 
condutivímetro, transmitido para uma célula de condutividade na amostra, e o retorno ao 
5 
 
 
aparelho. A diferença entre o potencial gerado e o recebido é processada, e o valor 
informado como condutividade. 
 
A importância da condutividade reside na sua capacidade de fornecer informações 
sobre a composição iônica e a qualidade geral da água. A condutividade pode indicar a 
presença de íons dissolvidos na água, bem como mudanças na salinidade, poluição ou 
contaminação. Essa medida é útil em uma variedade de aplicações, incluindo controle de 
qualidade da água, monitoramento ambiental, agricultura, aquicultura e processos 
industriais. 
 
Materiais Utilizados 
 
● Béquer; 
● Condutivímetro; 
● Papel absorvente; 
● Água destilada; 
● Solução padrão para calibração. 
 
Imagem 6. Determinação da condutividade elétrica das amostras. 
 
Fonte: Do autor 
 
Procedimento 
 
 Assim que o condutivímetro foi ligado pressionando o botão liga/desliga, foi 
aguardado 15 minutos para estabilização. Em seguida, procedeu-se à calibração do 
aparelho de acordo com as instruções do fabricante. Após a calibração, introduzimos o 
eletrodo dentro do líquido a ser medido (imagem 6) e anotamos o valor da condutividade 
indicado. Limpamos o eletrodo com água deionizada e o secamos com papel absorvente 
macio entre cada troca de amostra para evitar contaminações. Terminado o procedimento, 
6 
 
 
lavamos o eletrodo novamente, secando-o antes de guardar o aparelho. A unidade de 
leitura é µS/cm (microsiemens/cm). 
 
3.3 Turbidez 
 
A turbidez da água representa o grau de interferência da passagem da luz através 
dela, conferindo-lhe uma aparência turva. Os constituintes responsáveis são os sólidos 
suspensos originados de várias fontes, como rochas, argila, matéria orgânica e 
microrganismos. Esse parâmetro é importante para a qualidade da água, pois pode afetar 
sua segurança sanitária e sua estética, especialmente em água potável. Sólidos suspensos 
podem abrigar microrganismos patogênicos, diminuindo a eficácia da desinfecção, e o 
excesso de turbidez pode prejudicar a fotossíntese em mananciais. 
 
A determinação da turbidez é feita pelo método nefelométrico, quecompara a 
intensidade de luz espalhada pela amostra com a intensidade espalhada por uma 
suspensão padrão. Quanto maior a intensidade da luz espalhada, maior será a turbidez da 
amostra, medida em unidades nefelométricas de turbidez (UNT) ou Nephelometric Turbidity 
Units (NTU). A análise de turbidez é importante nas atividades de controle de poluição da 
água e na verificação do parâmetro físico em águas potáveis. 
 
As amostras para análise de turbidez devem ser coletadas em frascos de plástico ou 
vidro e analisadas dentro de 24 horas, sendo recomendado guardá-las no escuro para 
evitar alterações nos resultados. O turbidímetro é o aparelho utilizado para a leitura da 
turbidez. 
 
Materiais Utilizados: 
 
● Turbidímetro; 
● Tubo para amostra, de vidro incolor; 
● Papel absorvente; 
● Água destilada; 
● Padrões para calibração do aparelho. 
 
Procedimento 
 
Ao proceder com a análise de turbidez, primeiramente, calibrou-se o aparelho de 
acordo com as orientações fornecidas pelo fabricante para garantir resultados precisos. Em 
seguida, cuidadosamente, foi colocada a amostra a ser analisada no tubo, assegurando-nos 
de evitar a formação de bolhas, preenchendo-o até quase o gargalo. O tubo foi fechado e 
limpando com papel absorvente macio para remover quaisquer resíduos externos. Após 
isso, o tubo contendo a amostra foi inserido na câmara e logo depois ela foi fechada 
adequadamente. Foi feita então a leitura do aparelho (imagem 7) e anotamos o valor em 
Unidades Nefelométricas de Turbidez (UNT). Se a amostra ultrapassar o valor da curva de 
calibração, é necessário diluí-la. 
7 
 
 
É importante observar que a amostra deve estar em temperatura ambiente antes da 
realização da leitura, para garantir resultados precisos e consistentes. Este procedimento 
assegura uma análise confiável da turbidez da amostra, fornecendo informações 
importantes sobre sua qualidade e potencial impacto na saúde e no meio ambiente. 
 
Imagem 7. Determinação da turbidez das amostras 
 
Fonte: Do autor 
 
3.4 Cor 
 
A cor da água é influenciada por diversos constituintes, como os sólidos dissolvidos 
resultantes da decomposição da matéria orgânica, elementos como ferro e manganês, 
substâncias presentes nas rochas, resíduos industriais, depósitos de lixo e esgotos 
domésticos. Quando os níveis desses componentes estão anormalmente altos, pode afetar 
a confiabilidade dos consumidores. Além disso, a presença de matéria orgânica dissolvida 
na água pode gerar produtos potencialmente prejudiciais à saúde, como os trihalometanos, 
que são considerados cancerígenos, e pode também contribuir para a toxicidade e a 
propagação de doenças veiculadas pela água. 
 
Para quantificar a cor da água, utiliza-se um padrão arbitrário baseado na cor 
produzida por uma mistura de cloroplatinato de potássio e cloreto de cobalto. Essa mistura 
cria uma cor semelhante à das substâncias naturais dissolvidas na água. A quantidade de 
cor é medida em unidades de cor Hazen (UH), sendo que 1 mg L-1 de Pt na forma de 
K2PtCl6 é definida como uma unidade de cor. A coloração da água está diretamente 
relacionada à presença de sólidos dissolvidos, e para analisá-la, utilizam-se soluções 
8 
 
 
padrão tingidas com Cloroplatinato de Potássio e cloreto de cobalto, permitindo a 
comparação visual com amostras reais. 
 
