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A Igreja em Jerusalém E BÍBLICO, É REAL, É PARA VOCÊ AÇÕES Bíblicas Aluno I 3o Trimestre de 2025 Comentarista: José Gonçalves SUMARIO A Igreja em Jerusalém Doutrina, Com unhão e Fé: a Base para o Crescim ento da Igreja em meio às Perseguições Lição 1 - A Igreja que Nasceu no Pentecostes 3 Lição 2 - A Igreja de Jerusalém: Um Modelo a Ser Seguido 8 Lição 3 - Uma Igreja Fiel à Pregação do Evangelho 13 Lição 4 - Uma Igreja Cheia do Espírito Santo 17 Lição 5 - Uma Igreja Cheia de Amor 22 Lição 6 - Uma Igreja não Conivente com a Mentira 26 Lição 7 - Uma Igreja que não Teme a Perseguição 31 Lição 8 - Uma Igreja que Enfrenta os seus Problemas 36 Lição 9 - Uma Igreja que se Arrisca 41 Lição 10 - A Expansão da Igreja 46 Lição 11 - Uma Igreja Hebreia na Casa de um Estrangeiro 50 Lição 1 2 - O Caráter Missionário da Igreja de Jerusalém 55 Lição 13 - Assembléia de Jerusalém 60 CB©> Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Fernandes Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Editor Marcelo Oliveira Revisora Verônica Araújo Projeto Gráfico Leonardo Engel | Marlon Soares Diagramação e Capa Leonardo Engel Av. Brasil, 34.401 - Bangu Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 Tel.: (21) 2406-7373 w w w .c p a d .c o m .b r -IÇÕES Bíb l ic a s Prezado(a) aluno(a), Neste trimestre, nosso propósito é es tudar a Igreja Primitiva em Jerusalém conforme a história narrada nos Atos dos Apóstolos. Investigaremos a formação da Igreja, sua maneira de ser, viver e propagar o Evangelho. A atuação do Espírito Santo na igreja de Jerusalém será o tema central em nosso estudo, assim como sua interação com as di versas formas de vivenciar o Evangelho. Examinaremos o testemunho, a prega ção, o amor prático, as perseguições, as relações com outras culturas, o conci lio de Jerusalém e os desafios étnicos enfrentados pela Igreja Inicial. Nosso objetivo é apresentar esses temas de forma objetiva, clara e acessível a todos, permitindo uma compreensão profunda e edificante da Igreja em sua fase inicial. Que o Espírito Santo nos guie neste estudo, revelando a riqueza e a rele vância do Cristianismo Primitivo para a nossa fé hoje! Deus te abençoe! José Wellington Bezerra da Costa Presidente do Conselho Administrativo Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor Executivo http://www.cpad.com.br LIÇAO 1 6 de Julho de 2025 A IGREJA QUE NASCEU NO PENTECOSTES ; \ TEXTO ÁUREO “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme 0 Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4) V_________ __________ / VERDADE PRÁTICA A Igreja nasce no Pentecostes capacitada pelo Espírito para cumprir sua missão. ______________________________ ) LEITURA DIÁRIA Segunda - At 2.1-3 A manifestação divina e os sinais do Pentecostes Terça - At 2.4 O derramamento do Espírito Quarta - At 2.11; 10.46 Louvor e adoração Quinta - At 2.20 A esperança futura Sexta - At 1.5 Uma experiência específica e definida Sábado - Ef 5.18 Uma experiência contínua JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 L I Ç Õ E S B Í B L I C A S • A L U N O 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 2.1-14 1- Cumprindo-se 0 dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2- e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3- E foram vistas por eles línguas reparti das, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4- E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme 0 Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5- E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. 6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7- E todos pasmavam e se maravilha vam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? 8 - Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? 9 - Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, 10- e Frigia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), 11- e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. 12- E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? 13- E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. 14- Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jeru salém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A Igreja nasceu no dia de Pentecostes. Esse evento marcou o início de uma nova era: a era da Igreja. O Pentecostes era uma das festas mais importantes dos judeus e acontecia cinquenta dias depois da Páscoa. Foi nesse dia especial que Deus derramou o Espírito Santo sobre todos os discípulos, batizando-os. O derrama mento do Espírito no Pentecostes marca o início da Igreja como uma comunidade de profetas, como foi profetizado por Joel (Jl 2.28). No livro de Atos, Lucas ensina que esse acontecimento tinha um significado especial para o fim dos tempos, pois já havia sido anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Além disso, o Pen tecostes foi uma prova clara de que Jesus havia ressuscitado. O propósito desse derramamento do Espírito Santo foi dar poder à Igreja para testemunhar de Cristo ao mundo e levá-la à verdadeira adoração. Isso é o que veremos nesta lição. I - A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO 1. De natureza divina. Lucas relata que, por ocasião do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, foi ouvido do céu “ um som, como de um vento 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 veem ente e im petuoso” que “ encheu toda a casa em que estavam assenta dos” (At 2.2) e que “ foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo” (At 2.3). Os estudiosos da Bíblia explicam que esses sinais são manifes tações da presença de Deus, chamadas de “ teofanias”. Isso significa que Deus se revelou de maneira visível e audível, assim como fez no Monte Sinai, quan do entregou a Lei a M oisés. Naquela ocasião, houve trovões, relâmpagos e um som forte, e o povo ouviu a voz de Deus e viu um grande fogo (Êx 19.16). Moisés depois lembrou ao povo desse momento, dizendo: “ desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36). 2. Um evento p aralelo ao Sinai. Assim como no Sinai, onde a presença de Deus se tornou real, como uma das experiências mais marcantes na h is tória do antigo povo de Deus, de uma forma muito mais gloriosa e profunda, o Pentecostes marcou o Encontro do Espírito de Deus com a Igreja. Pen tecostes, portanto, é a experiência do Espírito Santo. Lá no Sinai, a letra da Lei foi escrita em tábuas de pedras (Dt 9.10,11); aqui, no Pentecostes, a Palavra de Deus foi escrita nos corações (Jr 31.33; 2 Co 3.3)! 3. Centrada em Cristo e nos tem pos finais. Na sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro deixou claro que esse evento estava totalmente ligado a Jesus. Ele mostrou que 0 derramamento do Espírito Santo estava diretamenteestabelece princípios para quem deseja segui-lo. Por isso, muitas vezes, é visto como antiquado, preconceituoso e in- desejado. A perseguição pode mudar conforme 0 tempo e 0 lugar, mas seu objetivo continua 0 mesmo: silenciar a voz da Igreja. I I - A IG REJA PRO TEG IDA 1. Um anjo de Deus. Lucas destaca que em meio à perseguição, Deus provê livramento para os apóstolos (At 5.19). A igreja não era apenas perseguida, mas também protegida! Aqui a igreja contou com a presença de anjos, seres de natureza totalm ente sobrenatural. Não é incomum a presença de anjos no Livro de Atos. Eles estiveram presen tes na libertação de Pedro da prisão (At 12.7); com Filipe em sua m issão evangelística (At 8.26); em missão na casa do centurião rom ano, Cornélio (At 10.3) e com 0 apóstolo Paulo em alto-m ar (At 27.23,24). A Bíblia diz que eles estão a serviço daqueles que vão herdar a salvação (Hb 1.14). 2. A intercessão da Igreja. Atos 12.5 diz que a Igreja “ fazia contínua oração” por Pedro. O mesmo texto bíblico que mostra um anjo no cenário da libertação de Pedro também revela a Igreja como um agente ativo nessa libertação. Não teria sentido Lucas destacar o papel da Igreja intercedendo por Pedro se isso não tivesse nenhuma relevância. É evidente que Deus é soberano e age como quer e quando quer. A morte de Tiago, irmão de João, é mencionada anteriormente e não temos uma explicação no texto bíblico do porquê Tiago não foi libertado (At 12.2). Contudo, esse evento certamente causou um impacto na Igreja, levando-a a orar ainda mais fervorosamente por Pedro. Deus respondeu à oração da igreja e libertou Pedro. 3. O valor da oração. Essa passagem bíblica, assim como m uitas outras, mostra 0 grande valor da oração. En quanto os cristãos oravam, 0 lugar em que estavam tremeu (At 4.31); quando Paulo orava, teve uma visão com Ananias de Damasco orando pela cura dele (At 9.11,12); enquanto Cornélio orava, um anjo se apresentou a ele (At 10.3) e os apóstolos oravam para que os cristãos fossem batizados no Espírito Santo (At 8.15). Não podemos subestimar o poder da oração. A conhecida frase “ muita oração, muito poder; pouca oração pouco poder” ainda continua atual. I I I - A IG REJA D ESTEM ID A 1. Testemunho com poder. Tão logo foram libertos, os apóstolos começaram a testem unhar de sua fé (At 5.25). De nenhuma forma se sentiram intimida dos. Estavam capacitados pelo poder do alto. Não é por acaso que 0 livro de Atos já foi denominado por antigos escritores 3 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 de os “Atos do Espírito Santo”. Vemos o Espírito Santo operando por todo o livro, mesmo quando o seu nome não é mencionado. Ele é a fonte de poder da Igreja. Sem o Espírito Santo a Igre ja perde o seu testem unho e se torna inoperante. 2. Convictos de sua fé. Lucas regis tra a ousadia do testemunho de Pedro (At 5.29). Nesse texto temos uma clara defesa dos valores cristãos. Ele mostra que a Igreja Prim itiva não negociava sua fé, mesmo que isso lhe custasse caro. A m esm a referência tam bém é m uitas vezes usada para justificar a desobediência cível por parte da igreja em relação ao Estado quando este age contrariamente aos princípios adotados por aquela. De fato, isso está em foco. Contudo, não se trata de uma mera desobediência civil ou rebeldia, mas de uma defesa consciente daquilo que a igreja crê como fazendo parte da sua natureza e essência e que, por conta disso, não pode, de forma alguma, ser negociado. CONCLUSÃO Vimos como uma igreja capacitada pelo Espírito enfrenta perseguições. O cristão, portanto, não deve se assustar com elas. No contexto do Cristianismo Bíblico essa é a regra, não a exceção. N inguém gosta de ser p ersegu ido; contudo, as Escrituras nos previnem a respeito da realidade da perseguição na jornada cristã (Jo 16.33). Isso não significa que 0 sofrimento deve ser um alvo a ser alcançado, mas que devemos estar conscientes de que não podemos evitá-lo. Portanto, 0 nosso foco deve estar em Deus, pois Ele é quem pode nos guardar e capacitar no meio do sofrimento. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Quais eram os três grupos que faziam oposição à Igreja? 2. Em quais esferas a igreja sofria perseguição? 3. O que não é incom um no Livro de Atos? 4. Cite três eventos com o resultado de oração conform e dem onstrados na lição. 5. O que Atos 5.29 m ostra em relação à Prim eira Igreja? JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 5 LIÇÃO 8 24 de Agosto de 2025 UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS A r TEXTO ÁUREO “ E s c o l h e i , p o i s , i r m ã o s , VERDADE PRÁTICA d e n t r e v ó s , s e t e v a r õ e s d e b o a U m a ig r e j a c h e i a d a s a b e d o r i a r e p u t a ç ã o , c h e i o s d o E s p í r i t o d o E s p í r i t o a g e s a b i a m e n t e S a n t o e d e s a b e d o r i a , a o s p a r a r e s o l v e r c o n f l i t o s d e q u a i s c o n s t i t u a m o s s o b r e e s t e r e l a c i o n a m e n t o s . i m p o r t a n t e n e g ó c i o . " ( A t 6 .3 ) LEITURA DIÁRIA Segunda - At 6.1,2 Quinta - 2 Tm 2.24 Identificando a natureza dos Gentileza, paciência e habilidades conflitos para evitar os conflitos Terça - 1 Co 6.5 Sexta - G1 5.13 Resolvendo conflitos na esfera da Servindo uns aos outros para igreja prevenir os conflitos Quarta - Mt 5.9 Sábado - Pv 13.10 Pacificando todos os tipos de 0 valor de sábios conselhos na conflitos L ____________________________ resolução de conflitos ______________________________Â 3 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 6.1-7 1- Ora, naqueles dias, crescendo 0 número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais consti tuamos sobre este importante negócio. 4- Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5- £ este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito deAntioquia; 6 - e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7- £ crescia a palavra de Deus, e em Jeru salém se multiplicava muito 0 número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia àfé. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, exploraremos a diaco- nia bíblica, um ministério essencial de serviço na igreja, que nos ensina sobre 0 serviço ao próximo. A Bíblia nos mostra que a Igreja, mesmo em seus primórdios, enfrentava desafios, mas a busca por soluções em Deus era fundamental. A criação do ministério dos diáconos não foi para estabelecer uma hierarquia, mas para organizar 0 serviço social na Igreja, mostrando que todos os líderes são chamados a servir. O que realmente importa no Reino de Deus é a disposição em servir, independentemente do cargo ou tarefa, pois o serviço é a essência do trabalho na igreja. I - A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS 1. Conflito de natureza cultural. Lucas cita um conflito entre os “gregos” e “hebreus” (At 6.1a). A referência neste texto aos “gregos” está relacionada aos judeus helenistas, isto é, que haviam emi grado para outros países e que, por conta disso, falavam somente a língua grega. Por outro lado, 0 termo “ hebreus” era uma referência aos judeus de Jerusalém que se comunicavam principalmente em hebraico (aramaico). Havia, portanto, uma barreira de natureza cultural por conta da língua. Essa barreira cultural trouxe um conflito de relacionamento entre os crentes da primeira igreja. Isso fez com que os apóstolos, logo após tomarem conhecimentodo problema, buscassem uma solução. Eles não podiam deixar a igreja de Jerusalém se desintegrar por conta de barreira de natureza cultural. A unidade da igreja não pode ser ameaçada por conflito de qualquer natureza. 2. Conflito de natureza social. Lucas explica que em razão daquela diferença cultural, “as suas viúvas eram despre zadas no ministério cotidiano” (At 6.1b). JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 3 7 Aqui fica evidente a natureza social do problema - as viúvas de fala grega estavam sendo negligenciadas na dis tribuição diária. O conflito se instalou e precisava de solução. Fica em evidência que a igreja não é só um organismo, ela também é uma organização. Ela tem sua esfera espiritual, mas também social. Era, portanto, essa parte social que estava em desequilíbrio e precisava de cuidados. 3. Qual é a prioridade? É muito co mum a ideia de que 0 cristão deve cuidar apenas da esfera espiritual e negligenciar a social. Cria-se dessa forma um enten dimento nada bíblico de que a primeira deve ser privilegiada e a segunda, ne gligenciada. Assim, por exemplo, um evento musical recebe grande atenção porquanto mexe com as emoções, en quanto um trabalho social numa igreja local carente conta com poucas adesões. N egligenciar os m ais necessitados é um dos pecados denunciados tanto no Antigo Testamento (Is 58.6) quanto no Novo Testam ento (Mt 25.35-38). Não podemos ignorar a situação social dos menos favorecidos e pensar que, dessa forma, estam os adorando a Deus em espírito e em verdade. II - A DELEGAÇÃO DE TAREFAS l. O ministério da oração e da Pa lavra. Diante do conflito, os apóstolos perceberam que a parte da comunidade que estava sendo negligenciada precisa va de cuidados. Contudo, eles também perceberam que não poderiam resolver um problem a criando outro. Cuidar dos mais necessitados era uma missão urgente da igreja, mas os ministérios da oração e pregação da Palavra de Deus também 0 eram (At 6.4). Tanto a parte social como a devocional e evangelística fazem parte de uma única missão da VI A unidade da igreja não pode ser ameaçada por conflito de qualquer natureza.” Igreja. Poderiamos dizer que são os dois lados de uma mesma moeda. Cuidar dos necessitados é importante, igualmente importante é a oração e a evangelização. 