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Bloco 1 4 
 Anamnese, Relação Médico-Paciente 
E Dor 5 
 Exame Físico Geral 9 
 Sistema Respiratório 13 
 Sistema Cardiovascular 21 
 Semiologia do Abdome 28 
 
Bloco 2 34 
 Sistema Geniturinário 35 
 Sistema Nervoso 40 
 Sistema Osteolocomotor 52 
 Semiologia do Idoso 59
 
Referências 65
 
 
 
 
 
 
 
 

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Taciano Fontes Filho
4
Taciano Fontes Filho 
 
 
 
 A medicina é baseada em três pontos 
fundamentais: Ética, Relação médico-paciente e 
raciocínio clínico. 
 Ter um paciente com uma dor e descobrir a 
causa, as consequências, um diagnóstico 
preciso, baseado na anamnese e exame físico, e 
como tratar. 
 A clínica é soberana, não existe clínica sem 
anamnese; Uma boa anamnese permite 
diagnosticar cerca de 80% das enfermidades. 
 Cabe ao médico reconhecer o estado de 
sofrimento do paciente e atuar sobre ele, agindo 
com continência e de maneira segura, para que 
seja estabelecida uma relação de confiança. 
 
 
 São inerentes ao ato médico: 
 Beneficência: buscar fazer sempre o bem para o 
paciente; 
 Não maleficência: não fazer nada de mal ao 
paciente; 
 Justiça: fazer sempre o que é justo ao paciente. 
 Autonomia: que possibilita que o paciente decida 
sobre o tratamento, aceitando-o ou não, depois 
do devido esclarecimento. 
 Além desses princípios bioéticos, outros valores se 
tornam cada vez mais necessários no cotidiano 
profissional, como o respeito à alteridade 
(respeitar a diferença no outro) e o sigilo (respeitar 
o segredo sobre as informações do paciente). 
 O relacionamento médico-paciente se distingue 
em três níveis ou tipo: 
 Médico ativo/paciente passivo: característica da 
medicina de urgência e emergência (SAMU, 
pronto-socorro e UTI); 
 Médico direciona/paciente colabora: 
Enfermaria/quarto, atendimento ambulatorial 
(medico autoritário); 
 Médico age/paciente participa ativamente: 
atendimento ambulatorial e visita domiciliar 
(aliança terapêutica). 
 Os principais fenômenos psicodinâmicos da 
relação médico-paciente são: 
 Transferência: diz respeito aos fenômenos 
afetivos que o paciente passa (transfere) para a 
relação que estabelece com o médico. Pode ser 
positiva ou negativa. 
 Cotransferência: diz respeito aos fenômenos 
afetivos que o médico passa para o paciente. 
 Resistência: é qualquer forma ou mecanismo 
psicológico inconsciente que comprometa ou 
atrapalhe a relação médico-paciente. 
 O médico não pode se furtar de compreender e 
respeitar os aspectos culturais de seu paciente; 
nem tampouco acreditar que ele nada saiba sobre 
sua doença. Caso o médico deixe transparecer 
insegurança, dúvidas e receios, ou se mostre 
agressivo e autoritário, sua influência toma-se 
negativa e deletéria. 
 O "médico ideal': portanto, seria aquele que tem 
uma personalidade amadurecida, conhece e 
domina os mecanismos psicológicos envolvidos na 
relação médico-paciente, dispõe de 
conhecimentos adequados da ciência médica e 
sabe aplicá-los dentro de uma visão humanística. 
 O atendimento centrado na pessoa é composto 
em seis componentes: 
 Explorar a doença e a experiência da doença; 
 Através de anamnese, exames físicos e 
laboratoriais 
 Dimensões da doença para o paciente, 
(sentimentos, ideias, interferência na vida). 
 Entender a pessoa como um todo; O paciente é 
alguém contextualizado dentro de uma família, 
trabalho, comunidade. 
 Elaborar um plano conjunto de manejo dos 
problemas; 
 Definir as prioridades dos problemas, objetivo de 
tratamento, definindo os papéis do médico e o 
paciente. 
 Incorporar prevenção e promoção de saúde, 
visando a redução dos riscos e a identificação 
precoce de doenças. 
 Intensificar o relacionamento entre a pessoa 
atendida e o médico. 
 
 
 
 
 TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 1, BLOCO 1, P4 – 2021.2 
Anamnese, Relação Médico-Paciente e Dor 
 
Visão Geral 
Relação médico-paciente e princípios bioéticos 
5
Taciano Fontes Filho 
 
 
Aspectos Gerais 
 A anamnese significa trazer de volta à mente todos 
os fatos relacionados com a doença e o paciente. 
 Em essência, a anamnese é uma entrevista, e o 
instrumento de que nos valemos é a palavra falada. 
 A anamnese é um instrumento para a triagem de 
sintomas anormais, problemas de saúde e 
preocupações, e registra as maneiras como a 
pessoa responde a essas situações, abrindo espaço 
para a promoção da saúde. 
 A anamnese pode ser conduzida das seguintes 
maneiras: 
 O médico deve deixar que o paciente relate livre 
e espontaneamente suas queixas sem nenhuma 
interferência, limitando-se a ouvi-lo. 
 A anamnese dirigida, o médico, tendo em mente 
um esquema básico, conduz a entrevista mais 
objetivamente. 
 Outra maneira seria o médico deixar, 
inicialmente, o paciente relatar de maneira 
espontânea suas queixas, para depois conduzir a 
entrevista de modo mais objetivo. 
 Isso significa que uma boa anamnese é o que se 
retém do relato feito pelo paciente depois de ter 
passado por uma análise crítica, com o intuito de 
estabelecer o significado exato das expressões 
usadas e a coerência das correlações 
estabelecidas. 
 Para que se faça uma entrevista de boa 
qualidade, antes de tudo o médico deve estar 
interessado no que o paciente tem a dizer. Ao 
mesmo tempo, é necessário demonstrar 
compreensão e desejo de ser útil àquela pessoa, 
com a qual assume um compromisso tácito que 
não tem similar em nenhuma outra relação inter-
humana. 
Semiotécnica da anamnese 
 O médico tem de estar imbuído da vontade de 
ajudar o paciente a relatar seus padecimentos. 
Para conseguir tal intento, sugere que o 
examinador utilize uma ou mais das seguintes 
técnicas: 
 Apoio: despertam segurança no paciente; 
 Facilitação: através da postura, de ações ou 
palavras que o encorajem 
 Reflexão: Consiste basicamente na repetição das 
palavras que o médico considerar as mais 
significativas durante o relato do paciente. 
 Esclarecimento: procura definir de maneira mais 
clara o que o paciente está relatando. 
 Confrontação: consiste em mostrar ao paciente 
algo acerca de suas próprias palavras ou 
comportamento. 
 Interpretação: observação a partir do que vai 
notando no relato ou no comportamento do 
paciente. 
 Respostas empáticas: intervenção do médico 
mostrando "empatia’’, ou seja, compreensão e 
aceitação sobre algo relatado pelo paciente. 
 Silêncio: pode ser o mais adequado quando o 
paciente se emociona ou chora. 
Elementos componentes da anamnese 
 Identificação: é o perfil sociodemográfico do 
paciente que permite a interpretação de dados 
individuais e coletivos: 
- Nome; - Idade; 
- Sexo/gênero; - Cor/etnia; 
- Estado civil; - Profissão; 
- Local de trabalho; - Naturalidade; 
- Procedência; - Residência; 
- Religião 
- Filiação à órgãos/instituições previdenciárias e 
planos de saúde; 
- Nome do responsável, cuidador e/ou 
acompanhante; 
- Nome da mãe (sentido de diferenciar pacientes 
homônimos) 
 Queixa principal: motivo(s) que levou o paciente a 
procurar o médico, repetindo, se possível, as 
expressões por ele utilizadas. É aquele que a levou 
a procurar atendimento médico ou o que mais a 
incomoda no momento. 
 Geralmente, é uma anotação entre aspas para 
indicar que se trata das palavras exatas do 
paciente. 
 Assim, se o paciente disser que seu problema é 
"pressão alta" ou "menopausa": procurar-se-á 
esclarecer o sintoma que ficou subentendido sob 
outra denominação. 
 História da Doença Atual (HDA): é um registro 
cronológico e detalhado do motivo que levou o 
paciente a procurar assistência médica, desde o 
seu início até a data atual. 
 Deixe que o paciente fale sobre sua doença e 
determine o sintoma-guia, que permite recompor 
a história da doença atual com mais facilidade e 
precisão. 
 Esquema para análise de um sintoma: 
 Início 
 Características do sintoma 
 Fatores de melhora ou piora 
 Relação com outras queixas 
Anamneseestreitada: ocorre nos defeitos valvares, seja 
por estenose ou insuficiência das valvas, e 
defeitos congênitos. 
 Passagem do sangue para uma zona dilatada: 
ocorre em defeitos valvares, aneurismas e 
rumor venoso. 
 Passagem de sangue para uma membrana de 
borda livre: ocorre vibrações traduzidas como 
sopros. 
25
Taciano Fontes Filho 
 
 O sopro pode ter associação de 2 ou mais desses 
fatores citados. 
 Sopros sistólicos: 
 De ejeção: Ocorre após a 1ª bulha e termina 
antes da 2ª bulha, durante o período de ejeção 
ventricular. Causados por estenose da valva 
aórtica ou pulmonar. 
 De Regurgitação: Aparece junto com a 1ª bulha 
e termina antes da 2ª bulha ou pode recobri-la 
também, durante a volta do sangue do 
ventrículo para o átrio. Ocorre na insuficiência 
mitral ou tricúspide. 
 Sopros diastólicos: 
 De ejeção: Ocorre no enchimento do 
ventrículo, após a 2ª bulha. Presente na 
estenose atrioventricular. 
 De regurgitação: Ocorre quando essas valvas 
não se fecham completamente, levando ao 
refluxo de sangue. Presente na insuficiência das 
valvas aórtica e pulmonar. 
 No sopro de Austin Flint, acontece uma 
regurgitação aórtica associada à mitral. 
 Localização: nas áreas das auscultas cardíacas. 
 Irradiação: É influenciado pela intensidade, pois 
quanto mais intenso, maior a área audível o sopro. 
Também tem influência da direção da corrente 
sanguínea, condicionando a irradiação do sopro. 
 Por exemplo: na valva aórtica irradia para o 
pescoço; na valva mitral irradia para a axila. 
 Intensidade: É adotado o sistema de cruzes, de 1 
até 4 cruzes. 
 Timbre e tonalidade: Estão relacionadas com a 
velocidade do fluxo e com o tipo de defeito 
causador do turbilhonamento sanguíneo. 
 
 
 
 
 
Inspeção e Palpação 
 Procure evidenciar abaulamentos pulsáteis que 
são indicativos de aneurisma aórtico. 
 Se a dilatação for da aorta ascendente, a dilatação 
projeta-se à direita do esterno, no nível do 2° e do 
3° espaço intercostal. 
 Quando a dilatação é da crossa aórtica, esta pode 
tornar-se visível e palpável no manúbrio estemal. 
 Nos grandes aneurismas da aorta descendente, é 
possível encontrar um abaulamento pulsátil no 
dorso do paciente. 
 Nos pacientes idosos, pode ocorrer alongamento e 
dilatação da aorta, em decorrência de alterações 
degenerativas -> Esclerose senil da aorta. 
 Hipertensão arterial, a qual determina uma 
dilatação dinâmica da aorta -> Aortopatia 
hipertensiva. 
 Se houver uma diferença maior que 10% entre a PA 
do braço direito e do esquerdo, pode ser indicativo 
de uma dissecção de aorta. 
Ausculta 
 É realizada nas áreas de projeção dos vários 
segmentos da aorta, cumprindo ressaltar que os 
sopros originários na aorta descendente são mais 
audíveis na parte posterior do tórax, à esquerda da 
coluna vertebral. 
 
 
 
Pulso Radial 
 Estado da parede arterial: não apresenta 
tortuosidades e é facilmente depressível. Na 
arteriosclerose, nota-se uma parede endurecida, 
irregular e totuosa. 
 Manobra de Osler: faz a palpação da artéria radial 
após insuflação do manguito acima da pressão 
sistólica. É positiva quando a artéria permanece 
palpável, mas sem pulsações. 
Exame físico da aorta 
Pulsos 
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Taciano Fontes Filho 
 
 Esta manobra é frequentemente positiva em 
idosos, sendo indicativa de HA. 
 Frequência: Em pessoas adultas, considera-se 
normal a frequência de 60 a 100 bpm. 
 Déficit de pulso: número de batimentos cardíacos 
é maior que o número das pulsações da artéria 
radial. 
 Ritmo: Se elas ocorrem em intervalos iguais, diz-se 
que o ritmo é regular. Se os intervalos são 
variáveis, ora mais longos, ora mais curtos, trata-se 
de ritmo irregular. 
 Amplitude ou magnitude: Está relacionada com o 
grau de enchimento da artéria durante a sístole e 
o esvaziamento durante a diástole. Sendo avaliada 
pela sensação captada em cada pulsação. 
 Pulso amplo: insuficiência aórtica. 
 Pulso pequeno: estenose aórtica. 
 Tensão ou dureza: avaliado pela compressão 
progressiva da artéria. 
 Pulso mole: pequena pressão necessária para 
interromper o fluxo. 
 Pulso duro: pequena pressão necessária para 
interromper o fluxo. 
 Tipos de onda: pulsos célere, anacrótico, dicrótico, 
bisferiens, alternante, filiforme, paradoxal. 
 Comparação com a artéria homóloga: palpa 
simultaneamente as 2 artérias radiais, 
comparando a amplitude das pulsações. A sua 
desigualdade está presente nas oclusões ou 
constrição da aorta ou dos vasos que emergem 
dela. 
Pulsações das artérias carótidas 
 Verifica o estado da parede arterial, amplitude do 
pulso. 
 A diferença entre as homólogas indica estenose ou 
oclusão do vaso. 
 Possível a ausculta do sopro aórtico irradiado. 
Ingurgitamento e pulsações das veias jugulares 
 Veias jugulares permanecem túrgidas mesmo o 
paciente na posição semissentada ou sentada. 
 Indica uma hipertensão venosa no sistema da veia 
cava superior. 
 
 
 Síndrome clínica caracterizada pelo distúrbio do 
desempenho miocárdico. 
 A insuficiência cardíaca sistólica é estabelecida por 
um distúrbio da contratilidade do ventrículo 
esquerdo (VE), medida por meio da fração de 
ejeção (FE). Podendo levar à congestão. 
 Sinais e sintomas: dispneia, ortopneia, tonturas, 
palpitações, síncope, anorexia, tosse, dor 
abdominal, insônia e depressão do humor. 
 Exame Físico: 
 Estertores pulmonares: edema pulmonar 
cardiogênico agudo 
 Macicez nas bases pulmonares: derrame 
pleural. 
 Distensão venosa jugular. 
 Edema, ascite e hepatomegalias. 
 Sopro sistólico de regurgitação mitral. 
 Em casos avançados, existem alterações na 
perfusão periférica e pulso alternante ou de 
amplitude baixa. 
 Classificação: 
 Estágio A: pacientes com alto risco de 
desenvolver insuficiência cardíaca, sem 
cardiopatia estrutural. 
 Estágio B: pacientes com cardiopatia estrutural 
que ainda não desenvolveram sintomas de 
insuficiência cardíaca. 
 Estágio C: pacientes com sintomas passados ou 
presentes de insuficiência cardíaca associados a 
cardiopatia estrutural subjacente. 
 Estágio D: pacientes com insuficiência cardíaca 
em estágio final e que necessitam de 
tratamento avançado especializado. 
 
 
 
Insuficiência Cardíaca 
27
Taciano Fontes Filho 
 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 5, BLOCO 1, P4 – 2021.2 
 
 
 
 Principais achados clínicos (HDA): 
 Dor: pode ter causa gastrointestinais, pépticas, 
obstrutivas, traumáticas, neoplasias, infeciosas. 
 Anorexia 
 Disfagia: as causas incluem acalasia, espasmo 
esofágico difuso, tumores, esclerodermia, 
inflamação na garganta e/ou esôfago, etc. 
 Regurgitação 
 Plenitude pós-prandial 
 Náuseas e vômitos: frequência no dia, volume, 
presença de alimentos, se tem sangue, fatores 
desencadeantes, coloração, duração, etc. 
 Hematêmese, melena e hematoquezia: podem 
indicar lesões no trato gástrico superior 
(hematêmese e melena) e inferior 
(hematoquezia), hemorragias, obstruções, 
infecções, etc. 
 Distensão abdominal 
 Constipação: duração, se é frequente, se sente 
dor ou inchaço, flatulências, etc. 
 Diarreia: aspecto e cor das fezes, se tem mau 
cheiro, presença de sangue, volume, quantas 
vezes vai ao banheiro. 
 Pacientes com pancreatite apresentam dor 
epigástrica ao se alimentar. Diferente da gastrite, 
que a dor aumenta em jejum. 
 Pacientes cirróticos, podem ter varizes esofágicas 
e pancitopenia. 
 Muitas vezes o paciente apresentará três ou 
quatro desses sintomas e todas as queixas devem 
ser descritas e detalhadas. 
 
 
 Pode ser feita com a posição ortostática e decúbito 
dorsal. 
 Divisão do abdome: 
 
Estática 
 Pele: 
 Coloração, presença de estrias, cicatrizes, manchas 
hemorrágicas e a distribuição de pelos. 
 As cicatrizes podem indicar cirurgias anteriores: 
 
 Sinal de Cullen: equimose periumbilical, resultante 
de hemorragia retroperitoneal. Pode surgir na 
pancreatite aguda e na ruptura de gravidez 
ectópica. 
 Sinal de Gray-Turner:equimose dos flancos. Pode 
ocorrer na pancreatite necro-hemorrágica. 
 
 Forma e volume do abdome: 
 Variam de acordo com a idade, o sexo e o estado 
de nutrição do paciente. Podem ser: 
 Atípico ou normal; 
 Globoso ou protuberante: pode ser observado 
na gravidez avançada, ascite, distensão gasosa, 
obesidade, pneumoperitônio, obstrução 
instetinal, grandes tumores policísticos do 
ovário e hepatoesplenomegalia volumosa. 
 Em ventre de batráquio: observado na ascite 
em regressão. 
 Pendular ou ptótico: a causa mais comum é a 
flacidez do abdome no período puerperal e em 
pessoas emaciadas. 
 Em avental: é encontrado em pessoas com 
obesidade de grau elevado. 
 Escavado (escafoide ou côncavo): é visto em 
pessoas muito emagrecidas, geralmente 
portadoras de doenças consuntivas, 
principalmente neoplasias. 
Semiologia do Abdome 
Anamnese 
Inspeção 
28
Taciano Fontes Filho 
 
 Cicatriz umbilical: 
 Apresenta forma plana ou levemente retraída na 
posição central. 
 A sua protrusão pode indicar uma hérnia ou 
acumulo de líquido. Também é visto na gravidez. 
 Infecções no umbigo (onfalites) é frequente em 
crianças, e podem ser acompanhadas de secreções 
serosa ou seropurulenta. 
 Abaulamentos ou retrações localizadas: 
 Nessa situação, o abdome torna-se assimétrico e 
irregular. 
 As principais causas são: hepatomegalia, 
esplenomegalia, útero grávido, tumores do ovário 
e do útero, retenção urinária, tumores renais, 
tumores pancreáticos, linfomas, aneurisma da 
aorta abdominal (raro) e megacólon chagásico. 
 Veias superficiais: 
 Geralmente é pouco perceptível. Quando tornam-
se visíveis pode caracterizar circulação colateral. 
 Pode acontecer na cava inferior, periumbilical ou 
tipo porta e cava superior. 
 
Dinâmica 
 Movimentos respiratórios: 
 Em indivíduos normais, identifica-se a respiração 
toracoabdominal. 
 Em processos inflamatórios do peritônio que se 
acompanha rigidez da parede abdominal e nas 
afecções dolorosas do andar superior do abdome, 
podem inverter a forma da respiração, passando a 
ser puramente torácica. 
 Pulsações: 
 São observadas (e apalpadas) em pessoas magras 
e quase sempre refletem pulsações da aorta 
abdominal. 
 Na hipertrofia do ventrículo direito, podem surgir 
pulsações epigátricas. 
 Movimentos Peristálticos Visíveis: 
 Indicam obstrução em algum segmento do tubo 
digestivo (pilórica e intestino delgado), sendo 
importante analisar a sua localização e a direção 
das ondas peristálticas. 
 Hérnias: 
 Para uma melhor visualização é importante fazer a 
Manobra de Valsava. 
 
 
 
 É importante que se realize a ausculta do abdome 
antes de se realizar a percussão e a palpação, pois 
estas podem estimular o peristaltismo e encobrir 
uma hipoatividade dos ruídos hidroaéreos. 
 Em condições normais, ocorrem mais ou menos a 
cada 5 a 10 s ruídos de timbre agudo, de localização 
variável e de aparecimento imprevisível, 
decorrentes da movimentação dos líquidos e gases 
contidos no trato gastrintestinal. 
 Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os 
ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em 
função do aumento do peristaltismo e são 
denominados borborigmos. O contrário ocorre no 
íleo paralítico. 
 Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos 
no abdome sopros sistólicos ou sistodiastólicos 
(contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen 
de um vaso (artéria renal ou aorta abdominal) ou 
de fístula arteriovenosa. 
 São audíveis também, a partir do quinto mês de 
gestação, os sons do coração fetal e, às vezes, o 
sopro placentário. 
 
