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EDUAÇÃO AMBIENTAL RESUMO AP3 Aula 1 - Diferentes visões sobre meio ambiente: atividade de representação social 🎯 Objetivo da Aula • Compreender como diferentes pessoas ou grupos constroem suas representações sociais sobre o meio ambiente e como isso afeta decisões políticas e sociais. 🧠 Conceitos-chave 🔹 Percepção • Contato direto e individual com o objeto ou ambiente. • Egocêntrica e subjetiva. • Depende da posição e experiências prévias do observador. 🔹 Imagem Mental • Ocorre na ausência do objeto. • É um modelo abstrato e subjetivo construído com base na memória e nas vivências. • Envolve valores, desejos e emoções individuais e coletivos. 🔹 Representações Sociais • Construções coletivas baseadas em valores, crenças e experiências compartilhadas por um grupo. • São fundamentais para entender como diferentes grupos enxergam o meio ambiente. • Segundo Moscovici: formam o modo como grupos compreendem e transformam sua realidade. 🌿 Visões sobre o Meio Ambiente 🧙 Natureza Mística e Respeitada • Baseada em crenças populares e espiritualidade (exemplo: Mãe do Mato, Curupira). • Representa a natureza como sagrada, exigindo respeito e cuidado. 💼 Natureza como Recurso (Visão Utilitarista) • Visão antropocêntrica: natureza serve ao ser humano. • Base para o desenvolvimento econômico e exploração de recursos. • Frequentemente usada para justificar políticas de conservação com fins recreativos ou econômicos. 🙈 Visão de Exclusão • As pessoas não se sentem responsáveis pelos problemas ambientais. • Tendência a culpar o “outro” ou o governo, excluindo-se do processo. 📚 Educação Ambiental e Representações • Projetos de Educação Ambiental devem considerar as representações sociais locais. • Ignorar essas representações pode comprometer o sucesso das ações. • A participação da comunidade é essencial para criar um projeto compartilhado e eficaz. ✅ Conclusão • Percepção, imagem mental e representações sociais são formas de interação entre o ser humano e o ambiente. • Há múltiplas visões sobre meio ambiente, influenciadas por fatores culturais, históricos e sociais. • Conhecer essas visões é fundamental para promover uma educação ambiental democrática e efetiva. Aula 2 - Breve história das mudanças no ambiente 🎯 Objetivos da Aula • Compreender como o ser humano alterou o meio ambiente ao longo da história. • Relacionar essas mudanças às formas de organização social e econômica de cada época. 🕰 1. Sociedade Pré-histórica • Viviam da caça, pesca e coleta. • Baixo impacto ambiental, devido à: o População pequena. o Uso limitado de recursos. • Relação com a natureza era de dependência direta. 🌾 2. Revolução Agrícola (Neolítico) • Domínio da agricultura e domesticação de animais. • Formação dos primeiros povoados fixos. • Início do uso intensivo da terra. • Impacto ambiental começa a crescer: desmatamento, uso do solo, irrigação. 🏛 3. Antiguidade • Civilizações como Egito, Grécia e Roma criaram sistemas de: o Irrigação, o Agricultura intensiva, o Expansão urbana. • A natureza começa a ser vista como recurso a ser dominado. ⚒ 4. Idade Média • Retração urbana após a queda do Império Romano. • Agricultura de subsistência e economia rural predominam. • O impacto ambiental diminui em relação à Antiguidade. • Influência religiosa fortalece a visão da natureza como criação divina. 🌍 5. Idade Moderna • Expansão marítima europeia, colonização e início do capitalismo comercial. • Exploração intensa dos recursos naturais nas colônias. • Surgem os primeiros grandes impactos ambientais globais: desmatamentos, monoculturas, mineração. 🏭 6. Revolução Industrial (século XVIII e XIX) • Marco da transformação acelerada da relação entre sociedade e natureza. • Características: o Uso intensivo de carvão e petróleo. o Poluição do ar e da água. o Crescimento desordenado das cidades. • Início da degradação ambiental em larga escala. 💡 7. Era Contemporânea • A partir do século XX, os impactos se tornam visíveis e preocupantes: o Esgotamento de recursos. o Aquecimento global. o Perda da biodiversidade. • Surgem movimentos de preservação e educação ambiental (anos 60 em diante). ✅ Conclusão • A relação entre sociedade e natureza mudou profundamente ao longo do tempo. • O impacto ambiental cresce conforme os modos de produção e consumo se tornam mais intensos. • A compreensão dessa trajetória é essencial para pensar alternativas sustentáveis no presente. Aula 3 – Acidentes Ambientais 🎯 Objetivo da Aula • Apresentar acidentes ambientais causados por ações humanas na segunda metade do século XX. • Discutir suas causas, consequências e possibilidades de prevenção, com base no princípio da precaução. ⚠ Acidente ambiental: é mesmo acidente? • Embora o termo “acidente” sugira imprevisibilidade, grande parte dos desastres ambientais é previsível e poderia ser evitada. • Falhas humanas, falta de planejamento e negligência estão entre as causas mais comuns. 