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IMPLEMENTAÇÃO DE MINA
UNIDADE IV
LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
LEGISLAÇÃO E IMPACTOS .................................................................................................................................................................5
CAPÍTULO 1 
LEGISLAÇÃO DA MINERAÇÃO ................................................................................................................................................. 6
CAPÍTULO 2 
NORMAS REGULAMENTADORAS DE MINERAÇÃO ...................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3 
IMPACTOS PROVOCADOS PELA IMPLEMENTAÇÃO DE MINA ................................................................................. 14
REFERÊNCIA .................................................................................................................................................18
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UNIDADE IVLEGISLAÇÃO E IMPACTOS
A última unidade foi separada para falar sobre a legislação mineral e os impactos 
provocados por essa atividade.
 O primeiro capítulo descreve um pouco sobre a evolução da legislação mineral brasileira, 
apontado os principais marcos, inclusive quando surgiu o Código de Mineração.
O capítulo 2 expõem as vinte e duas Normas Regulamentadoras de Mineração, explicando 
o motivo da sua criação e os seus objetivos.
Além disso, detalha um pouco dessas normas que vão desde os aspectos gerais até o 
fechamento de mina.
O capítulo 3, e último, da apostila ficou reservado para descrever e identificar um pouco 
dos principais impactos ambientais, econômicos e socioculturais envolvendo o ciclo de 
vida de uma mina e o que se pode ser feito para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Objetivos da Unidade
 » Estudar a evolução da legislação mineral Brasileira;
 » Conhecer as Normas Regulamentadoras da Mineração
 » Identificar alguns impactos ambientais;
 » Avaliar o desenvolvimento sustentável na mineração.
Você sabia que o primeiro imposto na mineração no Brasil foi cobrado na época 
Colonial?
Conhecido como quinto esse imposto determinava que 20% de toda a riqueza 
adquirida em cada jazida fossem entregue à Coroa.
Um sistema suscetível e que foi trocado mais a frente, em que agora o valor cobrado 
seria uma remessa que 30 arrobas de ouro anual destinada a Coroa Portuguesa.
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/8-curiosidades-sobre-a-mineracao-no-brasil-colonial.aspx
http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/8-curiosidades-sobre-a-mineracao-no-brasil-colonial.aspx
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CAPÍTULO 1 
LEGISLAÇÃO DA MINERAÇÃO
A mineração é o pilar da sociedade industrial contemporânea e é inegável a relevância 
política, econômica e social que desempenhado por esse setor. (BRANDT, 2001 e 
FLORES, 2006 )
 No entanto, essa atividade é alto impacto para o meio ambiente, pois não há possibilidades 
de realiza-la sem atingir o subsolo na área que foi identificada a jazida e suas adjacências.
Além de operar para extrair de bens naturais não renováveis, a ausência da sustentabilidade, 
atrelada aos impactos sociais fazem com este setor necessite de uma atenção maior.
Portanto, diante dessa ambivalência é preciso que a mineração esteja incorporada dentro 
de arcabouço legal, em que diferentes órgãos federais, estaduais e municipais foram 
criados com a finalidade de regulamentar e fiscalizar a mineração.
Essa regulamentação está relaciona os aspectos de autorização e concessão para os 
recursos, além o licenciamento ambiental necessário para os empreendimentos mineiros. 
Nesta apostila será apresentado os marcos mais importantes da legislação brasileira 
que rege o setor mineral.
No Brasil, o desenvolvimento do ordenamento jurídico da exploração e aproveitamento dos 
minerais passou por importantes modificações no período colonial e com a constituição 
de 1891.
Na época colonial, o regime dominical era predominante e assim a propriedade dos 
recursos minerais eram da Coroa Portuguesa. (DIAS, 2013 e FLORES, 2006)
A propriedade do solo era diferente dos recursos minerais e jazidas e o usufruto dos 
recursos minerais era realizado pela Coroa ou por autorização a terceiros que tinham a 
obrigação de pagar uma contribuição conhecida como quinto ou dízimo. (DIAS, 2013)
1891- No começo da República o sistema dominical se modifica em regime de acessão, 
em que os recursos não pertenciam mais ao Estado.
E também foi associado à propriedade superficiária, tornando-se pertencente ao solo e 
a propriedade agrupou-se a favor do proprietário do imóvel superficiário.
