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BIOMEDICINA 
Análises Clínicas: Importância no Diagnóstico Laboratorial e na 
Qualidade da Assistência à Saúde. 
Yanessa Epfanea Souza Mendes. 
Juliana Ayres Pellizzaro 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Biomedicina – TCC 
23.05.2025 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A ozonioterapia é uma técnica terapêutica que utiliza uma mistura dos gases oxigênio 
(O₂) e ozônio (O₃) com finalidades médicas e estéticas. Essa prática, que já é consagrada em 
países europeus como Alemanha, Rússia e Espanha, tem conquistado espaço na área da 
biomedicina estética brasileira devido à sua ação antimicrobiana, anti-inflamatória, 
analgésica e regeneradora. 
 
No campo estético, a ozonioterapia é aplicada por meio de injeções subcutâneas, uso 
tópico ou vaporização, e tem demonstrado eficácia no tratamento de celulite, flacidez 
cutânea, gordura localizada, estrias, rejuvenescimento facial, entre outros. Seu mecanismo 
de ação se baseia na melhoria da oxigenação celular, na estimulação da microcirculação e 
na ativação de enzimas antioxidantes, promovendo a regeneração dos tecidos e combatendo 
os radicais livres. 
 
Contudo, apesar de seus diversos benefícios relatados, ainda há controvérsias quanto à 
padronização da técnica, regulamentação profissional e comprovação científica por meio de 
estudos clínicos de grande escala. Diante disso, este trabalho visa analisar os principais 
benefícios e limitações da ozonioterapia aplicada à estética, destacando seu potencial dentro 
da atuação do biomédico esteta. 
 
 
 
 
 
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1.1 OBJETIVO GERAL 
 
Analisar os benefícios e limitações da ozonioterapia aplicada à estética, abordando seus 
mecanismos de ação, aplicações clínicas, respaldo científico, regulamentação profissional e 
o papel do biomédico esteta em sua execução. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
A escolha do tema se deve à crescente demanda por terapias estéticas minimamente 
invasivas, com resultados eficazes e menos efeitos colaterais. A ozonioterapia tem se mostrado 
uma alternativa viável e segura quando realizada por profissionais capacitados. Por ser uma 
técnica que exige profundo conhecimento de anatomia, fisiologia, bioquímica e 
farmacodinâmica, ela se insere diretamente no campo de atuação do biomédico esteta, desde 
que este esteja devidamente habilitado. 
 
A relevância científica e social da ozonioterapia reside na sua ação multifatorial que atua 
na causa de diversas alterações estéticas, indo além dos efeitos superficiais. No entanto, a 
limitação de publicações científicas brasileiras, a ausência de protocolos unificados e a falta de 
regulamentação clara tornam indispensável o aprofundamento acadêmico sobre o tema. 
 
Este trabalho contribui para a construção de um olhar crítico e responsável acerca da 
técnica, visando sua aplicação ética e embasada na prática biomédica. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS PRINCIPAIS 
 
A ozonioterapia é uma prática terapêutica que utiliza o gás ozônio (O₃), obtido a partir 
da mistura de oxigênio puro submetido a uma descarga elétrica. O ozônio medicinal é preparado 
em concentrações específicas, sempre controladas e diluídas em oxigênio, para fins 
terapêuticos. Ele é conhecido por sua ação antimicrobiana, anti-inflamatória, imunomoduladora 
e regeneradora. 
 
 
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Na área estética, a ozonioterapia é aplicada com o objetivo de tratar disfunções como 
celulite, gordura localizada, flacidez, acne, manchas e sinais do envelhecimento. Suas vias de 
aplicação incluem a subcutânea (injeções locais), tópica (por meio de óleos ou cremes 
ozonizados), vapor transdérmico (sauna de ozônio) e auto-hemoterapia maior ou menor em 
contextos médicos. 
 
O ozônio atua promovendo melhora da oxigenação celular, ativação da microcirculação, 
indução de enzimas antioxidantes e estímulo à produção de colágeno e elastina. Essas 
propriedades justificam sua aplicação em diversos protocolos estéticos, sempre respeitando a 
dosagem segura e o limite fisiológico da pele e dos tecidos. 
 
 
2.2 PESQUISAS ANTERIORES 
 
Diversos estudos científicos nacionais e internacionais vêm investigando os efeitos da 
ozonioterapia em diferentes áreas da saúde. Na estética, ainda que existam menos pesquisas 
comparado ao uso clínico e odontológico, alguns trabalhos demonstram sua eficácia. Segundo 
Rosa et al. (2020), a aplicação subcutânea de ozônio em pacientes com celulite grau II e III 
resultou em melhora significativa na textura da pele, redução do aspecto "casca de laranja" e 
diminuição do diâmetro das regiões tratadas. 
 
