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PEAC – Projeto Educacional Alternativa Cidadã
 
A Baixa Idade Média e o Surgimento dos Estados Nacionais
 
Entre o século XI e o XV, a Europa passou por uma série de mudanças sociais e econômicas que afetariam profundamente sua história. Este período é conhecido como Baixa Idade Média, sendo marcado pelo estabelecimento da Paz de Deus pela Igreja, pelo movimento das Cruzadas, pelo enfraquecimento da nobreza, pelo renascimento das cidades e a expansão do comércio, mas, principalmente pelo início da formação do ESTADO NACIONAL MODERNO.
São características do Estado Nacional:
*Centralização do poder nas mãos do Rei.
*Território com fronteiras nacionais definidas
*Exército nacional permanente para defender este território.
*Sistema judicial unificado, com uma burocracia para aplicá-lo.
*Cobrança de impostos, para financiar o exército e a burocracia.
O Estado Nacional se contrapõe a duas características da organização do poder na Idade Média:
O Regionalismo: característica derivada da pulverização do poder entre os vários senhores feudais.
O Universalismo da Igreja Católica: cujo poder e influência ultrapassava as fronteiras nacionais.
Nem todos os países desenvolveram seu Estado Nacional da mesma forma. Ao longo deste texto, serão apresentados alguns exemplos representativos de diferentes realidades entre as nações da Europa.
França: A centralização do poder se iniciou com a Dinastia dos Capetos, que sucedeu à Dinastia Carolíngia, no século X. Os principais reis que levaram adiante este processo foram Felipe Augusto, Felipe IX e Felipe o Belo:
*Felipe Augusto (1180-1223): Iniciou a formação do exército nacional e criou um sistema de imposto através de fiscais, o que acabou enfraquecendo o poder de justiça dos senhores feudais. Aproximou-se da burguesia, libertando algumas cidades do domínio dos nobres.
*Luis IX (1226-1270): Fortaleceu os tribunais reais e criou uma moeda única.
*Felipe o Belo (1285-1314): Criou uma assembléia chamada "Estados Gerais", formada por representantes da Nobreza, do Clero e da Burguesia, para legitimar seu poder. Exigiu da Igreja cobrança de impostos, o que acabou levando a uma crise com o papado. Como resultado disso, Felipe forçou a eleição de um Papa francês e transferiu a sede da Igreja para Avignon, no sul da França. Importante: A divisão da Igreja Católica em dois papados (um na Itália e outro na França), ficou conhecida como Cisma do Ocidente (1307-1377), ajudando no enfraquecimento do poder eclesiástico.
*Guerra dos Cem Anos (1337-1453): Com o fim da Dinastia dos Capetos, houve uma disputa entre nobres franceses e o Rei da Inglaterra pela disputa do trono francês. A luta durou mais de cem anos, abalando o poder da nobreza e reforçando a união em torno do Rei. A guerra foi vencida pela França.
Portugal: O Reino de Portugal surgiu do Condado Portucalense, cujo governante, Dom Afonso Henriques de Borgonha, proclamou sua independência do Reino de Leão em 1139.
*O Reino se consolidou no processo de luta contra os muçulmanos, que se estende até 1249, quando termina o processo de conquista.
*A nobreza não era poderosa e cedo o comércio marítimo se tornou uma atividade importante em Portugal.
* Com o fim da Dinastia de Borgonha ocorre uma disputa entre o Rei de Castela e Dom João de Avis pelo trono português. O Rei de Castela era apoiado pela nobreza agrária e Dom João era apoiado pela burguesia comercial: com a vitória deste último, em 1383, a nobreza se submete ao Rei e este passou a apoiar a burguesia no desenvolvimento de suas atividades comerciais. Surge assim o primeiro estado absolutista da Europa.
Espanha: Depois da conquista da Península Ibérica pelos Árabes, no século VII, surgiram vários reinos cristãos no norte, que não foi dominado pelos muçulmanos. Entre estes reinos estavam Leão, Castela, Aragão e Navarra.
*Na luta contra os muçulmanos, dois reinos se destacaram e se impuseram aos demais: Castela e Aragão. Aqui também, como em Portugal, a guerra de conquista ajudou na centralização do poder em torno do Rei.
*Em 1469, o Reino de Castela e o Reino de Aragão se uniram pelo casamento de seus reis. Em 1492, os muçulmanos são definitivamente expulsos da Espanha.
*Com a unificação do Reino de Espanha, a monarquia reorientou sua expansão para o Oceano, incentivando as grandes navegações.
Inglaterra: O processo de centralização do Reino da Inglaterra foi tentado pela Dinastia Plantageneta, que sucedeu aos Reis Normandos em 1154.
* Ricardo Coração de Leão (1189-1199): Tentou promover a centralização do poder, mas não conseguiu por estar muito evolvido com as cruzadas, ficando durante muito tempo ausente da Inglaterra.
*João Sem Terra (1199-1216): Necessitava aumentar os impostos para financiar as guerras contra a França; isto mobilizou os nobres e a burguesia, que lhe impuseram a Magna Carta.
*Magna Carta (1215): Obrigava o Rei a prestar contas a um conselho de nobres em questões relativas ao uso do seu poder, como o aumento de impostos. Este conselho foi o embrião do futuro Parlamento Inglês. Em vez de centralização, como ocorreu em outros países, enfraqueceu-se o poder real.
*Guerra das Duas Rosas (1455-1485): Depois da Guerra dos Cem Anos, em que a Inglaterra saiu derrotada, houve uma guerra entre facções da nobreza, lideradas pelas famílias York e Lancaster, pelo direito de ocupar o trono inglês. No final desta luta, quem se impôs foi a família Tudor, que dominou o país e submeteu os nobres enfraquecidos pela guerra.

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