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FILTROS SOLARES Cosmetologia Dra. Mônica C. Martellet Primeiros filtros solares 2 3 4 Óleo de Oliva e areia (jogos olímpicos na Grécia) 7800 a.C 1 Paul Unna (médico originou a dermatologia) sugeriu o extrato de Aesculus, como fotoprotetor, que passou a ser comercializado pelos nomes de Zeozon® e Ultrazeozon® (1800) PABA usado durante a II Guerra Mundial. Benzofenonas (1962) Produto a base de petróleo (ozocerita), de cor avermelhada e textura viscosa chamado Coppertone (após da II Guerra1945) Radiação solar Raios solares: Raios UV - A Raios UV - B Raios UV - C Atingem a derme e estimulam o bronzeado. Não causam eritema, produzem ROs, causam envelhecimento e câncer de pele. Atingem a epiderme provocam danos agudos como queimaduras, eritema e até mesmo bolhas. Essa radiação é nociva aos tecidos vivos. Podem matar organismos unicelulares e prejudicar a córnea dos olhos, é absorvido pela camada de ozônio da atmosfera. Da parte do espectro eletromagnético que atinge a superfície da Terra (ultravioleta, visível e infravermelho), a faixa que está diretamente envolvida com o bronzeamento da pele é a do ultravioleta, a mais energética das três. Radiação solar Sistemas humanos de proteção contra a radiação solar: 6 Espessamento da camada córnea (queratina) – 24 a 36 horas após a irradiação UV a epiderme sofre um espessamento cuja finalidade é absorver parte da radiação incidente. Suor – o ácido urocânico presente no suor possui alta capacidade de absorção na região UVB. Tal proteção, porém é transitória, devido a sua perda por solubilização na água e evaporação do suor. Melanina – constitui-se no principal mecanismo de defesa contra a radiação solar. Penetração dos raios na pele: • Os raios ultravioleta UVA e UVB percorrem poucos centímetros das camadas cutâneas e são logo absorvidos. O infravermelho (IV) aprofunda-se mais, mas resulta apenas em aquecimento corpóreo. Trata- se de uma radiação eletromagnética não ionizante, isto é, não arranca elétrons dos átomos. • Os ultravioletas A e B, embora também não ionizem os átomos, têm ação nociva sobre o DNA das células e podem ser causadores de câncer. Penetração dos raios na pele: • Cientistas descobriram que os raios infravermelhos chegam a Terra em maior quantidade que os UV e que sua penetração na pele é mais profunda levando a geração de radicais livres em excesso, interferindo na síntese do colágeno e contribuindo para o envelhecimento. Há duas substâncias com capacidade de proteção contra IV: GP4G: extraído de um plâncton Orsitina: extraído do arroz. C – MIT presente no protetor solar Episol MIT FPS 50 (contém os dois ativos) Há duas substâncias com essa capacidade Benefícios do Sol: O Sol é importante para fixação de vitamina D nos ossos e evitar o raquitismo, para isso são suficientes 10 minutos diários de exposição de preferência de manhã cedo. Os mesmos 10 minutos são suficientes para levantar o astral e evitar a depressão causada pela falta de luz solar. 12 Estimula a síntese de vitamina D. Ativa a circulação, faz o homem sentir-se bem fisicamente, melhora o humor e a fertilidade. Aumenta o número de glóbulos vermelhos, hemoglobina e anticorpos. Aumenta o rendimento e a capacidade de aprendizagem. 13 Há insuficiência quando o exame de sangue indica uma concentração menor do que 30 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue). Valores abaixo de 10 ng/ml são classificados como insuficiência grave. Dosagens iguais ou superiores a 30 ng/ml estão na faixa da normalidade, cujo limite máximo é 100 ng/ml. 15 A cautela é realmente imprescindível. Não se deve tomar vitamina D indiscriminadamente. Em dose excessiva, ela causa enjoo, desidratação, prisão de ventre e pode aumentar a quantidade de cálcio, elevando a pressão arterial. Pode também gerar pedras nos rins. O