É importante distinguir entre cores verdadeiras e cores aparentes na água. As cores 
verdadeiras são aquelas observadas quando a água está livre de partículas suspensas, 
enquanto as cores aparentes são influenciadas pela turbidez da água devido à presença de 
partículas em suspensão. 
 
Materiais utilizados 
 
● Espectrofotômetro calibrado a 465nm; 
● Solução de cloroplatinato de potássio e cloreto de cobalto para a calibragem; 
● Centrífuga para a análise da cor verdadeira; 
● Tubos para colocar o volume da amostra utilizada; 
● Papéis descartáveis para a limpeza dos recipientes antes da análise; 
● 4 amostras para serem analisadas; 
● Água destilada 
 
Procedimentos 
 
O processo se inicia com a preparação do espectrofotômetro, que é zerado e 
calibrado para um comprimento de onda específico de 465 nm, utilizando água destilada 
como referência. Após a calibração, a amostra é dividida em tubos, com atenção especial 
para evitar a formação de bolhas de ar nos líquidos. Os tubos também são cuidadosamente 
limpos na parte externa para evitar interferências nos resultados. A partir desse ponto, a 
análise é iniciada. 
 
Cada amostra de efluente passa por uma análise triplicata. Ao introduzir a amostra 
no espectrofotômetro, é obtido um valor de absorbância. Esse processo é repetido para 
todos os tubos contendo as amostras. Em seguida, por meio de cálculos específicos, é 
possível determinar o valor da cor aparente de cada amostra. 
 
Após a obtenção dos valores de absorbância para todas as amostras, cada tubo é 
submetido a um processo de centrifugação por 10 minutos (imagem 8) a uma velocidade de 
3000 rpm. Isso tem como objetivo separar os sólidos suspensos, fazendo com que se 
depositem no fundo dos tubos para não influenciar nos resultados da absorbância. Após a 
centrifugação, os tubos retornam ao espectrofotômetro, onde uma nova análise é realizada, 
fornecendo um novo valor de absorbância. A partir desses novos dados e de cálculos 
subsequentes, é possível determinar o valor da cor verdadeira das amostras. 
 
Esse procedimento é essencial para avaliar a qualidade da água e identificar a 
presença de sólidos em suspensão que podem afetar sua coloração real, garantindo assim 
uma análise precisa e confiável dos parâmetros relacionados à cor da água. 
 
9 
 
 
A concentração das amostras foram calculadas pela equação 1: 
 
 𝐸𝑞.: 1
 
Pelo gráfico 1, é possível converter a cor, por interpolação da curva padrão: 
 
Gráfico 1. Curva padrão construída a partir de cloroplatinato de potássio/cloreto de cobalto 
 
 
Imagem 8 :centrífuga e espectrofotômetro 
 
Fonte: Do autor 
3.5 Sólidos 
 
Os sólidos presentes na água desempenham um papel crucial na avaliação da sua 
qualidade e potabilidade. Os sólidos totais referem-se à matéria em suspensão ou 
10 
 
 
dissolvida na água, podendo ser divididos em várias categorias: sólidos totais fixos e 
voláteis, além de suspensos e dissolvidos. 
 
Os sólidos totais fixos são aqueles que permanecem como resíduo após a 
evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura específica durante um 
tempo determinado. Por outro lado, os sólidos totais voláteis são aqueles que podem ser 
evaporados a uma determinada temperatura. Já os sólidos suspensos são partículas 
sólidas que ficam em suspensão na água, enquanto os sólidos dissolvidos são aqueles que 
estão quimicamente dissolvidos na água, não visíveis a olho nu. 
 
A legislação brasileira, representada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), estabelece parâmetros para a qualidade da água em relação aos sólidos. De 
acordo com a Resolução CONAMA nº 357/2005, os sólidos totais na água doce superficial 
não devem exceder 500 mg/L. Essa medida visa garantir a preservação e a qualidade dos 
recursos hídricos, considerando os efeitos dos sólidos na saúde humana e no ambiente 
aquático. 
 
Portanto, a análise e o controle dos sólidos na água são essenciais para assegurar 
sua adequação para consumo humano, uso industrial e preservação ambiental. 
 
Materiais utilizados 
 
● Sistema de filtração à vácuo 
● Balança analítica 
● Cadinhos de porcelana com capacidade de 25mL 
● Dessecador provido de dessecante com indicador de umidade 
● Filtro de fibra de vidro 
● Proveta de 50 ou 100mL 
● Mufla a 550ºC 
● Estufa de secagem 
 
Procedimentos 
3.5.1 Sólidos totais 
Durante o procedimento de preparo dos cadinhos, seguimos o padrão estabelecido 
para garantir resultados precisos e confiáveis. Inicialmente, numeramos os cadinhos na 
parte inferior com um lápis para identificar corretamente cada amostra ao longo do 
processo. 
 
Para a análise de sólidos totais, os cadinhosforam levados à estufa e mantidos 
entre 103 a 105ºC por uma hora. Após o período de secagem, os cadinhos foram retirados 
da estufa com cuidado, utilizando sempre uma pinça para evitar interferências nos 
11 
 
 
resultados. Em seguida, os cadinhos foram transferidos para um dessecador(figura A), 
mantendo-o fechado para garantir a estabilidade das amostras durante o resfriamento. 
 
Após o completo resfriamento no dessecador, procedemos com a primeira pesagem 
(figura B) dos cadinhos, obtendo o valor de P1. Em seguida, transferimos 20 mL da amostra 
homogeneizada para um cadinho previamente pesado e levamos à estufa a 103-105ºC até 
alcançar peso constante, durante 24 horas. Após o segundo resfriamento no dessecador, 
realizamos a segunda pesagem dos cadinhos, obtendo o valor de P2. Lembrando que todas 
as análises foram feitas em triplicata para cada amostra para evitar erros e garantir a 
precisão dos resultados. 
 