🧪 Tipos de Acidentes Ambientais 1. Desastres Naturais o Causados por fenômenos naturais (terremotos, furacões, etc.). o Difíceis de prevenir, mas possíveis de mitigar com planejamento. 2. Desastres Tecnológicos o Causados por atividades humanas (indústria, transporte, energia). o São geralmente previsíveis e evitáveis. 🛠 Gestão dos Acidentes Ambientais Duas fases principais: Prevenção Intervenção Identificar perigos Avaliar o acidente Avaliar riscos e consequências Acionar e mobilizar equipes Reduzir riscos Prestar assistência emergencial Planejar emergência Realizar a recuperação ambiental Treinar e capacitar 🌍 Principais Acidentes Tecnológicos do Século XX Data Local Evento 1956 Minamata (Japão) Contaminação por metilmercúrio 1976 Seveso (Itália) Vazamento de dioxina (desfolhante/agente laranja) 1984 Bhopal (Índia) Liberação de gás tóxico (isocianato de metila) 1986 Chernobyl (URSS) Explosão de reator nuclear – contaminação radioativa 1989 Alasca (EUA) Vazamento de petróleo do navio Exxon-Valdez 2003 Cataguases (Brasil) Rompimento de barragem com rejeitos químicos 📌 Consequências comuns • Mortes imediatas e doenças crônicas. • Poluição de rios, solos, oceanos. • Prejuízos à biodiversidade e à saúde humana. • Longo tempo de recuperação ambiental. • Repercussão internacional e crescimento da consciência ecológica. 🌱 Consciência Ecológica • Cresce com os acidentes ambientais e a percepção de que o modelo atual de desenvolvimento é insustentável. • Fortalece a importância da educação ambiental, precaução e participação pública. ✅ Conclusão • A maioria dos acidentes ambientais poderia ser evitada com gestão adequada de riscos. • Eles representam um alerta sobre a necessidade de repensar a forma como a humanidade se relaciona com o meio ambiente. Aula 4 – Norte x Sul, um debate recorrente e necessário 🎯 Objetivos da Aula • Analisar as diferentes visões de natureza e meio ambiente entre os países do Hemisfério Norte e do Sul. • Compreender como a história, o poder e a dominação moldaram essa divisão. • Discutir o impacto dessas diferenças na Educação Ambiental e nas políticas globais. 🗺 O mapa não é neutro • Os mapas com o Norte “em cima” refletem uma visão eurocêntrica do mundo. • Essa representação reforça simbolicamente o poder dos países do Norte e a inferiorização do Sul. • Stephen Kanitz propõe um mapa com o Brasil no centro e guiado pelo Cruzeiro do Sul, questionando os pontos de referência adotados. 🧭 Histórico da dominação Norte-Sul 🔹 Feudalismo • Sociedade dividida entre nobres e servos. • Igreja controlava ideologicamente a população, legitimando desigualdades. 🔹 Burguesia e Mercantilismo • Crescimento das cidades → surgimento da burguesia.• Formação dos Estados Nacionais Absolutistas. • Mercantilismo: acumulação de riquezas → início da colonização das Américas e África. 🔹 Capitalismo e Imperialismo • No século XIX, o capitalismo se fortalece e a dominação das colônias se intensifica. • O imperialismo europeu domina vastas regiões da África, Ásia e América. • Povos colonizados passam a ser vistos como selvagens e inferiores. ⚛ A ciência como ferramenta de dominação • Justificativas racistas e pseudocientíficas (como as de Vidal de La Blanche) sustentavam a exclusão de negros e povos indígenas. • A superioridade do homem branco europeu foi propagada pela ciência e naturalizada. 🌱 A questão ambiental na lógica da dominação • Os países do Norte devastaram seus ecossistemas, e agora impõem restrições aos países do Sul, como se tivessem autoridade moral. • Exemplo: internacionalização da Amazônia e a recusa dos EUA em assinar o Protocolo de Kyoto. 🌐 Contradições do sistema global • Países do Norte concentram riquezas, desperdiçam alimentos, e consomem a maior parte dos recursos naturais. • Países do Sul enfrentam fome, pobreza e doenças evitáveis. • Segundo Gorostiaga, o modelo de desenvolvimento do Norte não é universalizável por seus limites ecológicos, sociais e econômicos. 🧠 Conclusão • A polarização Norte-Sul tem origens históricas profundas e ainda determina as relações globais. • A Educação Ambiental precisa ser crítica, incluindo aspectos sociais, políticos e econômicos. • É necessário criar novas formas de ver o mundo, construídas a partir da realidade dos povos oprimidos — não do discurso dominante. Aula 5 – Educação Ambiental: onde queremos chegar? 🎯 Objetivos da Aula • Entender o que é Educação Ambiental (EA) e por que ela é fundamental. • Refletir sobre os diferentes modelos de EA. • Reconhecer o papel da escola, do educador e da comunidade na construção de uma sociedade sustentável e crítica. 