ideal é que quem faz suplementação seja bem monitorado pelo seu médico e faça exames periódicos de sangue. Câncer de pele O que é câncer? É um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. Todo tumor é câncer? • Não. Nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. • Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. • Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresenta limites bem nítidos. • Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. • O lipoma e o mioma são exemplos de tumores benignos. Câncer de pele http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf CBC (CARCINOMA BASOCELULAR) Mais frequente (70% dos casos) Pode se manifestar tanto em homens como em mulheres e principalmente acima dos 40 anos. É o tipo de câncer com maior potencial de cura Possui crescimento lento, com capacidade invasiva localizada, porém destrutiva, logo, não causa metástases. A pele pode apresentar neoplasias de linhagens diferentes, podendo ser divididas em carcinoma basocelular (CBC), carcinoma espinocelular (CEC) e melanoma. CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) Apresenta-se em forma de pápula ou nódulo translúcido ou “perolado”, e as áreas corpóreas com maior incidência são: face, dorso das mãos e tórax. CEC (CARCINOMA ESPINOCELULAR) É uma lesão de crescimento progressivo, mais rápido que o CBC, e se instala em pele sadia ou com algum ferimento anterior Representa 25% dos casos e é uma neoplasia maligna, com capacidade de invasão local e pode haver metástase As áreas mais afetadas são aquelas que estão frequentemente expostas ao sol. 24 Melanoma: O melanoma tem origem nos melanócitos, que são as células produtoras de melanina, que dão a cor à pele. Representa 4% dos casos no Brasil. Tem predominância em adultos brancos e é o mais grave de todos, pois possui altas taxas de metástase. As metástases podem ser locais, regionais ou sistêmicas. A manifestação se dá a partir do aparecimento de uma pinta escura com bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação. FATORES QUE PREDISPÕEM AO APARECIMENTO DO CÂNCER DE PELE Pele clara; Bronzeamento com dificuldade; Queima com facilidade; Exposições solares excessivas e prolongadas; Tabagismo; Histórico familiar de câncer de pele; Hábitos de vida. Como identificar um melanoma: Regra do A B C D e E A – Assimetria B – Bordas C – Cor D – Diâmetro (maior que 0,6cm) E - Evolução • No Brasil, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele ocupa o primeiro lugar entre todos os tipos de câncer e o número tende a aumentar em todo território nacional. • Portanto, é extremamente importante a ampliação de estudos relacionados a obtenção de novas substâncias fotoprotetoras, priorizando o desenvolvimento de fotoprotetores mais eficazes em relação ao amplo espectro de radiação eletromagnética. 29 Bronzeamento artificial: • O uso de dispositivos emissores de ultravioleta para o bronzeamento da pele cresceu rapidamente nos últimos anos, principalmente em países industrializados. • Nos Estados Unidos, a primeira instalação comercial foi inaugurada em 1978. Em 1988 já existiam mais de 18.000 desses centros, estimando-se o atendimento de um total de dois milhões de usuários por dia. 31 Bronzeamento artificial: • Os primeiros aparelhos possuíam lâmpadas fluorescentes emissoras de UVB. Porém, os sérios riscos de eritema e de danos oculares levaram à sua substituição por outros modelos. • Apesar dessas lâmpadas emitirem predominantemente UVA, elas também emitem pequenas quantidades de UVB. • Estudo quantitativo dos níveis de UVB e UVA emitidos pelos aparelhos freqüentemente utilizados indica que a irradiação na faixa do UVBé de 0,21 a 2,5 vezes a irradiação do sol, e na faixa do UVA de duas a 13 vezes. 