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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ 
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS DA SAÚDE 
COLEGIADO DE ENFERMAGEM 
ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA E 
TERCIÁRIA À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
ANDRESSA SANTOS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO 
SECUNDÁRIA À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ILHÉUS – BAHIA 
2025 
 
 
 
 
ANDRESSA SANTOS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO 
SECUNDÁRIA À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado à disciplina de Estágio Obrigatório 
em serviços de Atenção Secundária e Terciária à Saúde do 
curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa 
Cruz, como parte dos requisitos para obtenção do título de 
Bacharel em Enfermagem. 
Docente orientadora: Andressa de Andrade Santos e 
Kitiana Carvalho Pacheco. 
 
 
 
 
 
 
ILHÉUS - BAHIA 
2025 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 5 
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SEVIÇO ................................................................................... 5 
2.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E ANÁLISE CRÍTICA ............................................. 9 
2.3 AÇÕES MULTIDIPLINARES .......................................................................................... 21 
2.4 PROCESSO DE ENFERMAGEM .................................................................................... 23 
2.5 GERENCIAMENTO DO CUIDADO ............................................................................... 24 
2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................ 28 
2.7 GERENCIAMENTO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS ..................................... 29 
2.8 GERENCIAMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO .............................................. 31 
2.9 GESTÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE ................................................................. 33 
2.10 AÇÕES DE EDUCAÇÃO CONTINUA E PERMANENTE ........................................... 35 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 40 
ANEXO A - FICHA FUNCIONAL ............................................................................................ 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O estágio curricular supervisionado representa uma etapa fundamental na formação do 
profissional de enfermagem, permitindo a articulação entre teoria e prática por meio da vivência 
em cenários reais de cuidado. Inserido no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), esse 
componente possibilita ao discente o desenvolvimento de competências técnicas, éticas e 
humanas, essenciais para uma atuação qualificada e comprometida com os princípios da 
integralidade, equidade e universalidade (Pascoal et al., 2021). 
Neste sentido, o presente relatório descreve as atividades desenvolvidas na disciplina 
Estágio Obrigatório em Serviços de Atenção Secundária e Terciária à Saúde, componente 
curricular do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). As 
atividades foram realizadas no Centro de Atenção à Mulher (CAM) Mariana Domingos Santos, 
unidade especializada no atendimento integral à saúde da mulher, com foco em gestantes de 
alto risco, ginecologia, mastologia, endocrinologia e demais serviços especializados. 
A unidade, pertencente ao nível secundário de atenção em saúde, atende 
majoritariamente mulheres em situação de vulnerabilidade social, oriundas de Itabuna e de 
municípios pactuados da microrregião e macrorregião. Durante o estágio, foi possível participar 
de ações assistenciais, gerenciais e educativas, integrando-se às rotinas da equipe de 
enfermagem, aos protocolos institucionais e às práticas de educação permanente promovidas 
pela equipe. 
O Estágio Curricular Supervisionado em Serviços de Atenção Secundária e Terciária à 
Saúde justifica-se como uma etapa indispensável para a consolidação das competências 
necessárias à atuação do enfermeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Inserido em um cenário 
real de prática, o estágio permite ao discente vivenciar a complexidade do cuidado, 
especialmente no contexto de média complexidade, que demanda habilidades técnicas, 
raciocínio clínico, postura ética e capacidade de atuação interdisciplinar. 
A escolha do Centro de Atenção à Mulher Mariana Domingos Santos como campo de 
estágio fundamenta-se na relevância social do serviço, que atende majoritariamente mulheres 
em situação de vulnerabilidade, e na diversidade de atendimentos especializados ofertado. Esse 
ambiente proporciona experiências práticas enriquecedoras, oportunizando ao estudante o 
contato direto com realidades que desafiam e ampliam sua formação. 
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo geral: Apresentar as atividades 
desenvolvidas durante a disciplina Estágio Obrigatório na Atenção Secundária e Terciária à 
 
 
 
 
 
Saúde, evidenciando a atuação discente nos aspectos assistenciais, gerenciais, educativos e 
organizacionais da prática em enfermagem. Objetivos Específicos: Descrever o local em que 
foi realizado o estágio; Relacionar as atividades desenvolvidas com a literatura científica e os 
referenciais teóricos da formação em enfermagem; Analisar a importância da atuação da equipe 
multiprofissional e sua contribuição para a integralidade do cuidado; Explanar como foi 
executado o processo de enfermagem; Apresentar a forma como o enfermeiro realiza o 
gerenciamento do cuidado e dos processos de trabalho; Identificar os procedimentos adotados 
para o gerenciamento de medicamentos, materiais e resíduos sólidos; Relatar as ações de 
segurança do paciente e os indicadores de qualidade utilizados pela unidade; Descrever as ações 
educativas realizadas durante o estágio, incluindo atividades de educação permanente e em 
saúde voltadas às necessidades da instituição e da comunidade. 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SEVIÇO 
 
O Centro de Atenção à Mulher para Centro de Atenção à Mulher Mariana 
Domingos Santos foi inaugurado em 10 de setembro de 2024, é fruto de uma parceria entre a 
Prefeitura Municipal de Itabuna e a Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna. A unidade 
foi criada com o objetivo de prestar assistência integral e humanizada à saúde da mulher, sendo 
a primeira com este perfil no interior da Bahia. Além de sua função assistencial, o CAM também 
possui um papel estratégico na formação profissional, funcionando como campo de prática para 
discentes da área da saúde, o que contribui diretamente para o fortalecimento do eixo ensino-
serviço-comunidade (Prefeitura Municipal de Itabuna, 2024). O serviço integra o nível de 
atenção secundária da rede pública de saúde, atuando como ponto estratégico de articulação 
entre os diferentes níveis de atenção. 
O município de Itabuna, onde está situada a unidade, possui uma população estimada 
de 196.676 habitantes, conforme dados do IBGE (2024), distribuída em uma área territorial de 
401,028 km², com densidade populacional de 465,57 habitantes por km². Com esses 
indicadores, Itabuna configura-se como o sétimo maior município da Bahia. O serviço é voltado 
ao atendimento de mulheres residentes em Itabuna e daquelas oriundas de municípios pactuados 
da microrregião e macrorregião de saúde. O acesso aos atendimentos ocorre, prioritariamente, 
por meio de encaminhamentos regulados, seguindo os critérios estabelecidos pelo Sistema 
 
 
 
 
 
Único de Saúde (SUS). Em determinadas situações,Primária à Saúde (APS), com definição de critérios para 
encaminhamento; o fluxo de triagem de enfermagem no acolhimento do serviço especializado; 
o fluxo da primeira consulta de enfermagem ginecológica e de pré-natal; o fluxo de 
encaminhamento da enfermagem para avaliação médica ginecológica ou obstétrica; o fluxo de 
inserção do DIU; e o fluxo do pré-natal de alto risco, com protocolos específicos para gestação 
gemelar, diabetes gestacional, diabetes prévia, hipertensão arterial crônica, hipertensão 
gestacional, pré-eclâmpsia, pré-eclâmpsia sobreposta e síndrome HELLP. 
Durante o estágio, também foi possível acompanhar a discussão com a equipe sobre a 
construção do protocolo de assistência de enfermagem à gravidez gemelar, o que proporcionou 
uma vivência prática significativa na criação de um protocolo assistencial. Foi muito oportuno 
perceber como os profissionais possuem visões diferentes que, ao serem compartilhadas, 
agregam e contribuem para a construção coletiva do conhecimento, oferecendo caminhos para 
sistematizar a práxis assistencial. No entanto, vale destacar que, nesse dia, houve baixa adesão 
 
 
 
 
 
de alguns profissionais, o que dificultou a plenitude da discussão e a construção de um consenso 
mais amplo entre a equipe. 
 
Imagem 11 – Reunião de alinhamento para criação do protocolo de assistência a gestação gemelar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
Na ginecologia, observou-se uma atuação voltada para a prevenção do câncer do colo 
do útero, alinhada com o protocolo de rastreamento do Ministério da Saúde. A equipe de 
enfermagem realiza o acompanhamento dos casos identificados pelas Unidades de Saúde da 
Família (USF) e pelo CAM, como ASC-US, ASC-H, LSIL (NIC I) e HSIL (NIC II/III). O 
trabalho inclui a definição de condutas, o seguimento adequado e, quando necessário, a 
orientação para alta, com o encaminhamento de volta à USF para continuidade do rastreio. 
Além disso, para inserção do DIU, também existem fluxos e protocolos sistematizados, que 
permite que a operacionalização do cuidado dentro da instituição e que os níveis de atenção 
dialoguem para oportunizar o cuidado. 
No setor de regulação, ficou evidente o papel estratégico da enfermagem na organização 
do acesso e na coordenação da linha de cuidado, atuando de forma integrada com os fluxos 
assistenciais estabelecidos. A regulação tem sido fundamental para organizar o ingresso dos 
usuários nas especialidades, garantir o cumprimento dos critérios clínicos e otimizar o uso dos 
recursos assistenciais. 
Em relação ao preparo de exames, cabe destacar que, durante o estágio, não foi possível 
acompanhar a realização de nenhum exame diretamente. Contudo, foi possível perceber que o 
 
 
 
 
 
preparo de exames depende de cada setor específico, com protocolos próprios para cada 
situação. 
Além disso, a equipe é treinada de acordo com as necessidades de cada setor, com 
capacitações específicas. No momento da inauguração do serviço, todos os profissionais 
passaram por treinamentos para garantir a execução das atividades conforme as normas e 
protocolos estabelecidos. Isso demonstra o esforço da coordenação para capacitar a equipe e 
garantir que os fluxos sejam seguidos de maneira eficiente. 
Percebe-se que, dentro do serviço, os profissionais se empenham para seguir as normas 
e protocolos estabelecidos, o que facilita o processo de trabalho. A coordenação tem se 
mostrado preocupada em garantir que toda a equipe seja capacitada, e os profissionais são 
treinados para executar suas atividades com base nesses documentos. No entanto, um dos 
principais desafios observados refere-se à integração dos fluxos entre os diferentes níveis de 
atenção. Alinhar esses fluxos tem se mostrado uma dificuldade, uma vez que a articulação entre 
os níveis de atenção exige um maior esforço de comunicação e coordenação. Por fim, um 
entreva relato no serviço ainda é a ausência de POPs, documento que é fundamental para 
sistematizar à assistência. 
 
2.9 GESTÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE 
 
A segurança do paciente é um componente essencial para a qualidade da assistência 
prestada nos serviços de saúde e deve estar presente em todos os níveis de atenção, inclusive 
naqueles considerados de baixa complexidade. Conforme estabelece o Programa Nacional de 
Segurança do Paciente (PNSP), instituído pela Portaria MS/GM nº 529/2013 e regulamentado 
pelo Documento de Referência publicado em 2014, o objetivo é promover a melhoria contínua 
dos processos de cuidado e uso de tecnologias em saúde, por meio da implementação de ações 
que reduzam a incidência de eventos adversos evitáveis (BRASIL, 2014). 
No contexto de um Centro de Atenção à Mulher (CAM), observou-se a inexistência de 
protocolos específicos voltados à segurança do paciente. Segundo a gestão local, essa ausência 
se deve ao fato de nunca terem sido registrados incidentes ou eventos adversos. Contudo, essa 
justificativa pode indicar uma fragilidade na cultura institucional de segurança, uma vez que a 
falta de notificações não significa necessariamente ausência de riscos, como alerta o próprio 
PNSP. 
 