🌱 O que é Educação Ambiental? • Processo educativo que busca formar cidadãos conscientes, críticos e atuantes na transformação da relação sociedade-natureza. • Não se limita a ações pontuais (como plantar árvores ou reciclar), mas envolve valores, atitudes e participação social. 📚 Educação Ambiental Crítica x Conservacionista Conservacionista Crítica Foca no meio ambiente natural Integra ambiente natural e social Prioriza ações isoladas e de preservação Questiona a estrutura social, econômica e política Pode reforçar o senso de culpa individual Incentiva a ação coletiva e emancipatória Evita debates sobre desigualdade e consumo Aborda conflitos socioambientais e justiça social 🧠 Princípios da Educação Ambiental Crítica • Interdisciplinaridade: integra conhecimentos de várias áreas. • Transversalidade: está presente em todas as disciplinas. • Ação social: busca transformar a realidade local e global. • Cidadania ativa: forma sujeitos políticos e conscientes. 🏫 O papel da escola e do educador • A escola deve ser um espaço de debate, reflexão e ação. • O educador atua como mediador e facilitador da construção coletiva do conhecimento. • A EA deve fazer sentido para a realidade dos estudantes e da comunidade. 🔄 Educação Ambiental na prática • Não basta ensinar "o que fazer", é preciso ensinar por que e para quem fazer. • Deve-se estimular o pensamento crítico, a empatia e o engajamento em ações transformadoras. • A EA deve ser permanente, contínua e contextualizada. ✅ Conclusão • A Educação Ambiental precisa ir além do discurso ecológico superficial. • Deve promover uma transformação ética e política, contribuindo para a construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável. • A pergunta-chave não é apenas “o que fazer?”, mas “por que e para quem fazer?”. Aula 6 – Análise do processo histórico de construção da Educação Ambiental ✅ 1. Contexto Histórico e Mobilização • Revolução Industrial: início da destruição intensificada da natureza. • 1945 – Bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki: marco do uso destrutivo do conhecimento humano, com consequências ambientais, sociais e econômicas profundas. • Décadas de 1960-1970: surgimento de movimentos sociais e questionamentos sobre o modelo de progresso e suas externalidades negativas. 📚 2. Marcos Importantes da Educação Ambiental Data Evento/Documento Destaque 1962 Livro Primavera Silenciosa (Rachel Carson) Denúncia dos impactos dos agrotóxicos (como o DDT). 1971 Fundação do Greenpeace ONG ambientalista de atuação global e pacifista. 1972 Relatório do Clube de Roma Visão pessimista sobre crescimento ilimitado. 1972 Conferência de Estocolmo (ONU) Primeiro grande evento internacional sobre meio ambiente. 1973 Conceito de Ecodesenvolvimento (Ignacy Sachs) Precursor do desenvolvimento sustentável. 1975 Oficina de Belgrado (UNESCO) Criação do Programa Internacional de Educação Ambiental. 1976 Conferência de Chosica (Peru) EA como solução para problemas básicos da sobrevivência. 1977 Conferência de Tbilisi Considerada o marco formal da Educação Ambiental. 🧠 3. Concepções e Mudanças • De uma visão preservacionista para uma crítica social: a EA se distancia da visão de natureza intocada e passa a incluir aspectos sociais, políticos e culturais. • Educação Ambiental como movimento crítico: surge vinculada a movimentos sociais e críticas ao modelo de desenvolvimento dominante. • Crise ambiental = crise do conhecimento: demanda por interdisciplinaridade nas ciências ambientais e no ensino. 🌎 4. Conceitos-Chave • Alterações antrópicas: impactos provocados pela ação humana. • Educação Ambiental crítica: não se limita a ações técnicas, mas busca transformação de valores e atitudes. • ONGs: como o Greenpeace, atuam como pressionadoras de políticas públicas. 🧩 5. Reflexões importantes • A Educação Ambiental foi sendo construída como campo de disputa, influenciado por diversos interesses políticos, econômicos e sociais. • Há uma diferença clara entre as abordagens nos países do Norte (mais técnica) e do Sul (mais crítica e social). • O desafio atual é conciliar desenvolvimento e conservação sem comprometer as gerações futuras. Aula 7 – Análise do processo histórico de construção da Educação Ambiental II 🏛 1. Conferência de Tbilisi (1977) • Marco fundamental da Educação Ambiental (EA). • Organizada pela UNESCO e PNUMA. • Definiu a EA como um processo para desenvolver valores, atitudes e habilidades em relação ao meio ambiente. • Estabeleceu 7 princípios fundamentais: o Dinâmico e integrativo, o Transformador, o Participativo, o Abrangente, o Globalizador, o Permanente, o Contextualizador. 