32 Bronzeamento artificial: • A associação positiva entre o desenvolvimento de melanoma e o uso de aparelhos de bronzeamento artificial foi encontrada em estudos realizados nos Estados Unidos, Canadá e Europa. • Os fatores de risco mais importantes são a frequência anual em que é feito bronzeamento artificial e a duração em anos dessa prática. Aparentemente, o seu início antes dos 30 anos resulta em maior elevação do risco. • Esses estudos sugerem que o risco de desenvolvem melanoma é maior para usuários habituais e que se iniciam mais cedo nessa prática. 33 Bronzeamento artificial: 34 PESQUISAS RECENTES INDICAM QUE MUDANÇAS NA FUNÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO DA PELE PODEM ACONTECER DEPOIS DE UMA ÚNICA QUEIMADURA. O CÂNCER DE PELE TEM SIDO ASSOCIADO À EXPOSIÇÃO AO UV-B. ALÉM DISSO, O EXCESSO DE RADIAÇÃO UV CAUSA ENVELHECIMENTO PRECOCE – A PELE TORNA- SE CORIÁCEA E ENRUGADA. ESSE DANO, QUE PODE COMEÇAR ENQUANTO VOCÊ ESTÁ AINDA COM SEUS 20 ANOS, É CUMULATIVO E IRREVERSÍVEL. FPS Filtro solar UVA PPD UVB UVB Responsável por ocasionar eritema na pele O valor de FPS consiste na razão entre o tempo de exposição à radiação ultravioleta necessário para produzir eritema na pele protegida pelo protetor solar e o tempo, para o mesmo efeito, com a pele desprotegida. 37 O fator de proteção solar FPS é definido como: FPS = TPP/TPD Em que Tpp é o tempo de exposição mínimo para produção de eritema em pele protegida, e Tpd o tempo de exposição mínima para produção de eritema em pele desprotegida. Normas e Regulamentações Importantes ISO 24444:2019 – FPS in vivo. ISO 24443:2021 – proteção UVA in vitro. ISO 16217:2020 – proteção de amplo espectro. FDA (21 CFR 201.327) – exigências para EUA. ANVISA RDC 30/2012 – regulamentação brasileira para protetores solares. Métodos In Vivo Regulados por normas como ISO 24444:2019 e aceitos pela ANVISA, FDA e União Europeia. População: 10–20 voluntários de pele clara (tipos II e III de Fitzpatrick). Procedimento: Aplica-se uma quantidade padronizada do produto (geralmente 2 mg/cm²) em áreas delimitadas das costas. Essas áreas são expostas à radiação ultravioleta artificial (UVB e UVA) usando simuladores solares calibrados. Mede-se a Dose Eritematosa Mínima (DEM) — a menor dose que causa eritema visível (vermelhidão). Vantagem: resultado realista. Desvantagens: custo elevado, tempo maior, desconforto nos voluntários, questões éticas. 42 Uma região do corpo (geralmente as costas) é exposta a uma série de feixes de luz UV. Cada feixe de luz incide por um determinado tempo. Vinte e quatro horas depois, a pele é examinada para verificar o eritema, a vermelhidão da queimadura. O tempo mínimo de exposição que produz eritema é observado (25 segundos, por exemplo). Outra seção das costas é tratada com uma quantidade precisa de protetor solar, e exposta a uma nova série de feixes por diferentes períodos de tempo. Vinte e quatro horas depois, os locais onde a luz incidiu são examinados e, novamente, o tempo mínimo que produz o eritema é anotado (200 segundos, por exemplo). • O FPS é a razão destes tempos: FPS = Tpp = 200s = 8 Tpd 25s • Isto significa que a pele leva oito vezes mais tempo para se queimar com o protetor solar do que sem ele. Se você normalmente se queima depois de uma hora de sol, você poderia, de acordo com este exemplo, ficar oito horas no sol usando esse protetor solar. 