 
 Na percussão (método digito-digital) do abdome, a 
posição fundamental do paciente é o decúbito 
dorsal. 
 Em condições normais, obtém-se som maciço ao 
se percutirem as áreas de projeção do fígado e do 
baço e útero gravídico. Em ascite, tumores e cistos 
contendo líquido originam som maciço. 
 Enquanto as vísceras que contêm alguma 
quantidade de gás – estômago, duodeno, intestino 
delgado e intestino grosso – produzem som 
timpânico. 
 Na área de projeção do fundo do estômago 
(espaço de Traube), intestinal, no vólvulo, no 
pneumoperitônio, fala-se em hipertimpanismo. 
Ausculta 
Percussão 
29
Taciano Fontes Filho 
 
 Menor quantidade de ar ou superposição de uma 
víscera maciça sobre uma alça intestinal origina o 
som submaciço. 
 A obtenção de som timpânico no hipocôndrio 
direito indica pneumoperitônio (sinal de Jobert) ou 
interposição do cólon entre a parede abdominal e 
o fígado. 
Hepatimetria 
 Percute-se o hemitórax direito no nível da linha 
hemiclavicular direita desde sua origem na 
clavícula até o 4° ou 5° espaço intercostal, 
obtendo-se som claro pulmonar. 
 Na altura do 5° ou 6° espaço intercostal, observa-
se som maciço. Este ponto corresponde ao limite 
superior do fígado. 
 Após identificada a borda superior, percute-se da 
porção da espinha ilíaca anterior direita (som 
timpânico), seguindo a linha hemiclavicular direita, 
até o encontro da borda inferior do fígado (som 
maciço). 
 Diante disso, calcula a distância entre os dois 
pontos. O tamanho normal fica entre 6 e 12cm (4 a 
8 polpas digitais). 
 O não encontro da macicez hepática ocorre nas 
seguintes eventualidades: acentuada atrofia 
hepática; interposição de alça intestinal entre o 
fígado e a parede costal; e pneumoperitônio (sinal 
de Jobert). 
 A dor à percussão do fígado caracteriza o sinal de 
Torres-Homem. 
 Hepatimetria central: faz na linha média para 
analisar uma possível hepatomegalia direita. 
Pesquisa de Ascite 
 Na ascite de grande volume, além do aspecto 
globoso do abdome e da cicatriz umbilical, o dado 
semiótico essencial é obtido por meio da 
percussão por piparote. 
 O paciente adota o decúbito dorsal e ele 
próprio ou um auxiliar coloca a borda cubital 
da mão sobre a linha mediana do abdome. 
 O examinador coloca-se do lado direito do 
paciente e repousa a mão esquerda no flanco 
do outro lado. 
 Passa-se então a golpear com o indicador a 
face lateral do hemiabdome direito. 
 Se houver líquido em quantidade suficiente 
na cavidade peritoneal, a mão esquerda 
captará os choques das ondas líquidas 
desencadeadas pelos piparotes. 
 
 Na ascite de médio volume, o sinal do piparote 
pode ser negativo, tornando-se necessário utilizar 
outra técnica, denominada pesquisa de macicez 
móvel: 
 A primeira etapa consiste em percutir todo o 
abdome com o paciente em decúbito dorsal. 
Este procedimento possibilita a determinação 
de macicez nos flancos e som timpânico na 
parte média do abdome, o que levanta a 
suspeita de haver uma determinada quantidade 
de líquido na cavidade peritoneal. 
 Em seguida, o paciente adota o outro decúbito 
lateral, percutindo-se de novo todo o abdome; 
se, de fato, houver ascite, o resultado desta 
percussão será o contrário do obtido na etapa 
anterior da manobra, ou seja, haverá 
timpanismo no hemiabdome direito e macicez 
no esquerdo. 
 Na ascite de pequeno volume, o reconhecimento 
da ascite pode ser difícil e a técnica semiológica 
consiste em fazer a percussão por piparote na 
região do baixo ventre estando o paciente na 
posição de pé e com a bexiga vazia. 
 A ultrassonografia abdominal é o método ideal 
para o diagnóstico de ascite de pequeno volume. 
 Na pesquisa dos semicírculos de Skoda, percute-se 
o abdome a partir do epigástrio, radialmente em 
direção aos limites do abdome. Observa-se uma 
transição entre o som timpânico para o submaciço, 
e, posteriormente, para maciço, no sentido 
craniocaudal. 
 
 
 
 A palpação do abdome faz-se com o paciente em 
decúbito dorsal, usando-se a técnica da palpação 
com a mão espalmada. 
 Tem por objetivo: avaliar o estado da parede 
abdominal; explorar a sensibilidade abdominal; 
Palpação 
30
Taciano Fontes Filho 
 
reconhecer as condições anatômicas das vísceras 
abdominais e detectar alterações de sua 
consistência. 
Palpação Superficial 
 A técnica consiste em palpar de leve ou apenas 
roçar a paredeabdominal com objeto pontiagudo. 
 Compreende o estudo da parede abdominal e das 
vísceras que podem alcançar a parede. 
 Investigam-se a sensibilidade, a resistência da 
parede, a continuidade da parede abdominal, as 
pulsações e o reflexo cutâneoabdominal. 
 
 Pontos dolorosos: 
 
 Dor referidas de afecções torácicas e abdominais: 
 
 Sinal de Blumberg: 
 Dor que ocorre à descompressão brusca da parede 
abdominal. 
 Pode ser aplicada em qualquer região da parede 
abdominal, e seu significado é sempre o mesmo, 
ou seja, peritonite. 
 
 
 
Palpação Profunda 
 Por meio da palpação profunda investigam-se os 
órgãos contidos na cavidade abdominal e 
eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações”. 
 Vale ressaltar, que em condições normais não se 
consegue distinguir bem os órgãos. 
 A palpação do ceco, colón transverso e sigmoide 
podem ser reconhecidos durante a palpação 
abdominal. 
 
 Palpação do Fígado: 
 Técnica de Lemos-Torres 
 Executa-se a palpação junto à reborda costal, 
coordenando a com os movimentos respiratórios 
da seguinte maneira: 
 Na inspiração, a mão do examinador, ao mesmo 
tempo que comprime, é movimentada para cima, 
buscando detectar a borda hepática. 
 
 Técnica de Mathieu: 
 Posiciona-se o paciente em decúbito semilateral 
esquerdo, enquanto o examinador se coloca ao 
seu lado direito, voltado para os seus pés. 
 A(s) mão(s) do examinador, cujos dedos formam 
uma leve garra, repousa(m) sobre o hipocôndrio 
direito. 
 À inspiração, quando o órgão se desloca para 
baixo, procura-se reconhecer sua borda. 
 
 Palpação do Baço: 
 Faz-se a Técnica de Mathieu, mas na região do 
hipocôndrio esquerdo, com o paciente na posição 
de Schuster. 
31
Taciano Fontes Filho 
 
 
 Palpação da Vesícula Biliar: 
 Faz-se pelo Sinal de Murphy: 
 Ao se comprimir este local, pede-se ao paciente 
que inspire profundamente. 
 Neste momento, o diafragma fará o fígado 
descer, o que faz com que a vesícula biliar alcance 
a extremidade do dedo que está comprimindo a 
área. 
 Nos casos de colecistite aguda, tal manobra 
desperta uma dor inesperada que obriga o 
paciente a interromper subitamente a inspiração. 
 
 Regra de Courvoisier: a existência de uma vesícula 
biliar palpável em paciente ictérico é, portanto, 
sugestiva de neoplasia pancreática maligna, que, 
na maioria das vezes, localiza-se na cabeça do 
pâncreas. 
 Palpação do Apêndice: 
 Realiza o Sinal de Rovsing: 
 Localiza o ponto apendicular deve ser 
comprimido, fazendo-se uma pressão 
progressiva, lenta e contínua, procurando-se 
averiguar se isso provoca sensação dolorosa, 
quando se suspeita de apendicite aguda. 
 A dor abdominal na apendicite agua, também pode 
ser desencadeada por: 
 Teste de psoas: dor no quadrante inferior 
direito que ocorre ao se fazer flexão ativa ou 
hiperextensão passiva do membro inferior 
direito. 
 
 Teste do obturador: dor no quadrante inferior 
direito ao se fazer flexão passiva da perna sobre 
a coxa e da coxa sobre a pelve com rotação 
interna da coxa. 
 
 
 
Síndrome Ictérica 
 A icterícia é uma síndrome caracterizada pelo 
aumento da bilirrubina no soro (valores acima de 2 
mg/100 mℓ). 
 A bilirrubina pode ser classificada em indireta (não 
conjugada, lipossolúvel) e direta (conjugada, 
hidrossolúvel). 
 Pode ser causada em decorrência de hepatites 
causadas por vírus, por medicamentos, alcoolismo 
de cirrose hepática, febre amarela e enfermidades 
genéticas raras, como na Síndrome de Crigler-
Najjar e na Síndrome de Gilbert. 
 Anamnese: 
 Histórico (primeiro episódio? É recorrente?) 
 Tem início abrupto (hepatite aguda, 
coledocolitíase e pancreatite) ou insidioso 
(hepatopatia crônica ou neoplasia)? 
 Coloração amarelada das conjuntivas, das 
mucosas, da pele e dos líquidos orgânicos. 
 Alteração da coloração da urina (coliúria?) e das 
fezes (acolia?) 
 Na icterícia pelo aumento da bilirrubina direta 
pode causar prurido generalizado. 
 Dor abdominal 
 Dor aguda antes da icterícia: coledocolitíase 
 Dor em mesogástrio com irritação para o dorso 
+ icterícia + perda de peso: tumor de cabeça de 
pâncreas. 
 Dor surda, leve, mais perceptível à palpação: 
hepatites virais e medicamentosas agudas, 
congestão secundária a cardiopatia. 
 Constipação, náusea e vômitos 
 Deficiência proteica: perda de cabelo, unhas 
quebradiças, má distribuição de pelos e fâneros, 
edemas. 
 Ascite 
 Exame Físico 
 Analisar e classificar a icterícia: 
 A vesícula palpável (Sinal de Courvoisier) 
 Já o sinal de Murphy é específico de colecistite. 
 Hepatomegalia ou diminuição da Hepatimetria na 
hepatopatia crônica. -> Lemos-Torres, Mathieu 
 Esplenomegalia: Mathieu 
Principais Síndromes Abdominais 
32
Taciano Fontes Filho 
 
 Ascite -> Piparote, macicez móvel, Semicírculo de 
Skoda. 
Síndrome Edemigênica 
 É causada por um paciente que tem uma 
insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência 
renal ou insuficiência hepática, que causa edemas 
que iniciam nos MMII e podem evoluir para 
anasarca, fazendo com que o paciente comece a 
ter sinais de congestão que causa ascite. 
 Inspeção: 
 Palidez cutânea 
 Edema palpebral e membros 
 Sinais de má perfusão e turgência jugular. 
 Abaulamento global ou nos flancos (abdome em 
batráquio) 
 Protusão da cicatriz umbilical 
 Palpação: 
 Cacifo 
 Tensão aumentada em função do volume 
 Piparote Positivo 
 Técnica do Rechaço: o excesso de líquido faz com 
que os órgãos abdominais fiquem flutuando. Ao 
fazer uma compressão na palpação, os órgãos 
descem, voltam e tocam na superfície, sendo 
sentido pelo examinador. 
 Percussão: 
 Grande volume: macicez 
 Volume moderado: macicez de declive ou de 
decúbito. 
 Ausculta: 
 Incaracterística, porque não causa alteração do 
peristaltismo; 
 Às vezes pode ter alterações por compressões 
extrínsecas – muito líquido começa a comprimir o 
intestino e esse paciente começa a não ter o 
movimento peristáltico funcionando 
adequadamente. 
Síndrome de Irritação Peritoneal 
 O paciente possui algo que está irritando o 
peritônio, fazendo com que ele ande encurvado 
devido à intensidade da dor. 
 Inspeção: 
 Fáceis de dor ou apreensão, associada à flexão do 
tronco. 
 Respiração torácica rápida 
 Palpação 
 Aumento da tensão superficial 
 Contratura muscular 
 Compressão e descompressão dolorosas (Sinal de 
Blumberg positivo). 
 Percussão: 
 Dor com impedimento do ato 
 Ausculta: 
 Diminuição dos movimentos para não piorar a dor. 
Síndrome Obstrutiva 
 Algo está impedindo o trânsito intestinal do 
paciente e pode ser por fecaloma, por doença 
inflamatória intestinal, por neoplasia, por volvo 
(torção no intestino). 
 Paciente com doença de Chagas pode ter 
obstrução intestinal decorrente do megacólon, 
que pode causar volvo. 
 Por não ter como eliminar as fezes pelo reto, pode 
ocorrer vômitos com resíduos gástricos e vômitos 
fecaloides. 
 Inspeção: 
 Fácies de dor 
 Sinais de desidratação 
 Abaulamento localizado ou global 
 Ondas peristálticas visíveis 
 Palpação: 
 Tensão aumentada. 
 Nenhuma evidência de aumento visceral. 
 Pode encontrar o sinal de Gersuny (sinal de 
fecaloma), o qual encontra uma massa palpável na 
fossa ilíaca esquerda. 
 Percussão: 
 Hipertimpanismo em alguns casos, pelo excesso de 
gases. 
 Ausculta: 
 Peristaltismo de luta com posterior diminuição dos 
movimentos. 
Síndrome de aumento de órgão 
 Inspeção: 
 Aspecto normal ou de doença consumptiva (causa 
neoplásica); 
 Emagrecimento 
 Anemia 
 Febre 
 Sangramentos 
 Lesões Cutâneas 
 Abaulamento localizado ou generalizado 
 Palpação: 
 Aumento de tensão só na localização da massa ou 
em todo abdome. 
 Percussão: 
 Macicez no local do processo expansivo (órgão 
aumentado). 
 Ausculta: 
 Incaracterística, a não ser que cause uma síndrome 
obstrutiva associada. 
 OBS: OS RINS FORAM RELATADOS NO RESUMO 
DE SEMIOLOGIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO. 
33
Taciano Fontes Filho
34Taciano Fontes Filho 
 
 
 
 
 Cumpre ressaltar, de início, que uma parte dos 
pacientes com lesão renal apresenta queixas que 
não guardam relação direta com os rins ou com o 
trato urinário. 
 Surgem, então, as mais variadas manifestações, 
incluindo astenia, náuseas, vômitos, anorexia, 
anemia e irritabilidade neuromuscular. 
 
 
Alterações da micção e do volume urinário 
 Em condições normais de saúde e em clima ameno, 
uma pessoa adulta normal elimina de 700 a 2.000 
ml de urina por dia. 
 A capacidade da bexiga normal é de 400 a 600 ml e 
o indivíduo tende a esvaziá-la quando a quantidade 
de urina chega a 200 ml. 
 Oligúria: excreção de um volume de urina inferior 
(36
Taciano Fontes Filho 
 
 As principais causas são pielonefrite, cistite e 
prostatite. 
 Nas infecções crônicas, a temperatura está 
discretamente aumentada ou com elevações 
intermitentes, às vezes acompanhadas de 
calafrios. 
 O adenocarcinoma renal costuma acompanhar-se 
de febre. 
 
 
Exame dos rins 
 O exame físico do sistema urinário deve começar 
pela inspeção do abdome, dos flancos e das costas, 
com o paciente sentado. 
 Em seguida, deve-se fazer a palpação e a 
compressão dos ângulos costovertebrais. 
 A palpação dos rins é feita com o paciente em 
decúbito dorsal da seguinte maneira: enquanto 
uma das mãos procura explorar os quadrantes 
superiores do abdome, a outra mão, 
espalmada, "empurra'' o flanco correspondente 
de baixo para cima, na tentativa de trazer o rim 
para uma posição mais anterior (palpação 
bimanual). 
 Em pessoas magras, o polo inferior do rim 
direito (normal) pode ser palpado na inspiração, 
o que, geralmente, não acontece com o rim 
esquerdo. 
 
 Rins facilmente palpáveis denotam, em geral, 
aumento de volume (hidronefrose, neoplasia 
ou cistos) ou pelo fato de serem anormalmente 
móveis (ptose renal), ou, ainda, por estarem 
deslocados por neoplasias retroperitoneais. 
 Em geral, o aumento de ambos os rins decorre 
de doença policística ou de hidronefrose 
bilateral. 
 OBS: a palpação do rim esquerdo se faz no lado 
esquerdo do paciente! 
 Posteriormente, efetua-se a percussão com a face 
interna da mão fechada, chamada "punho-
percussão". 
 O aparecimento de dor à percussão (Sinal de 
Giordano positivo) sugere infecção renal, mas 
pode ser de origem musculoesquelética. 
 
 Por fim, deve ser realizada ausculta abdominal, 
que será útil na verificação de sopros abdominais 
como ocorre na estenose de artérias renais. 
Exame dos ureteres 
 Pela palpação profunda da parede abdominal 
anterior, é possível determinar dois pontos 
dolorosos quando existe infecção ou obstrução dos 
ureteres. 
Exame da Bexiga 
 A bexiga vazia não é palpável, porém pode haver 
hipersensibilidade na área suprapúbica ao se fazer 
a palpação. 
 Se houver retenção urinária, observam-se reação 
dolorosa intensa e ocorrência de um abaulamento 
no hipogástrio. 
 À palpação, observa-se massa lisa e firme na linha 
média (globo vesical) 
Exame da próstata 
 As características semiológicas a analisar são o 
tamanho, a consistência, a superfície, os 
contornos, o sulco mediano e a mobilidade da 
próstata. 
 A próstata normal é palpável na parede anterior do 
reto como uma estrutura em formato de coração 
(pirâmide invertida, maçã, pera), com a base 
voltada para cima e o vértice para baixo. 
 Seus lobos laterais são separados por um sulco 
mediano (encaixe, septo vertical ou sulco 
interlobular). 
 Em condições normais, a próstata tem o tamanho 
de uma castanha grande, é regular, simétrica, 
depressível, apresenta superfície lisa, consistência 
elástica, lembrando borracha, contornos precisos e 
é discretamente móvel. 
 
 O toque retal é indicado a partir dos 45 anos para 
homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de 
próstata antes dos 60 anos. 
Exame Físico 
37
Taciano Fontes Filho 
 
 90% dos pacientes portadores do câncer de 
próstata têm mais de 55 anos, além de ser mais 
observado em pacientes obesos. 
 
Cistite e Uretrite 
 Infecção urinária restrita à bexiga e/ou uretra, 
caracterizada por polaciúria, disúria, urgência e 
piúria. A cistite provoca desconforto e sensação 
dolorosa na região suprapúbica. 
Pielonefrite 
 Caracteriza-se pela invasão bacteriana aguda do 
rim e da pelve renal e costuma ser unilateral. 
 O aparecimento da infecção pode estar associado 
à ocorrência de algum tipo de obstrução do trato 
urinário, como hipertrofia prostática em homens, 
e obstrução ureteral pelo útero gravídico em 
mulheres. 
 Cálculos, neoplasias e malformações anatômicas 
também predispõem a infecção 
 Sintomas: febre, calafrios, dor nos flancos, 
urgência miccional, polaciúria e ardência (no final 
da urina). 
 Uma pielonefrite aguda ou uma cistite pode evoluir 
para a forma crônica, em que o paciente 
apresentará sintomas semelhantes, mas com 
predisposição a ter redução do tecido renal 
funcionante devido à formação de fibrose. 
 
 
 Consiste na associação das seguintes 
manifestações: proteinúria, hipoalbuminemia e 
edema, por alterações da permeabilidade da 
membrana basal glomerular e redução da pressão 
oncótica, seja por uma doença renal ou sistêmica. 
 Pode acompanhar-se de hiperlipidemia, 
hipercolesterolemia e além de estado de 
hipercoagulabilidade (sendo trombose venosa a 
manifestação mais comum). 
 Quando provoca uma parada cardíaca, é devido a 
um derrame pericárdico. 
 É tratada com corticoides, imunossupressores. 
 
 
 Decorre de processo inflamatório do capilar 
glomerular. 
 Do ponto de vista clínico, caracteriza-se por 
disfunção renal de início abrupto, por graus 
variáveis de hematúria, cilindros hemáticos, 
edema, hipertensão arterial, oligúria e proteinúria 
subnefrótica. 
 As causas incluem infecções bacterianas 
(estreptococcias, endocardite), deposição de 
imunocomplexos (lúpus eritematoso disseminado 
e nefropatia por IgA) e anticorpos circulantes que 
lesam a membrana basal glomerular (síndrome de 
Goodpasture). 
 Glomerulonefrite aguda: Caracteriza-se pelo 
aparecimento súbito de urina escura, hipertensão 
arterial, edema (especialmente periorbitário pela 
manhã) e azotemia. 
 Glomerulonefrite rapidamente progressiva 
(GNRP): É uma síndrome clínica caracterizada por 
perda rápida da função renal (dias a semanas), 
geralmente acompanhada de oligúria ou anúria e 
alterações urinárias características de 
glomerulonefrite (hematúria, cilindros hemáticos e 
proteinúria). 
 Glomerulonefrite Crônica: Manifesta-se de modo 
insidioso, o paciente não se queixa, e a doença é 
descoberta em exames de rotina em pacientes 
com hipertensão arterial ou que relatam apenas 
edema discreto. 
 Apresentam-se com elevação nos níveis séricos 
de ureia e creatinina, alterações do sedimento 
urinário com proteinúria e/ou hematúria. 
 É a via final comum de todas as glomerulopatias 
que evoluem para cronicidade e insuficiência 
renal terminal. 
 Quando provoca uma parada cardíaca, acontece 
por causa de uma congestão cardíaca. 
 É tratada com diuréticos. 
 