📖 2. Década de 1980 • Surgimento do pensamento ecologista brasileiro contemporâneo (ex.: Lutzemberger, Gabeira). • Constituição de 1988: incluiu a EA como dever do poder público em todos os níveis de ensino (Art. 225). • Relatório Brundtland (1987): popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável. • Congresso de Moscou (1987): reforçou a formação de recursos humanos para a EA. 🌍 3. Década de 1990 – Rio 92 e Agenda 21 • Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92): o Criação da Agenda 21 e do termo analfabetismo ambiental. o Valorização da EA formal e não formal. o Aparecimento de críticas ao uso do conceito de “sustentabilidade” com viés econômico. • Fórum Global (paralelo à Rio-92): elaborou o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. • Surgimento da REBEA – Rede Brasileira de Educação Ambiental. 🌐 4. Conferência de Tessalônica (1997) • Incentivo à formação de professores e uso da mídia para difusão da EA. • Reconhecimento de que a EA ainda não havia alcançado seus objetivos. 📜 5. Política Nacional de Educação Ambiental(1999) • Instituída pela Lei nº 9.795/99. • Regulamentada pelo Decreto nº 4.281/2002. • Estabelece a EA nos níveis formal e não formal, sob gestão do MEC e do MMA. 🌱 6. Conferência de Johannesburgo (2002) • Reforça a EA para a sustentabilidade, porém sob forte influência da lógica capitalista. • Debate sobre a efetividade da estrutura institucional existente para enfrentar os desafios ambientais. 🌐 7. Conclusão • A EA tem evoluído historicamente com apoio de conferências internacionais, políticas públicas e mobilização da sociedade civil. • Atualmente, há redes de educadores ambientais, fóruns, encontros e produção acadêmica que fortalecem a área no Brasil. Aula 8 – A trajetória do desenvolvimento sustentável e outras alternativas – parte 1 🔍 1. Reflexão inicial • A sociedade atual consome recursos naturais de forma insustentável. • A escassez e a abundância influenciam a forma como utilizamos os recursos. • A verdadeira chave está na suficiência: consumir o necessário sem desperdício. 💰 2. Desigualdade social no Brasil • Altos índices de desigualdade (Índice de Gini: Brasil 0,60). • A má administração e distribuição desigual de riquezas são os principais problemas, não a falta de recursos. • Exemplo: 10% mais ricos concentram 50% da renda nacional. 🌍 3. Desenvolvimento sustentável • Definido no Relatório Brundtland (1987) como: “Atender às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações.” • Exige equilíbrio entre: econômico + social + ambiental. • Depende de: produtividade, estabilidade, equidade, autonomia. 📊 4. Indicadores de desenvolvimento • PIB mede crescimento econômico, mas não reflete bem-estar. • Indicadores mais completos: o IDH (educação, longevidade, renda) o ICV (emprego, habitação, saneamento, renda) • O crescimento econômico não é sinônimo de desenvolvimento. 📉 5. Problemas globais e consumo exagerado • Países ricos (ex.: EUA) consomem desproporcionalmente os recursos. • Desmatamento, poluição e desperdício continuam crescendo. • Avanços tecnológicos nem sempre significam sustentabilidade. 🧠 6. Crítica ao modelo atual • O discurso do "desenvolvimento sustentável" muitas vezes é usado de forma vaga ou contraditória. • A preservação ambiental e o progresso devem caminhar juntos, e não em lados opostos. • Exemplo inspirador: Kalundborg (Dinamarca) com reaproveitamento de resíduos industriais. 📌 7. Objetivos do Milênio – Meta 7 • Assegurar a sustentabilidade ambiental: o Integrar políticas sustentáveis. o Melhorar acesso à água potável e saneamento. o Proteger florestas e biodiversidade. 🧭 8. Conclusão • É preciso mudar o paradigma: adotar a suficiência como base para um futuro sustentável. • O desafio é conciliar crescimento econômico, justiça social e conservação ambiental. • Ainda é possível fazer essa transição, mas ela exige ação consciente, crítica e coletiva. Aula 9 – A trajetória do desenvolvimento sustentável e outras alternativas – parte 2 🔎 1. Críticas ao Desenvolvimento Sustentável • O termo é amplamente usado, mas muitas vezes não gera mudanças reais. • Pode mascarar a continuidade do modelo capitalista e não questiona os fundamentos do atual sistema econômico. • Faltam precisão e profundidade conceitual, permitindo usos diversos e até contraditórios do termo. 🪑 2. O “banquinho de três pernas” • O desenvolvimento sustentável exige equilíbrio entre três dimensões: o Econômica o Social o Ecológica • Se uma dessas pernas falhar, o “banquinho” (a sustentabilidade) não se sustenta. 📊 3. Modelos e Paradigmas • Quadro comparativo de modelos: o Desde o modelo neoliberal, até propostas alternativas e autônomas (como indígenas). o Paradigmas variam entre racional (tecnicista) e inventivo (comunitário e crítico). 