43 • Métodos In Vitro • Aceitos em alguns países como complemento ou triagem inicial. • ISO 24443:2021: método para determinação de UVA-PF (fator de proteção UVA). • Técnicas: Espectrofotometria de refletância/transmitância: O produto é espalhado em placas de PMMA (polimetilmetacrilato) que simulam a pele, e mede-se a absorção da radiação UV. Colocação em filmes padronizados: Avalia-se a transmissão da radiação UV por meio da amostra. Análise matemática (SPF Calculator): alguns métodos computacionais utilizam curvas espectrais dos filtros para estimar o FPS. Vantagem: mais rápido, ético, menor custo. Desvantagem: ainda não substitui totalmente o in vivo para registro oficial em muitos países. • Métodos In Silico • Modelos matemáticos e softwares que predizem FPS a partir da concentração dos filtros solares e seus coeficientes de absorção. • Usados como ferramenta de desenvolvimento e pré-formulação, mas não substituem testes regulamentares. O FDA reconhece o valor máximo de FPS 30 FPS PROTEÇÃO (%) 2 50 4 75 8 87 16 94 30 96 40 97 70 98 100 99 UVA Não existe uma única definição e um único critério para a avaliação do nível da proteção UVA mundialmente aceito. Vários parâmetros foram propostos por órgãos de vários países, sendo o PPD (Persistent Pigment Darkening) mais utilizado como uma medida do Fator de Proteção UVA. O método de PPD foi aceito pela Comunidade Europeia e pelo Japão e tem sido recomendado também pelo FDA. Critérios Propostos pelo Órgão FDA: • Foi proposto um sistema de avaliação de fácil identificação para os consumidores, baseado em uma escala de 4 estrelas. • Caso um produto não promova a proteção UVA, é proposto que essa informação seja escrita na embalagem do produto, como “sem proteção UVA”. Four star rating system Nível de proteção UVA * Baixa ** Média *** Alta **** Muito alta Portaria 2466 – Regulamento técnico MERCOSUL • DME: Dose mínima eritematosa: dose mínima de radiação ultravioleta requerida para produzir a primeira reação eritematosa perceptível, observadas entre 16 e 24 horas após a exposição a radiação UV. • DMP: Dose mínima Pigmentária: dose mínima de radiação UVA requerida para produzir um escurecimento persistente na pele, observado entre 2 e 4 horas após a exposição a radiação UVA. 49 Rótulos de fotoprotetores: • Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B. • Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias. • Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA, que tem alto poder de ocasionar alergias. 50 • Livre de óleo ou "oil free": filtros cujos veículos não contém substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas. • Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas. 51 Fator de Proteção solar: 52 Sol Pele Melanina Filtros solares Filtros solares Filtro Químico Filtro Orgânico Filtro Físico Filtro Inorgânico Filtros Solares Filtros orgânicos/ químicos Filtros físicos/ inorgânicos Absorvem energia luminosa e refletem em outra forma de energia Refletem a radiação Tipos de Filtros • Filtros Químicos (Orgânicos Sintéticos) • Moléculas orgânicas (baseadas em carbono) produzidas sinteticamente em laboratório. • Atuam absorvendo a radiação UV (UVB e/ou UVA) e convertendo-a em energia de menor intensidade (geralmente calor). • São chamados de químicos justamente por sofrerem reação fotoquímica quando expostos à radiação. • Exemplos • Avobenzona (Butyl Methoxydibenzoylmethane) – absorve UVA. • Octocrileno – estabiliza outros filtros e cobre parte do UVB. • Octinoxato (Ethylhexyl Methoxycinnamate) – UVB. • Homosalato, Oxybenzone, Ensulizole, Tinosorb S e M (estes últimos de última geração, considerados mais fotoestáveis). Vantagens • Cosmética agradável (textura leve, transparente, sem esbranquiçar a pele). • Alta eficácia com pequenas concentrações. • Podem ser combinados para cobrir amplo espectro UVA+UVB. Limitações • Menor estabilidade fotoquímica (alguns degradam com a luz, como a avobenzona, que precisa ser estabilizada). • Podemcausar irritação ou sensibilização em peles reativas. • Há discussões sobre impacto ambiental (ex. oxybenzone em recifes de corais Químicos ou orgânicos sintéticos: 59 Ácido p-aminobenzóico e derivados Derivados do ácido cinâmico (cinamatos) Derivados do ácido salicílico (salicilatos) Derivados da cânfora Octocrileno Ácido fenilbenzimidazol, Antranilatos, Dibenzoilmetanos Benzofenonas (Consulta Pública da