 
 Caracterizada pelo rápido declínio da taxa de 
filtração glomerular (FG), resultando em acúmulo 
no sangue de produtos do metabolismo 
nitrogenado, como a ureia e a creatinina, e 
incapacidade de manter o equilíbrio 
hidreletrolítico e acidobásico, acompanhada ou 
não de redução da diurese. 
 Dentre as causas, destacam-se os distúrbios que 
levam à redução da perfusão renal, à utilização de 
substâncias nefrotóxicas ou à participação 
associada destes e de outros fatores que lesam os 
rins. 
 Quanto à etiologia, LRA pode ser classificada em 3 
categorias: pré-renal, renal e pós-renal. 
 
 
Síndromes Infeciosas 
Síndrome Nefrótica 
Síndrome Nefrítica 
Insuficiência Renal Aguda 
Doença Renal Crônica 
38
Taciano Fontes Filho 
 
 É definida como: 
 Lesão do parênquima renal, com ou sem 
diminuição da filtração glomerular (FG), 
evidenciada por anormalidades 
histopatológicas ou por marcadores de lesão 
renal, incluindo anormalidades na composição 
do sangue ou da urina, alterações nos exames 
de imagem; 
 FG menor que 60 ml/min com ou sem lesão 
renal, por um período igual ou superior a 3 
meses. 
 A perda progressiva da função renal ocasiona o 
aparecimento de um conjunto de sinais e sintomas 
decorrentes do acúmulo de toxinas urêmicas que 
recebem a denominação de uremia, 
caracterizando-a como uma síndrome urêmica: 
 Xerose: impregnação de ureia. Pele enegrecida, 
enrugada. 
 Prurido 
 Anemia 
 Diarreia, vômitos 
 Ritmo respiratório anômalo (Respiração de 
Kussmaul, Cheyne-Stokes). 
 Fáceis renal (edema periorbital) 
 Hálito urêmico (acido) 
 
 
 Formação de concreções calculosas nos rinse vias 
urinárias. 
 Em cerca de 70 a 80% dos casos, são formadas por 
sais de cálcio (oxalato, fosfato), e os restantes 10%, 
por ácido úrico, cistina e estruvita. 
 Caso os cálculos sejam maior do que 5mm, é 
necessário fazer Litotripsia Extracorpórea por 
Ondas de Choque (LECO). 
 Litíase renal: caracterizada por dor localizada na 
região lombar ou no flanco somente ocorre se 
houver obstrução da junção ureteropélvica ou de 
um cálice renal; hematúria microscópica costuma 
ocorrer. Pode apresentar proteinúria discreta. 
 Litíase Vesical: as manifestações clínicas principais 
são disúria, urgência e interrupção brusca do jato 
urinário quando o cálculo obstrui a uretra; são 
recorrentes manifestações de cistite, obstrução e 
estase urinária crônicas. 
 
 
 A partir dos 40 anos de idade, o epitélio prostático 
periuretral inicia um crescimento lento e gradativo. 
 A maioria dos homens, em tomo dos 60 anos de 
idade, apresenta evidências palpáveis de 
hiperplasia benigna da próstata; todavia, nem 
todos apresentam manifestações obstrutivas. 
 Sintomas irritativos (fase de compensação): 
polaciúria, nictúria, urgência urinária, 
incontinência ou urgência ocasional. 
 Nas fases mais avançadas, aparecem sinais e 
sintomas indicativos de complicações por 
obstrução urinária ou pelo esforço para urinar, 
destacando-se hérnia inguinal, hemorroidas, 
anemia e insuficiência renal. 
 OBS: na HPB há o aumento da parte externa da 
próstata (de fora para dentro), enquanto que no 
Câncer de Próstata, há o aumento de dentro para 
fora, causando, inicialmente, sintomas obstrutivos. 
 
Litíase 
Hiperplasia Benigna da Próstata 
 
39
Taciano Fontes Filho 
 
 
 
Modo de instalação da doença 
 Para isso, também é importante saber a data do 
início da doença e a evolução cronológica dos 
sintomas, bem como o estado atual do enfermo. 
 Quando o sistema nervoso é comprometido 
agudamente, costuma-se afirmar que, se não foi 
por traumatismo, terá sido por distúrbio vascular. 
 Ao contrário, uma enfermidade de instalação lenta 
levanta a suspeita de processo degenerativo ou 
neoplásico. 
Antecedentes 
 Antecedentes familiares: especial ênfase deve ser 
dada às doenças musculares e 
heredodegenerativas do sistema nervoso, 
ocorridas em pessoas da família. 
 Antecedentes pessoais: 
 Condições pré-natais: Anota-se a ocorrência de 
traumatismo, toxemia gravídica, infecções, uso 
de medicamentos teratogênicos, tentativas de 
abortamento, movimentos fetais. 
 Condições do nascimento: É preciso esclarecer 
se o parto foi normal e a termo; se cesáreo, qual 
o motivo; se houve demora no trabalho do 
parto; se o fórceps foi usado; se existiu circular 
de cordão; se houve necessidade de manobra 
de reanimação ou de incubadora; o peso e a 
estatura do recém-nascido; se ocorreu icterícia, 
cianose ou palidez; se chorou ou não logo ao 
nascer. 
 Condições do desenvolvimento psicomotor: 
Apura-se como ocorreu o aleitamento; em que 
época firmou a cabeça (normal até os 4 meses), 
sentou (normal até os 7 meses), andou e falou 
(normal até os 16 meses). 
 Vacinações: Cumpre indagar sobre a vacinação 
anti poliomielite, antissarampo e outras. 
 Doenças anteriores: Viroses comuns da 
infância, meningite, traumatismo 
cranioencefálico, teníase, tuberculose, doenças 
venéreas, tripanossomíase, alcoolismo, 
carência alimentar, intoxicações acidentais ou 
profissionais, doenças iatrogênicas, 
intervenções cirúrgicas, convulsões, diabetes 
melito, hipertensão arterial, cardiopatias, 
alergia. 
 Hábitos de vida: alimentação, moradia, uso de 
bebidas alcoólicas e drogas ilícitas. 
 
 
Distúrbios da consciência 
 Entre o estado de vigília ou plena consciência e o 
estado comatoso, existem diversas fases 
intermediárias: 
 Obnubilação; 
 Sonolência; 
 Confusão mental ou delirium; 
 Estupor ou topor; 
 A consciência pode ser perdida de modo agudo e 
breve, como nas síncopes, convulsões, na 
concussão cerebral por traumatismo de crânio 
leve. 
 Para fazer a avaliação da consciência, utiliza-se a 
escala de coma de Glasgow (EG): 
 
Cefaleia 
 Pode ser motivada por causas diversas e 
apresentar-se sob diferentes tipos, de intensidade 
variável: 
 Cefaleia vascular: 
 Enxaqueca: geralmente hemicraniana 
(frontotemporal), de intensidade crescente, às 
vezes precedida por alterações visuais 
transitórias (escotomas cintilantes, 
hemianopsias, escurecimento visual), 
fotofobias, náuseas e vômitos, ou por 
parestesias fugazes. 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 2, BLOCO 2, P4 – 2021.2 
Sistema Nervoso 
 
Anamnese 
Sinais e Sintomas 
40
Taciano Fontes Filho 
 
 Cefaleia em salvas: episódios de dor muito 
intensa, de caráter pulsátil ou não pulsátil, na 
região frontotempororbitária, com períodos de 
acalmia. 
 Cefaleia da hipertensão intracraniana: Os 
sintomas associados mais comuns são náuseas e 
vômitos, diplopia, diminuição da acuidade visual, 
convulsões, alterações psíquicas que variam 
desde a apatia e indiferença até a excitação e 
agressividade. 
 Cefaleia tensional: A dor é descrita como 
constritiva, em aperto, às vezes como um peso na 
cabeça. 
Dor na face 
 Podem ocorrer diversos tipos de dor facial, mas é 
importante chamar atenção, embora pouco 
frequente, da neuralgia essencial do trigêmeo. 
 Trata-se de e uma dor extremamente intensa, 
evidenciada por meio de agulhada (como se fosse 
choque ou faísca) no território de um dos três 
ramos periféricos do V nervo craniano. 
 Esse fato obriga o paciente a não sorrir, conversar 
ou mastigar, sempre com o intuito de não mover 
os lábios. 
Tontura e Vertigem 
 Tontura é uma sensação de desequilíbrio corporal, 
uma instabilidade que pode ser do tipo rotatória 
ou não. 
 As vertigens são as tonturas do tipo rotatório 
caracterizadas pela ilusão de que o ambiente está 
se movendo ao seu redor. 
Movimentos Involuntários 
 Convulsões: as etiologias eventualmente 
detectadas e a elas relacionadas (neoplasias 
cerebrais, neurocisticercose, sequelas de 
traumatismos cranioencefálicos, sequelas de 
acidentes vasculares cerebrais etc.), os estados 
hipoglicêmicos, as intoxicações exógenas, as 
meningites, a síndrome de Stokes-Adams ou 
mesmo os episódios febris em crianças. 
 Crises epilépticas generalizadas: ocorrem 
quando as descargas afetam a maior parte do 
córtex cerebral. 
 Tônicas: se caracterizam por serem sustentadas 
e imobilizarem as articulações. 
 Clônicas: são rítmicas, alternando-se 
contrações e relaxamentos musculares em 
ritmo mais ou menos rápido. 
 Tônico-clônicas 
 Crises epilépticas parciais ou focais: ocorrem 
devido a descargas bioelétricas em locais 
restritos do encéfalo. 
 Parciais simples: não existe alteração de nível 
de consciência e de contato com o ambiente. 
 Parciais complexas: as descargas ocorrem em 
áreas nas quais existe alteração do estado de 
consciência. 
 Tetania: É uma forma particular de movimento 
involuntário e caracteriza-se por crises 
exclusivamente tônicas, quase sempre localizadas 
nas mãos e nos pés, por isso denominadas 
espasmos carpopodais. 
 Para avaliar um espasmo carpal, chamado de 
sinal de Trousseau, infla-se o manguito do 
esfigmomanômetro em um valor médio entre a 
PAS e PAD por 3 a 10 minutos. 
 A tetania ocorre nas hipocalcemias 
(hipoparatireoidismo, por exemplo) e na alcalose 
respiratória por hiperventilação. 
 Fasciculações: São contrações breves, arrítmicas e 
limitadas a um feixe muscular. 
 Acontecem em virtude da perda da inervação 
muscular, ocorrendo nas neuropatias periféricas 
e, principalmente, em doenças do corno anterior 
da medula. 
Amnésia 
 Bastante característica é a amnésia pós-
traumática, em que pode ser parcial ou total. 
Distúrbios Visuais 
 A ambliopia redução da acuidade visual e a 
amaurose é a perda total da visão. 
 Estão habitualmente na dependência de lesões 
da retina, da papila ou do nervo óptico. Podem 
também ocorrer por descolamento da retina, 
hemorragia e glaucoma. Hemianopsia: perda da visão da metade do campo 
visual, podendo ser homônima ou heterônima. 
 O defeito é por lesão do quiasma óptico 
(neoplasia da região selar, aracnoidite), 
 Diplopia: é um sintoma bastante incômodo, no 
qual a pessoa vê em dobro as imagens. 
 Ocorre nos casos de estrabismo convergente e 
divergente, uni ou bilateral, refletindo paresia ou 
paralisia de um ou mais músculos ligados aos 
movimentos dos olhos (III, IV e VI). 
Distúrbios auditivos 
 Hipoacusia ou acusia são perturbações auditivo-
deficitárias, respectivamente parcial e total, 
podendo situar-se em um ou em ambos os lados. 
 Estão relacionadas com as várias partes do 
aparelho auditivo: cerume, corpo estranho e 
atresia da orelha externa; otite, otosclerose e 
colesteatoma na orelha média; defeitos 
neurossensoriais (congênitos, presbiacusia, 
41
Taciano Fontes Filho 
 
neoplasia do ângulo pontocerebelar, síndrome 
de Méniere, traumatismo, labirintite, 
medicamentos) referentes à orelha interna. 
 O zumbido ou tinido, uni ou bilateral, constante ou 
não, deve ser encarado como um processo de 
estimulação anormal do ramo coclear do VIII nervo 
craniano. 
Náuseas e vômitos 
 Ambas as manifestações são frequentes em 
distúrbios do aparelho digestivo, nas 
labirintopatias e na enxaqueca, mas podem ser 
encontradas em doenças neurológicas, agudas ou 
crônicas, que aumentam a pressão intracraniana. 
Disfalgia 
 As principais alterações localizam-se nos nervos 
cranianos bulbares, isolados ou não, surgindo, 
então, paralisia da língua (XII) e do palato faríngeo 
(IX e X). 
Dores radiculares 
 As dores radiculares mais frequentes são as 
cervicobraquialgias, as nevralgias intercostais e as 
lombocitalgias. 
Bexiga neurogênica 
 As causas mais frequentes de bexiga neurogênica 
são a polirradiculoneurite, para as que envolvem as 
raízes sensorial e motora; poliomielite, neoplasia, 
traumatismo raquimedular, para as lesões do 
centro sacral; traumatismo raquimedular, 
infecções, neoplasia e angioma, para o 
comprometimento das vias suprassegmentares 
(ascendente e descendente), acima do centro 
reflexógeno, em nível medular. 
Distúrbio do sono 
 Constitui-se em um estado peculiar de consciência, 
diverso do coma e da anestesia, por ser fisiológico 
e periódico, isto é, espontaneamente reversível e 
recorrente. 
Distúrbios da comunicação 
 Disfonia: Consiste principalmente na alteração do 
timbre da voz, que se torna rouca ou bitonal, e 
depende da disfunção das cordas vocais por lesão 
do nervo acessório (XI par). 
 Disartria: Caracteriza-se por alteração da 
articulação da palavra falada ou fala. 
 Sobressaem: paralisia pseudobulbar (misto de 
anasalada e explosiva), parkinsonismo 
(arrastada, lenta), síndrome cerebelar 
(escandida, explosiva). Quanto à disartria por 
problemas periféricos, menciona-se a lesão dos 
nervos cranianos VII, IX, X e XII (voz fanhosa). 
 Dislalia: A fisiológica observa-se na criança até 4 
anos de idade e consiste na troca de sílabas ou 
letras; a que é acompanhada de retardo 
psicomotor, prolongando-se, em geral, até os 10 
anos de idade; a secundária a lesões do palato, 
língua, dentes, lábios e mandíbula. 
 Disritmolalia: Trata-se da perturbação do ritmo da 
fala, destacando-se: taquilalia e gagueira. 
 Dislexia: condição de natureza genética, consiste 
na dificuldade de capacitar-se para a leitura 
convencionalmente ensinada. 
 Disgrafia: Existem a disgrafia espacial ou de 
evolução, na qual não se observam distúrbios 
neurológicos, e a disgrafia secundária a problemas 
orgânicos, como o parkinsonismo (micrografia) e a 
cerebelopatia (macrografia). 
 Afasias: 
 Motora ou verbal (Afasia de Broca): há 
dificuldade de variável intensidade para 
expressar-se pela fala ou escrita e, 
habitualmente, associa-se a hemiparesia ou 
hemiplegia direita, por lesão do opérculo frontal 
e da área motora adjacente do hemisfério 
esquerdo. 
 Receptiva ou sensorial (Afasia de Wernicke): 
paciente apresenta de leve a extrema dificuldade 
para a compreensão da fala e da escrita 
desacompanhada de outro déficit motor, por 
comprometimento do giro superior e posterior 
do lobo temporal esquerdo. 
 Global: Decorrente de lesão das duas regiões 
anteriormente mencionadas. 
 Afasia de Condução: Trata-se de um tipo de 
afasia em que a maior dificuldade é a repetição 
de palavras. Embora consiga ler e falar 
razoavelmente, o paciente não é capaz de repetir 
frases que lhe são ditas. 
 Amnéstica: O paciente apresenta incapacidade 
para designar ou nomear os vocábulos ou o nome 
de objetos, conservando, contudo, sua 
finalidade. 
 Decorre de lesão de pequena área na junção 
dos lobos parietal, temporal e occipital 
esquerdos. 
 Transcortical: 
 Na sensorial existe transtorno importante da 
compreensão, com uma expressão verbal 
fluente, muitas vezes em forma de jargão 
semântico. A repetição, porém, está 
preservada. 
 Na motora, existe importante alteração da 
expressão verbal, com compreensão 
conservada e boa capacidade de repetição. 
 
 
42
Taciano Fontes Filho 
 
Distúrbios das gnosias 
 As agnosias mais importantes são para o 
reconhecimento dos sons (agnosia auditiva), da 
visão de objetos (cegueira cortical ou psíquica), 
dos objetos colocados em sua mão ao ser 
suprimida a visão (estereoagnosia), do próprio 
corpo em relação ao espaço (somatoagnosia), da 
fisionomia alheia (prosopoagnosia) ou de sua 
própria (autoprosopoagnosia). 
Distúrbios das praxias 
 Apraxia construtiva: Corresponde à perda dos 
gestos normalmente organizados, tais como: 
desenhar, modelar ou copiar modelos. 
 Apraxia ideomotora: Reflete a dificuldade ou a 
incapacidade para a execução de gestos simples, 
permanecendo inalteradas a atividade automática 
e a ideia do ato a ser realizado. 
 Apraxia ideatória: Ocorre quando diferentes 
gestos simples, realizados isoladamente, ao serem 
constituídos em um ato mais complexo, perdem ou 
reduzem a sua sequência lógica e harmoniosa. 
 Apraxia do vestir; 
 Apraxia da marcha; 
 Apraxia bucolinguofacial; 
 De modo geral, admite-se que a topografia lesional 
das apraxias situa-se nos lobos frontal e parietal do 
hemisfério dominante, mas outras regiões, tais 
como o corpo caloso, lobos temporais do mesmo 
lado ou do lado não dominante, também podem 
produzir alguns tipos de apraxia. 
 
 
Pescoço e coluna cervical 
 Carótidas: Procede-se à palpação e à ausculta de 
ambas as carótidas em separado, comparando-se a 
amplitude e averiguando se existe frêmito e/ou 
sopro. 
 Região supraclavicular: faz a ausculta, pois é nesse 
ponto que a artéria vertebral tem origem da 
subclávia. 
 Limite dos movimentos: Pede-se ao paciente que 
execute movimentos de extensão, flexão, rotação 
e lateralização da cabeça. 
 Eventual dificuldade ou limitação talvez esteja 
na dependência de doenças osteoarticulares, 
musculares, meningites, radiculopatias e 
hemorragia subaracnóidea. 
 Rigidez da nuca: Caso o movimento tenha uma 
resistência, é encontrada na meningite e na 
hemorragia subaracnóidea. 
 
 Prova de Brudzinski: acontece na meningite, em 
que a reflexão passiva do pescoço estica as raízes 
nervosas pelas meninges inflamadas, causando dor 
e movimento involuntário dos membros inferiores. 
 
Coluna Lombossacra 
 Limitação dos movimentos: solicita-se ao paciente 
executar movimentos de flexão, extensão, rotação 
e lateralização da coluna e observa-se a eventual 
existência de limitação na amplitude dos 
movimentos e em que grau. As causas são as 
mesmas citadas para a coluna cervical. 
 Provas de estiramento da raiz nervosa: são 
utilizadas para o diagnóstico de meningite, 
hemorragia subaracnóidea e radiculopatia 
ciática. 
 Prova de Lasègue: É positiva quando o paciente 
reclama de dor na face posterior do membro 
examinado, logo no início da prova (cerca de 30° 
de elevação). Pode indicar também hérnia de 
disco. 
 
 
 Prova de Kernig: Considera-se a prova positiva 
quando o paciente sente dor ao longodo trajeto 
do nervo ciático e tenta impedir o movimento. 
 
 
Exame Físico 
43
Taciano Fontes Filho 
 
Marchas ou equilíbrio dinâmico 
 Ceifante, helicópode ou hemiplégica: Aparece nos 
pacientes que apresentam hemiplegia, cuja causa 
mais comum é acidente vascular cerebral. 
 Anserina ou do pato: É encontrada em doenças 
musculares e traduz diminuição da força dos 
músculos pélvicos e das coxas. 
 Parkinsoniana; 
 Cerebelar ou de ébrio: acontece em decorrência 
de lesões do cerebelo. 
 Escarvante: Quando o doente tem paralisia do 
movimento de flexão dorsal do pé. 
 Espástica ou em terousa: é frequente nas 
manifestações espásticas da paralisia cerebral. 
 Claudicante: Ocorre na insuficiência arterial 
periférica e em lesões do aparelho locomotor. 
 De Pequenos passos: Aparece na paralisia 
pseudobulbar e na atrofia cortical da senilidade. 
 Tablética: Aparece na tabes dorsalis (neurolues), 
na mielose funicular, mielopatia vacuolar (ligada 
ao vírus HIV), mielopatia por deficiência de cobre 
após cirurgias bariátricas, nas compressões 
posteriores da medula (mielopatia cervical). 
Equilíbrio Dinâmico 
 Prova de Romberg: é positiva nas em alterações 
neurológicas, principalmente cerebelar, tendendo 
a cair para frente e nas labirintopatias, em que 
costumam tender cair para os lados. 
 Para sensibilizar esse teste, pede para o 
paciente fechar os olhos, e colocar um pé na 
frente do outro. 
 
