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Sérgio Cavalieri aponta o processo de modificação no que tange o entendimento entre as relações de consumo

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5- Teoria do Risco empresarial
Sérgio Cavalieri aponta que houve um processo de modificação no entendimento das relações de consumo entre o comprador e o fornecedor, com o advento do código do consumidor, transferindo assim a responsabilidade e o risco para o fornecedor, ou em casos de solidariedade o próprio distribuidor ou revendedor quando não for conhecido o real fabricante do produto. Essa modificação de pensamento fez com que a teoria da responsabilidade objetiva nas relações de consumo passasse a ser imperiosa em casos de acidente -no sentido geral -, alcançando tanto o produto e o serviço que foi/é fornecido, estabelecendo assim, através do Código do consumidor, a teoria do risco da empresa subjulgada a teoria do risco do consumidor, que até então era utilizada.
O conceito apresentado pelo supracitado doutrinado quanto ao risco empresarial está relacionado ao próprio fim que se busca, pois compreende-se a existência de lucros e prejuízos, portanto, em circunstâncias que atentam em perda para o fornecedor, este deve responder pelos eventuais vícios, possíveis danos ou defeitos que foram provenientes da sua logística, independente da comprovação de culpa por parte do consumidor. Sérgio Cavalieri completa salientando que é dever da empresa estar atenta e obedecer as normas técnicas de seguranças que são exigidas por órgãos fiscalizadores e a utilização da lealdade dento das relações, seja perante os bens e serviços ofertados, seja perante os consumidores finais.
Sérgio Cavalieri assevera que é necessário a atenção para a justiça distributiva, devendo repartir entre todos os elementos da sociedade os riscos inerentes a atuação, desta forma, relembra que não é possível exigir do consumidor que arque com todos os ônus da relação comercial, em relação ao acidente ou deixar sem indenização quando não fora dele o equívoco. 
Cavalieri elenca uma série de princípios que devem regimentar essa relação de cuidado e responsabilidade do fornecedor, chamada de sobre-estrutura jurídica multidisciplinar que atua em outras áreas do direito que possuem a relação de consumo como base. A) princípio da reparação integral por danos materiais e morais, não devendo inclusive constar em contratos a limitação de indenização ao consumidor. B) Princípio da prevenção, prezar por evitar a ocorrência de novos danos insuportáveis, existe um cuidado quanto a utilização e circulação de produtos que aduzem a periculosidade ou nocividade, desta forma, com base na própria legislação do CDC, a empresa que por ventura recair nessa questão deve informar aos órgãos competentes e consumidores sobre o fato. C) Principio da informação, está vinculado ao da prevenção, pois é necessário que o produto ou serviço comercializado indique todos as suas características, composição e necessidades para evitar possíveis danos. Sendo para Cavalieri um elemento de extrema importância a informação na relação de consumo, porém o risco quanto ao produto em si quando ser inerente a sua estrutura, não poderá ser remetido ao fornecedor, salvo na ausência de informação. D) Principio da segurança, para Sérgio Cavalieri é o princípio mais importante da relação de consumo, pois é nele que está estruturado a responsabilidade civil. Pois na falta da observação dessa característica existirá o direito objetivo de indenizar, pois o risco por si só não gera obrigação, mas a ausência dos elementos seguradores é que será o elemento de conexão entre a o risco e a obrigação de reparar. 
6) Responsabilidade pelo fato do produto ou serviço
a) Responsabilidade de Profissionais Liberais
Através da doutrina idealizada por Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, a atuação do código de consumidor em tal relação, deve ser vista não pela tela da responsabilidade objetiva, sem a necessidade de comprovação do dano pelo consumidor, mas através da responsabilidade subjetiva, ou seja, pela necessidade de comprovação da culpa perante a circunstância possivelmente danosa em desfavor do consumidor.
No mesmo sentido, Sérgio Cavalieri ensina com base no § 4º do art. 14 do CDC que os profissionais liberais – aqueles que atuam livremente, com autonomia e sem subordinação, ex: advogados, médicos, engenheiros, dentistas etc - são regulados pelas regras do código do consumidor, e devem atuar com atenção aos princípios inerentes a relação de consumo, contudo, no que tange a prestação de serviços e responsabilidade, não respondem de forma objetiva, devendo, portanto, a comprovação da culpa.
b) prazo prescricional 
A doutrina de Pablo Stolze e Roldofo Pamplona, traz o período de possibilidade ajuizamente da ação repatória da Responsabilidade civil, sendo de 5 anos a partir da data do conhecimento do dano e autoria. Salienta também, que por ser regra especial, o prazo estabelecido pelo Código civil de 3 anos será suplantado pelos 5 anos do Código de Defesa do Consumidor.
7 – RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DE PRODUTO OU SERVIÇO
	Tal tópico refere ao elemento que simboliza defeito que interfira na qualidade seja do produto ou do serviço. Nesse sentido, ocorrerá quando não observado por todos os entes que participam do processo lógistico de vendas o cuidado na manuntenção e armazenamento do produto, recairá em responsabilidade objetiva e solidária conforme preleciona o art 18 do CDC.
	O CDC utiliza uma nomenclatura para espécie de bens que não é utilizado pelo Código Civil; duráveis e não duráveis, dando, portanto, o direito do consumidor de pleitear pela reparação e também a substituição do produto referente as partes viciadas, facilitando assim, o auxílio ao consumidor.
	Na circunstância que for verificado o vicio ou defeito o consumidor deverá ser sanado em até 30 dias, caso não, poderá exigir de forma alternativa ; a) substituição do produto da mesma espécie em condições de uso. b) reparação do valor utilizado com correção monetária sem prejuízo de eventuais perdas e danos ou c) abatimento proporcional do preço em outro produto. Salienta Pablo Stolze que o direito de pedir a reclamação de vícios aparente em bens duráveis e não duráveis decairá em 90 para os duráveis e 30 para os não-duráveis.
	
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