🌱 4. Sociedades Sustentáveis – Alternativa Real • Propostas voltadas a realidades locais e autônomas. • Princípios (Orr, 1992): o Distinguir necessidades reais dos desejos. o Usar recursos locais e renováveis. o Reduzir dependência externa. o Estimular solidariedade e participação. ⚙ 5. Críticas ao Consumo e à Desigualdade • Consumo exagerado é insustentável. • Exemplo: um bebê nos EUA impacta o meio ambiente 280 vezes mais que um bebê no Nepal. • O problema não é o tamanho da população, mas como e quanto consome. 🔁 6. Correntes ecológicas alternativas • Ecoanarquismo: cooperação humana com a natureza. • Ecologia profunda: crítica ao consumo e apelo à mudança de estilo de vida. • Ecossocialismo: união entre justiça social e ambiental. • Chico Mendes: símbolo da luta pela floresta e pelas populações tradicionais. 💡 7. Dimensões da Sustentabilidade (Montibelle-Filho) 1. Social – equidade, solidariedade. 2. Ecológica – respeito aos ecossistemas. 3. Econômica – baseada em organização social justa. 4. Espacial – equilíbrio rural/urbano, distribuição geográfica. 5. Político-institucional – democracia e continuidade de ações. 6. Cultural – valorização do local frente à globalização. 🧪 8. Ciência e Sustentabilidade • A ciência deve: o Ser crítica dos próprios paradigmas. o Promover soluções coletivas e participativas. o Criar tecnologias alinhadas com os valores da sustentabilidade. 📚 9. Educação para a Sustentabilidade (Gadotti) • Educar para: 1. Pensar criticamente. 2. Educar sentimentos e cuidar da vida. 3. Ter identidade terrena e consciência planetária. 4. Valorizar a compreensão e solidariedade. 5. Viver com simplicidade e responsabilidade. 🧭 10. Conclusão • Sustentabilidade exige mudança profunda de valores, hábitos e estruturas sociais. • É preciso ir além do discurso e buscar práticas reais e locais que promovam o bem comum e o equilíbrio com o meio ambiente. Aula 10 – Agenda 21: agenda ambiental na escola e a mobilização para a ação 🌍 1. Contexto Histórico • A Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) marcou um divisor de águas. • Participaram mais de 170 países, resultando na assinatura de importantes documentos: o Declaração do Rio o Convenções sobre Clima e Biodiversidade o Agenda 21 📑 2. O que é a Agenda 21 • Documento global, com 40 capítulos divididos em 4 seções: 1. Dimensão social e econômica 2. Conservação dos recursos naturais 3. Grupos sociais majoritários 4. Meios de implementação • Definida como um plano de ação para o século XXI, visando sustentabilidade ambiental, justiça social e eficiência econômica. • A Educação Ambiental é destaque em todos os capítulos. 🇧🇷 3. Agenda 21 no Brasil • Elaborada entre 1996 e 2002 com a participação de 40 mil pessoas. • Coordenada pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS). • Passou a integrar o Plano Plurianual (PPA) 2004-2007. • Baseada na Carta da Terra e nos princípios de transversalidade, participação e sustentabilidade. 🏘 4. Agenda 21 Local • Incentiva a participação da comunidade em ações locais. • Realizada por meio da criação de Fóruns da Agenda 21, envolvendo: o Sociedade civil o Governo local o Conselhos e associações • Exemplo internacional: Calvia (Espanha) e sua estratégia de desenvolvimento turístico sustentável. 🏫 5. Agenda 21 Escolar • Aplicação do plano em escolas, com foco na participação da comunidade escolar. • Etapas principais: 1. Sensibilização 2. Capacitação 3. Diagnóstico socioambiental 4. Plano de ação 5. Avaliação e revisão • Utiliza metodologias como: 1. Pesquisa-ação 2. Estudo do meio 3. Planejamento estratégico participativo 🌱 6. Exemplos e Práticas • Barcelona: financiamento público, materiais didáticos digitais e impressos. • Brasil: o Projeto “Protetores da Vida” (MMA) o “Parâmetros em Ação – Meio Ambiente na Escola” (MEC) • Cidades como Barueri, Suzano, Volta Redondajá integraram a Agenda 21 Escolar às políticas públicas locais. 🚧 7. Dificuldades na implantação • Falta de conhecimento sobre a Agenda 21. • Carência de vontade política e políticas públicas estruturadas. • Ausência de formação docente adequada. • Baixa articulação entre disciplinas. • Escassez de recursos humanos e financeiros. • Falta de cultura participativa e espaços de diálogo. 🧭 8. Conclusão • A Agenda 21 propõe uma mudança estrutural e participativa rumo à sustentabilidade. • Deve ser adaptada às realidades locais, envolvendo diferentes atores sociais. • As escolas são espaços privilegiados para mobilização, educação e transformação, apesar dos desafios. Aula 11 – Mudança de hábitos de consumo e de produção 🔍 1. Introdução: quem somos na sociedade de consumo • Ser humano tem alto poder de interferência no meio ambiente por suas capacidades cognitivas. • A cultura e a vida em sociedade ampliaram nossas necessidades para além do básico. • Muitas "necessidades" atuais são artificiais, moldadas por publicidade e status social. 