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Teoria Geral do Processo - Princípio da Motivação das Decisões Judiciais

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FACULDADE GUANAMBI
JÔNITAS OLIVEIRA
JULIO CESAR
MARCOS CASTRO
	VINICIUS GREGUE	
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Guanambi
2016
JÔNITAS OLIVEIRA
JULIO CESAR
MARCOS CASTRO
VINICIUS GREGUE
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Trabalho apresentado ao curso de Direito da Faculdade Guanambi como requisito de avaliação da Disciplina de Teoria Geral do Processo.
Docente: Lívia Tolentino.
Guanambi
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3
2 	DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 4
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ............................................... 4
2.2 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS............. 6
2.3 PROBLEMÁTICA ACERCA DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS ............................................................................................. 8
 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 10
 4	REFERÊNCIAS ..................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO
Os Princípios Gerais do Direito são ideias primordiais e basilares da estrutura do Direito, além da própria nomenclatura abranger o termo “Geral”, podem ser classificados também como específicos, geralmente relacionados a diferentes ramos da Ciência Jurídica. Por serem considerados fundamentais, e também distinguidos como Clausula Pétreas, é de considerável destaque os capitais direitos humanos citados no art. 5º da Constituição Federal, como o direito à vida, à liberdade, à dignidade, etc. Contudo, não se trata aqui de fazer uma profunda análise destes princípios medulares, ou melhor, Direitos Humanos assegurados no texto constitucional, e sim buscar maior enfoque no que tange a um dos Princípios Gerais do Direito Processual.									Escalando um degrau de cada vez, é imprescindível a conceituação do que venha a ser princípio. Guilherme de Souza Nucci, ao trabalhar com determinado vocábulo, diz que a conceituação de princípio pode ser diversamente variada, o autor argumenta:
 Em Direito, princípio jurídico quer dizer um postulado que se irradia por todo o sistema de normas, fornecendo um padrão de interpretação, integração, conhecimento e aplicação do direito positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir. Cada ramo do direito possui princípios próprios que informam todo o sistema, podendo estar expressamente previstos em lei ou ser implícitos, isto a cultura jurídica formada com o passar dos anos de estudo de determinada matéria. (NUCCI, Guilherme de Souza, 2008, p.80)
Segundo Roberto Moreira de Almeida: “Destarte, o vocábulo princípio, no campo Jurídico, pode ser empregado no sentido de regra fundamental, regra padrão ou regra paradigma à ciência do Direito”. Tais princípios são de fato importantes, porque eles além de auxiliar o Poder Legislativo, ou antes, o Legislador no momento de elaboração de uma lei, tem também influência no auxílio do mesmo, no momento de resolução de lacunas existentes, ou omissão da própria lei, como próprio determina o art. 4º do Decreto-Lei 4657/42: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. Seguindo uma continuidade lógica, se não houver a possibilidade de decisão por Analogia, será por Costume, se não houver por costume, será então, em razão dos princípios. O princípio analisado no decorrer deste trabalho, como citado anteriormente, será um dos Princípios Gerais do Direito Processual, que se encaixa na categoria de Princípios de Procedimento, determinado então, como Princípio da motivação das decisões judiciais. Tal princípio, determina e exige que a autoridade deva apresentar as razões lógicas e os motivos que a levou a tomar uma determinada decisão, isso com base no conjunto probatório.			 								A motivação é uma exigência do Estado de Direito a qual é vinculada entre outros direitos dos administrados, ou antes, dos julgados, o direito a uma decisão fundamentada, com a exposição nítida e racional dos motivos. Há então, a necessidade de se apontar os fatos, as conclusões e o fundamentos da decisão. Sem a devida explicitação destes, torna-se difícil medir a correção daquilo que foi decidido pela autoridade. Por fim, pela motivação é possível saber qual a verdadeira intenção do agente ao proferir sua decisão.