 
 
 
 
A identificação das pacientes é feita por meio de um sistema eletrônico que exibe os 
nomes na televisão, no entanto, não são utilizadas pulseiras ou outros mecanismos de 
identificação contínua, o que pode comprometer a segurança em momentos que exigem 
checagem rigorosa, como durante exames ou procedimentos. No aspecto da comunicação entre 
profissionais, os registros são realizados eletronicamente no sistema GIGA, com carimbo e 
assinatura, e ficam disponíveis para consulta entre os profissionais, o que favorece a 
continuidade do cuidado. Além disso, percebe-se a comunicação verbal quando necessário. 
Em relação ao uso seguro de medicamentos, não foi observado esse tipo de serviço na 
unidade. Por outro lado, em situações que envolvem procedimentos como biópsias de mama e 
tireoide, a coordenação informou que é seguida a recomendação de marcação prévia do lado 
correto da intervenção, conforme orientação do protocolo de cirurgia segura do Ministério da 
Saúde, o que demonstra atenção à bilateralidade e prevenção de erros. 
 No que se refere à prevenção das infecções relacionadas à assistência, a unidade conta 
com uma Central de Material Esterilizado (CME) e uma técnica de enfermagem responsável 
pela limpeza e desinfecção dos equipamentos. A limpeza terminal do ambiente é realizada 
semanalmente por duas funcionárias de serviços gerais, sempre às sextas-feiras, período de 
menor movimento. As práticas de higiene observadas incluem a lavagem correta das mãos por 
parte das enfermeiras antes e após os atendimentos, bem como o uso de luvas durante os 
procedimentos. Todas as salas dispõem de pias com torneiras funcionais e sabão líquido, 
facilitando o cumprimento das boas práticas de higienização preconizadas pelo PNSP. 
Quando à prevenção de quedas, existem pontos a serem destacados. A estrutura física 
da unidade não atende adequadamente as necessidades do público majoritariamente composto 
por gestantes, puérperas, mulheres idosas ou com mobilidade reduzida. O ambiente possui piso 
liso, corredores extensos sem barras de apoio, sinalizações de segurança, marcações táteis ou 
recursos de acessibilidade. Apenas a entrada da unidade conta com material antiderrapante. 
A unidade também não possui uma metodologia formalizada para a notificação de 
incidentes e eventos adversos, sob a justificativa de que nunca ocorreram situações desse tipo. 
Entretanto, o PNSP (2014) enfatiza a importância da notificação como ferramenta para 
identificar falhas e riscos nos processos de cuidado, promovendo o aprendizado institucional e 
a adoção de medidas preventivas. A ausência de notificações pode estar associada à 
subnotificação do que à inexistência de eventos. 
No que diz respeito aos indicadores de qualidade, já foi utilizadoanteriormente um 
indicador de tempo de desinfecção por permanência, mas foi descontinuado devido à escassez 
 
 
 
 
 
de mão de obra. Atualmente, são acompanhados os indicadores de absenteísmo, principalmente 
entre pacientes oriundas de municípios pactuados, o número total de consultas e procedimentos 
(embora o sistema utilizado não permita a especificação detalhada das ações), o índice de 
turnover, que é considerado baixo por se tratar de um serviço recente, com apenas três 
admissões até o momento, e o tempo de espera. Este último já foi vinculado à classificação de 
risco, mas a estratégia foi abandonada por não se adequar à realidade do serviço. Hoje, casos 
de maior gravidade, como gestantes hipertensas ou com descompensações no momento da 
chegada, são priorizados de forma empírica. 
Conclui-se que, embora a unidade adote algumas práticas pontuais de segurança, ainda 
há eixos do PNSP que necessitam ser fortalecidos. A implementação de protocolos, a melhoria 
da estrutura física e o estímulo à notificação de incidentes são medidas fundamentais. Essas 
ações contribuem para uma assistência mais segura e eficaz. Investir na cultura da segurança é 
essencial para prevenir agravos e qualificar o cuidado prestado. 
 
2.10 AÇÕES DE EDUCAÇÃO CONTINUA E PERMANENTE 
 
A Educação Permanente em Saúde (EPS) constitui-se como uma importante estratégia 
de aprendizagem no contexto dos serviços de saúde, promovendo o desenvolvimento 
profissional a partir da problematização do processo de trabalho. Ela propõe que o aprender e 
o ensinar aconteçam de forma integrada ao cotidiano das práticas, favorecendo transformações 
nos modos de agir e pensar dos trabalhadores (Silva et al.,2021). 
No serviço em questão, a EPS vem sendo desenvolvida desde outubro de 2024, por meio 
de encontros mensais virtuais realizados sempre na primeira terça-feira do mês, via Google 
Meet. Essas ações são voltadas para todos os profissionais da microrregião de saúde. A 
definição dos temas parte da observação das principais falhas nos encaminhamentos recebidos, 
como informações faltantes ou equivocadas, e, posteriormente, é feita uma enquete no grupo 
de WhatsApp para escolha final do assunto. Também são priorizadas temáticas relacionadas a 
novas portarias e atualizações técnicas. 
As aulas são predominantemente teóricas, com apoio de slides como recurso didático. 
As equipes dispõem de horários destinados exclusivamente para estudo e participação nessas 
atividades. Os temas abordados desde o início da estratégia foram: Classificação de risco 
(outubro/2024), Hipertensão na gestação (novembro/2024), Anemias (dezembro/2024), 
Toxoplasmose (janeiro/2025), Imunização (fevereiro/2025), Trombofilia (março/2025), 
 
 
 
 
 
Gemelaridade (abril/2025), Diabetes Gestacional (maio/2025), e, futuramente, Diabetes 
Crônica (junho/2025). 
Embora haja boa participação das equipes de enfermagem, observa-se uma adesão 
reduzida por parte dos médicos. As ações contam com registro em folha de frequência 
institucional, o que contribui para o acompanhamento da produtividade e da adesão 
profissional, servindo como indicador de engajamento nas atividades educativas e de 
compromisso com a qualificação do cuidado. 
Além disso, existem ações educativas realizadas em sala de espera, onde são 
promovidas rodas de conversa rápidas, de até 10 minutos, pensadas para captar a atenção dos 
pacientes sem comprometer o fluxo de atendimento. Os temas são definidos com base nas 
dúvidas mais recorrentes identificadas nas recepções e na escuta ativa da equipe de 
enfermagem. Já foram abordadas temáticas como febre Oropouche, rastreamento de violências 
(em articulação com a Sala Violeta), prevenção do câncer de mama e do colo do útero, além de 
parcerias com profissionais externos, como agentes de endemias (abordando dengue, zika e 
chikungunya) e agentes comunitários de saúde do bairro José Maria (tratando da importância 
da atualização do Cartão SUS e do vínculo com a Atenção Primária). 
Como parte das atividades práticas do nosso estágio em Enfermagem, foi desenvolvido 
uma ação educativa voltada para gestantes de alto risco. A proposta surgiu a partir da 
observação de demandas recorrentes durante as consultas de pré-natal, bem como dos diálogos 
com as enfermeiras e a coordenação da unidade. No dia 30 de maio de 2025, realizamos uma 
ação com o tema: “Autocuidado e Autoresponsabilidade na Gestação de Alto Risco”. A escolha 
desse tema considerou a necessidade de reforçar a importância do envolvimento ativo da 
gestante no seu processo de cuidado, especialmente durante o pré-natal etapa fundamental para 
a detecção precoce de riscos, o acompanhamento contínuo da saúde materna e fetal, e a 
promoção de uma gestação mais segura. 
A atividade teve como principal objetivo sensibilizar as gestantes sobre a importância 
do cuidado físico e emocional durante a gestação, estimulando sua autonomia, senso de 
responsabilidade e protagonismo. Para facilitar a compreensão e promover maior participação, 
utilizamos uma dinâmica interativa do tipo “Verdadeiro ou Falso”, que gerou interesse e 
engajamento. Também entregamos um folder explicativo, elaborado por nós, com linguagem 
acessível. 
A ação foi muito bem acolhida pelas gestantes presentes, que demonstraram grande 
interesse, participaram ativamente e compartilharam dúvidas, experiências e expectativas. O 
 
 
 
 
 
momento se mostrou significativo, fortalecendo o vínculo entre usuárias, estudantes e equipe 
de saúde, além de contribuir para o empoderamento das gestantes no cuidado de si mesmas e 
de seus bebês. Essa vivência destacou-se como uma prática exitosa de Educação em Saúde, 
evidenciando o valor da inserção de estudantes em ações educativas. 
 
Imagem 12 – Sala de espera sobre autocuidado e autoresponsabilidade na Gestação de Alto Risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
imagem 13 – Lembrança Sala de espera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A experiência vivenciada no estágio supervisionado em atenção secundária à saúde 
constituiu um marco relevante no processo formativo da discente, ao viabilizar a articulação 
concreta entre os conteúdos teóricos adquiridos ao longo da graduação e a prática clínica em 
um cenário real de cuidado. 
A inserção no Centro de Atenção à Mulher Mariana Domingos Santos ampliou a 
compreensão da discente acerca dos desafios e potencialidades da atuação da enfermagem no 
contexto da saúde da mulher, especialmente diante de demandas clínicas de média 
complexidade, como o pré-natal de alto risco, o planejamento reprodutivo e a prevenção do 
câncer ginecológico. 
Durante as atividades, foi possível desenvolver habilidades técnicas, clínicas e 
gerenciais, participando ativamente da condução de consultas, na elaboração de planos de 
cuidado, no raciocínio diagnóstico e na tomada de decisões respaldadas por protocolos clínicos 
atualizados. A vivência prática fortaleceu minha autonomia, senso crítico e capacidade de 
análise situacional, permitindo não apenas executar procedimentos, mas compreender a lógica 
organizacional do serviço e os fluxos que estruturam a assistência à mulher nos diferentes níveis 
de atenção. 
As competências adquiridas ao longo da graduação foram colocadas em prática de 
maneira sistemática. A anamnese detalhada, o exame físico completo, a interpretação de 
exames laboratoriais e de imagem, assim como a aplicação de protocolos clínicos, sobretudo 
nas condutas frente à hipertensão gestacional, diabetes mellitus gestacional e infecções 
congênitas, exigiram domínio técnico e sensibilidade no cuidado centrado na paciente. Além 
disso, a participação na organização da assistência e na construção de ações educativas, como 
a atividade de sala de espera, consolidou o papel do enfermeiro enquanto educador e agente 
transformador da realidade em saúde.A atuação ao lado de enfermeiras preceptoras qualificadas e acessíveis configurou-se 
como um fator determinante para o desenvolvimento da discente durante o estágio. O incentivo 
à autonomia, aliado à escuta ativa e ao acolhimento ético, proporcionou um ambiente de 
aprendizagem estruturado, respeitoso e tecnicamente orientado. Essa convivência também 
contribuiu para o fortalecimento de vínculos profissionais e para a ampliação da compreensão 
acerca da importância do trabalho em equipe e da atuação multiprofissional, especialmente em 
contextos de maior complexidade clínica e vulnerabilidade social. 
 
