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Introdução — hipótese e cenário O plástico, desde a sua ascensão industrial na segunda metade do século XX, transformou-se em material onipresente: leve, barato e versátil. A hipótese sustentada neste ensaio é que os benefícios socioeconômicos do plástico não justificam, sem mudanças sistêmicas, os impactos ambientais e ecológicos que ele impõe à natureza. Argumentarei sustentado por evidências científicas sobre persistência, bioacumulação e impactos ecológicos, incorporando uma narrativa curta para humanizar o problema e concluirei com proposições de mitigação. Cena narrativa como microcosmo Em uma manhã de mar bravio, um pesquisador caminha pela praia: entre algas e conchas, uma cadeia de fragmentos coloridos lembra um mosaico humano de descarte. Ele recolhe amostras, nota microfibras aderidas a uma medusa e, no laboratório, confirma que aquelas partículas contêm aditivos tóxicos. Esse pequeno episódio sintetiza a interseção entre comportamento humano, tecnologia e processo ecológico: o plástico não se perde — fragmenta-se e integra ciclos biológicos. Evidência científica: persistência e distribuição Do ponto de vista químico, a maioria dos polímeros sintéticos é altamente resistente à degradação biológica. Polietileno, polipropileno e PET podem persistir por décadas a séculos, dependendo de fatores ambientais. Fragmentação física e foto-oxidação reduzem tamanho, gerando microplásticos (