 2 DESENVOLVIMENTO
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Na Antiguidade, a Filosofia surge num período contextualizado pela tradição mítica, onde a mesma buscava uma compreensão do mundo, baseada na força da natureza, onde a crença do homem era creditada ao pensamento mítico, transmitido para os demais através de contos racionais, denominados como mitos. Os primeiros filósofos a buscarem uma compreensão do mundo - mesmo que de forma irracional para nós atualmente – foram os sofistas, ou melhor, os pré-socráticos, desde então, com uma explicação baseada na physis (natureza). Contudo, posteriormente, houve uma reviravolta na forma de interpretação universal, deixando de lado a natureza e voltando as atenções para o homem, essa reviravolta se deu com o pensamento socrático. Sócrates foi um dos maiores, se não o maior de todos os Racionalistas que já existiu, ele era considerado e titulado como o homem do logos; da razão; do discurso, e buscava uma compreensão racional para o mundo. Por ser considerado também por alguns autores como percursor do Positivismo, teve influência direta no Iluminismo, levando em consideração que tal o movimento foi a expressão e o ponto culminante do Iluminismo. Não cabe discutir aqui, de forma abrangente sobre a vida de Sócrates ou sobre os feitos do Iluminismo, e sim mostrar a importância que os mesmos exercem na atualidade, e também a força dessa influência sobre o princípio da motivação, ou ainda, sobre a necessidade de fundamentar.				O princípio da motivação das decisões judiciais, que atualmente é expressa na Carta Magna de 1988, não teve seu advento de forma inopinada, vale desgarrá-la de um contexto histórico, ou melhor de um antigo ordenamento jurídico. Em Roma, mesmo sem um texto legal que obrigasse o magistrado a demonstrar um caminho racional de sua decisão, ou que impunha a necessidade de haver fundamentação sob determinada decisão, os juízes romanos possuíam um certo hábito de fundamentar suas deliberações, como forma de expressão de uma terminologia denominada sentire (sentimento, verdade) o que pode ser considerado o germe da sentença. Como a Motivação das decisões. Foi então nas Ordenações Filipinas de 1603, o primeiro texto legal que previa a obrigatoriedade de uma decisão fundamentada. Vale ressaltar que antes das Filipinas, havia as Ordenações Manuelinas de 1521, mas que o seu texto tratava da motivação das decisões de forma estranha e confusa, para tanto, consideremos as Ordenações Filipinas, que tratava da motivação das decisões em seu Título LXVI. 
	Tal título tratava das sentenças definitivas:
Todo Julgador, quando o feito for concluso sobre a definitiva, verá e examinará com boa diligência todo o processo, assi o libello, como a contestação, artigos, depoimentos, a elles feitos, inquirições, e as razões allegadas de huma e outra parte; e assi dê a sentença difinitiva, segundo o que achar allegado e provado de huma parte e da outra, ainda que lhe a consciência dicte outra cousa, e elle saiba a verdade ser em contrario do que no feito fôr provado; porque sómente porque somente ao Priucípe que não reconhece Superior, he outorgado per Direito, que julgue segundo sua consciência, não curando de allegações ou provas em contrario, feitas pelas partes, por quanto he sobre a lei, e o Direito não presume, que se haja de corromper por afeição¹
A primeira vez onde foi positivado o dever das motivações das decisões judiciais em um texto constitucional,foi na Constituição de 5 do frutidor, ano lll, (1795). 
A Constituição de 5 do Frutidor previa em seu texto legal, no art. 208: 
As sessões dos tribunais são públicas; os juízes deliberam em segredo; os julgamentos são pronunciados em voz alta; eles são motivados e são enunciados os termos da lei aplicada ²
A Partir do primeiro anexo do Princípio da motivação das decisões judiciais em uma constituição, a norma se tornou universal, sendo inclusa pela primeira vez na história do Brasil, no código de processo civil, regulamento 737 de 1850, art. 232, que previa a necessidade do juiz motivar/fundamentar em uma sentença. Posteriormente o atual Código Processual Civil de 1973, abrange tais assuntos no art.131 e no art. 458, sua importância é tão imensa que foi positivado na Carta Magna de 1988, a atual Constituição Brasileira.						Com base no levantamento histórico proferido logo acima, é perceptível a compreensão de um processo de adequação da presença da motivação nas decisões judiciais, e de considerável destaque para a evolução da relação do magistrado com as partes envolvidas. O que antes era tratado de modo superficial e desigual, logo mais com a exigência de fundamentações racionais, se transforma numa relação de cultura isonômica.