Os sólidos totais foram calculados pela equação 2: 
 
 𝐸𝑞.: 2
 
Onde: 
P1 = peso seco do cadinho (mg) 
 V = Volume de amostra (L) 
ST = Sólidos totais (mg.L-1) 
P2 = peso seco do resíduo + cadinho (mg) 
 
3.5.2 Sólidos totais fixos e voláteis 
 
Durante a análise dos sólidos fixos (SF) e voláteis (SV), seguimos o procedimento 
padrão para garantir resultados precisos. Após concluir a análise dos sólidos totais, o 
resíduo resultante P2, foi submetido a um processo de calcinação a uma temperatura de 
550ºC por 15 a 20 minutos. 
 
Durante esse processo de calcinação, a matéria orgânica presente nos resíduos foi 
queimada a altas temperaturas. Essa queima levou à transformação da matéria orgânica 
em dióxido de carbono (CO2). Após a conclusão da calcinação, deixamos o cadinho resfriar 
em um dessecador até atingir a temperatura ambiente. Em seguida, realizamos a pesagem 
do cadinho para determinar o peso do resíduo após a calcinação. Esses valores foram 
essenciais para o cálculo dos sólidos fixos (SF) e voláteis (SV). 
 
Os sólidos totais fixos foram calculados pela equação 3: 
 
12 
 
 
 𝐸𝑞.: 3
Onde 
P1 = peso do cadinho 
P3 = peso seco do resíduo + cadinho após a calcinação (mg) 
V = Volume de amostra (L) 
STF = Sólidos fixos (mg L-1 ) 
E, por diferença, os sólidos totais voláteis foram calculados pela equação 4: 
 
 𝐸𝑞.: 4
 
3.5.3 Sólidos totais suspensos 
 
Inicialmente, numeramos os cadinhos na parte inferior utilizando lápis, o que foi 
essencial para identificar cada amostra ao longo do processo. 
 
Os cadinhos foram levados à estufa para remoção da umidade e, posteriormente, 
transferido para o dessecador a fim de resfriar e remover umidade. Após esse processo, os 
cadinhos foram pesados junto com o filtro, obtendo o valor de P1. 
 
Em seguida, utilizamos 20 ml da amostra, que passou por um filtro de papel com 
peso conhecido. O filtro possui poros com diâmetro ≤ 1,2 µm e a amostra foi passada 
através dele usando um sistema de filtração a vácuo com pressão negativa (figura C). O 
filtro com o material seco (figura D) foi então transferido para uma estufa com temperatura 
de aproximadamente 103ºC por 1 hora e posteriormente pesado, obtendo o peso P2. 
 
Os sólidos totais suspensos foram calculados pela equação 5: 
 
 𝐸𝑞.: 5
Onde: 
P1 = peso seco do filtro (mg) 
P2 = peso seco do resíduo + filtro (mg) 
V = Volume de amostra (L) 
SST = Sólidos totais (mg.L-1) 
 
 
 
 
13 
 
 
Imagem 9. Materiais utilizados na análise de sólidos 
 
Fonte: Do autor. 
 
3.6 Acidez 
 
A acidez total se refere à quantidade de componentes como dióxido de carbono 
livre, ácidos minerais, ácidos orgânicos e sais de ácidos fortes em uma solução. Estes 
elementos, quando hidrolisados, liberam íons de hidrogênio na solução. 
 
Em geral, as águas naturais têm uma tendência a serem alcalinas, mas a presença 
de acidez não é necessariamente prejudicial. A importância de medir a acidez está 
relacionada ao fato de que mudanças abruptas podem indicar a introdução de resíduos 
industriais na água. 
 
Embora a maioria das águas seja considerada alcalina, é possível que contenham 
gás carbônico, apresentando simultaneamente acidez e alcalinidade. O gás carbônico é o 
principal responsável pela acidez em águas naturais, enquanto a acidez mineral e orgânica 
pode ser atribuída a resíduos industriais. 
 
A acidez pode ser problemática devido à sua capacidade corrosiva. Por essa razão, 
é recomendado que a água utilizada na indústria tenha um pH acima de 8,3, pois acima 
desse valor o gás carbônico não está mais presente, o que reduz sua agressividade. 
 
Materiais Utilizados 
 
● Erlenmeyers de 250 mL; 
● Provetas de 100 mL; 
● Bureta; 
14 
 
 
● Suporte de bureta; 
● Solução NaOH 0,01M padronizado; 
● Solução indicadora de fenolftaleína; 
● Amostras a serem analisadas. 
 
Imagem 10: Titulação da acidez 
 
Fonte: Do autor 
 
Procedimento 
 
Inicialmente, a análise é feita em triplicata utilizando dois frascos Erlenmeyer. Em cada um 
desses frascos, são adicionados 50 mL da amostra, resultando em um total de nove frascos 
Erlenmeyer. Após o preparo das amostras nos recipientes, três gotas de fenolftaleína são 
adicionadas a cada frasco para prepará-los para a análise. Para determinar a acidez, uma 
titulação com NaOH (imagem 10) é realizada. Nesse processo, a solução de NaOH é 
gotejada sobre as amostras até que elas adquiram uma coloração rosada, indicando o 
ponto de equivalência na titulação. 
Assim, conhecendo o volume da solução de NaOH utilizada, é possível determinar o valor 
da acidez utilizando a equação 6: 
 𝐸𝑞.: 6
 
Sendo: 
 
M = Molaridade do hidróxido de sódio padronizado. 
V = Volume de NaOH gasto na titulação (mL). 
V amostra = volume de amostra (mL). 
50 = equivalente grama CaCO3. 
1000 = Para obter resultados em mg. 
15 
 
 
3.7 Alcalinidade 
 
A alcalinidade da água é determinada pela presença de íons como hidróxido, 
carbonato e bicarbonato. Medir a alcalinidade é crucial para determinar as concentrações 
adequadas de floculantes, além de avaliar o risco de corrosão ou incrustação, 
especialmente em sistemas de tubulação. Esses íons alcalinos têm propriedades básicas e 
podem neutralizar ácidos em uma reação de neutralização. 
 