 
Motricidade Voluntária 
 Motricidade espontânea: Solicita-se ao paciente 
executar uma série de movimentos, tais como: 
abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, 
abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e 
estender a perna e o pé. 
 Durante a execução desses movimentos, é 
importante observar se eles são realizados em 
toda a sua amplitude. 
 Nas síndromes piramidais, existe diminuição da 
velocidade dos movimentos. Nas 
extrapiramidais, como a parkinsoniana, há 
também diminuição da velocidade dos 
movimentos (roda denteada); 
 Força muscular: paciente procura fazer os mesmos 
movimentos mencionados no exame da 
motricidade espontânea, só que, desta vez, com 
oposição aplicada pelo examinador. 
 O grau da força é definido da seguinte forma: 
 Grau V: força normal 
 Grau IV: movimento completo contra a força da 
gravidade e contra certa resistência aplicada 
pelo examinador. 
 Grau III: movimento contra a força da 
gravidade. 
 Grau II: movimento completo sem a força da 
gravidade. 
 Grau I: discreta contração muscular. 
 Grau 0: nenhum movimento. 
Tônus Muscular 
 O exame do tônus é realizado com o paciente 
deitado e em completo relaxamento muscular, 
obedecendo-se à seguinte técnica: 
 Inspeção: Verifica-se a existência ou não de 
achatamento das massas musculares de 
encontro ao plano do leito. 
 Palpação das massas musculares: Averigua-se 
o grau de consistência muscular, a qual se 
mostra aumentada nas lesões motoras centrais 
e diminuída nas periféricas. 
 Movimentos passivos: Imprimem-se 
movimentos naturais de flexão e extensão nos 
membros e observam-se: 
 Passividade com resistência (tônus 
aumentado) ou aquém do normal (tônus 
diminuído). 
 Extensibilidade aumentado ou não. Fala-se 
que o tônus tá diminuído quando o calcanhar 
toca o glúteo, na flexão da perna sobre a coxa. 
 Balanço passivo: o examinador segura e balança 
o antebraço ou a perna e observa se o 
movimento da mão ou do pé é de forma normal, 
exagerado (hipotonia) ou diminuída (hipertonia). 
 Na hipotonia, observam-se achatamento das 
massas musculares no plano do leito, consistência 
muscular diminuída, passividade aumentada, 
extensibilidade aumentada. 
 É encontrada nas lesões do cerebelo, no coma 
profundo, no estado de choque do SNC, nas 
lesões das vias da sensibilidade proprioceptiva 
consciente, das pontas anteriores da medula, dos 
nervos, na coreia aguda e em algumas 
encefalopatias (mongolismo). 
44
Taciano Fontes Filho 
 
 Na hipertonia encontram-se consistência muscular 
aumentada, passividade diminuída e 
extensibilidade aumentada. 
 Está presente nas lesões das vias motoras 
piramidal e extrapiramidal. 
Coordenação 
 Coordenação adequada traduz o bom 
funcionamento de, pelo menos, 2 setores do 
sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) 
e a sensibilidade proprioceptiva. 
 A perda de coordenação é denominada ataxia, a 
qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e 
mista. 
 Para isso, faz-se os seguintes testes (que devem ser 
feitos com olhos abertos e fechados): 
 Prova dedo-nariz: 
 
 Prova calcanhar-joelho: 
 
 Prova de movimentos alternados: tais como: 
abrir e fechar a mão, movimento de supinação e 
pronação, extensão e flexão dos pés. 
 Tais movimentos denominam-se diadococinesia, e 
a capacidade de realizá-los é chamada 
eudiadococinesia. Sua dificuldade é designada 
disdiadococinesia e a incapacidade de realizá-los 
recebe o nome de adiadococinesia. 
Reflexos exteroceptivos ou superficiais: 
 Cutâneo-Plantar: a resposta normal é 
representada pela flexão dos dedos. Quando 
acontece a extensão dos dedos, constitui o sinal de 
Babinski, que indica lesão da via piramidal ou 
corticoespinal, e é normal em recém-nascidos. 
 
 Cutâneo-abdominais: A resposta normal é a 
contração dos músculos abdominais. Podem estar 
abolidos na lesão da via piramidal e, às vezes, 
mesmo na ausência de alterações do sistema 
nervoso (obesidade, pessoas idosas, multíparas). 
 
Reflexos proprioceptivos, profundos, musculares 
ou miotáticos 
 Os reflexos miotáticos fásicos podem estar: 
normais, abolidos, diminuídos, vivos ou exaltados. 
Suas alterações podem ser simétricas ou não. 
Devem ser classificados da seguinte maneira: 
 Arreflexia: 0 
 Hiporreflexia: - 
 Normorreflexia: + 
 Reflexo vivo: ++ 
 Hiper-reflexia: +++ 
 A arreflexia ou hiporreflexia são encontradas 
comumente nas lesões que interrompem o arco 
reflexo (poliomielite, polineuropatia periférica, 
miopatia), e a hiper-reflexia nas lesões da via 
piramidal (acidente vascular cerebral, neoplasia, 
doença desmielinizante, traumatismo). 
 Os reflexos testados são: 
 Triciptal: 
 
 Biciptal: 
 
 Pronador: 
 
 Supinador: 
 
45
Taciano Fontes Filho 
 
 Flexor dos dedos: 
 
 
 Patelar: 
 
 Aquileu: 
 
Reflexo de Automatismo ou de defesa 
 Representa reação normal de retirada do membro 
a um estímulo nociceptivo, habitualmente aplicado 
no pé. 
 Em condições normais, o membro estimulado 
permanece na mesma posição ou apresenta 
discreta retirada, caso o estímulo seja muito forte. 
 A resposta anormal é uma resposta exagerada, 
representada pela flexão do pé sobre a perna, 
desta sobre a coxa e da coxa sobre a bacia. 
 É encontrada na lesão piramidal, especialmente 
de nível medular. 
Sensibilidade Superficial 
 Tátil: 
 
 Dolorosa: 
 
 
 
 Térmica: 
 
Sensibilidade Profunda 
 Vibratória (palestesia): 
 
 Cinético-postural (batiestesia): 
 
 Pressão (barestesia): é verificada mediante 
compressão digital ou manual em qualquer parte 
do corpo, especialmente de massas musculares. 
 Dolorosa profunda: é avaliada mediante 
compressão moderada de massas musculares e 
tendões, o que, normalmente, não desperta dor. 
Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites 
e miosites. 
Estereognosia 
 Significa a capacidade de reconhecer um objeto 
com a mão sem o auxílio da visão. 
 Quando se perde essa função, diz-se astereognosia 
ou agnosia tátil, indicativa de lesão do lobo parietal 
contralateral. 
Grafestesia 
 Significa sentido pelo qual se reconhece o que se 
escreve na mão, podendo ser letras, números ou 
objetos sem o auxílio da visão. 
 
 
 
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Taciano Fontes Filho 
 
 
Nervo Olfatório (I) 
 No exame da olfação, empregam -se substâncias 
com odores conhecidos: café, canela, cravo, 
tabaco, álcool etc. 
 Hiposmia e anosmia dependem de distúrbios 
neurológicos, como sífilis nervosa, fratura do andar 
anterior da base do crânio e neoplasia da goteira 
olfatória.Nervo óptico (II) 
 Acuidade visual: Pede-se ao paciente que diga o 
que vê na tabela de Snellen, ou na própria sala de 
exame (na parede, na mesa), obedecendo uma 
distância de 5 metros. 
 
 Campo visual: As alterações campimétricas 
causadas por neoplasias, infecções e 
desmielinização são anotadas em relação ao 
campo visual, e não à retina. 
 
 Fundoscopia: Com o uso do oftalmoscópio, podem 
ser reconhecidos o tecido nervoso (retina e papila 
óptica) e os vasos (artérias, veias e capilares). 
 Entre as alterações que podem ser encontradas, 
destacam-se: a palidez da papila, a qual significa 
atrofia do nervo óptico; a estase bilateral da 
papila, que traduz hipertensão intracraniana, e as 
modificações das arteríolas, que aparecem na 
hipertensão arterial. 
 
Nervo Oculomotor (III), Nervo Troclear (IV) e 
nervo abducente (VI) 
 Motilidade extrínseca: O exame é feito em cada 
olho separadamente e, depois, simultaneamente, 
da seguinte maneira: estando o paciente com a 
cabeça imóvel, o examinador solicita a ele que 
desloque os olhos nos sentidos horizontal e 
vertical. 
 As causas mais frequentes de lesões dos nervos 
oculomotores são traumatismos, diabetes 
melito, aneurisma intracraniano, hipertensão 
intracraniana e neoplasias da região selar. 
 
 
 Estrabismo: é um desvio do olho de seu eixo 
normal, por paresia de algum dos músculos ou 
paralisia de seu antagonista, que pode ser 
horirontal (convergente ou divergente) ou 
vertical (superior ou inferior). 
 
 
Nervos Cranianos 
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Taciano Fontes Filho 
 
 Motilidade intrínseca: O exame da pupila é feito 
em seguida, analisando o seu diâmetro (2-4mm), 
sua forma (circular) e posição (centrada), assim 
como o seu reflexo. 
 A irregularidade do contorno pupilar é chamada 
discoria; quando o diâmetro se acha aumentado, 
fala-se em midríase; o contrário, miose; a 
igualdade de diâmetros denomina-se isocoria; e 
a desigualdade, anisocoria. 
 O examinador incide o feixe de luz em uma pupila 
e observa a resposta nos dois lados. Chama-se 
reflexo fotomotor direto a contração da pupila na 
qual se fez o estímulo, e de reflexo fotomotor 
consensual a contração da pupila oposta. 
 
Nervo trigêmeo (V) 
 Raiz motora: representada pelo nervo mastigador, 
que inerva os músculos destinados à mastigação 
(temporal, masseter e pterigóideos). 
 No exame físico, avalia se o paciente tem 
dificuldade em abrir a boca, trincar os dentes ou 
lateralizar a mandíbula. 
 Raízes sensoriais: compreendem os nervos 
oftálmico (I), maxilar (II) e mandibular (III). 
 O exame é feito com uma mecha de algodão, 
que roça na pele do rosto do paciente. 
 Além disso, faz-se o reflexo córneo-palpebral, 
no qual usa uma mecha de algodão que toca 
suavemente entre a esclerótica e a córnea, 
avaliando se existe a contração orbicular das 
pálpebras. 
 As alterações do trigêmeo podem ser 
consequência de herpes-zóster, traumatismo e 
neoplasias. 
Nervo Facial (VII) 
 Para fazer o exame do nervo facial, solicita-se ao 
paciente enrugar a testa, franzir os supercílios, 
fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a 
boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma 
ou músculo cutilar do pescoço. 
 Na paralisia unilateral, observam-se lagoftalmia (o 
olho permanece sempre aberto); ausência do ato 
de piscar; epífora (lacrimejamento); desvio da boca 
para o lado normal, sobretudo quando se pede ao 
paciente que mostre os dentes ou abra 
amplamente a boca, e incapacidade para contrair 
o platisma, assobiar e manter a boca inflada. 
 A paralisia da face se chama prosopoplegia e, 
quando bilateral, fala-se em diplegia facial. 
 Admite-se, atualmente, que essas paralisias sejam 
provocadas por infecções virais, acompanhadas de 
reação edematosa do nervo. Outras causas 
incluem o diabetes melito, as neoplasias, a otite 
média, os traumatismos, o herpes-zóster e a 
hanseníase. 
 
Nervo vestíbulococlear (VIII) 
 Raiz coclear: é avaliada pelos seguintes dados e 
manobras: 
 Diminuição gradativa da intensidade da voz 
natural. 
 Voz cochichada. 
 Atrito suave das polpas digitais próximo ao 
ouvido. 
 Prova de Rinne: consiste em aplicar o diapasão 
na região mastoide. Quando o paciente deixar 
de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho 
próximo ao conduto auditivo. 
 Em condições normais, o paciente acusa a 
percepção do som (Rinne positivo). 
 Transmissão óssea mais prolongada que a 
aérea (Rinne negativo) significa deficiência 
auditiva de condução. 
 Prova de Weber: Busca comparar a 
condutividade óssea (CO) de ambas as orelhas 
e determinar se a perda auditiva tem origem 
neural ou condutiva. 
 Quando se lateraliza mais para um lado, este 
pode apresentar alguma alteração. Para 
diferenciar se essa alteração é de origem 
neural ou condutiva, faz-se a prova de Rinne. 
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 Raiz Vestibular: é reconhecível pela anamnese, 
quando as queixas do paciente incluem estado 
vertiginoso, náuseas, vômitos e desequilíbrio. 
 A investigação da raiz vestibular compreende a 
pesquisa de nistagmo, desvio lateral durante a 
marcha, desvio postural, sinal de Romberg e 
provas calórica e rotatória. 
 Manobra de Dix-Hallpike: Em pacientes com 
vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), 
o nistagmo geralmente aparece com uma 
latência de alguns segundos e dura menos de 30 
segundos. Depois de parar e o paciente se 
sentar, o nistagmo voltará a ocorrer, mas na 
direção oposta. 
 
 
Nervo glossofaríngeo (IX) e nervo vago (X) 
 Na lesão unilateral do IX e do X nervos, observam-
se: desvio do véu palatino para o lado normal, 
quando o paciente pronuncia as vogais a ou e; 
desvio da parede posterior da faringe para o lado 
normal (sinal da cortina) pela cuidadosa 
estimulação; disfagia com regurgitação de líquidos 
pelo nariz, e diminuição ou abolição do reflexo 
velopalatino. 
 A lesão isolada do X nervo, a qual envolve apenas 
o ramo laríngeo, determina considerável disfonia. 
 As causas mais frequentes de lesão dos nervos IX e 
X, ou de seus ramos, são: neuropatia diftérica, 
neoplasia do mediastino, esclerose lateral 
amiotrófica, siringobulbia e traumatismo. 
Nervo acessório (XI) 
 Inerva os músculos esternocleidomastóideo e a 
porção superior do trapézio. 
 A lesão do acessório por traumatismo, esclerose 
lateral amiotrófica ou siringomielia tem como 
consequência atrofia desses músculos, deficiência 
na elevação do ombro (trapézio) e na rotação da 
cabeça para o lado oposto 
(esternocleidomastóideo) do músculo 
comprometido. 
Nervo Hipoglosso (XII) 
 Investiga-se o hipoglosso pela inspeção da língua 
(no interior da boca ou exteriorizada), 
movimentando-a para todos os lados, forçando-a 
de modo que vá de encontro à bochecha e, por fim, 
palpando-a, para avaliação de sua consistência. 
 Nas lesões unilaterais do hipoglosso, observam-se 
atrofia e fasciculação na metade comprometida. 
Ao ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia 
para o lado da lesão. 
 Nas lesões bilaterais, as manifestações 
compreendem atrofia, fasciculação, paralisia, 
acentuada disartria e dificuldade para mastigar e 
deglutir. 
 
 
 Abrange simples perguntas quanto à orientação 
temporoespacial, memória e linguagem, que serão 
pontuadas no seguinte questionário: 
 
 Consideram-se normais valores de 27 a 30 pontos; 
24 a 27 pontos é um valor tolerado como normal; 
abaixo de 23 caracteriza o comprometimento do 
estado mental. Deve-se levar em conta o nível de 
escolaridade da pessoa examinada. 
 
 
Síndromes Piramidais 
 O trato piramidal é formado por: 
Avaliação do estado mental 
Síndromes Neurológicas 
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 Trato corticoespinal anterior (10-25%): 
motricidade axial e proximal dos membros em 
ambos os lados do corpo. 
 Trato corticosespinal lateral (75-90%): 
motricidade distal, responsável pelos 
movimentos finos e delicados. 
 Síndrome do Primeiro Neurônio Motor: 
 São lesões centrais. 
 Sinais deficitários (Fase Inicial): 
 Perda ou diminuição damotricidade, 
acometendo globalmente os membros; 
 Diminuição ou abolição do reflexo cutâneo 
abdominal ou cremastérico; 
 Atrofia muscular; 
 Sinais de liberação (Fase Tardia): 
 Sincinesias; 
 Sinal de Babinski; 
 Exagero do reflexo de automatismo ou de 
defesa; 
 Hiper-reflexia profunda ou sinreflexia; 
 Espasticidade; 
 Síndrome do Segundo Neurônio Motor 
 São lesões periféricas: 
 Paralisias: são segmentares e assimétricas, 
interessando o grupo muscular inervado pelos 
neurônios lesados. 
 Hipotonia; 
 Arreflexia superficial e profunda; 
 Fasciculações; 
 Atrofia; 
 As síndromes do segundo neurônio motor se 
dividem em: 
 Mononeuropatia: envolvimento focal do 
tronco nervoso único, por trauma ou 
compressão. Por ex.: Neuropatia do N. ulnar, do 
N. mediano na Síndrome do Túnel do Carpo. 
 Mononeuropatia Múltipla: envolvimento 
simultâneo ou sequencial de troncos nervosos 
individuais e não contíguos: 
 Axonal: vasculites; 
 Desmielinizante: com bloqueio de condução 
focal. Exemplo: diabetes – neuropatia 
diabética. 
 Mista 
 Polineuropatias: 
 Axonal: 
a. Aguda: evolui em dias. Exemplos: porfiria, 
intoxicação por tálio. 
b. Subaguda: evolui em semanas a meses. 
Exemplo: toxinas, doenças sistêmicas. 
c. Crônica: evolui em anos (rever a história 
familiar, examinar membros da família). 
 Dedmielinizante: 
a. Lentificação uniforme crônica: revisar história 
familiar. 
b. Lentificação não uniforme e com bloqueio de 
condução: Se agudo: Polineuropatia 
desmielinizante inflamatória aguda (Síndrome 
de Guillain Barré); Se crônico: Polineuropatia 
desmielinizante inflamatória crônica. 
c. Mista 
Síndromes Extrapiramidais 
 Síndrome Hipertônico-Hipocinético: 
 Leva à: 
 Redução da atividade espontânea e dos 
movimentos associados. 
 Aumento do tônus muscular e dos movimentos 
involuntários. 
 Sítio da lesão → globo pálido e substância 
negra. Ex.: síndrome Parkinsoniano. 
 Síndrome Parkinsoniano: 
 Doença neurodegenerativa progressa e crônica 
que se manifesta pela tétrade bradicinesia: 
rigidez, tremor de repouso e instabilidade 
postural. 
 Causa: tremor de repouso; sensações vagas e 
inespecíficas de fraqueza, amortecimento ou 
dor; fadiga; perda de peso; aumento da fenda 
palpebral, marcha lentificada, mímica fácial 
pobre, fala monótona, etc. 
 Síndrome Hipotônica-Hipercinética: 
 Leva à: 
 Movimentos irregulares e involuntários de 
localização variável. 
 Intervalo reduzido de tônus muscular de 
repouso. Sítio da lesão – putâmen e núcleo 
caudado. Ex.: coreia, atetose, balismo e 
distonias. 
 Coreia: apresenta movimentos breves, 
involuntários, bruscos, arrítmicos, desordenados. 
 A mais comum é a coreia de Sydenham – 
acomete principalmente crianças em idade 
escolar eraramente vista em pacientes com 
mais de 40 anos. 
Síndrome Cerebelar 
 É constituída de alterações da coordenação e do 
tônus muscular. 
 As principais causas da síndrome cerebelar são: 
neoplasias, infecções, distúrbios vasculares 
(isquemia, hemorragia), intoxicações exógenas 
(álcool), uso de medicamentos (hidantoinato, 
piperazina), doença desmielinizante (esclerose 
múltipla), doenças heredodegenerativas e 
traumatismos. 
50
Taciano Fontes Filho 
 
 Os sinais e sintomas que constituem essa síndrome 
são: 
 Alterações dos movimentos ativos (ataxia): 
 Dismetria: verificável pelas provas dedo-nariz, 
calcanhar-joelho e das linhas horizontais. 
 Dis ou adiadococinesia; 
 Tremor; 
 Dis ou assinergia 
 Disartria; 
 Disgrafia; 
 Distúrbios dos movimentos oculares; 
 Disbasia: marcha cerebelar 
 Alterações do tônus (hipotonia): 
 Exagero do balanço das extremidades distais 
dos membros; 
 Aumento da passividade; 
 Aumento da extensibilidade; 
 Reflexos patelar e tricipital pendulares. 
 Sinal de Romberg pode ser positivo. 
Síndrome da Hipertensão Intercraniana 
 Quando a evolução é gradual, caracteriza-se pelos 
sintomas mencionados a seguir: 
 Cefaleia com piora progressiva; 
 Vômitos: pela manhã e sem náusea, por 
irritação dos centros eméticos bulbares; 
 Vertigens: em neoplasias de fossa posterior; 
 Edema de papila; 
 Diplopia; 
 Distúrbios do VI Par Craniano; 
 Distúrbios psíquicos: apatia, irritabilidade; 
 Tríade de Cushing: bradicardia, HAS e 
insuficiência respiratória; 
Síndromes Medulares 
 Síndrome Medular Posterior: 
 É causado por marcha de Tabes Dorsalis, ataxia de 
Friedreich e Degeneração subaguda de medula. 
 O paciente vai apresentar os seguintes sinais e 
sintomas: 
 Disbasia ataxo-talonante; 
 Aumento da base de sustentação; 
 Prova de Romberg positiva; 
 Ataxia sensitiva 
 Hipotonia bem evidente; 
 Abolição dos reflexos profundos; 
 Abolição da sensibilidade vibratória, cinético-
postural e tátil-epicrítica. 
 Síndrome Medular Central: 
 Causado por seringomielia, neoplasia medular, 
infarto medular hipotensivo e trauma 
raquimedular. 
 O paciente vai apresentar os seguintes sinais e 
sintomas: 
 Fraqueza do Neurônio Motor inferior em braços 
(mais comuns). 
 Fraqueza variável de membros inferiores e 
espasticidade. 
 Dor severa importante e hiperpatia. 
 Perda espinotalâmica em braços. 
 Disfunção esfincteriana e retenção urinária. 
 Síndrome Medular Anterior 
 Normalmente causado por traumas ou por infarto 
da artéria espinal anterior, que causa perda do 
espinotalâmica bilateral, mas preserva a 
sensibilidade em coluna posterior. 
 Pode levar à: 
 Lesão de neurônio motor superior abaixo do 
nível da lesão: Sinais da síndrome do primeiro 
neurônio motor. 
 Lesão de neurônio motor inferior ao nível da 
lesão: Sinais da síndrome do segundo neurônio 
motor. 
 Disfunção esficteriana. 
 
