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BIOMEDICINA 
Análises Clínicas: Importância no Diagnóstico Laboratorial e na 
Qualidade da Assistência à Saúde. 
Yanessa Epfanea Souza Mendes. 
Juliana Ayres Pellizzaro 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Biomedicina – TCC 
23.05.2025 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS PRINCIPAIS 
 
A ozonioterapia é uma prática terapêutica que utiliza o gás ozônio (O₃), obtido a partir 
da mistura de oxigênio puro submetido a uma descarga elétrica. O ozônio medicinal é preparado 
em concentrações específicas, sempre controladas e diluídas em oxigênio, para fins 
terapêuticos. Ele é conhecido por sua ação antimicrobiana, anti-inflamatória, imunomoduladora 
e regeneradora. 
 
 
Na área estética, a ozonioterapia é aplicada com o objetivo de tratar disfunções como 
celulite, gordura localizada, flacidez, acne, manchas e sinais do envelhecimento. Suas vias de 
aplicação incluem a subcutânea (injeções locais), tópica (por meio de óleos ou cremes 
ozonizados), vapor transdérmico (sauna de ozônio) e auto-hemoterapia maior ou menor em 
contextos médicos. 
 
O ozônio atua promovendo melhora da oxigenação celular, ativação da microcirculação, 
indução de enzimas antioxidantes e estímulo à produção de colágeno e elastina. Essas 
propriedades justificam sua aplicação em diversos protocolos estéticos, sempre respeitando a 
dosagem segura e o limite fisiológico da pele e dos tecidos. 
 
 
 
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2.2 PESQUISAS ANTERIORES 
 
Diversos estudos científicos nacionais e internacionais vêm investigando os efeitos da 
ozonioterapia em diferentes áreas da saúde. Na estética, ainda que existam menos pesquisas 
comparado ao uso clínico e odontológico, alguns trabalhos demonstram sua eficácia. Segundo 
Rosa et al. (2020), a aplicação subcutânea de ozônio em pacientes com celulite grau II e III 
resultou em melhora significativa na textura da pele, redução do aspecto "casca de laranja" e 
diminuição do diâmetro das regiões tratadas. 
 
A pesquisa reforça o efeito lipolítico e anti-inflamatório do ozônio em tecido adiposo. 
Menéndez-Cepero et al. (2017) descrevem o uso do ozônio como recurso complementar em 
estética com base em mecanismos fisiológicos comprovados, como a estimulação do 
metabolismo celular e da resposta antioxidante. Viebig et al. (2021) realizaram uma revisão 
sistemática apontando que, embora existam evidências empíricas e observacionais favoráveis 
ao uso estético do ozônio, a falta de estudos clínicos randomizados e de protocolos padronizados 
ainda limita a aceitação científica ampla da técnica. 
 
Além disso, Bocci (2011), considerado um dos principais pesquisadores da ozonioterapia, 
documenta os efeitos imunológicos e regenerativos do gás em vários sistemas do corpo humano, 
fornecendo uma base sólida para suas aplicações clínicas e estéticas. 
 
2.3 TEORIAS E MODELOS EXPLICATIVOS 
 
O funcionamento da ozonioterapia pode ser explicado com base em modelos 
fisiológicos e bioquímicos. Ao ser introduzido no organismo, o ozônio reage rapidamente com 
ácidos graxos insaturados das membranas celulares, formando espécies reativas de oxigênio 
(EROs) que atuam como sinalizadores intracelulares. Esse estímulo leve e controlado induz o 
organismo a ativar seus sistemas antioxidantes endógenos, como glutationa peroxidase, catalase 
e superóxido dismutase. 
 
De acordo com Bocci (2011), essa leve indução do estresse oxidativo é benéfica, pois 
"ensina" o organismo a responder melhor a processos inflamatórios e degenerativos. Essa teoria 
é chamada de "pré-condicionamento oxidativo" ou "hormese". 
 
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Além disso, a presença do ozônio em tecidos promove vasodilatação, eleva a produção 
de 2,3-DPG nas hemácias, facilitando a liberação de oxigênio para os tecidos, e estimula a 
liberação de fatores de crescimento que induzem a regeneração celular e a cicatrização. 
No campo estético, esses efeitos resultam em: Melhora da oxigenação tecidual; Redução do 
edema e da inflamação; Aumento da produção de colágeno e elastina; Destruição controlada de 
microrganismos e toxinas locais. Tais modelos explicam por que o ozônio pode melhorar o 
aspecto da pele, combater infecções cutâneas e reduzir o acúmulo de gordura localizada. 
 
2.4 DISCUSSÃO CRÍTICA 
 
A ozonioterapia tem se mostrado uma técnica com múltiplas aplicações e benefícios na 
estética, mas ainda enfrenta importantes limitações no que diz respeito à comprovação científica 
e à regulamentação profissional. Um dos principais entraves é a escassez de ensaios clínicos 
randomizados de alta qualidade que investiguem sua eficácia estética de maneira sistemática. 
A maioria dos estudos é composta por relatos de caso, séries clínicas e estudos observacionais. 
Isso compromete a aceitação da ozonioterapia como uma técnica baseada em evidências 
robustas, principalmente entre os setores mais conservadores da comunidade científica. 
 
Outro ponto crítico é a falta de padronização nos protocolos de aplicação, como 
concentrações, volumes, número de sessões e vias de administração. Isso dificulta a 
comparação entre estudos e a replicação dos resultados, o que é essencial para a consolidação 
científica da técnica. Ainda assim, os efeitos clínicos positivos observados por profissionais 
habilitados e pacientes são consistentes, principalmente em relação à melhora da pele, redução 
da celulite e rejuvenescimento facial. Isso demonstra que a ozonioterapia, quando bem aplicada, 
pode ser uma ferramenta poderosa na estética biomédica. 
 