2. Não há conflito entre tarefas. Não podemos ler Atos 6 como se 0 ministério da oração e da pregação estivessem em oposição com o m inistério de serviço social. Não há essa contradição, onde um é considerado m ais espiritual e o outro menos. Tudo faz parte de uma única m issão da Igreja. Assim , se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela falha em sua missão. Da mesma forma, se a igreja se torna apenas um centro social, negligenciando a oração e a pregação, ela perde a sua essência, deixa de ser Igreja de Cristo e, por isso, também falha em sua missão. 3. A Diaconia. O parecer dos após tolos foi que eles constituíssem pessoas habilitadas sobre 0 que eles denom i naram de “ este im portante negócio” (At 6.3). É, portanto, uma referência ao “ serviço” ou “ diaconia”, identificado no versículo 3 como “ servir” as mesas (At 6.3). A palavra “ d iaconia” tem a ver m ais com a função do que com a form a. Assim , em Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do que 0 cargo ou ofício ocupado por eles. O contexto 3 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 IV Tudo faz parte de uma única m issão da Igreja. Assim , se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela falha em sua m issão.” favorece esse entendimento. Contudo, essa narrativa bíblica fundam enta a instituição do diaconato cristão. Ou- trossim, devemos enfatizar aqui que a diaconia era vista pelos apóstolos como um “ importante” negócio, ou seja, algo necessário à igreja. Esse entendimento apostólico contradiz o que muitos pen sam atualmente a respeito do serviço da diaconia. Infelizm ente, há os que enxergam um diácono como um obreiro de classe inferior. Mas no contexto bí blico, a diaconia é um serviço especial onde somente pessoas especiais, isto é, com as qualificações bíblicas exigidas, podem trabalhar. I I I - SEGUINDO OS PRIN CÍPIO S CRISTÃO S 1. Privilegiando o caráter. Nas exi gências das qualificações exigidas para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase: “ Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este impor tante n egócio” (At 6.3). Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”. A palavra “boa reputação” traduz o termo grego martyreo, que significa “ testem unha” ou “ m ártir” , quer dizer uma pessoa autêntica, honesta, correta e que não negocia valores para exercer a fuftção da diaconia. As vezes pensam os que essas exigências eram apenas para os dias bíblicos, o que evidentem ente é um equívoco. Se para aqueles que se dedicariam apenas em “ servir as m e sas”, isto é, os diáconos, era exigido “boa reputação”, então 0 que dizer dos pastores que cuidam de todo 0 rebanho? 2. Exercitando os dons. Essas pessoas, encarregadas da diaconia da igreja, além da exigência de boa reputação, deviam ser cheias do “Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3). Defender a boa ortodoxia, isto é, a doutrina correta, era importante, mas incom pleto. Era necessário que essas pessoas também fossem cheias do Espírito Santo e de sabedoria. É possível uma pessoa ser ortodoxa, eticamente irrepreensível, contudo, não ser que- brantada e nem possuir fervor espiritual. Da mesma forma, é possível uma pessoa exercitar os dons espirituais, contudo, não ter sabedoria nenhuma. Uma coisa não pode funcionar sem a outra. O ideal de Deus é que 0 cristão viva corretamente exercitando os dons espirituais com a sabedoria no exercício da diaconia. CONCLUSÃO Aprendemos nesta lição a importân cia do serviço cristão. A igreja “ espi ritual” é também social. Devemos nos dedicar tanto ao ministério da oração e pregação como também à assistência ao mais necessitados. A igreja que cuida da alma também deve cuidar do corpo. Deus não é glorificado na desgraça de ninguém . Se há um necessitado em nosso meio, e há, devemos considerar os princípios bíblicos ensinados nessa passagem das Escrituras para alcançá-lo. Assim , a igreja cresce como Igreja de Deus e 0 Senhor é glorificado. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 9 REVISANDO O CONTEÚDO l. Quais são as referências de “ grego s” e “ hebreus”? 2. Quais são as duas naturezas do conflito entre os judeus gregos e hebreus? 3. Há contradição entre as esferas espiritual e social? 4. Com 0 que a palavra “ diaconia” tem a ver? 5. O que recebeu ênfase pelas exigências e qualificações exigidas para 0 diaconato? LEITURAS PARA APROFUNDAR Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento A obra esclarece os significados de versículos do livro de Mateus a Apocalipse, segundo os usos e costumes dos tempos bíblicos. Cada capítulo apresenta uma avaliação da unidade de ensino de cada livro do Novo Testamento. Bíblia de Estudo Holman A Bíblia de Estudo Holman, com cerca de 15.000 notas de estudo, é projetada para que cada recurso esclarecedor esteja na mesma página, espalhado como o texto bíblico ao qual se refere. Você não esquecerá o que estava procurando, porque tudo o que é pertinente ao seu estudo está lá. M v: HISTÓRICO CULTURAL OO NOVO TESTAM EN TO ã» □ . □ 0 . BÍBLIA iv . i. ; l i O I . M A N W • ■ 1 n gfggÇ |fnas perseguições Quarta - At 6.10 contra a fé Capacitados com sabedoria para 0 Sábado - At 7.60 confronto k Morrendo e perdoando pela fé i TEXTO ÁUREO “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus.” (At 7.55) VERDADE PRATICA A igreja foi capacitada por Deus para enfrentar um mundo que é hostil à sua fé e valores. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 4 1 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 6.8-15; 7.54-60 Atos 6 8- E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre 0 povo. 9- £ levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. 10- E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. 11- Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe pro ferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. 12- E excitaram 0 povo, os anciãos e os escribas; e, investindo com ele, 0 arreba taram e 0 levaram ao conselho. 13- Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; 14- porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu. 15- Então, todos os que estavam assen tados no conselho, fixando os olhos nele, viram 0 seu rosto como 0 rosto de um anjo. Atos 7 54- E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. 55- Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à di reita de Deus, 56- e disse: Eis que vejo os céus abertos e 0 Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus. 57- Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unâ nimes contra ele. 58- E, expulsando-o da cidade, 0 apedreja vam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59- £ apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe 0 meu espírito. 60- E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Na lição de hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a vida de Estêvão, um dos sete escolhidos para a diaconia (At 6.1-7). Quando lemos esse texto do Livro de Atos, logo percebemos que estamos diante de uma pessoa extraordinária - de grande fé, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Um autêntico cristão deste mido! Estêvão é um modelo para todo cristão e, sem dúvida, serve de modelo para a Igreja do Senhor. Observamos que a perseguição a Estêvão e seu consequente martírio marcam um momento decisivo na história da igreja cristã - quando a igreja sai para fora dos muros de Jerusalém para alcançar 0 mundo. Estava tendo, portan to, cumprimento das palavras de Jesus de que a Igreja seria testemunha tanto em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra. Atos 8.1 marca 0 início daquilo que foi anunciado em Atos 1.8. 4 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 I - ESTÊVÃO E A IGREJA QUE TEM SUA FÉ CONTESTADA l. Aprendendo com Estevão. Com Estêvão, em Atos 6 e 7, aprendem os que a fé cristã sempre será questionada. Ele enfrentou oposição, e todo cristão também enfrentará. A fé será colocada à prova, sem espaço para indecisão. Além disso, Estêvão nos ensina que todo cristão deve saber defender sua fé. Explicar e sustentar as crenças cristãs é uma responsabilidade da Igreja, e cada crente precisa entender no que acredita e como responder a desafios. No entanto, em um mundo que muitas vezes se opõe ao cristianismo, não basta apenas defender a fé - é preciso estar preparado até mesmo para enfrentar perseguições. Estêvão é um exemplo de coragem, mostrando que tanto 0 cristão quanto a Igreja devem estar dispostos a permanecer firmes, mesmo que isso signifique perder a liberdade ou até a própria vida. vv Estêvão é um exemplo de coragem, mostrando que tanto o cristão quanto a Igreja devem estar dispostos a permanecer firmes, mesmo que isso signifique perder a liberdade ou até a própria vida.” 2. A fé sob ataque. Lucas nos conta que, em um momento do ministério de Estêvão, um grupo de judeus que vivia fora de Israel, chamado de judeus he- lenistas, se levantou contra ele. Esses judeus faziam parte da Diáspora, ou seja, AMPLIANDO O CONHECIMENTO “ESTÊVÃO SE DEFENDE PERANTE O SINÉDRIO. Estêvão está onde seu Mestre estava quando Ele foi condenado à morte. O Sinédrio se reuniu para condená-lo sob a semelhante acusação de blasfêmia. O Estêvão cheio do Espírito deve ter sabido que ele sofrerá o mesmo destino que seu Salvador. Com suas palavras diante do conselho, ele faz extraordinário discurso. Ele cita a história de Israel desde Abraão até Salomão, narrando os procedimentos de Deus para com seu povo. Ele escolhe do Antigo Tes tamento acontecimentos que confrontam seus ouvintes [...].” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo 0 Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento - Vol. 1, edita pela CPAD, p.66o. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 4 3 eram pessoas que tinham se espalhado por outras regiões, fora do território de Israel. Eles não concordaram com o que Estêvão estava ensinando e começaram a se opor ao seu trabalho (At 6.9). Esse levante aconteceu logo após Estêvão fazer “prodígios e grandes sinais entre 0 povo” (At 6.8). É interessante observar que o verbo grego usado aqui, anistemi, com o sentido de “ levantar” é o mesmo verbo usado por Marcos quando disse que houve testemunhas falsas que se levantaram para acusar Jesus (Mc 14.57). Anteriormente, Cristo já fora atacado no seu ministério terreno, agora 0 ciclo se repetia com seus seguidores. A fé cristã sempre será alvo e objeto de ataque. Se a igreja é verdadei ramente cristã, sempre haverá em algum lugar um levante. Neste episódio, 0 levante fora motivado por conta da inveja que os religiosos sentiram ao verem suas sinago gas esvaziadas por motivo das pessoas se renderem a um Evangelho de poder. Uma igreja bíblica sempre estará sob ataque e terá sua fé contestada. 3. A disputa com Estêvão. Uma outra palavra usada nesse texto merece nossa atenção. É 0 vocábulo “suzéteó” , traduzido aqui como “ disputavam “ E disputavam com Estêvão” (At 6.9). Os léxicos, ou di cionários de grego-português, observam que este termo era frequentemente usado no contexto de discussões religiosas ou filosóficas, onde diferentes pontos de vistas estavam sendo examinados ou desafiados. Era uma forma de debater idéias e impor aos outros sua forma de enxergar as coisas. Em outras palavras, os judeus helenistas não estavam sim plesmente “ discutindo” com Estêvão, isto é, batendo boca, mas procurando, a todo custo, sobrepor sua cosmovisão através de uma narrativa bem construída. 4. A falsa narrativa. A Igreja sem pre teve de lidar e combater as falsas narrativas. Nos dias de Jesus, Ele foi acusado de enganar 0 povo (Jo 7.12); quando Ele ressuscitou, criaram a nar rativa de que seu corpo h avia sido roubado pelos discípulos (Mt 28.13). O apóstolo Paulo foi acusado de pregar contra os decretos de César (At 17.7) e pelo fato de pregar a respeito de Jesus e da ressurreição, 0 acusaram de pregar “ deuses estranhos” (At 17.18). Hoje não é diferente. A igreja luta em várias frentes com falsas narrativas que a todo custo querem minar 0 seu testemunho e desacreditá-la. Você pode reconhecer algumas dessas narrativas? II - ESTÊVÃO E A IGREJA QUE DEFENDE SUA FÉ 1. Deus na h istó ria do seu povo. Estêvão é conhecido como o primeiro defensor da fé cristã e 0 primeiro mártir da Igreja. Ele faz uma defesa apaixonada da fé, usando a própria história do povo de Israel como base. No capítulo 7 do livro de Atos, encontramos seu discurso completo, no qual, guiadopelo Espírito Santo, ele não apenas mostra como Deus sempre agiu na história do seu povo, mas também revela 0 propósito principal dessa história: provar que Jesus é 0 Cristo. Durante sua fala, Estêvão menciona grandes nomes como Abraão, José e Moisés, destacando que todos eles viveram na esperança da vinda do Messias, que mesmo sendo tão esperado, acabou rejeitado. A defesa de Estêvão nos ensina que toda explicação e defesa da fé cristã - a chamada apo- logética - deve sempre ter um objetivo central: apontar para Jesus Cristo. 2. Corações endurecidos. Concluindo sua defesa da fé, Estêvão disse: “ Ho mens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais” (At 7.51). Mesmo diante 44 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 dos fatos apresentados por Estêvão em uma defesa suficientemente convincente, seus adversários preferiram ignorar. Na verdade, ninguém convence quem não quer ser convencido. Deus não força ninguém a crer, nem tampouco o con dena sem lhe dar, antes, oportunidade. O texto mostra que o Espírito Santo não tem espaço em corações endurecidos. III - ESTÊVÃO E O MARTÍRIO DA IGREJA 1. Contemplando a vitória da cruz. D iante de um grupo en furecido (At 7.54), Estêvão contemplou a glória de Deus: “ Eis que vejo os céus abertos e 0 Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (At 7-56). Uma igreja que contempla 0 Cristo glorificado não nega a sua fé, pois ela contempla a vitória da cruz. Assim como Estêvão, o apóstolo Paulo demonstrou estar pronto não somente para sofrer pelo nome de Jesus, mas morrer por Ele (At 21.13). Uma igreja que mantém seus olhos no Cristo glorificado não tem nada a temer. 2. Perdoando o agressor. A última declaração de Estêvão antes de sua morte é marcante e cheia de significado: “ E, pondo-se de joelhos, clamou com gran de voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (At 7.60). Aqui vemos um cristão que não teme a morte porque contempla a coroa da vida (Ap 2.10). Temos aqui a figura de uma igreja que, literalmente, se dá pelo perdido, que se sacrifica por ele. Esse deve ser 0 modelo a seguir. CONCLUSÃO Estevão, um dos sete escolhidos para 0 trabalho social da prim eira igreja, representa 0 modelo de uma igreja ver dadeiramente bíblica. Qualificado, cheio de fé e do Espírito Santo, não teme se posicionar diante de um mundo e de uma cultura contrários. Não teme 0 sofrimento e nem mesmo a morte na defesa daquilo que acredita e prega. É 0 modelo de uma igreja, que em vez de ficar no seu con forto, vai até as últimas consequências, arriscando-se pelo seu Senhor. REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que podemos aprender com Estêvão? 2. Quem foram os que se levantaram contra Estêvão? 3. Contra o quê a Igreja sempre teve que lidar e combater? 4. Como Estêvão fez um a defesa apaixonada da fé? 5. O que Estêvão pôde contem plar diante de um grupo enfurecido? JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 4 5 LIÇAO 10 7 de Setembro de 2025 / A EXPANSÃO DA IGREJA TEXTO ÁUREO “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.” (At 8.4,5) \ ______________________________ VERDADE PRÁTICA A igreja só crescerá quando ultrapassar seus próprios limites e levar a mensagem de Cristo para além de suas paredes. __________________________ ) LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 28.19 Respondendo ao “Ide” de Jesus Terça - Lc 4.18 A sublime missão de pregar 0 Evangelho Quarta - 1 Co 9.16 A necessidade de pregar 0 Evangelho Quinta - At 8.12 Proclamando as Boas-Novas do Reino de Deus Sexta - 1 Co 2.4 Pregando o Evangelho de poder Sábado - At 8.4 Pregando em todo lugar e para todas as pessoas 4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 8.1-8,12-15 1- E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos. 2- E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto. 3- E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. 4- Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. 5- E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. 6 - Eas multidões unanimemente presta vam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, 7- pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. 8 £ havia grande alegria naquela cidade. 12- Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. 13- £ creu até 0 próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. 14- Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria rece bera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, 15- os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem 0 Espírito Santo. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta semana, vamos estudar como a Igreja foi dispersa por causa de uma grande p erse gu içã o . Até en tão, os cristão s estavam con cen trados em Jerusalém e não tinham avançado na missão de espalhar 0 Evangelho. Mas tudo mudou quando Estêvão, um dos sete escolhidos para servir, foi morto por causa de sua fé. Na verdade, Jesus já havia predito em Atos 1.8 que os cristãos seriam espalhados pelo mundo para anunciar a sua mensagem. Muitas vezes, Deus usa circunstâncias para cumprir seus propósitos. Foi isso que aconteceu com a igreja em Jerusalém: mesmo sofrendo uma grande perda e tendo de sair da cidade, os cristãos não fugiram derrotados. Pelo contrário, JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 eles continuaram firm es, levando as Boas-Novas para outras pessoas. I - A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO 1. Embora perseguida, não fragmen tada. Por conta da perseguição que foi movida contra Estêvão, o evangelista enfatiza que os cristãos “ foram disper sos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos” (At 8.1). Os capítulos 4 e 5 de Atos registram a perseguição focada mais sobre os apóstolos, líderes da igreja. O fato de eles não terem se dispersado, como fizeram os demais crentes, não significa que eles também não foram perseguidos. Eles ficaram em Jerusalém porque a igreja, sob pressão LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 47 e perseguição, precisava deles. O que está em foco aqui é a intensidade que a p ersegu ição a tin giu , que daquele momento em diante alcançaria todos os crentes. Deve ser também destacado que, mesmo perseguida e dispersada, essa igreja não se desorganizou nem se fragmentou, mas continuou uma igreja forte e unida. 2. A igreja em luto. A narrativa de Lucas destaca que “ uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto” (At 8.2). A palavra kophetós, traduzida aqui como “pranto” significa também “choro”, “lamentação” e “ luto”. Lucas nos inform a que esse pranto foi feito por “ varões piedosos”. O texto não especifica quem eram eles. Alguns acreditam que fossem judeus que viviam em Jerusalém e cuja oposição aos cristãos não era tão intensa. O contexto favorece que eram cristãos compassivos que fizeram esse lamento antes também de fugirem ou serem dispersados. 3. M as não desesperada. O fato é que a igreja pranteou Estêvão, chorou por ele e lágrim as foram derramadas. Contudo, 0 texto não mostra uma igreja desesperada, desmotivada ou devorada pela tristeza . Um de seus m em bros queridos e ilustres havia sido morto, trazendo consequências para todos, mas isso não a calou nem tampouco a impediu de m anter-se entusiasmada para avançar no testemunho de Cristo. II - A IGREJA QUE EVANGELIZA 1. Evangelização centrada na Pa lavra. Em Atos 8.4., lemos que “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra”. Esse versícu lo m ostra que a Igreja Prim itiva era movida pelo poder do Espírito Santo, ou seja, cheia da presença divina para levar a m ensagem de Jesus adiante. Mas, além disso, a Igreja de Jerusalém também era focada na Palavra de Deus. Os cristãos que foram espalhados por diferentes lugares não pararam de falar sobre as Boas-Novas de Jesus. A Igreja Prim itiva operava sob Espírito Santo e era, portanto, firmada na Palavra de Deus. Sua fidelidade à m ensagem do Reino resultou em muitas conversões, m ilagres e libertações. Se queremos evangelizar com êxito, tam bém pre cisamos viver pelo poder do Espírito e estar centrados na Bíblia. 2. Evangelização centrada em Cristo. Filipe, um dos sete escolhidos para ser vir na igreja, também foi disperso e, ao chegar a Samaria, “ lhes pregava a Cristo” (At 8.5). Como já vimos, um ministério bem-sucedido precisa ser fiel à Palavra de Deus, mas também deve ser totalmente centrado em Jesus. Filipe não pregava idéias da moda, mas sim, a mensagem da cruz. Cristo era 0 centro de sua pre gação. Assim, a evangelização precisa ser focada em Jesus. Qualquer pregação que não tem a cruz como base se torna vazia. É a mensagem da cruz que trans forma vidas, trazendo cura, libertação e salvação. Foi por isso que a campanha evangelística de Filipe em Samaria teve tanto impacto: muitas pessoas foram salvas e libertas. Portanto, não devemos colocar nossa confiança em estratégias humanas, mas priorizar nossa ação no poder do Espírito e na força da Palavra. III - A IGREJA QUE DÁ SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO 1. O suporte da igreja. No Livro de Atos, lemos que “os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Sam aria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João” (At 8.14). Essa passagem mostra que a igreja de 4 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 Jerusalém dava suporte e com pleto apoio, ao trabalho que era feito fora de seus muros. Quando a igreja começou a sair fora de seus portões, os apóstolos procuraram dar apoio e suporte ao tra balho evangelístico e missionário. Não basta mandar missionários, é necessário dar-lhes suporte na missão que realizam. 2. A ig re ja que d isc ip u la . Lucas m ostra que os apóstolos, tendo ido à Sam aria “ oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo” (At 8.15). Esse texto mostra, além do apoio dado ao m inistério de Filipe, o trabalho de discipulado da Igreja. Fazia parte da doutrina dos apóstolos o ensino sobre a iniciação cristã, que envolvia o ensino sobre a conversão, 0 batismo nas águas e a capacitação do Espírito. O texto bíblico diz que as pessoas aceitaram a Palavra de Deus, isto é, se converteram e foram batizadas nas águas. Contudo, por uma razão não especificada, aqueles crentes não haviam recebido o Espírito Santo. 3. Sem o recebimento do Espírito, o discipulado está incom pleto. Filipe pregou a Cristo e realizou muitos sinais entre os samaritanos, levando-os à fé e ao batismo nas águas. Mais tarde, os apóstolos Pedro e João foram enviados para que recebessem 0 Espírito Santo, completando assim 0 discipulado desses novos crentes (At 8.14,15). Para os apósto los, 0 discipulado estava incompleto sem 0 recebimento do Espírito. Essa visão da conversão cristã permanece, e devemos levar os novos na fé a desfrutarem da experiência pentecostal, assim como fizeram os apóstolos. CONCLUSÃO Nesta lição, vimos como 0 Evangelho se espalhou rapidamente após a perse guição contra a Igreja. Isso só aconteceu porque a m ensagem cristã tinha um foco claro: a Palavra de Deus e a cruz de Cristo. Sem Cristo e sem a Bíblia, não há Evangelho. A Bíblia não destaca os métodos que Filipe usou para evan- gelizar Samaria, mas enfatiza 0 poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Esse é o exemplo que devemos seguir. REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que os capítulos 4 e 5 de Atos registram quanto à perseguição da Igreja? 2. O que Atos 8.4 m ostra sobre a Igreja Prim itiva? 3. De acordo com a lição, que tipo de pregação pode se tornar vazia? 4. O que Atos 8.14 m ostra sobre a igreja em Jerusalém? 5. O que está incom pleto sem 0 recebim ento do Espírito Santo? JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 202 5 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 49 UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO LEITURA DIÁRIA Segunda - Rm 15.12 Quinta - Jo 3.16 Os gentios no plano da salvação 0 amor de Deus por todos Terça - At 10.34 Sexta - Tt 2.11 Deus não faz acepção de pessoas A graça salvadora dispensada a Quarta - Mc 16.15 todos A pregação do Evangelho a todo Sábado - At 10.44 tipo de pessoa 0 Espírito derramado sobre todos i TEXTO ÁUREO “Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?” (At 10.47) r VERDADE PRÁTICA O episódio da igreja hebreia na casa do gentio Cornélio demonstra que Deus não faz acepção de pessoas. J 5 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 10.1-8, 21-23, 44-48 1- E havia em Cesareia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, 2- piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, 0 qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. 3- Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio! 4 - Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E 0 anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. 5- Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6- Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá 0 que deves fazer. 7- E, retirando-se 0 anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. 8 - E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope. 21- E, descendo Pedro para junto dos va rões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui? 22 -E eles disseram: Cornélio, 0 centurião, varão justo e temente a Deus e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras. 23- Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope. 44- E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu 0 Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45- E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que 0 dom do Espí rito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46- Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. 4 7 - Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, 0 Espírito Santo? 48- E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta semana, estudaremos sobre como a igreja judaica de Jerusalém deu um passo gigantesco quando foi cha mada por Deus para compartilhar sua fé com pessoas de outras nações. 0 apóstolo Pedro foi escolhido divinamente para JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 pregar as Boas-Novas da salvação aos gentios, o que na época não era aceitável. Atos 10 é uma das mais impressionantes histórias da Bíblia, onde fica evidente o grande amor e graça de Deus em salvar a todos aqueles que dem onstrem fé na pessoa do seu bendito Filho, Jesus LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 5 1 Cristo. Lucas destaca em seu livro que os gentios foram salvos e receberam o dom do Espírito da mesma forma que osjudeus no Pentecostes. I - A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS 1. A visão de Cornélio. Cornélio, um centurião romano da cidade de Cesareia, orava por volta das três horas da tarde quando teve uma revelação de Deus. Ele viu um anjo de Deus (At 10.3). Não é incomum, nas páginas das Escritu ras, Deus se revelar por meio de anjos. Contudo, essa revelação se distingue de outras por conta de seu propósito: a inclusão dos gentios à Igreja do Senhor. Cornélio era um homem que tinha de sejo de salvação, pois mesmo sendo um gentio, era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa (At 10.2). No entanto, isso não era suficiente para salvá-lo. Ele precisava ouvir acerca da mensagem da cruz e 0 anjo de Deus estava ali para instru í-lo a como fazer. Não sendo a pregação do Evangelho missão para um anjo, Cornélio foi instruído a chamar 0 apóstolo Pedro para fazer isso (At 10.22). 2. A experiência espiritual de Pedro. Assim como Cornélio, Pedro também teve uma revelação (At 10.10). Pedro teve uma experiência espiritual com visão e revelação divina, que 0 deixou perplexo (At 10.11,12). Deus sabia do impacto que a missão na casa do gentio Cornélio teria sobre as convicções de Pedro e, por isso, por meio dessa experiência espiritual, 0 prepara para 0 que viria pela frente. Pedro levaria as Boas-Novas do Evangelho a um povo que, para ele, estava excluído do plano salvífico de Deus. Ele sentiu o caráter excepcional dessa revelação e achou por bem levar consigo outros seis irmãos judeus naquela missão (At 10.23, 11.12; 15.7). vv Paulo afirm ou que Deus achou por bem salvar os que creem por m eio da pregação (1 Co 1.21). De vemos, portanto, pregar. Não é preciso ninguém ficar esperando um anjo com issioná-lo a pregar o Evangelho. Deus já fez isso.” 3. A urgência da pregação do Evan gelho. Deus ainda pode revelar a alguém 0 seu plano salvífico de forma excep cional, inclusive usando anjos eleitos, como fez na casa de Cornélio. Contudo, essa não é a maneira usual do Senhor trabalhar. A partir da verdade bíblica de que Deus quer salvar a todos (1 Tm 2.4), a igreja deve levar adiante a gran diosa missão de pregar 0 Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Paulo afirmou que Deus achou por bem salvar os que creem por meio da pregação (1 Co 1.21). Devemos, portanto, pregar. Não é pre ciso ninguém ficar esperando um anjo com issioná-lo a pregar 0 Evangelho. Deus já fez isso. II - A SALVAÇÃO DOS GENTIOS 1. Pregação aos gentios. Pedro rece beu a missão de pregar para Cornélio e sua casa (At 11.14). Sua pregação é total mente cristocêntrica, sempre apontando para a cruz de Cristo. Assim, podemos perceber alguns eixos principais que sua 5 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 Sua [de Pedro] pregação é totalmente cristocêntrica, sempre apontando para a cruz de Cristo. [...] Cristo é o centro do Evangelho. Ele é o eixo em torno do qual tod as as b ên çãos espirituais se encontram. Estar em Cristo é estar salvo; não estar em Cristo é não estar salvo!” mensagem percorria. Primeiramente, Deus ama a todos (At 10.34). Todas as pessoas, quer judeus quer gentios, são objeto do amor de Deus. Em segundo lugar, Deus quer salvar a todos (At 10.35). Deus não somente ama a todos, mas quer salvar a todos. Pedro agora reconhece que a salvação não é apenas para os judeus que guardam a Lei, mas também para todo aquele que em qualquer nação 0 “ tem e”. Em terceiro lugar, Cristo é 0 Senhor de todos (At 10.36). Cristo é 0 centro do Evangelho. Ele é 0 eixo em torno do qual todas as bênçãos espiri tuais se encontram. Estar em Cristo é estar salvo; não estar em Cristo é não estar salvo! 2. A conversão dos gentios. A men sagem da cruz é um chamado ao arre pendimento (At 10.43). Todos os que, arrependidos, creem em Cristo, serão perdoados, e, portanto, salvos. Na sua soberania e graça, Deus havia incluído no seu plano de salvação todos os não judeus que, arrependidos, professariam 0 nome do Senhor Jesus. Ninguém é salvo à força; é preciso crer em Cristo para receber a salvação. Tanto judeus quanto gentios necessitam se arrepender para ser salvos. Os judeus acreditavam que 0 privilégio da salvação era exclusividade deles e que, portanto, os gentios estavam excluídos. O Criador havia mostrado que isso era um erro. Posteriormente, os judeus convertidos reconheceram m aravilhados que Deus, por meio do arrependimento, abriu a porta da fé para os gentios (At 11.18). Portanto, Ele salvou os gentios que demonstraram fé em Jesus e se arrependeram de seus pecados. III - O ESPÍRITO DERRAJVIADO SOBRE OS GENTIOS 1. O Espírito prometido. O batismo no Espírito Santo experimentado pelos gentios na casa de Cornélio (At 10.44-46) foi um dos fatos mais m arcantes que aconteceu nos dias da Igreja Primitiva. Anos m ais tarde, durante 0 primeiro Concilio da Igreja em Jerusalém, Pedro faz referência a esse fato como sendo uma das promessas feitas por Deus aos gentios (At 15.16). Assim, 0 recebimento do Espírito Santo, incluindo a experiência pentecostal do batismo no Espírito Santo, era a “bênção de Abraão” feita aos gentios (Gl 3.14). Pedro já havia dito, citando a profecia do profeta Joel (J1 2.28), que 0 batismo no Espírito Santo era uma pro messa de Deus a “ toda carne” (At 2.17). A promessa, portanto, não se limitava mais aos judeus, nem tampouco a uma classe especial (reis, profetas e sacer dotes), mas a todos quantos nosso Deus chamar (At 2.39). Eu, você e todos os que creem em Cristo somos contemplados com essa promessa de Deus. 2. O Espírito recebido. Como vimos, logo após os gentios terem “ recebido JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 3 a Palavra de Deus” (At 11.1), isto é, se convertido a fé cristã, o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes gentios de Cesareia: “ E os fiéis que eram da circu n cisão , todos quantos tin ham vindo com Pedro, m aravilh aram -se de que o dom do E spírito Santo se derram asse tam bém sobre os g e n tio s” (At 10.45). Esse derram am ento do Espírito veio acom panhado pela evidên cia fís ica do fa lar em outras lín guas e expressões de louvor, que aparece aqui como um padrão já aceito pela com unidade cristã: “ Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46). 