 
 
 
 
Outro ponto relevante foi a possibilidade de compreender, na prática, o funcionamento 
da regulação na atenção secundária, experiência que extrapolou o escopo inicialmente previsto 
no plano de estágio. A participação da discente nesse processo ampliou sua compreensão acerca 
dos critérios técnicos de estratificação de risco, das fragilidades existentes na atenção primária 
e do papel estratégico da enfermagem na organização do acesso qualificado aos serviços de 
maior complexidade. 
Apesar da relevância da experiência, identificou-se como limitação o número reduzido 
de atendimentos diretos no setor de prevenção do câncer do colo do útero, bem como a ausência 
de vivência prática no setor oncológico. Ainda assim, as atividades observacionais e a análise 
de casos clínicos contribuíram significativamente para a consolidação do conhecimento sobre 
os protocolos de rastreamento e conduta, fortalecendo a base técnica da discente para atuações 
futuras. 
Conclui-se que o estágio realizado no Centro de Atenção à Mulher (CAM) favoreceu 
não apenas o aprimoramento técnico-científico, mas também o amadurecimento ético, humano 
e profissional da discente. As situações acompanhadas, os desafios enfrentados e as reflexões 
produzidas ao longo do processo formativo contribuíram para a construção de uma identidade 
profissional fundamentada em uma prática crítica, baseada em evidências e orientada pelos 
princípios da equidade, integralidade e respeito à dignidade das usuárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALVES, T. O.; NUNES, R. L. N.; DE SENA, L. H. A.; ALVES, F. G.; DE SOUZA, A. G. S.; 
SALVIANO, A. M.; OLIVEIRA, B. R. D.; SILVA, D. I. de S.; LOPES, L. M.; SILVA, V. 
D.; DE ALMEIDA, L. P.; OLIVEIRA, R. D.; DE JESUS, E. C. P.; RUAS, S. J. S.; SANTOS, 
M. A.; PEREIRA, Z. A. S.; DIAS, J. L. C. Gestação de alto risco: epidemiologia e 
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literature review. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 4, p. 14860–14872, 
2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n4-040. Disponível em: 
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/32690. Acesso em: 1 
may. 2025. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de 
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Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – 
Brasília : Ministério da Saúde, 2022. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.583, de 10 de outubro de 2007. Institui, no 
âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
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ano 144, n. 196, p. 77, 11 out. 2007. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt2583_10_10_2007.html. Acesso em: 1 
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Brasília: Senado Federal, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del2848.htm. Acesso em: 04 maio 2025. 
 
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Brasília: Senado 
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https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-rdc-n-222-de-28-de-marco-de-2018-28721873. 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de 
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CORDEIRO, S. N.; RUFINO, J. V.; CARREIRA, C. M.; ALVES, R. C. Desafios e 
perspectivas de uma equipe multiprofissional em um ambulatório de atenção à saúde da 
mulher. Tempus – Actas de Saúde Coletiva, [S. l.], v. 12, n. 2, 2021. DOI: 
10.18569/tempus.v12i2.2521. Disponível em: 
https://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/2521. Acesso em: 4 maio. 
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FAUSTINO, Thiallan Nery et al. O processo de trabalho dos enfermeiros na gerência dos 
serviços hospitalares: Uma revisão integrativa. Saúde Coletiva (Barueri), v. 13, n. 84, p. 
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GRILLO, M. F. R. et al.. Análise de fatores associados à saúde mental em gestantes e 
puérperas no Brasil: Uma revisão da literatura. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 73, n. 2, 
p. e20230098, 2024. 
 
FEBRASGO. Caderno Científico: Volume 47, Número 6, 2019. São Paulo: Federação 
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, 2019. Disponível em: 
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Vol.Z47ZnZ6Z-Z2019.pdf. Acesso em: 10 
maio 2025. 
MORORÓ, D. D. DE S. et al.. Análise conceitual da gestão do cuidado em enfermagem no 
âmbito hospitalar. Acta Paulista de Enfermagem, v. 30, n. 3, p. 323–332, maio 2017. 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DEITABUNA. Centro de Atenção à Mulher divulga balanço 
dos primeiros 30 dias de atendimento. Prefeitura Municipal de Itabuna, 24 out. 2024. 
Disponível em: https://itabuna.ba.gov.br/2024/10/24/centro-de-atencao-a-mulher-divulga-
balanco-dos-primeiros-30-dias-de-atendimento/. Acesso em: 1 maio 2025. 
PASCOAL, Matheus Mendes; SOUZA, Vanieli de. A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM. Revista 
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Vol.Z47ZnZ6Z-Z2019.pdf
https://itabuna.ba.gov.br/2024/10/24/centro-de-atencao-a-mulher-divulga-balanco-dos-primeiros-30-dias-de-atendimento/
https://itabuna.ba.gov.br/2024/10/24/centro-de-atencao-a-mulher-divulga-balanco-dos-primeiros-30-dias-de-atendimento/
 
 
 
 
 
Ibero-Americana de Humanidades,Ciências e Educação, [S. l.], v. 7, n. 6, p. 536–553, 
2021. DOI: 10.51891/rease.v7i6.1408. Disponível em: 
https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/1408. Acesso em: 1 maio. 2025. 
SILVA, V. B. DA . et al.. EDUCAÇÃO PERMANENTE NA PRÁTICA DA 
ENFERMAGEM: INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO E SERVIÇO. Cogitare Enfermagem, 
v. 26, p. e71890, 2021. 
TRINDADE, L. R.; FERREIRA, A. M.; SILVEIRA, A. da; ROCHA, E. do N. da. 
PROCESSO DE ENFERMAGEM: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA SUA 
IMPLEMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DE ENFERMEIROS. Saúde (Santa Maria), [S. l.], v. 
42, n. 1, p. 75–82, 2016. DOI: 10.5902/2236583419805. Disponível em: 
https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/19805. Acesso em: 6 maio. 2025. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO A - FICHA FUNCIONAL 
 
 
OFÍCIO Nº 05/2024 Itabuna 04 de Outubro de 2024 
DE: CENTRO DE ATENÇÃO À MULHER 
 
 
PARA: Departamento de Média e Alta 
Complexidade 
 
OBSTETRÍCIA 
PROFISSIONAL PROCEDIMENTOS PRÉ-REQUISITO PÚBLICO - ALVO AGENDAMENTO 
 
 
Enfermeiras 
Médicos 
 
- Consulta de 
enfermagem de 
pré-natal de alto 
risco. 
 
- Está inserida nos 
pré-requisitos de 
gestação de alto risco 
segundo Ministério da 
Saúde. 
Gestante de 
pré-natal de 
alto risco. 
Através da 
inscrição da 
paciente no 
link disponível 
para 
enfermeiros e 
médicos da 
APS. 
- Consulta 
Médico Obstetra. 
- USG Obstétrica. -Gestantes 
acompanhadas pelo 
Ambulatório de 
Gestação de Alto 
Risco. 
Gestante de 
pré-natal de 
alto risco. 
Através da USF 
referenciada; 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
- USG 
Morfológica 
- Gestantes 
acompanhadas pelo 
Ambulatório de 
Gestação de Alto 
Risco e portadoras de 
DM tipo 1, segundo 
Ministério da Saúde. 
Gestante de 
pré-natal de 
alto risco. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
 
 
 
 
 
- USG Obstétrica 
Geral. 
- Está inserida na 
demanda reprimida 
da USF referenciada. 
Gestante. Através da USF 
referenciada. 
GINECOLOGIA 
 
 
PREVENÇÃO E 
CONTROLE DO 
CANCER DE 
COLO DE UTERO 
 
Enfermeiras 
Médicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Consulta de 
Enfermagem. 
 
- Casos já 
identificados pela USF 
e CAM de ASC-US, 
ASC-H, LSIL (NIC I), 
HSIL (NIC II/III) para 
realização de triagem, 
anamnese, 
acompanhamento e 
seguimento dos casos 
e retorno para os 
serviços. 
Mulheres que 
já realizaram 
biopsia e/ou 
tratamento do 
colo uterino, 
clientes com 
indicação de 
controle 
colposcópio. 
Através da 
inscrição da 
paciente no 
link disponível 
para 
enfermeiros e 
médicos da 
APS. 
 
- Consulta 
Ginecologista. 
- Casos já 
identificados pela USF 
e CAM de ASC-US, 
ASC-H, LSIL (NIC I), 
HSIL (NIC II/III) para 
acompanhamento e 
seguimento dos casos, 
definição de conduta, 
orientar alta para 
rastreio na USF. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
-USG 
Transvaginal 
- Está inserida na 
demanda reprimida 
da USF referenciada. 
Mulheres com 
queixas de dor 
pélvica, 
alterações no 
exame 
ginecológico, 
sangramentos 
irregulares, 
inserção e/ou 
Através da USF 
referenciada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSERÇÃO, 
REVISÃO E 
RETIRADA DE 
DIU 
 
Enfermeira e 
Médico 
retirada do 
dispositivo 
intrauterino. 
- Consulta de 
Enfermagem. 
- Validar indicação 
para uso do DIU, 
descartar gestação, 
definir o tipo a ser 
usado (cobre ou 
hormonal), entregar o 
termo para inserção, 
feedback para APS 
Mulheres 
adolescentes, 
jovens e 
adultas, 
homens 
transexual. 
Através da 
inscrição da 
paciente no 
link disponível 
para 
enfermeiros e 
médicos da 
APS. 
 
-Médico 
Ginecologista: 
(inserção, revisão 
e remoção do 
DIU). 
- Ter critérios de 
elegibilidade avaliados 
na consulta de 
enfermagem. 
-Revisão: 
(USG TV) 
Enfermagem na 
recepção 
Ter inserido o 
dispositivo após 30-40 
dias. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
- Remoção do 
DIU e retorno 
por queixa. 
- Queixa de dor 
pélvica ou abdominal 
devem ser avaliadas 
quanto à DIP, gravidez 
ectópica, aborto, 
perfuração uterina ou 
expulsão parcial do 
DIU. Mulheres que se 
queixam de 
dismenorreia (cólica 
menstrual) devem ser 
tranquilizadas quanto 
ao caráter transitório. 
 
 
 
 
 
 
 
Médica 
 
 
-Colposcopia. 
 
 
Resultado de 
Citologia. 
- Mulheres de 
forma geral 
até os 64 anos. 
- Acima dos 
64, mulheres 
com resultado 
de citologia 
alterado ou 
história de 
HPV; 
- Não 
encaminhar 
mulheres com 
Histerectomia 
Total sem 
alterações. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
Médicos 
 
- Biópsia de Colo; 
- Cauterização. 
Resultado de Citologia 
e Colposcopia 
sugerindo a Biopsia de 
Colo ou Cauterização. 
 
Médico 
 
- Consulta em 
climatério. 
Mulheres que 
apresentam sintomas 
vasomotores, 
transitórios, como: 
fogachos, sudorese, 
calafrio, insônia, sono 
agitado, vertigens, 
parestesias,diminuição 
da memória, fadiga. 
 
Mulheres 
inseridas nos 
critérios de 
elegibilidade. 
Através da 
inscrição da 
paciente no 
link disponível 
para 
enfermeiros e 
médicos da 
APS. 
CABEÇA E PESCOÇO 
 
 
Médico 
- Biópsia/PAFF de 
tireóide. 
 
- Solicitação da 
Biópsia/PAFF de 
tireóide. 
- Para os demais 
procedimentos 
Pacientes com 
nódulos em 
tireoide. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
 
 
 
 
 
 
 
agendar consulta 
prévia com o 
especialista para 
avaliar a lesão antes 
do procedimento. 
ENDOCRINOLOGIA 
 
Médico 
 
 
 
- Consulta. 
 
 
 
 
Solicitação de 
consulta com 
endócrino para 
acompanhamento de 
nódulos em Tireóide. 
Pacientes com 
histórico de 
nódulo em 
Tireóide. 
 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
Médico 
 
-PAFF de 
tireóide. 
 
