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Afya Faculdade de Ciências Médicas ENFERMAGEM LAURIANE REIS PEREIRA COMPREENDENDO OS GRUPOS MINORITÁRIOS: A DUPLA INVISIBILIDADE DA MULHER NA CONDIÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA BRAGANÇA 2025 1. INTRODUÇÃO A luta por igualdade e inclusão social enfrentadas por mulheres e pessoas com deficiência é um tema relevante e um desafio persistente e atual, presente não apenas no Brasil, mas se torna um assunto global a ser tratado. Compreender o conceito dos grupos minoritários é de extrema relevância, pois apesar de representarem uma parcela expressiva da população, continuam sendo alvo de descriminação, desigualdade em oportunidades e até mesmo preconceitos em um âmbito social. Ao tratarmos desses dois grupos sociais em um mesmo aspecto, estando essas condições unidas em um mesmo individuo, ou seja, quando falamos de uma mulher com deficiência vemos que a exclusão se torna ainda mais acentuada, gerando uma junção de vulnerabilidade. Mulheres com deficiência enfrentam uma realidade marcada pela invisibilidade e pela discriminação em diferentes áreas da vida. Sofrendo não apenas com o machismo, que as coloca em posição de inferioridade em relação aos homens, mas também com o capacitismo, que as desvaloriza por conta de suas limitações físicas ou sensoriais. Essa dupla exclusão reflete-se na dificuldade de acesso à educação, ao mercado de trabalho, à saúde e à participação política e social. Dessa forma, discutir as minorias formadas por mulheres e pessoas com deficiência é um passo essencial para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Compreender suas lutas e valorizar suas conquistas não é apenas uma questão de empatia, mas de compromisso com os direitos humanos e com o princípio fundamental da dignidade de todas as pessoas. Este trabalho busca refletir sobre essa realidade, apontando desafios, avanços e caminhos possíveis para a verdadeira inclusão social. Seguindo esse pressuposto, compreendemos a importância de abordar e refletir sobre a questão da invisibilidade das minorias e buscar meios de combater o avanço dessas desigualdades. 2. JUSTIFICATIVA O presente trabalho de pesquisa tem como objetivo discutir, combater e acima de tudo compreender situação dos grupos minoritários e seus desafios enfrentados, a fim de encontrar meios de intervenção e conscientização social. Tendo em vista que o tema abordado é atual e urgente. Pois, muitas mulheres e pessoas com deficiência são afetadas e sofrem com a invisibilidade, principalmente quando se trata da inserção dos mesmos no mercado de trabalho, na educação e no convívio social. Existe uma grande necessidade de fazer notório os desafios enfrentados pela mulher na condição de pessoa com deficiência, seja ela física ou mental. Tendo em vista que muitas dessas mulheres são marginalizadas e oprimidas pela sociedade, bem como estão muito mais suscetíveis a sofre algum tipo de abuso físico ou até mesmo neurológico. Baseado nisso, é essencial abordar tal contexto. O tema proposto tem o intuito de destacar a importância das políticas públicas, da educação inclusiva e das mudanças necessárias para a construção de uma sociedade mais justa equitativa e livre de preconceitos. 3. DESENVOLVIMENTO As minorias sociais têm sido, ao longo da história, grupos que enfrentam grande exclusão, preconceito e falta de oportunidades. Entre essas minorias, pode-se desstacar as mulheres e as pessoas com deficiência, que ainda lutam diariamente por reconhecimento, respeito e igualdade de direitos. Apesar dos avanços legais e sociais, ainda há muito a ser feito para garantir que essas pessoas ocupem o espaço que merecem na sociedade (NIELSON, J.G; WEILER, A. L. D, 2025). Quando os dois fatores se unem, ou seja, ser mulher e ter uma deficiência, faz com que a invisibilidade se torne ainda maior pois envolve preconceito de gênero e de capacidade física, fazendo com que as dificuldades enfrentadas se multiplicam, pois há uma sobreposição de preconceitos e barreiras que limitam o acesso à cidadania plena. Direitos básicos como acesso a educação e oportunidades