1934- A constituição desse ano estabelece o sistema de concessão e é abolido o sistema 
fundiário. O código de mineração estabelecido pelo Decreto n. 24.642 garantia o direito 
de propriedades daquelas jazidas já identificadas.
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LEGISLAÇÃO E IMPACTOS | UNIDADE IV
Foi criado o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e é vinculado ao 
Ministério da Agricultura, com a função de gerir os recursos minerais do Brasil, com a 
função de outorgar autorizações de pesquisa e concessões de lavra.
1940- Código de mineração foi modificado pelo Decreto-Lei n. 1.985, de 22 de janeiro e 
teve como consequência o aperfeiçoamento do código anterior, mantendo suas estruturas 
básicas. 
1941- O Decreto n. 3.236, de 7 de maio de 1941, estabeleceu um regime legal para o 
usufruto dessas substâncias minerais.
1967- Instituído pelo Decreto-Lei nº 227 de 28 de fevereiro de 1967, o Código de 
Mineração corrobora a Constituição desse ano que assegura ao proprietário do solo uma 
parcela nos lucros da lavra através do dízimo do imposto único sobre os minerais (IUM)
1968- Código de mineração é regulamentado pelo Decreto n.62.934, de 2 de julho de 
1968. Esse código foi considerado como importante arrematador de mecanismos legais 
estabelecidos com o proposito de incrementar a atividade mineira no Brasil.
Dentre esses mecanismos legais implantados a partir de 1964 com a política 
desenvolvimentista do País é possível exemplificar
 » a Lei n. 4.425, de 8 de outubro de 1964, que instituiu o Imposto Único sobre 
Minerais e instituiu o Fundo Nacional de Mineração;
 » decreto n. 55.837, de 12 de março de 1965, que que instituiu o Plano Decenal de 
Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil.
Além disso, esse código em consonância com Constituição de 1967, dentre as atribuições:
 » agregou a participação do dono do solo no produto resultante da lavra de minas;
 » permaneceu com a diferenciação entre o solo e subsolo relacionados a exploração 
ou aproveitamento industrial;
 » estabeleceu o direito a preferência do primeiro que viesse a solicitar á área livre para 
pesquisa mineral, diferente da constituição de 1964 que concedia ao proprietário 
do solo o direito de prioridade a exploração das jazidas.
É importante ressaltar que esses códigos até então não consideravam o fechamento 
de minas, pois eram épocas que não a conservação e proteção ambiental não eram 
cuidados constitucionais e infraconstitucionais de grande parte das nações consideradas 
desenvolvidas.
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UNIDADE IV | LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
1988- O IUM foi extinto pela Constituição 1988 e estabeleceu a participação de cinquenta 
por cento do valor completo aos Estados, Distrito Federal, municípios e órgãos da 
administração de direta da União, que seria a Compensação Financeira pela Exploração 
dos Recursos Minerais (CFEM).
Na Constituição apelida com cidadã o Poder Público garantir a todos o direito do meio 
ambiente ecologicamente em harmonia, ressaltando avaliações precedentes de impacto 
ambiental (lei) para obras ou atividades com grande potencial de degradar o meio 
ambiente.
Além da obrigatoriedade de recuperação ambiental para sítios que passaram por 
exploração de recursos minerais e da classificação de crime das más condutas e atividades 
que possam ser prejudiciais ao meio ambiente.
E assim, submetendo aoinfrator (pessoas físicas ou jurídicas) a condenações penais 
e administrativas sem a dependência da obrigatoriedade do reparo daqueles danos 
ocasionados.
1989- A Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais, foi 
regulamentada pela Lei 7.990 e em 1991 O Decreto nº 1, de 11/01/1991 definiu a CFEM 
em seu artigo 13 do decreto em que estipula três por cento (3%) do faturamento líquido 
da venda do produto. 
O valor percentual de compensação pode ser de acordo com a classe mineral:
 » Três por cento para minério de: alumínio, manganês, sal gema e potássio;
 » Dois por cento para: ferro, fertilizante, carvão e outras substâncias minerais,
 » exceto ouro;
 » Dois décimos por cento: pedras preciosas, pedras decoradas lapidáveis,
 » carbonatos e metais nobres;
 » Um por cento: Ouro se extraído por empresas mineradoras, não abrange os 
garimpeiros.