- Solicitação da 
Biópsia/PAFF de 
tireóide. 
- Para os demais 
procedimentos 
agendar consulta 
prévia com o 
especialista para 
avaliar a lesão antes 
do procedimento. 
Pacientes com 
nódulos em 
tireoide. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
MASTOLOGIA 
 
Médicos 
 
Consulta. Solicitação da 
consulta. 
Mulheres de 
50 a 69 anos. 
Estando fora 
dessa faixa 
etária, 
mulheres com 
achados 
suspeitos ou 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
PAAF de mama. Solicitação do 
procedimento 
realizado por 
mastologista do 
CEPRON. 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
 
 
 
 
 
CORE (Biopsia) 
de mama. 
Solicitação do 
procedimento 
realizado por 
mastologista do CAM. 
com histórico 
familiar. 
Biópsia de 
mama. 
Solicitação do 
procedimento. 
PSICOLOGIA 
Psicológa - Consulta 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Mulheres que fazem 
acompanhamento no 
CAM e apresentam 
sofrimento mental 
decorrente da 
condição de saúde 
que a trouxe. 
-Mulheres com 
diagnóstico de 
câncer ou que 
estão em 
investigação. 
- Através da 
recepção geral 
no CAM. 
 
 
 
 
 
- Grupos, 
Educação em 
saúde, 
Educação 
popular e 
comunitária. 
-Mulheres que fazem 
acompanhamento no 
CAM e apresentam 
sofrimento mental 
decorrente da 
condição de saúde 
que a trouxe. 
 
Mulheres que 
são pacientes do 
CAM de forma 
geral, 
independente 
de diagnóstico. 
 
-Através da 
Psicóloga 
Estela Costa. 
 
 
 
 
 
 - Consulta 
- Está inserida nos 
pré-requisitos de 
gestação de alto 
risco segundo 
Ministério da Saúde. 
 
 
 
 
- Gestante com 
intercorrências 
gestacionais 
com sofrimento 
mental em 
função da 
condição de 
saúde; 
 
 
 
 
Através da 
recepção geral 
no CAM 
encaminhada 
pela equipe 
Ambulatório de 
Gestação de 
Alto Risco. 
 
-Mulheres 
acompanhadas pela 
equipe de 
ginecologia. 
 
-Mulheres com 
demanda 
psicoemocionais 
relacionadas à 
saúde sexual e 
reprodutiva. 
 
Através da 
recepção geral 
no CAM 
encaminhada 
pela equipe de 
ginecologia do 
CAM. 
FISIOTERAPIA 
 
 
 
- Consulta de 
fisioterapia, 
reabilitação e 
consulta 
integrativa.-Mulheres 
mastectomizadas; 
- Mulheres com 
necessidade de 
fisioterapia pélvica; 
- Mulheres em pós-
parto; 
 
Mulheres Encaminhadas 
pelos serviços 
internos e 
agendamento 
através da 
recepção geral. 
 
 
 
 
 
 
DENSITOMETRIA OSSEA 
Técnicas de 
radiologia 
 
Médico 
- Realização de 
densitometria 
óssea. 
 
Mulheres a partir de 
65 anos de idade; 
Deficiência 
estrogênica abaixo 
de 45 anos; 
Mulheres na pós-
menopausa ou na 
transição 
menopausa com 1 
fator de risco maior 
ou 2 fatores 
menores; 
 Através da 
recepção geral 
no CAM 
encaminhada 
pela equipe 
Ambulatório de 
Gestação de 
Alto Risco. 
 
ULTRASSOM DE MAMA 
Médica - Realização de 
USG de mama. 
Mulheres com 
solicitação de USG de 
mama pelo médico 
especialista; 
Trazer exames 
anteriores da mama 
para pacientes 
maiores de 50 anos. 
Mulheres com 
solicitação de 
USG de mama 
pelo médico 
especialista; 
Através da 
recepção geral 
no CAM. 
 
ULTRASSOM DE TIREÓIDE 
Médica Realização de 
USG de 
tireoide. 
 Mulheres com 
solicitação de 
USG de tireoide 
pelo médico 
especialista; 
Através da 
recepção geral 
no CAM.alguns serviços podem ser acessados por 
demanda espontânea. 
O fluxograma de agendamento e atendimento da unidade está estruturado de acordo 
com os protocolos da regulação municipal e estadual, disponibilizado no Anexo A. O CAM 
funciona de segunda a sexta-feira, no horário das 07h às 17h, ofertando uma rede de cuidados 
especializada e contínua. O público atendido apresenta perfis socioeconômicos diversos, com 
predominância de mulheres em situação de vulnerabilidade social, o que reforça a importância 
do serviço enquanto dispositivo de equidade na atenção à saúde da mulher. 
A estrutura física do CAM está organizada em dois pavimentos. No térreo, encontram-
se duas recepções (uma geral e outra destinada ao pré-natal), sala de triagem, duas salas de 
espera, consultórios de 01 a 06 (destinados a especialidades médicas e exames de imagem), os 
consultórios 2 e 4 voltados à ginecologia com apoio de enfermagem, além dos setores de 
mamografia e densitometria óssea, sala de laudos, serviço social e os consultórios de 07 a 10, 
estes últimos destinados ao ambulatório de gestação de alto risco, sendo os consultórios 8, 9 e 
10 da equipe de enfermagem. Também estão localizados neste pavimento o espaço do Programa 
Itabuna Mãe, a Sala Violeta (voltada ao acolhimento de mulheres vítimas de violência), a copa 
e uma sala de estudos. 
No primeiro andar encontram-se o auditório da unidade, nomeado em homenagem à 
enfermeira Tatiana Luz, os consultórios 11 (para biópsias de mama e tireoide), 12 (colposcopia 
e biópsia de colo uterino), 13 e 14 (especialidades), além da copa, setor de fisioterapia, 
administração, almoxarifado e a sala de tecnologia da informação (TI). 
 
Imagem 1 e 2 – Recepção principal e sala de espera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
 
 
 
 
 
Imagem - 3, 4, 5 e 6 – Sala de triagem, sala de espera pré-natal e consultório 4 (ginecologia 
enfermagem) e consultório 9 (enfermagem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
 
 
 
 
 
Imagem - 7, 8, 9 e 10 – Consultório 10 (enfermagem), Recepção primeiro andar, Auditório Tatiana 
Luz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
 
 
 
 
A estrutura organizacional do CAM conta com uma equipe multiprofissional composta 
por médicos ginecologistas e obstetras (10), mastologistas (4), endocrinologistas (2), um 
médico especialista em cabeça e pescoço, além de três médicos responsáveis pelos exames de 
imagem. Também integram a equipe duas psicólogas, uma fisioterapeuta, uma nutricionista, 
seis enfermeiras (entre obstetras e assistenciais) e seis técnicos de enfermagem. No apoio 
técnico e administrativo, atuam técnicos em radiologia, assistentes administrativos, auxiliares 
de serviços gerais e profissionais dedicados ao atendimento da Sala Violeta. A coordenação da 
unidade é exercida por uma enfermeira assistencial. 
Entre as especialidades médicas e serviços oferecidos estão ginecologia (consultas 
clínicas, colposcopia, inserção e retirada de DIU, rastreamento de câncer do colo do útero), 
obstetrícia (pré-natal de alto risco), mastologia (consultas, punção aspirativa e biópsia com 
agulha grossa), endocrinologia (consultas e punção de tireoide), cabeça e pescoço, nutrição 
clínica, fisioterapia, psicologia, além dos exames de imagem como ultrassonografia (obstétrica, 
morfológica, transvaginal, de mama e de tireoide), mamografia e densitometria óssea. 
No que se refere à informatização dos processos, o CAM utiliza o sistema GIGA, 
desenvolvido especificamente para o município de Itabuna. Esse sistema possibilita a 
integração dos dados assistenciais, otimizando o agendamento de consultas, o registro clínico 
e o monitoramento de indicadores de desempenho, promovendo maior eficiência na gestão e 
continuidade no cuidado às usuárias. 
 
2.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E ANÁLISE CRÍTICA 
 
O Centro de Atenção à Saúde da Mulher oferece um espaço oportuno e abrangente para 
o desenvolvimento da prática assistencial voltada à saúde da mulher. Durante o estágio, a 
assistência de enfermagem foi desenvolvida em diferentes setores da unidade, com 
revezamento estruturado entre as discentes, possibilitando a atuação em áreas distintas do 
cuidado. 
As atividades contemplaram a assistência ao pré-natal de alto risco, incluindo a 
realização da primeira consulta, retornos subsequentes e apoio no processo de regulação. Na 
área ginecológica, as ações envolveram o planejamento reprodutivo, com inserção, revisão e 
retirada do dispositivo intrauterino (DIU), e a assistência voltada à prevenção e controle do 
câncer do colo do útero. 
 
 
 
 
 
Em conformidade com o plano de estágio, a primeira semana foi dedicada à assistência 
de enfermagem no pré-natal de alto risco, com ênfase nas primeiras consultas. Por uma decisão 
administrativa, uma enfermeira que havia retornado recentemente de licença maternidade ficou 
responsável pelo atendimento inicial das gestantes. 
Embora a gestação seja, na maioria das vezes, um processo fisiológico que transcorre 
sem intercorrências, algumas condições clínicas, obstétricas ou socioeconômicas podem 
aumentar o risco de complicações materno-fetais. Nesses casos, a gestação é classificada como 
de alto risco, exigindo seguimento rigoroso, intervenções oportunas e condutas fundamentadas 
em protocolos clínicos atualizados (Alves et al., 2021; Ministério da Saúde, 2022). 
Nas primeiras consultas, a discente teve a oportunidade de acompanhar a enfermeira nas 
abordagens iniciais e realizar os exames físicos. Nos dias seguintes, sob supervisão, foi 
conduzido as consultas com maior autonomia. Em virtude de ausências temporárias na equipe, 
foi necessária a organização das discentes em duplas por setor, sem que isso comprometesse a 
atuação independente de cada estudante. 
Durante as primeiras consultas de enfermagem, realiza-se uma avaliação minuciosa da 
história da paciente, por meio de anamnese abrangente, considerando aspectos sociais, 
culturais, religiosos, além dos antecedentes pessoais e familiares, histórico ginecológico e 
obstétrico, bem como informações detalhadas da gestação atual, conforme preconiza o 
Ministério da Saúde (2022). Com base nesses dados, são traçadas condutas iniciais, priorizando 
os riscos identificados. Os registros eram realizados de forma precisa no prontuário eletrônico 
do sistema Giga, garantindo a continuidade da assistência e a rastreabilidade das informações. 
Além disso, durante as consultas foram realizados exames físicos cefalocaudais 
completos, contemplando a inspeção geral e a avaliação segmentar, com especial atenção à 
presença de edema, ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF), aferição da altura uterina e 
verificação do estado nutricional da gestante. Destaca-se a relevância dessa abordagem clínica 
detalhada, visto que, em diversas situações, foram identificados achados como nódulos 
mamários e alterações palpáveis na região da tireoide, os quais demandaram encaminhamento 
para avaliação especializada e solicitação de exames complementares, como ultrassonografia e 
dosagens hormonais. 
Com base na avaliação clínica e nos protocolos assistenciais adotados pela unidade, 
foram solicitados exames laboratoriais e de imagem conforme a idade gestacional, histórico 
obstétrico e condições clínicas individuais. As condutas também incluíram encaminhamentos 
direcionados a profissionais da equipe multiprofissional, como obstetra, psicólogo, 
 
 
 