2.2 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
O Princípio da motivação das decisões judiciais nada mais é que a exigência influente sobre o magistrado para que o mesmo fundamente seus atos e suas decisões, expondo os motivos, os argumentos jurídicos e racionais que o levou a consolidação de determinada conclusão. Este mesmo princípio se encontra presente no Art. 93, IX da Constituição Federal de 1998, que deixa claro que: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade [...]”. De forma resumida, mas detalhada, se a decisão não é fundamentada; caso o magistrado não indique os motivos de seu convencimento, ou ainda, caso o mesmo negue a observância do princípio da motivação das decisões, sua decisão, consequentemente, será avaliada sob pena de nulidade. 											Seguindo essa linha de raciocínio, vale destacar a doutrina (Princípios do Processo Civil na Constituição Federal) trabalhada por Nelson Nery Junior, que expõe:
Caso não sejam obedecidas as normas do art. 93, n. IX e X, da CF, a falta de motivação das decisões jurisdicionais e administrativas do Poder Judiciário acarreta a pena de nulidade a essas decisões, cominação que vem expressamente designada no texto constitucional. Interessante observar que normalmente a Constituição Federal não contém norma sancionadora, sendo simplesmente descritiva e principiológica, afirmando direitos e impondo deveres. Mas a falta de motivação é vício de tamanha gravidade, que o legislador constituinte, abandonando a técnica de elaboração da Constituição, cominou no próprio texto constitucional a pena de nulidade. (NERY JÚNIOR, Nelson. 1999.)
Não cabe ao judiciário decidir com argumentos de justiça, de paz social, de renda, de prejuízo econômico/financeiro ou de questões sociais para uma das partes. Cabe ao juiz impor sua decisão de acordo com o que foi alegado por ambos os lados, apresentando de forma coesa os argumentos jurídicos que o levou ao seu convencimento, e isso independe das convicções pessoais do mesmo. Para tanto, o magistrado deve exercer o seu papel de “personalidade imparcial” e essa imparcialidade deve refletir diretamente em suas decisões, não interessa o que ele “acha” do direito ou o que está sendo discutido, interessa se existe ou não um direito violado, ou, se é ou não necessária a tutela jurisdicional.					A Motivação das decisões Judiciais, como já explicado antes, significa então que o juiz deverá mostrar às partes e aos demais interessados como se convenceu, para chegar àquela conclusão, demonstrando de maneira nítida e objetiva, o motivo pelo qual decidiu em favor, ou em contraditório de uma das partes presentes julgadas, não utilizando por exemplo o velho bordão corriqueiro: que o autor tem razão e a ação é procedente. 										Sendo assim, o que seria uma decisão fundamentada, ou melhor, o ato de fundamentar? De acordo com o pensamento de Nelson Nery Junior:
Fundamentar, significa o magistrado dar as razões de fato e de direito que o convenceu a decidir a questão daquela maneira, a fundamentação tem implicação substancial e não meramente formal, donde é lícito concluir que o juiz deve analisar as questões postas a seu julgamento, exteriorizando a base fundamental de sua decisão. Não se consideram “substancialmente” fundamentadas as decisões que afirmam “segundo os documentos de testemunhas ouvidas no processo, o autor tem razão, motivo porque julgou procedente o pedido”. Essa decisão é nula, porque lhe faltou fundamentação. (NERY JÚNIOR, Nelson. 1999.)