3. Um pentecoste “visto” e “ouvido”. Posteriormente, quando questionado e censurado por outros judeus por ter ido à casa de um gentio em Cesareia, Pedro usou a experiência pentecostal ocorrida na casa de Cornélio como argumento a favor da autenticidade da fé gentílica. Na argumentação de Pedro, os gentios haviam recebido a mesma experiência pentecostal que eles haviam recebido no dia de Pentecostes (At 2.4), inclusive com a manifestação do fenômeno das línguas (At 11.15-18). Em outras palavras, o Pentecostes gentílico, assim como o Pentecostes judaico, foi marcado pela ex periência do Espírito. Em ambos os casos, foi um Pentecostes “visto” e “ouvido”. CONCLUSÃO A graça de Deus se manifestou tra zendo salvação a todas as pessoas (Tt 2.11). A m issão da igreja na casa do gentio Cornélio m ostra como 0 amor de Deus pode alcançar todas a pessoas, independentemente de cor e raça, que abrem 0 seu coração à poderosa mensa gem da cruz. Aqui também vemos que a fé evangélica não é algo subjetivo, mas marcada pela ação e presença real do Espírito Santo na vida daquele que crer. REVISANDO O CONTEÚDO 1. De acordo com a lição, qual era 0 propósito da revelação feita a Cornélio? 2. Para quem Pedro levaria 0 Evangelho? 3. De acordo com a lição, quais são os principais eixos que podem os perceber na pregação de Pedro na casa de Cornélio? 4. Segundo a lição, qual foi um dos fatos m ais m arcantes da Igreja Pri m itiva? 5. O que m arcou 0 Pentecostes Gentílico? 5 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇAO 12 21 de Setembro de 2025 Dia Nacional da Escola Dominical O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJADE JERUSALÉM 7 N TEXTO ÁUREO “E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando 0 Senhor Jesus.” (At 11.20) V_____________________ f VERDADE PRÁTICA Faz parte da missão da Igreja a evangelização de povos não alcançados. ________ J LEITURA DIÁRIA Segunda - At 1.8 Quinta - At 14.21 Alcançando os confins da terra Fazendo discípulos Terça - Rm 15.24 Sexta - At 11.26 0 Evangelho além -m ar Formando a identidade cristã Quarta - At 11.20,21 Sábado - At 11.29 Implantando igrejas Socorrendo os necessitados L ___________________________ j JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 55 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE A tos 11.19-30 19- E os que foram dispersos pela perse guição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. 20- E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando 0 Senhor Jesus. 21- E a mão do Senhor era com eles; e gran de número creu e se converteu ao Senhor. 22- E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusa lém; e enviaram Barnabé até Antioquia, 23- 0 qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permane cessem no Senhor. 24- Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. 25- E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, 0 conduziu para Antioquia. 26- E sucedeu que todo um ano se reu niram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. 27- Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. 28- E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que havería uma grande fome em todo 0 mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. 29- £ os discípulos determinaram mandar, cada um conforme 0 que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. 30- 0 que eles com efeito fizeram, en- viando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Como 0 evangelho alcançou Antio quia, uma importante cidade da Síria dentro do Império Romano? Conhecer esse fato é relevante porque, pela pri meira vez, cristãos de Jerusalém levam a mensagem da cruz aos gentios fora das fronteiras de Israel. Com 0 ingresso do Evangelho na cidade de Antioquia, a igreja dava seu primeiro salto na missão transcultural. Nesta lição, estudaremos sobre como 0 “Ide” de Jesus é levado a sério por um grupo de cristãos re fugiados, vítim as da perseguição que sobreviera a Estêvão em Jerusalém. Esses crentes, mesmo sendo leigos, possuíam uma forte consciência missionária. E, quando perseguidos, não escondiam sua fé, mas a compartilhavam apontando sempre para a cruz de Cristo. Esse é um belo exemplo de fé cristã que deve, não somente nos inspirar, mas, sobretudo, nos levar a agir como eles. I - UMA IGREJA COM CONSCI ÊNCIA MISSIONÁRIA 1. O Evangelho para além da fron teira de Israel. Lucas abre essa seção de seu livro fazendo referência aos cristãos, “os que foram dispersos pela persegui ção que sucedeu por causa de Estêvão 5 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 cam inharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia” (At 11.19). Observamos que essa passagem bíblica faz um paralelo com Atos 8.1-4 onde narra o início da perseguição em Jerusalém que gerou a dispersão cristã. Assim como Filipe, que em razão da perseguição levou 0 Evangelho à cidade de Samaria, da mes ma forma esses crentes, que também faziam parte desse grupo de cristãos perseguidos, levaram 0 Evangelho para além da fronteira de Israel. 2. Cristãos dispersados, mas cons cientes de sua missão. Esses cristãos dispersados, após fugirem de uma per seguição feroz, não esconderam a sua fé. Aonde chegavam , anunciavam a Palavra de Deus (At 11.19,20). Foi assim que eles deram testemunho do Evan gelho na Fenícia, Chipre e Antioquia. O que vemos são cristãos conscientes da missão de testemunhar de sua fé onde quer que estivessem. Eles haviam sido comissionados para isso (Mt 28.19; At 1.8). Somente cristãos participantes de uma igreja consciente de sua tarefa missionária agem dessa forma. Eles não perdem 0 foco: anunciam 0 Senhor Jesus em qualquer tempo, lugar e circunstância. 3. Cristãos leigos, mas capacitados pelo Espírito. Lucas destaca que dentre esses cristãos havia “alguns” que leva ram 0 Evangelho para Antioquia, capital da Síria, uma cidade cosmopolita e uma das três cidades mais importantes do Império Romano (At 11.20). O texto deixa claro que foram esses cristãos “comuns” os fundadores da igreja de Antioquia, uma das mais relevantes e importantes do Novo Testamento (At 13.1-4). Eram cristãos anônimos e leigos. Eles não são contados entre os apóstolos, diáconos ou presbíteros. Contudo, eles foram usados por Deus para fundar aquele trabalho e foram bem -sucedidos porque “ a mão do Senhor era com eles” (At 11.21), con forme Lucas destaca. Esse era o segredo que fez toda a diferença. O que fica em destaque, portanto, não era 0 ofício ou 0 cargo, mas a capacitação do Senhor. Os apóstolos eram extraordinários e os profetas excepcionais somente porque sobre eles tam bém estava a mão do Senhor. II - UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL 1. A cultura grega (helênica). A Bí blia nos conta que alguns cristãos que tinham sido espalhados pelo mundo chegaram a “Antioquia, falaram aos gregos (At 11.20). Essa expressão, “ fa laram aos gregos”, é muito importante. De acordo com estudiosos, ela explica que esse foi 0 primeiro momento em que cristãos judeus falaram de Jesus para pessoas que não eram judias, adoravam outros deuses e não seguiam 0 Judaís mo. Isso mostra que a igreja começou a levar a mensagem de Jesus para além das fronteiras da Palestina, chegando a um mundo totalmente diferente, onde as pessoas não conheciam a fé judaica. Ou seja, não eram judeus que falavam grego pregando para outros judeus da m esm a cultura, mas cristãos judeus que falavam grego levando 0 Evangelho a pessoas que não tinham nenhum a ligação com 0 Judaísmo. Dessa forma, 0 que Jesus havia ordenado — pregar 0 Evangelho a “ toda criatura” (Mc 16.15) — começou a se cumprir. 2. Contextualizando a mensagem. Podemos ver aqui um exemplo de como os primeiros cristãos adaptavam a men sagem ao contexto em que estavam . Lucas nos conta que eles “anunciavam” 0 evangelho do Senhor Jesus” (At 11.20). O texto é curto e direto, mas esses cristãos estavam pregando para pessoas que não JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 7 eram judias. Isso significa dizer que eles não podiam simplesmente usar o Antigo Testamento para provar que Jesus era o Messias prometido, porque isso não faria sentido para aquele público. Diferente dos judeus e samaritanos, que já esperavam um Messias (At 2.36; 5.42; 8.5; 9.22), os gentios não tinham essa mesma expec tativa. Além disso, esses cristãos também não mencionam costumes judaicos, como a circuncisão, que Estêvão citou em seu discurso (At 7.51), porque isso não fazia parte da cultura dos gentios. Em vez de enfatizar que Jesus era o Messias, eles destacavam que Ele é o Senhor. Ou seja, estavam dizendo que os pagãos preci savam deixar seus falsos deuses e se voltar para o único e verdadeiro Senhor (At 14.15; 26.18,20). Dessa forma, sem comprometer a verdade da mensagem, 0 Evangelho foi se espalhando e alcançando diferentes culturas. III - UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS 1. A base do discipulado. Ao serem informados de que 0 Evangelho havia chegado a Antioquia (At 11.22), a partir de Jerusalém, os apóstolos enviaram Barnabé para lá. Chegando ali, Barnabé viu uma igreja viva e cheia da graça de Deus (At 11.23). Como um homem de bem e cheio doEspírito Santo, Barnabé os encorajou na fé (At 11.24). Contudo, logo se percebeu que aquela igreja precisava de mais instrução, ou seja, precisava ser discipulada. Com esse propósito, Barnabé foi em busca de Saulo para que 0 auxiliasse nesta missão. E assim foi feito: “ E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente” (At 11.26). Esse episódio nos mostra que não basta ganhar almas, é preciso ensiná-las. Sem 0 ensino, a igreja não cresce em graça e conhe cimento. O crescimento saudável só é possível por meio da obra da evange- lização e do discipulado. 2. Denominados de “cristãos”. Os cristãos de Jerusalém haviam sido cha mados na igreja de “ irm ãos” (At 1.16); “crentes” (At 2.44); “discípulos” (At 6.1) e “ santos” (At 9.13). Também passaram a ser identificados tanto pelos de dentro da igreja como pelos de fora dela como aqueles que eram do “ cam inho “ (At 9.2; 19.9,23; 22.4; 24.14,22). Agora em Antioquia são chamados de “ cristãos” (At 11.26). O term o “ cristão s” tem 0 sentido de “ pessoas de Cristo”. 3. A identidade cristã. O que real mente define um cristão não é apenas um nome ou um rótulo, mas sim sua vida, sua fé e suas atitudes. Embora a lgu n s estu d iosos acreditem que 0 termo “ cristão” tenha sido usado em Antioquia como uma forma de zombaria, a verdade é que aqueles seguidores de Jesus dem onstravam um grande en tusiasm o e dedicação, assim como os primeiros crentes que vieram da igreja de Jerusalém para pregar naquela cidade. O nome “cristão” aparece novamente na Bíblia em Atos 26.28 e 1 Pedro 4.16. Segundo a Bíblia, ser cristão significa crer em Jesus, abandonar o pecado e receber a salvação como um presente de Deus, dado pela sua graça. CONCLUSÃO Aprendemos como a providência de Deus faz com que 0 Evangelho chegue, por meio da Igreja, a povos ainda não alcançados. O que se destaca não é uma metodologia sofisticada de evangelismo, mas a graça de Deus, que capacita pes soas simples e anônimas a realizarem a sua obra. Quem deseja fazer, Deus capacita. Ninguém jam ais terá tudo de que precisa para cumprir a obra de Deus; no entanto, se Deus tiver tudo de nós, Ele nos habilitará a realizá-la. 5 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 REVISANDO O CONTEÚDO l. Qual era o foco dos cristãos que foram dispersados? 2. Com o era a cidade de Antioquia? 3. Como os prim eiros cristãos con textualizavam a m ensagem do Evan gelho para os gentios? 4. O que 0 episódio de Atos 11.22,23,24,26 m ostra? 5. Qual é 0 sentido do term o “ cristão”? VOCABULÁRIO Cosmopolita: oriundo ou próprio dos grandes centros urbanos, das grandes cidades; que recebe influência cultural de grandes centros urbanos de outros países. LEITURAS PARA APROFUNDAR O Discipuiado EFICAZ e o Crescimento da IGREJA A FORCA I0STALJ ’ í* 3 NTEu A Força Pentecostal em Missões Esta obra investiga o incrível crescimento do pentecostalismo, analisando-o desde suas origens históricas até o fenômeno mundial que é hoje como uma grande força missionária. O Discipuiado Eficaz e 0 Crescimento da Igreja A obra se preocupa com o acompanhamento dos novos membros, ensina o que é ser discipulador e a importância do discipuiado para que a igreja cresça de forma saudável. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 9 LIÇAO 13 28 de Setembro de 2025 Jpfce #-|gjjÜl ASSEMBLÉIA DE JERUSALEM LEITURA DIÁRIA Segunda - 1 Co 12.12 Quinta - At 15.28 A igreja local como um Dando voz à igreja organismo vivo Sexta - At 15.30,31 Terça - Tt 1.5 A necessidade de possuir A igreja como organização parâmetros Quarta - At 14.23 Sábado - 1 Co 14.40 Estabelecendo líderes l Tudo com decência e ordem 1 TEXTO AUREO “Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias." (At 15.28) VERDADE PRÁTICA Em sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente. J 6 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 15.22-32 22- Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: judas, chamado Barsabás, e Silas, varões dis tintos entre os irmãos. 23- E por intermédio deles escreveram 0 seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde. 24- Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento), 25- pareceu-nos bem, reunidos concor- demente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26- homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27- Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também 0 mesmo. 28- Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 29- Que vos abstenhais das coisas sacri ficadas aos ídolos, e do sangue, e da car ne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. 30- Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31- E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. 32- Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Com esta lição, terminamos mais um trimestre de estudos sobre a igreja de Jerusalém. Aqui veremos como a igreja agiu para resolver seus conflitos de na tureza doutrinária. Um grupo composto por fariseus convertidos à fé insistia que os gentios convertidos deveriam guardar a Lei, especialmente o rito da circuncisão. No entendimento dos após tolos, se isso fosse exigido, a salvação deixaria de ser totalmente pela graça, o que era inaceitável. Devido à dimensão da questão e à sua importância para o futuro da Igreja, os líderes se reuniram em Jerusalém para buscar uma solução para 0 problema. Lucas deixa claro que a decisão tomada pela Igreja naquele momento foi guiada pelo Espírito Santo. É isso que veremos agora. I - A QUESTÃO DOUTRINÁRIA 1. O relatório missionário. A questão doutrinária que se tornou objeto de discussão no Concilio de Jerusalém, abordada no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, teve seu início na igreja de Antioquia. Ela começou quando Paulo e Barnabé apresentaram à igreja de Antioquia um relatório sobre a Primeira Viagem Missionária que haviam reali zado. Nesse relatório, os missionários narraram o que Deus havia feito entre os gentios e como estes aceitaram a fé JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 l (At 14.27). 0 relatório deixa implícito que a salvação dos gen tios ocorreu inteiramente pela graça de Deus, sem que nenhuma exigência da Lei, como a circuncisão, fosse imposta a eles. Tanto Paulo quanto Barnabé viam a ação de Deus — manifestada por meio de m i lagres extraordinários entre os gentios — como um sinal de sua aprovação, dem on stran do que nenhum a outra exigên cia , além da fé em Jesus, era necessária para a salvação. Em outras palavras, a salvação é um dom de Deus, concedido inteiramente por sua graça. 2. O legalismo judaizante. Lucas m ostra que um grupo de judaizantes se sentiu incomodado com 0 relatório dos missionários (At 15.1). Esse grupo, composto por fariseus supostam ente convertidos à fé, que haviam vindo de Jerusalém para Antioquia, se opôs ao ingresso de gentios na Igreja sem que estes, antes, cumprissem as exigências da Lei. Houve, portanto, um confronto entre esse grupo judaizante e os missionários Paulo e Barnabé. A questão tomou grandes proporções, correndo 0 risco até mesmo de dividir a igreja em Antioquia, 0 que exigia uma resposta rápida por parteda liderança. Contudo, por se tratar de um tema complexo e de amplo alcance, a igreja de Antioquia considerou adequado remeter a questão para Jerusalém, a igre- ja-mãe, onde o assunto seria analisado e amplamente discutido pelos apóstolos e presbíteros (At 15.2). I I - O DEBATE DOUTRINÁRIO 1. Uma questão crucial. A questão gentílica chegou a Jerusalém para ser tratada. Contudo, judaizantes, que ali se encontravam, deixaram claro que a igreja deveria circuncidar os gentios convertidos e ordenar que eles “guardassem a lei de Moisés” (At 15.5). No entendimento desse grupo, sem a observância da lei, ninguém podia se salvar. Pedro é 0 primeiro a AMPLIANDO O CONHECIMENTO “PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO. O Espírito Santo dirigiu aqueles que participaram do concilio de Jerusalém a tomarem as decisões certas. Jesus prometeu que 0 Espírito os guiaria em toda a verdade (Jo 16.13). As decisões da igreja não devem ser tomadas apenas pelos seres humanos. Os líderes devem buscar e aceitar a direção do Espírito através da oração, do jejum e da devoção à Palavra de Deus até que possam discernir claramente a sua vontade (cf.13.2-4). A igreja, se quiser ser verdadeiramente leal a Cristo, deve ouvir 0 que o Espírito lhe diz (cf. Ap 2.7).