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S U C Ó T Devarim [Deuteronômio] 16:13 O QUE É... SUCÓT Na época de Sucót, o inverno está terminando em alguns países, como no Brasil, e começando em outros. Às vezes é um pouco frio para ficar fora de casa sem uma malha e, em alguns lugares, até começa a nevar. Mas justamente nesse tempo temos uma festa, Sucót, quando devemos ficar lá fora – bem, na verdade, numa pequena cabana chamada sucá. Durante uma semana inteira, a vida gira em torno da sucá. Comemos dentro dela, nós nos entretemos lá dentro e, em alguns lugares, se o clima é agradável, até dormimos dentro da sucá. Os primeiros dois dias de Sucót (em Israel é apenas um dia) são como o Shabat. Em vez de ir para o trabalho ou para a escola, muitas pessoas ficam em casa com a família, vão à sinagoga... e, é claro, passam o tempo na sucá. Então vêm os cinco dias de Chol Hamoêd, que se parecem com dias comuns no que diz respeito a trabalho e escola, mas neles ainda passamos um tempo na sucá, pelo menos ao comer e relaxar. O último dia de Chol Hamoêd é chamado de Hoshaná Rabá. Assim que Sucót termina, temos mais uma festa curta, que dura dois dias fora de Israel. O primeiro dia é chamado de Shemini Atséret, que significa Reunião do Oitavo Dia; o segundo é chamado de Simchat Torá, que significa Alegria da Torá. Quando o Templo existia, os judeus realizavam serviços pelo bem de todas as pessoas e povos do mundo durante Sucót. De acordo com um antigo ditado, assim que Sucót termina, Deus diz ao povo judeu: “Agora é hora de termos uma festa especial, somente para vocês e Eu.” Em Shemini Atséret, rezamos por um inverno chuvoso, para que os agricultores de Israel possam colher uma boa safra. Em Simchat Torá, celebramos junto com a Torá. A cada Shabat, durante um ano inteiro, lemos a parashá – alguns capítulos da Torá. Em Simchat Torá, lemos tanto os últimos quanto os primeiros capítulos da Torá, para mostrar que, mesmo quando já terminamos de ler toda a Torá, devemos começar tudo de novo. HISTÓRIA Durante quarenta anos, os judeus vagaram pelo deserto, no caminho do Egito para a Terra Prometida. Eles não tinham tempo para construir casas de verdade, pois estavam sempre viajando. Em vez disso, montavam cabanas no local onde passariam a noite. Todos viviam nessas cabanas, desde Moisés [Moshe], o líder, até as pessoas mais pobres. Muito tempo se passou desde então, mas uma vez ao ano nós nos lembramos de como eram as coisas quando saímos do Egito. A TERRA Sucót pode ser uma época muito alegre para os agricultores. Se o ano que passou foi bom, eles já terminaram de reunir a colheita e podem agora relaxar durante o inverno. É por isso que Sucót também é chamada de Chag Haassíf – Festa da Colheita. Para mostrar como estavam agradecidas pela colheita, as pessoas levavam parte dela ao Templo de Jerusalém e a ofereciam a Deus. Lá, rezavam também por chuvas. Como não existem grandes rios em Israel, a chuva é a principal fonte de água. Mesmo hoje, ainda recitamos preces especiais por chuvas em Shemini Atséret. COSTUMES Existe uma porção de coisas para fazer em Sucót. Primeiro, construímos uma sucá e a decoramos. Quando ela fica pronta, podemos entrar nela. Em Sucót, também pegamos os arba minim, ou quatro espécies de plantas: um luláv (ramo de tamareira) e um etróg (tipo de cidra – espécie parecida com um limão), ramos de hadás (murta) e aravá (salgueiro). A cada manhã de Sucót (exceto no Shabat), carregamos os arba minim em uma marcha dentro da sinagoga. O QUE É... SUCÓT