 
 
51
Taciano Fontes Filho 
 
 
 
Com relação à idade 
 Febre reumática, dos 5 aos 15 anos; 
 Doença reumatoide, dos 20 aos 40 anos; 
 Lúpus eritematoso sistêmico, entre 20 e 40 anos; 
 Gota, após a quinta década. 
Quanto ao sexo 
 Sexo Feminino: é mais frequente o lúpus 
eritematoso disseminado, a doença reumatoide, a 
esclerose sistêmica progressiva, os nódulos de 
Heberden e a osteoporose. 
 Sexo Masculino: é predominante a espondilite 
anquilosante, a gota e a poliarterite nodosa. 
 Não se deve esquecer, contudo, que algumas 
doenças reumáticas não apresentam preferência 
quanto ao sexo, como é o caso da moléstia 
reumática, das artroses em geral e da 
lombociatalgia. 
Quanto a ocupação do paciente 
 Lavadeiras: síndrome do túnel do carpo; 
 Digitadores: tendinite do ombro; 
 Tenistas: epicondilite; 
 Pessoas que se mantém por longos períodos 
sentadas ou trabalham com má postura: 
lombalgia; 
História da doença atual 
 Duração da queixa articular: menos de 1 mês na 
febre reumática, podendo durar anos na doença 
reumatoide. 
 Modo de início: insidioso na doença reumatoide e 
abrupto na gota e na bursite. 
 Presença de sinais e sintomas: 
 Dor, calor, rubor e edema, nos processos 
reumáticos em atividade. 
 Crepitação ou estalidos nos processos 
degenerativos. 
 Apenas artralgias na maioria das colagenoses. 
 Dor: pode ser aguda (gota, bursite), surda 
(artrose), localizada (doença reumatoide) e com 
irradiação para o trajeto do nervo comprometido 
(cervicobraquialgia ou lombociatalgia). 
 Rigidez pós-repouso: reumatismos de natureza 
inflamatória persiste durante horas e degenerativa 
(artroses), cede rapidamente. 
 Manifestações sistêmicas: febre, anorexia, perda 
de peso, fraqueza. 
 Tratamentos realizados; 
 Evolução; 
 Comprometimento extra-articular; 
 Antecedentes pessoais e familiares; 
 
 
 A avaliação clínica deve ser feita com o paciente 
nas posições de pé, sentado e deitado, com boa 
iluminação e as áreas a serem examinadas 
descobertas. 
Inspeção 
 A marcha do paciente pode estar alterada quando 
há deformidades, como varismo ou valgismo dos 
joelhos, lesões dos tornozelos ou desvio lateral da 
coluna vertebral. 
 Às vezes, detecta-se aumento de um segmento 
ósseo, como o alargamento da6
Taciano Fontes Filho 
 
 Evolução 
 Situação atual 
 Interrogatório sintomatológico: é um 
complemento da história da doença atual. O 
interrogatório sintomatológico documenta a 
existência ou ausência de sintomas comuns 
relacionados com cada um dos principais sistemas 
corporais. 
 É comum o paciente não relatar um ou vários 
sintomas durante a elaboração da história da 
doença atual. Simples esquecimento ou medo 
inconsciente de determinados diagnósticos 
podem levar o paciente a não se referir a 
padecimentos de valor crucial para chegar a um 
diagnóstico. 
 Outra importante função do interrogatório 
sintomatológico é avaliar práticas de promoção à 
saúde. 
 Sistematização do interrogatório 
sintomatológico: 
- Sintomas gerais; - Pele e fâneros; 
- Abdome; - Tórax; 
- Sist. Geniturinário; - Sist. endócrino 
- Sist. Hemolinfopoiético; - Músculos 
- Coluna vertebral, ossos, articulações e 
extremidades; 
- Artérias, veias, linfáticos e microcirculação; 
- Sistema Nervoso 
- Exame psíquico e avaliação das condições 
emocionais. 
 Antecedentes pessoais e familiares: considera-se 
avaliação do estado de saúde passado e presente 
do paciente, conhecendo fatores pessoais e 
familiares que influenciam seu processo saúde-
doença. 
 A avaliação dos antecedentes pessoais 
fisiológicos inclui os seguintes itens: gestação e 
nascimento, desenvolvimento psicomotor e 
neural e desenvolvimento sexual. 
 A avaliação dos antecedentes pessoais 
patológicos compreende os seguintes itens: 
doenças sofridas pelo paciente, alergia, cirurgias, 
traumatismo, transfusões sanguíneas, história 
obstétrica, vacinas e medicamentos em uso. 
 Hábitos e estilo de vida: documenta hábitos e 
estilo de vida do paciente e está desdobrado nos 
seguintes tópicos: alimentação, ocupação atual e 
anteriores, atividades físicas e hábitos. 
 Condições socioeconômicas e culturais: As 
condições socioeconômicas e culturais avaliam a 
situação financeira, vínculos afetivos familiares, 
filiação religiosa e crenças espirituais do paciente, 
bem como condições de moradia e grau de 
escolaridade. 
 
 
Características semiológicas da dor 
 Todo paciente deve ser sistematicamente avaliado, 
levando-se em consideração as 10 características 
semiológicas da dor: 
1. Localização: Refere-se à região onde o paciente 
sente a dor. Também é relevante a avaliação da 
sensibilidade na área de distribuição da dor e 
adjacências. *A hipoestesia é evocada de dor 
neuropática, tendo queimação e formigamento 
(disestesia). 
2. Irradiação: A dor pode ser irradiada ou referida. 
O reconhecimento da localização inicial da dor e 
de sua irradiação pode indicar a estrutura 
nervosa comprometida. 
3. Qualidade ou Caráter: descrição da dor com 
relação ao tipo de sensação e emoção ela lhe traz. 
Pode ser: espontânea e/ou evocada (alodínia, 
hiperpatia, hiperalgesia). A dor espontânea pode 
ainda ser constante ou intermitente 
(esporádica). 
 Alodínia: é uma sensação desagradável, 
dolorosa, provocada pela estimulação tátil, 
sobretudo se repetitiva, de uma área com limiar 
aumentado de excitabilidade. 
 Hiperpatia: é uma sensação de dor maior que o 
comum, provocada pela estimulação nóxica, 
sobretudo a repetitiva, de uma área com limiar 
de excitabilidade aumentado. 
 Hiperalgesia: é a resposta exagerada aos 
estímulos aplicados em uma região que está 
com reduzido limiar de excitabilidade, que pode 
se manifestar sob a forma de dor a estímulos 
inócuos ou de dor intensa a estímulos leves ou 
moderadamente nóxicos. 
4. Intensidade: Resulta da interpretação global dos 
seus aspectos sensoriais, emocionais e culturais. 
Para a sua medição utiliza-se a escala analógica 
visual, que vai de 0 a 10, sendo 10 a pior dor que 
o paciente já sentiu. 
5. Duração: calcula-se a duração de acordo com o 
tempo transcorrido entre seu início e o momento 
da anamnese. 
6. Evolução: revela a maneira como a dor evoluiu, 
desde o seu início até o momento da anamnese. 
7. Relação com funções orgânicas: é avaliada de 
acordo com a localização da dor e os órgãos e 
estruturas situados na mesma área. 
Dor 
7
Taciano Fontes Filho 
 
8. Fatores desencadeantes ou agravantes: São os 
fatores que desencadeiam a dor, em sua 
ausência, ou que a agravam, se estiverem 
presentes. 
9. Fatores atenuantes: São aqueles que aliviam a 
dor, como algumas funções orgânicas, posturas 
ou atitudes que resguardam a estrutura ou órgão 
onde esta é originada. Pode ser medicamentos, 
fisioterapia, distração, ambiente apropriado, 
procedimentos cirúrgicos, etc. 
10. Manifestações concomitantes: manifestações 
neurovegetativas, que se devem à estimulação 
do sistema nervoso autônomo pelos impulsos 
dolorosos, incluindo sudorese, palidez, 
taquicardia, hipertensão arterial, mal-estar, 
náuseas e vômitos. 
 
8
Taciano Fontes Filho 
 
 
 
 O paciente deve ser examinado nas posições de 
decúbito, sentada, de pé e andando, seguindo a 
forma que deixe o paciente mais confortável. 
Avaliação do estado geral 
 É uma avaliação subjetiva do que aparenta o 
paciente, visto em sua totalidade. Para descrever a 
impressão obtida, usa-se a seguinte nomenclatura: 
 Estado geral bom (EGB); 
 Estado geral regular (EGR); 
 Estado geral comprometido (EGC). 
 Tem utilidade prática, principalmente para se 
compreender até que ponto a doença atingiu o 
organismo visto como um todo. 
Avaliação do nível de consciência 
 Implica na avaliação neurológica e psiquiátrica. 
 A percepção consciente do mundo exterior e de si 
mesmo caracteriza o estado de vigília. 
 Entre o estado de vigília e o estado de coma grau 
IV, é possível distinguir diversas fases 
intermediárias em uma graduação cujo principal 
elemento indicativo é o nível de consciência. 
 Obnubilado é quando o paciente apresenta apenas 
distúrbios de ideação e certa confusão mental. 
 Para o exame do nível da consciência, deve-se 
considerar os seguintes fatores: 
 Perceptividade: capacidade para responder a 
perguntas simples (p. ex., "Como vai?") ou 
informar aspectos corriqueiros. 
 Reatividade: capacidade de reagir a estímulos 
inespecíficos, como a dor ou pressão. 
 Deglutição: capacidade de levar alimentos à 
boca e degluti-los 
 Reflexos: resposta às manobras de alguns 
reflexos tendinosos (p. ex., patelar), plantares, 
cutâneos, abdominais e pupilares. 
Fala e linguagem 
 As alterações da fala classificam-se da seguinte 
maneira: 
 Normal; 
 Disfonia ou afonia: alteração no timbre da voz, 
tornando-se rouca, fanhosa ou bitonal; 
 Dislalia: alterações menores da fala, como 
trocar letras nas palavras. Disritmolalia, 
compreende distúrbios no ritmo da fala, tais 
como a gagueira e a taquilalia. 
 Disartria: decorre de alterações nos músculos 
da fonação: incoordenação cerebral (voz 
arrastada, escandida), hipertonia no 
parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou 
perda do controle piramidal (paralisia 
pseudobulbar). 
 Disfasia: perturbação na elaboração cortical da 
fala. Pode ser de recepção ou sensorial (o 
paciente não entende o que se diz a ele), ou de 
expressão ou motora (o paciente entende, mas 
não consegue se expressar), ou ainda do tipo 
misto, que é, aliás, o mais frequente. 
 Outros distúrbios: retardo do desenvolvimento 
da fala, a disgrafia e a dislexia. 
Avaliação do estado de hidratação 
 É avaliado tendo-se em conta os seguintes 
parâmetros: 
 Alteração abrupta do peso; 
 Alterações da pele quanto a umidade, 
elasticidade e turgor; 
 Alterações das mucosas quanto à umidade; 
 Fontanelas (em crianças) 
 Alterações oculares; 
 Estado geral. 
 Um paciente estará normalmente hidratado 
quando a oferta de líquidos e eletrólitos estiver de 
acordo com as necessidades do organismo e 
quando não houver perdas extras (diarreia, 
vômitos, febre, taquipneia, sudorese excessiva), 
sem reposição adequada. 
Peso 
 IMC: P/A2 
 Baixo peso: IMC menor do que 19,99 kg/m2 
 Normal: IMC de 20 a 24,99 kg/m2 
 Sobrepeso: IMC de 25 a 29,99 kg/m2caixa craniana na 
doença de Paget, em algumas neoplasias ou em 
infecções, como a paracoccidioidomicose. 
Palpação 
 O aumento de volume deve ser definido na 
palpação, quanto às suas características de 
consistência, formato, localização, tamanho e 
relação com os tecidos moles. 
 Sinais flogísticos (edema, calor, rubor) na área 
correspondente ao osso afetado podem sugerir 
osteomielite. 
 A ocorrência de fístulas no segmento afetado 
indica um processo infeccioso crônico, como 
tuberculose, sífilis ou micose. 
 A presença de crepitação é sugestiva de fratura, 
podendo ser traumática ou patológica. 
 Quando é no osso subcondral, no nível de uma 
articulação, é característica de osteoartrose. 
 
 
 As síndromes dolorosas (cervicalgia, dorsalgia e 
lombociatalgia) podem ser relacionadas com 
alterações posturais, desvios da coluna e 
diferentes afecções que comprometem a coluna 
vertebral (degeneração discal, hérnia de disco, 
artrose, artrite reumatoide, espondilite 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 3, BLOCO 2, P4 – 2021.2 
Sistema Osteolocomotor 
Anamnese 
Ossos 
Coluna Vertebral 
52
Taciano Fontes Filho 
 
anquilosante, osteoporose, estenose do canal 
medular, tuberculose vertebral, neoplasias, 
espondilolistese, fraturas), mas, também, podem 
decorrer de afecções de estruturas extratorácicas 
ou abdominais, bem como de obesidade e tensão 
nervosa. 
Inspeção 
 Com o paciente de pé, ereto, deve-se observar o 
perfil da coluna vertebral. São normais as curvas 
cervical, torácica e lombar. 
 Além dessa posição, deve-se solicitar ao paciente 
que se incline para frente, flexionando o tronco 
tanto quanto possível com os joelhos estendidos. 
 Essa posição e essa manobra é conhecida como 
Teste de Adams e permite reconhecer com 
facilidade a presença de escoliose. 
 
 No Teste da Flexão Global, o paciente tem que ter 
pelo menos uma flexibilidade que seja aceitável, 
como conseguir pegar algo do chão, algo que é 
complicado para quem tem espondilite 
anquilosante. 
 Junto com esse teste, pode ser feito o Teste de 
Schober, em que faz a medição da distância 
entre as cristas ilíacas, e compara com o valor 
encontrado do paciente em posição ereta e em 
flexão. É positivo quando a distância entre os 
pontos é menor que 5cm. 
 
 Completa-se o exame solicitando-se ao paciente 
que faça movimentos de extensão, rotação e 
lateralidade, observando se existem possíveis 
limitações ou presença de dor ao executar esses 
movimentos. 
Palpação 
 Devem ser palpadas as massas musculares, 
principalmente as da goteira vertebral, procurando 
hipertrofias e retificação da coluna. 
 A palpação das apófises espinhosas e dos espaços 
intervertebrais é também fundamental nas 
afecções inflamatórias e compressivas, pois 
acarreta dor. 
 Deve ser realizada com delicadeza, podendo 
despertar dor intensa, como nos casos de hérnia 
discal. 
Testes Especiais (Manobras Sacroilíacas) 
 Teste de Volkmann: O paciente deve estar deitado 
e o examinador faz compressão nas cristas ilíacas 
anteriores. O teste é positivo se o paciente sentir 
dor. 
 
 Teste de Patrick-Febere: O paciente faz “um 4” 
com as pernas e o examinador vai com uma mão 
afastando o joelho, enquanto a outra mão afasta a 
espinha ilíaca contralateral. Esse teste é positivo se 
causar dor, comum na espondilite anquilosante 
 
 Teste de Thomas: O examinador pede para o 
paciente abraçar o joelho, fazendo uma pequena 
elevação na perna contralateral, isso é o normal. 
Quando existe uma inflamação nessa crista ilíaca, 
essa elevação é muito maior, porque causa dor. 
Então, nesse caso, Teste de Thomas positivo 
 
Reflexos 
 Nos casos de compressão radicular, como ocorre 
nas hérnias discais, podem estar diminuídos ou 
abolidos: 
 Biciptal: integridade de C5 
 Braquirradial: integridade de C6 
 Tricipital: integridade de C7 
 Patelar: integridade de L4 
 Patelar e aquileu: integridade de L5 e S1 
Testes de compressão 
 Estreitamento do forame de conjugação: 
 Teste de Valsava: acarreta aumento da pressão 
intratecal. Se houver afecção expansiva ou 
53
Taciano Fontes Filho 
 
compressiva (neoplasias, hérnia discal), o 
paciente relata dor ao fazer a manobra. 
 Sinal de Lasègue: Se houver compressão, 
ocorre dor até 30° sugerem hérnia discal. 
 Sinal de Bragard: consiste na dorsiflexão do pé 
quando o membro estiver elevado, provocando 
exacerbação da dor, sensibilizando o Sinal de 
Lasègue. 
 Pressão sobre as superfícies articulares: 
 Para sua avaliação, faz-se a Manobra de 
Spurling, na qual deve-se pressionar para baixo 
a cabeça do paciente, que deve, de preferência, 
permanecer sentado. 
 
 
Inspeção 
 O examinador deve sempre comparar articulações 
homólogas. 
 Procura-se reconhecer aumento de volume, rubor, 
atrofia, desalinhamento articular, deformidades, 
fístulas e nódulos. 
 O aumento do volume de uma articulação pode 
ser decorrente de várias causas, como edema das 
partes moles, excesso de líquido sinovial, 
espessamento da membrana sinovial, crescimento 
ósseo (osteófitos, periostite, exostose) e depósitos 
de uratos ou cálcio. 
 O desalinhamento articular pode ser a causa de 
uma artropatia degenerativa, como acontece nos 
casos de geno valgo ou varo, ou decorrência do 
comprometimento articular, como se observa na 
doença reumatoide. 
 Pode haver atrofia dos interósseos das mãos e dos 
pés nos casos de doença reumatoide, atrofia do 
quadríceps na artrite ou nas lesões meniscais e 
ligamentares dos joelhos e assim por diante. 
 Sinais inflamatórios, como edema, calor, rubor e 
impotência funcional, indicam a existência de 
artrite, sendo este achado muito importante no 
diagnóstico das afecções reumáticas. 
 A modificação das estruturas circunjacentes inclui 
fístulas, tumores e irregularidades. 
 Pela análise da postura (com o paciente em posição 
ortostática), é possível reconhecer genu varum, 
genu valgum, pé plano ou cavo, cifose, escoliose e 
cifoescoliose. 
 Observa-se também a marcha do paciente, pois ela 
costuma modificar-se nas enfermidades vertebrais 
e osteoarticulares dos membros inferiores 
(traumáticas, metabólicas, congênitas, 
inflamatórias e degenerativas). 
 
Palpação 
 É possível determinar a causa do aumento do 
volume articular, a presença de pontos 
hipersensíveis no nível da linha interarticular e em 
outras áreas, a presença de tumorações (nódulos, 
ossificações, neoplasias propriamente ditas) e o 
aumento da temperatura local (para isso, utiliza-se 
o dorso da mão, iniciando o exame das regiões 
próximas à articulação). 
 Ainda pela palpação, é possível caracterizar 
crepitações que, quando grosseiras e no nível das 
articulações, denotam comprometimento da 
cartilagem articular, significando degeneração 
articular (artrose). Crepitação no nível de um osso 
significa fratura do mesmo. 
 A palpação dolorosa no cotovelo, indica 
epicondilite lateral (tendinite do tenista), 
epicondilite medial ou bursite olecraniana. 
Exames do Ombro 
 Arco doloroso do ombro: 
 Se o paciente já não conseguir fazer os 
movimentos dos primeiros 60º, a hipótese 
principal é tendinite. 
 Já entre 60 e 120° a principal hipótese é artrose 
da articulação glenoumeral. 
 Se a dor for no final do movimento então a lesão 
é na articulação acromioclavicular. 
 
 Teste “Palm-Up” (Speed): é positivo quando o 
paciente sente dor na região do bíceps e ombro, 
porque não vai conseguir vencer a resistência. 
 