Para quantificar os íons hidróxido (OH-) e carbonato (CO3^(2-)), usamos o indicador 
fenolftaleína, que muda de incolor para rosa em um pH acima de 8,3 até 9,8. Abaixo de 8,3, 
a fenolftaleína permanece incolor. Para medir os íons bicarbonato (HCO3^-), usamos o 
indicador metilorange, que muda de laranja para vermelho em um pH acima de 3,1, 
indicando a presença de bicarbonato na água. Esses indicadores nos permitem entender 
melhor a alcalinidade da água e sua capacidade de interagir com substâncias ácidas. 
 
Materiais Utilizados: 
 
● Erlenmeyers de 125 mL; 
● Provetas de 100 mL; 
● Bureta; 
● Suporte de bureta; 
● Ácido sulfúrico 0,01M padronizado; 
● Solução indicadora de fenolftaleína; 
● Solução indicadora de metilorange; 
● Amostras a serem analisadas; 
● Becker. 
 
Imagem 11: Titulação da alcalinidade 
 
Fonte: Do autor 
 
 
Procedimento 
 
16 
 
 
O procedimento começou com a utilização de frascos Erlenmeyer de 250 ml, nos 
quais foram adicionados 50 ml de cada amostra. Em seguida, foram adicionadas 3 gotas de 
fenolftaleína em cada frasco, seguidas por 3 gotas de laranja de metila. A titulação foi 
realizada utilizando ácido sulfúrico (H2SO4) (imagem 12), sendo adicionado gota a gota até 
que a cor da amostra mudasse para laranja. Este processo foi repetido em três réplicas 
para cada amostra. 
 
A alcalinidade foi calculada utilizando a equação 7: 
 
 
 𝐸𝑞.: 7
Sendo: 
 
M = Molaridade do hidróxido de sódio padronizado; 
V = Volume de H2SO4 gasto na titulação (mL); 
V amostra = volume de amostra (mL); 
50 = equivalente grama CaCO3; 
1000 = Para obter resultados em mg 
 
3.8 Dureza 
 
A dureza da água é um parâmetro que indica a concentração de cátions polivalentes 
em solução, expressa em equivalentes de CaCO3 e composta principalmente por íonsCa2+ e Mg2+. Este parâmetro tem efeitos como a redução da formação de espuma de 
sabão, a diminuição da condutividade térmica e a propensão à corrosão interna de 
equipamentos como caldeiras, onde a temperatura elevada pode causar a formação de 
depósitos provenientes da água. Sua análise é feita através de uma titulação utilizando uma 
solução salina de EDTA. 
 
A dureza é causada pela presença de sais de cálcio e magnésio na água. Embora 
não tenha impacto direto na saúde humana, um excesso desses íons pode resultar em 
problemas industriais como incrustações, corrosão e redução da eficiência em sistemas de 
transmissão de calor, como caldeiras e sistemas de refrigeração. 
 
De acordo com os teores de sais de cálcio e magnésio expressos em mg/L de 
CaCO3, a água pode ser classificada em: água mole (até 50 mg/L) água moderadamente 
dura (de 50 a 150 mg/L), água dura (de 150 a 300 mg/L) e água muito dura (acima de 300 
mg/L). 
Essa classificação é importante para determinar a adequação da água para 
diferentes usos, especialmente em aplicações industriais onde a dureza excessiva pode 
causar problemas operacionais significativos. 
 
Materiais Utilizados: 
17 
 
 
 
● Erlenmeyers de 250mL; 
● Provetas de 100mL; 
● Bureta de 25mL; 
● Suporte de bureta Funil; 
● Pipetas volumétricas; 
● Solução do sal dissódico do EDTA 0,01M padronizada; 
● Solução Tampão (pH = 10 ± 0,1) ou Hidróxido de amônio p.a. 
● Indicador negro de eriocromo; 
● Amostras a serem analisadas 
 
Imagem 12. Titulação da dureza 
 
Fonte: Do autor 
 
Procedimentos 
 
Inicialmente, o experimento é conduzido em triplicata utilizando duas amostras, 
totalizando 6 frascos Erlenmeyer. Em cada frasco, são adicionados 50 ml das amostras, 
seguido pela adição de 1 ml de hidróxido de amônio p.a. e uma ponta de espátula do 
indicador negro de ritocromo, que confere à amostra uma coloração avermelhada. Após a 
preparação das amostras, o procedimento de titulação é realizado utilizando uma solução 
padronizada de EDTA dissódico 0,01M (imagem 12). Durante a titulação, a cor da amostra 
muda para azul. O volume de solução de EDTA utilizado para alcançar a cor esperada é 
então registrado para o cálculo da dureza. 
 
Para o cálculo da dureza utilizou-se a equação 8: 
 
 𝐸𝑞.: 8
Sendo: 
18 
 
 
 
M = Molaridade do EDTA. 
V amostra = Volume da amostra. 
V = volume gasto de EDTA na titulação. 
100 = representa o equivalente grama do CaCO3 multiplicado pelo fator de correção para 
molaridade =2. 
1000 = para expressar em miligramas. 
 
4. Oxigênio dissolvido 
 
O oxigênio dissolvido (OD) é um parâmetro crucial na avaliação da qualidade da 
água, pois afeta diretamente a vida aquática e os processos bioquímicos nos ecossistemas 
aquáticos. A presença de oxigênio na água é essencial para a respiração dos organismos 
aquáticos e para a decomposição aeróbica de matéria orgânica. 
 
