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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CAMPUS PINHEIRO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA ZOOLOGIA AQUÁTICA PROF. MSc. RODRIGO SÁVIO IANDRA BASTOS SILVA FILO ANNELIDA PINHEIRO – MA 2016 IANDRA BASTOS SILVA FILO ANNELIDA Este trabalho tem como finalidade de obtenção de nota na disciplina de Zoologia Aquática ministrado pelo Prof. MSc. Rodrigo Sávio do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Maranhão – UFMA Campus Pinheiro. PINHEIRO – MA 2016 O FILO ANNELIDA Iandra Bastos Silva 1 Rodrigo Sávio Teixeira de Moura 2 RESUMO O padrão estrutural do Filo Annelida combina as propriedades hidrostáticas e funcionais de um padrão celomado de organização com o plano de um corpo segmentado. Muitos anelídeos, entretanto, suprimiram ou modificaram esse padrão e são secundariamente asseptados ou acelomados. Entre muitas características deste filo é importante destacar a formação de sistema digestivo completo, o alto grau de cefalização, reprodução com estagio larval, sistema nervoso através do gânglio supraesofágico, sistema sanguíneo fechado e seu habitat tanto na superfície quanto no subsolo. Há no mínimo 75000 espécies descritas de anelídeos, que são prontamente divididas em três grupos principais, Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinea. Os hirudíneos divergiram precocemente da linha evolutiva de oligoquetas e estes dois grupos formam a classe Clitellata. Como representantes dos poliquetas tem os vermes marinhos, dos oligoquetas as minhocas, e dos hirudíneos as sanguessugas. Esses animais contribuem para diversos aspectos ecológicos como a fertilização do solo a aeração do solo para melhor penetração de raízes de plantas, outros oligoquetos podem identificar o grau de poluição de um ambiente aquático, sem deixar de lados os hirudíneos, pois eles regularizam a cadeia alimentar parasitando outros animais. PALAVRAS-CHAVE: Annelida; Polychaeta; Oligochaeta; Hirudinea. 1 Graduanda do 1° período do curso de Engenharia de Pesca da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÂO – UFMA Campus Pinheiro. 2 Professor da Disciplina de Zoologia aquática do curso de Engenharia de Pesca da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA Campus Pinheiro. 1- INTRODUÇÃO Annelida, etimologicamente, vem do Latim annelus ou annellus, um diminutivo de anulus que significa anel, ou seja, seres anelados. Esses animais tem como principais representantes as minhocas, poliquetas e sanguessugas, são seres lineares de segmentos externos em forma de anel. Possuem características evolutivas a bilateriariedade, ou seja, simétricos, vermiformes, corpo com mais de duas camadas de células de espessura, com tecidos e órgãos, celomados, sistema digestório completo com boca e anus, corpo segmentado com protostômio contendo um gânglio nervoso, um pigídio pós-segmentar, cavidades corporais (septos), epitélio coberto por uma cutícula e com espinhos ou cerdas epidérmicas, parede do corpo muscular, contém um sistema sanguíneo fechado, sistema nervoso, um grau variável de cefalização e seu desenvolvimento no plâncton, em formas marinhas, através de uma trocófora livre- nadante. Em geral, os anelídeos vivem no solo, na agua doce e nos oceanos (incluindo mares antárticos). A minhoca australiana ameaçada Megascolóide, que tem 3 metros de comprimento é a maior espécie, o menor anelídeo tem somente 0,5 mn (MARGULIS, SCHWARTZ 2001). Neste filo há diversas classes, entretanto há três principais: Polychaeta, Oligochaeta, e Hirudínea. Suas características morfológicas e fisiológicas serão apresentadas no decorrer do artigo. 