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1 CUSTOS DA PRODUÇÃO 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em- presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradu- ação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua forma- ção contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, ci- entíficos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela ino- vação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário CUSTOS DA PRODUÇÃO ........................................................................................... 1 NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................................... 2 1. INTRODUÇÃO AOS CUSTOS DA PRODUÇÃO .............................................. 4 1.1 A PRIORI E A POSTERIORI .......................................................................... 5 1.3 CUSTO FIXO E VARIÁVEL ........................................................................ 7 1.4 CUSTO DIRETO E INDIRETO ................................................................... 7 2. CUSTOS IMPLÍCITOS E EXPLÍCITOS .............................................................. 8 2.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO E ADMINISTRATIVO ..................................... 10 2.2 CUSTO, DESPESA E PERDA .................................................................... 11 2.3 O QUE E QUANTO PRODUZIR .................................................................. 13 2.4 CUSTO DE INVESTIMENTO ....................................................................... 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 21 file:///C:/Users/Usuario/Desktop/APOSTILA%20CUSTOS%20DA%20PRODUÇÃO.docx%23_Toc61258380 4 1. INTRODUÇÃO AOS CUSTOS DA PRODUÇÃO Os custos de produção são aqueles ligados ao processo produtivo, podendo ser divididos em custos indiretos, material direto e mão de obra direta, ou seja, todos os itens que são obrigatórios no processo produtivo. Custo de produção refere-se ao valor de bens e serviços con- sumidos na produção de outros bens ou serviços (MAT- TOS, 1998). O cálculo de custos é uma ferramenta muito empregada e objetiva para servir de base para subsidiar uma decisão gerencial de curto prazo, medir a susten- tabilidade de um empreendimento em longo prazo, medir a capacidade de pa- gamento, definir a viabilidade econômica de uma tecnologia alternativa, subsi- diar propostas ou implementar políticas agrícolas, entre outras possibilidades (CANZIANI, 1999). Segundo Reis (1999), o estudo do custo de produção é um dos assuntos de maior importância na microeconomia pelo fato de fornecer indicativo para es- colha das linhas de produção visando melhorar os resultados econômicos. FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 As diferentes finalidades de cálculo e de análise do custo de produção resultam em importantes diferenças que podem ocorrer em função dos dados disponí- veis ou de diferenças metodológicas. Além da diferença relacionada aos dados para o cálculo, temos também aquelas devido ao fato de serem considerados 5 diferentes itens na composição do custo de produção e esses itens podem ser agrupados de várias maneiras. Quando avaliamos os trabalhos na área, que são escassos, podemos observar que são adotados diferentes classificações de custos, bem como são incluídos diferentes itens também. Isso dificulta na hora de compararmos os resultados obtidos nos experimentos. O conhecimento dos custos da produção de um produto é de suma importância para o processo produtivo por diversos fatores. O principal motivo para calcu- larmos esses custos é fazer a análise financeira da empresa.Dessa forma, po- demos então fazer a análise de todo o processo produtivo a partir dos custos. É possível precificar o produto, indicar desperdícios durante o processo, otimi- zar os custos de produção, entre outros. Uma empresa, para ser financeiramente saudável, deve conhecer todos os custos envolvidos no seu processo produtivo, para posteriormente comparar sua receita (bruta e líquida) com seu custo de produção. 1.1 A PRIORI E A POSTERIORI FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 No esquema acima podemos observar que os custos podem ser determinados a priori ou a posteriori. 