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Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA 
Instituto de Ciências da Sociedade – ICS 
Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional – PCEDR 
Bacharelado em Ciências Econômicas – BCE 
Disciplina: Economia do Meio Ambiente (EMA) 
Docente: Profº. Dr. Abner Vilhena de Carvalho 
Assunto: Economia da Poluição e a Taxação de Pigou. 
 
LEITURA (referências bibliográficas): 
CÁNEPA, E. M. Economia da Poluição. IN: MAY, Peter H.; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, 
Valéria. Economia do Meio Ambiente. RJ: Elsevier, 2003, cap. 2; 2010, cap. 4). 
 
LISTA DE ATIVIDADE Nº 4 
Exemplo da ajustagem da produção (nível ótimo) ao se internalizar externalidades* 
* MOURA, L. A. A. de. Economia Ambiental: Gestão de Custos e Investimentos. São Paulo: 
Editora Juarez de Oliveira, 2000. 
 
[....] uma das funções da economia é auxiliar na definição na quantidade ótima a ser produzida, 
em função das necessidades dos consumidores. Em uma situação em que a empresa não arque com 
os custos ambientais, é provável que, como resultado de custos baixos e existência de demanda, ela 
consiga aumentar sua produção. Por outro lado, quando a empresa for obrigada a realizar tratamento 
de rejeitos, entre outras ações possíveis de controle ambiental, ela fatalmente incorrerá em aumento 
de custos. Existem duas situações possíveis: A primeira delas é aquela na qual a empresa conseguirá 
repassar ao consumidor esse acréscimo, o que ocorre em países onde o público é muito conscientizado 
e motivado quanto a questão ambiental e aceita pagar um preço por essa qualidade. Em outros casos, 
provavelmente a maioria deles, o consumidor deseja a qualidade ambiental, mas ainda não aceita 
pagar um preço pela sua obtenção. Nestes casos, quando os órgãos ambientais e a própria legislação 
aumentarem as pressões sobre a empresa, ela terá que absorver esses custos (internalização das 
externalidades), o que poderá eventualmente resultar em um novo ótimo de produção, já que, com 
custos maiores, o mercado não aceitaria absorver a quantidade mais elevada. 
 
I. Numa situação sem internalização das externalidades. 
Suponhamos que uma indústria que precisa escolher o ponto ótimo de operação, quanto à 
quantidade produzida. 
1. Sua função “Custo Toral” é representada por: 𝐶𝑇 = 2𝑄2 + 0,4𝑄3 (Equação 1), onde Q é a 
quantidade de unidades produzidas. 
2. Supondo que ela vende cada unidade por R$ 50,00, sua função “Benefício Total” será: 𝐵𝑇 =
50𝑄 (Equação 2). 
3. As curvas de “Custos de Marginais” e “Benefícios Marginais” são obtidas derivando-se as 
curvas de Custo Total e Benefício Total 𝐶𝑀𝑔 ≅ 𝐶𝑇′ = 4𝑄 + 1,2𝑄2 (Equação 3) e 𝐵𝑀𝑔 ≅ 𝐵𝑇′ =
50 (Equação 4). 
4. Em princípio, o ponto de produção ótima (com menor custo obteve-se o máximo benefício) 
está na igualdade das equações de custos e benefícios marginais). 
Suponhamos, entretanto, que essa mesma empresa gera, em seu processo produtivo uma certa 
quantidade de efluente que contenham um determinado poluente, de com a seguinte equação: 𝐸 =
2𝑄2 (gramas por unidade produzida - Equação 5). 
Esse resíduo seria descarregado em um rio que passa ao lado da empresa. A empresa, em 
princípio não paga nada para descartar esse efluente no rio. 
 
II. Numa situação com internalização das externalidades. 
Vamos supor que alguns quilômetros abaixo exista uma cidade que faz a captação da água desse 
rio para abastecimento público. 
5. Os custos da água, ou seja, captação e tratamento, seguem a seguinte equação: 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 50 +
2𝐸 (Equação 6). Ou seja, existe um custo fixo de R$ 50,00 e um custo variável que depende da 
quantidade de poluente. 
6. Correlacionando o custo de tratamento da água com quantidade de produtos da empresa, 
temos 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 50 + 2(2𝑄2) → 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 50 + 4𝑄2 (Equação 6.1). 
7. Analisando-se os custos totais (pensando na sociedade como um todo). Os custos reais dos 
produtos são obtidos através da soma do custos de fabricação (internos da empresa) com os custos de 
tratamento da água para a comunidade, obtida pela soma das equações (1) e (6): 𝐶𝑇 + 𝐶á𝑔𝑢𝑎 =
(2𝑄2 + 0,4𝑄3) + (50 + 4𝑄2). 
8. A função “Benefício Total” não sofre alterações, ou seja: 𝐵𝑇 = 50𝑄 (Equação 2). 
Ao internalizarmos os custo de tratamento da água, por exemplo imputando-os à empresa sob a forma 
de imposto, estaremos considerando também o “ponto ótimo de poluição”, ou seja, o ponto ótimo de 
produção visto pelo interesse da sociedade. Responda os itens abaixo: 
1) Qual o ponto de produção ótima numa situação sem internalização das externalidades? 
2) Qual o ponto de produção ótima numa situação com internalização das externalidades? 
3) Após a internalização dos custo de tratamento da água, mudou-se o ponto ótimo de produção da 
empresa (ponto ótimo de poluição”). Qual o impacto da mudança no ponto ótimo de produção na 
quantidade de resíduos despejado no efluentes? 
4) A solução de Pigou, para as externalidades ambientais negativas, baseada na internalização dos 
custos via “Princípio do Poluidor Pagador” (PPP) ancora-se na análise de custo-benefício como 
também na análise de custo-eficiência. A forma de cálculo desenvolvida no exemplo está sintonizada 
com o PPP? Explique com base nos pressupostos da teoria microeconômica. 
5) A principal função do PPP está baseado na incitatividade. Mas, além disso, o PPP pode também 
exercer uma segunda função de financiamento à recuperação e melhoria qualitativa e quantitativa do 
corpo receptor (CÁNEPA, 2003). Com base no trecho anterior (e sua referência), discorra sobre o 
PPP como instrumento de financiamento.

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