A CFEM é distribuída da seguinte forma:
 » 23 %: destinados a Estados e o Distrito Federal;
 » 65% para os Municípios;
 » 12% para ANM
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LEGISLAÇÃO E IMPACTOS | UNIDADE IV
1994- O artigo 3º da Lei n. 8.876, estabelece que Departamento Nacional de Produção 
Mineral é uma Autarquia:
A Autarquia DNPM terá como finalidade promover o planejamento e 
o fomento da exploração e do aproveitamento dos recursos minerais, e 
superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, 
bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de 
mineração em todo o Território Nacional, na forma que dispõe o Código 
de Mineração, o Código de Águas Minerais, os respectivos regulamentos 
e a legislação que os complementa. (BRASIL, 1994)
1996- O Código de Mineração é modificado pela Lei n. 9.314 com a finalidade de 
modernizá-lo e ajustá-lo sob a sustentação da Constituição de 1988.
Um importante fato a destacar é que o Código de mineração até os anos 80 apenas 
se preocupavam com a regulamentação das explorações de recursos minerais, seus 
procedimentos, direitos e deveres do empreendedor e as competências dos órgãos de 
fiscalização.
Neste momento da década não havia inquietações com aspectos dos projetos da mineração, 
com fechamento paulatino ou recuperação de sítios que sofreram com o aproveitamento 
da reserva mineral.
O cuidado com a conservação ambiental no Brasil começou a ser constitucional em 1988.
2001- Institui as Normas de regulamentação de Minas que conduz a mineração no 
Brasil, através da Portaria n. 237, de 18 de outubro de 2001, visando regulamentar o 
Código de Mineração brasileiro.
Em 2001 que questões de fechamento de minas e a transformação dos empreendimentos 
mineiros em atividades sustentáveis se apareceram no sistema legal.
Além disso, isso ocorreu dentro dessa filosofia sustentável e houve uma consonância 
com as legislações ambientais e a atenção social.
Com a impossibilidade de tratar de tantas modificações de leis, normas e decretos do 
setor de mineração, será dado um grande salto e informar algumas atualizações que 
foram realizadas a partir de 2017.
2017- A Medida Provisória, mais 789/17 LEI Nº 13.540, DE 18 DE DEZEMBRO 
DE 2017 e teve como finalidade instituir a CFEM pela exploração minerária e outras 
atribuições.
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UNIDADE IV | LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
A Medida Provisória 791 (MP) modifica Código de Mineração de 1967, e extingue DNPM 
pela Agência Nacional de Mineração que tem como principal finalidade fiscalizar e 
regular o usufruto dos minerais do Brasil. Esta Medida Provisória foi convertida pela 
LEI Nº 13.575, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017.
Medida provisória Nº 790, modifica o DECRETO-LEI Nº 227, de 28 de fevereiro de 
1967 - Código de Mineração e outros. 
2018- DECRETO Nº 9.406, DE 12 DE JUNHO DE 2018 regulamenta o Decreto-
Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967-Código de mineração e a Lei 13.575 dá outras 
providências.
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CAPÍTULO 2 
NORMAS REGULAMENTADORAS DE MINERAÇÃO
O extinto Departamento Nacional De Produção Mineral através da PORTARIA Nº 237, 
DE 18 de outubro de 2001 aprova as Normas Reguladoras de Mineração – NRM.
Estas NRM’s são compostas por um vinte e duas normas que tratam de diferentes 
aspectos relacionados da atividade de mineração.
Após a sua publicação, essas normas estão constantemente sofrendo modificações 
constantes e foram criadas por causa das seguintes necessidades:
– Expedição de regulamentos necessários à aplicação do Código de 
Mineração e legislação correlativa; 
– Otimização dos meios e instrumentos para elaboração e análise de 
projetos com vista à outorga de títulos minerários, à fiscalização e outras 
atribuições institucionais do DNPM;
–Do aperfeiçoamento dos serviços técnicos na mineração e o aporte de 
novas tecnologias;
– Do estabelecimento de ação integrada com outras Instituições que 
atuam na atividade mineral;
– Do interesse social no aproveitamento racional dos bens minerais, a 
minimização dos impactos ambientais decorrentes da atividade minerária 
bem como a melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho. 