A quantificação do OD oferece informações importantes sobre o estado de saúde 
dos corpos d'água e sua capacidade de sustentar a vida. O método de Winkler, também 
conhecido como método iodométrico, é um procedimento clássico e amplamente utilizado 
para determinar a concentração de oxigênio dissolvido em amostras de água. Este método 
baseia-se em reações químicas que ocorrem em etapas sequenciais: 
 
Formação de Precipitado de Hidróxido de Manganês: Inicialmente, uma solução de 
manganês(II) é adicionada à amostra de água. Na presença de bases (OH⁻), forma-se um 
precipitado branco de hidróxido de manganês(II). Se houver oxigênio dissolvido na água, 
este oxida parte do precipitado a manganês(IV), formando um precipitado marrom de 
dióxido de manganês Mn(OH)2(na ausência de OD) e MnO2+H2O (na presença de OD). 
 
Liberação de Iodo: Após a adição de ácido sulfúrico, o dióxido de manganês reage 
com íons iodeto (I⁻), liberando iodo molecular ( I2) proporcional à quantidade de oxigênio 
dissolvido inicialmente presente na amostra. Titulação com Tiossulfato de Sódio: O iodo 
liberado é então titulado com uma solução padronizada de tiossulfato de sódio, formando 
tetrationato de sódio e iodeto de sódio. A quantidade de tiossulfato usada na titulação é 
diretamente proporcional à concentração de oxigênio dissolvido na amostra. Além do 
método de Winkler, existem eletrodos seletivos de membrana que permitem a determinação 
in situ de OD. 
 
Materiais e Reagentes 
 
● Proveta 100mL; 
● Béquer de 50mL; 
● Frasco de DBO; 
● Pipeta volumétrica de 100 mL; 
● Erlenmeyer de 250mL; 
● Pipeta graduada de 2, 5, 10mL; 
19 
 
 
● Bureta de 10 ou 25mL; 
● Solução alcalina de iodeto-azida; 
● Solução de sulfato manganoso; 
● Solução de tiosulfato de sodio (Na2S2O3) 0,0125 M, padronizada; 
● Ácido sulfúrico concentrado. 
 
Imagem 13: Procedimento da análise de oxigênio dissolvido 
 
 
Fonte: Do autor 
 
Como foi utilizado 100 mL de amostra, o valor de OD é o próprio volume gasto na titulação. 
 
 
5. Resultados e discussão 
pH 
 
Pela (tabela 1), podemos observar medições de pH em várias amostras de água. O 
pH é uma medida da acidez ou alcalinidade de uma solução aquosa, variando de 0 a 14, 
onde 7 é considerado neutro, valores abaixo de 7 são ácidos e acima de 7 são alcalinos. 
 
Tabela 1. Resultado das leituras de pH das amostras 
 
Fonte: Do autor 
20 
 
 
 
Com base nos resultados de pH das amostras, podemos interpretar que todas as amostras 
estão dentro do intervalo considerado neutro ou ligeiramente alcalino, já que os valores de 
pH estão entre 7 e 8,61. Isso sugere que as amostras têm uma leve alcalinidade, o que é 
geralmente aceitável para muitos fins. No entanto, o pH mais alto foi o do Canil o que pode 
indicar a presença de substâncias alcalinas na amostra, como detergentes ou produtos de 
limpeza que podem ser usados no canil. Além disso, resíduos de alimentos e matéria 
orgânica em decomposição também podem contribuir para um pH mais alto. 
 
 
Condutividade elétrica 
 
Tabela 2. Resultado da condutividade elétrica das amostras 
 
Fonte: Do autor 
Podemos interpretar pela (tabela 2) que as amostras de zootecnia, captação 
ETA apresentam valores de condutividade elétrica menores do que a da Torneira 
pois no tratamento são adicionados alguns tipos de sais na água (ex: cloreto férrico 
e sulfato de alumínio) para tratar a água, e esses íons vão favorecer o aumento da 
condutividade elétrica. Isso pode ser comum em águas de origem mais natural ou 
tratadas. A amostra do parque tecnológico possui uma condutividade elétrica mais 
elevada em comparação com as outras amostras, sugerindo uma presença maior de 
íons dissolvidos na água. Isso pode ser atribuído à influência de atividades 
industriais ou processos tecnológicos na área. A amostra do canil apresenta uma 
condutividade elétrica muito alta em comparação com as outras amostras, 
indicando uma presença significativamente maior de íons dissolvidos na água. Isso 
pode ser causado pela presença de substâncias dissolvidas, como sais minerais, 
materiais orgânicos ou produtos químicos, que podem estar relacionados às 
atividades do canil. 
 
 
21 
 
 
 
Turbidez 
Tabela 3. Resultado da turbidez das amostras 
 
Fonte: Do autor 
Podemos interpretar pela (tabela 3) que as amostras de Zootecnia, Parque 
Tecnológico e Captação ETA apresentam valores de turbidez relativamente baixos, 
indicando águas com baixa quantidade de partículas em suspensão. A amostra de Torneira 
apresenta uma turbidez muito baixa, sugerindo que a água está bastante clara e limpa. Já a 
amostra do Canil apresenta uma turbidez muito alta, indicando uma elevada quantidade de 
partículas em suspensão na água, o que pode ser atribuído a resíduos orgânicos, sujeira ou 
outros materiais presentes na água do canil. Esses resultados sugerem que a água do Canil 
está significativamente mais turva e potencialmente mais contaminada em comparação com 
as outras amostras. Isso pode ser importante para a saúde e bem-estar dos animais no 
Canil, bem como para a higiene e segurança das instalações. 
Cor 
Osresultados relativos à cor aparente e cor real, obtidos por meio da análise das 
amostras provenientes dos seguintes locais: Zootecnia, Parque Tecnológico, Captação ETA, 
Torneira e Canil, estão apresentados na Tabela 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Tabela 3. Resultados obtidos da cor aparente e real das amostras 
 
Fonte: Do autor. 
 
