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Direito da Propriedade

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Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
18Curso 6 - Direito de Propriedade
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
19Curso 6 - Direito de Propriedade
Otávio: Olá, Davi!
Davi: Olá, Otávio!
Otávio: Está gostando do curso?
Davi: Estou gostando muito, está ajudando a 
esclarecer muitas dúvidas que tinha.
Otávio: É verdade, também sempre aprendo 
muito com os cursos oferecidos pelo Sistema 
CNA/SENAR.
Davi: E este próximo módulo será muito importante.
Otávio: Sim, pois vai tratar sobre a propriedade e direitos fundamentais e constituição.
Davi: Quero começar logo a leitura, para ficar informado sobre tudo.
Davi passa no escritório do seu colega, Otávio, para conversar um pouquinho. Vamos 
acompanhar a visita?
Visita ao escritório de Otávio
Olá! Seja bem-vindo ao módulo 2 que tratará sobre propriedade e direitos fundamentais e 
constituição.
Neste módulo trataremos sobre propriedade e direitos fundamentais, apontando-se as 
declarações liberais que reconhecem o homem como titular da propriedade dos frutos de seu 
trabalho.
Também será apresentada a relação entre propriedade e constituição, apresentando-se as 
possíveis limitações e restrições ao direito de propriedade.
Por isso, até o término deste módulo, você deverá ser capaz de:
Apresentação do módulo 2
Propriedade e direitos fundamentais e constituição
Objetivos
Conhecer os direitos fundamentais.
Entender as possibilidades de restrições ao direito de propriedade.
Conhecer a constituição quanto ao direito de propriedade.
Agora que você já conheceu o conteúdo que será trabalhado neste módulo e os objetivos de 
aprendizagem, leia no próximo tópico o desafio lançado para você!
Assim que terminar de ler a conversa de Antônio e Davi, convidamos você a seguir em 
frente.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
20Curso 6 - Direito de Propriedade
Caso não saiba ou não tenha certeza, não se preocupe! Pois até o final deste módulo você 
terá acesso a essas informações e muitas outras.
Bom estudo!
No início de cada módulo você será convidado a realizar um desafio, pois o objetivo é ajudá-lo 
a verificar o que já conhece sobre o assunto a ser abordado em cada módulo.
Então, vamos fazer o desafio deste módulo?
Desafio do módulo 2
Desafio
Você conhece os direitos fundamentais relacionados com o direito de 
propriedade?
Você conhece as restrições constitucionais quanto ao direito de propriedade?
Propriedade e direitos fundamentais e constituição.
Você sabe o que é constitucionalismo e como ele surgiu?
Então, o termo constitucionalismo significa:
Propriedade e direito fundamental 
Conceito
É como se denomina o movimento social, político e jurídico a partir do qual emergem 
as constituições nacionais. Defende o estabelecimento de normas fundamentais de 
um ordenamento jurídico de um Estado, localizadas no topo da pirâmide normativa, 
ou seja, sua constituição.
O constitucionalismo surgiu na Europa e na América nos séculos XVII e XVIII, fruto de 
importantes movimentos revolucionários inspirados em ideais de defesa e proteção da liberdade. 
Tinha como objetivo limitar ou conter o poder do Governo para assegurar as liberdades básicas 
do homem.
Nesse sentido, o constitucionalismo reconheceu ao homem os direitos de sua própria natureza 
humana.
Tais noções encontram-se claramente consagradas nas principais declarações de direitos que 
marcaram os movimentos revolucionários.
Vamos conhecer o que dizem as declarações? Siga para o próximo tópico.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
21Curso 6 - Direito de Propriedade
Vamos saber o que cada declaração consagrava!
Tópico 1: Propriedade e direito fundamental 
Declaração de Direitos da Virgínia
O art. 1º da Declaração de Direitos da Virgínia (Virginia Bill of Rights) de 
12 de junho de 1776, afirmou que todos os homens nascem igualmente 
livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos 
quais não podem, por nenhum contrato, privar nem despojar sua 
posteridade. 