(MARTINS, 2017 pg. 44)
As Normas Regulamentadoras de Mineração, como o próprio nome sugere, regulam o 
código de mineração e as exigências contidas no mesmo são exigidas para as atividades 
no setor da mineração.
Deste modo, essas normas têm como principal finalidade, instruir o melhor aproveitamento 
das jazidas, conforme as condições técnicas e tecnológicas de operação, segurança e de 
proteção e conservação ambiental.
Assim é possível associar o planejamento e o desenvolvimento das atividades minerais 
e com a produtividade, preservação ambiental, da segurança laboral.
Essas normas apresentam diversos aspectos da atividade mineira como normais gerais, 
que abordam principais conhecimentos sobre lavras, aberturas subterrâneas, explosões, 
trabalho e circulação e outros. 
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UNIDADE IV | LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
E as questões ambientais e o fechamento de mina, como as que eferente a disposição 
de estéreis, rejeitos e produtos, áreas impactadas e etc. Assim, é importante saber que 
essas normas são responsáveis por regulamentar cada momento do ciclo de vida de 
uma mina, como uma forma de orientar as mais diferentes necessidades vinculadas 
a um empreendimento mineiro. O quadro contendo as normas regulamentadoras de 
mineração e a sua descrição.
Quadro 7: As vinte e duas Normas Regulamentadores e o seu conteúdo
Norma Tema Conteúdo
NRM 01 Normas Gerais
Objetivos; disposições gerais; aplicação; das responsabilidades e
direitos; mecanismos e instrumentos de informação e controle; fiscalização
NRM 02 Lavra a céu aberto
Generalidades; bancadas e taludes; controles topográficos e
geológico-geotécnicos; estabilidade de taludes
NRM 03 Lavras especiais Lavra com dragas flutuantes; lavra com desmonte hidráulico
NRM 04 Aberturas subterrâneas
Generalidades; aberturas lineares (poços, planos inclinados, rampas
e galerias); aberturas não- lineares; pilares, lajes e faixas de segurança.
NRM 05 Sistemas de transporte e 
tratamentos
Generalidades; tratamento de maciço; tratamento e suporte; diretrizes 
gerais para a montagem dos sistemas de suporte ou fortificação; materiais 
usados para sistemas de suporte ou fortificação; poços; inspeção de tetos, 
laterais e pisos; manutenção e troca de elementos dos sistemas de suporte 
ou fortificação; procedimentos face a irregularidades; recuperação dos 
sistemas de suporte ou fortificação
NRM 06 Ventilação
Generalidades, qualidade e quantidade de ar; velocidade do ar; portas, 
viadutos e tapumes; instalação de sistema de ventilação;
ventilação auxiliar; controle da ventilação
NRM 07 Vias e saídas de emergência
Número mínimo de vias de acesso à superfície; locação, sinalização, 
estrutura mínima disponível; vistorias periódicas das vias de acesso; plano 
de emergência
NRM 08 Prevenção contra incêndios, 
explosões, gases e inundações
Prevenção contra incêndios e explosões acidentais; prevenção contra 
inundações; prevenção contra gases
NRM 09 Prevenção contra poeiras Prevenção contra poeiras minerais; prevenção contra poeiras inflamáveis 
ou explosivasNRM 10 Sistemas de comunicação
Obrigatoriedade da instalação de sistema de comunicação padronizado 
para as minas subterrâneas; obrigatoriedade da interligação dos setores da 
mina listados através de rede telefônica ou outros meios de comunicação
NRM 11 Iluminação
Iluminação em subsolo; iluminação das instalações de superfície; iluminação 
de emergência; iluminação de depósitos de explosivos; iluminação em minas 
com ocorrência de gases explosivos ou inflamáveis
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LEGISLAÇÃO E IMPACTOS | UNIDADE IV
NRM 12 Sinalização de áreas de trabalho 
e circulação
Sinalização das vias de circulação e acesso das minas; sinalização das áreas 
de utilização de material inflamável ou com risco para a ocorrência de 
explosões ou incêndios; sinalização dos tanques e depósitos de substâncias 
tóxicas, de combustíveis inflamáveis, de explosivos e de materiais passíveis 
de gerar atmosfera explosiva; sinalização de áreas mineradas ou desativadas 