📉 2. Consumo além do necessário • O consumo é motivador social: serve para expressar identidade, status, inclusão. • A sociedade cria desejos ilimitados, muito além das reais necessidades. • A propaganda intensifica o desejo, levando a escolhas irracionais e impulsivas. 💰 3. Sociedade de consumo e distorções • Exemplo: destruir alimentos para manter preços altos enquanto milhões passam fome. • Tabela comparativa mostra gastos bilionários com itens supérfluos vs. baixo investimento necessário para resolver problemas globais básicos (fome, água, saúde, educação). 🌍 4. Desigualdade no consumo • 12% da população (EUA e Europa) consomem 60% dos recursos globais. • Sul da Ásia e África, com 1/3 da população mundial, consomem apenas 3,2%. • O capitalismo precisa de pobreza para manter o luxo de poucos. 🔧 5. Obsolescência e lixo • Produtos são feitos para durar pouco (obsolescência planejada). • A “reciclagem” é muitas vezes usada para legitimar o consumo excessivo. • Crescimento da produção de lixo e seus impactos (ambientais e sociais). 🔁 6. Os dois discursos sobre consumo 🟦 Discurso hegemônico (dominante) • Defende que o consumo pode continuar com soluções técnicas (ex.: reciclagem). • É amplamente divulgado na mídia. • Evita questionar o sistema capitalista. 🟩 Discurso alternativo (crítico) • Defende a redução do consumo como prioridade. • Enxerga o consumo como problema cultural e estrutural, não apenas técnico. • Valoriza frugalidade: menos consumo, mais cultura e educação. 📊 7. Pegada ecológica • Mede o impacto do ser humano nos ecossistemas. • Cada pessoa tem, em média, pegada de 2,3 hectares, mas a Terra só comporta 1,9 hectare per capita. • Mostra que o planeta está sendo explorado acima de sua capacidade. 📌 8. Conclusão • Não se trata de eliminar conforto, mas de repensar o que é essencial. • Questionar o sistema de consumo é fundamental para evitar: o Desigualdade social, o Degradação ambiental, o Esgotamento de recursos. • A mudança passa por valores, educação, consciência crítica e ação coletiva. Aula 12 – Reflexões contemporâneas e transversalidade 🎯 Objetivo da aula • Apresentar as principais vertentes teórico-metodológicas da Educação Ambiental (EA). • Discutir o conceito de transversalidade no ensino da temática ambiental. • Estimular a análise crítica das abordagens contemporâneas em EA. 🧭 Vertentes em Educação Ambiental (segundo Sorrentino, 2002): 1. Conservacionista o Origem: países desenvolvidos. o Ênfase na preservação da natureza. o Motivada pelos impactos do modelo industrial. o Visão mais técnica e preventiva. 2. Educação ao ar livre o Influenciada por atividades como ecoturismo, escotismo, montanhismo. o Valoriza o contato direto com a natureza como forma de aprendizagem. 3. Gestão ambiental o Forte na América Latina. o Articulada a movimentos sociais e resistências políticas. o Incentiva participação popular na defesa ambiental. 4. Economia ecológica o Relaciona-se ao desenvolvimento sustentável e sociedades sustentáveis. o Critica o modelo econômico dominante. o Destaca a relação entre meio ambiente, política e economia. 🌍 Identidades atuais em EA • Visão crítica (emancipatória): o Inspirada em Marx, Paulo Freire, Milton Santos. o Educação como processo de transformação social. o Enfatiza conflitos, desigualdades e participação democrática. • Visão liberal/conservadora: o Educação como transmissão de valores universais. o Prioriza a formação individual e adaptação à sociedade existente. 📘 Paradigmas de pesquisa em EA (Sato, 2003): Paradigma Positivismo Construtivismo Socioconstrutivismo Propósito Explicação e controle Interpretação Emancipação e crítica Paradigma Positivismo Construtivismo Socioconstrutivismo Realidade Única e mensurável Múltipla e construída Divergente e comprometida Conhecimento Fatos objetivos Contextual e relacional Crítico e engajado Relação sujeito Distanciada Dialógica Transformadora 🌱 Alfabetização Ecológica • Inspirada por Fritjof Capra e David Orr. • Baseada na ecologia sistêmica, propõe um novo modo de pensar: o Interdependência o Ciclagem (sem resíduos) o Parceria e cooperação o Flexibilidade o Diversidade 🔄 Transversalidade da Educação Ambiental • A EA deve atravessar todas as disciplinas escolares. • Introduzida oficialmente no Brasil pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997). • Reconhece a complexidade do ambiente, que exige abordagens integradas e interdisciplinares. • Apesar de dificuldades práticas, promove diálogo entre áreas do conhecimento (Biologia, Filosofia, Sociologia, Matemática, Psicologia etc.). 