A pesquisa reforça o efeito lipolítico e anti-inflamatório do ozônio em tecido adiposo. 
Menéndez-Cepero et al. (2017) descrevem o uso do ozônio como recurso complementar em 
estética com base em mecanismos fisiológicos comprovados, como a estimulação do 
metabolismo celular e da resposta antioxidante. Viebig et al. (2021) realizaram uma revisão 
sistemática apontando que, embora existam evidências empíricas e observacionais favoráveis 
ao uso estético do ozônio, a falta de estudos clínicos randomizados e de protocolos padronizados 
ainda limita a aceitação científica ampla da técnica. 
 
Além disso, Bocci (2011), considerado um dos principais pesquisadores da ozonioterapia, 
documenta os efeitos imunológicos e regenerativos do gás em vários sistemas do corpo humano, 
fornecendo uma base sólida para suas aplicações clínicas e estéticas. 
 
2.3 TEORIAS E MODELOS EXPLICATIVOS 
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O funcionamento da ozonioterapia pode ser explicado com base em modelos 
fisiológicos e bioquímicos. Ao ser introduzido no organismo, o ozônio reage rapidamente com 
ácidos graxos insaturados das membranas celulares, formando espécies reativas de oxigênio 
(EROs) que atuam como sinalizadores intracelulares. Esse estímulo leve e controlado induz o 
organismo a ativar seus sistemas antioxidantes endógenos, como glutationa peroxidase, catalase 
e superóxido dismutase. 
 
De acordo com Bocci (2011), essa leve indução do estresse oxidativo é benéfica, pois 
"ensina" o organismo a responder melhor a processos inflamatórios e degenerativos. Essa teoria 
é chamada de "pré-condicionamento oxidativo" ou "hormese". 
 
Além disso, a presença do ozônio em tecidos promove vasodilatação, eleva a produção 
de 2,3-DPG nas hemácias, facilitando a liberação de oxigênio para os tecidos, e estimula a 
liberação de fatores de crescimento que induzem a regeneração celular e a cicatrização. 
No campo estético, esses efeitos resultam em: Melhora da oxigenação tecidual; Redução do 
edema e da inflamação; Aumento da produção de colágeno e elastina; Destruição controlada de 
microrganismos e toxinas locais. Tais modelos explicam por que o ozônio pode melhorar o 
aspecto da pele, combater infecções cutâneas e reduzir o acúmulo de gordura localizada. 
 
2.4 DISCUSSÃO CRÍTICA 
 
A ozonioterapia tem se mostrado uma técnica com múltiplas aplicações e benefícios na 
estética, mas ainda enfrenta importantes limitações no que diz respeito à comprovação científica 
e à regulamentação profissional. Um dos principais entraves é a escassez de ensaios clínicos 
randomizados de alta qualidade que investiguem sua eficácia estética de maneira sistemática. 
A maioria dos estudos é composta por relatos de caso, séries clínicas e estudos observacionais. 
Isso compromete a aceitação da ozonioterapia como uma técnica baseada em evidências 
robustas, principalmente entre os setores mais conservadores da comunidade científica. 
 
Outro ponto crítico é a falta de padronização nos protocolos de aplicação, como 
concentrações, volumes, número de sessões e vias de administração. Isso dificulta a 
comparação entre estudos e a replicação dos resultados, o que é essencial para a consolidação 
científica da técnica. Ainda assim, os efeitos clínicos positivos observados por profissionais 
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habilitados e pacientes são consistentes, principalmente emrelação à melhora da pele, redução 
da celulite e rejuvenescimento facial. Isso demonstra que a ozonioterapia, quando bem aplicada, 
pode ser uma ferramenta poderosa na estética biomédica. 
 
Por fim, há também uma questão ética e legal: embora o CFBM autorize biomédicos 
com formação específica a aplicarem ozonioterapia, a ausência de regulamentação nacional 
unificada gera insegurança jurídica e abre brechas para práticas irregulares ou até perigosas. 
Isso reforça a importância da formação profissional, da atuação ética e do compromisso com a 
ciência por parte dos biomédicos estetas. 
 