que ofereçam riscos; sinalização de poços de pesquisa mineral
NRM 13 Circulação e transporte de 
pessoas e materiais
Normas para a regulamentação do transporte de materiais, produtos e 
pessoal, em minas subterrâneas ou a céu aberto, dentro e fora da área do 
empreendimento mineiro
NRM 14 Máquinas, equipamentos e 
ferramentas
Generalidades; máquinas, equipamentos e ferramentas; equipamentos de 
guindar; cabos, correntes e polias; transportadores contínuos através de 
correias; escadas; equipamentos radioativos
NRM 15 Instalações Instalações auxiliares; instalações elétricas
NRM 16 Operações com explosivos e 
acessórios
Generalidades; transporte e manuseio; armazenagem;
desmonte de rocha com uso de explosivos
NRM 17 Topografia de minas
Obrigatoriedade do levantamento topográfico e representação em plantas 
adequadas das minas a céu aberto ou minas subterrâneas; diretrizes para a 
elaboração dos levantamentos topográficos e dos mapas, plantas e trabalhos 
correlatos
NRM 18 Beneficiamento Generalidades; disposição e manutenção dos equipamentos; usina de 
beneficiamento; lixiviação
NRM 19 Disposição de estéril, rejeitos e 
produtos
Generalidades; depósitos de substâncias sólidas; depósitos de rejeitos 
líquidos
NRM 20
Suspensão, fechamento de 
mina e retomada das operações 
mineiras
Objetivos; generalidades; suspensão das operações mineiras; fechamento 
de mina; renúncia ao título de concessão; retomada das operações mineiras
NRM 21
Reabilitação de áreas 
pesquisadas, mineradas e
impactadas
Objetivos; generalidades
NRM 22 Proteção ao trabalhador Generalidades; organização de locais de trabalho; superfícies de trabalho; 
operações de emergência; informação, qualificação e treinamento.
Fonte: Flores (2006)
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CAPÍTULO 3 
IMPACTOS PROVOCADOS PELA IMPLEMENTAÇÃO 
DE MINA
3.1. Impactos e a mineração
Grandes e diferentes impactos acontecem em todos os estágios do ciclo de vida de uma 
mina e isso vai desde a prospecção mineral e até o fechamento da mina provoca efeitos 
típicos ao meio ambiente.
Sabe-se também que cada comunidade terá impactos sociais e econômicos diferentes, 
oriundos do projeto mineiro e isso depende da sua localização, da população, da 
composição social e nível de coesão.
É importante ressaltar que esses impactos ainda variam conforme o, a natureza do 
minério, o tipo do método de lavra beneficiamento e a escala em que ocorre a produção.
Os distintos impactos podem ser permanentes e temporários e em grande maioria são 
um problema para serem descritos e quantificados, sem que sejam preciso inúmeras 
investigações e avaliações 
É importante frisar que esses impactos são positivos e negativos sobre a comunidade e 
o meio onde estão estabelecidos.
Diante dos impactos negativos na mineração que são considerados amplamente nocivos 
e é importante citar os impactos ambientais que atingem o solo, as águas e ar.
Dias (2013) e Flores (2006) apresenta diversos impactos provocados por um 
empreendimento mineiro.
O desmatamento de grandes zonas para abertura de picadas e acessos, para construir 
alojamentos, aberturas de estradas, construções de pátios para estéril, barragem de 
rejeitos, escritórios, produção das lavras e beneficiamento.
Destruindo desta forma a vegetação e habitats dos amimais, modificando o relevo natural 
e reduzindo as áreas cultiváveis e designadas a agropecuária. 
Além das modificações na topografia, equilíbrio hídrico, lançamento de material particulado 
a atmosfera, erosões, assoreamento de rios e córregos, poluição e contaminação química 
ou radioativa, drenagem ou contaminação da água subterrânea.
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LEGISLAÇÃO E IMPACTOS | UNIDADE IV
Além das contaminações por íons metálicos, turbidez da água por aumento no te, 
modificação no PH por de metais, produzindo condições adversas a biota aquática e 
reduzindo teor de oxigênio nas águas.
È possível citar ainda emissão de gases na atmosfera e os danos nos vegetais produzidos 
poeiras nas suas folhas.