Por fim, há também uma questão ética e legal: embora o CFBM autorize biomédicos 
com formação específica a aplicarem ozonioterapia, a ausência de regulamentação nacional 
unificada gera insegurança jurídica e abre brechas para práticas irregulares ou até perigosas. 
Isso reforça a importância da formação profissional, da atuação ética e do compromisso com a 
ciência por parte dos biomédicos estetas. 
 
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Autor(es) Conceito ou Definição Fonte 
BOCCI (2011) 
Ozônio promove ação antioxidante, 
imunomoduladora e regeneradora. 
Ozone: A New Medical 
Drug 
Menéndez-Cepero 
(2017) 
Estimula a circulação, oxigenação e 
regeneração celular. 
Manual de Ozonioterapia 
– AEPROMO 
Rosa et al. (2020) 
Aplicações subcutâneas reduziram 
celulite e melhoraram a textura da pele. 
Revista Brasileira de 
Medicina Estética 
Viebig et al. (2021) 
Falta de padronização limita a 
comprovação científica de sua eficácia 
estética. 
Revisão Sistemática – 
Revista Saúde e Pesquisa 
CFBM (2023) 
Biomédicos com habilitação podem 
aplicar ozonioterapia na estética com 
segurança. 
Conselho Federal de 
Biomedicina – Resoluções 
2023 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 
A ozonioterapia estética representa uma abordagem terapêutica inovadora e 
multifuncional, com potencial para transformar positivamente os resultados em 
tratamentos de pele, gordura localizada, celulite e rejuvenescimento. Os efeitos 
fisiológicos benéficos do ozônio, tais como a melhora da oxigenação celular, ação 
antimicrobiana, modulação do estresse oxidativo e estímulo à regeneração tecidual, 
sustentam sua aplicação prática em diversas disfunções estéticas. 
 
Com base na fundamentação teórica e nos estudos analisados, foi possível 
identificar que a ozonioterapia promove benefícios reais à estética quando corretamente 
aplicada por profissionais capacitados. A revisão das pesquisas existentes revelou 
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relatos positivos e experiências clínicas promissoras, mesmo que, do ponto de vista 
científico, ainda sejam necessárias mais investigações padronizadas e ensaios clínicos 
robustos que validem sua eficácia de forma ampla e definitiva. 
 
Ao mesmo tempo, o estudo evidenciou importantes limitações. Entre elas, 
destacam-se a escassez de estudos científicos brasileiros de alto rigor metodológico, a 
falta de padronização dos protocolos terapêuticos e as incertezas quanto à 
regulamentação em diferentescategorias profissionais da saúde. Essas lacunas indicam 
a necessidade de avanço científico, regulamentar e ético na prática da ozonioterapia 
estética. 
 
Neste cenário, a atuação do biomédico esteta revela-se central. Cabe a esse 
profissional buscar formação técnica contínua, respeitar os princípios legais e éticos da 
profissão e aplicar a ozonioterapia com base na segurança, eficácia e responsabilidade 
profissional. Somente por meio de um exercício ético, cientificamente embasado e com 
foco no bem-estar do paciente, será possível consolidar essa técnica como uma prática 
válida e reconhecida dentro da biomedicina estética. 
 
Dessa forma, conclui-se que a ozonioterapia estética, apesar das suas limitações 
atuais, constitui um recurso terapêutico valioso, com potencial para integrar os 
protocolos de estética avançada de forma segura, eficaz e inovadora — desde que 
respaldada por capacitação, regulamentação adequada e aprofundamento científico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BOCCI, V. A. Ozone: A New Medical Drug. Dordrecht: Springer, 2011. 
MENÉNDEZ-CEPERO, S. et al. Manual de Ozonioterapia Médica. AEPROMO – Associação 
Espanhola de Profissionais Médicos em Ozonioterapia, 2017. 
VIEBIG, R. F. et al. Eficácia da ozonioterapia em procedimentos estéticos: uma revisão 
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sistemática. Revista Saúde e Pesquisa, v. 14, n. 2, p. 210–218, 2021. 
ROSA, A. L. et al. Aplicação subcutânea de ozônio no tratamento da celulite: estudo clínico. 
Revista Brasileira de Medicina Estética, v. 5, n. 1, p. 34-40, 2020. 
SANTOS, M. A. F. et al. O uso do ozônio medicinal na estética: revisão de literatura. Revista 
Científica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, v. 16, n. 1, p. 25-33, 2021. 
COSTA, R. A. et al. Ozonioterapia na estética: mecanismos de ação e aplicações clínicas. 
Revista Brasileira de Saúde Funcional Integrativa, v. 5, n. 13, p. 77-85, 2022. 
CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA – CFBM. Resolução nº 321/2021. Dispõe sobre 
as habilitações e práticas da biomedicina estética. Disponível em: https://www.cfbm.gov.br. 
Acesso em: 25 maio 2025. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. Relatório mundial sobre terapias 
complementares. Genebra: OMS, 2022. 
PÉREZ, M. M.; RODRÍGUEZ, L. M. Ozonioterapia em medicina estética. Revista 
Internacional de Medicina e Ciências Estéticas, v. 19, n. 4, p. 85-92, 2021. 
GUIMARÃES, J. M. Aplicações biomédicas da ozonioterapia: implicações estéticas e 
terapêuticas. TCC – Biomedicina. Universidade Estácio de Sá, 2020. 
 
https://www.cfbm.gov.br/
	2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	3. CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS

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