Na época de Sucót, o inverno está terminando em alguns países, como no Brasil, e começando em outros. Às vezes é um pouco frio para ficar fora de casa sem uma malha e, em alguns lugares, até começa a nevar. Mas justamente nesse tempo temos uma festa, Sucót, quando devemos ficar lá fora – bem, na verdade, numa pequena cabana chamada sucá. Durante uma semana inteira, a vida gira em torno da sucá. Comemos dentro dela, nós nos entretemos lá dentro e, em alguns lugares, se o clima é agradável, até dormimos dentro da sucá. Os primeiros dois dias de Sucót (em Israel é apenas um dia) são como o Shabat. Em vez de ir para o trabalho ou para a escola, muitas pessoas ficam em casa com a família, vão à sinagoga... e, é claro, passam o tempo na sucá. Então vêm os cinco dias de Chol Hamoêd, que se parecem com dias comuns no que diz respeito a trabalho e escola, mas neles ainda passamos um tempo na sucá, pelo menos ao comer e relaxar. O último dia de Chol Hamoêd é chamado de Hoshaná Rabá. Assim que Sucót termina, temos mais uma festa curta, que dura dois dias fora de Israel. O primeiro dia é chamado de Shemini Atséret, que significa Reunião do Oitavo Dia; o segundo é chamado de Simchat Torá, que significa Alegria da Torá. Quando o Templo existia, os judeus realizavam serviços pelo bem de todas as pessoas e povos do mundo durante Sucót. De acordo com um antigo ditado, assim que Sucót termina, Deus diz ao povo judeu: “Agora é hora de termos uma festa especial, somente para vocês e Eu.” Em Shemini Atséret, rezamos por um inverno chuvoso, para que os agricultores de Israel possam colher uma boa safra. Em Simchat Torá, celebramos junto com a Torá. A cada Shabat, durante um ano inteiro, lemos a parashá – alguns capítulos da Torá. Em Simchat Torá, lemos tanto os últimos quanto os primeiros capítulos da Torá, para mostrar que, mesmo quando já terminamos de ler toda a Torá, devemos começar tudo de novo. HISTÓRIA Durante quarenta anos, os judeus vagaram pelo deserto, no caminho do Egito para a Terra Prometida. Eles não tinham tempo para construir casas de verdade, pois estavam sempre viajando. Em vez disso, montavam cabanas no local onde passariam a noite. Todos viviam nessas cabanas, desde Moisés [Moshe], o líder, até as pessoas mais pobres. Muito tempo se passou desde então, mas uma vez ao ano nós nos lembramos de como eram as coisas quando saímos do Egito. A TERRA Sucót pode ser uma época muito alegre para os agricultores. Se o ano que passou foi bom, eles já terminaram de reunir a colheita e podem agora relaxar durante o inverno. É por isso que Sucót também é chamada de Chag Haassíf – Festa da Colheita. Para mostrar como estavam agradecidas pela colheita, as pessoas levavam parte dela ao Templo de Jerusalém e a ofereciam a Deus. Lá, rezavam também por chuvas. Como não existem grandes rios em Israel, a chuva é a principal fonte de água. Mesmo hoje, ainda recitamos preces especiais por chuvas em Shemini Atséret. COSTUMES Existe uma porção de coisas para fazer em Sucót. Primeiro, construímos uma sucá e a decoramos. Quando ela fica pronta, podemos entrar nela. Em Sucót, também pegamos os arba minim, ou quatro espécies de plantas: um luláv (ramo de tamareira) e um etróg (tipo de cidra – espécie parecida com um limão), ramos de hadás (murta) e aravá (salgueiro). A cada manhã de Sucót (exceto no Shabat), carregamos os arba minim em uma marcha dentro da sinagoga. Tami: Beto, aonde você está indo com todos esses galhos? Beto: Oi, Tami! Isto não são galhos comuns. Eles são para o sechach. Você