A transmissão de ruídos e vibrações no ar, originárias pela utilização de explosivos, da 
operação da lavra e instalações e de beneficiamento e da manipulação dos minérios, 
também são tidas como importantes impactos.
Esses impactos negativos a mineração não se limitam ao meio ambiente. Se localizadas em 
regiões mais afastadas, um empreendimento logo estimula as comunidades adjacentes, 
e assim tornando-se agente de crescimento social e econômico. 
No entanto, paulatinamente o convívio passa a ser problemático, pois começam a surgir 
os primeiros conflitos entre a mineradora e a sociedade.
O intenso processo de migração provocado por um empreendimento mineiro, além 
provocar impactos ambientais, também geram impactos sociais, econômicos e culturais.
O os impactos, podemos citar alguns sociais e econômicos elevando: a população local, 
os preços de aluguéis, demanda na saúde, transporte e segurança.
Se muitos desses impactos não forem bem gerenciados e controlados pode alcançar a o 
pós-fechamento, provocando resultados nocivos ao meio ambiente.
Outro ponto importante é o desmonte em sítios adjacentes a áreas urbanas, podendo 
gerar os conflitos entre a comunidade local e a empresa responsável pela mina.
Isso porque muitos minérios geram elevadas quantidades de estéreis e rejeitos e 
consequentemente nas necessidades de áreas que comportem toda a disposição esse 
material.
Ainda, alguns desses estéreis e minérios apresentam sulfetos que quando oxidados na 
presença de água, produzem drenagem ácida.
Existem métodos de lavras a céu aberto que podem gerar modificações significativas na 
paisagem e em algumas situações não há possibilidade de retorno ao estado primário.
Métodos subterrâneos por sua vez, podem gerar prejuízos a estruturas superficiais, 
edifícios, sistemas de energia e comunicação, bem como destruição e movimento que 
causam danos a superfície de terrenos.
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UNIDADE IV | LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
Outro problema muito comum e brevemente citado é os impactos quando a mina é 
fechada. Ao longo da fase produtiva, os empreendimentos mineiros são geradores de 
emprego, renda e arrecadação de tributos em todas nas instâncias federais, estaduais 
e municipais. 
A arrecadação tributária deixa de existir, especialmente no município onde a mina está 
inserida.
Seguida da perda dos empregos e renda, redução da atividade econômica da região, 
diminuição da qualidade e cobertura dos serviços públicos e o prejuízo à qualidade de 
vida da população.
Isso porque uma mina auxilia no desenvolvimento infra-estrutural social regional, por 
meios de ações direcionadas ao lazer, educação, segurança, saúde de trabalhadores e 
familiares, além das ações de apoio que alavancam o crescimento econômico.
Os impactos culturais como a perda de patrimônio ou modificações socioculturais 
também são relevantes.
Existe uma gama de agentes que abrangem o ciclo de empreendimento de mineração e 
são influenciados de modo não igualitário pelos impactos sejam positivos ou negativos.
Essa multiplicidade de agentes e de impactos complica a avaliação das consequências 
socioambientaisde uma mina, dificultando os processos para selecionar metodologias 
para se obter um compromisso correto e equilibrado entre esses aspectos antagônicos.
Ou ainda buscar caminhos alternativos em relação às técnicas possíveis para abolir ou 
abrandar os efeitos negativos e tornar duradouros os efeitos positivos dessa atividade.
Selecionar adequadamente entre as diferentes metodologias e alternativas praticáveis 
é preciso identificar e conhecer o ambiente físico e social, em que a mina está inserida, 
materiais e recursos, técnicas reconhecidas e corroboram a sua eficiência, assim como 
as que estão sendo desenvolvidas ou em fase de teste.
3.2. Sustentabilidade na mineração
Viana (2012) explica que a expressão que não há uma definição unânime para a expressão 
mineração sustentável.
O que é difícil de gerar um conceito consistente da mineração sustentável é o fato 
de precisar extrair recursos não renováveis, contradizendo com a própria visão de 
sustentabilidade duradoura.
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LEGISLAÇÃO E IMPACTOS | UNIDADE IV
Falar de sustentabilidade na mineração vai além das práticas legalmente obrigatórias, 
produzindo uma mineração em concordância com a lei, abrangendo atividades mais 
incisivas e direcionadas ao crescimento econômico, local e regional, além da melhoria 
das condições sociais.