 
 
nutricionista, endocrinologista e cardiologista, assegurando a integralidade do cuidado e o 
acompanhamento adequado às demandas identificadas. 
Foram direcionadas orientações educativas individualizadas, com ênfase na importância 
da adesão ao tratamento, no reconhecimento de sinais de alerta, na adoção de hábitos de vida 
saudáveis,como alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, bem como no 
reforço do calendário de exames e consultas periódicas. Em cada atendimento, a discente 
buscou adotar uma abordagem humanizada, fundamentada em evidências científicas e 
respeitosa à singularidade de cada usuária. Ao final das consultas, procedia-se ao agendamento 
do retorno, assegurando a continuidade do cuidado e o seguimento conforme os protocolos 
clínicos estabelecidos pela unidade. Adicionalmente, todas as usuárias atendidas eram 
registradas em planilha eletrônica (Excel), contendo dados relevantes para o monitoramento e 
a gestão do cuidado prestado. 
Entre os principais diagnósticos acompanhados, destacaram-se: hipertensão gestacional, 
hipertensão crônica, diabetes mellitus prévia à gestação, diabetes gestacional, obesidade grau 
III, pacientes bariátricas, trombofilia, toxoplasmose em tratamento, citomegalovirus, 
desnutrição (IMCcom o psiquiatra e compareceu às consultas 
subsequentes mais tranquila e fortalecida emocionalmente. A vivência reforçou o valor da 
assistência humanizada, da continuidade do cuidado e do fortalecimento da rede de apoio. 
Além das demandas de saúde mental, durante o estágio no setor de pré-natal de alto 
risco, foi vivenciado seguimento de uma gestante com diagnóstico confirmado de toxoplasmose 
aguda, que já se encontrava em uso do esquema terapêutico triplo recomendado pelo Ministério 
da Saúde (2022). O tratamento consistia na administração de sulfadiazina 3g ao dia, fracionada 
a cada 6 horas, pirimetamina 50 mg ao dia e ácido folínico 10 a 20 mg, três vezes por semana, 
com possibilidade de ajuste conforme a presença de neutropenia, anemia ou plaquetopenia, 
visando proteger a função hematopoiética frente à toxicidade da pirimetamina. 
A atuação da discente voltou-se ao monitoramento clínico e laboratorial da paciente, 
com acompanhamento dos hemogramas, função hepática e renal, e reforço contínuo quanto à 
adesão terapêutica, cuidados com os horários de medicação, reconhecimento de efeitos 
adversos e comparecimento às consultas. Também participou da solicitação e do 
acompanhamento das ultrassonografias obstétricas, realizadas mensalmente, conforme 
preconizado para gestantes em tratamento de toxoplasmose, com o objetivo de identificar 
precocemente alterações sugestivas de infecção fetal. 
A toxoplasmose congênita, quando não tratada adequadamente, pode causar desfechos 
graves, como cegueira por coriorretinite, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, 
convulsões, surdez e até óbito fetal. Diante disso, a experiência de acompanhar uma gestante 
em tratamento ativo reforçou a importância do papel da enfermagem na vigilância terapêutica, 
na solicitação e organização dos exames de acompanhamento e na orientação humanizada às 
gestantes em situação de vulnerabilidade clínica. Essa vivência permitiu o aprofundamento do 
conhecimento técnico e contribuiu para a consolidação de uma formação voltada à prática 
baseada em evidências e à promoção da saúde materno-infantil, com ênfase na segurança, 
integralidade e ética. 
Uma prática constante realizada, foi a busca ativa de gestantes faltosas. A enfermeira 
realizava contato direto com aquelas que não compareciam às consultas agendadas, buscando 
reverter a evasão e garantir a continuidade do cuidado. Essa prática evidenciava o compromisso 
da equipe com a integralidade do atendimento, sobretudo diante da recorrente ausência de 
autorresponsabilidade por parte de algumas usuárias quanto à adesão ao pré-natal. 
Apesar do aprendizado proporcionado, um dos principais desafios enfrentados foi a 
limitação na condução autônoma das consultas subsequentes, em razão do número elevado de 
 
 
 
 
 
estudantes presentes na sala, incluindo discentes de medicina. Em geral, a equipe era organizada 
em grupos de quatro a cinco alunos por período, sendo necessário um rodízio constante para 
garantir a participação de todos. 
A experiência no setor de pré-natal de alto risco constituiu-se como um marco 
significativo para formação acadêmica, não apenas pela complexidade clínica dos casos 
atendidos, mas, sobretudo, pela excelência técnico-profissional da equipe que me acompanhou. 
As enfermeiras preceptoras e as professoras supervisoras exerceram um papel formativo 
essencial, evidenciando domínio aprofundado dos protocolos clínicos, atualização constante 
nas diretrizes do Ministério da Saúde e comprometimento com uma prática ética, sensível e 
fundamentada em evidências científicas. 
Desde o início do estágio, observou-se um ambiente acolhedor e respeitoso, que 
incentivou uma postura proativa e crítica por parte da estagiária. Tal ambiente contribuiu 
significativamente para o desenvolvimento de competências técnicas, relacionais e clínicas. 
Nos primeiros dias, foi possível acompanhar a dinâmica das consultas e realizar exames físicos 
sob supervisão. Gradualmente, passou-se à condução autônoma das consultas de enfermagem, 
com a realização de anamnese completa, exame físico cefalocaudal, registros sistematizados no 
prontuário e definição de condutas individualizadas, em conformidade com os protocolos 
estabelecidos e as necessidades específicas de cada gestante. 
A discente teve a oportunidade de participar de forma efetiva das atividades 
relacionadas à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), contribuindo na 
elaboração de relatórios técnicos, na identificação de inconformidades em encaminhamentos 
oriundos da atenção primária e na proposição de condutas compatíveis com os protocolos 
clínicos e diretrizes institucionais vigentes. Houve, ainda, envolvimento ativo nas discussões 
de casos clínicos com a equipe multiprofissional, exercitando sua capacidade de análise crítica, 
raciocínio clínico e tomada de decisão fundamentada em evidências científicas atualizadas e 
nas boas práticas assistenciais. 
A atuação da discente não se restringiu à aplicação de procedimentos técnicos, tendo 
sido pautada pela integração entre conhecimento teórico e prática assistencial. Foram adotadas 
estratégias de escuta qualificada, orientações educativas e abordagem centrada nas necessidades 
individuais das usuárias. Em todas as etapas do cuidado, desde o acolhimento inicial até a 
definição das condutas clínicas, observou-se a aplicação sistemática da prática de enfermagem 
baseada em evidências, em conformidade com os princípios da integralidade, segurança e 
qualidade da assistência. 
 
 
 
 
 
A partir da análise dos dados obtidos durante os atendimentos, do diálogo com a 
enfermeira preceptora e das reflexões realizadas em grupo de prática, houve a oportunidade de 
planejar e desenvolver uma atividade educativa de sala de espera com o tema Autocuidado e 
Autorresponsabilidade na Gestação, voltada às gestantes em espera por atendimento. 
A ação foi conduzida de forma breve e dialogada, com uso de linguagem acessível e 
fundamentada em princípios da educação em saúde. Foram abordados tópicos como a 
importância do protagonismo da gestante no acompanhamento pré-natal, a identificação de 
sinais de alerta e o impacto das escolhas cotidianas na saúde materno-fetal. A atividade foi bem 
acolhida pelas usuárias e evidenciou o potencial educativo da prática de enfermagem, 
contribuindo para a ampliação do cuidado para além do atendimento individualizado. 
Hodiernamente, durante a segunda semana no estágio, também houve a oportunidade 
de vivenciar de forma prática, o processo de regulação dos atendimentos do Pré-Natal de Alto 
Risco. Apesar de não está no plano de estágio, consegui ter essa vivência no setor. Coordenado 
por uma enfermeira da unidade, que é responsável por organizar e supervisionar o fluxo de 
atendimento das gestantes, atuando diretamente na triagem e avaliação dos casos encaminhados 
pela Atenção Primária, por meio de formulário específico. A análise é realizada com base nos 
protocolos de estratificação de risco obstétrico estabelecidos pela Secretaria de Saúde do Estado 
da Bahia (SESAB, 2024) e nos manuais do Ministério da Saúde (BRASIL, 2022), os quais 
orientam critérios clínicos, obstétricos e sociais para a admissão de gestantes no 
acompanhamento especializado de alto risco. 
Nos casos que se enquadram nos critérios, a coordenação realiza o agendamento com 
data e horário definidos, assegurando o fluxo adequado da assistência. Quando há 
inconsistências ou ausência de dados no formulário de referência, a enfermeira entra em contato 
com o profissional solicitante para solicitar esclarecimentos ou documentos complementares. 
Casos que não atendem aos critérios estabelecidos podem ser recusados, com a devida 
justificativa técnica registrada. 
Ao longo da vivência no campo de estágio, a discente teve a oportunidade de analisar, 
sob orientação da enfermeira preceptora, encaminhamentos pendentes provenientes da atenção 
primária.Tal participação permitiu o acompanhamento direto do raciocínio clínico e dos 
critérios adotados na triagem e estratificação de risco, possibilitando a aplicação prática do 
conhecimento teórico adquirido. 
Essa experiência contribuiu significativamente para o aprofundamento da compreensão 
acerca dos limites de atuação da atenção primária e dos fundamentos que justificam a elevação 
 
 
 
 
 
do cuidado para o nível secundário. Além disso, os casos analisados foram discutidos com a 
preceptora, favorecendo reflexões críticas sobre a pertinência dos encaminhamentos e a lógica 
de funcionamento da Rede de Atenção à Saúde 
A atuação da enfermeira nesse setor vai além da regulação: ela também participa da 
assistência direta em casos específicos, promove a formação permanente da equipe e colabora 
na construção e atualização dos protocolos institucionais, sempre em diálogo com a equipe 
multiprofissional. Essa vivência reforçou a importância da enfermagem na gestão do cuidado e 
na articulação entre os níveis de atenção, evidenciando o papel estratégico da categoria na 
garantia do acesso, da integralidade e da resolutividade da assistência às gestantes em situação 
de vulnerabilidade clínica. 
Na terceira e quarta semana de estágio, conforme previsto no meu plano de atividades, 
foi proposta a atuação no setor de ginecologia, com ênfase na assistência voltada à prevenção 
e controle do câncer do colo do útero e como na inserção, revisão e retirada do dispositivo 
intrauterino (DIU). Durante esse período, tive a oportunidade de conhecer com profundidade 
a rotina do serviço, compreendendo a dinâmica da linha de cuidado ginecológica, os critérios 
clínicos utilizados pela equipe de enfermagem e os referenciais técnicos preconizados pelos 
protocolos do Ministério da Saúde. 
As mulheres são encaminhadas ao serviço secundário por meio da Atenção Primária à 
Saúde (APS), geralmente após a identificação de alterações no exame citopatológico. Algumas 
chegam com colposcopia e biópsia já realizadas, enquanto outras ainda se encontram em 
investigação diagnóstica. Cabe à equipe de enfermagem realizar a triagem inicial, avaliando os 
exames já disponíveis, preenchendo a ficha de anamnese e classificando os casos conforme o 
grau da lesão e o risco envolvido, para organizar o fluxo assistencial com base na complexidade 
clínica. 
As condutas seguem critérios técnicos bem definidos. Pacientes com biópsias que 
indicam HSIL, NIC 2 ou NIC 3 são encaminhadas ao médico para posterior referência à 
Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON). Já os casos com biópsia compatível 
com LSIL ou NIC 1 são mantidos no serviço, com agendamento da repetição da citologia em 
seis meses. Situações de pólipos são devolvidas à APS para rastreio contínuo. 
 Para alterações como cervicite ou metaplasia escamosa, a conduta depende da 
associação entre os resultados da colposcopia e da citologia: se ambos forem normais, a 
paciente recebe alta para seguimento na atenção primária; se houver alteração citológica, 
repete-se a citologia em seis meses. Nos casos que indicam necessidade de cauterização, o 
 
 
 