 Teste de Yergarson: é positiva quando palpa a 
cabeça longa do bíceps, que normalmente não é 
palpável, pois passa pelo sulco do úmero e por 
cima dela existe uma aponeurose que impede que 
esse tendão se desloque desse sulco. 
Articulações 
54
Taciano Fontes Filho 
 
 
 Manobra de Jobe: se o movimento causar dor está 
relacionada à tendinite do supraespinhal. Caso o 
paciente não consiga segurar o braço, pode indicar 
uma ruptura do ligamento supraespinhal. 
 
 Teste de Patte: Se isso for doloroso: tendinite do 
infraespinhal.Caso o paciente não consiga nem 
segurar o braço à resistência, provocando a queda 
do mesmo: lesão ligamentar, ruptura ligamentar 
do infraespinhal. 
 
 OBS: O Manguito Rotador é composto pelos 
músculos supraespinhal, infraespinhal, 
subescapular e redondo menor. 
 
 Teste de Neer: caso tenha dor é indicativo de 
bursite subacromial. 
 
Exames do Punho 
 Testes da Síndrome do Túnel do Carpo: Essa 
doença causa dor no punho e dormência nos dedos 
(no polegar, indicador e no dedo médio), porque o 
nervo mediano que passa no túnel do carpo 
normalmente inerva esses 3 dedos. 
 Manobra de Tinel: percussão do canal cárpico, 
provocando dos sintomas. 
 Teste de Durkan: faz a compressão do nervo 
mediano por 30 segundos. 
 Manobra de Phalen: coloca o punho na posição 
de flexão extrema durante 1 minuto. Também 
pode ser feito de forma invertida. 
 
 Manobra de Finkelstein: caso exista dor, pode ser 
indicativo de uma tenossinovite de De Quervain 
(tendão do 1° dedo). É muito comum ser positivo, 
pois está intimamente ligado ao uso de celulares. 
 
Exames do Joelho 
 Sinal de Clarke: ao pressionar a patela e fazer leve 
deslocamento lateral, o paciente sentirá dor caso 
tenha uma disfunção do ligamento patelar. 
 
 Sinal da Tecla de Piano: faz-se percussões na 
patela, a qual pode, diante de um derrame 
articular, submergir e emergir. 
 
 Teste da Gaveta: Se empurrar a perna e ela for, 
como se fosse uma gaveta se fechando, isso é lesão 
de ligamento cruzado posterior. Se puxar a perna e 
ela vier, como se fosse uma gaveta se abrindo, 
lesão de ligamento cruzado anterior. 
55
Taciano Fontes Filho 
 
 
 Teste de Apley: faz compressão e rotação do pé, 
porque aí vai comprimir e rodar, traumatizando o 
menisco que está dentro da articulação do joelho. 
Caso seja doloroso, indica uma inflamação nesta 
articulação. 
 
 Testes de estresse: 
 Em Valgo: vê o ligamento colateral externo, 
empurra o joelho para dentro e puxa a perna 
para fora. 
 
 Em Varo: vê o ligamento colateral interno, o 
movimento é inverso, empurra o joelho para 
fora e a perna para dentro. 
 
Articulações e seus movimentos 
 Movimentos da coluna cervical (pescoço): 
 
 Movimentos da coluna torácica e lombar: 
 
 Movimentos do ombro: 
 
 
 Movimentos do cotovelo: 
 
 Movimentos do punho: 
 
 
56
Taciano Fontes Filho 
 
 Movimentos das articulações 
metacarpofalangeanas e interfalageanas: 
 
 
 Movimentos do Quadril: 
 
 
 
 Movimentos dos Joelhos: 
 
 Movimentos do tornozelo e das articulações 
metatarsofalangeanas: 
 
 
 
 
Extremidades superiores 
 No ombro, as alterações mais frequentes 
compreendem as luxações, com referência 
especial à luxação recidivante, as fraturas, as 
atrofias musculares, os tumores e as afecções 
reumáticas. 
 Braço hemiplégico: as articulações do cotovelo, do 
punho e da mão encontram-se em flexão e em 
adução. A causa principal é acidente vascular 
encefálico (AVE). 
 Mão pendular: a mão, em flexão, fica pendente. A 
causa é a paralisia radial. 
 Mão acromegálica: relacionado à hiperprodução 
de GH e IGFI em pessoas adultas. 
 Mão da tetania: a tetania pode ser espontânea ou 
provocada por manobra. O sinal de Trousseau é 
indicativo de hipoparatireoidismo. 
 Mão em garra: Pode aparecer na hanseníase, na 
pelagra e na distrofia muscular progressiva. 
 Mão com dedos em fuso: os dedos tornam-se 
fusiformes em consequência de sinovite e 
capsulite das interfalangianas proximais (artrite 
reumatoide). 
 Atrofia tenar e hipotenar: a atrofia dos músculos 
da eminência tenar sugere distúrbio do nervo 
mediano. A compressão do nervo no nível do 
punho constitui a síndrome do túnel do carpo. 
Atrofia hipotenar sugere distúrbio do nervo ulnar 
(síndrome do túnel cubital). 
 Cistos sinoviais: são tumefações císticas, 
arredondadas, em geral indolores, localizadas ao 
longo das bainhas tendinosas ou das cápsulas 
articulares. 
 Mãos quentes e úmidas: o aspecto quente e úmido 
é normal em crianças. Essa condição pode surgir no 
hipertireoidismo. 
 Edema da mão 
 Mãos frias e sudorentas: pacientes ansiosos. 
 Hipocratismo digital ou Baqueteamento digital: é 
um sinal caracterizado pelo aumento (hipertrofia) 
das falanges distais dos dedos e das unhas da mão 
que está associado a diversas doenças, em sua 
maioria cardíacas e pulmonares. 
Extremidades 
57
Taciano Fontes Filho 
 
 Contratura Isquêmica de Volkmann: é uma 
contratura permanente de flexão da mão sobre o 
punho resultando em uma deformidade em forma 
de garra da mão e dos dedos. 
 Nodosidades: 
 Nódulos de Heberden: pequenos nódulos duros, 
localizados nas articulações interfalangianas 
distais dos dedos das mãos, e que surgem na 
osteoartrose. 
 Nódulos de Bouchard: Quando esses nódulos da 
osteoartrose se situam nas interfalangianas 
proximais. 
 Nódulos de Osler: minúsculos nódulos dolorosos, 
situados nas polpas digitais, cuja causa principal 
é a endocardite infecciosa. 
 Nódulos reumáticos: situados nas faces 
extensoras dos tendões, no nível das articulações 
proximais. 
 Alterações da movimentação: movimentos 
anormais incluem, além de outros, movimentos 
coreicos, atetósicos e tremores. 
 Outras alterações: polidactilia, focomelia, atrofias 
musculares e lesões traumáticas. 
Extremidades inferiores 
 O encurtamento de um dos membros inferiores 
resulta de redução incorreta de uma fratura, 
luxação do quadril, de paralisia infantil ou de 
raquitismo. 
 Na cintura pélvica, podem ser encontradas 
fraturas dos ossos da bacia, coccigodinia (dor no 
cóccix), bursite e perturbação da mobilidade das 
coxofemorais. 
 Nas virilhas, são frequentes os aumentos de 
volume dos gânglios linfáticos (adenomegalias), 
hérnias, criptorquidias e alterações vasculares 
(aneurismas e fístulas arteriovenosas). 
 Nos joelhos, podem ser vistas alterações quanto a 
volume, contorno e mobilidade articular. As 
afecções mais comuns são artrose, artrite, 
derrames intraarticulares, fraturas e anquilose. 
 O joelho varo (genu varum) caracteriza-se pelo 
arqueamento do fêmur e das tíbias com 
afastamento dos joelhos. Esta alteração, na 
quase totalidade dos casos, é de origem 
congênita; mais raramente é consequência de 
raquitismo, acondroplasia e doença de Paget. 
 No joelho valgo (genu valgum), os joelhos se 
aproximam de maneira anormal. Pode ser 
congênito ou consequência de raquitismo. 
 Hipertrofia das panturrilhas: é observada nas 
distrofias musculares (tipo Duchenne). Com a 
evolução da doença, além da fraqueza muscular 
progressiva, os músculos vão reduzindo de volume. 
 Edema 
 Varizes 
 Elefantíase 
 Úlcera crônica: a úlcera crônica dos membros 
inferiores é encontrada em diferentes 
enfermidades – veias varicosas, doença 
reumatoide (por angiite necrosante), sífilis, anemia 
de células falciformes, isquemia crônica –. 
 Tíbia em sabre: significa encurvamento para 
diante da borda anterior da tíbia, decorre de sífilis 
congênita. 
 Pé plano: É uma anomalia de origem congênita ou 
adquirida que provoca graves consequências para 
o funcionamento dos membros inferiores. 
 Pé cavo: é o contrário do pé plano. Pode ser 
congênito ou adquirido 
 Pé torto congênito 
 Joanete (hallux valgus): é constituído por um 
desvio medial da cabeça do primeiro metatarsiano. 
 Mal perfurante plantar: significa a existência de 
uma ou mais ulcerações crônicas na planta dos pés. 
Ocorre em hanseníase, diabetes melito, 
siringomielia, tabes dorsalis e insuficiência arterial 
crônica. 
 Gangrena dos dedos: a pele torna-se escura, a 
princípio edemaciada, e em seguida mumificada. 
Indica isquemia grave que pode ser causada por 
aterosclerose, tromboangiite obliterante ou 
embolia arterial 
 Tumefações localizadas: Podem ser de origem 
neoplásica ou inflamatória. 
 
58
Taciano Fontes Filho 
 
 
 
 Do ponto de vista biológico, conceitua-se o 
envelhecimento como um fenômeno caracterizado 
pela perda progressiva da reserva funcional, quetorna o indivíduo mais propenso a ter doenças e 
aumenta a chance de óbito. 
 Costuma-se dividir os idoso conforme a faixa 
etária: 
 Idosos jovens: 60 a 69 anos. 
 Idosos velhos: 70 a 79 anos. 
 Muito idosos: 80 anos ou mais. 
 A classificação do envelhecimento em três tipos: 
 Bem sucedido: quando predominam 
fisiológicas do envelhecimento (senescência), 
sem perdas funcionais significativas. 
 Malsucedido: quando predominam as 
alterações provocadas por doenças 
(senilidade) associadas a perdas funcionais 
significativas. 
 Envelhecimento usual: situa-se entre os dois 
polos, com doenças interagindo com as 
perdas funcionais. 
 
 
 O paciente informa pouco sobre sua doença, seja 
porque a aceita como inevitável, seja por 
considerar seus sintomas uma consequência 
natural do processo de envelhecimento. 
 O paciente esconde os sintomas ou nega a doença 
por não querer fazer exames ou ser internado, ou 
até por receio de ter gastos. 
 O processo de envelhecimento pode alterar as 
manifestações clínicas de muitas doenças, por 
exemplo: diminuição do limiar da dor nos casos de 
infarto do miocárdio, abdome agudo e fratura 
óssea. 
 Os tipos mais comuns de apresentações atípicas 
são o delirium, as quedas e a perda funcional. 
 As doenças que mais se manifestam de maneira 
atípica são as infecções (pneumonias, infecções 
urinárias), os efeitos adversos de medicamentos 
(principalmente psicotrópicos) e as doenças 
cardiovasculares (insuficiência cardíaca, infarto 
agudo do miocárdio). 
 É importante ter conhecimento dos medicamentos 
que o idoso faz uso, pois tanto podem interferir nas 
manifestações clínicas como ser responsáveis 
principais pelos sintomas relatados pelo paciente. 
 Para essa verificação pode ser feito o “método 
da sacola”. 
 A anamnese deve ser realizada pesquisando todos 
os sistemas orgânicos como no adulto jovem. 
Pele e fâneros 
 A pele torna-se flácida, formando pregas nos 
braços, nas coxas e no abdome. 
 Em virtude da redução do número das glândulas 
sudoríparas e sebáceas, a pele torna-se rugosa e 
seca. 
 Os pelos do corpo diminuem, os cabelos 
embranquecem, podendo surgir calvície. 
 As unhas passam a crescer mais lentamente do que 
nos jovens e tornam-se espessas e curvas, de modo 
que as unhas dos pés podem adquirir formato 
irregular e tamanho excepcional (onicogrifose). 
 Os pavilhões auriculares aumentam com a idade 
pelo crescimento de cartilagens e acúmulo de 
gordura. A acuidade auditiva vai se reduzindo, 
predominando para sons agudos (presbiacusia). 
 Observam-se, com frequência, hiperpigmentação, 
edema das pálpebras inferiores e queda das 
superiores (ptose palpebral). 
 É interessante investigar se existe a presença de 
ulceras por pressão (escaras), comum em idosos 
que ficam deitados em uma posição só por muito 
tempo, durante o dia. 
Sistema Osteolocomotor 
 É importante saber: 
 Alterações da marcha e necessidade de uso de 
dispositivos auxiliares como bengala e andador. 
 Alterações da mobilidade, flexibilidade e força 
muscular em membros e tronco. 
 Episódios de quedas, avaliando o número e as 
situações facilitadoras ou desencadeadoras. 
 Fadiga crônica 
 Os ossos, as articulações e os músculos sofrem 
modificações importantes, incluindo perda de 
tecido ósseo (osteoporose), desgaste dos ossos 
maxilares e da mandíbula, ancilose das 
articulações costocondrais, fazendo com que a 
caixa torácica perca sua elasticidade e mobilidade. 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 4, BLOCO 2, P4 – 2021.2 
Semiologia do Idoso 
Visão Geral 
Anamnese, Sintomas e Sinais 
59
Taciano Fontes Filho 
 
 As curvaturas da coluna vertebral acentuam-se em 
virtude da diminuição da espessura dos discos 
intervertebrais. A cifose é a curvatura dorsal mais 
comum, e por consequência há o aumento do 
diâmetro anteroposterior do tórax, podendo 
atingir o tórax em tonel. 
 Ocorrem, também, perdas dos arcos dos pés. 
 Essas alterações resultam em diminuição da 
estatura. 
 Os músculos atrofiam, com substituição das fibras 
musculares por fibras colágenas, enquanto os 
ligamentos perdem parte de sua força de tensão. 
 Pode haver reabsorção óssea e alterações 
degenerativas da articulação temporomandibular 
(ATM), facilitando o deslocamento da mandíbula. 
Sistema Cardiovascular e Respiratório 
 Destacam-se o endurecimento e a tortuosidade de 
veias e artérias, alterações que não podem ser 
confundidas com aterosclerose. 
 Em virtude do aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax, fica mais difícil detectar 
o ictus cordis. 
 O envelhecimento espessa a base das cúspides 
aórticas, a expensas de aumento do tecido fibroso, 
seguindo-se de calcificação, originando vibrações 
audíveis (sopro sistólico). 
 No início, não há prejuízo do fluxo sanguíneo, 
mas, com a evolução do processo, pode surgir 
uma estenose aórtica verdadeira com 
obstrução ao fluxo de sangue. 
 Os pulmões perdem a capacidade de retração 
elástica. 
Sistema Geniturinário 
 É interessante investigar se apresenta 
incontinência urinária ou disfunções sexuais. 
 No homem: 
 Observa-se diminuição dos testículos, das 
vesículas seminais e das dimensões do pênis, 
que perde sua elasticidade. 
 O volume prostático aumenta na maioria dos 
idosos, mas suas glândulas atrofiam-se. 
 Na mulher: 
 A função ovariana começa a diminuir durante a 
quinta década de vida da mulher, e os ciclos 
menstruais cessam entre 45 e 50 anos de idade. 
 Os ligamentos que sustentam o útero 
afrouxam-se, favorecendo a ptose do órgão. 
 Os lábios e o clitóris ficam menores. 
 A vagina diminui em comprimento e largura, 
sua mucosa atrofia e torna-se fina e ressecada. 
 As mamas tornam-se flácidas e pendentes, e o 
tecido glandular é substituído por tecido 
fibroso, mudando sua textura. 
Sistema Nervoso 
 É importante investigar: 
 Deficiência de memória imediata, recente e 
remota. 
 Deficiência visual e auditiva 
 Transtornos de comportamento. 
 Tontura, vertigem e síncope. 
 Alterações do nível de consciência. 
 Sintomas de ansiedade e depressão 
 Modificação do padrão do sono 
 Traumatismos 
 Às vezes, é difícil distinguir as alterações 
decorrentes do envelhecimento normal daquelas 
associadas às doenças mais comuns nesta fase da 
vida. 
 Os reflexos podem diminuir de intensidade, e o 
tremor é comum. 
Sistema Endócrino 
 Importante investigar: 
 Distúrbios alimentares. 
 Necessidade de dietas especiais 
 Perda ou ganho de peso 
 As glândulas submandibulares ficam mais fáceis de 
palpar. 
 À medida que se envelhece, a tireoide sofre atrofia, 
com substituição do tecido glandular por tecido 
fibroso e gordura. 
Outras alterações 
 O processo de envelhecimento afeta os tecidos 
oculares e em torno dos olhos. 
 O globo ocular pode afundar um pouco na 
órbita. 
 A pálpebra inferior pode afastar-se ou sofrer 
uma eversão, resultando no que se chama 
ectrópio. 
 Há diminuição da secreção lacrimal com 
ressecamento ocular. 
 As alterações bucais são comuns, principalmente 
quando não foram cultivados hábitos adequados 
de higiene. 
 Sendo, assim, importante investigar afecções 
da cavidade oral, estado de conservação dos 
dentes, alterações de gengivas e mucosas, 
presença e adaptação de próteses, ferimentos, 
tumores, úlceras, dor e dificuldade ao mastigar 
 A perda de dentes é quase inevitável nestes 
casos. 
 A doença periodontal é frequente, sendo a 
principal causa de halitose nos idosos. 
60
Taciano Fontes Filho 
 
 
 Os objetivos da avaliação funcional são: 
 Melhorar a precisão diagnóstica. 
 Determinar o grau e a extensão da incapacidade 
(motora, mental e cognitiva). 
 Servir de guia para a escolha de medidas que 
visam restaurar e preservar a saúde 
(farmacoterapia, fisioterapia, terapia 
ocupacional, psicoterapia). 
 Identificar fatores que predispõem à iatrogenia 
e estabelecer medidas para sua prevenção. 
 Estabelecer critérios para a indicação de 
internação einstitucionalização. 
Função Cognitiva 
 O teste mais utilizado é o Miniexame do estado 
mental. 
 A pontuação máxima é 30, sendo normal acima 
de 26 pontos. Valores abaixo de 24 indicam 
comprometimento cognitivo (demência) e 
valores entre 24 e 26 são considerados 
limítrofes. 
 É importante lembrar que os resultados são 
influenciados pela escolaridade do paciente. 
São necessários pelo menos 8 anos de 
escolaridade para que o teste tenha valor. 
 
 Quando o analfabetismo e a baixa escolaridade 
estão presentes, sugere-se o Questionário 
Resumido do Estado Mental. Para cada resposta 
errada conta-se 1 ponto. O máximo são 10 pontos, 
e a avaliação é a seguinte: 
 0-2: estado mental intacto 
 3-4: dano intelectual leve 
 5-7: dano intelectual moderado 
 8-10: dano intelectual grave 
 
 
 Também pode ser feito a Prova do Relógio, a qual 
o examinador pele para o paciente desenhar um 
relógio e seus ponteiros, a fim de observar se é 
capaz de saber que horas são. 
 
 
Condições Emocionais 
 Os distúrbios do humor, a angústia, a ansiedade e 
o luto podem contribuir para a diminuição da 
capacidade funcional. 
 O idoso deprimido costuma apresentar mais 
alterações de memória, fadiga crônica, perda do 
interesse pelas atividades habituais, irritabilidade, 
afastamento social e somatização do que as 
queixas clássicas de depressão representadas por 
tristeza, choro fácil, pessimismo, desesperança e 
desejo suicida. 
 É importante pesquisar depressão em todos os 
pacientes idosos, e um dos instrumentos mais 
utilizados é a Escala de depressão geriátrica de 
Yessavage: 
 Até 5: normal 
 7 ou mais: depressão 
 11 ou mais: depressão grave 
Avaliação Funcional do Idoso 
61
Taciano Fontes Filho 
 
 
Disponibilidade e adequação de suporte familiar 
e social 
 É importante indagar: 
 O paciente sente-se satisfeito e pode contar 
com familiares para ajudá-lo a resolver seus 
problemas? 
 O paciente participa da vida familiar e oferece 
seu apoio quando os outros membros têm 
problemas? 
 Há conflitos entre as gerações que compõem a 
família? 
 As opiniões emitidas pelo paciente são acatadas 
e respeitadas pelos membros do núcleo 
familiar? 
 O paciente aceita e respeita as opiniões dos 
demais membros da família? 
 O paciente participa da vida comunitária e da 
sociedade em que vive? 
 O paciente tem amigos e pode contar com eles 
nos momentos difíceis? 
 O paciente apoia os seus amigos quando eles 
têm problemas? 
 Um grave problema relaciona-se aos “maus tratos” 
(físico, psíquico, material, sexual e negligência) 
infligidos por familiares ou outras pessoas da sua 
convivência. 
Condições ambientais 
 É necessário avaliar a possibilidade de introduzir 
modificações que podem tornar a casa mais 
conveniente às limitações do paciente, procurando 
garantir para ele o máximo de autonomia possível. 
 Como exemplo, pode-se lembrar o fato de que 
um paciente com comprometimento motor 
pode não usar o vaso sanitário por não 
conseguir sentar-se e levantar-se (a simples 
elevação do assento resolve o problema); 
 Ou o de que um paciente cai com frequência e 
se torna cada vez mais dependente porque as 
escadas e o piso de sua residência são 
inadequados (basta eliminar esses problemas 
para melhorar o seu estado funcional). 
 