2-OS ANELÍDEOS Os anelídeos são vermes cujo corpo está dividido em metâmeros unidos externamente pela presença de anéis circulares. A metameria é a divisão do corpo em uma serie de segmentos, cada um deles contendo componentes semelhantes de todos os principais sistemas de órgãos e os segmentos estão limitados internamente por septos. Esses animais, com exceção das sanguessugas, apresentam cerdas quitinosas, cerdas curtas que auxiliam na locomoção e cerdas longas auxiliando a natação. Algumas espécies de anelídeos são cosmopolitas, ou seja, estão presentes em diversas localidades da Terra, tanto no meio aquático quanto no solo. O corpo dos anelídeos apresenta uma cabeça em duas partes, composta por um protostômio e um peristômio, seguida por um corpo segmentado e uma porção terminal, denominada pigídio, na qual se localiza o ânus. Os segmentos diferenciam-se durante o desenvolvimento, e os novos segmentos aparecem logo à frente do pigídio; desse modo, os segmentos mais antigos estão na região anterior do corpo e os mais novos estão na região posterior. Cada segmento contem estruturas circulatórias, respiratórias, nervosas e excretoras, assim como um celoma. Na maioria dos anelídeos, o celoma se desenvolve no embrião como uma fenda dentro do mesoderma de cada um dos lados do trato digestivo, formando um par de compartimentos celomáticos em cada um dos segmentos. Um peritônio reveste a parede interna de cada compartimento, formando um mesentério dorsal e um ventral, que recobrem todos os órgãos. Os peritônios de segmentos adjacentes se encontram de maneira a formar os septos, os quais são perfurados pelo trato digestivo e pelos vasos sanguíneos longitudinais. O corpo dos anelídeos apresenta uma fina camada externa de cutícula não quitinosa em volta da epiderme. A presença de cerdas epidérmicas pares tenham se reduzido ou desaparecido devido a questões evolutivas em alguns grupos. O sistema digestivo dos anelídeos não é segmentado, o trato digestivo percorre todo o corpo, perfurando cada um dos septos, vasos sanguíneos dorsais e ventrais seguem o mesmo trajeto, assim como o cordão nervoso ventral. Os anelídeos são divididos em três classes: Polychaeta, Oligochaeta e Hirudínea. Polychaeta é uma classe parafilética, uma vez que os ancestrais de oligoquetos e hirudíneos originaram-se dentro da linhagem dos poliquetas. Oligoquetas e hirudíneos formam um grupo monofilético denominado Clitellata. 2.1-CLASSE POLYCHAETA Terebellidae Os poliquetas são a maior classe dos anelídeos com aproximadamente 10000 espécies de maioria marinha. Podem ter cores brilhantes, em vermelho e verde, ser iridescentes ou opacos. Muitos poliquetas são eurialinos e podem tolerar uma ampla variação de salinidade ambiental. A fauna de poliquetas de agua doce é mais diversificada em regiões quentes do que em zonas temperadas. Tem uma atuação significativa nas cadeias tróficas por servir de alimento para peixes, crustáceos, hidroides e muitos outros predadores. Essa classe é dividida em dois grupos morfológicos: poliquetas sedentários e errantes. Poliquetas sedentários passam a maior parte ou todo tempo dentro de tubos ou galerias permanentes. Muitos deles apresentam aparelhagem especializada para alimentação e respiração. Poliquetas errantes incluem formas pelágicas livre-nadantes, cavadores ativos, rastejadores e animais tubícolas que deixam seus tubos apenas para alimentação ou reprodução. Um poliqueta tipicamente contém um prostômio, que pode ou não ser retrátil e que, apresenta olhos, tentáculos e palpos sensoriais. O peristômio circunda a boca e pode apresentar uma coroa de tentáculos. O tronco dos poliquetas é segmentado, e a maior parte dos segmentos apresentaparapódios, os quais podem apresentar lobos, cirros, cerdas e outras partes. Os parapódios servem para rastejar, nadar ou para ancorar o animal em seu tubo. Figura 2 São utilizados como principais órgãos respiratórios, embora alguns poliquetas também apresentem brânquias ramificadas e longos tentáculos extensivos como exemplo a Amphitrite. O sistema digestivo de um poliqueta consiste em três porções. A porção anterior inclui um estomodeu, uma faringe e um esôfago. Ela é revestida por cutícula e as