Os resultados da análise de cor revelam diferenças notáveis entre a cor aparente e 
real das amostras coletadas. Nas lagoas em cascata (Zootecnia, Parque Tecnológico e 
Captação ETA), a cor aparente é mais alta do que a cor real, indicando a presença de 
partículas em suspensão que não contribuem diretamente para a cor real da água. 
 
Por outro lado, o efluente bruto do Canil apresenta a maior concentração de cor em 
ambas as análises, devido à presença significativa de resíduos orgânicos e materiais 
dissolvidos oriundos das atividades realizadas no local. É interessante notar que a amostra 
da torneira, representando água tratada, não apresenta valores de cor, demonstrando a 
eficácia do tratamento em remover as impurezas responsáveis pela coloração. Os 
resultados obtidos na análise de cor das amostras devem ser comparados com os padrões 
estabelecidos pela Portaria n.º 518 do Ministério da Saúde, que define os parâmetros de 
qualidade da água para consumo humano. De acordo com essa portaria, a cor aparente da 
água potável não deve ultrapassar o valor de 15 UH (Unidade de Hazen). 
 
Analisando os resultados fornecidos pela tabela 3, verificamos que a amostra da 
Torneira (água tratada) está de acordo com as normas, pois não apresenta valores de cor 
aparente ou real. No entanto, as amostras das lagoas e do efluente bruto do Canil 
apresentam valores de cor aparente e real muito acima do limite estabelecido pela Portaria 
n.º 518 do Ministério da Saúde. 
 
Sólidos 
 
Os sólidos totais são uma parte fundamental da análise da qualidade da água, 
podendo ser classificados em diversas categorias: sólidos totais fixos (STF) e voláteis 
(STV), além de sólidos totais suspensos (SST) e dissolvidos (STD). A Tabela 4 e 5 
apresenta os resultados obtidos a partir de um experimento realizado em triplicata, 
juntamente com suas respectivas amostras retiradas das localidades: Lagoa da Zootecnia, 
Lagoa do Parque Tecnológico, Lagoa de Captação ETA, além da amostra do Canil. 
 
 
23 
 
 
Tabela 4. Resultados inconsistentes das análises de sólidos em diferentes amostras (mg/L) 
 
Fonte: Do autor. 
 
 
Tabela 5. Resultados considerados das análises de sólidos em diferentes amostras (mg/L) 
 
Fonte: Do autor. 
24 
 
 
 
Com base nos padrões estabelecidos pela Portaria n.º 518 do Ministério da Saúde e 
pela Resolução CONAMA nº. 20, que regulam a qualidade da água potável em relação aos 
sólidos totais, surgiram observações importantes ao analisar os resultados da Tabela 4. 
 
Primeiramente, é crucial notar que os valores obtidos para sólidos totais fixos (STF) 
e sólidos totais voláteis (STV) apresentaram inconsistências, com resultados negativos das 
amostras da Lagoa Zootecnia, Lagoa Parque Tecnológico e Lagoa de Captação ETA. 
Portanto, foi considerado apenas os sólidos totais dessas amostras 
 
Essas inconsistências podem ser atribuídas ao método de análise utilizado, que se 
mostrou inadequado para amostras menos concentradas, como é o caso das águas 
provenientes de represas. O procedimento empregado utilizou apenas 20 ml da amostra, o 
que não é representativo para amostras com baixa concentração de sólidos. Idealmente, 
para essas amostras menos concentradas, deveria-se empregar um volume maior de 
amostra. No entanto, devido a limitações de materiais de laboratório, isso não foi possível e 
acabou afetando a precisão dos resultados. 
 
O mesmo problema ocorre com os resultados dos sólidos dissolvidos (SDT) das 
represas, onde o volume de amostra filtrada não foi representativo, levando a resultados 
não condizentes com a realidade. A partir da Tabela 4, é possível observar que se os 
cálculos fossem continuados com esses resultados negativos, a soma dos sólidos 
dissolvidos (SDT) e dos sólidos fixos (STF) não resultaria nos sólidos totais (ST) esperados. 
 
No entanto, ao analisar os resultados da amostra do Canil, que é uma amostra mais 
concentrada, percebe-se que o método utilizado não é falho ao empregar um volume menor 
de amostra. Isso se deve à alta concentração de sólidos presentes na amostra, o que torna 
o método aplicado adequado para esse caso específico. 
 
Dessa forma, ao observar a Tabela 5, é possível constatar que os valores 
encontrados no Canil indicam uma concentração relativamente alta de sólidos totais, 
especialmente os sólidos totais voláteis e dissolvidos. É possível que a alta concentração de 
sólidos totais, especialmente os sólidos totais voláteis e dissolvidos, na amostra do Canil 
seja devido a fatores como a lavagem das baias, presença de pelos de animais e resíduos 
de alimentação. 
 
Acidez 
 
A acidez na água refere-se à sua capacidade de reagir de forma mensurável com uma base 
forte até alcançar um pH específico, devido à presença de ácidos fortes, ácidos fracos e 
sais com propriedades ácidas. Os resultados do experimento podem ser visualizados na 
tabela 6: 
 
 
25 
 
 
Tabela 6. Resultado da acidez das amostras 
 
Fonte: Do autor. 
 
A baixa acidez registrada na amostra da lagoa da Zootecnia é provavelmente devida à 
quantidade relativamente reduzida de ácidos ou sais ácidos dissolvidos na água. Essa 
condição pode ser atribuída à presença natural de ácidos orgânicos originados de matéria 
vegetal em decomposição, como folhas ou detritos orgânicos, que são comuns em 
ambientes aquáticos. 
 