de emprego se tornam quase que impossíveis mesmo que já existam leis que amparem tais pessoas. Segundo BOTELHO, LUANDA CHAVES (2022) “Na população de 18 a 59 anos, mais da metade das mulheres com deficiência estavam fora da força de trabalho em 2019 […] As mulheres com deficiência apresentaram a maior taxa de desocupação (14,0 %).” No mercado de trabalho, por exemplo, os números mostram que as mulheres com deficiência são as mais afetadas pelo desemprego, mesmo quando têm qualificação, elas enfrentam barreiras físicas, falta de acessibilidade e também a falta de confiança dos empregadores. Além disso, muitas são excluídas dos processos seletivos por causa de preconceitos sobre sua produtividade, o que reforça a desigualdade de gênero e deficiência. Pois muitas vezes essas mulheres são vistas como incapazes ou frágeis, o que limita suas oportunidades e sua autonomia. Podemos destacar como outro ponto importante a violência. As mulheres com deficiência estão mais vulneráveis a diferentes tipos de violência seja ela física, sexual, psicológica e até institucional. Em muitos casos, tais violências acontecem dentro de casa ou em instituições que deveriam protegê-las. O medo, a dependência de cuidadores e a dificuldade de comunicação fazem com que muitas não denunciem os abusos, o que torna o problema ainda mais invisível. Ainda sobre este mesmo ponto GOODLEY (2011) nos afirma que mulheres com deficiência ocupam lugar expressivo da exclusão o que faz com que sejam mais propicias a sofrerem abusos sexuais se comparadas a homens portadores de deficiência. Com base na Lei nº 13.146/2015, Art. 5º. Vemos que “A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.”, no entanto, é notório o descumprimento dessa lei por grande parte da população, tendo em vista que a solução para a desigualdade enfrentada por mulheres e pessoas com deficiência ou em casos onde as duas condições se intersectam, deve ser enfrentada através de um conjunto de ações integradas que envolvem educação, políticas públicas, conscientização social e fortalecimento de direitos. Em primeiro lugar, torna-se essencial investir em educação inclusiva e de qualidade, que conscientize a sociedade a respeito da diversidade e promova o respeito desde a infância. Além disso, políticas públicas voltadas à acessibilidade física, social e digital são fundamentais para garantir que essas pessoas tenham igualdade de oportunidades no trabalho, na saúde, na cultura e na vida pública. A conscientização da sociedade também é indispensável, combatendo estereótipos e preconceitos que influenciam a exclusão, pois entender é o primeiro passo para combater a desigualdade. 4. CONCLUSÃO Por fim, conclui-se que os desafios enfrentados por mulheres com deficiência é um tema atual e com uma grande urgência de intervenção, pois apesar de representarem grande parte da população se tornam minorias quando se tratar de seus direitos como cidadão. É preciso lembrar que as mulheres com deficiência são protagonistas de suas próprias histórias. Elas têm voz, talentos e o direito de participar ativamente da sociedade. Valorizar essas mulheres significa reconhecer sua força e lutar por um mundo onde todos, independentemente do gênero ou da condição física, possam viver com dignidade, respeito e oportunidades iguais. Vale ressaltar que o fortalecimento e a aplicação da Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), se torna um passo decisivo para garantir proteção, igualdade de direitos e o reconhecimento da dignidade de todos. Essas ações, quando trabalhadas em conjunto, podem transformar a realidade e promover uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária 5. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatutoda Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 jul. 2015. Seção 1, p. 1-2. Disponível em: GOV.BR. Acesso em: 15 Out. 2025. BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Define mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, e dá outras providências. Brasília, DF, 2006. Disponível em:>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/__ato2004-2006/2006/lei/I11340.htm