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Relatório: Redes de Computadores sem Fio e Móveis Resumo executivo Este relatório descreve conceitos, arquitetura, protocolos, desafios e boas práticas relacionados a redes de computadores sem fio e móveis. Aborda tecnologias predominantes (Wi‑Fi, redes celulares 4G/5G), arquiteturas emergentes (mesh, MANET, redes definidas por software) e aspectos técnicos cruciais como mobilidade, segurança, qualidade de serviço e planejamento de espectro. O objetivo é oferecer visão integradora para projetistas, administradores e tomadores de decisão. 1. Definição e escopo Redes sem fio são sistemas de comunicação em que os enlaces físicos utilizam meios radiométricos em vez de cabos. Redes móveis adicionam mobilidade coordenada: nós (usuários, veículos, sensores) alteram posição com preservação de conectividade e serviço. O escopo inclui redes locais sem fio (WLAN), redes metropolitanas e redes celulares, além de configurações ad hoc e IoT. 2. Componentes e arquitetura A arquitetura típica subdivide-se em plano de usuário e plano de controle. Elementos essenciais: dispositivos de usuário (UE), pontos de acesso (AP), estações base e controladores, núcleo de rede (core) e enlaces de backhaul. Topologias variam: infraestruturada (APs e core), mesh (nós relays), ad hoc (MANET), e híbridas (veiculação entre infra e ad hoc). Tecnologias físicas importantes: OFDM, MIMO, beamforming e multiplexação espacial para aumento de capacidade. 3. Protocolos e camadas No nível físico e enlace interfaces incluem padrões IEEE 802.11 (a/b/g/n/ac/ax), Bluetooth, ZigBee e padrões celulares 3G/4G/5G (NR). Controle de acesso ao meio usa CSMA/CA em WLANs e esquemas agendados em redes celulares. Protocolos de mobilidade (handover, roaming, gerenciamento de sessão) interagem com sinalização de camada de rede e de transporte; Mobile IP e seus sucessores, bem como soluções baseadas em SDN/NFV, são empregados para continuidade de serviço. 4. Mobilidade, latência e handover Mobilidade exige mecanismos de handover para minimizar perda de pacotes e latência de controle. Handover pode ser vertical (entre tecnologias distintas, ex.: Wi‑Fi para LTE/5G) ou horizontal (entre células do mesmo tipo). Estratégias incluem make-before-break, pre‑authentication, e uso de edge computing para reduzir latência de aplicativos sensíveis. Em ambientes urbanos e V2X, handovers frequentes e rápida variação do canal são desafios técnicos centrais. 5. Espectro, interferência e planejamento Recursos espectrais são limitados; coexistência e compartilhamento são cruciais. Técnicas de planejamento envolvem análise de densidade de usuários, alocação de canais, potência de transmissão, e mitigação de interferência (co‑canal e adjacente). Novas frequências (mmWave) oferecem largura de banda elevada, porém com maior atenuação e necessidade de densificação de infraestrutura. Políticas de espectro dinâmico e cognitive radio exploram uso eficiente em tempo real. 6. Desempenho e qualidade de serviço (QoS) Garantir QoS envolve priorização de tráfego, marcação DiffServ, mecanismos MAC como WMM, gerenciamento de buffer e adaptação de taxa ao canal. Em redes móveis, variabilidade do canal exige mecanismos de retransmissão seletiva e codificação adaptativa. Medidas de desempenho típicas: throughput, latência, jitter, taxa de erro de bit e disponibilidade. 7. Segurança e privacidade Segurança em redes sem fio abrange autenticação (802.1X, EAP, autenticadores baseados em SIM para redes celulares), criptografia (WPA2/WPA3, IPSec), controle de acesso e integridade. Riscos incluem escuta passiva, ataques de desautenticação, clonagem de AP e abuso de redes abertas. Em ambientes móveis, proteção de localização e anonimização de metadados são requisitos de privacidade. 8. Energia e eficiência Em dispositivos móveis e sensores de IoT, consumo energético limita desempenho. Protocolos de baixo consumo (IEEE 802.11ah, BLE, LoRa) e técnicas como duty cycling, wake‑on‑radio e offloading computacional para edge reduzem demanda energética e prolongam vida útil da bateria. 9. Gestão, orquestração e virtualização SDN e NFV permitem controle programável da rede, segmentação (network slicing em 5G), e implantação ágil de serviços. Ferramentas de orquestração monitoram QoS, segurança e desempenho, automatizando ajustes de capacidade e políticas. 10. Aplicações e tendências Aplicações vão do acesso residencial e corporativo a serviços críticos (telemedicina, controle industrial) e V2X. Tendências incluem integração com edge computing, uso massivo em IoT, redes ultradensas com coordenação cooperativa, uso ampliado de inteligências artificiais para otimização dinâmica e investigação em 6G para maior integração entre comunicações e sensoriamento. Conclusão Redes sem fio e móveis combinam desafios técnicos complexos com grande impacto socioeconômico. Planejamento cuidadoso de espectro, segurança robusta, mecanismos eficientes de mobilidade e adoção de paradigmas programmáveis (SDN/NFV, edge) são determinantes para atender demandas de capacidade, latência e confiabilidade. A evolução tecnológica e regulatória continuará a moldar práticas de projeto e operação. PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) O que diferencia Wi‑Fi de redes celulares? Resposta: Wi‑Fi é geralmente local e não certificado, operando em bandas ISM com CSMA/CA; redes celulares são infraestruturadas, licenciadas, com controle centralizado e agendamento de recursos. 2) Como o MIMO melhora desempenho? Resposta: MIMO explora múltiplas antenas para criar múltiplos fluxos espaciais paralelos, aumentando taxa e robustez contra fading sem maior largura de banda. 3) Quais são os principais riscos de segurança? Resposta: Escuta passiva, ataques de desautenticação, APs falsos e falta de criptografia; mitigação via WPA3, 802.1X e políticas de acesso rigorosas. 4) Quando usar mesh ou ad hoc? Resposta: Mesh serve a densificação e resiliência em áreas sem backhaul contínuo; ad hoc é indicado para cenários temporários ou colaboração direta entre nós sem infraestrutura fixa. 5) Como 5G impacta IoT? Resposta: 5G oferece slices dedicados, baixa latência e suporte massivo de dispositivos, permitindo aplicações críticas e expansão de IoT com requisitos variados de throughput e energia.