Declaração de Independência dos Estados Unidos 
A Declaração de Independência dos Estados Unidos de 4 de julho 
de 1776, afirmou que todos os homens são criados iguais, que são 
dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes 
estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration des 
droits de l’homme et du citoyen), de 26 de agosto de 1789, o art. 1º 
estabeleceu que os homens nascem e são livres e iguais em direitos. 
E, no art. 2º, preceitua que a finalidade de toda associação política é 
a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. 
Desta forma a propriedade é inserida justamente no âmbito desses direitos. Considerada como 
direito vinculado às ideias de liberdade e de trabalho, a propriedade passou a constar de tais 
declarações como direito fundamental inato à pessoa humana. 
Você sabe por que os documentos anteriores são denominados declarações?
Vamos conhecer o que dizem as declarações? Siga para o próximo tópico.
Veja o que Davi e Otávio estão conversando sobre as declarações. 
Tópico 2: Propriedade e direito fundamental
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
22Curso 6 - Direito de Propriedade
Davi: Otávio, eu estava estudando o conteúdo sobre 
direito fundamental e fiquei com uma dúvida.
Otávio: Se eu souber lhe responder, terei o maior 
prazer em ajudar. Diga!
Davi: Você sabe por que é chamada de declaração, 
por exemplo, a Declaração de Independência dos 
Estados Unidos?
Otávio: Ah, sim! Estes documentos são chamados 
“declarações”, porque não tinham por objetivo criar direitos. 
Davi: Como assim?
Otávio: Sua finalidade se resumiu em declará-los, reconhecê-los, na medida em que 
surgem da própria natureza humana, constituindo realidade pré-existente ao Estado e 
à sociedade.
Davi: Agora eu entendi. E você já realizou a atividade do tópico de Propriedade e Direito 
Fundamental?
Otávio: Ainda não.
Davi: Então vamos fazer!
Agora convidamos você a realizar uma atividade no próximo tópico.
Preparado para realizar uma atividade?
Então, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e para realizar a atividade desse tópico.
Atividade
 Arraste as palavras abaixo para completar as frases.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
23Curso 6 - Direito de Propriedade
Já concluiu a atividade? Ficou com alguma dúvida? Se sim, não hesite em contatar o tutor, 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem, pela ferramenta tira-dúvidas, ele está lhe aguardando.
Caso não possua dúvidas, siga em frente!
O estudo sobre propriedade e direitos fundamentais continua com a conversa do seu tutor, que 
se encontra a seguir. Vamos conferir!
Leia a seguir o que o seu tutor preparou para você.
Propriedade e direito fundamental
Para aprender ou relembrar sobre propriedade e direitos fundamentais, acesse o Ambiente 
Virtual de Aprendizagem e faça o download do arquivo que se encontra na sala de aula.
Caso surjam dúvidas, ou curiosidades, durante o estudo do curso, não hesite em contatar o tutor, 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem, pela ferramenta Tira-dúvidas, ele está lhe aguardando. 
Mas, se não houver dúvidas, vamos seguir em frente!
Para iniciar a conversa sobre propriedade e constituição, perguntamos:
Você sabe o que é constituição rígida?
Propriedade e constituição
Direito de propriedade tem um status tão grande, 
tão amplo que o nosso legislador constituinte 
entendeu que deveria ser colocado como 
um direito fundamental como uma garantia 
fundamental dentro da constituição da república. 
Então, ele está do lado de todos os princípios 
mais basilares do nosso direito como princípio 
daliberdade, da igualdade. 
O direito de propriedade, então, está equiparado aos princípios e direitos fundamentais 
estabelecidos na nossa norma jurídica, maior que a constituição da república. Portanto é 
um direito que gera em terceiros, no próprio estado, um dever de abstenção, ou seja, é 
um direito que deve ser exercido em sua plenitude. 
Ninguém pode violar esse direito de propriedade, uma vez que ele é fruto da sua liberdade, 
do seu trabalho e da sua atividade que você, enfim, lutou para conseguir aquele seu 
patrimônio, aquele seu direito, daí a importância. Não é à toa que ele está colocado como 
um direito fundamental dentro do nosso ordenamento jurídico.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
24Curso 6 - Direito de Propriedade
A Constituição Federal estabeleceu os direitos fundamentais 
do homem, dentre eles o direito de propriedade, conforme você 
viu no tópico anterior.