 
 
Força Muscular, Equilíbrio e Mobilidade 
 Deve-se quantificar a força muscular, que pode ser 
a causa de alterações do equilíbrio, mobilidade e 
dificuldade para execução de atividades da vida 
diária: 
 Grau 0: nenhum movimento do músculo 
 Grau 1: esboço de contração muscular. 
 Grau 2: movimento completo, mas não vence a 
força da gravidade. 
 Grau 3: movimento completo que vence a força 
da gravidade. 
 Grau 4: movimento que vence certa resistência 
imposta pelo examinador. 
 Grau 5: força normal. 
 Para o equilíbrio e mobilidade, pode-se avaliar o 
Teste do levantar e andar, indispensável naqueles 
que sofrem quedas com frequência. 
 Observa-se se há instabilidade postural, o tipo 
de marcha e o tempo de execução do teste. 
 Idosos normais levantam-se da cadeira, 
caminham 3 metros e voltam em 10 s. 
 Um teste com 30 s ou mais de duração está 
relacionado com incapacidade moderada e alto 
risco de quedas. 
 Ademais, pode ser feito também o teste de 
Romberg e realizar o Índice de Tinetti, o qual vai 
avaliar o equilíbrio (pontua até 16) e a marcha 
(pontua até 12), somando no total até 28 pontos. 
O paciente que tenha menos que 19 pontos 
apresenta um grande risco de quedas. 
 
62
Taciano Fontes Filho 
 
 
Capacidade para executar as atividades da vida 
diária 
 Englobam todas as tarefas que uma pessoa precisa 
realizar para cuidar de si própria. 
 Comer, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro. 
 Deambulação com ou sem ajuda, transferência 
da cama para a cadeira, mobilidade na cama. 
 Continência urinária, fecal. 
 A incapacidade de executar essas tarefas implica 
alto grau de dependência. 
 A escala de Barthel é de fácil aplicação e permite 
uma ampla graduação, entre máxima dependência 
(0 ponto) e máxima independência (100 pontos). 
 Pacientes com pontuação abaixo de 70 
necessitam de supervisão. 
Capacidade para executar as atividades 
instrumentais da vida diária 
 Compreendem a habilidade do idoso para 
administrar o ambiente em que vive, incluindo 
procurar e preparar comida, lavar as roupas, cuidar 
da casa, movimentar-se fora de casa para fazer 
compras, ir ao médico e comparecer aos 
compromissos sociais. 
 Sugerimos utilizar para esta avaliação a escala de 
Lawton, por ser de fácil aplicabilidade, variando de 
8 pontos (total incapacidade para AIVD) até 24 
pontos (total independência para AIVD). 
 
 
Síndrome de Imobilidade 
 Caracterizada pela diminuição da capacidade de 
desempenhar atividades da vida diária devido a 
deterioração das funções motoras. 
 Ou também pode ser designada como a 
incapacidade progressiva de deslocação do idoso 
no seu espaço vital até à sua confinação ao leito. 
 Nesta situação, as escalas de Katz e a de Lawton 
estarão alteradas. 
 Fatores de risco: viver sozinho, ausência de 
contatos sociais, luto recente, mudança de 
residência, diminuição sensório-motora, 
alterações da marcha/equilíbrio, deterioração 
intelectual, doenças, hospitalização recente e 
iatrogenia. 
 Prevenção: programas de educação para a saúde, 
estimulando a atividade física, detecção de fatores 
de risco intrínsecos e diminuição dos riscos 
ambientais. 
Síndrome da Instabilidade 
 É a diminuição ou perda da capacidade de manter 
ou restabelecer o equilíbrio, na marcha ou no 
repouso. 
 São avaliados pela escala de Tinetti. 
 Pode ser causada por alterações anatomo 
funcionais do envelhecimento, alterações 
neurológicas e neurosensoriais, alterações de 
marcha e do equilíbrio, patologias (aparelho 
locomotor, cardiovasculares, neurológicas, etc) e 
fármacos (como os benzodiazepínicos e os 
relaxantes musculares). 
 Previne-se a queda através de exercícios físicos, da 
organização do leito desse paciente, do ambiente 
que ele se encontra, diminuindo o número de 
escadas, de rampas e retirando a grande maioria 
das coisas que possam levar esse idoso a sofrer 
muitas quedas. 
Síndrome da Incontinência 
 Um paciente que tem incontinência urinaria ou 
fecal é aquele idoso que começa a não querer mais 
sair de casa, que começa a não querer mais ficar 
com a família, que vai se privando, se deprimindo 
e que de repente apresenta demência, é o idoso 
que a família muitas vezes o leva para instituições 
para o cuidado de idosos e acaba o abandonando. 
 Nesses casos, é importante saber conduzir, mas 
primeiro para conduzir deve-se identificar quais 
são as possíveis causas, para depois ver as 
consequências disso, que são: infecções, estados 
depressivos, aumento do custo com os cuidados e 
rejeição familiar. 
 As causas podem ser o próprio envelhecimento, 
mas podem ser doenças urológicas, ginecológicas, 
neurológicas, cardiovasculares, metabólicas ou usode alguns fármacos. 
Síndrome da Insuficiência Cerebral 
 Essa é a síndrome que é menos comum, está muito 
relacionada ao quadro de desorientação, de 
confusões mentais e diminuição cognitiva, 
alterações de linguagem e agitação psicomotora. 
Síndromes Geriátricas 
63
Taciano Fontes Filho 
 
Esse é o paciente que tem que ser tratado junto 
com o neurologista. 
Síndrome Iatrogênica 
 Essa é a síndrome do idoso que faz uso 
desorganizado de muitos medicamentos, essa 
síndrome faz com que esse idoso que era pra tomar 
medicação uma vez ao dia comece a tomar 3 vezes 
ao dia, comece a ter episódios de hipoglicemia, 
hipotensão, sinais de doenças gastresofágicas em 
virtude do uso exagerado de remédios e pode 
começar a ter episódios de queda. 
 A síndrome de iatrogenia pode levar a qualquer 
uma das outras síndromes. 
 O uso de alguns medicamentos pode aumentar a 
diurese, pode fazer incontinência fecal e pode levar 
a várias outras doenças. 
Síndrome da Fragilidade 
 É uma situação de enfraquecimento físico 
generalizado, mesmo na ausência de doenças 
agudas ou crônicas. 
 Caracterizado por: perda de peso, perda de massa 
muscular, diminuição da força, lentidão dos 
movimentos e diminuição da capacidade de fazer 
pequenas atividades físicas. 
 
 
 
 
 
64
Semiologia
Porto & Porto. Semiologia Médica 7° edição.
Guanabara Koogan, 2014. 
Porto & Porto.. Exame Clínico (Portinho). 8° edição.
Guanabra Koogan, 2017.
65Taciano Fontes Filho Obesidade: IMC de 30 a 39,99 kg/m2 
 Obesidade mórbida: IMC acima de 40 kg/m2 
 Circunferência abdominal: Útil na avaliação de 
risco de doença, pois o excesso de gordura 
abdominal está relacionado com alterações 
metabólicas. 
 Obesidade central (tipo android): Dá a morfologia 
corporal a forma de maçã, tendo relação com o 
acúmulo de gordura visceral. Comum em homens. 
 Obesidade periférica (tipo ginecoide): O corpo 
lembra a forma de uma pera, caracterizado pelo 
 TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 2, BLOCO 1, P4 – 2021.2 
Exame Físico Geral 
 
Semiotécnica 
9
Taciano Fontes Filho 
 
acúmulo de gordura nos quadris e nas coxas. 
Comum em mulheres. 
Avaliação do estado geral de nutrição 
 O estado de nutrição deve ser sistematicamente 
avaliado de acordo com os seguintes parâmetros: 
 Peso; 
 Musculatura; 
 Panículo adiposo; 
 Desenvolvimento físico; 
 Estado geral; 
 Pele, pelos e olhos; 
 No estado de nutrição normal, os elementos antes 
referidos se encontram nos limites normais. 
 Obesidade ou sobrepeso é a designação clínica 
para o excesso de peso decorrente do acúmulo de 
gordura. 
 Hiponutrição ou desnutrição é uma condição na 
qual o peso está abaixo dos valores mínimos 
normais, a musculatura é hipotrófica e o panículo 
adiposo escasso. 
 Magreza: abaixo do peso mínimo, pode ser 
constitucional (genético) ou patológica (doente). 
 Caquexia: extrema magreza. 
Desenvolvimento físico 
 Avalia-se por meio da altura e da estrutura 
somática. 
 Os achados podem ser enquadrados nas seguintes 
alternativas: 
 Desenvolvimento normal; 
 Hiperdesenvolvimento: gigantismo 
 Hipodesenvolvimento: nanismo 
 Hábito grácil corresponde à constituição 
corporal frágil e delgada. 
 Infantilismo: refere-se à persistência anormal 
das características infantis na idade adulta. 
Fácies 
 É o conjunto de dados exibidos na face do 
paciente: os elementos estáticos, a expressão do 
olhar, os movimentos das asas do nariz e a posição 
da boca. 
 Os principais tipos de fácies são: 
 Fácies normal ou atípica: sinais indicativos de 
tristeza, ansiedade, medo, indiferença, 
apreensão. 
 Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e 
inexpressivos, sudorese, palidez cutânea e 
cianose labial. Indica uma doença grave. 
 Fácies renal: caracteriza-se pelo edema que 
predomina ao redor dos olhos. É observada nas 
doenças difusas dos rins. 
 Fácies leonina: as alterações que a compõem 
são produzidas pelas lesões da hanseníase. 
 Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado e a 
boca sempre entreaberta. Presente em 
portadores de adenoides hipertrofiadas. 
 Fácies parkinsoniana: a cabeça inclina-se um 
pouco para frente e permanece imóvel nesta 
posição. 
 Fácies basedowiana: olhos salientes 
(exoftalmia) e brilhantes, destacando-se 
sobremaneira no rosto magro. Indica 
hipertiroidismo. 
 Fácies mixedematosa: constituída por um rosto 
arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, 
espessada e com acentuação de seus sulcos. 
Aparece em hipotireoidismo ou mixedema. 
 Fácies acromegálica; 
 Fácies cushingoide ou de lua cheia; 
 Fácies mongoloide; 
 Fácies de depressão; 
 Fácies pseudobulbar: súbitas crises de choro ou 
riso; 
 Fácies de paralisia facial periférica; 
 Fácies miastênica ou de Hutchinson: ptose 
palpebral bilateral; 
 Fácies do deficiente mental; 
 Fácies etílica; 
 Fácies esclerodérmica: a quase completa 
imobilidade facial. 
Atitude e decúbito preferido no leito 
 Atitude define-se como a posição adotada por 
comodidade, hábito ou com o objetivo de 
conseguir alívio para algum padecimento. 
 Atitudes voluntárias: 
 Ortopneica: Ele permanece sentado à beira do 
leito para aliviar a falta de ar decorrente de 
insuficiência cardíaca, asma brônquica e ascites 
volumosas. 
 Genupeitoral: posiciona-se de joelhos com o 
tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face 
anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o 
solo ou colchão. O rosto descansa sobre as mãos, 
que também ficam apoiadas no solo ou colchão. 
Essa posição facilita o enchimento do coração nos 
casos de derrame pericárdico. 
 Posição de cócoras: é observada em crianças com 
cardiopatia congênita cianótica. 
 Parkinsoniana: ao se pôr de pé, apresenta 
semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores 
e, ao caminhar. 
 Decúbito: 
 Lateral (D ou E): dor de origem pleurítica. Ele se 
deita sobre o lado da dor. 
10
Taciano Fontes Filho 
 
 Dorsal: processos inflamatórios 
pelviperitoneais. 
 Ventral: portadores de cólica intestinal. 
 Atitudes Involuntárias: 
 Passiva: observada nos pacientes inconscientes ou 
comatosos. 
 Ortótono: tronco e os membros estão rígidos, sem 
se curvarem. 
 Opistótono: contratura da musculatura lombar, 
emborcando-se como arco, sendo observada nos 
casos de tétano e meningite. 
 Emprostótono: concavidade voltada pra frente, 
contrário do opistótono, observado no tétano, na 
meningite e na raiva. 
 Pleurostótono: o corpo se curva lateralmente, 
observado no tétano, na meningite e na raiva. 
 Posição em gatilho: hiperextensão da cabeça, 
flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento 
do tronco com concavidade para diante. 
Encontrada em irritação meníngea. 
 Torcicolo e mão pêndula da paralisia radial; 
Musculatura 
 Para a sua investigação semiológica, empregam -se 
a inspeção e a palpação. 
 Assim procedendo, conseguem-se informações 
quanto à: 
 Troficidade: musculatura normal, hipertrófica e 
hipotrófica. 
 Tonicidade: tônus normal, hipertonicidade 
(espasticidade ou rigidez) e hipotonicidade 
(flacidez) 
Movimentos Involuntários 
 Os principais são: 
 Tremores; 
 Mov. Coreicos: movimentos amplos, 
desordenados, de ocorrência inesperada e 
arrítmicos, multiformes e sem finalidade. 
Manifestação da Síndrome Coreica. 
 Mov. Atestósicos: ocorrem nas extremidades e 
são lentos e estereotipados, lembrando 
tentáculos do polvo. Atetose são as lesões dos 
núcleos da base. 
 Hemibalismo: movimentos abruptos, violentos, 
de grande amplitude, rápidos e geralmente 
limitados a uma metade do corpo. Decorrem de 
lesões extrapiramidais. 
 Mioclonias: musculares breves, rítmicas ou 
arrítmicas, localizadas ou difusas, presentes na 
epilepsia tipo pequeno mal. 
 Mioquinias: contrações fibrilares de tipo 
ondulatório que surgem em músculos íntegros, 
principalmente no orbicular das pálpebras, 
quadríceps e gêmeos. 
 Asterix (flapping): movimentos rápidos, de 
amplitude variável, que ocorrem nos 
segmentos distais e apresentam certa 
semelhança com o bater de asas das aves. 
 Tiques: motores (simples e complexos) e vocais 
(tônicas, clônicas e tônico-clônicas). 
 Convulsão; 
 Tetania; 
 Fasciculações: contrações breves, arrítmicas e 
limitadas a um feixe muscular. Não devem ser 
confundidas com as mioquínias. 
 Discinesias orofaciais; 
 Distonias: são parecidos com os atetoides, mas 
costumam envolver porções maiores do corpo. 
Circulação colateral 
 Significa a presença de circuito venoso anormal 
visível ao exame da pele. 
 A circulação colateral deve ser analisada sob os 
seguintes aspectos: Localização, direção do fluxo 
sanguíneo e existência de frêmito e/ou sopro. 
Edema 
 Do ponto de vista semiológico interessa-nos 
apenas o edema cutâneo, ou seja, a infiltração de 
líquido no espaço intersticial dos tecidos que 
constituem a pele e a tela celular subcutânea. 
 A investigação semiológica do edema tem início na 
anamnese, quando se indaga sobre tempo de 
duração, localização e evolução. 
 No exame físico completa-se a análise, 
investigando-se os seguintes parâmetros: 
 Localização e distribuição: localizado ou 
generalizado. 
 Intensidade: é estabelecida de acordo com 
profundidade da fóvea, graduada em cruzes. 
 Consistência: mole ou dura. 
 Elasticidade: elástico ou inelástico. 
 Temperatura da pele circunjacente: normal, 
quente (inflamatório) ou frio 
(comprometimento da irrigação sanguínea na 
área). 
 Sensibilidade da pele circunjacente: doloroso(inflamação) ou indolor. 
 Outras alterações da pele adjacente. 
Temperatura corporal 
 Temperatura axilar normal: 35,5 a 37 ºC, com 
média de 36 a 36,5 ºC; 
 Temperatura bucal: 36 a 37,4 ºC 
 Temperatura retal: 36 a 37,5 ºC. 
 Febre: deve-se analisar os seguintes pontos: 
 Início: súbito ou gradual; 
11
Taciano Fontes Filho 
 
 Intensidade: leve (37,5 ºC), moderada (38,5ºC) e 
alta. 
 Duração; 
 Modo de evolução; 
 Término 
Postura ou atitude na posição do pé 
 Pode ser classificado em: 
 Boa postura; 
 Postura sofrível; 
 Má postura; 
Biotipo ou tipo morfológico 
 Longilíneo: 
 Pessoa alta e magra; 
 Musculatura delgada e do panículo adiposo 
pouco desenvolvido; 
 Os membros são maiores que o tronco. 
 Mediolíneo: 
 É o intermediário; 
 Desenvolvimento harmônico na musculatura e 
do panículo adiposo. 
 Brevilíneo: 
 Pessoa baixa e gorda; 
 Musculatura desenvolvida e panículo adiposo 
espesso; 
 Tórax alargado e volumoso. 
Marcha 
 Pode sofrer variações em relação a 
particularidades individuais ("cada pessoa tem seu 
jeito característico de andar"), ou em razão de 
distúrbios do aparelho locomotor. 
 Com o envelhecimento, a marcha também pode 
alterar-se, mesmo na ausência de qualquer 
doença. 
Mucosas, pele e fâneros 
 Alterações na coloração da pele: 
 Cianose: pode ser central ou periférica; 
 Icterícia: coloração amarelada da mucosa 
(oculosa ou na conjuntiva). 
 Palidez cutânea das mucosas; 
 Mucosas normocoradas 
 Lesões elementares 
 Sensibilidade na pele 
Frequência respiratória 
 Eupneia: FR entre 12 e 18 ipm 
 Taquipneia: FR maior de 18 ipm. 
 Bradipneia: FR menor de 12 ipm. 
 Obs: Dispneia é a dificuldade de respirar. 
Frequência cardíaca 
 Normocardico: 60 a 100/110 bpm 
 Bradicárdico 
 Taquicárdico 
 Na avaliação é importante dizer qual o pulso 
avaliado, normalmente é o radial. 
Pressão arterial 
 Sistólica normal: 100-120 mmHg 
 Diastólica normal: 70-80 mmHg 
 Podem ser: hipotenso, normotenso e hipertenso 
 
 
 
 
 
12
Taciano Fontes Filho 
 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 3, BLOCO 1, P4 – 2021.2 
 
 
 
Identificação 
 Idade: Existem malformações congênitas ligadas 
diretamente ao sistema respiratório ou com 
repercussão sobre ele, como atresia do esôfago e 
fístulas. 
 Sexo: devido a exposição ocupacional e pelo 
tabagismo o homem têm mais risco de desenvolver 
certas doenças respiratórias. 
 Cor da pele: a tuberculose e a sarcoidose 
predominam entre os negros. As colagenases entre 
os caucasianos. 
 Procedência, profissão e ocupação: nas regiões 
mais industrializadas há uma prevalência de 
pneumoconioses. 
Antecedentes pessoais e familiares 
 Infecções pulmonares graves e extensas na 
infância ou juventude podem reduzir as reservas 
respiratórias, em razão da fibrose pulmonar. 
 Antecedentes traumáticos, com ou sem fraturas, 
podem causar pneumotórax, hemotórax ou 
hérnias diafragmática. 
 Indivíduos com passado alérgico, eczema, 
desidrose, dermatite seborreica e conjuntivite 
primaveril podem vir a apresentar rinite alérgica, 
bronquite, asma e edema angioneurótico. 
 As doenças autoimunes possuem manifestações 
pulmonares bem conhecidas. 
 Diabéticos são vulneráveis à tuberculose. 
 O uso de corticoides, imunodepressores e 
antibióticos prescritos indiscriminadamente e em 
doses elevadas faz suspeitar da existência de 
agentes oportunistas. 
 Paciente mastectomizada pode apresentar, anos 
mais tarde, um nódulo de natureza maligna, 
seguido de derrame pleural. 
Hábitos da vida 
 O tabagismo apresenta relações diretas com a 
bronquite, a asma, o enfisema e o carcinoma 
brônquico. 
 O etilismo é fator decisivo na eclosão de 
determinadas pneumonias. 
 Pacientes que fazem da nebulização um hábito, 
correm maior risco de exacerbar a atividade de 
certas bactérias. 
 Superdose de heroína provoca edema pulmonar. 
Interrogatório sintomatológico 
 A indagação metódica de todos os sintomas pode 
ser necessária para que possamos esclarecer se 
estamos diante de uma doença primitivamente 
pulmonar ou se o pulmão está funcionando como 
espelho de uma doença geral. Por exemplo: 
 Sinusite e cefaleia na bronquite crônica; 
 Sinubronquite, rinite crônica e conjuntivite na 
asma alérgica; 
 Insuficiência cardíaca provocando edema 
pulmonar; 
 