não se lembra do que a professora disse? Amanhã é Sucót e estou ajudando a construir uma sucá. Tami: Posso ajudar em alguma coisa? Beto: Claro. Você pode arrumar os arba minim enquanto organizamos as mesas e as cadeiras. Depois, vamos fazer os enfeites. Tami: Para que tantas cadeiras? Beto: São para todas as visitas. Tami: Visitas? Quem virá nos visitar? Beto: Bem, todos os pais dos alunos e... mais alguns visitantes especiais, chamados ushpizin. Tami: E você sabe quem são eles? Oh, veja todos esses lindos etroguim! Eles são tão cheirosos! Beto: Esses etroguim vieram de Israel, provavelmente no mesmo avião que os ushpizin. Tami: Vou ter que contar para você um pouco sobre os ushpizin, Beto, mas antes vamos trabalhar. Temos muuuuito o que fazer! Arba minim Uma explicação bem popular sobre os arba minim (luláv, etróg, hadás e aravá) diz que eles representam os diferentes tipos de judeus. O etróg tem gosto e cheirobom, como os judeus que conhecem a Torá e fazem boas ações. As tâmaras do luláv têm gosto delicioso, mas o luláv não tem cheiro, como judeus que conhecem a Torá mas não fazem boas ações. Os hadassim cheiram bem mas não têm frutos, como aqueles que fazem boas ações mas não conhecem a Torá. Finalmente, a aravá não tem cheiro nem gosto, como aqueles que não conhecem a Torá e não fazem boas ações. Assim, seguramos os arba minim juntos, para que as partes boas de cada um completem o que falta nos outros. Somente quando estão todos juntos eles são completos. Sucá A sucá pode ter duas e meia, três ou quatro paredes (assim como as letras hebraicas para sucá). Ela pode ser construída num jardim, numa varanda ou até num telhado. Sechach Sechach são as folhas e os galhos que colo- camos em cima da sucá. O sechach não é um teto verdadeiro. À noite podemos ver as estrelas através dele, o que nos faz lembrar que, mesmo dentro da sucá, ainda estamos do lado de fora, e é Deus quem, lá do alto, sempre nos protege. Enfeites Para deixar a sucá bem bonita e decorada, costuma-se pendurar frutas e correntes de papel no teto e desenhos nas paredes. Ushpizin Você vai descobrir quem são eles no cantinho desta e das próximas páginas. Chag Samêach! Eu sou Abrahão [Avraham], o primeiro judeu e o primeiro visitante de Sucót. Minha tenda estava sempre aberta às visitas, assim como a sua sucá. A Visita todos os seus alunos e uma porção de mesa, esperando que o rabino a escolher as saladas. E quando algumas pessoas sugeriram Eu, Isaac [Its’chac], desejo a você Chag Samêach! Sou o filho de Avraham e o segundo visitante dos ushpizin. Beto: Tami, você está acordada? Tami: Agora sim... Beto: Desculpe-me, é que eu não consigo adormecer. Eu nunca tentei dormir numa sucá antes. Tami: Sei o que você quer dizer, mas é melhor tentar pegar no sono. Amanhã é Chol Hamoêd e nós temos aula. Você sabia que, no ano que vem, quando eu estiver em Israel, eu não vou ter aula? Lá, as escolas fecham durante todo o Chol Hamoêd! Beto: Uau! Tami: E não é só isso, não: lá, eles têm um dia a mais de Chol Hamoêd. Aqui no Brasil, por exemplo, o segundo dia das festas é Iom Tov Shení Shel Galuiót. Beto: Então eles têm mais Chol Hamoêd do que nós? Uau, como eu gostaria de estar em Israel em Sucót! Os aeroportos também estão fechados em Chol Hamoêd? Tami: Acho que não, mas, de qualquer jeito, você não tem passagem... Beto: É mesmo, você tem razão. Mas posso sonhar que estou indo... Tami: Boa ideia! Então, vê se dorme agora! Dormir na Sucá A mitsvá mais importante de Sucót era dormir na sucá. Quando os judeus