Autor(es) Conceito ou Definição Fonte 
BOCCI (2011) 
Ozônio promove ação antioxidante, 
imunomoduladora e regeneradora. 
Ozone: A New Medical 
Drug 
Menéndez-Cepero 
(2017) 
Estimula a circulação, oxigenação e 
regeneração celular. 
Manual de Ozonioterapia 
– AEPROMO 
Rosa et al. (2020) 
Aplicações subcutâneas reduziram 
celulite e melhoraram a textura da pele. 
Revista Brasileira de 
Medicina Estética 
Viebig et al. (2021) 
Falta de padronização limita a 
comprovação científica de sua eficácia 
estética. 
Revisão Sistemática – 
Revista Saúde e Pesquisa 
CFBM (2023) 
Biomédicos com habilitação podem 
aplicar ozonioterapia na estética com 
segurança. 
Conselho Federal de 
Biomedicina – Resoluções 
2023 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 
A ozonioterapia estética representa uma abordagem terapêutica inovadora e 
multifuncional, com potencial para transformar positivamente os resultados em 
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tratamentos de pele, gordura localizada, celulite e rejuvenescimento. Os efeitos 
fisiológicos benéficos do ozônio, tais como a melhora da oxigenação celular, ação 
antimicrobiana, modulação do estresse oxidativo e estímulo à regeneração tecidual, 
sustentam sua aplicação prática em diversas disfunções estéticas. 
 
Com base na fundamentação teórica e nos estudos analisados, foi possível 
identificar que a ozonioterapia promove benefícios reais à estética quando corretamente 
aplicada por profissionais capacitados. A revisão das pesquisas existentes revelou 
relatos positivos e experiências clínicas promissoras, mesmo que, do ponto de vista 
científico, ainda sejam necessárias mais investigações padronizadas e ensaios clínicos 
robustos que validem sua eficácia de forma ampla e definitiva. 
 
Ao mesmo tempo, o estudo evidenciou importantes limitações. Entre elas, 
destacam-se a escassez de estudos científicos brasileiros de alto rigor metodológico, a 
falta de padronização dos protocolos terapêuticos e as incertezas quanto à 
regulamentação em diferentes categorias profissionais da saúde. Essas lacunas indicam 
a necessidade de avanço científico, regulamentar e ético na prática da ozonioterapia 
estética. 
 
Neste cenário, a atuação do biomédico esteta revela-se central. Cabe a esse 
profissional buscar formação técnica contínua, respeitar os princípios legais e éticos da 
profissão e aplicar a ozonioterapia com base na segurança, eficácia e responsabilidade 
profissional. Somente por meio de um exercício ético, cientificamente embasado e com 
foco no bem-estar do paciente, será possível consolidar essa técnica como uma prática 
válida e reconhecida dentro da biomedicina estética. 
 
Dessa forma, conclui-se que a ozonioterapia estética, apesar das suas limitações 
atuais, constitui um recurso terapêutico valioso, com potencial para integrar os 
protocolos de estética avançada de forma segura, eficaz e inovadora — desde que 
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respaldada por capacitação, regulamentação adequada e aprofundamento científico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BOCCI, V. A. Ozone: A New Medical Drug. Dordrecht: Springer, 2011. 
MENÉNDEZ-CEPERO, S. et al. Manual de Ozonioterapia Médica. AEPROMO – Associação 
Espanhola de Profissionais Médicos em Ozonioterapia, 2017. 
VIEBIG, R. F. et al. Eficácia da ozonioterapia em procedimentos estéticos: uma revisão 
sistemática. Revista Saúde e Pesquisa, v. 14, n. 2, p. 210–218, 2021. 
ROSA, A. L. et al. Aplicação subcutânea de ozônio no tratamento da celulite: estudo clínico. 
Revista Brasileira de Medicina Estética, v. 5, n. 1, p. 34-40, 2020. 
SANTOS, M. A. F. et al. O uso do ozônio medicinal na estética: revisão de literatura. Revista 
Científica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, v. 16, n. 1, p. 25-33, 2021. 
COSTA, R. A. et al. Ozonioterapia na estética: mecanismos de ação e aplicações clínicas. 
Revista Brasileira de Saúde Funcional Integrativa, v. 5, n. 13, p. 77-85, 2022. 
CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA – CFBM. Resolução nº 321/2021. Dispõe sobre 
as habilitações e práticas da biomedicina estética. Disponível em: https://www.cfbm.gov.br. 
Acesso em: 25 maio 2025. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. Relatório mundial sobre terapias 
complementares. Genebra: OMS, 2022. 
PÉREZ, M. M.; RODRÍGUEZ, L. M. Ozonioterapia em medicina estética. Revista 
Internacional de Medicina e Ciências Estéticas, v. 19, n. 4, p. 85-92, 2021. 
GUIMARÃES, J. M. Aplicações biomédicas da ozonioterapia: implicações estéticas e 
terapêuticas. TCC – Biomedicina. Universidade Estácio de Sá, 2020. 
 
https://www.cfbm.gov.br/
	1. INTRODUÇÃO
	1.2 JUSTIFICATIVA
	2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	3. CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS

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