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Prezado(a) leitor(a) e gestor(a) de campanha,
Dirijo-me a você com a postura de um repórter que investigou, apurou e agora pede providências: a contabilidade de campanhas eleitorais não é mera formalidade burocrática; trata-se do registro público e democrático das escolhas, dos recursos que viabilizam a persuasão política e da responsabilidade que sustenta a legitimidade do processo eleitoral. Este é um apelo argumentativo: conhecer, organizar e fiscalizar a contabilidade de campanha é imperativo para a saúde da democracia — e vou instruir, de forma prática, como avançar nesse sentido.
Nos últimos ciclos eleitorais, reportagens e auditorias revelaram padrões recorrentes: doação acima dos limites legais, caixa dois, movimentações bancárias opacas, despesas sem comprovação e uso indevido de serviços para mascarar origem de recursos. Esses fatos não só fragilizam candidaturas, mas corroem a confiança pública. A legislação brasileira (Lei nº 9.504/1997 e normas do TSE) exige registro detalhado de receitas e despesas, emissão de recibos, prestação de contas e transparência em tempo real — dispositivos que, quando cumpridos, reduzem riscos e aumentam a previsibilidade do processo.
Recomendo medidas práticas e exigíveis para operadores de campanha, com base em apuração jornalística e boas práticas contábeis:
- Institua imediatamente um responsável técnico contábil, preferencialmente contador com experiência eleitoral. Ele terá responsabilidade legal pela escrituração e pela entrega da prestação de contas.
- Documente toda entrada: contrato, recibo eleitoral, comprovante bancário. Evite recebimentos em espécie sem correspondente comprovação documental. Registre cada doador com CPF/CNPJ, endereço e vínculo, conforme exigido.
- Controle fluxo de caixa com planilhas eletrônicas e sistemas integrados. Lance transações diariamente e ponha limites de autorização para pagamentos.
- Exija notas fiscais para todas as despesas. Quando for serviço de pessoa física, formalize recibo eleitoral com identificação. Não pague serviços "por fora" ou por meio de intermediários sem contrato.
- Realize conciliações bancárias semanais e reconcile extratos com livros caixa. Registros em tempo real facilitam auditorias e evitam surpresas.
- Monitore doações de pessoas jurídicas e de fontes vedadas; saiba quais repasses são permitidos. Proíba transferências de candidatura para candidatura sem documento.
- Implemente controles internos: dupla assinatura em despesas acima de determinado montante; aprovação prévia para contratos de mídia; checklists para comprovação documental.
- Utilize tecnologia: plataformas de gestão de campanha e ERPs compactos permitem rastrear orçamento, emitir relatórios e preparar a prestação de contas com menos erro humano.
- Prepare a equipe para a prestação de contas final: organize um dossiê com todos os comprovantes, relacionando-os por natureza da despesa (material, serviço, deslocamento, mídia), e anexe contratos e notas fiscais correspondentes.
Ao jornalista que cobre campanhas, recomendo foco em fontes primárias: spreadsheets de campanha, extratos bancários, contratos e recibos. Verifique coerência entre volume de atividade declarada (propaganda, comícios, panfletagem) e a despesa informada. Questione discrepâncias e cobre explicações públicas.
A argumentação central é simples e inegociável: transparência contábil protege candidatos e eleitores. Para o candidato, evita inabilitação, multa e perda de mandato. Para o eleitor, garante saber quem financia quem. Para a Justiça Eleitoral, facilita fiscalização e aplicação de sanções. Por isso, instruo gestores de campanha a tratar a contabilidade como área estratégica, não como encargos finais a serem resolvidos às vésperas da eleição.
Ademais, a contabilidade de campanha deve ser vista como parte de uma cultura ética. Treine equipes, promova pequenos manuais operacionais e realize auditorias internas periódicas. Ao detectar irregularidades, corrija prontamente: devolva recursos vedados, regularize documentação quando possível e comunique a autoridade competente se a conduta colocar a lisura em risco. Não espere a investigação pública apontar falhas que poderiam ter sido sanadas internamente.
Concluo com um apelo claro: exija, do seu responsável contábil e do comando de campanha, relatórios mensais públicos. Torne acessíveis extratos e informações que permitam ao eleitor avaliar a origem e o destino do dinheiro político. A transparência não é apenas cumprimento legal; é capital democrático.
Na democracia, as contas precisam fechar — administrativa, ética e politicamente. Ao organizar com rigor a contabilidade de campanha, você fortalece a candidatura e protege a integridade do sistema eleitoral. Tome as medidas práticas que indiquei; peça auditoria, implemente controles e divulgue. Faça da contabilidade não um problema, mas uma prova de compromisso com a transparência.
Atenciosamente,
[Assinatura de quem escreve — jornalista e especialista em práticas contábeis eleitorais]
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) O que deve constar na prestação de contas?
Resposta: Todas as receitas e despesas com comprovantes, contratos, notas fiscais e identificação de doadores.
2) Quem responde por irregularidades contábeis?
Resposta: O partido/candidato e o contador responsável; penalidades administrativas e criminais podem ocorrer.
3) É permitido receber doação em espécie?
Resposta: Sim, mas com recibo eleitoral, identificação do doador e limite legal; preferir transferências bancárias.
4) Como evitar caixa dois?
Resposta: Registre imediatamente todas as receitas, exija documentos e faça conciliações bancárias frequentes.
5) Quando ocorrer sanção eleitoral?
Resposta: Quando houver ausência de prestação, omissão de receitas ou despesas irregulares, resultando em multa ou inelegibilidade.
Prezado(a) leitor(a) e gestor(a) de campanha,
Dirijo-me a você com a postura de um repórter que investigou, apurou e agora pede providências: a contabilidade de campanhas eleitorais não é mera formalidade burocrática; trata-se do registro público e democrático das escolhas, dos recursos que viabilizam a persuasão política e da responsabilidade que sustenta a legitimidade do processo eleitoral. Este é um apelo argumentativo: conhecer, organizar e fiscalizar a contabilidade de campanha é imperativo para a saúde da democracia — e vou instruir, de forma prática, como avançar nesse sentido.
Nos últimos ciclos eleitorais, reportagens e auditorias revelaram padrões recorrentes: doação acima dos limites legais, caixa dois, movimentações bancárias opacas, despesas sem comprovação e uso indevido de serviços para mascarar origem de recursos. Esses fatos não só fragilizam candidaturas, mas corroem a confiança pública. A legislação brasileira (Lei nº 9.504/1997 e normas do TSE) exige registro detalhado de receitas e despesas, emissão de recibos, prestação de contas e transparência em tempo real — dispositivos que, quando cumpridos, reduzem riscos e aumentam a previsibilidade do processo.
Recomendo medidas práticas e exigíveis para operadores de campanha, com base em apuração jornalística e boas práticas contábeis:
- Institua imediatamente um responsável técnico contábil, preferencialmente contador com experiência eleitoral. Ele terá responsabilidade legal pela escrituração e pela entrega da prestação de contas.

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