foram para o exílio, muitas vezes passaram a morar em países onde era frio e chuvoso demais para continuar fazendo isso, então eles passaram apenas a comer na sucá. No entanto, em lugares mais quentes, especialmente em Israel, ainda há muitas pessoas que dormem na sucá em todas as noites de Sucót. Chol Hamoêd Os últimos cinco dias de Sucót são chamados de Chol Hamoêd, os “dias de semana da festa”. Continuamos vivendo na sucá e usando o luláv e o etróg, mas podemos também trabalhar e ir para a escola e fazer tudo o que fazemos normalmente durante a semana. Iom Tov Sheni Shel Galuiót Muitas das festas, inclusive Sucót, duram um dia a menos em Israel, diferentemente de todos os outros lugares. Antigamente, o tribunal de Jerusalém anunciava o início do mês hebraico de Tishrei, e aí todos contavam quinze dias até Sucót. Mas, às vezes, levava muito tempo para a decisão do tribunal chegar aos locais mais afastados e as pessoas acabavam celebrando Sucót no dia errado. Então foi decidido que certas festas, como Sucót, seriam celebradas por um dia a mais em todos os lugares – exceto em Israel, onde as pessoas ficavam sabendo da decisão do tribunal imediatamente. Mesmo que hoje em dia tenhamos calendários, ainda assim celebramos o Iom Tov Shení Shel Galuiót, o “Segundo Dia da Diáspora”, em todos os países – exceto em Israel. Chag Samêach! Você se lembra de mim? Eu sou seu visitante Jacob [Iaacov]. Passei um tempão como hóspede do meu sogro Lavan e do Faraó no Egito. Tami: Beto, vamos logo! Não quero me atrasar para a festa de Simchat Bêt Hashoevá! Beto: Desculpe-me, Tami, mas preciso me trocar antes. Pensei em preparar algo especial para a festa e decidi fazer malabarismos com ovos. Tami: E o que aconteceu? Beto: Olhe só para mim!... Por que você não treina com seu violino ou, melhor ainda, dança um pouco, enquanto eu troco de roupa? Tami: Tudo bem. Falando nisso, ainda bem que você não tentou fazer malabarismos com tochas... Beto: Eu bem que queria, mas minha mãe não gostou nada da ideia... Simchat Bêt Hashoevá Este era o nome da festa que acontecia no Templo durante o Chol Hamoêd de Sucót. Significa “Alegria da Retirada das Águas” e nos lembra que somente em Sucót derramava-se água no altar, como uma prece por chuvas no inverno que se aproximava. Hoje, muitas pessoas fazem festas especiais com música e dança nas noites do Chol Hamoêd de Sucót para recordar a celebração de Simchat Bêt Hashoevá no Templo. Chag Samêach a todos de Moisés [Moshe]! Fui eu que conduzi os judeus para fora do Egito e, por isso, acho que você pode dizer que eu tive a primeira sucá. Malabarismos No Templo, até mesmo os maiores rabinos e mestres faziam todo tipo de truques e apresentações para mostrar como estavam felizes durante a celebração de Simchat Bêt Hashoevá. Um dos melhores momentos era observar Raban Shimon ben Gamliel, o homem mais sábio de sua época, fazendo malabarismos com tochas acesas diante de todos. Tami: Beto, vamos logo! Não quero me atrasar para a festa de Simchat Bêt Hashoevá! Beto: Desculpe-me, Tami, mas preciso me trocar antes. Pensei em preparar algo especial para a festa e decidi fazer malabarismos com ovos. Tami: E o que aconteceu? Beto: Olhe só para mim!... Por que você não treina com seu violino ou, melhor ainda, dança um pouco, enquanto eu troco de roupa? Tami: Tudo bem. Falando nisso, ainda bem que você não tentou fazer malabarismos com tochas... Beto: Eu bem que queria, mas minha mãe não gostou nada da ideia... Simchat Bêt Hashoevá Este era o nome da festa que