🧠 Conclusão • A EA é um campo plural e em disputa, com diversas vertentes e identidades. • A transversalidade é um desafio necessário para enfrentar a crise ambiental de forma completa. • O diálogo entre diferentes áreas e perspectivas é essencial para a formação cidadã e crítica. Aula 13 – Níveis de abordagem no trabalho de Educação Ambiental: sensibilização, informação, mobilização & ação 🎯 Objetivo da aula Compreender os quatro níveis interligados da prática em Educação Ambiental (EA) e como eles se aplicam de forma complementar e progressiva: 1. Sensibilização 2. Informação 3. Mobilização 4. Ação 🌱 1. Sensibilização • Primeira fase do processo educativo ambiental. • Envolve emoções, atenção e empatia com a causa ambiental. • Busca engajar pessoas como parte do problema e da solução. • Exemplo de atividade: júri simulado com temas locais, promovendo troca de papéis e compreensão de diferentes pontos de vista. • Deve ser feita de forma contextualizada: caminhadas, visitas a locais degradados, dinâmicas simbólicas, observações sensoriais. “É da sensibilidade que vem a força de nossas ações.” (Soares, 2005) 📚 2. Informação • Transmissão de conhecimentos técnicos e científicos, porém sempre contextualizados. • Deve considerar a realidade local e ser acessível a todos os públicos. • Informação sem sensibilização ou participação não gera mudança. • Domínio cognitivo: necessário, mas não suficiente para a transformação social e ambiental. “Cidadãos mais informados têm mais condições de pressionar autoridades.” (Jacobi, 2000) 🤝 3. Mobilização • Fase de envolvimento efetivo das pessoas e grupos. • Mobilizar é colocar em movimento: reunir esforços, construir alternativas, propor soluções. • Requer comprometimento real e coletivo. • Apoiada por metodologias participativas que estimulam decisões coletivas. “Sensibilização é essencial para que ocorra mobilização.” 🛠 4. Ação • Fase de execução dos projetos planejados. • Inclui organização, continuidade, descentralizaçãoe autogestão comunitária. • Pode envolver redes de ação, com tarefas distribuídas e avaliação coletiva. • A ação precisa ser transformadora e duradoura, não apenas corretiva. “Projetos sem descentralização estão fadados ao fracasso.” (Justen, 2005) 🧠 Três dimensões da Educação Ambiental (Sato, 1992) Dimensão Ênfase Sobre o ambiente Cognitiva No ambiente Afetiva (valores, percepções) Para o ambiente Participativa (ação efetiva) ✅ Conclusão • A EA não deve parar na informação ou em ações isoladas. • Os quatro níveis são interdependentes: não há ação sem mobilização, nem mobilização sem sensibilização. • A Educação Ambiental eficaz é aquela que forma sujeitos atuantes, conscientes de seu papel na transformação ambiental e social. Aula 14 – Política Nacional de Educação Ambiental Objetivo da aula Analisar os aspectos pedagógicos da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), com base na Lei nº 9.795/1999. Pontos principais 📜 Lei nº 9.795/1999 • Institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). • Reconhece a Educação Ambiental (EA) como componente essencial e permanente da educação formal e não-formal. • Visa promover a EA em todos os setores da sociedade. 🧩 Princípios da EA (Art. 4º) • Enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. • Integração do meio natural, socioeconômico e cultural. • Inter, multi e transdisciplinaridade. • Ética, cidadania, continuidade e respeito à diversidade. 🎯 Objetivos da EA (Art. 5º) • Compreensão crítica e integrada do meio ambiente. • Democratização da informação ambiental. • Participação social na conservação e melhoria ambiental. • Fortalecimento da cidadania, solidariedade e sustentabilidade. Educação Ambiental: Formas de atuação 🏫 Educação Formal • Inclui todos os níveis (infantil ao superior). • Deve ser integrada ao currículo, sem ser uma disciplina isolada. • Formação de professores deve incluir a dimensão ambiental. 🌱 Educação Não-Formal • Ações de sensibilização e participação comunitária. • Envolve ONGs, empresas, meios de comunicação e sociedade civil. Aspectos pedagógicos destacados • A EA deve buscar ser transformadora, crítica e voltada à ação social. • Defende uma abordagem interdisciplinar, mas propõe ir além, com a transdisciplinaridade. • Paulo Freire é referência: a EA é vista como prática de liberdade e conscientização. Críticas e desafios • A implementação efetiva da lei ainda encontra entraves. • O veto ao Art. 18 (que destinava 20% das multas ambientais à EA) revela falta de compromisso financeiro. • A ausência de recursos dificulta a efetividade da política. Programa “Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas” – 5 Eixos de Ação 1. Fortalecimento da PNEA 2. Formação continuada de professores 3. Projetos e experiências de EA 4. Comunicação e eventos 5. Educação Ambiental no Ensino Superior Aula 15 – Educação Ambiental no ensino formal e em espaços não- formais: 🎯 Objetivo da aula • Entender as diferenças e interações entre Educação Ambiental (EA) formal, não-formal e informal. • Reconhecer suas potencialidades, dificuldades e complementaridades. 