União Européia de Março de 2009 Define Novas Regras para a Utilização de Benzofenona-3 em Produtos Cosméticos). Benzophenone-3, ingrediente que acelera a velocidade de multiplicação das células (o que é muito grave no caso de neoplasias) e entra na circulação sanguínea. Mecanismo de Ação Filtros Orgânicos Sintéticos: Absorvem a radiação UV (energia) Retornam ao estado fundamental Liberam energia na forma diferente da incidente 1 2 3 61 Nos filtros solares, um anel aromático, geralmente o ácido paramino-benzóico, que possui um anel benzênico, é capaz de absorver a energia da radiação ultravioleta que incide em nossos corpos durante os banhos de sol. Dióxido de titânio (TiO2) mais eficaz em UVB Óxido de zinco (ZnO): cobre UVA e UVB, sendo considerado o filtro mineral de amplo espectro. Filtros Minerais (Físicos/Inorgânicos) Compostos inorgânicos, geralmente na forma de pó mineral micronizado ou nanoparticulado. Diferente dos químicos, eles não sofrem reação fotoquímica. Atuam principalmente por reflexão, dispersão e difusão da radiação UV, mas também absorvem uma parte dela. Mecanismo de Ação Filtros inorgânicos (físicos): Partículas sólidas espalhar, refletir ou absorver radiações (UV, visível e/ou IV) Óxido de zinco (ZnO) e dióxido de titânio (TiO2) mais amplamente utilizados 64 Diferença entre Bloqueador, Protetor e Bronzeador conforme a Legislação Brasileira As preparações de baixa proteção são chamadas também de bronzeadores. Os bronzeadores não apresentam em sua composição filtros de raios UVA, apenas UVB e, portanto, o FPS obtido é muito baixo. Os protetores solares de alta proteção são associações de filtros UVB com filtros UVA e/ou filtros físicos cujo índice de proteção fica na faixa de 15 - 30. O termo bloqueador solar foi proibido pela legislação americana, já que não é possível um bloqueio de 100% da radiação solar. Bronzeador sem sol: 67 O escurecimento da pele é independente da melanogênese, e resulta da combinação da DHA (hidroxi – acetona) com os ácidos aminados da pele, e com o aparecimento de compostos chamados melanoidinas. Além dos géis, loções ou sprays que contêm DHA serem os mais confiáveis e utilizados, existem diversos outros produtos no mercado. Aceleradores de bronzeamento - loções ou pílulas que normalmente contêm o aminoácido tirosina - prometem estimular e aumentar a formação de melanina, acelerando o processo de bronzeamento. Filtros contra indicados: 68 Dentre os produtos testados, o 4-MBC (4- Metilbenzilideno Cânfora) foi o mais apontado como um agente que, quando aplicado topicamente, apresenta grande potencial de risco para o ser humano. Segundo estudos realizados nesse período, o 4- MBC apresenta evidências de bioacumulação ambiental, ou seja, acumula-se em peixes, em ratos, em culturas de células humanas e em seres humanos, podendo exercer ação hormonal nesses modelos • Os estudos da toxicidade dos filtros solares orgânicos se iniciaram em 2001, a partir da constatação da bioacumulação ambiental desses produtos, especialmente em peixes. A partir daí, iniciou-se uma verdadeira corrida com uma série de pesquisas em ratos e em seres humanos, a fim de se determinar a segurança, o potencial de bioacumulação e as interações hormonais desses compostos, principalmente a sua ação estrogênica. 70 • O pior é que há vários outros ingredientes comumente usados em protetores solar que podem causar vários outros danos à saúde. • 1. benzophenone-3 (Bp-3) e 4 • 2. homosalate (HMS) • 3. 4-methyl-benzylidene camphor (4-MBC) • 4. octyl-methoxycinnamate (OMC) • 5. octyl-dimethyl-PABA (OD-PABA) 71 72 UM ESTUDO FEITO PELO INSTITUTE OF PHARMACOLOGY AND TOXICOLOGY NA UNIVERSIDADE DE ZURICH, NA SUÍÇA, CONCLUIU QUE OS INGREDIENTES ANTERIORES SÃO ESTROGÊNICOS E DEVEM SER EVITADOS. MAIS RECENTEMENTE O ENVIRONMENTAL WORKING GROUP, UMA ENTIDADE DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR E MEIO AMBIENTE DOS EUA, ALERTOU QUE OS PROTETORES CONTENDO OXYBENZONE, RETINYL PALMITATE (UM TIPO DE VITAMINA A) E QUE TIVESSEM FATOR ACIMA DE 50 DEVEM SER EVITADOS, POR SEREM CONSIDERADOS TÓXICOS. 