acontecia no Templo durante o Chol Hamoêd de Sucót. Significa “Alegria da Retirada das Águas” e nos lembra que somente em Sucót derramava-se água no altar, como uma prece por chuvas no inverno que se aproximava. Hoje, muitas pessoas fazem festas especiais com música e dança nas noites do Chol Hamoêd de Sucót para recordar a celebração de Simchat Bêt Hashoevá no Templo. Chag Samêach a todos de Moisés [Moshe]! Fui eu que conduzi os judeus para fora do Egito e, por isso, acho que você pode dizer que eu tive a primeira sucá. Malabarismos No Templo, até mesmo os maiores rabinos e mestres faziam todo tipo de truques e apresentações para mostrar como estavam felizes durante a celebração de Simchat Bêt Hashoevá. Um dos melhores momentos era observar Raban Shimon ben Gamliel, o homem mais sábio de sua época, fazendo malabarismos com tochas acesas diante de todos. Beto: Tami, onde você estava ontem? Tami: Fui para o campo colher aravót para Hoshaná Rabá. Beto: Estou um pouco confuso sobre Hoshaná Rabá. É Sucót, mas é também um pouco como Iom Kipúr, certo? Tami: É verdade. Mesmo que Deus já tenha decidido o que vai acontecer com a gente no próximo ano, ainda temos uma chance antes que Ele feche os Portões do Céu. Hoje é o último dia, digamos assim. Beto: Ainda dizemos Hoshanót na sinagoga, não é? Tami: Sim, mas em vez de fazer apenas uma hacafá, fazemos sete, e então pegamos as nossas aravót e batemos com elas no chão. Beto: Agora estou lembrando. Acho que vou tentar me comportar muito melhor no ano que vem. Assim não vou precisar bater tão forte com as minhas aravót. Hacafá Hacafá é um desfile especial que fazemos dentro da sinagoga com os arba minim durante Sucót. Normalmente,marchamos ao redor da mesa central apenas uma vez, mas em Hoshaná Rabá damos sete voltas e, a cada vez, recitamos uma prece diferente. Portões do Céu De acordo com a tradição judaica, Deus abre os Portões do Céu para nossas pre- ces em Rosh Hashaná, decide o que acontecerá conosco no próxi- mo ano e escreve Sua decisão num grande livro. Em Iom Kipúr, Ele assina e sela esse livro. Mas temos ainda uma última chance – Hoshaná Rabá – para mostrar a Deus que nossa intenção era boa realmente. Depois disso, Ele fecha os Portões do Céu (mesmo assim, se tentarmos de verdade, nossas preces sempre podem entrar). Hoshaná Rabá O último dia de Sucót é chamado de Hoshaná Rabá – Grande Hoshaná. A cada dia de Sucót, recitamos preces especiais chamadas de Hoshanót (Hoshána quer dizer “Salve-nos!”) durante as hacafót. Em Hoshaná Rabá, repetimos todas as Hoshanót que recitamos em Sucót e adicionamos mais uma, para completar sete. Nelas, pedimos a Deus que nos ajude e, caso não mereçamos, que Ele nos auxilie por causa dos nossos ancestrais, que realmente mereciam. Aravót Quando terminamos as hacafót, pegamos cinco aravót e batemos com elas no chão até as folhas caírem. Assim, expressamos a esperança de que nossos pecados desapareçam, como as folhas da aravá que caíram e se perderam. Chag Samêach! Eu sou Aarão [Aharon], o sumo-sacerdote. Quando os judeus deixaram o Egito, Deus também teve de morar numa casa temporária, o Mishcan, onde eu trabalhei. Beto: Shemini Atséret é realmente um dia estranho! Todo mundo fica rezando pela chuva... mas já está chovendo! Tami: Beto, não estamos rezando por nós mesmos! Rezamos a Tefilat Haguéshem pelos agricultores de Israel, que precisam da chuva para suas plantações. Falando nisso, você ouviu a previsão do tempo? Beto: Ouvi. Disseram que vai parar de chover hoje à noite. Tami: Isso