Ainda se encaixa nesse conceito a otimização da utilização de materiais e energia e a 
redução e compensação dos impactos nocivos.
Como a mineração é uma atividade que altamente impactante e sempre será, qualquer 
visão de mineração sustentável deve reduzir e compensar os impactos negativos e 
maximizar os positivos.
Avaliação em uma visão atual é importante mantendo níveis de proteção ecológica e de 
padrões ambientais, assegurando o bem estar socioeconômico elevando o desenvolvimento 
e tendo uma adequada distribuição de renda.
È possível ainda incluir melhoria na saúde e educação, redução da pobreza, minimização 
da exclusão e do aumento dos empregos e etc.
Se pensar em gerações futuras, a mineração pode ser sustentável proporcionando o bem 
estar por meio do aproveitamento das rendas enquanto o empreendimento se mantem 
operando e o uso racional de insumos.
Segundo Viana (2012) grande parte das avaliações de sustentabilidade na mineração 
apenas consideram as dimensões econômicas, social e ambiental. No entanto, existem 
uns que defendem no mínimo dez dimensões: social, cultural, institucional, ecológica, 
econômica, política, territorial, tecnológica, global e sistêmica.
O peso dado a cada uma dessas dimensões, menor ou maior, é contextual. No entanto, estudos 
não tão remotos, que se debruçam na sustentabilidade da mineração, a praticabilidade 
econômica e tecnológica assegurava garantia de um adequado funcionamento mineral. 
Atualmente isso não é mais admissível se o que se procura é o desenvolvimento do 
caminho para a sustentabilidade.
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REFERÊNCIA
ALMEIDA, Maurício Rios de. Avaliação Dos Mecanismos De Garantia Financeira Para Fins 
De Fechamento De Mina E O Seu Impacto Na Viabilidade De Projeto De Mineração De 
Grande Porte No Estado De Minas Gerais. 2006. Universidade Federal De Ouro Preto. Dissertação 
(Mestrado Profissional em Engenharia Civil) , Ouro Preto,2006
BRANDT, Wilfred. Licenciamento Ambiental Federal: Manual De Normas E Procedimentos Para 
Licenciamento Ambiental No Setor De Extração Mineral. Ministério Do Meio Ambiente/ Secretaria De 
Qualidade Ambiental Nos Assentamentos Humanos/ Programa De Proteção E Melhoria Da Qualidade 
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BRANDT, Wilfred. Guia técnico para atuação do Ministério Público no licenciamento ambiental 
de atividades de mineração. Revista do Ministério Público do Estado de Minas Gerais- Edição 
especial, 2012. Disponível em Acessado em 08/07/2019 as 18h00minh.
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Autarquia o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e dá outras providências.
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e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional 
do Meio Ambiente, Brasília, 1986.
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de 1981.Brasíla, 1997
Brasil. Decreto nº 9.406, de 12 de junho de 2018. Regulamenta o Decreto-Lei nº 227, de 28 de 
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REFERÊNCIA
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Referênciade Figura
Figura 1:
Fonte: Adaptado de http://recursomineralmg.codemge.com.br/wpcontent/uploads/2018/10/
MAMineracao.pdf
Figura 4
Fonte: https://tecnicoemineracao.com.br/operacoes-auxiliares-na-mineracao-subterranea/ e https://
tecnicoemineracao.com.br/metodos-de-lavra-a-ceu-aberto/
http://recursomineralmg.codemge.com.br/wp-content/uploads/2018/10/MAMineracao.pdf
http://recursomineralmg.codemge.com.br/wp-content/uploads/2018/10/MAMineracao.pdf
https://tecnicoemineracao.com.br/operacoes-auxiliares-na-mineracao-subterranea/
https://tecnicoemineracao.com.br/metodos-de-lavra-a-ceu-aberto/
https://tecnicoemineracao.com.br/metodos-de-lavra-a-ceu-aberto/
	UNIDADE IV
	LEGISLAÇÃO E IMPACTOS
	Capítulo 1 
	Legislação da Mineração
	Capítulo 2 
	Normas Regulamentadoras de Mineração
	Capítulo 3 
	Impactos Provocados pela implementação 
de Mina
	Referência

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