Também se definiu princípios de limitação do poder governamental 
com a finalidade de impedir seu comprometimento ou violação 
por outros diplomas e atos normativos. 
Desta forma, foram estabelecidos procedimentos especiais 
mais gravosos para a alteração das cláusulas constitucionais 
do que os adotados na elaboração das demais leis. Trata-se, 
então, do modelo de constituição rígida.
Assim, os poderes públicos passam a ter o dever de observar os direitos assegurados 
em sede constitucional. Sua eventual modificação ou superação somente tem cabimento 
quando tais procedimentos especiais forem estritamente observados, formalizando 
genuína reforma constitucional.
Desse modo, conferiu-se, na maior parte dos países do mundo ocidental, estatura 
constitucional ao direito de propriedade, atribuindo-lhe nível hierárquico superior aos 
demais atos legislativos. 
Isso significa que o restante da legislação guarda certa subordinação à Constituição. 
Trata-se da noção de hierarquia de leis, frequentemente expressada mediante a ideia 
de que a Constituição é a lei maior.
Desta forma no Brasil, a Constituição Federal de 1988 proclama a inviolabilidade do 
direito à propriedade no caput do art. 5º. O inciso XXII do mesmo artigo, por seu turno, 
preceitua: é garantido o direito de propriedade. O art. 170, ainda, insere a propriedade 
privada entre os princípios da ordem econômica.
Conceito
A Constituição rígida é aquela apenas alterável mediante processos, solenidades e 
exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis 
infraconstitucionais.
A rigidez deriva de um procedimento previsto no texto constitucional, assim só as 
Constituições escritas podem ser classificadas como rígidas.
Vamos ver quais informações que Davi tem sobre este conteúdo?
Não significa que a propriedade assume, em face da ordem constitucional, caráter absoluto, 
que inadmite restrições. A exemplo de diversos direitos fundamentais, o direito de propriedade 
comporta limitações e abrandamentos em sua aplicação em nome de outros valores também 
protegidos pelo texto constitucional. Da mesma forma, muitos princípios constitucionais também 
admitem restrição em face do direito de propriedade. O conflito entre princípios constitucionais, 
principalmente no caso de direitos fundamentais, requer que uns tenham moderada sua 
aplicação em face de outros.
No próximo tópico apresentaremos estas limitações e restrições, siga a leitura.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
25Curso 6 - Direito de Propriedade
Sublinhe-se, no entanto, que eventual limitação ou o seu cabimento deve ter base no texto 
constitucional. Não há restrição a direito fundamental sem base constitucional.
Então atenção!
Tópico 1: Propriedade e constituição
Atenção
Significa dizer que eventual abrandamento, restrição ou privação da propriedade 
somente é admissível se houver inequívoco fundamento na Constituição. Ou seja...
Tais limitações podem ocorrer das seguintes formas:
 De previsão expressa do texto constitucional.
 Da própria proteção constitucionalmente atribuída a outro bem jurídico.
E as restrições podem ser:
 Restrições diretamente constitucionais: diretamente fixadas pelo texto constitucional.
 Restrições indiretamente constitucionais: impostas por lei infraconstitucional devidamente 
 autorizada, expressa ou tacitamente, pela Constituição.
No próximo tópico apresentaremos os dois tipos de restrições.
Vamos conhecer ou rever as restrições a seguir:
Restrições
As restrições diretamente constitucionais são aquelas 
expressamente previstas em normas constitucionais, impondo 
restrições ao direito de propriedade. Então, nesse caso, o 
que vale é o preceito constitucional, ou seja, o que diz a 
Constituição. É claro que o texto constitucional de 1988 traz 
restrições ao direito de propriedade. Uma dessas restrições, por 
exemplo, é o confisco, que será estudado no próximo módulo.
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
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Estamos concluindo módulo 2 que tratou sobre “propriedade e direitos fundamentais e 
propriedade e constituição.”