mandíbulas são constituídas com uma proteína cuticular. A região mais anterior da porção mediana secreta enzimas digestivas, e a absorção acontece em direção à região posterior. Poliquetas errantes são tipicamente predadores e detritívoros. Os sedentários se alimentam de partículas em suspenção ou podem ser comedores de depósito, consumindo partículas que estejam sobre ou dentro do sedimento. O padrão circulatório dos poliquetas é varável de espécie para espécie. Parapódios brânquias servem para trocas gasosas em várias espécies, no entanto, em alguns poliquetas não existe órgão especial para respiração, ou seja, é feita por difusão. Muitos poliquetas apresentam pigmentos respiratórios, tais como hemoglobina, clorocruotina ou hemeritrina. Os órgãos excretores consistem em protonefridios e uma mistura de proto e metanefrideos em alguns, mas a maioria dos poliquetas apresenta metanefridios. A organização do sistema nervoso central dos poliquetas segue o plano básico dos anelídeos. Gânglios cerebrais dorsais conectam-se a um gânglio subfaríngeo por meio de um conectivo circunfaringeo. Um cordão nervoso ventral duplo percorre o comprimento do verme, com gânglios organizados metamericamente. Os poliquetas não têm órgãos sexuais permanentes e, em geral, apresentam sexos separados. Os sistemas reprodutores são simples: as gônadas aparecem como projeções temporárias do peritônio e liberam seus gametas no celoma. Os gametas são transportados para o exterior por meio de gonodutos, pelos metanefrideos, ou pela ruptura da parede do corpo. A fecundação é externa e o estágio inicial de larva é uma trocófora. 2.2-CLASSE OLIGOCHAETA Figura 3 Mais de 3000 espécies de oligoquetos ocorrem em uma grande variedade de tamanhos e habitats. Incluem as minhocas e muitas espécies que vivem em água doce, mas alguns são parasitas e uns poucos vivem no mar ou estuários. Os oligoquetos apresentam cerdas, retas e curvas, com a ponta romba ou afilada, ou organizadas em feixes ou individualmente. As formas aquáticas apresentam cerdas mais longas que as minhocas terrestres. Figura 4 As minhocas escavam em solos úmidos e ricos, e usualmente vivem em tuneis ramificados interconectados, elas emergem a noite, mas em tempo chuvoso e úmido elas ficam próximas a superfície, com a boca ou o ânus projetado para fora de sua galeria. Em climas muito secos, elas podem cavar vários metros para dentro da terra e se enrolar em uma camada viscosa e embernar. A maioria dos oligoquetos é detritívora. Se alimentam de matéria orgânica em decomposição, pedaços de folhas, dejetos e matéria animal. Depois de ser umedecido com secreções produzidas na boca, o alimento é levado para dentro por meio da ação de sucção de sua faringe musculosa. O prostômio em forma de lábio auxilia a manipular e posicionar o alimento. O cálcio do solo ingerido junto ao alimento tende a produzir um nível elevado de cálcio no sangue. Os anelídeos apresentam um sistema duplo de transporte: o fluido celomático e um sistema circulatório fechado. Alimento, excretas e gases respiratórios são transportados tanto pelo fluido celomático como pelo sangue em graus variáveis. O sangue circula em um sistema fechado de vasos, que inclui um sistema de capilares localizados nos tecidos. Cinco troncos sanguíneos principais percorrem o comprimento do corpo. A excreção dos oligoquetos é através de metanefridios. A reprodução assexuada por fissão espontânea é comum e indubitavelmente a reprodução sexuada nunca foi observada em algumas formas. 