Na amostra da lagoa do Parque Tecnológico, a acidez ainda menor sugere que a 
água tem uma capacidade limitada de reagir com bases fortes. Isso pode ser resultado de 
processos naturais de neutralização presentes na lagoa, nos quais a própria composição do 
solo e dos materiais ao redor contribui para manter o pH da água em níveis mais neutros. 
 
Por outro lado, a acidez mais elevada detectada no poço artesiano pode ter diversas 
origens. Pode ser influenciada por fatores geológicos, como a presença de rochas que 
liberam ácidos durante a percolação da água subterrânea. 
 
Alcalinidade 
 
A alcalinidade de uma amostra de água refere-se à sua capacidade de reagir 
quantitativamente com um ácido forte até alcançar um valor específico de pH. Os resultados 
da análise de alcalinidade podem ser visualizados na tabela 7. 
 
Tabela 7. Resultados da alcalinidade das amostras 
 
Fonte: Do autor. 
 
 
A amostra da Lagoa da Zootecnia apresenta uma alcalinidade moderada, indicando 
uma capacidade razoável de neutralizar ácidos. Essa alcalinidade pode ser resultado da 
presença de minerais alcalinos na água, como bicarbonatos e carbonatos, que contribuem 
26 
 
 
para elevar os níveis de alcalinidade. Além disso, processos naturais de dissolução de 
minerais também podem influenciar esses valores. 
 
Por sua vez, a alcalinidade na amostra da Lagoa do Parque Tecnológico é um pouco 
menor em comparação com a Lagoa da Zootecnia. Essa diferença pode ser atribuída às 
variações na composição mineral da água entre as duas lagoas, com a presença de 
bicarbonatos e carbonatos contribuindo para essa alcalinidade relativamente menor, 
juntamente com a mineralização da água. 
 
Já no Poço Artesiano da Moradia Estudantil, observamos uma alcalinidade 
significativamente mais alta. Isso pode ser explicado pela presença de rochas calcárias 
próximas ao poço artesiano, que liberam bicarbonatos e carbonatos na água, resultando em 
níveis consideravelmente elevados de alcalinidade. 
 
Dureza 
 
A dureza da água refere-se à sua capacidade de precipitar o sabão, o que significa 
que em águas duras, os sabões formam complexos insolúveis, não produzindo espuma até 
que o processo se esgote. Esta característica é causada principalmente pela presença de 
cálcio e magnésio na água. A principal fonte de dureza nas águas é o contatocom o solo, 
onde ocorre a dissolução da rocha calcária devido ao gás carbônico presente na água. Os 
resultados podem ser observados pela tabela 8: 
 
Tabela 8: Resultados da dureza das amostras 
 
Fonte:Do autor. 
 
A dureza da água na lagoa da zootecnia é relativamente baixa, indicando uma 
quantidade moderada de cátions polivalentes, principalmente cálcio e magnésio, na água. 
Esta baixa dureza sugere que a água pode ser considerada "água mole" de acordo com as 
classificações padrão de dureza. Em termos práticos, isso significa que essa água terá 
menos probabilidade de formar incrustações em tubulações e equipamentos que entram em 
contato com ela. 
 
A amostra da lagoa do parque tecnológico apresenta uma dureza um pouco mais 
elevada em comparação com a lagoa da zootecnia. Isso sugere uma concentração um 
pouco maior de cátions polivalentes na água, o que pode ser atribuído a diferentes 
condições geológicas ou fontes de água. Essa dureza na categoria de "água mole". 
 
27 
 
 
Por fim, o poço artesiano da moradia estudantil exibe uma dureza significativamente 
mais alta em comparação com as duas lagoas. Isso indica uma concentração considerável 
de cálcio e magnésio na água, resultando em uma água classificada como "água 
moderadamente dura", dependendo dos critérios de classificação. Essa dureza mais alta 
pode levar a problemas como incrustações em equipamentos e explosões de chuveiros 
devido a sensibilidade ao calor. 
 
Oxigênio dissolvido 
 
O método de Winkler, também conhecido como método iodométrico, é um 
procedimento clássico e amplamente utilizado para determinar a concentração de oxigênio 
dissolvido em amostras de água, pela tabela 9 podemos observar as concentrações de OD 
nas amostras: 
 
Tabela 9: Resultado da concentração de OD em diferentes amostras 
 
Fonte: Do autor. 
 
A análise dos níveis de oxigênio dissolvido (OD) em amostras de água de diferentes 
locais pode fornecer informações valiosas sobre a qualidade da água e a saúde do 
ecossistema aquático. O oxigênio dissolvido é crucial para a sobrevivência de peixes e 
outros organismos aquáticos. a lagoa da zootecnia embora o OD esteja dentro do limite 
mínimo para a maioria das espécies de peixes, indica uma possível redução na qualidade 
da água. A presença de atividades zootécnicas (como bovinocultura) nas proximidades 
pode contribuir para o aumento de matéria orgânica na água devido ao escoamento de 
resíduos animais. A decomposição dessa matéria orgânica por bactérias consome oxigênio, 
reduzindo a concentração de OD. 
Já a lagoa do parque tecnológico apresentou OD (6,25 mg/L), este valor indica uma 
qualidade de água razoavelmente boa, com oxigênio suficiente para a maioria dos 
organismos aquáticos. A presença de um parque tecnológico nas proximidades pode 
significar que há menos impacto direto de atividades agrícolas ou pecuárias, potencialmente 
resultando em menos entrada de matéria orgânica e, portanto, menos consumo de oxigênio 
dissolvido 
A lagoa captação ETA apresentou OD (6,6 mg/L), este é o valor mais alto entre as 
lagoas, sugerindo uma boa qualidade de água em termos de oxigênio dissolvido. Isso é 
positivo, especialmente considerando que esta lagoa é utilizada para captação de água 
28 
 
 
para tratamento (ETA). Um alto nível de OD pode indicar menor quantidade de matéria 
orgânica poluente e um ecossistema aquático saudável, o que é desejável para uma fonte 
de captação de água. 
A água da torneira apresentando 6,1 mg/L de OD é um indicativo de que a água 
tratada mantém um bom nível de oxigênio dissolvido. Isso é importante pois garante que a 
água é segura para o consumo e que o tratamento aplicado foi eficaz em manter ou 
melhorar a qualidade da água sem reduzir significativamente seus níveis de OD. 
 