6 - a priori: o custo é estimado antes que o processo produtivo ocorra. Em casos de projetos para fazer previsão de cenários futuros ou elaborar fluxo de caixa o custo é estimado com base no resultado atual da propriedade e na experiên- cia do técnico que o faz. Em uma situação a priori, as estimativas podem ter a finalidade de auxiliar na tomada de decisão entre sistemas de produção, auxi- liar na identificação das atividades mais lucrativas ou servir de embasamento técnico para definições de alguns itens de política agropecuária (CANZIANI, 1999). - a posteriori: o custo é obtido após o processo produtivo. Dessa forma, aquela informação de custo realmente foi observada na fazenda, é segura se foi bem coletada. A importância está na identificação da rentabilidade dos sistemas de produção estudados, suas reais causas e consequências, além de servir de apoio para o próximo planejamento. Portanto, para nossos cálculos podemos utilizar essas duas formas de obten- ção de custos, antes ou depois do processo produtivo. É importante lembrar que a estimativa a ser feita deve ser muito bem estudada e avaliada, pois erros nesse valor podem refletir em grandes diferenças nas análises posteriores. Temos que dispor de meios concretos para estimar e não simplesmente seguir os "achismos".Outras classificações possíveis são apresentadas no esquema abaixo. FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 7 1.3 CUSTO FIXO E VARIÁVEL Na agropecuária os custos são, mais comumente, classificados como custos fixos e variáveis dependendo do que ocorre com o custo perante o aumento ou diminuição da produção. Basicamente, faz-se a seguinte pergunta: esse custo varia proporcionalmente à quantidade produzida? Diante de uma resposta afirmativa, tem-se um custo variável. Por exemplo, o custo com concentrado para os cordeiros em confinamento varia proporcional- mente com a quantidade de cordeiros criados? A resposta é sim, pois quanto mais animais eu tiver, maior será a quantidade de concentrado necessária para alimentá-los, ou ao contrário, quanto menos animais, menor o gasto com con- centrado. Já se a resposta à questão é negativa, o custo é fixo. Por exemplo, o valor pago de Imposto Territorial Rural (ITR) varia proporcionalmente com a quantidade de cordeiros criados? Não, pois o pagamento do ITR relaciona-se ao tamanho da área e não conforme a produção. Note que, no caso do custo fixo, ele vai ocor- rer mesmo que a produção seja zero. O somatório do custo variável e custo fixo vai ser o custototal de produção: CT = CV + CF Além dessa divisão em CV e CF, podemos ter outras subdivisões para compor a estrutura de apresentação de estimativas de custos, sendo mais comumente utilizados os seguintes custos: total de produção, fixo, variável parcial, variável total, operacional efetivo e operacional total. Maiores detalhes desses custos e exemplos serão apresentados no próximo artigo sobre o tema. 1.4 CUSTO DIRETO E INDIRETO Outra possibilidade de classificação é em direto e indireto. Os custos diretos são aqueles facilmente identificados no produto final e que podemos mensurar claramente por indicadores como horas de mão-de-obra empregada, quilos ou 8 litros de determinado produto. Por outro lado, os custos indiretos são aqueles que não conseguimos mensurar com facilidade e são distribuídos por produto produzido com base em critérios de rateio. Para a agropecuária essa classificação não é muito empregada, pois é difícil para nós mensurarmos os custos diretamente. Por exemplo, é possível eu sa- ber quantos quilos de alimento concentrado foram gastos por cordeiro. Custos como alimentação e medicamentos podem ser mais fáceis de ser determinados por animal. No entanto, como impostos e depreciação de máquinas, como distribuir um valor por animal? Já fica mais difícil. Isso exigiria tempo para pensarmos em estratégias de rateio para cada um dos custos que não são mensurados dire- tamente. Outra forma simples de pensar é que os custos diretos surgem com o produto produzido e não existem sem sua produção. Por exemplo, só gastaremos com alimento se tivermos um animal para produzir, entretanto se temos um trator, ele vai depreciar mesmo que não tenha animal para produzir. 2. CUSTOS IMPLÍCITOS E EXPLÍCITOS Com relação aos custos caixa e não caixa ou explícitos e implícitos, esses são relacionados à saída direta de dinheiro. Os custos explícitos são aqueles que representam saída de dinheiro, como por exemplo, o custo com medicamentos, pagamento de mão-de-obra, alimentação, entre outros. Unitário, médio unitário e total Com relação ao grau de detalhamento o custo pode ser: 9 - unitário: é o custo de produção de uma unidade ou serviço obtido por metodologia de custo por ordem de produção. - médio unitário: é o custo de produção de uma unidade ou serviço obtido pela divisão do custo total de produção pela quantidade de produto pro- duzido, como por exemplo, quilos de carne. - total: é o custo para produzir determinada quantidade de produtos. Os custos indiretos, como o próprio nome diz, só podem ser apropriados de forma indireta aos produtos, isto é, mediante o uso de estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc. Entretanto, todas essas for- mas de alocação dos custos contêm, em menor ou maior grau, um certo sub- jetivismo e, como consequência, haverá sempre uma certa arbitrariedade nes- sas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades a aceitação se dará simplesmente por não haver al- ternativas melhores, embora haja recursos matemáticos e estatísticos que po- dem ajudar a resolver esses problemas, porém nem sempre é possível sua utilização. (MARTINS, 2010) FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 A distribuição dos custos indiretos aos diferentes objetos de custeio é efetuada mediante a utilização de critérios de rateio. Horngren, Foster e Datar (2003, 10 apud Dutra,2017) enumeram quatro critérios dominantes que norteiam o rateio dos custos indiretos: a) causa e efeito – por esse critério os gestores identificam as variáveis que provocam o consumo dos recursos, ou seja, quanto maior o resultado obtido, maiores os recursos aplicados. b) vantagens obtidas – a distribuição é feita em função dos benefícios recebidos por unidades de acumulação de custos, resultando em uma relação causal. c) imparcialidade ou equidade – a alocação de custos é vista por esse crité- riocomo um meio para fixação do preço de venda, por essa razão é um crité- riobaseado na negociação entre partes interessadas e enfatiza muito mais o acordo do que os aspectos técnicos. d) capacidade de absorção – por este critério, os custos são alocados em função da capacidade do objeto de custeio de suportá-los, ou seja, quanto maior a margem de lucro ou o preço de venda de um objeto de custeio, tanto maior será a parcela do custo a ele atribuído. Para um melhor entendimento, apresentamos a seguir um exemplo completo de apuração de custos e contabilização, inclusive mediante o rateio dos custos indiretos. 2.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO E ADMINISTRATIVO Os custos de produção são aqueles ligados ao processo produtivo, podendo ser divididos em custos indiretos, material direto e mão-de-obra direta, ou seja, todos os itens que são obrigatórios no processo produtivo. Já os custos administrativos são aqueles não vinculados ao processo produ- tivo, como as despesas com vendas, divulgação de produtos, participação em eventos da área, ou ainda despesas gerais e administrativas. 11 A seguir apresenta-se um quadro com o resumo das classificações de custo aplicáveis a agropecuária. FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 2.2 CUSTO, DESPESA E PERDA Para Hendriksen e Breda (2001, p. 235), custo “é medido pelo valor corrente dos recursos econômicos consumidos ou a serem consumidos na obtenção dos bens e serviços a serem utilizados nas operações – ou seja, trata-se de valor de troca”. Portanto, não reduz nem aumenta os lucros no momento de sua ocorrência. Já as despesas, por definição, reduzem o lucro, representando o uso ou consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas. Hansen e Mowen (2001, p. 61), entretanto, definem custo como “o valor em dinheiro, ou o equivalente em dinheiro, sacrificado para produtos e serviços que se espera que tragam um benefício atual ou futuro para a organização”. Os autores utilizam o termo “equivalente em dinheiro”, pois entendem que ati- vos não-monetários podem ser trocados pelos produtos ou serviços desejados, como, por exemplo, trocar equipamentos por materiais usados na produção. Para esses autores, os custos são incorridos para a produção de benefícios futuros. Quando os custos são usados na produção de receitas, são ditos expirados, surgindo, daí, o conceito de despesas. 12 FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 A principal distinção entre um custo classificado como despesa ou como um ativo é o tempo. Analisando os conceitos dos autores citados, é possível definir despesa como o sacrifício patrimonial para manutenção das atividades da em- presa; geralmente, com objetivo de obtenção de uma receita. Este conceito é abrangente, pois contempla as despesas diretamente ligadas à auferição de receita, como também àquelas relacionadas ao período, que não representam, necessariamente, um esforço para a geração de uma receita. A expressão sacrifício patrimonial, refere-se tanto ao uso ou consumo de ati- vos, como aos acréscimos de passivos, que irão gerar, no futuro, reduções de ativos. Outro conceito importante diz respeito à perda, a qual corresponde ao consumo de bens ou serviços de forma anormal e involuntária, sendo portanto imprevisível. As perdas inerentes ao processo produtivo quando se comporta- rem dentro dos limites de previsibilidade podem ser consideradas como custo. Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica de anormali- dade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. São exemplos de per- das: gasto com mão-de-obra durante um período de greve, o material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento, perdas com incêndios, obsole- tismo de estoques, etc. (MARTINS, 2010) Em síntese, a despesageralmente é previsível e orçada, relacionada a um pe- ríodo e não ao produto ou processo produtivo. Custo, porém, no sentido estrito 13 da palavra, representa o sacrifício de recursos para a geração de bens e servi- ços; portanto, não modifica o patrimônio líquido da entidade. É importante res- saltar que a informação de custo é normalmente utilizada (de forma ampla) no processo de tomada de decisões no dia-a-dia das organizações, pois sempre há o questionamento: quanto custa determinada coisa (como, por exemplo, um serviço). Essa “coisa” é chamada de objeto de custo. Um objeto de custo, por- tanto, é qualquer coisa para a qual se deseja uma mensuração de custo. No quadro a seguir são apresentados alguns exemplos de diferentes tipos de ob- jetos de custos. 2.3 O QUE E QUANTO PRODUZIR A análise financeira começa com a estimativa do plano de produção, que é a identificação do volume de produtos que pretendemos comercializar num determinado período de tempo. Depois, calculamos o valor do investimento físico - equipamentos e instalações necessários para o cumprimento das metas de produção - onde relacionamos as quantidades e os custos das máquinas, equipamentos, veículos, ferramentas e demais materiais permanentes. Para definir o volume de produção de nossa agroindústria, consideramos os seguintes fatores: capacidade nominal dos recursos materiais, ou seja, capacidade nomi- nal de produção das máquinas, equipamentos e instalações, além dos recursos financeiros; disponibilidade de matérias-primas, materiais secundários e em- balagens; disponibilidade de recursos humanos na região. O volume anual de produção de vinagre para a nossa agroindústria é de 20.000 garrafas de 500 mL (34% de participação). 14 2.4 CUSTO DE INVESTIMENTO Nesta etapa da análise financeira, vamos saber quanto precisaremos gas- tar na montagem da agroindústria. Isso inclui as máquinas e os equipamentos utilizados na produção, as ferramentas, os veículos, os mobiliários e outros materiais permanentes. Chama-se esse conjunto de investimento físico, porque são gastos feitos de uma só vez e que ficam agregados ao patrimônio da empresa.Quem pre- tende entrar no ramo agroindustrial de processamento de uva para fabricar vi- nagre precisa escolher cuidadosamente os equipamentos, instalações e mate- riais permanentes que vai adquirir. Em primeiro lugar, o maquinário deve ser de qualidade e ter a garantia de assistência técnica eficiente, para evitar que a produção fique suspensa, caso aconteça algum problema. Uma máquina quebrada ou mal regulada pode acar- retar enormes prejuízos no momento em que as matérias-primas estão sendo processadas. As máquinas também devem ter uma capacidade de produção adequada às necessidades iniciais da empresa, com uma folga que possibilite uma expan- são futura. De modo geral, os fabricantes dos equipamentos fornecem as especificações técnicas das obras civis necessárias para a instalação das máquinas. A partir delas, o procedimento ideal é encomendar a um profissional especiali- zado - arquiteto ou engenheiro - a planta baixa e hidráulica (dos encanamentos de água e esgoto) e elétrica (das fiações) do imóvel) que atendam às especifi- cações tanto para a área de produção como para as áreas de armazenamento e administração. 15 É muito importante que o empreendedor conheça o próprio negócio para não deixar, nas mãos de terceiros, cuidados essenciais como uma boa gestão de custos. O conhecimento do assunto auxilia o proprietário do negócio a ter uma boa gestão financeira, administrar e controlar os custos gerados na produção e comercialização de serviços ou produtos. O preço final de um serviço prestado ou produto vendido depende do quanto é investido para que ele exista. Quando não tem uma gestão de custos eficaz, a empresa pode cobrar valores que não condizem com a realidade, podendo pre- judicar margens de lucro, volume de vendas ou o andamento geral do negócio. É muito freqüente considerar que os custos de produção de um determinado bem são compostos exclusivamente pela matéria-prima, embalagem e outros materiais diretos utilizados em sua fabricação, esquecendo-se de agregar àqueles preços outros custos, como o de mão-de-obra direta e os custos fixos. Para não incorrer no mesmo erro, lembre-se de que o custo de produção é, por definição, igual à soma dos custos dos materiais diretos, com o