73 De acordo com o Environmental Working Group, estes são alguns dos piores bloqueadores solar no mercado (as marcas são americanas, mas algumas são vendidas no Brasil. Marcas brasileiras não fizeram parte desta avaliação): Neutrogena Fresh Cooling Body Mist Sunblock, FPS 70 Aveeno Continuous Protection Sunblock Spray Active, FPS 70 Banana Boat Sport Performance Active MAX Protect Continuous Spray Sunscreen, FPS 110 Coppertone Sport Clear Continuous Spray Sunscreen, FPS 90 9 opções de filtros solares para tornar o seu fotoprotetor excepcional: Conheça algumas opções de filtros solares de alta performance que vão tornar o seu fotoprotetor sinônimo de proteção e sofisticação Hoje sabemos que para uma melhor eficácia fotoprotetora, o protetor solar deve apresentar em sua composição filtros ultravioleta com espectro de absorção na faixa da radiação UVA e UVB (ou seja, deve ser de amplo espectro de ação), ser fotoestável e ainda ser capaz de distribuir seus ingredientes de forma regular em toda a superfície cutânea. Como a radiação ultravioleta pode provocar diversos efeitos maléficos na pele, os benefícios do uso de fotoprotetores de amplo espectro vão desde a prevenção de queimaduras solares, desordens de pigmentação (manchas) e do envelhecimento da pele até contra o desenvolvimento de ceratoses actínicas e do carcinoma espinocelular. • Filtros UVA e UVB • Os protetores solares contêm filtros (filtros UV) que são moléculas ou complexos moleculares que podem absorver, refletir ou dispersar a radiação UV, ou seja, apresentam a capacidade de interagir com a radiação incidente por meio reflexão, dispersão ou absorção. • Geralmente classificamos os filtros UV em orgânicos e inorgânicos, sendo filtros de efeito químico (filtros químicos) e filtros de efeito físico (filtros físicos), respectivamente. Porém, os processos de absorção e reflexão de radiação são considerados fenômenos físicos desde que não haja uma reação química. Assim, uma molécula absorvedora de radiação UV não necessariamente deve ser chamada de filtro químico. • Geralmente, os compostos orgânicos protegem a pele pela absorção da radiação e os inorgânicos, pela reflexão da radiação. Mas existem no mercado, atualmente, filtros orgânicos que além de absorver, refletem a radiação UV, como o Tinosorb® M. • Tinosorb® M • O Tinosorb® M (INCI Name: Methylene Bis-Benzotriazolyl Tetramethylbutyl-phenol) é um filtro orgânico que proporciona proteção UVA e UVB fotoestável. O MBBT (Tinossob® M), mesmo sendo orgânico, apresenta a capacidade de reflexão e dispersão da radiação, além da capacidade de absorção das radiações UV, comportando-se, desta forma, como um filtro também de efeito físico. • Por isso ele é uma excelente opção de filtro para você ter em seu laboratório. Além disso ele é disperso em água e pode ser incorporado à fase aquosa das formulações, ou mesmo ao final da manipulação pois não precisa de aquecimento. • Porém, como ele está em dispersão com cerca de 50% é preciso aplicar fator de correção, corrigindo conforme certificado de análise. • Tinosorb® S • O Tinosorb® S (INCI Name: Bis-Ethylhexyloxyphenol Methoxyphenyl Triazine) confere proteção UVA e UVB fotoestável, mas deve ser adicionado à fase oleosa. O BEMT (Tinosorb® S) e uma opção interessante por sua eficiência tanto no UVB como no UVA, fotoestabilidadee como estabilizador de associações com avobenzona. Ele precisa ser disperso em um glicol ou éster emoliente antes de sua incorporação na fase oleosa, pois é insolúvel em água. Tanto o Tinosorb® S quanto o Tinosorb® M, segundo testes in vitro, não apresentam potencial