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, edita pela CPAD, p.1973. 6 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 vv Deus já havia mostrado aos antigos profetas que os gentios também fariam parte de seu povo.” ver a gravidade da questão e percebe que ela não pode ser tratada de forma subjetiva. A questão deveria ser tratada com a objetividade que o caso exigia, e a experiência da salvação dos gentios em Cesareia, ocorrida anos antes, deveria servir de parâmetro (At 10.1-46). Pedro, então, evoca a experiência pentecostal gentílica como prova da aceitação deles por Deus: “E Deus, que conhece os cora ções, lhes deu testemunho, dando-lhes 0 Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15.8). 2. A experiência do Pentecostes na fé dos gentios. O derramamento do Espírito sobre os gentios, anos antes, em Cesa reia, na casa de Cornélio (At 10), havia sido uma experiência objetiva, física e observável por todos os presentes ali (At 10.44-46; At 2.4). Pedro espera que seu argumento seja aceito da mesma forma que fora aceito, anos antes, pelos judeus que haviam questionado a salvação dos gentios de Cesareia. Convém lembrar que esse mesmo argumento de Pedro já havia sido usado pelo apóstolo Paulo por ocasião de seu debate com os crentes da Galácia. Da mesma forma, ali, Paulo deixou claro que o recebimento do Espí rito era um fato observável e que todos, portanto, tinham consciência de que 0 haviam recebido (G1 3.5). 3. A fundamentação profética da fé gentílica. Enquanto Pedro recorreu à experiência do Pentecostes como sinal de validação da fé gentílica. Por outro lado, Tiago, 0 irmão do Senhor Jesus, recorre às profecias para fundamentar sua defesa da aceitação dos gentios na Igreja. Para ele, a inclusão dos gentios na igreja estava predita nos profetas: “E com isto concordam as palavras dos profetas” (At 15.15). A aceitação dos gentios na Igreja não era uma inova ção sem respaldo nas Escrituras. Pelo contrário, Deus já havia mostrado aos antigos profetas que os gentios também fariam parte de seu povo. Esse era um favor divino, fruto de sua graça, e que nada mais precisava ser acrescentado. III - A DECISÃO DA ASSEMBLÉIA DE JERUSALÉM 1. O Espírito na Assembléia. É digno de nota 0 papel atribuído ao Espírito Santo na tomada de decisões da Igreja: “ [...jpareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). O Espírito Santo não era apenas visto como uma doutrina na Igreja, mas como uma pessoa com participação ativa nela. Esse texto faz um paralelo com Atos 5.32, onde tam bém se destaca a participação ativa do Espírito Santo na vida da Igreja: “E nós somos testemunhas acerca destas pa lavras, nós e 0 Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (v.32). 2. A orientação do Espírito na As sembléia. O texto de Atos 15.28 não nos diz como era feita a orientação do Espírito na primeira Igreja; contudo, a observação feita por Lucas, de que Judas e Silas “eram profetas” (At 15.32) e que eles fizeram parte da comissão que levou a carta com a decisão tomada JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 202 5 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6 3 pela Assembléia, indica que o Espírito Santo se m an ifestava na Igreja por meio de seus dons (Cf. At 13.1-4). Isso explica por que as coisas funcionavam na primeira Igreja. Esse era o padrão da Igreja Primitiva e deve ser também 0 padrão na Igreja de hoje. 3. O parecer fin al da Assem bléia. Depois dos intensos debates, 0 parecer da Assembléia foi de que os gentios de veríam se abster “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação” (At 15.29). Fica óbvio que a Igreja procurou resolver a questão mantendo-se rigorosamente fiel à dou trina da salvação pela graça, isto é, sem os elementos do legalismo judaico, mas evitando os extremos de rejeitar os irmãos judeus que também com partilhavam da mesma fé. O legalism o deveria ser rejeitado, os crentes judeus, não. Assim, ficou demonstrado que os gentios eram salvos pela graça, mas deveríam impor alguns limites à sua liberdade cristã, a fim de que 0 convívio com seus irmãos judeus não fosse conflituoso. CONCLUSÃO A Igreja sem pre será desafiada a enfrentar os problemas que surgem em seu meio. No capítulo 6 de Atos, vimos como ela resolveu um conflito de natu reza social, provocado por reclamações de crentes helenistas (hebreus de fala grega). Aqui, 0 problema foi de natureza doutrinária: uma questão melindrosa que requeria muita habilidade por parte da liderança para ser resolvida. Graças ao parecer de uma liderança sábia e orien tada pelo Espírito Santo, a Igreja tomou a decisão certa. A unidade da Igreja foi preservada e Deus foi glorificado. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Como a questão doutrinária da salvação dos gentios se tornou objeto de discussão do Concilio de Jerusalém? 2. O que Lucas m ostra a respeito de um grupo de judaizantes? 3. O que Pedro evoca como prova da aceitação dos gentios por Deus? 4. A que o apóstolo Tiago recorre para fundamentar a defesa da aceitação dos gentios na Igreja? 5. Qual foi 0 parecer da Assem bléia de Jerusalém? 6 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 Você, provavelmente, está trabalhando em busca de alcançar um objetivo particular em sua vida, como melhorar suas finanças ou progredir seus relacionamentos. Talvez você tenha perdido seu emprego recentemente, e esteja atolado em dívidas ou, talvez, esteja passando por um momento de ruptura e não está certo de como começar sua vida novamente. Essas e diversas outras situa ções podem ser um gatilho para desequilibrar nosso sistema emo cional. Infelizmente, isso tem sido recorrente no meio cristão. Com a agitação da vida, é difícil discernir o tempo e a prioridade de cada coisa. Por isso, é necessário buscar entender como a ansie dade pode afetar diversas áreas de sua vida e saber como comba- tê-la usando a ferramenta correta: a Palavra de Deus. 0600 0000 r i f a A Palavra de Deus é a m ensagem definitiva e eterna para a humanidade, independente da cultura em que os homens estejam. A sua leitura nos faz crescer e compreender o plano de Deus para nós. Agora você pode fazer uma leitura, desde o Gênesis de Moisés, até o Apocalipse de João, tendo em rriâos auxílios com milhares de notas, diagramas, artigos, quadros com parativos, centenas de mapas, ilustrações, introduções de livros e muito mais. “Eu João, que tam bém sou vosso irm ão e com panheiro na aflição, e no Reino, e na p aciên cia de Jesu s Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e pelo testem unho de Jesus Cristo”. A p o ca lip se 1.9 CWD c p a d .c o m .b r OD (D O C P A D v id e o e d ito ra C P A D ed ito ra _ cp a d E d ito ra C P A D I SS N 1 6 7 3 - 6 8 2 3 7 9 0 8 2 3 4 0 1 9 6 7 2relacionado à m orte, ressurreição e ascensão de Cristo (At 2.23,24, 32,33). Isso significa que, embora 0 Pentecos tes seja uma manifestação do Espírito Santo, ele também é cristocêntrico, ou seja, tem Cristo como seu centro. Sem a cruz de Cristo, 0 Pentecostes perderia seu verdadeiro significado, pois não há Pentecostes sem a cruz. Além disso, AMPLIANDO O CONHECIMENTO “UM VENTO VEEMENTE E IMPETUOSO [...] LÍNGUAS [...] DE FOGO. Em algumas ocasiões no passado, o fogo havia acompa nhado a presença de Deus (cf. Êx 3.1-6; 13.21; íRs 18.38-39), de modo que esse sinal pode ter assegurado particularmente os crentes judeus de que 0 que estava acontecendo realmente vinha de Deus. O ‘fogo’ também pode ter simbolizado a maneira como 0 povo de Deus foi consagrado (isto é, separado, purificado) para a obra e o propósito de trazer honra a Cristo (Jo 16.13-14) e para o testemunho a respeito dEle (veja 1.8; 13.31, notas).” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, edita pela CPAD, p.1924. JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade. Quando Pedro usou a expressão “ nos últim os d ias” (At 2.17), ele mostrou que esse evento tinha um significado escatológico, ou seja, estava ligado ao plano de Deus para os tempos finais. II - O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO 1. Prom over a verdadeira adora ção. As manifestações externas, como o som ou vento e o fogo ocorridas no Pentecostes, prendem nossa atenção. Contudo, não podemos perder de vista o que o Pentecostes produz internamente na vida do crente. Um dos propósitos marcantes do Pentecostes em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “ tem os ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Logo, o Pentecostes que não adora não é bíblico. De fato, quando os gentios experimentaram o Pentecostes, eles também “ m agnificavam ” a Deus (At 10.4.6). Da mesma forma, o apóstolo Paulo diz que um crente pentecostal, cheio do Espírito, dá “bem as graças” (1 Co 14.17). O fogo pentecostal promove o verdadeiro louvor. 2. Poder para testemunhar. O Pen tecostes tem uma dimensão escatoló- gica, pois aconteceu “antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.20). No entanto, essa realidade dos últim os tem pos não sign ifica que a Igreja deve ter uma visão escapista, ou seja, desejar fugir do mundo a qualquer custo. O Pentecostes não foi dado para que os crentes se isolassem, mas para que fossem capacitados a testemunhar e viver no mundo até a volta de Cristo. A Igreja deve aguardar com esperança, mas também cumprir sua missão até o fim . Para cumprir essa m issão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8). De fato, é isso o que acontece depois do Pentecostes (At 4.-33). III - CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO 1. Uma experiência específica. Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8). Naquele dia o Senhor Jesus batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4.). Essas pessoas já eram regeneradas, isto é, salvas. Jesus já havia dito que elas já estavam limpas pela Palavra (Jo 15.3); e que seus nomes estavam arrolados nos céus (Lc 10.20). Eram, portanto, cren tes. Contudo, Jesus as mandou esperar pela experiência pentecostal, isto é, o batismo no Espírito Santo (At 1.5). O Pentecostes bíblico é, por conseguinte, distinto da salvação. Na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33). 2. Uma experiência definida e con tínua. Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os crentes “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falas sem ” (At 2.4.). A Escritura é clara em mostrar que a evidência inicial do ba tismo pentecostal foi os crentes falarem em outras línguas. Não há dúvidas de que outros resultados ou evidências do batismo no Espírito Santo se seguem. Contudo, foi o falar em línguas, não o sentir uma grande alegria ou mesmo um amor afetuoso demonstrado por eles, que deixou os crentes judeus convencidos de que os gentios haviam recebido o batismo no Espírito Santo (At 10.44-46). 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 3. As línguas e o amor. A evidência física e inicial ou sinal do batismo no Espírito Santo foi o falar em outras línguas. Não foi uma grande alegria ou um amor afetuoso que evidenciaram o batismo no Espírito Santo. Paulo, por exemplo, disse que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). 0 apóstolo escreveu para uma igreja Pentecostal e o amor aparece aqui não como uma evidência de enchimento, mas de crescimento e maturidade em Cristo. CONCLUSÃO Como vimos, o Pentecostes marcou o início da era da Igreja. Jesus, agora glorificado, batizou os crentes no Espírito Santo (At 2.4), e o Espírito Santo os inseriu no Corpo de Cristo, que é a Igreja (1 Co 12.13), cujo nascedouro foi no Pentecostes. Esse evento é essencial porque mostrou que Deus deseja uma Igreja capacitada para cumprir sua missão que é pregar o Evangelho ao mundo, tanto por pala vras quanto por ações. No entanto, essa missão só pode ser realizada com êxito pelo poder do Espírito Santo. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Quais fenômenos registrados em Atos 2.2,3 são considerados teofânicos? 2. Segundo o apóstolo Pedro, qual profecia do Antigo Testam ento se cum priu no Pentecostes, e como isso dem onstra o aspecto escatológico desse evento? 3. Cite um dos propósitos m arcantes do Pentecostes em Jerusalém, conform e Atos 2.11. 4. Segundo Atos 1.8, para que a Igreja necessita do poder do Espírito Santo? 5. Por que o Pentecostes bíblico é distinto da salvação, segundo Atos 1.5 e Atos 2.33? VOCABULÁRIO Afetuoso: Amoroso, carinhoso, afeiçoado, querido, amável, gentil, bondoso. Teofania: Manifestação visível de Deus ou uma aparição de sua pre sença de forma tangível, como no fogo ou na nuvem no Monte Sinai (Êxodo 19) ou no Pentecostes (Atos 2). J U L H O • A G O S T O • S E T E M B R O 2 0 2 5 L I Ç Õ E S B Í B L I C A S • A L U N O 7 LIÇÃO 2 13 de Julho de 2025 A IGREJA DE JERUSALÉM : UM MODELO A SER SEGUIDO \ TEXTO ÁUREO “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (At 2.42) VERDADE PRÁTICA A Igreja de Jerusalém, como igreja-mãe, tornou-se exemplo para as demais. Um modelo a ser seguido por todas as igrejas verdadeiramente bíblicas. V. J LEITURA DIÁRIA Segunda - At 1.12-14 Quinta - At 2.38,39 Esperando em oração Arrependimento, batismo e 0 dom Terça - At 2.38 do Espírito Santo A necessidade da conversão Sexta - At 2.39 espiritual A atualidade da promessa Quarta - At 2.42 Sábado - At 2.43 Os pilares da igreja cristã _______________________ Uma igreja reverente _________________________J 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 L E IT U R A B ÍB L IC A EM C L A S S E Atos 2.37-47 37- Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? 38- E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis 0 dom do Espírito Santo. 39- Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. 40- £ com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Sal vai-vos desta geração perversa. 41- De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. 4 2 - £ perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.43- Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44- Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45- Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46- E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo 0 pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47- louvando a Deus e caindo na graça de todo 0 povo. E todos os dias acrescentava 0 Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Por ser a Igreja-mãe, Jerusalém tor na-se o modelo para as demais igrejas que foram implantadas. É de Jerusalém que partem as decisões que buscam, por exemplo, disciplinar e padronizar determinadas práticas cristãs. A igreja de Jerusalém já nasce forte! Sendo de origem divina, cheia do Espírito Santo e supervisionada pelos apóstolos, essa igreja é bem alicerçada. Isso fica claro no m inistério da Palavra, a quem os apóstolos se devotaram inteiram ente e ao exercício dos diversos dons que abundavam no seu meio. É, portanto, uma igreja da Palavra e do Espírito. E mais - é uma igreja onde a observância das ordenanças de Cristo é praticada na esfera do culto cristão. Assim, a igreja cristã prim itiva exibe m arcas que se tornaram um padrão para todas as igrejas em todas as épocas e lugares. I - UMA IG REJA COM SÓLIDOS A LIC ER C ES 1. Uma igreja com fundamento doutrinário. A igreja de Jerusalém era uma igreja bem doutrinada. Lucas diz que, antes de ascender aos céus, Cristo deu “ mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera” (At 1.2). Uma igreja genuinamente cristã reflete a prática e os ensinos dos apóstolos. É exatamente isso 0 que 0 livro de Atos diz da primeira igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Uma JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9 igreja só pode ser considerada genui nam ente cristã quando ela consegue ensinar e doutrinar seus membros de tal forma que eles passem a refletir o caráter de Cristo. 2. “Perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A expressão diz muito sobre 0 processo de discipulado da' igreja de Jerusalém. Era uma igreja bem doutrinada, e, portanto, bem discipulada. A palavra “ doutrina” traduz o termo grego didaché, que significa “ensinar” e “ instruir”. Tem a ver, portanto, com o discipulado cristão. O discípulo é alguém que consegue reproduzir, isto é, levar adiante 0 que aprendeu de seu Mestre. Os apóstolos aprenderam de Cristo; a igreja cristã primitiva aprendeu dos apóstolos e agora vivia isso a fim de transm itir a outros o que aprendeu. A tragédia da igreja acontece quando ela não consegue ser discipulada, nem tampouco discipular. 