rateio dos cus- tos fixos e dos custos da mão-de-obra direta. Assim, se quisermos saber o Custo de Produção (CP), isto é, quanto vai custar produzir cada garrafa de vinagre, basta somar esses três itens: Materiais Dire- tos (MD), Mão-de-obra Direta (MO) e Custo Fixo (CF), e dividir o resultado pelo Volume de Produção (VP), ou seja: CP = (MD + MO + CF) : VP Os rateios são calculados proporcionalmente às quantidades fabricadas de cada produto, utilizando-se, para isso, o percentual de participação apresen- tado anteriormente: Assim, se quisermos saber o valor do rateio dos custos da mão-de-obra e dos custos fixos do vinagre, por exemplo, basta aplicar o per- centual de participação do produto (34%) sobre os valores do custo anual da mão-de-obra e do custo fixo para o mesmo caso. https://endeavor.org.br/gestao-financeira-guia-basico-para-se-planejar/ https://endeavor.org.br/lucro-real-ou-presumido-qual-o-melhor 16 Depois, somando-se o custo dos materiais diretos para o mesmo produto, com o rateio do custo de mão-de-obra direta e o rateio do custo fixo, temos como resultado o custo anual de produção. Finalmente, para calcular o custo unitário de produção, basta dividir o custo anual de produção pela quantidade fabricada de cada produto. Assim, o custo unitário de produção é obtido pelo custo mensal de produção dividido pela quantidade anual de produção. Depois de calcular o custo anual dos materiais diretos e o valor da folha de pagamento, devemos nos preparar para arcar com os custos fixos do negócio, ou seja, aqueles que ocorrem independentemente da produção ou das vendas. Geralmente eles são compostos dos salários e dos respectivos encargos soci- ais do pessoal administrativos, e dos gastos gerais de administração. Nesta etapa da análise financeira, já conhecemos uma série de dados e infor- mações importantes: o volume anual de produção; a quantidade e os volumes das máquinas, equipamentos e demais ma- térias permanentes que formam o investimento físico; as quantidades e os custos anuais dos materiais diretos; o quadro de pessoal e o valor anual da folha de pagamento, incluindo salários e encargos sociais. Agora, vamos calcular os custos fixos anuais da agroindústria, isto é, as despesas de manutenção, necessárias para manter o empreendimento funci- onando. Os custos fixos são aqueles que não estão associados às quantidades de produtos processados, mantendo-se dentro de um mesmo patamar, indepen- dentemente, do aumento ou queda da produção ou das vendas. Esses custos ocorrem mesmo que a agroindústria não venda ou produza nenhum bem, 17 sendo necessários para a manutenção do negócio em funcionamento, daí se- rem também denominados de custos de funcionamento ou custos de estrutura. Geralmente, os custos fixos são compostos pelos salários e pelos encar- gos sociais do pessoal administrativo (secretárias, contínuos, vigilantes, ge- rente-administrativo, etc.; gastos com aluguéis; retirada pró-labore dos sócios; materiais de limpeza e conservação; materiais de expediente ou de escritório; honorários profissionais(contador, advogado, engenheiro, etc.); além dos gas- tos com depreciação, seguro e manutenção do investimento físico. Para fins do nosso estudo, utilizamos uma média de valores para os cus- tos fixos, já que eles variam muito de região para região. Eles dependem tam- bém, do estilo gerencial que o empresário imprimeno seu negócio e do nível de simplicidade ou sofisticação da empresa. CONSIDERAÇÕES FINAIS É muito importante ter ciência das classificações de custo, bem como saber calcular seu custo de produção. Qualquer uma das formas acima descritas po- dem ser adotadas, o importante é que se faça um controle. Entretanto, em ter- mos operacionais, o método mais prático é dividir os custos em fixo e variável. FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 O cálculo do custo de produção é um importante indicador. Ele serve para ava- liar a eficiência da produção de uma fábrica, de maneira que o gestor perceba se os custos estão muito elevados ou se estão adequados. 