Os juristas Fredie Didier Júnior, Paula Sarno Braga e Rafael Oliveira, também comentam sobre a fundamentação, e complementam:
[...] A fundamentação viabiliza o controle da decisão do magistrado pela via difusa da democracia participativa, exercida pelo povo em cujo o nome a sentença é pronunciada. Não se pode esquecer que o magistrado exerce parcela de poder que lhe é atribuído (o poder jurisdicional), mas que pertence, por força do parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal, ao povo. (DIDIER JÚNIOR, Fredie; et al, 2010. 2. p.290)
Com base nesses pensamentos, o juiz não pode dar uma decisão de modo superficial, sendo assim, não poderá se eximir de analisar todos os detalhes, ou antes, cada questão de forma detalhada.
2.3 DIVERGÊNCIA ACERCA DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Seguindo a linha de raciocínio de Nelson Nery Junior 4, a ausência de motivação/fundamentação nas decisões judiciais, é um ato grave, significativo e de considerável gravidade, que obriga o legislador a impor no texto legal da Constituição Federal uma respectiva pena pela inobservância da norma, ou antes, pela inutilização da motivação nas decisões, que geraria então, consequentemente, a nulidade do ato/decisão. Por outro lado, trazendo à pratica, não se torna ato muito raro, as decisões desprovidas de fundamento.	
Portanto, é de fácil notório o objetivo do legislador em reforçar o princípio de fundamentação, trazendo expresso de forma nítida, mesmo que desnecessariamente, no texto legal do novo código de processo civil, Art. 11 o que já havia sendo reproduzido e tratado no art. 93, IX, da Constituição Federal, este reproduz que: “todo o julgamento dos órgãos do poder judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.”
Retomando, no que se trata do art. 93, IX, da Constituição Federal, nota-se então presente no mesmo, um pequeno problema. O Artigo, no inciso IX, cita legivelmente que todas as decisões judiciais, devem por obrigação, serem fundamentadas, ou melhor, motivadas, e caso não seja exposta tais requisitos, a decisão será nula. Mas onde se encontra o problema? Está justamente na falta de explicação de como se daria essa determinada fundamentação. Como uma “luz resplandecente”, surge o novo CPC (Código de Processo Civil), para resolver de forma “iluminada” esta questão. O art. 489 do novo CPC determina então, de forma detalhada e minuciosa a explicação acerca de como/onde utilizar a fundamentação das decisões judiciais. Segundo esse artigo a decisão judicial, seja ela, sentença, acordão ou decisão interlocutória, será dividida primeiramente, em relatório, parte onde o magistrado traz os fatos discutido nos autos processuais. Segundo, fundamentação, onde ele discute quais são os argumentos jurídicos, que serão considerados e que serão utilizados pelas as partes no processo. Por último e não menos importante, o dispositivo, onde o juiz resume qual será a sua decisão judicial. 
O § 1º do artigo 489 apresenta variadas hipóteses onde não serão consideradas como fundamentadas as decisões que:	
I - apenas indiquem, reproduze ou parafraseie ato normativo sem correlacioná-lo com a causa ou a questão decidida; Il - utilizem conceitosjurídicos indeterminados sem explicitar o motivo concreto de sua incidência; III - invoquem motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentem todos os argumentos capazes de infirmar a conclusão adotada pelo julgador, em tese; (V e VI) se valham, ou não, de invocação de precedente ou enunciado de súmula sem identificar seus fundamentos nem demonstrar a subsunção do caso à hipótese invocada.” 3 
	
Dando continuidade, ainda em relação ao princípio da motivação das decisões e sua influência direta sobre o novo Código de Processo Civil. Com base nas informações postas pelo boletim de direito, Conjur4 (Consultor Jurídico), associações representantes de magistrados no Brasil, buscam o veto de dispositivos do novo CPC, que dizem respeito a questão das motivações e fundamentações das decisões judiciais, alegando como fator negativo a insuficiência do Estado para tamanha demanda de processos. Surge então uma divergência entre duas partes. De um lado, entidades, ou ainda, associações, que representam os magistrados do Brasil (AJUF, AMB, ANAMATRA) e que vão contra a vigência do novo Código de Processo Civil. Do lado oposto estão a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), juntamente com a parte majoritária da academia (Fredie Diddier, Ada Pellegrini, Lênio Strek, e outros).