Por fim, o efluente do canil apresentou um valor de 0 mg/L de OD, pois está em 
condição anóxica (sem oxigênio). Esta condição pode ser causada por uma elevada carga 
de matéria orgânica, como fezes e urina dos animais, que, ao ser decomposta por 
bactérias, consome todo o oxigênio disponível. 
6. Conclusão 
Com base nas análises realizadas e nos resultados obtidos, podemos concluir que há uma 
grande variação na qualidade ambiental das amostras estudadas, refletindo diferentes 
influências e condições em cada local. Vamos resumir os principais pontos: 
pH: Todas as amostras apresentaram valores de pH dentro do intervalo considerado neutro 
ou ligeiramente alcalino, indicando uma leve alcalinidade, o que é geralmente aceitável. No 
entanto, o pH mais alto no Canil sugere a presença de substâncias alcalinas, possivelmente 
devido a produtos de limpeza ou resíduos orgânicos. 
Condutividade Elétrica: As amostras variaram em condutividade elétrica, com valores 
mais baixos nas amostras de tratamento de água e valores mais altos nas amostras do 
Canil e do Parque Tecnológico, sugerindo uma maior presença de íons dissolvidos 
relacionados a atividades industriais e orgânicas. 
Turbidez: As amostras do Canil apresentaram a maior turbidez, indicando uma quantidade 
significativa de partículas em suspensão na água, enquanto as outras amostras 
demonstraram baixa turbidez, sugerindo uma água mais limpa e clara. 
Cor: As amostras das lagoas e do efluente do Canil excederam os limites de cor 
estabelecidos pelas regulamentações, indicando uma potencial contaminação, enquanto a 
água tratada da Torneira atendeu aos padrões de qualidade, demonstrando eficácia no 
tratamento. 
Sólidos: Houve inconsistências nos resultados dos sólidos totais devido ao método de 
análise utilizado, com dificuldades em amostras menos concentradas. No entanto, a 
amostra do Canil mostrou uma alta concentração de sólidos, provavelmente devido a 
resíduos de alimentação e materiais orgânicos. 
29 
 
 
Acidez e Alcalinidade: As amostras variaram em acidez e alcalinidade, refletindo 
diferentes fontes e condições geológicas. A presença de minerais e materiais orgânicos 
influenciou esses parâmetros. 
Dureza: A dureza da água variou entre as amostras, com o poço artesiano da Moradia 
Estudantil exibindo a maior dureza, o que pode levar a problemas como incrustações em 
equipamentos. 
Oxigênio Dissolvido: Enquanto as amostras das lagoas e da Torneira mantiveram níveis 
adequados de oxigênio dissolvido, o efluente do Canil apresentou condição anóxica devido 
à elevada carga de matéria orgânica, representando uma preocupação para a saúde do 
ecossistema aquático. 
Em uma conclusão geral, os resultados das análises da qualidade ambiental das diferentes 
amostras refletem a complexidade e a diversidade dos fatores que influenciam a saúde dos 
ecossistemas aquáticos. A variação observada nos parâmetros analisados indica que cada 
local possui suas próprias características e desafios específicos. É evidente que a presença 
de atividades humanas, como agricultura, pecuária e processos industriais, pode ter um 
impacto significativo na qualidade da água, resultando em alterações nos níveis de pH, 
condutividade elétrica, turbidez, cor, sólidos e outros parâmetros. Além disso, a presença de 
resíduos orgânicos, produtos químicos e materiais dissolvidos também influencia a 
qualidade da água de maneira substancial. 
É preocupante observar que algumas amostras, como o efluente do Canil, apresentam 
níveis elevados de contaminação, representando uma ameaça para a saúde dos 
ecossistemas aquáticos locais e potencialmente para a saúde pública. Isso destaca a 
necessidade urgente de implementar medidas de gestão ambiental e de saneamento para 
minimizar os impactos negativos e proteger os recursos hídricos. Por outro lado, as 
amostras de água tratada demonstram a eficácia dos processos de tratamento em garantir 
a qualidade da água para consumo humano, ressaltando a importância de investimentos em 
infraestrutura e tecnologias de tratamento de água. 
Em resumo, os resultados das análises reforçam a importância da gestão sustentável dos 
recursos hídricos e da implementação de políticas e práticas quepromovam a conservação 
e a preservação dos ecossistemas aquáticos. É fundamental adotar uma abordagem 
integrada e colaborativa envolvendo governos, comunidades locais, indústrias e outras 
partes interessadas para garantir a proteção e a sustentabilidade dos recursos hídricos para 
as gerações presentes e futuras. 
 
30 
 
 
7. Referências 
[1] BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021. Altera o 
Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para 
dispor sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
[2] CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 430, de 13 de Maio de 
2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e 
altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente CONAMA. 
[3] VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgoto. ed. 
Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária; UFMG, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
	1.​Introdução 
	2.​Objetivo 
	3.​Materiais utilizados e procedimentos 
	3.1 pH 
	3.2 Condutividade elétrica 
	3.3 Turbidez 
	 
	3.4 Cor 
	3.5 Sólidos 
	3.5.1 Sólidos totais 
	3.5.2 Sólidos totais fixos e voláteis 
	3.5.3 Sólidos totais suspensos 
	3.6 Acidez 
	3.7 Alcalinidade 
	3.8 Dureza 
	4.​Oxigênio dissolvido 
	 
	 
	5. Resultados e discussão 
	6. Conclusão 
	7. Referências

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