estrogênico, antiestrogênico, androgênico ou antiandrogênico. • Uvinul® T 150 • Seu INCI Name é Ethylhexyl Triazone. É um filtro orgânico UVB derivado de triazina conhecido como octil triazona. Ele é usado para conferir proteção UVB, conforme mostra seu espectro de absorção. A octil triazona confere proteção UVB em baixas concentrações (concentrações até 3% são recomendadas) além de possuir alta fotoestabilidade. É geralmente adicionado na fase oleosa das formulações sendo solúvel em óleos polares, mas óleos apolares, como a parafina líquida, não é adequada para sua solubilização. Sua natureza polar também proporciona uma boa afinidade pela queratina da pele, de modo que as formulações em que é usado são particularmente resistentes à água. Esta propriedade é ainda reforçada pela sua insolubilidade total em água. • Um estudo de 2008 avaliou in vitro a permeação e a distribuição cutânea de dois filtros UV, OMC e Uvinul®T-150, usando uma epiderme reconstituída (RE) e pele de rato (RS). Os resultados mostraram que não houve permeação do Uvinul®T-150 através da RS e da RE. Uvinul A Plus® • Seu INCI Name é Diethylamino Hydroxybenzoyl Hexyl Benzoate. É um filtro orgânico UVA fotoestável, que cobre os comprimentos de onda UVA-I do espectro do UVA. Esse filtro possui uma boa solubilidade em óleos e é compatível com outros ingredientes, por exemplo, TiO2 e ZnO. Ele possui elevado ponto de fusão (54 °C) e deve ser fundido a 70 °C antes de sua utilização. Filtros inorgânicos • Os filtros solares inorgânicos são representados por dois óxidos, ZnO e TiO2 (óxido de zinco e dióxido de titânio). Estes filtros solares são considerados os mais seguros para fotoproteção, pois apresentam baixo potencial de irritação e ausência de permeação, sendo recomendados no preparo de fotoprotetores para uso infantil e pessoas com peles sensíveis. Estes dois óxidos metálicos são materiais semicondutores, e os mecanismos de absorção e de desativação envolvem transições entre bandas de valência e de condução do sólido. Dióxido de titânio e óxido de zinco apresentam características semelhantes e exercem proteção frente à radiação UVA. Ambos não apresentam relevantes propriedades irritantes à pele e potencial de sensibilização. Além disso não possuem penetração cutânea significativa. Um estudo publicado em 2009 demonstrou que o TiO2 e o ZnO não apresentam absorção percutânea. Porém, quando incorporados às formulações de filtros solares, o ZnO e TiO2 ficam suspensos, e o tamanho das partículas do óxido interfere na eficácia do protetor solar e também na aparência cosmética do produto, sendo que nessas formulações ocorre uma tendência em formar uma película branca sobre a pele, que pode ser esteticamente desagradável. • Uma inovação recente na tecnologia de filtros inorgânicos criou versões micro- particuladas destes óxidos. As partículas são reduzidas, durante o processo de obtenção, a dimensões tais que não absorvam nem espalhem radiação visível, mas absorvam e espalhem a radiação UV, e dessa forma não deixam película perceptível sobre a pele. Exemplos são o Zano® 10 Plus e o • T-Lite SF-S. • Zano® 10 Plus • O Zano® 10 Plus (INCI Name: Zinc Oxide (and) Triethoxycaprylylsilane), é formado por óxido de zinco disperso em silicone, o que melhora a sua incorporação nas formulações. Além disso, possui relativa estabilidade, não reage com filtros orgânicos e é seguro clinicamente (atóxico). A sua combinação com filtros UV orgânicos permite a formulação de fotoprotetores de amplo espectro muito eficazes. Em comparação com o dióxido de titânio, o óxido de zinco fornece proteção UVA adicional (cobre de 290 a 380 nm). • Z-COTE® HP 1 • Com o mesmo INCI Name (Zinc Oxide (and) Triethoxycaprylylsilane) existe também no mercado o Z-COTE® HP 1, cujo espectro de absorção encontra-se abaixo: • O Z-COTE® HP 1 consiste de