 Segundo a revista Conjur4, a OAB e a Academia sustentam o dever de fundamentação exaustivas das decisões judiciais, a exemplo do comentário deferido pelo professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Fredie Diddier Junior: “É deveras preocupante que entidades ligadas à magistratura estejam justamente buscando vetos a dispositivos que lhes trazem mais obrigações.” Ou ainda, da leve crítica do professor e advogado Lênio Strek: “Em quem eles pensam? Neles ou no Brasil?  Exigir que os juízes examinem amiúde as petições é pedir demais?”. 
Do lado inverso do campo, ainda com base nas informações postas pela revista Consultor Jurídico, as associações que representam os magistrados afirmam que seria uma forma de eliminar de vez a celeridade e a duração razoável dos processos, além de causar impactos severos de forma negativa na gestão do acervo de processos, na independência pessoal e funcional dos juízes. Essa insatisfação da parte dos magistrados é explicada principalmente pela grande demanda de trabalho.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	De uma forma descontraída, podemos relacionar o Princípio das motivações das decisões judiciais a um caso bastante comum no cotidiano: o diálogo de um pai com seu filho, onde o menino pergunta ao pai se pode sair, o pai de forma arrogante responde “não”, o filho insiste em perguntar o porquê da decisão, e o pai responde “porque não”. Isso seria então uma decisão genérica, infundada e sem uma devida fundamentação, para que esclareça os motivos que levou o pai a tomar determinada decisão. Se levarmos esse caso para o campo jurídico, a autoridade/juiz (pai), seria forçado a fundamentar a sua decisão, sob a pena de nulidade.				Contudo, como fora tratado anteriormente na questão da problemática acerca da motivação das decisões judiciais, o variado acarretamento nas demandas de processo, a defasada estrutura estatal para atendê-las e a falta de treinamento não podem ser consideradas como “desculpas” na entrega de decisões fundamentadas. O magistrado, como possuidor de um dever tão solene e delicado, que é julgar de forma justa e racional, e também possuidor de uma personalidade que tem como dever ser imparcial, necessita-se a aplicação de suas decisões, quanto ao que tange às decisões, elas não devem ser proferidas de modo superficial e genérica. Como cita Alexandre Freitas Câmara: 
Não se pode conviver com falsas fundamentações (do tipo "ausentes os requisitos, indefiro") que nada dizem e são incompatíveis com o Estado Democrático de Direito. Por isso, manifesto aqui minha confiança em que, com a sanção, passemos a ter decisões verdadeira e democraticamente fundamentadas. 
Conclui-se que é necessário que as decisões proferidas pelo judiciário sejam totalmente fundamentadas, com a explicitação dos motivos que o mesmo utilizou para percorrer um caminho e chegar a sua decisão final.
4 REFERÊNCIAS
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal: 4 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. 
ALMEIDA, Roberto Moreira de. Teoria Geral do Processo Civil, Penal e Trabalhista. São Paulo: Método LTDA. 2013, p.24
NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p.175-6.
[1] Ordenações Filipinas, Livros II e III, Lisboa: Calouste Gulbenkian, p. 667.
[2] Article 208. - Les séances des tribunaux sont publiques; les juges délibèrent en secret; les jugements sont prononcés à haute voix; ils sont motivés, et on y énonce les termes de la loi appliquée.
[3] Míni Código Saraiva. Processo Civil. Constituição Federal e Legislação Complementar. 18.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
DIDIER JÚNIOR, Fredie, et al. Curso de Direito Processual Civil. 5.ed. Salvador: Podivm, 2010. v.2. p.290
[4] CONJUR, Boletim informativo. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-mar-04/juizes-pedem-veto-artigo-cpc-exige-fundamentacao. Acesso disponível em: 20 de fevereiro de 2016.

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