Em propriedade e direitos fundamentais você pôde perceber que desde 1776 já havia 
preocupação com o direito de propriedade por meio das declarações de Direitos da Virgínia, 
de Independência dos Estados Unidos e dos Direitos do Homem e do Cidadão. Desta forma, 
podemos concluir que direitos fundamentais são direitos básicos da pessoa humana, hoje 
protegidos pela Constituição. E direito de propriedade é o direito fundamental de não ser alguém 
despojado de direitos de seu patrimônio, sem justa indenização.
Já em propriedade e constituição foi apresentado que os direitos fundamentais foram 
normatizados pela Constituição Federal num modelo de constituição rígida para que sejam 
impedidas quaisquer tipos de alteração sem motivos extremamente importantes.
Nossa conversa continua no próximo módulo, onde trataremos sobre um assunto de suma 
importância que é propriedade: lei e indenização.
Aguardamos você lá!
Concluindo o módulo
As restrições indiretamente constitucionais por expressa 
reserva legal são poderes dados ao legislador para colocar 
limites no exercício do direito de propriedade. Por exemplo: 
Nos termos do art. 190 da Constituição Federal, o legislador 
tem competência para regular e limitar a aquisição ou o 
arrendamento de uma propriedade rural por pessoa física e 
jurídica estrangeira. E, até mesmo, decidir quais os casos 
que dependerão do Congresso Nacional.
Ainda falando sobre o direito de propriedade a Constituição 
Federal impõe limites para quem está legislando, de forma 
que o legislador não tenha irrestrito poder de decisão entre 
um direito fundamental e outros valores constitucionais 
protegidos por outros diretos fundamentais.
Desta forma, cabe ao legislador mediante a emissão de uma 
lei a ponderação entre os diversos direitos fundamentais 
colidentes em uma situação concreta, decidindo qual deve prevalecer. 
Como exemplo, cita-se o art. 1285 do Código Civil que, em nome do direito à liberdade de 
locomoção (art. 5º, XV da Constituição), reconhece ao dono de um prédio que não tiver 
acesso a vias públicas o direito de fazer com que o vizinho lhe dê passagem mediante 
pagamento de indenização. Isso significa que houve a restrição ao direito de propriedade 
em favor de outro direito fundamental (no caso, a liberdade de locomoção).
Após leitura sobre restrições, acompanhe no próximo tópico a conclusão deste módulo.
Ah, caso você ainda tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com o tutor, no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, pela ferramenta Tira-dúvidas, ele está lhe aguardando.
Ah! Mas antes realize a atividade final deste módulo! Vamos lá?
Módulo 2 - Propriedade e direitos fundamentais e constituição
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Atividade final do móduloLembre-se: você deve acessar o Ambiente Virtual de Aprendizaem para realizar esta atividade.
De acordo com o que você estudou neste módulo, quais são as restrições que se encontram 
na constituição quanto ao direito de propriedade? Assinale a alternativa correta. 
a ( ) Restrições informações e formais.
b ( ) Restrições diretamente constitucionais e restrições indiretamente constitucionais.
c ( ) Restrições privativas.
d ( ) Nenhuma alternativa correta. 
Referências
ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estúdios 
Constitucionales, 1993.
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra, 
Almedina, 1998.
DI RUFFIA, Paolo Biscaretti. Direito Constitucional: instituições de direito público. 
São Paulo, 1984.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. São Paulo: 
Saraiva, 8. ed., 2006.
GRIMM, Dieter. Constitucionalismo y derechos fundamentales. Madrid: Trotta, 2006.
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Cap. IX, n. 124.
MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra Editora,Tomo 
IV, 3. ed., 2000.
OTTO, Ignácio de. Derecho constitucional: sistema de fuentes. Barcelona: Ariel, 1987.
RETORTILLO, Lorenzo Martín; OTTO, Ignacio de. Derechos Fundamentales y 
Constitución. Madrid: Civitas, 1988.
Rivero, Jean. As liberdades públicas (atualizada por Hughes Moutouh). São Paulo, 
Martins Fontes, 2006.
ZAGREBELSKY, Gustavo. Il diritto mite. Torino: Einaudi, 1992.

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