 
 
procedimento é agendado e realizado na própria unidade, sendo o fluxo organizado pela 
enfermagem, incluindo o monitoramento no pós-procedimento. 
Todos os dados clínicos e administrativos das pacientes são registrados em planilhas do 
Excel estruturadas por colunas específicas (rastreamento, colposcopia, biópsia, citologia de 
seguimento, cauterização, pendências e condutas). Para facilitar o gerenciamento e o 
seguimento das mulheres, essas planilhas são organizadas por um sistema de cores: verde para 
pacientes com alta, azul para aquelas com exames em andamento, vermelho para faltosas ou 
com intercorrências, e laranja para casos em investigação ou em tratamento. 
Para garantir a continuidade do cuidado, a equipe realiza busca ativa por meio de 
ligações telefônicas e contato via WhatsApp. Além disso, o profissional da Unidade Básica de 
Saúde responsável pela paciente é acionado para reforçar o seguimento e fornecer as 
orientações necessárias no território. Essa articulação entre os níveis de atenção é fundamental 
para assegurar que as usuárias não abandonem o tratamento e que o risco oncológico seja 
devidamente monitorado e controlado. 
Embora tenha sido possível compreender a estrutura e o funcionamento do setor, 
ressalta-se que, durante o período de estágio, a discente teve apenas uma oportunidade de 
acompanhar uma consulta com assistência direta. O segundo encaminhamento recebido não 
pôde ser efetivado, uma vez que, apesar da suspeita visual registrada pela enfermeira da 
Atenção Primária à Saúde (APS), o caso foi encaminhado sem o resultado do exame 
citopatológico, impossibilitando a definição de conduta conforme os protocolos clínicos 
estabelecidos. 
Aproveitando o período de estágio, a discente aprofundou seus conhecimentos por meio 
da análise retrospectiva de casos registrados nas planilhas do setor. Foram revisados laudos de 
citologia, colposcopia e biópsias, com estudo das condutas adotadas em cada situação clínica. 
As dúvidas surgidas durante essa análise foram discutidas diretamente com a enfermeira 
preceptora, o que favoreceu a consolidação da compreensão acerca das diferentes classificações 
citopatológicas — como ASC-US, ASC-H, LSIL/NIC I e HSIL/NIC II/III — e das decisões 
clínicas e assistenciais indicadas para cada tipo de alteração. 
A vivência foi extremamente relevante para formação, pois evidenciou a atuação 
estratégica da enfermagem na prevenção do câncer do colo do útero, tanto na triagem clínica e 
organização dos fluxos quanto na educação em saúde, no acompanhamento longitudinal e na 
articulação intersetorial. Essa prática está em consonância com as orientações do Ministério da 
Saúde, especialmente com o Caderno 13, que reforça o papel da enfermagem no rastreamento, 
 
 
 
 
 
na repetição da citologia conforme risco, na gestão do seguimento das lesões e na condução de 
ações educativas e resolutivas no âmbito da atenção básica e secundária (BRASIL, 2013). 
Durante o período de estágio no setor de ginecologia, foi possível acompanhar de forma 
mais direta a assistência prestada às mulheres em busca de inserção, revisão ou retirada do 
dispositivo intrauterino (DIU). Desde os primeiros atendimentos, houve incentivo por parte da 
enfermeira preceptora para a condução das consultas sob supervisão, o que favoreceu o 
desenvolvimento progressivo da autonomia na prática clínica. 
Foram realizadas anamneses detalhadas, contemplando aspectos ginecológicos, 
obstétricos e clínicos relevantes para a avaliação da indicação ou contraindicação do dispositivo 
intrauterino (DIU). Em cada atendimento, além do registro do histórico e da queixa principal, 
prestaram-se orientações claras quanto ao funcionamento do método, seus benefícios, 
limitações e possíveis efeitos adversos, respeitando-se o tempo e as dúvidas individuais de cada 
usuária. A experiência evidenciou a importância do acolhimento e da escuta qualificada como 
componentes essenciais para favorecer a adesão informada ao método contraceptivo. 
Participou-se da conferência dos exames obrigatórios para a inserção do dispositivo 
intrauterino (DIU), incluindo a verificação da ultrassonografia transvaginal e do exame 
citopatológico, ambos atualizados. Nos casos em que os exames se encontravam ausentes ou 
apresentavam alterações, orientaram-se as pacientes quanto às condutas subsequentes, com a 
solicitação dos exames pertinentes ou a recomendação de aguardar a resolução de 
intercorrências clínicas antes da realização do procedimento. A solicitação do exame Beta-HCG 
recente, como parte do protocolo para exclusão de gestação em curso, foi uma das etapas 
frequentemente acompanhadas durante as consultas. 
Além do atendimento direto, a discente colaborou na atualização das planilhas de 
acompanhamento, organizaçãodas fichas físicas e controle das demandas, o que me 
proporcionou uma visão prática da importância da sistematização da assistência para garantir 
rastreabilidade, agilidade nos fluxos e segurança clínica. 
Dentre os atendimentos acompanhados durante o estágio, destacou-se o caso de uma 
paciente previamente agendada para inserção do dispositivo intrauterino (DIU). Durante o 
exame físico, foram identificados sinais clínicos compatíveis com cervicite. Diante do quadro, 
e sob orientação da enfermeira preceptora, decidiu-se pelo adiamento do procedimento e início 
do tratamento adequado. A conduta adotada seguiu as recomendações do Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Planejamento Reprodutivo, que contraindica a inserção do 
DIU na presença de infecção genital ativa (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
 
A paciente foi devidamente orientada quanto ao uso correto da medicação prescrita, à 
necessidade de retorno para reavaliação clínica e à possibilidade de reprogramação do 
procedimento após a resolução completa do quadro infeccioso. 
Nos retornos pós-inserção do dispositivo intrauterino (DIU), participaram-se das 
orientações de seguimento, com ênfase nos cuidados imediatos, como a abstinência de relações 
sexuais e o não uso de absorventes internos nas primeiras 48 horas. Reforçaram-se, também, as 
orientações quanto à observação de sinais de alerta (febre, dor intensa, corrimento fétido ou 
sangramento anormal) e à necessidade da realização de ultrassonografia transvaginal entre 30 
e 40 dias após a inserção, a fim de confirmar o posicionamento adequado do dispositivo. 
Sempre que indicado, salientou-se a importância da utilização de método contraceptivo 
adicional até a confirmação da localização correta do DIU, conforme preconizado pelo 
Ministério da Saúde (BRASIL, 2016). 
A condução dessas consultas possibilitou a aplicação integrada de conhecimentos 
técnicos, habilidades assistenciais e sensibilidade frente às demandas individuais das usuárias. 
Tal experiência contribuiu para o aprimoramento da tomada de decisões fundamentadas, da 
comunicação efetiva nas orientações e da prestação de um cuidado seguro, humanizado e 
baseado em evidências. 
Destaca-se a atuação da enfermeira preceptora, profissional que demonstrou elevado 
grau de organização, clareza nas explicações e compromisso com o processo de ensino-
aprendizagem. Sua postura paciente e acolhedora favoreceu significativamente o ambiente 
formativo e a construção do conhecimento. 
A experiência no Centro de Atenção à Saúde da Mulher foi fundamental para a 
consolidação do processo formativo da discente, proporcionando o desenvolvimento de 
competências clínicas, técnicas e relacionais. Considera-se que os objetivos propostos no plano 
de estágio foram atendidos de forma satisfatória, com ênfase nas áreas de pré-natal de alto risco, 
planejamento reprodutivo, regulação do acesso e ações de educação em saúde. 
Embora a vivência tenha se mostrado proveitosa, identificou-se a limitação quanto à 
quantidade de atendimentos relacionados à prevenção do câncer do colo do útero. Ressalta-se, 
ainda, que a inserção em atividades desenvolvidas no setor de oncologia teria ampliado a 
compreensão sobre a linha de cuidado integral à saúde da mulher. Apesar dessas limitações, 
observa-se que o estágio proporcionou crescimento técnico e pessoal, sendo os conhecimentos 
adquiridos considerados relevantes para a qualificação da prática profissional futura. 
 
 
 
 
 
2.3 AÇÕES MULTIDIPLINARES 
 
O Centro de Atenção à Mulher (CAM) atua por meio de um modelo assistencial 
centrado na integralidade, contando com o envolvimento de uma equipe multiprofissional que 
trabalha de forma articulada para garantir um cuidado biopsicossocial. A equipe é composta 
por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, 
técnico em radiologia e a equipe administrativa. Essa composição permite que o cuidado seja 
desenvolvido de forma coordenada, abrangendo diversas especialidades. 
 Nos dizeres de Cordeiro et al. (2021), o trabalho multiprofissional não se resume à 
reunião de especialidades, mas sim à articulação de intervenções técnicas que se 
complementam, promovendo uma assistência centrada nas reais demandas do usuário. No 
CAM, essa lógica se concretiza especialmente nos atendimentos de pré-natal de alto risco, 
climatério, oncologia, planejamento reprodutivo, assistência a mulheres vítimas de violência e 
entre outros serviços que envolvem a saúde sexual e reprodutiva da mulher. 
Um instrumento que tem sido utilizado para facilitar a organização dos atendimentos é 
o sistema GIGA, desenvolvido no próprio município. Ele permite que os profissionais acessem 
os registros uns dos outros, o que fortalece o cuidado multidisciplinar e a continuidade no 
atendimento. No entanto, apesar de seus benefícios, o sistema ainda apresenta limitações. 
Muitos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) não conseguem acessá-lo, pois o uso 
do GIGA depende da instalação do programa em computadores específicos. Essa barreira 
dificulta a integração entre os níveis de atenção e impacta na continuidade do cuidado, 
especialmente em casos que demandam acompanhamento compartilhado. 
Dentre as estratégias de acolhimento do CAM, a Sala Violeta se destaca como um 
espaço de grande relevância para as mulheres em situação de violência. Seu espaço discreto e 
acolhedor, foi projetado para garantir segurança e um acolhimento que permita às mulheres se 
sentirem protegidas e à vontade para buscar ajuda. A Sala Violeta atende mulheres que 
enfrentam diversas formas de violência (física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial), 
conforme estabelecido pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). 
Além disso, a sala está alinhada às políticas públicas de enfrentamento à violência de 
gênero, como a Lei nº 14.847/2024, que prevê a criação de espaços exclusivos para esse tipo 
de atendimento. Esse ambiente se torna, assim, um ponto de confiança para o início do processo 
de acolhimento das mulheres e para os encaminhamentos necessários para a rede de proteção. 
Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, gerenciada por uma técnica em assistência 
 
 
 
 
 
social, onde acolhe as mulheres oferecendo escuta qualificada, orientação jurídica e 
encaminhamentos para a rede de proteção como a Delegacia Especializada de Atendimento à 
Mulher (DEAM), CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher - Isabela 
Nascimento Seara) e quando necessário é assionado o Conselho Tutelar. 
Além disso, o CAM realiza o devido encaminhamento das usuárias ao Centro de 
Referência de Assistência Social (CRAS), assegurando o acesso a direitos como o Cadastro 
Único (CadÚnico), o programa Bolsa Família e outros benefícios sociais. A articulação com a 
Secretaria Municipal de Assistência Social também viabiliza o acolhimento em casas de 
proteção temporária, fortalecendo a rede de suporte às mulheres em situação de 
vulnerabilidade. Ademais, o serviço conta com a utilização da Ficha de Notificação 
Compulsória para Violência Interpessoal, instrumento por meio do qual são registrados os casos 
de violência atendidos na unidade, com os devidos encaminhamentos para proteção integral da 
vítima. 
O CAM também promove ações educativas e rodas de conversa com foco no 
empoderamento das usuárias e na conscientização sobre seus direitos, reforçando o 
compromisso com a prevenção e o cuidado ampliado. Percebe-se, portanto, que, além do 
atendimento multiprofissional, a unidade aposta na articulação intersetorial como uma 
importante estratégia para o cuidado integral à saúde da mulher. 
No entanto, quando se trata do aborto legal, garantido pela legislação brasileira 
(BRASIL, 1940; BRASIL, 2011), o município de Itabuna ainda enfrenta grandes desafios. 
Apesar de ser um direito previsto no Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940, art. 128) e 
confirmadopela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF 54/2011), o procedimento não é realizado na rede local, sendo 
necessário o encaminhamento para o Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em 
Ilhéus. A ausência de um fluxo formalizado, juntamente com os obstáculos de ordem moral e 
religiosa presentes no município, dificulta o acesso das mulheres ao serviço, gerando 
insegurança e atrasos no cuidado. Esses entraves revelam a urgência de se estabelecer 
protocolos claros e ações de enfrentamento ao estigma, com o apoio da gestão pública e da 
equipe de saúde. 
A experiência no CAM evidenciou que o cuidado à saúde da mulher demanda uma 
abordagem que vai além do modelo biomédico, englobando também aspectos sociais, 
psicológicos e legais. A atuação integrada da equipe multiprofissional foi fundamental para 
garantir uma atenção integral e alinhada às reais necessidades das usuárias. No âmbito da 
 
 
 
 
 
enfermagem, essa vivência reforçou o compromisso com uma prática crítica e ética, pautada na 
equidade, na humanização do cuidado e na efetivação dos direitos das mulheres. Apesar dos 
desafios evidenciados, nota-se um avanço significativo no serviço, na implementação do 
cuidado multiprofissional, o que contribui para a melhoria contínua dos atendimentos. 
 