3. Uma igreja relacionai e piedosa. A igreja de Jerusalém perseverava na “ com unhão” (At 2.42). A maioria dos intérpretes entende que a palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comu nhão” é um a referência às relações interpessoais dos primitivos cristãos. A primeira igreja era, portanto, uma igreja relacionai. Assim, perseverar na comunhão tem 0 sentido de “ se dedicar” à construção de bons relacionamentos. Tem a ver com 0 m odo de vida dos crentes. Sem 0 cultivo de relações in terpessoais fortes, a igreja cai em um mero ativismo. Há muita atividade, mas sem 0 calor humano que caracteriza a verdadeira vida cristã. A mesma igreja que perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão era a mesma igreja que vivia em oração (At 2.42). A igreja de Jerusalém orava! Assim, Pedro e João foram ao templo na hora nona de oração (At 3.1); os apóstolos vv A tragédia da igreja acontece quando ela não consegue ser discipulada, nem tampouco discipular.” estabeleceram como prática dedicar-se à oração (At 6.4) e a Igreja reunida na casa de Maria, mãe de Marcos, se de dicava à oração (At 12.5). II - UMA IGREJA OBSERVADORA DOS SÍM BOLOS CRISTÃOS 1. 0 Batismo. Após 0 primeiro sermão do apóstolo Pedro na igreja de Jerusalém, e como resposta a uma pergunta, ele disse ao povo: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At 2.38). Naquela época, a primeira igreja batizava quem se convertia. Ela sabia que o batismo era uma das ordenanças de Jesus e que ele era um dos principais símbolos da fé cristã (Mc 16.16). O batis mo era um dos primeiros passos da fé cristã, um rito de entrada para a nova vida em Cristo. Mas para ser batizado, a pessoa precisava ter se arrependido dos seus pecados e crido em Jesus. Era preciso ter consciência do sentido desse símbolo de fé. Assim, 0 batismo era um testemunho público de que a pessoa havia se convertido. Por meio dele, os cristãos de Jerusalém mostravam ao mundo que sua vida agora era diferente, que eles tinham uma nova vida em Cristo. 2. A Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor é a outra ordenança dada por Jesus e que 1 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 foi observada pela igreja de Jerusalém. “E perseveravam... no partir do pão” (At 2.42). A maioria dos estudiosos concorda que esse texto é uma referência à prática da Ceia do Senhor entre os primeiros cristãos. Donald Gee, um dos principais mestres do pentecostalismo britânico, disse que, quando tomada corretamente, a Ceia leva a Igreja ao próprio coração de sua fé; ao próprio centro do Evangelho; ao objeto supremo do amor de Deus. Portanto, quão abençoado é esse “partir do pão”! Parece provável que os primeiros cristãos, combinando essa ordenança simples com a “ festa do amor” de sua refeição comum, lem bravam assim a morte do Senhor “ todos os d ias” (At 2.42-46). I I I - UMA IG REJA MODELO 1. Uma igreja reverente e cheia de dons. É dito da igreja de Jerusalém: “Em cada alm a havia tem or” (At 2.43). A palavra grega traduzida como “ temor” é phóbos, que também significa “reve rência, respeito pelo sagrado”. Havia um forte sentimento da presença de Deus! Havia um clima da presença do sagrado, do que é santo, 0 mesmo sentido que teve Moisés quando 0 Senhor o mandou tirar os sapatos dos pés porque o lugar “ é terra san ta” (Êx 3.5). Precisam os aprender com a prim eira igreja! Não podemos perder 0 respeito pelo sagrado. Lucas destaca que “ muitas maravi lhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). “Sinais (gr. Téras) e maravilhas (gr. Sémeion)” são as mesmas palavras usadas pelo apóstolo Paulo para se re ferir aos dons do Espírito Santo que se m anifestavam em suas ações m issio nárias (Rm 15.19). Os dons espirituais ornamentavam a igreja cristã primitiva. 2. Uma igreja acolhedora. Dentre as muitas marcas de uma igreja relevante, o acolhimento aparece como uma das suas principais. Uma igreja, para se tornar relevante, necessariamente deve ser acolhedora. A igreja de Jerusalém é um modelo de igreja acolhedora. Além de estarem juntos, 0 texto bíblico diz que naquela igreja “ todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em co mum” (At 2.44). Não é fácil partilhar, muito menos acolher. A nossa tendência é nos fechar em nosso mundo e deixar de fora quem achamos ser inconveniente. Numa igreja acolhedora, os membros se sentem acolhidos e parte do grupo. 3. Uma igreja adoradora. A igreja de Jerusalém era tam bém uma igreja adoradora: “louvando a Deus” (At 2.47). “Louvando”, traduz o verbo grego aineo. É 0 mesmo termo usado para se referir aos anjos e pastores que louvavam a Deus por ocasião do nascim ento de Jesus (Lc 2.13,20); é usado também para descrever 0 paralítico que louvava a Deus depois que foi curado junto a Porta Formosa do Templo (At 3.8). É, portanto, uma expressão de júbilo e de gratidão. Louvar é muito mais que simplesmente “cantar” ; é uma expressão de rendição e total entrega! É 0 reconhecimento da grandeza de Deus e de seus poderosos feitos. CONCLUSÃO Vimos, nesta lição, algumas caracte rísticas que marcaram a primeira igreja. Frequentemente, nos referimos a ela comoa “Igreja Primitiva”. Vemos como sendo uma igreja ideal, modelo para todas as outras. De fato, ela é a igreja-mãe. Isso, contudo, não significa dizer que a igreja de Jerusalém não tivesse problemas. Pelo contrário, veremos em outras lições, que havia alguns bem desafiadores. Nada, contudo, que tire 0 seu brilho e nos impeça de nos espelharmos nela. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 1 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Qual a expressão bíblica que diz m uito sobre o processo de d iscipu - lado da igreja de Jerusalém? 2. O que significa a palavra grega koinonia, m encionada no texto em referência à igreja de Jerusalém? 3. Como 0 batism o era visto na igreja de Jerusalém? 4. O que Donald Gee diz a respeito da Ceia do Senhor? 5. O que a igreja pode fazer para se tornar relevante? LEITURAS PARA APROFUNDAR “Antonio Gilberto V erdades R . w f Pentecostais smm. wí . ja s i Verdades Pentecostais Este livro enfatiza que conservar o genuíno avivamento pentecostal pode ser mais difícil do que conquistá-lo. Mas, além da riqueza doutrinária contida nesta obra, ela também apresenta - ainda que de modo resumido - os principais avivamentos pentecostais ocorridos ao longo da história. A obra nos incentiva a sempre depender do divino Ajudador, o bendito Espírito Santo. THOM S. RA1NER Tornando-se uma Igreja Acolhedora Esse livro expõe de forma objetiva os pontos negativos que transformam a visita à igreja em uma experiência ruim, causando ao visitante a vontade de não retornar. Com base nesses pontos negativos, ele traz idéias de como melhorar cada área da igreja, aperfeiçoando o acolhimento aos possíveis novos membros. 1 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇAO 3 20 de Julho de 2025 UMA IGREJA FIEL À PREGAÇÃO DO EVANGELHO LEITURA DIÁRIA Segunda - l Co 1.23-25 Quinta - At 4.16 A necessidade da pregação Pregando Cristo Terça - Mc 16.15 Sexta - At 4.19 Chamados para pregar Um chamado ao arrependimento Quarta - Lc 4.18 Sábado - At 4.25 Ungido para pregar A ênfase da promessa abraâmica i r VERDADE PRÁTICA A verdadeira pregação bíblica consiste em dar testemunho de Cristo no poder do Espírito. J TEXTO ÁUREO “E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12) JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2 025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 3.11-19 11- E, apegando-se ele a Pedro e João, todo 0 povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado de Salomão. 12- E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? 13- O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, 0 Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. 14- Mas vós negastes 0 Santo e 0 Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. 15- E matastes 0 Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas. 16- E, pela fé no seu nome, fez 0 seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde. 17- E agora, irmãos, eu sei que 0fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. 18- Mas Deus assim cumpriu 0 que já dantes pela boca de todos os seus profe tas havia anunciado: que 0 Cristo havia de padecer. 19- Arrependei-vos, pois, e convertei- -vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Esta lição mostrará uma das marcas de uma igreja bíblica: seu com pro m isso com a pregação da Palavra de Deus. Uma igreja verdadeira valoriza a m ensagem das Escrituras e coloca Jesus Cristo no centro de tudo o que en sin a. É por m eio da pregação da Bíblia que 0 mundo pode conhecer a Cristo. Além disso, uma igreja bíblica prega no poder do Espírito Santo. Não transmite apenas palavras vazias, mas a m ensagem viv a e transform adora que vem da inspiração do Espírito de Deus. Por fim, uma igreja bíblica traz esp eran ça para aqueles que já não enxergam saída. Ela anuncia que há um futuro de refrigério e renovação na presença do Senhor. I - A IG REJA QUE PREGA AS ESCRITU RAS 1. As Escrituras revelam Deus. A Igreja deve pregar as Escrituras, pois elas revelam Deus. A segunda pregação de Pedro, registrada em Atos 3.11-26, é um grande exemplo disso. A mensagem do apóstolo é completamente baseada nas Escrituras e coloca Deus no centro. Pedro usa trechos das Escrituras para fundamentar sua pregação, citando Deuteronômio 18.15-19 (v.23) e Gênesis 22.18 (v.25). Há também uma conexão como 0 Salmos 22.1-31 (v.18) e a Daniel 9.26 (cf. v.18). Além disso, Pedro mos tra que Deus sempre esteve presente e agindo na história do seu povo (At 3.13), da mesma forma que os autores da Bíblia falavam sobre a revelação de 1 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 Deus ao longo dos tempos (cf. Gn 26.24; 28.13; 31-4 2 ,53; 32.9 ; Êx 4.5; l Rs 18.36; 1 Cr 29.18; 2 Cr 30.6; SI 47.9). 2. As Escrituras testemunham de Jesus. As E scritu ras apontam para Cristo. Jesus disse que as Escrituras davam testemunho dEle (Jo 5.39). Cristo é 0 centro da Bíblia. Essa era também a compreensão do apóstolo Pedro. Segundo suas palavras, os profetas anunciaram antecipadamente o sofrimento de Cristo (At 3.18). A pregação de Pedro invocou 0 testemunho das Escrituras para m os trar que a rejeição de Jesus e sua morte não foram por acaso - já haviam sido preditas pelos antigos profetas. 3. As Escrituras confrontam o pe cado. A verdadeira pregação também mostra 0 problema do pecado e 0 con fronta (At 3.19). No texto citado, Pedro usa 0 termo grego metanoéõ, traduzido aqui como “arrependei-vos”. Essa pa lavra, além do já conhecido sentido de “ arrependim ento”, significa tam bém mudança de mente e mudança interior, especialm ente no que diz respeito à aceitação da vontade de Deus. A pregação bíblica deve confrontar 0 pecado e exige uma mudança radical dos seus ouvintes. II - A IG REJA QUE PREGA NO PODER DO ESPÍR ITO 1. 0 Espírito capacita o mensageiro. Não podemos nos esquecer de que Pedro estava cheio do Espírito Santo quando pregou a mensagem registrada em Atos 3. Isso fica evidente no uso do verbo grego atenízõ, traduzido como “fixar os olhos” na passagem: “E Pedro, com João, fitando os olhos nele” (At 3.4). O estudioso Strong explica que, no Novo Testamento, esse termo é usado para descrever momentos de revelação, reconhecimento ou atenção especial, geralmente ligados a aconteci mentos divinos ou milagrosos. 2. “Fixar os olhos”. Essa mesma expressão também é usada para descre ver 0 apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, quando olhou fixamente para um homem paralítico na cidade de Listra e 0 curou (At 14.9). Da mesma forma, aparece em Atos 13.9, quando Paulo, cheio do Espírito Santo, fixou os olhos no falso profeta Elimas para repreendê-lo. Retomando 0 episódio de Pedro, isso nos mostra que ele não apenas estava capa citado para curar, mas também estava ungido para pregar. O Espírito Santo é quem inspira e dá poder à pregação da Palavra. Portanto, pregar não é apenas fazer um discurso! Pregar é anunciar a mensagem de Deus com a autoridade e a unção do Espírito Santo. 3. 0 Espírito glorificará a Jesus. Jesus disse que 0 Espírito Santo 0 glorificaria (Jo 16.14). O Espírito nunca cham a a atenção para si mesmo, m as sempre aponta para Cristo. Isso é exatamente o que vemos na cura do paralítico na Porta Formosa, em Atos 3. Pedro, cheio do Espírito Santo, não poderia aceitar ser 0 centro das atenções. Ele deixou claro queo milagre não aconteceu por seu próprio poder ou santidade: “Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). Da mesma forma, qualquer pregação que tira 0 foco de Cristo e coloca 0 homem no centro não é uma pregação bíblica. Isso não passa de um discurso humano. I I I - A IG REJA QUE PREGA A ESPERAN ÇA VINDOURA 1. Alerta a uma sociedade indiferente e insensível. O apóstolo Pedro já havia exortado os seus ouvintes na sua pri meira pregação a salvarem -se daquela “geração perversa” (At 2.40). Agora, ele JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 5 reconhece que aquela era também uma geração “ ignorante” (At 3.17). Era uma cultura indiferente e insensível para a realidade espiritual. Era, portanto, uma geração sem esperança (1 Ts 4.13). A insensibilidade às coisas espirituais é a marca daqueles que não conhecem a Deus (1 Ts 4.5). É a essas pessoas que a mensagem da cruz deve ser pregada. 2. A prom essa da Segunda Vinda. Concluindo a sua pregação, Pedro deixa uma m ensagem de esperança: “ e ve nham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). Por um lado, os ouvintes do apóstolo já podiam experimentar a bênção pro metida a Abraão, que fora trazida por Jesus, 0 Messias. Essa bênção, portanto, já era uma realidade. Por outro lado, essas palavras de Pedro olham para 0 futuro, apontando para um “refrigério” dos últimos dias que fora prometido a Israel. Trata-se da futura “ restauração de todas as coisas”. A Igreja, portanto, tem uma mensagem de esperança para aqueles que estão sem esperança. É uma realidade que, no tempo de Deus, se cumprirá. CONCLUSÃO Chegamos ao fim de mais uma lição. Nela, vimos a grande importância que a pregação bíblica tem e como devemos ser fiéis na exposição do texto sagrado. Pe dro, mesmo sendo um simples pescador, com uma gram ática e conhecimentos lim itados, sabia expor com m aestria as Escrituras Sagradas. Assim como ele, devem os nos render totalm ente ao Espírito Santo, sendo cheios dEle, para serm os exitosos no m inistério da Palavra de Deus. Uma igreja bíblica é uma igreja que vive e sabe expor as Sagradas Escrituras. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Em que a pregação do apóstolo Pedro é baseada? 2. O que a pregação de Pedro invocou? 3. Como a expressão “ fixar os o lh os” é usada para descrever 0 apóstolo? 4. Como podem os identificar um a pregação não bíblica? 5. De quem é a m arca da insensibilidade espiritual? 1 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇAO 4 27 de Julho de 2025 fgfr UMA IGREJA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO a r TEXTO ÁUREO “ E , t e n d o o r a d o , m o v e u - s e 0 l u g a r e m q u e e s t a v a m r e u n i d o s ; e t o d o s f o r a m c h e i o s d o E s p í r i t o S a n t o e a n u n c i a v a m c o m o u s a d i a a p a l a v r a d e D e u s . ” ( A t 4 3 i ) \ ______________ _____________ VERDADE PRÁTICA U m a ig r e j a c h e i a d o E s p í r i t o S a n t o s u p o r t a a f l i ç õ e s , o r a c o m p o d e r e o u s a n o t e s t e m u n h o c r i s t ã o . J LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 10.19,23 Quinta - Rm 8.11,12 Suportando as provações Poder sobre 0 pecado Terça - Ef 5.18,19 Sexta - Rm 5.5 Adorando no Espírito Capacidade de amar Quarta - At 13.9,10 Sábado - At 4.31 Autoridade espiritual L.___________________ Orando com poder JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 7 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 4.24-31 24- E, ouvindo eles isto, unânimes levan taram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és 0 Deus que fizeste 0 céu, e a terra, e 0 mar e tudo 0 que neles há; 25- Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? 26- Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, contra 0 Senhor e contra 0 seu Ungido. 27- Porque verdadeiramente contra 0 teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; 28- Para fazerem tudo 0 que a tua mão e 0 teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. 29- Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; 30- Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodí gios pelo nome de teu santo Filho Jesus. 