aproximadamente 98% de óxido de zinco micronizado e aproximadamente 2% de material de revestimento hidrofóbico (derivado de silicone) e pode ser disperso na fase oleosa da formulação. • Podemos citar também o Z-COTE® MAX (INCI Name: Zinc Oxide (and) Dimethoxydiphenylsilane/Triethoxycaprylylsilane Crosspolymer), um óxido de zinco microfino que consiste de aproximadamente 96-99% de óxido de zinco micronizado e 1-4% de revestimento hidrofóbico polar (derivado de silicone), sendo que sua maior vantagem em relação aos demais óxidos de zinco é a sua melhor compatibilidade com espessantes à base de acrilato, como os carbômeros por exemplo. • T-Lite SF-S • O T-Lite SF-S (INCI Name: Titanium Dioxide (and) Hydrated Silica (and) Aluminum Hydroxide (and) Dimethicone/Methicone copolymer) é um dióxido de titânio microfino, com apelo de proteção de amplo espectro e transparência em formulações. Fornece ampla proteção UVA e UVB, cobrindo os espectros longo UVA I e curto UVA II. Possui excelente transparência e alta proteção FPS em concentrações acima de 8%. É fácil de dispersar, fotoestável (não catalítico) e compatível com estearatos, além de poder ser usado em temperaturas elevadas (80-100 °C) e alto cisalhamento. Filtros poliméricos PARSOL® SLX • O PARSOL® SLX (INCI Name: Polysilicone 15) é um filtro solar absorvedor de UV baseado em silicone. PARSOL® SLX é o primeiro filtro UVB polimérico que consiste de cromóforos ligados a uma estrutura principal de silicone. É solúvel em solventes orgânicos de polaridade média e insolúvel em água. Ele é considerado um substituto para o Ethylhexyl Methoxycinnamate, pois estabiliza a avobenzona, pode ser usado em produtos capilares e ajuda na melhora do sensorial das formulações. Seu uso é permitido até 10%, sendo geralmente recomendado de 1% a 5%. AVALIE O SEU FILTRO SOLAR • Identifique os ativos que o produto possui; • Identifique quais são os filtros que o produto possui; • Identifique se o produto possui filtros proibidos ou indevidos; • Identifique se há a identificação do FPS e do PDD; • Há alguma outra consideração a ser feita em relação ao rótulo do produto? EM DUPLAS OU TRIOS Slide 1 Slide 2: Primeiros filtros solares Slide 3: Radiação solar Slide 4: Raios solares: Slide 5: Radiação solar Slide 6 Slide 7: Penetração dos raios na pele: Slide 8: Penetração dos raios na pele: Slide 9: Há duas substâncias com capacidade de proteção contra IV: Slide 10: Há duas substâncias com essa capacidade Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16: Câncer de pele Slide 17 Slide 18: Câncer de pele Slide 19 Slide 20 Slide 21: CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25: Melanoma: Slide 26 Slide 27 Slide 28: Como identificar um melanoma: Slide 29 Slide 30 Slide 31: Bronzeamento artificial: Slide 32: Bronzeamento artificial: Slide 33: Bronzeamento artificial: Slide 34: Bronzeamento artificial: Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46: O FDA reconhece o valor máximo de FPS 30 Slide 47 Slide 48: Critérios Propostos pelo Órgão FDA: Slide 49: Portaria 2466 – Regulamento técnico MERCOSUL Slide 50: Rótulos de fotoprotetores: Slide 51 Slide 52: Fator de Proteção solar: Slide 53 Slide 54: Filtros solares Slide 55 Slide 56: Tipos de Filtros Slide 57 Slide 58 Slide 59: Químicos ou orgânicos sintéticos: Slide 60: Mecanismo de Ação Filtros Orgânicos Sintéticos: Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64: Mecanismo de Ação Filtros inorgânicos (físicos): Slide 65: Diferença entre Bloqueador, Protetor e Bronzeador conforme a Legislação Brasileira Slide 66 Slide 67: Bronzeador sem sol: Slide 68: Filtros contra indicados: Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74: 9 opções de filtros solares para tornar o seu fotoprotetorexcepcional: Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97: AVALIE O SEU FILTRO SOLAR