2.4 PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 
O Processo de Enfermagem (PE) é uma metodologia aplicada pelos profissionais de 
enfermagem para orientar a atuação assistencial. Estruturado em etapas sequenciais e 
organizadas, ele favorece a sistematização do cuidado e a definição de estratégias direcionadas 
às necessidades da população atendida, alinhando-se às práticas de cuidado humanizado e à 
promoção da segurança do paciente (Trindade et al., 2016). 
Nesse sentido, a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) ainda não está 
formalizada na instituição por meio de protocolos ou registros estruturados. No entanto, 
observa-se que sua prática está presente no cotidiano dos profissionais, especialmente durante 
as consultas de pré-natal de alto risco, onde as etapas do processo de enfermagem são 
perceptíveis, mesmo que não oficialmente documentadas. 
A ausência de Protocolos Operacionais Padrão (POPs) representa um desafio 
importante, pois dificulta a padronização dos cuidados e o fortalecimento da SAE como um 
instrumento organizador da assistência. Essa lacuna está sendo enfrentada pela atual gestão de 
enfermagem, que vem trabalhando na construção desses protocolos. 
Apesar da ausência de uma metodologia registrada ou de um sistema informatizado que 
formalize a SAE, a condução das consultas mostra coerência com sua lógica. Na primeira 
consulta de pré-natal de alto risco, é realizada uma investigação detalhada sobre a história 
pessoal, familiar, gestacional e os hábitos de vida da paciente. A partir desse levantamento, são 
identificados os principais problemas e definidas condutas e orientações, compondo um plano 
de cuidados individualizado. Nas consultas de seguimento, há revisão contínua das condições 
de saúde da gestante, com reavaliação das condutas previamente adotadas e ajustes sempre que 
necessário, garantindo assim o acompanhamento integral e seguro. 
Nos demais atendimentos, como na área de ginecologia, embora a SAE não seja 
executada com base em modelos oficiais, sua essência está presente nas ações diárias dos 
profissionais. A avaliação, planejamento e intervenção fazem parte da rotina clínica de maneira 
integrada, ainda que sem padronização formal ou uso de classificações específicas. 
 
 
 
 
 
A equipe de enfermagem tem buscado aprimorar sua prática por meio de reuniões 
internas, definindo condutas baseadas em referências como o Manual de Gestação de Alto Risco 
(2022) e o Protocolo Estadual da Bahia – Gestação de Alto Risco (2024) e outras evidências 
cientificas. Com a recente estabilização da coordenação, percebe-se maior envolvimento dos 
profissionais e um movimento coletivo em direção à qualificação da assistência. 
Assim, embora a SAE ainda não esteja plenamente institucionalizada, ela se revela 
como uma prática já incorporada à rotina da equipe, sobretudo nos atendimentos de maior 
complexidade. A efetiva implantação de protocolos, aliada à capacitação contínua dos 
profissionais, é um passo essencial para fortalecer esse processo e garantir um cuidado mais 
seguro, padronizado e de qualidade para as mulheres atendidas pela unidade. 
 
2.5 GERENCIAMENTO DO CUIDADO 
 
A gestão do cuidado de enfermagem é um processo que envolve ações estratégicas para 
a organização, coordenação e supervisão do cuidado prestado. Ele visa a promoção da saúde, 
prevenção de doenças, tratamento e reabilitação dos pacientes. Além disso, busca garantir a 
qualidade do cuidado e a eficiência na utilização de recursos, com ênfase em um atendimento 
integral (Mororó et al., 2017). Nessa pespectiva, no contexto do processo de trabalho das 
enfermeiras no CAM, apresenta particularidades conforme o setor de atuação. 
No Pré-Natal de Alto Risco, uma enfermeira assume a coordenação das atividades, 
sendo responsável pela regulação dos atendimentos, pela assistência direta em casos 
específicos, pela formação permanente dos profissionais envolvidos e pela construção de 
protocolos assistenciais junto à equipe multiprofissional. No processo de regulação, essa 
profissional recebe e avalia, por meio de um formulário enviado pela Atenção Primária, os 
casos encaminhados. A análise é realizada com base nos protocolos de estratificação do estado 
da Bahia (SESAB, 2024) e manuais do Ministério da Saúde (BRASIL, 2022), identificando 
quais pessoas que gestam devem ser acompanhadas pelo serviço de pré-natal de alto risco. 
 Nos casos aceitos, a coordenação realiza o agendamento do atendimento para 
enfermeira responsável, definindo data e horário para que a usuária compareça ao serviço. 
Quando há necessidade de mais informações, solicita-se esclarecimento ao profissional 
solicitante. Casos que não se enquadram nos critérios estabelecidos podem ser recusados. 
Ademias, a todo momento, o serviço se mostra aberto para tirar dúvidas e viabilizar 
determinados exames, conforme as necessidades. 
 
 
 
 
 
Além das atividades de regulação, a coordenação também acompanha diretamente 
alguns casos selecionados, em caráter de estudo, como parte da estratégia de educação 
permanente. Em dias específicos, ela realiza aulas de alguns temas, essa ação se estende à rede 
de Atenção Primária e Secundária, contribuindo para a capacitação contínua dos profissionais. 
Também faz parte de suas atribuições a elaboração e atualização de protocolos e fluxos 
assistenciais, em articulação com a equipe, visando qualificar e aprimorar a atenção às gestantes 
de alto risco. 
Após o encaminhamento realizado pela regulação, cada enfermeira assume a 
responsabilidade pelo cuidado de sua usuária, acompanhando-a durante todo o percurso do pré-
natal até o período puerperal. Ressalta-se que a troca de profissional pode ocorrer em situações 
específicas, como a solicitação da própria usuária ou por motivos administrativos, como 
licenças ou férias da enfermeira responsável. 
Embora cada profissional tenha suas particularidades em conduzir a gestão do cuidado, 
algumas ações são comuns entre elas. Um exemplo é a elaboração de uma tabela de 
acompanhamento contendo informações essenciais das gestantes, como idade gestacional, data 
da última menstruação (DUM), data provável do parto (DPP), dados sociodemográficos e 
diagnóstico. Além disso, são confeccionadas tabelas específicas para o controle das usuárias 
com partos previstos em cada mês, bem como sinalizações para aquelas que se encontram 
internadas ou que apresentaram ausência nas consultas. 
Faz parte da gestão do cuidado a garantia da atenção integral à gestante, o que inclui o 
encaminhamento para atendimentos com outros profissionais da equipemultiprofissional, 
como obstetra, nutricionista, psicólogo, entre outros, sempre que necessário. As enfermeiras 
também são responsáveis pela solicitação de exames e pela prescrição de medicamentos, 
conforme os protocolos estabelecidos (BRASIL, 2022). Durante as consultas, os dados são 
consolidados no sistema informatizado próprio do município de Itabuna (Giga), permitindo o 
compartilhamento das informações com a equipe multiprofissional. 
Quando necessário, é realizada a solicitação de interconsulta, favorecendo a 
continuidade e a integralidade do cuidado. As gestantes, também voltam para a APS, com as 
contrarreferências dos cuidados estabelecidos no serviço. Um diferencial importante do serviço 
é a utilização de um canal de comunicação via WhatsApp do pré-natal de alto risco. Por meio 
dele, as usuárias podem tirar dúvidas, manter contato direto com a equipe e receber orientações. 
O mesmo canal é utilizado pelas enfermeiras para a realização de busca ativa das gestantes que 
faltaram às consultas. 
 
 
 
 
 
Caso não haja retorno por esse meio, a equipe entra em contato com os profissionais 
responsáveis pelo encaminhamento da usuária. Outra responsabilidade vinculada à gestão do 
cuidado é a organização da agenda de atendimentos. Cada enfermeira possui autonomia para 
estruturar sua agenda conforme as necessidades da clientela, otimizando o fluxo e a qualidade 
do atendimento prestado. 
No setor de Ginecologia, as enfermeiras prestam assistência voltada à saúde da mulher, 
com foco na saúde reprodutiva e a prevenção e controle do câncer de colo de útero. Entre suas 
principais atribuições, destaca-se a avaliação das usuárias com critérios de prioridade para 
realização de colposcopia, bem como a atuação na prevenção e no rastreamento do câncer do 
colo do útero, conforme os protocolos vigentes. 
 Além disso, também são responsáveis pela condução do cuidado relacionado ao uso do 
dispositivo intrauterino (DIU), realizando a consulta de avaliação prévia, o acompanhamento 
pós-inserção e, quando capacitadas, o procedimento de inserção do DIU. Atualmente, apenas 
uma enfermeira da equipe possui formação específica para esse procedimento, além de um 
médico ginecologista. No entanto, durante a maior parte do período do estágio, a enfermeira 
habilitada esteve de férias, o que comprometeu o acompanhamento da assistência relacionada 
à inserção do DIU. 
A inserção e o acompanhamento do dispositivo intrauterino (DIU) podem ocorrer tanto 
por demanda espontânea quanto por meio de encaminhamento da Atenção Primária à Saúde 
(APS), mediante formulário de referência da unidade de origem. As usuárias podem ser 
direcionadas para procedimentos de inserção, remoção ou revisão do dispositivo. Após a 
confirmação do recebimento do encaminhamento, a equipe realiza a devolutiva por e-mail, 
agenda a consulta e informa ao profissional solicitante ou à própria usuária a data e o horário 
da primeira consulta de avaliação. 
Na consulta inicial, é realizada uma anamnese detalhada, com o registro do motivo do 
atendimento, além dos antecedentes pessoais, ginecológicos e obstétricos. Nesse momento, são 
fornecidas informações sobre o funcionamento do DIU e esclarecidas eventuais dúvidas. 
Também é verificada a disponibilidade dos exames obrigatórios: ultrassonografia transvaginal 
(realizada há, no máximo, um ano e sem alterações) e exame citopatológico (realizado no último 
ano). 
 Caso os exames estejam ausentes, desatualizados ou apresentem alterações, ou ainda 
haja alguma queixa ginecológica por parte da usuária, ela será avaliada, os exames necessários 
serão solicitados e, se indicado, o tratamento será instituído previamente à inserção do DIU. 
 