31- E, tendo orado, moveu-se 0 lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, veremos como uma igreja cheia do Espírito Santo se comporta. A partir do capítulo 4.24-31 do livro de Atos dos Apóstolos, encontramos uma das principais marcas que caracterizam a igreja de Jerusalém: a perseverança. Uma igreja perseverante é capacitada para dar testemunho de sua fé mesmo que em meio ao fogo da provação (1 Pe 4.12). Essa igreja suporta as provações porque é cheia do Espírito. Por causa do Evangelho, ela renuncia seu próprio bem -estar e não aceita ficar na “ zona de conforto”. Na verdade, sem a capacitação do Espírito 0 Corpo de Cristo não suporta as provas para cumprir sua missão no mundo. Outra marca uma igreja cheia do Espírito Santo é a sua capacidade de orar com poder e, por isso, impactar 0 mundo ao seu redor. Essa oração fortalece a igreja, capacita-a a testemunhar de maneira eficaz. Da mesma forma, uma igreja cheia do Espírito Santo é marcada pela ousadia para proclamar 0 Evangelho com poder. E, por isso, se tornar relevante para o mundo. I - UMA IG REJA PERSEVERAN TE 1. Suporta o sofrimento. Após sua pregação junto à Porta Formosa, Pedro e João são levados presos (At 4.3) e, pos teriormente, ameaçados por pregarem 0 nome de Jesus (At 4.17). Foi dito a eles que não falassem nem ensinassem no nome do Senhor (At 4.18). A ordem era clara, mas os apóstolos estavam dispostos a pagarem 0 preço de não segui-la. Eles su portariam tudo por amor a Jesus. Agiam com perseverança. Isso só foi possível porque Pedro, que falava por si e pelos demais apóstolos, havia sido cheio do Espírito Santo (At 4.8). O tempo verbal do grego usado no versículo 8 (tendo sido 1 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2025 vv A ordem era clara, mas os apóstolos estavam dispostos a pagarem o preço de não segui-la. Eles suportariam tudo por amor a Jesus.” cheio) demonstra que o apóstolo, que já havia sido batizado no Espírito Santo, no Pentecostes (At 2.4), foi revestido novamente do poder do alto. Uma igreja continuamente cheia do Espírito suporta as provas e 0 sofrimento. 2. Não negocia seus valores. Quando a classe sacerdotal intimou os apóstolos e lhes deram ordem expressa para que eles não falassem nem ensinassem no nome de Jesus, a resposta dos apóstolos foi: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus” (At 4.19). Em outras palavras, os apóstolos afirmaram que não negociariam a sua fé. Não abririam mão dos valores da fé que haviam recebido, pois eles são ine gociáveis. Uma das marcas de uma igreja que perdeu ou está perdendo 0 poder do Espírito é a sua aceitação de princípios e práticas que afrontam as Escrituras. 3. Está convicta de sua fé. Uma igreja cheia do Espírito Santo está convicta de sua fé. Não se apoia em suposições, mas em fatos (At 4.20). Os primeiros cristãos não apenas ouviram sobre Deus, mas tam bém testem unharam suas obras. Quando Filipe pregou em Samaria, os sam aritanos se convenceram porque “ouviam” e “viam" os sinais que Filipe fazia (At 8.6). Alguém já disse que Deus é plenamente obedecido no céu porque lá Ele é visto, enquanto na terra, muitas vezes, é desobedecido por ser apenas ouvido. No entanto, a igreja cheia do Espírito não apenas proclama a Palavra, mas também manifestaa obra de Deus (Rm 15.18,19). Jesus foi poderoso tanto em palavras quanto em obras (Lc 24.19). II - UMA IG REJA QUE ORA COM PODER 1. Orando com propósito. Obser vam os na oração do capítulo 4.24-30 de Atos dos Apóstolos que os crentes oram para que Deus seja glorificado por meio de um evangelismo de poder. Eles oraram com um propósito e, por isso, foram específicos. Não foi, portanto, uma oração vaga. Nela, eles oraram para que Deus exercesse a sua soberania e agisse por meio deles dando-lhes poder para testem unhar do Senhor Jesus. Nesse sentido, o propósito da oração foi para que Deus fosse glorificado na resposta. 2. Orando em unidade. “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus” (At 4.24). A Concordância de Strong explica que a palavra “unânimes” vem do termo grego homothymadon, que sig nifica um grupo de pessoas agindo com 0 mesmo propósito e em total harmonia. Isso mostra que havia unidade e concor dância na oração. Uma igreja cheia do Espírito Santo é unida. Ela sabe respeitar as diferenças e entende que unidade não significa que todos são iguais. No meio da igreja, há crentes mais experientes e outros que ainda estão aprendendo; há aqueles que são maduros na fé e há os que ainda estão amadurecendo na caminhada cristã. Mas nada disso impede que a igreja se una em oração, buscando a Deus com 0 mesmo propósito. 3. Orando fundamentada na Pa lavra de Deus. Ao orarem, os crentes JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 9 vv [...] Uma igreja verdadeiramente bíblica sofrerá rejeição e oposição citaram o Salmos 2.1,2: “ que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pen saram coisas vãs?” (At 4.25). Não basta orar. É preciso orar tomando por base a Palavra de Deus. Orar fundamentado na Palavra é orar crendo e afirmando as suas verdades. Uma oração feita fora da Palavra de Deus não terá nenhuma garantia de ser respondida porque Ele vela pela sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). Não há dúvidas de que a falta de fundam entação bíblica pode estar por trás do fracasso na vida de oração. III - UMA IGREJA OUSADA NO SEU TESTEMUNHO 1. Ousadia para enfrentar oposi ção ao Evangelho. Os crentes oraram conscientes dos obstáculos que estavam enfrentando: “Olha para suas ameaças” (v.29). Já foi dito que uma igreja cheia do Espírito é uma igreja perseverante. Ela suporta a oposição e 0 sofrimento por causa do Evangelho. Deve ser destacado ainda que uma igreja verdadeiramente bíblica sofrerá rejeição e oposição: “ E na verdade todos os que querem viver piam ente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Uma igreja que procura se ajustar à agenda do Es tado perdeu à sua autoridade espiritual e sua legitimidade bíblica. 2. Ousadia no exercício dos dons espirituais. O evangelista nos informa que, tendo eles orado, todos “ foram cheios do Espírito Santo” (At 4.31). No ensino de Lucas (como em Paulo, cf. 1 Co 14.12; Ef 5.18), o enchimento do Espírito está diretamente relacionado à prática dos dons espirituais na igreja cristã. Não se trata, portanto, apenas do uso de uma frase de efeito. No livro de Atos dos Apóstolos, é 0 Espírito Santo quem dá 0 crescimento da Igreja e opera milagres extraordinários, não somente por meio dos apóstolos, mas também pelos demais cristãos. É a ação do Espírito de Deus entre eles que realiza essas obras (At 6.3,5; At 8.5-7; 13-9)- Devemos, portanto, nos encher do Espírito Santo para que seus dons tragam edificação à Igreja. 3. Ousadia na exposição da Palavra. As Escrituras dizem que, após a oração da igreja, “ todos foram cheios do Espí rito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). É in te ressante observarmos 0 uso da palavra “ousadia” nesse texto. Ela aparece, por exemplo, em Atos 4.13 para se referir à coragem de Pedro e João quando foram interrogados pelos anciãos e escribas. O cristão cheio do Espírito se torna corajoso em sua vida cristã. Ele prega a Palavra de Deus com poder. CONCLUSÃO Nesta lição, vimos o que caracteriza, de fato, uma igreja pentecostal. Suas características se tornam visíveis e estão diretamente associadas à plenitude do Espírito Santo. A Primeira Igreja não foi perfeita, como 0 livro de Atos deixa bem claro. Contudo, suas lim itações eram superadas por um viver diário sob a ca pacitação do Espírito Santo. Se queremos, de fato, ser uma igreja relevante, devemos nos deixar encher do Espírito Santo. 2 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 REVISANDO O CONTEÚDO 1. Suportar provas e sofrim ento é um a m arca de que tipo de igreja? 2. Cite um a das m arcas da igreja que perdeu ou está perdendo o poder do Espírito. 3. O que podem os observar em Atos 4.24-30? 4. No ensino de Lucas, de acordo com a lição, a que o enchim ento do Espírito está relacionado? 5. A palavra “ ousadia” se refere a quê em relação a Pedro e João? LEITURAS PARA APROFUNDAR COMENTÁRIO EXEGÉTICO ATOS CRAIG S. KEENER C om entário E xegético A tos - Volum e 02 Fruto de uma pesquisa de mais de vinte anos, o altamente respeitado estudioso do Novo Testamento Craig S. Kenner escreveu uni dos maiores e mais documentados comentários de Atos já escrito. Neste segundo volume, Keener nos apresenta uma extensa e relevante introdução bem como os comentários pormenorizados de Atos 3.1 a 14.28. Comentário Bíblico - Atos Neste livro, o leitor entenderá porque os Atos dos Apóstolos são conhecidos também como os Atos do Espírito Santo. Este não é um mero comentário de Atos. É um grande inanual de evangelismo e missões. A obra mostra como o Espírito Santo conduzia a igreja em meio aos desafios e perseguições, em que a oração e o poder acompanhavam os passos do povo de Deus. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 1 3 de Agosto de ~ \ r TEXTO ÁUREO “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” (At 4.32) ____________________ _ VERDADE PRÁTICA 0 amor é 0 elo que mantém a unidade da igreja local. Sem 0 amor, não existe relacionamento cristão saudável. LEITURA DIÁRIA Segunda - Jo 13.34 O amor como mandamento divino Terça - Rm 5.5 O amor de Deus derramado nos corações Quarta - 1 Ts 4.9 O amor como um dever cristão da fraternidade Quinta - Mt 22.39 Amando 0 próximo como a nós mesmos Sexta - 1 Jo 3.18 Amando de coração Sábado - 1 Pe 4.8 O amor cobre a multidão de pecados 2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 4.32-37 32- E era um 0 coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. 33- £ os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. 34- Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam 0 preço do que fora vendido e 0 deposi tavam aos pés dos apóstolos. 35- £ repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. 36- Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, 37- possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe 0 preço, e 0 depositou aos pés dos apóstolos. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, veremos como 0 amor de Deus se m anifesta numa igreja genui namente cristã. Ele capacita a igreja a enxergar os mais necessitados e a buscar caminhos para que suas carências sejam atendidas. Esse amor, contudo, não é um mero sentimento humano. Em vez disso, ele é a expressão máxima da graça de Deus que foi derramada abundante mente nos corações daqueles que creem em Jesus. Somente através do amor de Deus 0 cristão aprende a ser solidário e generoso com aqueles que precisam ter suas necessidades supridas.I - O AMOR M ANIFESTADO NA COMUNHÃO C R ISTÃ 1. O crescimento da Igreja Cristã. Nesse ponto de sua narrativa, Lucas se refere à igreja como a “ m ultidão dos que criam ” (v.32). Essa expressão pode ser entendida com o sentido de um “ grande número” ou “assembléia”. A Igreja que havia começado com 120 discípulos, agora é uma grande m ul tidão. Uma igreja pequena possui a m esm a natureza e essência de uma igreja grande. Assim como uma igreja grande, uma pequena igreja também enfrenta seus problem as e desafios. Contudo, os desafios e problemas de um grande povo são maiores em proporção em relação a uma pequena. Eles se tornam m ais com plexos e, portanto, mais desafiadores. 2. Os desafios do crescimento. Assim, vemos a Igreja de Jerusalém crescer em escala geométrica. Ela se multiplicava (At 6.7) e com isso os desafios também eram maiores. Como essa igreja, que até pouco tempo não passava de um pequeno número, se comportaria com o novo formato adquirido? Ela manteria a unidade em meio à com plexidade? Somente 0 amor poderia manter 0 elo fraterno entre os crentes. De fato, Paulo dirá que 0 “amor de Deus” foi derramado nos corações dos crentes pelo Espírito Santo (Rm 5.5); aos colossenses, o após tolo dos gentios disse que o amor “ é 0 JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 3 vínculo da perfeição” (Cl 3.14). Somente através do amor cristão a igreja pode m anter-se unida. Quando uma igreja se fragmenta e se divide, isso significa que 0 egoísmo tomou 0 lugar do amor em algum ponto. 3. A vida interior. A expressão “era um 0 coração e a alma” (At 4.32) mostra a igreja em sua essência, revelando sua união interna. O Espírito Santo capacitou poderosamente os cristãos para cumprir a m issão fora da igreja (At 1.8), para a tarefa do evangelism o (At 4.31,33; 8.6,7), mantendo os crentes unidos internamente. I I - O AMOR COMO M A N IFES TAÇÃO DA GRAÇA 1. A graça como manifestação do Espírito. O m elhor am biente para a manifestação dos dons do Espírito é em uma igreja onde 0 amor de Deus está presente. Lucas nos inform a que “ os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (At 4.33). O contexto nos mostra que o Espírito opera em um ambiente que lhe é propício, isto é, onde a igreja está banhada no amor cristão. Muitos podem cair na tentação de achar que 0 segredo para ter uma igreja imersa no Espírito, isto é, onde os dons espiritu ais se m anifestam com regularidade, tem a ver com cumprir determinadas regras e normas estabelecidas. Regras são importantes e não podemos viver sem elas. Contudo, o Espírito opera no ambiente onde há comunhão entre os irm ãos. Às vezes, podem os quebrar a comunhão com os outros, achando que não tem im portância, m as Jesus ensina que, para ser perdoado por Deus, devemos perdoar sinceramente nossos irmãos (Mt 6.15; 18.35). Qualquer ensino contrário a isso é falso. 2. A graça como favor imerecido. Há ainda um outro aspecto da graça de Deus revelada neste texto: “ em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). Isso significa que a graça de Deus estava manifestada tanto nos apóstolos como em toda a igreja. Esse texto não se en contra deslocado, mas é posto aqui com 0 propósito de mostrar a razão ou motivo daquele contagiante ambiente cristão. Uma igreja dinâmica, que demonstra amor para com seu próximo e na qual 0 Espírito Santo se manifesta de forma abundante, é uma igreja que reflete a graça de Deus. Na Bíblia, podemos perceber que a graça de Deus gerou entre os crentes um sentimento de gratidão por terem sido, sem merecimento algum, capaci tados por Deus para viverem uma vida abundante. Isso se torna um padrão nas demais igrejas do Novo Testamento (1 Ts 4.9). Vemos, por exemplo, esse sentimento de gratidão como uma resposta à graça de Deus na pessoa do apóstolo Paulo (l Co 15.10). Somente a graça gera tamanho sentimento de gratidão. I I I - A M ANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SO LID ARIED AD E CR ISTÃ 1. A busca pela equidade. 0 Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa conceitua “equidade” como a “disposição de reco nhecer igualmente 0 direito de cada um”. Assim, diferentemente da igualdade, a equidade não enxerga as pessoas como sendo todas iguais e, por isso, busca formas de ajustar 0 desequilíbrio entre elas. Em Jerusalém não havia um nive lamento social, nem todos possuíam as mesmas condições. Havia pessoas mais abastadas, e havia pobres também. Estes, geralmente, em maior número. Logo, a igreja demonstrou ser sensível a essa re alidade, procurando tratar dessa situação 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO ■ AGOSTO ■ SETEMBRO 2 025 (At 4.34), sendo solidária com a situação dos menos favorecidos. 2. Propriedade e compartilhamento. Estudiosos observam que a igreja de Jerusalém vivia uma com unidade de compartilhamento, não de domínio. Os crentes mantinham a propriedade de seus bens, mas os disponibilizavam conforme a necessidade de cada um. Desse modo, eles compartilhavam tudo o que tinham. Isso pode ser observado com Maria, mãe de João Marcos. Ela também pertencia à igreja de Jerusalém e em vez de vender sua casa, a pôs a serviço da igreja, trans- formando-a em uma casa de oração onde a igreja se reunia (At 12.12). A prática da generosidade pode mudar de acordo com 0 tempo, lugar e circunstâncias; contudo, 0 princípio que a governa permanece o mesmo. Podemos fazer 0 bem a quem necessita de uma forma ou de outra. 3. Um exemplo da voluntariedade. Lucas destaca que “ os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, tra ziam 0 preço do que fora vendido e 0 depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34). Nada aqui foi feito de forma obrigatória. Ninguém contribuiu porque foi constrangido a isso. O texto bíblico deixa claro que havia voluntariedade nos crentes em ajudar uns aos outros. Havia uma consciência de pertencimento e, por isso, ninguém deseja ver 0 outro excluído. Isso era a m anifestação do grande amor de Deus derramado nos corações daqueles crentes. CONCLUSÃO C h egam os à con clu são de m ais uma lição bíblica. Vimos como 0 amor de Deus, derramado nos corações da Primeira Igreja, mobilizou os crentes a socorrer os m ais necessitados. Isso aconteceu de forma voluntária quando cada um, de acordo com suas posses, se prontificava a dar do que lhe per tencia. Não há igreja cristã verdadeira sem essa identificação com 0 outro. Ninguém pode fechar os olhos diante da necessidade alheia e se autointitular de cristão. O verdadeiro amor se realiza no atendimento da necessidade do próximo. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Como 0 evangelista Lucas se refere à igreja? 2. O que a expressão “era um 0 coração e a alm a” mostra? 3. De acordo a lição, qual é o melhor ambiente para a manifestação dos dons do Espírito? 4. O que a equidade busca fazer? 5. O que 0 texto bíblico deixa claro em relação aos crentes de Atos 4? J U L H O • A G O S T O ■ S E T E M B R O 2025 L I Ç Õ E S B Í B L I C A S • A L U N O 2 5 A TEXTO ÁUREO “ D i s s e , e n t ã o , P e d r o : A n a n i a s , p o r q u e e n c h e u S a t a n á s o t e u c o r a ç ã o , p a r a q u e m e n t i s s e s a o E s p í r i t o S a n t o e r e t i v e s s e s p a r t e d o p r e ç o d a h e r d a d e ? ” ( A t 5.3) l_______________ r VERDADE PRÁTICA C o m o t o d a f o r m a d e e n g a n o , a m e n t i r a é p e c a d o . D e v e m o s , p o i s , a n d a r s e m p r e n a l u z d a v e r d a d e . __________ ) 2 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 5.1-H 1- Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma pro priedade 2- e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. 3- Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás 0 teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivessesparte do preço da herdade? 4 - Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5- E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. 6- E, levantando-se os jovens, cobriram 0 morto e, transportando-o para fora, 0 sepultaram. 7 - E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo 0 que havia acontecido. 8- E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. 9 - Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar 0 Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram 0 teu marido, e também te levarão a ti. 10- E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido. 11- E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Um casal, aparentemente despreten sioso, achou que podia lucrar às custas da santidade da Igreja. Ao combinarem um ardil para enganar os apóstolos, Ananias e Safira estavam, na verdade, a serviço do Diabo, 0 pai da mentira. Nesta lição, aprenderemos que é possível um crente não vigilante estar a serviço do Diabo em vez de agir em favor do Reino de Deus. Foi exatamente isso 0 que aconteceu com Ananias e Safira - tentaram obter lucro negociando valores do Reino. Como cren tes não podemos usar de engano porque Deus sonda os corações. Cabe, portanto, a nós, nos afastarm os do pecado pelo temor do Senhor. I - O DIABO, O PAI DA M EN TIRA l. É da natureza satânica mentir. A Escritura afirm a que Satanás induziu Ananias a mentir: “Disse, então, Pedro: A nan ias, por que encheu Satanás 0 teu coração...?” (At 5.3). Motivado pela cobiça, pelo desejo de obter lucro fácil, Ananias deu lugar ao Diabo, que 0 levou a mentir. Jesus já havia afirmado que o Diabo é o pai da m entira (Jo 8.44). Satanás está por trás de toda mentira e engano (2 Ts 2.9,10). O apóstolo Paulo viu esse espírito de engano quando enfrentou Elimas, 0 mágico (At 13.10). O Diabo será sempre mentiroso, nunca mudará. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 7 2. A mentira como um ardil maligno. Satanás não obrigou nem forçou Ananias a mentir, mas, evidentemente plantou a semente do engano e da mentira em seu coração. A mentira é um dos seus ardis. A Escritura é bem clara: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Por certo, Ananias sabia disso, pois estava numa igreja doutrina da pelos apóstolos (At 2.42). A questão, portanto, não estava em não saber fazer a coisa certa, mas em subestimar 0 ardil do Inimigo que possui a capacidade de induzir a fazer a coisa errada. É possível que 0 casal tenha flertado com a possi bilidade de ganhar lucro e fama fingindo estar fazendo a coisa certa. Duas coisas que não são em si mesmas pecaminosas, mas quando buscadas com a intenção errada, se tornam pecado. 3. Não superestime o Inimigo! O apóstolo Paulo orienta os crentes a perdoarem e a não guardarem nenhuma raiz de amargura (2 Co 2.10,11). Se por um lado não podemos superestimar 0 inim igo, visto ele ter sido derrotado na cruz (Cl 2.15); por outro lado, não podemos subestim á-lo. Paulo orienta os cren tes a se revestirem de toda arm adura de Deus para que possam ficar firmes contra as “ astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A expressão grega “ astutas ciladas” traduz 0 termo gre go methodeias, de onde procede nosso termo português “ método”. O Diabo é meticuloso e trabalha metodicamente para enganar os cristãos. Vigiemos! II - O CRISTÃO E A MENTIRA 1. Mentir é uma escolha. Um fato fica evidente em Atos 5.1-11: tanto Ananias quanto sua mulher, Safira, agiram livre mente na questão envolvendo a venda de uma propriedade (At 5.1,2). Isso fica ainda mais claro quando Pedro, sob 0 discernimento do Espírito Santo, reprova vv Para haver responsabilidade moral é necessário que os nossos atos sejam feitos livrem ente Ananias por ter tentado enganar a igreja acerca do real valor da propriedade (v.3). Ananias não foi obrigado, nem tampou co constrangido, a agir da forma como agiu. Tanto ele como sua esposa, que foi conivente com a ação dele, tom a ram uma decisão livre. Mentir é uma escolha que envolve a natureza moral. Ora, para haver responsabilidade moral é necessário que os nossos atos sejam feitos livremente, isto é, não estejam sob nenhuma força externa que nos obrigue a praticá-los. Nesse aspecto, como ve remos mais a frente, eles não poderiam culpar a ninguém, nem mesmo 0 Diabo, pelo que fizeram. 2. Atraídos pela mentira. Se por um lado A nan ias e Safira tom aram decisões livres, por outro lado, sofre ram implicações de suas decisões: “ E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou” (At 5.5). Não podemos saber 0 que se passou pela cabeça de Ananias e Safira para agirem como agiram. O certo é que quiseram obter vantagem com a negociação feita. É possível que, ao verem os dem ais crentes fazendo ações louváveis, quando doavam seus bens, tivessem visto nesse gesto uma oportunidade de obterem, além do re conhecimento, 0 lucro pelo patrimônio que fora vendido e, supostamente, doado. 28 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 Vi Ninguém pode agir na Igreja de Deus da forma que achar mais conveniente, pensando que não estará sujeito ao julgamento divino.” 3. Mentir tem consequências. Ao agirem assim , A nanias e Safira não pensaram nas consequências de suas ações. Mesmo fazendo parte de uma igreja pen tecostal, onde os dons do Espírito Santo estavam em evidência, se expuseram a uma ação mesquinha quando resolveram m entir, não so mente aos apóstolos, mas ao próprio Deus. Contudo, 0 preço pago por essas ações foi muito caro - custou-lhes suas próprias vidas. Antes de se praticar qualquer ação de natureza pecaminosa, é necessário pensar nas consequências que isso produzirá. Quantos crentes, muitos deles experientes, hoje lam en tam por não terem levado em conta as consequências de suas ações? Vigiemos! I I I - A IG REJA QUE R EP ELE A M EN TIRA 1. Uma igreja temente. Lucas destaca que os fatos ocorridos com Ananias e Safira trouxeram um grande tem or dentro e fora da Igreja (At 5.11). A pa lavra “ tem or” traduz o termo grego phobos, que tam bém aparece no ver sículo 5 deste mesmo capítulo. Muitas vezes essa palavra é traduzida com 0 sentido de “ medo” (Mt 28.4; Lc 21.26; Jo 7.13). Contudo, aqui nesse contexto 0 sentido é de “ reverência” e “ respeito” como em Atos 2.43 e outras passagens neotestam entárias (cf At 9.31; 19.17; 1 Co 2.3; 2 Co 7.1; 2 Co 7.15). Se Deus não tivesse usado Pedro para parar 0 intento daquele casal, o pecado teria entrado na Primeira Igreja e, sem dúvidas, causado danos irreparáveis. Esse julgamento de Deus, além do fato de punir 0 pecado do casal, serviu para mostrar quão séria é a Igreja de Deus. Ninguém pode agir na Igreja de Deus da forma que achar mais conveniente, pensando que não estará sujeito ao julgamento divino. 2. Uma igreja forte. Mais uma vez, Lucas destaca que “muitos sinais e prodí gios eram feitos entre 0 povo pelas mãos dos apóstolos” (At 5.12). Isso mostra que uma igreja santa, que trata 0 pecado como pecado e não arranja desculpas para jus- tificá-lo, é uma igreja forte. A prova disso é a manifestação dos dons espirituais que levou os apóstolos a fazerem milagres extraordinários. Uma igreja fraca, anê mica por falta de disciplina espiritual e que aprendeu a tolerar 0 pecado em seu meio, torna-se inoperante. CONCLUSÃO É possível um crente pecar e se acostumar com 0 pecado sem se arre pender. É possível que ele encontre até mesmo justificativas plausíveis para com portam entos notadamente peca minosos. Contudo, uma coisa é certa: não é possível escapar do juízo divino. No caso da igreja deJerusalém, 0 juízo divino veio de forma rápida e precisa. Contudo, em outros, como no caso de Corinto, 0 apóstolo Paulo cobrou uma ação enérgica por parte da igreja que havia se tornado tolerante em relação ao comportamento pecaminoso de um crente (1 Co 5.1-13). Em outra situação, JULHO ■ AGOSTO • SETEMBRO 2 025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 9 Paulo deixou claro que Deus exerceu seu pecado (1 Co 11.30-32). Fica o alerta: direito de juiz com aqueles que havia ninguém é capaz de enganar a Deus. REVISANDO O CONTEÚDO 1. Segundo a lição, 0 que m otivou A nanias a m entir? 2. O que Satanás sem eou no coração de Ananias? 3. O que fica evidente em Atos 5.1-11? 4. O que é necessário pensar antes de qualquer prática de natureza p e cam inosa? 5. O que, de acordo com a lição e 0 contexto de Atos 5.1-11, Atos 5.12 mostra? LEITURAS PARA APROFUNDAR K i v e n d q c o m . integridade l i m l I n s l i r | a C r is e de 3 WTEGRIDADE NO INISTER1Q A ST ORAL I íf iàM IN I K Vivendo com Integridade O autor convida-nos a recuperar as práticas antigas de se viver com honestidade, compaixão, simplicidade e humildade além de fazer um apelo desafiador para que se resgatem os fundamentos da liderança espiritual baseado na sustentação da integridade e da santidade de vida. Crise de Integridade no Ministério Pastoral De que forma o obreiro pode se precaver para não cair em erros e perder a integridade? Qual o preço pago pelo ministro do Evangelho se abrir mão dos preceitos bíblicos de conduta pessoal? Estas e outras perguntas são respondidas nesta importante obra. 3 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇAO 7 17 de Agosto de 2027 UMA IGREJA QUE NAO TEM E A PERSEGUIÇÃO "\ r TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5.29) ^ ____________________________ Em relação à verdadeira Igreja Cristã há duas verdades inegáveis: 1) a Igreja será perseguida; 2) Deus a protegerá. ___________________________ ) LEITURA DIÁRIA Segunda - Jo 16.33 A perseguição na rota da fé cristã Terça - 2 Tm 3.12 A perseguição como marca do viver cristão piedoso Quarta - 2 Co 4.9 Mantendo 0 ânimo em meio à perseguição Quinta - At 4.13 Mantendo a ousadia cristã Sexta - At 16.25 Adorando a Deus mesmo em perseguição Sábado - At 12.5 Perseverando em oração em meio à perseguição JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 1 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 5.25-32; 12.1-5 Atos 5 25- E, chegando um, anunciou-lhes, dizen do: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo. 26- Então, foi 0 capitão com os servidores e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo). 27- E, trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E 0 sumo sacerdote os interro gou, dizendo: 28- Não vos admoestamos nós expressa mente que não ensinásseis nesse nome?E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós 0 sangue desse homem. 29- Porém, respondendo Pedro e os após tolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. 30- 0 Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspenden- do-o no madeiro. 31- Deus, com a sua destra, 0 elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel 0 arrependimento e remissão dos pecados. 32- E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também 0 Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem. Atos 12 1- Por aquele mesmo tempo, 0 rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para os maltratar; 2- e matou à espada Tiago, irmão de João. 3- E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos asmos. 4- E, havendo-o prendido, 0 encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que 0 guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa. 5 Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Desde 0 seu início, a Igreja enfrenta oposição e perseguição. Por sua própria natureza, a fé cristã atrai sobre si a rejeição e a perseguição. Isso porque a fé cristã, por defender princípios ex clusivos, muitas vezes se choca com os valores seculares e mundanos. Foi assim no primeiro século e é assim ainda hoje. Contudo, devemos destacar que a igreja não está sozinha nem abandonada no mundo. Deus é o seu dono e, portan to, 0 seu protetor. Vemos ao longo da história da Igreja 0 Senhor agindo de diferentes formas para dar livramento e vitória a seu povo. Assim, nesta lição, veremos como Deus faz isso capacitando e empoderando 0 seu povo para viver no meio de um mundo hostil. I - A IG REJA PERSEG U ID A l. Os perseguidores. Na Bíblia, vemos que as autoridades religiosas da época dos apóstolos começaram a se opor à Igreja (At 5.17,24). Atos 5 menciona três grupos: os sacerdotes, os saduceus e o capitão do templo. Os saduceus eram um grupo muito influente, com grande poder 32 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 202 5 político e religioso. Eles tinham o apoio dos sacerdotes e dos anciãos, e, dentro dessas classes religiosas, eram os mais poderosos. Esse grupo já havia tentado atrapalhar o ministério de Jesus várias vezes, criando dificuldades sempre que podiam (Lc 20.27-40). Os anciãos eram líderes judaicos influentes, represen tando tanto aspectos religiosos quanto políticos, m as sem exercer fun ções sacerdotais no Templo. Já 0 capitão do Templo, mencionado também em Atos 4.1, era um sacerdote de nível inferior, mas que tinha autoridade policial dentro do Templo. Esses grupos, cada um com sua influência, viram a Igreja como uma ameaça e fizeram de tudo para impedir a pregação do Evangelho. 2. Esferas da perseguição. A p e rse g u iç ã o dos ju d eu s aos c r is tãos se dava em duas esferas: a re l ig io s a , por v e re m a m e n s a g e m de C risto com o am eaça; e p o lítica , os rom anos procuravam aum entar 0 capital político com os judeus. a) Na esfera religiosa. Lucas registra que os religiosos judeus prenderam os apóstolos (At 5-17,18). À m edida que os cristãos testem unhavam da sua fé com poder, gan havam m ais e m ais admiração popular (At 2.47). Muitos já havia aceitado a fé (At 4.4). Esse nú mero continuava crescendo (At 5.14). A inveja, portanto, provocou a ira desses líderes. Enquanto a Igreja crescia, 0 velho judaísmo farisaico regredia. b) Na esfera política. Em Atos 12.1- 5, vem os que a perseguição se dá na esfera estatal e é de n atureza m ais política, na esfera pública. Ali, 0 rei H erodes, um dos g o v ern a n tes que represen tava 0 im pério Romano na Judeia, mandou executar Tiago e pren der 0 apóstolo Pedro. Sabendo que Pe dro era um líder de destaque entre os apóstolos, queria com isso aumentar 0 AMPLIANDO O CONHECIMENTO “CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do Novo Testam ento res pondiam às oposições e às perseguições com intensas orações. A situação parecia impossível: Tiago já havia morrido, e Herodes tinha Pedro sob a custódia de dezesseis soldados. No entanto, a igreja vivia com a absoluta certeza de que “ a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16), e eles oravam intensamente e persistentemente pela situação de Pedro. A oração deles logo foi respondida (vv. 6-17; veja o artigo A ORAÇÃO EFICAZ, p. 600). ” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, edita pela CPAD, p.1964. JULHO • AGOSTO • SETEMBRO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 3 vv A Bíblia diz que eles [os anjos] estão a serviço daqueles que vão herdar a salvação.” seu capital político perante os judeus que se opunham à Igreja (At 12.3). 3. A Igreja enfrentará oposição. A Igreja sempre enfrentará opositores, de um jeito ou de outro. Isso acontece porque 0 Cristianismo Bíblico, por sua natureza, acolhe a todos, mas também