18 Com este indicador, o gestor pode avaliar também a lucratividade das suas vendas e prever perdas e ganhos futuros. Se a empresa é capaz de manter um custo de produção baixo, ela pode ter uma maior margem de lucro. Por outro lado, se o custo de produção é alto, a margem de lucro diminui. Nesse caso, seria necessário revisar a precificação, a negociação com fornecedores e outros custos envolvidos no cálculo.Portanto, o cálculo do custo de produção ajuda a embasar decisões estratégicas de negócio, a fim de melhorar a sua lucratividade. Calcular o custo de produção é importante para a gestão . Muita gente pensa se resume a criar relatórios, calcular impostos e cuidar da folha de paga- mento. Porém, uma boa gestão também olha para os indicadores para identifi- car oportunidades e embasar as decisões dos gestores. Por isso, tanto o gestor quanto o contador devem saber calcular o custo de produção e avaliar os seus resultados. É muito freqüente considerar que os custos de produção de um determinado bem são compostos exclusivamente pela matéria-prima, embalagem e outros materiais diretos utilizados em sua fabricação, esquecendo-se de agregar àqueles preços outros custos, como o de mão-de-obra direta e os custos fixos. Para não incorrer no mesmo erro, lembre-se de que o custo de produção é, por definição, igual à soma dos custos dos materiais diretos, com o rateio dos cus- tos fixos e dos custos da mão-de-obra direta. Assim, se quisermos saber o Custo de Produção (CP), isto é, quanto vai custar produzir cada garrafa de vinagre, basta somar esses três itens: Materiais Dire- tos (MD), Mão-de-obra Direta (MO) e Custo Fixo (CF), e dividir o resultado pelo Volume de Produção (VP), ou seja: CP = (MD + MO + CF) : VP https://news.contabilivre.com.br/qual-a-margem-de-lucro-ideal/ 19 Os rateios são calculados proporcionalmente às quantidades fabricadas de cada produto, utilizando-se, para isso, o percentual de participação apresen- tado anteriormente: Assim, se quisermos saber o valor do rateio dos custos da mão-de-obra e dos custos fixos do vinagre, por exemplo, basta aplicar o per- centual de participação do produto (34%) sobre os valores do custo anual da mão-de-obra e do custo fixo para o mesmo caso. Depois, somando-se o custo dos materiais diretos para o mesmo produto, com o rateio do custo de mão-de-obra direta e o rateio do custo fixo, temos como resultado o custo anual de produção. Para calcular o custo unitário de produção, basta dividir o custo anual de pro- dução pela quantidade fabricada de cada produto. Assim, o custo unitário de produção é obtido pelo custo mensal de produção dividido pela quantidade anual de produção. Para aqueles que utilizam um sistema de gestão, o cálculo do custo nada mais é do que o resultado de várias rotinas e movimentações realizadas durante o mês. Se a sua empresa não utiliza, é necessário consolidar todas estas diferentes informações para chegar ao valor final. Por isso, mostraremos como fazer o cálculo de cada um dos tipos de despesa que compõe o custo final de produção. Em um sistema de gestão ERP a cada movimentação de material e aponta- mentos de ordem de fabricação as informações são registradas, atualizando automaticamente os custos dos seus produtos, de acordo com os parâmetros determinados pela sua empresa. Caso você busca agilizar este processo e ganhar confiabilidade nas in- formações obtidas, um ERP é a melhor opção. https://qsconsultoria.com.br/como-um-erp-ajuda-a-reduzir-custos-industriais/ https://qsconsultoria.com.br/funcionalidades-erp-industrial/ 20 FONTE: Google imagens – acesso em 08/01/2021 Por fim, uma dica valiosa é se utilizar do mapeamento de processos no seu negócio. Utilizando-se desta ferramenta, você poderá analisar o que está sendo útil à sua empresa e o que não está sendo tão interessante para ela. Assim, através da percepção gerada pelo mapeamento de processos, fica muito mais fácil retirar algo que não está agregando ao seu negócio. O mapeamento de processos auxilia à identificação de processos que são mais custosos, de modo que você possa trabalhar melhor com eles objetivando a economia e redução de custos. Com todas as dicas e conhecimentos técnicos demonstrados acima, é hora de verificar a fundo como está a sua empresa. Separe um tempo para colocar as nossas sugestões em ação, através da análise de contas e processos e, assim, identifique o que pode ser melhorado para que a sua empresa continue pros- perando. 21 REFERÊNCIAS BARROS, C.S.; MONTEIRO, A.L.G.; PRADO, O.R. CUSTARE. 1 CD-ROM. custare@gmail.com Berliner, Callie, Brimson, James A.. Cost Management for Today´s Advanced Manufacturing: The CAM-I Conceptual Design. 1ª Ed. Boston: Harvard Busi- ness School Press, 1988. BEULKE, Rolando. Custeio ABC: uma aplicação na agroindústria (frigorífi- cos e laticínioso).Revista do Conselho Regional do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, ano XX, v. 118, p. 24-35, outubro 2004. BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dalvio José. Gestão de custos e resultado na saúde: hospitais, clínicas, laboratórios e congêneres. São Paulo: Editora Sa- raiva, 2000. BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamento do Im- posto de Renda. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/de- creto/d3000.htm. 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