📘 Definições principais 📚 Educação Ambiental Formal • Desenvolvida nos currículos escolares (educação infantil ao superior). • Deve ser interdisciplinar, contínua e inserida no cotidiano da escola. • Desafios: o Muitas vezes limitada a datas comemorativas. o Pouca articulação com a comunidade. o Falta de formação crítica entre professores. 🌱 Educação Ambiental Não-Formal • Realizada fora do ambiente escolar. • Voltada à comunidade: ações em bairros, áreas de proteção, com trabalhadores, ONGs, empresas etc. • Tem como foco a sensibilização e mobilização social. • Potencial para resolução de problemas locais e fortalecimento da cidadania. 📺 Educação Ambiental Informal • Ocorre espontaneamente, por meio da mídia, internet, folders, rádios, etc. • Complementa os demais tipos por ampliar o alcance da informação ambiental. 🔗 Integração entre os espaços • A complementaridade entre EA formal e não-formal é destacada como essencial. • Ações em espaços não-formais (museus, jardins botânicos, zoológicos, ruas, espaços rurais) ganham relevância: o Permitem vivências práticas e interações significativas. o Favorecem a transdisciplinaridade e contextualização. “A educação é grande demais para ficar apenas na escola.” (Vasconcellos e Guimarães) 🏫 Potencialidades e desafios EA Formal: • Pontos fortes: capilaridade, professores como multiplicadores, acesso sistemático a crianças e jovens. • Problemas: abordagem conservacionista, pouca relação com problemas reais da comunidade, rigidez curricular. EA Não-Formal: • Pontos fortes: articulação com ONGs, poder público e empresas, foco em problemas reais, mais liberdade metodológica. • Problemas: depende de políticas públicas e da criação de canais de participação. ✅ Conclusão • A EA não se limita ao espaço escolar. É processo contínuo, participativo e coletivo. • A integração entre os espaços fortalece a transformação social. • O sucesso das ações depende de planejamento, parceria entre instituições e vontade política. Aula 16 – A educação ambiental nos currículos escolares (a educação ambiental nos PCN, críticas ao livro didático) 🎯 Objetivo da aula Avaliar como a Educação Ambiental (EA) foi incorporada: • Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN); • Nos livros didáticos; • Identificando avanços, críticas e desafios. 🧩 Educação Ambiental nos PCN 📌 O que são os PCN? • Criados em 1998 pelo MEC, os PCN são referências curriculares para orientar a educação básica (1ª à 8ª série). • Apresentam os temas transversais, como o meio ambiente, a serem tratados por todas as disciplinas. ✅ Avanços • Reconhecimento da EA como parte essencial da formação cidadã. • Proposta de transversalidade: todas as áreas devem abordar a EA. • Incentivo ao projeto pedagógico escolar coletivo. ⚠ Críticas e desafios • A transversalidade, na prática, reforça o isolamento entre disciplinas. • Falta de programação estruturada e planejamento interdisciplinar nas escolas. • Percepção de que apenas professores de Ciências são responsáveis pela EA. • Contradição entre padronização nacional e respeito às realidades regionais. 📘 Programa “Parâmetros em Ação – Meio Ambiente na Escola” • Produzido pelo MEC para apoiar a prática da EA nas escolas. • Inclui guias e kits com: o Diagnóstico ambiental da comunidade escolar. o Atividades por tema: biodiversidade, água, energia, resíduos, etc. • Foco em reconhecer a escola como parte do ambiente local e incentivar a reflexão crítica. Crítica: • Material ainda é pouco interventivo na realidade social. • Falta aprofundamento em temas como justiça social, consumo, desigualdade, etc. 📚 A Educação Ambiental nos livros didáticos Problemas observados: • A EA aparece quase exclusivamente nos livros de Ciências. • Predomina a abordagem conservacionista e ecológica (reciclagem, espécies extintas), sem crítica social, política ou econômica. • Ausência de atividades reflexivas e interdisciplinares. Consequências: • Redução da EA ao campo da Biologia. • Sobrecarga dos professores de Ciências. • Falta de projetos integradores entre disciplinas. • Reforço da ideia de que a EA não é responsabilidade de todos. ✅ Conclusão • A intenção dos PCN de tornar a EA transversal é positiva, mas enfrenta limitações práticas. • A inclusão da EA nos livros e materiais escolares precisa ser mais crítica, abrangente e interdisciplinar. • Todos os educadores devem ser corresponsáveis por projetos de EA.