2.3-CLASSE HIRUDINEA Figura 5 As características especiais de sanguessugas acompanham o desenvolvimento de ventosas, que lhes propiciam formar zonas de adesão em ambas as extremidades. O corpo então se comporta como uma única unidade hidrostática funcional. A segmentação dos espaços celomáticos, tanto que se refere à ectoderme, quanto à mesoderme, foi grandemente perdida. As sanguessugas operam de maneira semelhante à dos platelmintos, mas com a vantagem dos seios celomáticos para a transmissão de forças, de um sistema nervoso com gânglios segmentares, para a coordenação de complexos padrões comportamentais e locomotores, e de um sistema vascular fechado, com pigmentos respiratórios. Todas as sanguessugas têm exatamente 33 gânglios segmentares. A ventosa da cabeça é formada pelos segmentos. Não há cerdas e a segmentação externa é obscura, embora o corpo seja dividido por series transversais de ânulos, que não correspondem aos limites segmentares. Uma secção transversal mostra que o espaço entre a mesoderme e a parede muscular do trato digestivo é preenchido por um tecido botriodial semelhantea um parênquima frouxo. Alguns órgãos internos, especialmente os epitélios germinativos e os nefridios, refletem a condição segmentar ancestral. Os hirudíneos são hermafroditas, com diversos pares de testículos, um par de ovários e uma única abertura genital. A fertilização é interna e a reprodução requer a transferência de espermatozoides entre parceiros, muitas vezes com complexo comportamento copulatório. Após a copula, as sanguessugas depositarão casulos, cada qual com um a uns poucos ovos. Todas carnívoras, mas nem todas são ectoparasitas ou hematófagas. Figura 6 2.4-IMPORTÂNCIA ECOLOGICA DO FILO ANNELIDA Eliminadas através do ânus, as fezes da minhoca são ricas em restos alimentares que sofrem a ação de bactérias decompositoras, fertilizando assim o solo. O húmus (matéria orgânica em decomposição) é rico em nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que são macro nutrientes necessários às plantas em geral, dentre outros componentes. Além disto, ao escavar o solo, as minhocas formam túneis, favorecendo a aeração das raízes das plantas e a penetração das águas das chuvas. Para a felicidade geral da agricultura, as minhocas se reproduzem rapidamente: uma única minhoca põe de 12 a 16 milhões de ovos ao longo de sua vida que gira em torno de 16 anos. Sua maturidade sexual é atingida entre os 60 e 90 dias de idade. E sua reprodução pode ocorrer ao longo do ano, principalmente nas épocas de clima quente e úmido. 3-CONCLUSÃO O filo Annelida demonstra ser um filo bem sucedido dentro dos fatores bióticos, pois suas classes têm características especificas que beneficiam ecologicamente o meio aquático e terrestre. Como exemplo a classe dos oligoquetas que fertilizam o solo e os hirudíneos que parasitam outros animais. Esse filo tem variáveis habitats e diversas funções nos seus ecossistemas e, sua extinção causará um grande impacto natural. Logo, os anelídeos desenvolvem funções importantes para a aquicultura, para agricultura e decomposição de dejetos e matéria orgânica. Portanto esses animais com suas colaborações para o ambiente com suas variações que auxiliam o equilíbrio trófico no planeta. REFERÊNCIAS MARGULIS, L.; SCHWARTZ, K.V. Cinco Reinos: Um guia ilustrado dos filos da vida na Terra – New York, GEN- Grupo Editorial Nacional, São Paulo 2001 ed. 3 pp. 276-279. BARNES, P.S.K.; CALOW, P.;OLIVE P.J.W.; GOLDING,D.W.; SPICER. Os Invertebrados: Uma síntese - New York, Atheneu, São Paulo 2008 ed. 2 pp. 106-117. JUNIOR, C.P.H.; ROBERTS, L.S; KEEN, S.L.; EISENHOUR, D.J.; LARSON, A.; I´ANSON, H. Principios integrados de Zoologia - New York, GEN- Grupo Editorial Nacional, Rio de Janeiro 2013 ed. 15 pp. 381-395. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/anelideos-1-a-importancia-das-minhocas-para- o-equilibrio-ecologico.htm acesso em 20/02/2016 Referencias das imagens de 1 á 6: Figura 1 e 2: http://www.geocities.ws/arturinfbio/infbioanel.html http://www.asturnatura.com/articulos/anelidos/alimentacion.php Figura 3 e 4: http://invertebrados.blogs.sapo.pt/2165.html http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgGesAF/anelideos Figura 5 e 6: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgGesAF/anelideos
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