 
 
 
 
Adicionalmente, orienta-se que a paciente apresente o resultado do Beta-HCG, realizado até 
dois dias antes da data agendada para a inserção. 
 Durante essa avaliação, também são acolhidas as demandas de mulheres que desejam 
realizar a revisão do dispositivo ou sua retirada. Logo após a primeira consulta, todas as usuárias 
são registradas em uma tabela de acompanhamento, que contém dados completos, 
procedimentos realizados e possíveis intercorrências. Para facilitar a organização e o 
monitoramento, as usuárias são sinalizadas por cores: rosa para aquelas com todos os exames 
confirmados e prontas para agendamento; azul para casos com pendências; vermelho para 
faltosas ou situações com intercorrências; e verde para as que já podem realizar o procedimento. 
 Confirmado o perfil de elegibilidade com todos os exames efetuados, a equipe agenda 
a data e horário para a inserção do DIU. No dia do procedimento é realizada uma consulta de 
enfermagem, com explicações sobre os cuidados pós-procedimento, sinais de alerta e o retorno 
para ultrassonografia transvaginal que pode ocorrer entre 30 a 40 dias, que confirmará a posição 
correta do dispositivo. 
 A mulher assina o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e é 
encaminhada ao procedimento. Após a inserção, a usuária retorna à sala de enfermagem, onde 
são reforçadas as orientações, confirmada a data da USG transvaginal e, se houver prescrição 
médica, são fornecidas instruções quanto ao uso de medicamentos. 
A equipe de enfermagem realiza contato telefônico com a usuária uma semana antes da 
data programada para as consultas, a fim de confirmar o comparecimento para USG 
transvaginal. Além disso, é feita busca ativa das mulheres que faltaram às consultas. Todos os 
dados são sempre atualizados na tabela de acompanhamento. As fichas de acompanhamento 
também são separadas em uma pasta e sinalizadas por demandas (pendências, faltosas, que 
fizeram o procedimento com o médico). 
Já no âmbito do Prevenção do Câncer do Colo de Útero, a gestão do cuidado também 
se dá de forma sistematizada. As mulheres chegam ao serviço por meio de link da APS, 
geralmente em decorrência de alterações no exame citopatológico. Algumas já vêm com 
colposcopia realizada, enquanto outras ainda necessitam do exame. Cabe à equipe de 
enfermagem realizar a triagem dessas pacientes, identificando quais precisam de colposcopia e 
organizando os fluxos conforme o risco e o grau da lesão. 
Na consulta inicial, é preenchida a ficha de anamnese e são avaliados os exames já 
realizados, como a citologia, biópsia e colposcopia. As condutas variam conforme os achados: 
biópsias com resultado de HSIL, NIC 2 ou NIC 3 são encaminhadas ao médico para encaminhar 
 
 
 
 
 
para UNACON; biópsias com LSIL ou NIC 1 demandam repetição da citologia em seis meses, 
com agendamento no próprio serviço; nos casos de pólipos, as pacientes são devolvidas para 
rastreamento na APS e recebem alta. Cervicite ou metaplasia escamosas, avalia o resultado da 
citologia e colposcopia para conduta. Se citologia normal, recebe alta para rastreio na APS. Se 
apresentar algum tipo de lesão na citologia, repete a citologia com 6 meses. Quando a conduta 
exige cauterização, essa é providenciada na própria unidade. A enfermagem organiza o fluxo e 
agenda a cauterização, monitorando o seguimento pós-procedimento. 
Todas as informações das pacientes são organizadas em planilhas de Excel, que incluem 
colunas para rastreamento, biópsia, citologia de seguimento, colposcopia, pendências, 
encaminhamentos e condutas. Para facilitar o acompanhamento, essas planilhas são 
organizadas com cores: verde para pacientes que já finalizaram o seguimento e receberam alta; 
azul para aquelas com pendências, como exames agendados; vermelho para usuárias faltosas 
ou com intercorrências; e laranja para pacientes ainda em processo diagnóstico ou em 
tratamento. 
Para garantir a continuidade do tratamento das mulheres, é realizada uma busca ativa 
por meio de ligações telefônicas e contato via WhatsApp. Além disso, o profissional da Unidade 
Básica de Saúde (UBS), que acompanha a paciente em seu território, também realiza o 
acompanhamento e orientações necessárias,visando garantir que as usuárias sigam com o 
tratamento adequado. 
 
2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
O gerenciamento de resíduos sólidos no Centro de Atenção à Mulher (CAM) segue as 
diretrizes estabelecidas pela Resolução RDC nº 222/2018 da ANVISA (BRASIL, 2018), que 
regulamenta as boas práticas para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS). A 
coleta interna é realizada por um profissional de serviços gerais, responsável pela segregação, 
coleta e descarte adequado dos diferentes tipos de resíduos, com atenção especial aos materiais 
infectantes e perfurocortantes. 
Os resíduos infectantes são coletados diariamente ao final do expediente e armazenados 
em bombonas de 200 litros, localizadas na área externa da unidade. A coleta externa é realizada 
quinzenalmente por uma empresa especializada (TRR), que emite o manifesto de transporte de 
resíduos, posteriormente encaminhado à Secretaria Municipal para registro e liberação do 
pagamento. Caso haja aumento significativo no volume, a coleta pode ser antecipada. Resíduos 
 
 
 
 
 
perfurocortantes são descartados em caixas rígidas apropriadas, conforme preconizado pelas 
normas técnicas vigentes, garantindo a proteção da equipe e a prevenção de acidentes. Para os 
resíduos comuns, a coleta ocorre diariamente pela empresa responsável do município. 
 Entretanto, foram identificadas algumas inconformidades no serviço. Em determinadas 
salas, os resíduos infectantes estavam sendo descartados em sacos pretos, destinados a lixo 
comum, em vez de sacos brancos leitosos, como determina o art. 15, nº 222/2018. Essa falha 
compromete a segurança do manejo e dificulta a correta identificação dos resíduos. A 
padronização da cor dos sacos, além de obrigatória, é essencial para reduzir riscos e garantir a 
eficácia do gerenciamento. 
Além disso, foi observado que a sala procedimentos ginecológicos invasivos, não possui 
coletor com tampa para o descarte de resíduos, o que fere as recomendações do Art. 17, inciso 
1. Ainda que o saco seja substituído ao final do expediente, a ausência de tampa em ambientes 
de procedimentos invasivos representa um risco potencial de contaminação, contrariando a 
norma, que admite recipientes abertos apenas quando há substituição imediata do saco após 
cada atendimento. 
 
2.7 GERENCIAMENTO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS 
 
Durante o período de estágio, foi possível acompanhar o processo de gestão de 
medicamentos e materiais na unidade, por meio das informações fornecidas pela coordenadora 
geral. Ela disponibilizou um documento sobre a Requisição de Fornecimento ao Almoxarifado 
Central da Saúde, o qual centraliza alguns dos pedidos mensais da unidade. A solicitação de 
materiais é realizada geralmente no primeiro dia útil de cada mês, com a expectativa de que os 
itens sejam entregues dentro de um período de até sete dias. 
No entanto, em alguns casos, podem ocorrer atrasos na entrega, mesmo que os materiais 
já tenham sido separados, devido a problemas logísticos no transporte. Para lidar com esses 
imprevistos, a coordenação faz pedidos complementares sempre que necessário, para garantir 
que a demanda seja atendida sem prejuízo aos serviços prestados. 
Dentre os itens requisitados, destacam-se os medicamentos e materiais de uso frequente 
na assistência à saúde da mulher, como: lidocaína a 2% com e sem vasoconstritor, lancetas, 
fitas para glicemia capilar, agulhas, seringas, além de pomadas ginecológicas como estriol, 
nistatina, metronidazol e miconazol. Também são solicitados dispositivos intrauterinos (DIU) 
 
 
 
 
 
e materiais para curativo e procedimentos, além de produtos de limpeza, essenciais para a 
manutenção das condições sanitárias da unidade. 
A quantidade de cada material requisitado é baseada na média de consumo mensal, 
calculada de acordo com as necessidades observadas nos atendimentos. O processo de 
requisição é realizado por meio de um documento formal, enviado via e-mail pelo departamento 
responsável ao almoxarifado municipal, que então faz a entrega dos insumos. Embora não 
exista uma planilha de controle, o gerenciamento de materiais é realizado por observação direta, 
com as equipes de enfermagem e higienização sinalizando a necessidade de reposição de 
materiais, como lancetas, seringas e materiais de limpeza. 
O armazenamento dos insumos é organizado em dois almoxarifados dentro da unidade: 
no primeiro andar, são guardados os materiais de penso e outros insumos clínicos, enquanto no 
térreo ficam os materiais de limpeza. O Centro de Material e Esterilização (CME) não mantém 
estoque, apenas guarda os instrumentos esterilizados, como as pinças de jacaré, que são 
redistribuídos ao almoxarifado principal. A distribuição dos materiais ocorre imediatamente 
após a chegada dos insumos, sendo os materiais de limpeza divididos proporcionalmente entre 
os andares, conforme a demanda de cada setor. 
Em relação ao controle de estoque, a equipe de gestão de materiais não possui uma 
planilha formalizada, mas observa o consumo conforme as necessidades emergentes. Há um 
claro desejo de implementar um sistema de controle mais estruturado, como uma planilha de 
consumo, para melhorar a gestão dos insumos. O monitoramento contínuo é realizado por 
sinalização das equipes, que informam em tempo real a necessidade de reposição dos materiais, 
evitando falhas no fornecimento. 
O descarte de resíduos é realizado diariamente, após o expediente, com o 
acondicionamento dos resíduos infectantes e perfurocortantes nas bombonas de 200 litros 
localizadas na área externa da unidade. A coleta desses materiais é realizada quinzenalmente 
pela empresa TRR, que emite um manifesto com a descrição dos resíduos recolhidos, o qual é 
entregue à Secretaria Municipal para controle e pagamento no primeiro dia útil seguinte. 
Essa experiência no CAM evidenciou a importância de um processo organizado de 
aquisição, armazenamento e distribuição de materiais, que garante a continuidade do 
atendimento. Além disso, ressaltou a necessidade de formalizar e aprimorar os processos 
internos, como o controle de estoque, para otimizar a gestão e assegurar que a unidade continue 
a oferecer serviços de qualidade, mesmo diante das dificuldades operacionais. 
 
 
 
 
 
 
2.8 GERENCIAMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO 
 
O processo de trabalho na saúde tem como objetivo viabilizar meios para a prestação de 
uma assistência qualificada, visando atender às necessidades de saúde da clientela. Nesse 
sentido, o produto do processo de trabalho em saúde está intrinsecamente relacionado à 
assistência de qualidade ofertada ao paciente (Faustino et at., 2023). 
A vivência prática no serviço permitiu acompanhar o gerenciamento do processo de 
trabalho da enfermagem em diferentes setores, como o pré-natal de alto risco, ginecologia, 
planejamento reprodutivo (com inserção de DIU), prevenção do câncer do colo do útero e 
regulação. A construção do conhecimento foi norteada pela análise dos protocolos existentes, 
fluxos institucionais, rotinas, preparo da equipe e acesso aos documentos dispostos pela equipe. 
No cenário institucional, identificou-se um empenho da coordenação na construção de 
protocolos e fluxos assistenciais, desenvolvidos em conjunto com os profissionais de cada setor. 
Esses documentos foram elaborados com base nas diretrizes do Ministério da Saúde e da 
Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB), sendo encaminhados para apreciação da 
Secretaria Municipal de Saúde e do Conselho de Saúde. Embora alguns protocolos ainda não 
tenham sido formalmente aprovados, já estavam em uso pela equipe, que demonstrou 
conhecimento e em maior parte adesão às práticas preconizadas. Em relação aos Protocolos 
Operacionais Padrão (POPs), ainda não há uma consolidação desses documentos no serviço. 
Entre os fluxos observados e acessados, destacam-se: o fluxo de acesso ao serviço 
especializado via Atenção

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