é bom, pois amanhã é Simchat Torá e todos estarão dançando nas ruas. Simchat Torá Simchat Torá é o último dia de um longo período de festas que começou com Rosh Hashaná. É um dia muito especial, como você vai descobrir na próxima página. Tefilat Haguéshem A prece pela chuva – Tefilat Haguéshem – marca o começo do inverno em Israel. Desse dia em diante, acrescentam-se nas rezas as palavras mashiv harúach umoríd haguéshem (“Aquele que faz o vento soprar e a chuva cair”). Fora de Israel, fazemos isso só no início do mês de dezembro. Shemini Atséret Logo depois de Sucót, vem uma nova festa, Shemini Atséret. Agora não usamos mais a sucá nem damos voltas ao redor da sinagoga com os arba minim. Agora que Sucót já passou, podemos rezar pela chuva. Chag Samêach! Eu sou José [Iossef]. Pena que a festa acabou... Sua sucá estava tão colorida quanto meu manto! Tami: Ei, Beto! Pegue uma bandeira e espete uma maçã na ponta. Beto: Valeu, Tami! Estou pronto para as hacafót. Como estou? Tami: Eu acho que você está bem. Por que está tão preocupado? Beto: É que hoje eu vou ter a minha primeira aliá com todos os meninos em Col Hanearím. Tami: Uau! Isso, sim, é que é legal! Se você continuar assim, poderá ser o Chatan Torá algum dia. Já contei para você quem é o Chatan Bereshit? Beto: Não, mas já ouvi dizer que é o seu pai. É uma grande honra. Mazal Tov! Tami: E Mazal Tov pra você por sua primeira aliá! Chatan Torá Em Simchat Torá lemos Vezot Haberachá, a última parashá (trecho) da Torá. Geralmente, a última pessoa a ter essa aliá é um dos membros mais respeitados da congregação, como o rabino. A pessoa que recebe a aliá é chamada de Chatan Torá, o noivo da Torá. Aliá Esta palavra significa “subir” em hebraico. Nós subimos quando nos mudamos para Israel, e subimos para fazer as berachót (bênçãos) e ler a Torá. Normalmente, apenas algumas pessoas recebem a aliá para a Torá, mas em Simchat Torá todos na sinagoga recebem uma aliá. Hacafót Em Sucót, marchamos ao redor da mesa central da sinagoga com os arba minim. Em Simchat Torá, damos sete voltas ao redor da mesa central da sinagoga carregando os rolos da Torá. Col Hanearím Até as crianças são chamadas para uma aliá na Torá em Simchat Torá. Elas ficam juntas debaixo de um grande talit e, juntas, recitam as berachót antes e depois da leitura da Torá. Quando terminam, seus pais jogam balas sobre elas. Chatan Bereshit Logo depois que o Chatan Torá conclui sua aliá, a Torá é enrolada novamente até o início e outra pessoa é chamada para a primeira aliá do Livro de Bereshit [Gênesis]. A pessoa que recebe essa aliá é chamada de Chatan Bereshit, o noivo do Livro de Bereshit. Essa aliá também é reservada a um membro respeitado na comunidade, como o pai de Tami. Chag Samêach! Eu sou o rei David! Você sabia que, antes de ser rei, eu era um pastor? Naquele tempo, eu vivia numa sucá o ano inteiro. Simchat Torá na antiga União Soviética a sinagoga. – Todos, exceto o papai. Vamos lá! com medo, mas, ao mesmo tempo, agradecidos pela conseguiram alcançar a porta. A Os meninos conheciam muitas uma completa surpresa. Chag Samêach! Sou o rei Salomão [Shlomo]. Escrevi o Livro de Cohélet [Eclesiastes], que lemos no Chol Hamoêd. Os sorrisos desapareceram rapidamente: na sinagoga em Simchat Torá. Beto: Você mentiu para mim, Tami. Não fale mais comigo! Tami: Menti? O que foi que eu falei de errado? Beto: Você me prometeu que teríamos uma festa a cada mês. Hoje, a professora disse que não há nenhuma festa neste mês. Eu quero uma festa em novembro também! Tami: Em primeiro lugar, a professora não disse nada sobre novembro. Ela disse Mar-Cheshvan. Beto: Mar o quê? Mar Heshenbaum, aquele novo professor que chegou de Israel? Tami: Não, Mar-Cheshvan é o nome de um mês judaico. Beto: Ah, eu me lembro que a professora falou alguma coisa sobre um calendário judaico, mas não entendi muito bem... Tami: Tenho uma ideia! Você não ganhou um telescópio de presente de aniversário? Beto: Sim, é o máximo! Posso ver a lua e todas as estrelas. Tami: Vá buscar e me encontre na próxima página. Vou explicar a você algumas coisas sobre o calendário judaico. Mar-Cheshvan O mês de Cheshvan é o único mês do calendário judaico que não tem dias especiais. Alguns dizem que é por isso que o chamamos de Mar-Cheshvan – Amargo Cheshvan. De acordo com outra lenda, todos os meses foram juntos consolar Cheshvan e, por isso, deram a ele o título de “Mar”, ou seja, “senhor Cheshvan”. Calendário Judaico As festas judaicas são celebradas de acordo com o calendário judaico. Ele tem doze meses: Tishrei, Cheshvan, Kislev, Tevêt, Shevat, Adar, Nissan, Iyar, Sivan, Tamúz, Av e Elul. Às vezes, em alguns anos, um mês extra – chamado de Adar Bet – é acrescentado. Beto: Aqui está o telescópio. Como é pesado! Pra que você precisa dele? Tami: Vamos montá-lo e você vai ver. Diga se consegue ver a Lua. Beto: Ei, lá está ela. Uau! Veja como está minúscula. Mal consigo vê-la. Tami: É verdade. Isso quer dizer que é Rosh Chódesh, ou o começo do novo mês judaico. Beto: Rosh Chódesh? Hummm, é como um Rosh Hashaná, certo? Tami: Isso! Rosh Hashaná é o começo do novo ano, e o Rosh Chódesh é o começo do novo mês. Ele começa assim que vemos a lua nova. Beto: E o que as pessoas faziam antes de existirem telescópios? Tami: Muito tempo atrás, o tribunal de Jerusalém decidia quando era o Rosh Chódesh. Assim que algumas pessoas viam a lua nova, elas corriam para contar ao tribunal. Então o tribunal proclamava que o novo mês tinha começado e acendia uma fogueira no topo de uma montanha alta. Assim, todos que viam a fogueira sabiam que já era Rosh Chódesh. Além disso, eles faziam uma grande festa em homenagem às pessoas que tinham ido testemunhar. Beto: Ei, eu fui o primeiro a ver a Lua, então você precisa fazer uma festa para mim! Tami: Que tal leite com biscoitos? Beto: Hummm, nada mal! Lua O calendário que usamos normalmente é baseado no tempo que a Terra leva para fazer a órbita do Sol – 365 dias. O calendáriojudaico é baseado no tempo que a Lua leva para fazer a órbita da Terra – 29 dias e meio. Como doze meses de 29 ou 30 dias não equivalem a um ano inteiro, as festas mudariam de estação a cada alguns anos. É por isso que, em tempos antigos, os sábios decidiram acrescentar um mês a cada alguns anos – para que Chanucá sempre caia no inverno e Pêssach sempre ocorra na primavera. Rosh Chódesh Rosh Chódesh é celebrado por um ou dois dias, dependendo da extensão do mês anterior. Se o mês que acabou foi de 29 dias, o Rosh Chódesh é celebrado no primeiro dia do novo mês; se o mês que acabou foi de 30 dias, o Rosh Chódesh é celebrado no último dia do mês antigo (o 30º) e no primeiro dia do novo mês. O Rosh Chódesh era um dia muito importante no Templo. Hoje celebramos o Rosh Chódesh recitando preces especiais e lendo a Torá na sinagoga. Fogueira Assim que as pessoas distantes viam a fogueira anunciando o novo mês, elas também acendiam fogueiras perto delas. Em algumas horas, havia uma corrente de fogueiras desde Jerusalém até a Babilônia, e assim todos sabiam que era Rosh Chódesh.