 
Dor torácica 
 É importante descrevê-la bem com relação à 
localização, irradiação e referência. 
 Causas mais comuns: 
 Isquemia do miocárdio manifestada pelo 
quadro de angina do peito ou de infarto do 
miocárdio; 
 Pleurites 
 Alterações musculoesqueléticas; 
 Disfunções do esôfago; 
 Afecções pericárdicas. 
Tosse 
 Os estímulos podem ser de natureza: 
 Inflamatória: hiperemia, edema, secreções e 
ulcerações; 
 Mecânica: poeira, corpo estranho, aumento ou 
diminuição da pressão pleural; 
 Química: gases irritantes; 
 Térmica: frio ou calor excessivo. 
 Sua investigação clínica inclui: 
 Frequência, intensidade, tonalidade, existência 
ou não de expectoração, relações com o 
decúbito, período do dia em que é maior sua 
intensidade. 
 Tipos de Tosse: 
 Produtiva ou úmida: acompanhada de secreção; 
 Seca: apenas irritação das vias respiratórias; 
 Quintosa: Surge em acesso, com intervalos 
curtos de acalmia, acompanhada de vômitos e 
sensação de asfixia. 
 Síncope: Após crise intensa, resulta na perda de 
consciência. 
Sistema Respiratório 
Anamnese 
Sintomas e Sinais 
13
Taciano Fontes Filho 
 
 Bitonal: Deve-se a paresia ou paralisia de uma 
das cordas vocais. 
 Rouca: própria da laringite crônica, comum nos 
tabagistas 
 Reprimida: É aquela que o paciente evita, em 
razão da dor torácica ou abdominal que ela 
provoca. 
 Características semiológicas da tosse: 
1. Há quanto tempo apresenta a tosse? 
2. Foi súbita ou gradual? 
3. Qual o período do dia que é pior? 
4. A tosse é diária ou sazonal? 
5. Tosse seca ou produtiva? (qual a característica do 
escarro (seroso, mucoso, purulento, hemoptoico) 
6. Qualidade da tosse? (Rouca, reprimida, etc) 
7. A tosse piora ao decúbito? 
8. Sintomas de IVAS (infecções agudas de via aérea) 
prévio? Pigarro? 
9. É acompanhada de febre, dor torácica ou dispneia? 
10. É acompanhada de edema ou aumento do volume 
abdominal? 
11. É acompanhada de regurgitação ou pós-alimentar? 
 Duração: 
 Aguda (8 semanas): Subaguda + DPOC, IC, 
Tuberculose pulmonar, Carcinoma broncogênico. 
 Sazonal: asma 
Expectoração 
 Costuma ser consequência da tosse. 
 As características semiológicas da expectoração 
compreendem o volume, a cor, a transparência e a 
consistência. 
 Escarro seroso: expectoração do edema pulmonar 
agudo, rico em espuma. 
 Escarro mucoide: expectoração do asmático, com 
alta viscosidade. 
 Escarro purulento: Sinal de infecção, por exemplo 
em bronquite crônica. 
 Escarro hemoptoico: Contém sangue na secreção. 
É característico de tuberculose pulmonar. 
Hemoptise 
 Eliminação de sangue pela boca, podendo estar 
relacionado com hemorragias brônquicas ou 
alveolares. 
 Em adultos fumantes, pode ser uma lesão grave 
brônquica maligna. 
 Em jovem aparentemente saudável, possibilita um 
diagnóstico precoce da tuberculose. 
 Na infância, pode ser uma pneumonia bacteriana 
ou corpos estranhos. 
 Em paciente submetidos a intervenção cirúrgica 
recente faz pensar em embolia pulmonar. 
 Importante diferenciar de: 
 Epistaxes: são devidas a traumatismo, 
manipulações e espirros. 
 Hematêmese: o sangue eliminado tem aspecto 
de borra de café com odor ácido, podendo conter 
ou não restos de alimentos. 
Vômica 
 É a eliminação mais ou menos brusca, através da 
glote, de uma quantidade abundante de pus ou 
líquido de outra natureza. 
 Tem como causa comum: o abscesso pulmonar, o 
empiema, as mediastinites supuradas e o abscesso 
subfrênico. 
Dispneia 
 É a dificuldadepara respirar, podendo o paciente 
ter ou não consciência desse estado. 
 Relacionando a dispneia com as atividades físicas, 
pode-se classificá-la em dispneia aos grandes, 
médios e pequenos esforços. 
 Dispneia de repouso é a dificuldade respiratória 
mesmo em repouso. A dispneia pode acompanhar-
se de taquipneia (frequência aumentada) ou 
hiperpneia (amplitude aumentada). 
 Ortopneia é a dispneia que impede o paciente de 
ficar deitado e o obriga a sentar-se ou a ficar de pé 
para obter algum alívio. Comum em pacientes com 
insuficiência cardíaca e disfunções no diafragma. 
 Trepopneia é a dispneia que aparece em 
determinado decúbito lateral, como acontece nos 
pacientes com derrame pleural que se deitam 
sobre o lado são. 
 Causas da dispneia: 
 Atmosféricas: quando a composição atmosférica 
for pobre em oxigênio ou estiver diminuída. 
 Obstrutivas: quando a faringe ou bronquíolos 
sofrem redução de calibre. Pode ser brônquica, 
laríngea e da traqueia. 
 Pleurais: provoca dor que aumenta com a 
inspiração. 
 Parenquimatosas: todas as afecções que possam 
reduzir a área de hematose de modo intenso. 
 Toracopulmonares: alterações que reduzem a 
sua elasticidade e sua movimentação, 
provocando assimetria entre os hemitórax. 
 Diafragmáticas: causado principalmente por 
paralisia, hérnias e elevações uni ou bilaterais. 
 Cardíaca: sua insuficiência causa congestão 
passiva que causa no pulmão. 
14
Taciano Fontes Filho 
 
 Teciduais: resposta fisiológica. 
 Ligadas ao SNC: causas psicogênicas ou 
alterações do ritmo respiratório. 
 Características semiológicas da dispneia 
1. Há quanto tempo apresenta dispneia? 
2. Foi súbita ou gradual? 
3. Quando o período do dia é pior? 
4. A dispneia é diária (persistentes) ou ocorre em 
crises intermitentes? 
5. A dispneia é relacionada aos esforços? (escala de 
dispneia) 
6. Dispneia piora ao deitar e melhora ao sentar? 
(ortopneia) 
7. Dispneia piora ao sentar e melhora ao deitar? 
(platipneia) 
8. Dispneia piora em algum decúbito lateral? 
(trepopneia) 
9. É acompanhada de febre, dor torácica, chieira ou 
tosse? 
10. É acompanhada de edema ou aumento do volume 
abdominal? 
11. É acompanhada de regurgitação ou pós-alimentar? 
 
Sibilância 
 Chiado ou “chiadeira” predominante na fase 
expiratória da respiração, quase sempre 
acompanhado de dispneia 
 O chiado resulta da redução da árvore brônquica, 
devida principalmente a espasmo. 
 As principais causas brônquicas e pulmonares de 
sibilos são a asma, a bronquite aguda e crônica, os 
infiltrados eosinofílicos, a tuberculose brônquica, 
as neoplasias malignas e benignas, as embolias 
pulmonares, certos fármacos colinérgicos, 
bloqueadores beta-adrenérgicos, inalantes 
químicos, vegetais e animais. 
Rouquidão ou disfonia 
 Mudança do timbre da voz traduz alteração na 
dinâmica das cordas vocais 
 As lesões das cordas vocais podem ser laríngeas ou 
extralaríngeas. 
Cornagem 
 É a dificuldade inspiratória por redução do calibre 
das vias respiratórias superiores, na altura da 
laringe, e que se manifesta por um ruído (estridor) 
e tiragem. 
 O paciente, para facilitar a entrada do ar, desloca a 
cabeça para trás, em extensão forçada. 
 As causas mais comuns são a laringite, a difteria, o 
edema da glote e os corpos estranhos. 
 
 
 
 Na inspeção estática examinam-se a forma do 
tórax e suas anomalias congênitas ou adquiridas, 
localizadas ou difusas, simétricas ou não. 
 Na inspeção dinâmica observam-se os 
movimentos respiratórios, suas características e 
alterações. 
 Na pele observam-se a coloração e o grau de 
hidratação, bem como se há lesões elementares 
sólidas, correlacionando-as com as doenças 
pulmonares. 
 A contratura da musculatura paravertebral 
torácica unilateral constitui o sinal de Ramond, que 
denuncia o comprometimento pleural inflamatório 
homolateral. 
 O sinal de Lemos Torres, caracterizado pelo 
abaulamento dos espaços intercostais durante a 
expiração, é sinal fidedigno de derrame pleural. 
Tipos de tórax 
 Chato ou plano: encontra-se em alguns portadores 
de doença pulmonar crônica. 
 Em tonel ou globoso: Observado nos 
enfisematosos do tipo PP. No processo natural de 
envelhecimento, pode-se verificar o esboço desse 
tórax. 
 Infundibuliforme: em geral, de natureza 
congênita. 
 Cariniforme: Assemelha-se ao tórax do pombo. 
Pode ser de origem congênita ou adquirida com o 
raquitismo na infância. 
 Cônico ou em sino: encontrado nas 
hepatoesplenomegalias e ascites volumosas. 
 Cifótico: Pode ser de origem congênita, resultar de 
postura defeituosa, tuberculose óssea (mal de 
pott), osteomielite ou neoplasias. 
 Cifoescoliótico: É uma cifose mais um desvio da 
coluna (escoliose);
 
Tipos respiratórios 
 Para o reconhecimento do tipo respiratório, 
observar a movimentação do tórax e do abdome, 
Inspeção 
15
Taciano Fontes Filho 
 
com o objetivo de reconhecer em que regiões os 
movimentos são mais amplos. 
 Em pessoas sadias, na posição sentada ou de pé, 
predomina a respiração torácica ou costal. 
Enquanto que deitado predomina a diafragmática. 
 A observação do tipo respiratório tem importância 
no diagnóstico da fadiga e da paralisia 
diafragmática, condições em que a parede 
abdominal tende a se retrair na inspiração, ao 
contrário do que ocorre na respiração 
diafragmática normal. 
Ritmo respiratório 
 Normalmente a inspiração dura quase o mesmo 
tempo que a expiração. 
 Respiração de Cheyne-Stokes: frequente na 
insuficiência cardíaca, na hipertensão 
intracraniana, nos acidentes vasculares cerebrais e 
nos traumatismos cranioencefálicos. 
 Respiração de Biot: as causas desse ritmo são as 
mesmas da respiração de Cheyne-Stokes. 
 Respiração de Kussmaul: acidose, principalmente 
diabética, é a sua causa principal. 
 Respiração suspirosa: Traduz tensão emocional e 
ansiedade. 
 Dispneia: Demanda ventilatória excessiva, por 
causas multifatoriais, podendo ser metabólico, 
cardiovasculares, asma, broncoespasmos. 
 
 
 
 
 Além de complementar a inspeção, avaliando a 
mobilidade da caixa torácica, a palpação torna 
possível que lesões superficiais sejam mais bem 
examinadas quanto a sua forma, seu volume e sua 
consistência. 
Expansibilidade 
 Expansibilidade dos ápices pulmonares e das bases 
pulmonares. 
 Médico fica atrás do paciente em posição sentada 
que deve respirar profunda e pausadamente. 
 Útil na identificação dos processos localizados nas 
bases e que reduzem a mobilidade da região 
 
Frêmito Toracovocal (FTV) 
 São vibrações das cordas vocais transmitidas à 
parede torácica. 
 Fazer o paciente pronunciar “trinta e três”. 
 Para a palpação da face posterior do tórax, o 
médico deve colocar-se à esquerda do paciente 
usando sua mão direita, deslocando de cima para 
baixo. 
 A seguir, passa para diante e à direita do paciente, 
apoiando a mão sobre o hemitórax esquerdo e 
direito, alternadamente, seguindo a linha médio-
esternal de cima para baixo. 
 Há redução ou abolição do FTV: 
 Em derrames pleurais líquidos ou gasosos, por 
afastarem o pulmão da parede torácica, 
dificultando a transmissão da vibração. 
 Obstrução dos brônquios (atelectasia), o som 
não consegue se propagar. 
 Há aumento do FTV: 
 Nas condensações pulmonares, pois a 
consolidação do parênquima facilita a 
transmissão da vibração. 
 
Frêmitos brônquico e pleural 
 Frêmito brônquico: equivalente tátil dos 
estertores. 
 Frêmito pleural: resulta da sensação tátil do ruído 
de atrito provocado pelas duas superfícies rugosas 
Palpação 
16
Taciano Fontes Filho 
 
dos folhetos pleurais e que muitas vezes precede 
os derrames. 
 
 
 Deve-se iniciar a percussão do tórax despido pela 
sua face posterior, de cima para baixo. Ficando o 
médico atrás e à esquerda do paciente. 
 Percute-se separadamente cada hemitórax. Em 
uma segunda etapa, percutir comparativa e 
simetricamente as várias regiões. 
 
 Quatro tonalidades de som são obtidas: 
 Somclaro pulmonar: nas regiões de projeção dos 
pulmões. 
 Som timpânico: no espaço de Traube. 
 Som submaciço: na região inferior do esterno. 
 Som maciço: na região inframamária direita 
(macicez hepática) e na região precordial. 
 Algumas condições podem alterar a nitidez ou 
percepção do som: 
 Obesidades, massas musculares hipertrofiadas e 
edema: submaciço ou maciço. 
 Derrame pleural: macicez na região 
infraescapular e na área de projeção dos seios 
diafragmáticos costovertebrais posteriores. 
 Hidropneumotórax: Quando além de líquido há 
ar na cavidade pleural. Acima da área de macicez 
encontra-se timpanismo. 
 Pneumotórax: som timpânico devido à presença 
de ar na cavidade pleural. 
 
 
 O paciente deve estar com o tórax despido e 
respirar pausada e profundamente, com a boca 
entreaberta, sem fazer ruído, e tussa várias vezes. 
 A ausculta se inicia pela face posterior do tórax, 
passando, a seguir, para as faces laterais e anterior. 
Deve-se ter em mente que os limites dos pulmões 
estão aproximadamente a quatro dedos 
transversos abaixo da ponta da omoplata. 
 Os pontos de ausculta são os mesmos dos pontos 
de percussão. 
Sons respiratórios normais 
 Som Traqueal: som inspiratório curto com som 
expiratório mais prolongado, havendo um 
intervalo silencioso entre as duas fases da 
respiração. 
 Som Brônquico: assemelha-se ao som traqueal, 
mas o componente expiratório é menos intenso. 
 Murmúrio vesicular: O murmúrio vesicular é mais 
fraco e suave do que o som brônquico. Ruídos 
respiratórios ouvidos na maior parte do tórax. 
 Diminuição do MV: presença de ar 
(pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido 
sólido (espessamento pleural) na cavidade 
pleural; enfisema pulmonar, dor torácica de 
qualquer etiologia que impeça ou diminua a 
movimentação do tórax, obstrução das vias 
respiratórias superiores (espasmo ou edema da 
glote, obstrução da traqueia), oclusão parcial 
ou total de brônquios ou bronquíolos. 
 Prolongamento da fase expiratória do MV: 
aparece na asma brônquica, no enfisema e na 
bronquite espastiforme e traduz de modo 
objetivo a dificuldade de saída do ar. 
 Som broncovesicular: Características do som 
brônquico + do murmúrio vesicular. 
 Esse tipo de som surge quando há área 
lesionada com alvéolos mais ou menos normais 
capazes de originar som do tipo vesicular. 
Sons ou ruídos anormais descontínuos 
 São representados pelos estertores, que são ruídos 
audíveis na inspiração ou na expiração, 
superpondo-se aos sons respiratórios normais. 
 Estertores finos ou crepitantes: podem estar 
presentes na pneumonia e na congestão pulmonar 
da insuficiência ventricular esquerda, ou em 
doenças intersticiais pulmonares. 
 Estertores grossos ou bolhosos: São comuns na 
bronquite crônica e nas bronquiectasias. Indicam 
presença de conteúdo líquido ou inflamatório nas 
vias aéreas. 
Sons ou ruídos anormais contínuos 
 Roncos: constituídos por sons graves, formados de 
baixa frequência. Sugerem secreção nas vias 
aéreas. 
 Sibilos: constituído por sons agudos, formados por 
ondas de alta frequência. Presentes quando há 
estreitamento dos ductos brônquicos por 
espasmos ou edema. 
 Como ocorre na asma brônquica, nas 
bronquites, nas bronquiectasias e nas 
obstruções localizadas. 
 Aparecem na inspiração e predominantemente 
na expiração. 
 Surgem e desaparecem em curto período de 
tempo, são mutáveis e fugazes. 
Percussão 
Ausculta 
17
Taciano Fontes Filho 
 
 Estridor: produzido pela semiobstrução da laringe 
ou da traqueia. Pode aparecer na difteria, laringites 
agudas, câncer de laringe e estenose da traqueia. 
 Sopros: Tem o sopro normal e o patológicos, 
quando o pulmão perde sua textura normal, como 
nas pneumonias bacterianas e no pneumotórax 
hipertensivo. 
 Atrito pleural: Presente nos casos de pleurites, 
mais intensos nas inspirações. Tem como causa 
principal a pleurite seca, e a instalação de derrame 
pleural determina seu desaparecimento. 
Ausculta da voz 
 Auscultam-se a voz nitidamente pronunciada e a 
voz cochichada através da pronúncia das palavras 
“trinta e três”. 
 Constituem o que se chama ressonância vocal: em 
condições normais, a voz falada e a cochichada são 
incompreensíveis. 
 Condições de alteração da ressonância vocal: 
 Transmissão facilitada (broncofonia): quando 
está consolidado, com pneumonia ou infarto 
pulmonar, causa inflamatórias, neoplásicas ou 
pericavitária. 
 Diminuição da ressonância vocal: na 
atelectasia, no espessamento pleural e nos 
derrames. 
 Na ausculta podem-se observar: 
 Broncofonia: Ausculta-se a voz sem nitidez. 
 Pectorilóquia fônica: ausculta-se a voz 
nitidamente. 
 Pectorilóquia afônica: ausculta-se a voz mesmo 
se cochichada. 
 Egofonia: uma forma especial de broncofonia, 
aparece na parte superior dos derrames pleurais e 
na condensação pulmonar. 
 
 
Síndromes Brônquicas 
 Asma brônquica: 
 Caracterizada por sibilos, roncos e/ou estertores 
grossos. 
 Inspeção e palpação podem estar normais. 
 Pode haver aumento da FR. 
 Pode haver redução bilateral da expansibilidade se 
o paciente estiver hiperinsuflado (asma em crise). 
 Nesse caso haverá também hipersonoridade, 
redução do frêmito toracovocal e do murmúrio 
vesicular bilateralmente. 
 Bronquite crônica da DPOC: 
 Caracterizada por excessiva secreção de muco na 
árvore brônquica. 
 Presença de tosse com expectoração 
mucopurulenta de pequeno volume. 
 Presença de estertores grossos disseminados em 
ambos o hemitórax. 
 Roncos e sibilos são frequentes. 
 Pode-se encontrar redução bilateral da 
expansibilidade, hipersonoridade e redução do 
frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular nos 
indivíduos com enfisema associado. 
 Bronquiectasia: 
 Dilatação irreversível dos brônquios, que 
comprometem segmentos, lobos pulmonares em 
ambos os pulmões. 
 Apresenta tosse produtiva, com expectoração 
mucopurulenta abundante, principalmente pela 
manhã. 
 Hemoptises são frequentes. 
 Com o aumento da bronquiectasia, a inspeção 
pode revelar anormalidades, como aumento da 
frequência respiratória e redução da 
expansibilidade, e diminuição no frêmito 
toracovocal, devido à broncoconstrição associada. 
 Nessa situação pode haver hipersonoridade à 
percussão e redução do murmúrio vesicular. 
 Infecções brônquicas: 
 Bronquite aguda geralmente causada por vírus, 
comprometendo as vias respiratórias. 
 Presença de sintomas gerais (febre, cefaléia), 
rouquidão, tosse seca, seguida após alguns dias de 
expectoração mucosa. 
 A inspeção, palpação e percussão, nada de 
anormal se observa. 
 Na ausculta, o principal achado são estertores 
grossos em ambos os pulmões. 
 Podem-se ouvir, também, roncos e sibilos 
esparsos, inconstantes. 
 Síndrome Brônquica: 
 Sintomas: podem ou não ter dispneia e tosse. 
 Inspeção: dispneia, tórax em posição de inspiração 
profunda e tiragem. 
 Palpação: frêmito toracovocal normal ou 
diminuído. 
 Percussão: normal ou hipersonoridade. 
 Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com 
expiração prolongada, sibilos predominantemente 
expiratórios em ambos os campos pulmonares. 
Pode haver roncos e estertores grossos. 
Síndromes Parenquimatosas 
 Síndrome de consolidação pulmonar: 
 Caracteriza-se pela ocupação dos espaços 
alveolares por células e exsudato. 
Síndromes Broncopulmonares e Pleurais 
18
Taciano Fontes Filho 
 
 Sintomas: tosse produtiva, dispnéia, dor torácica. 
○ Quando há expectoração, é comum achados de 
sangue misturado com muco ou pus (expectoração 
hemoptoica). 
 Inspeção: expansibilidade diminuída. 
 Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal aumentado. 
 Percussão: submacicez ou macicez. 
 Ausculta: respiração brônquica substituindo o 
murmúrio vesicular, sopro tubário, broncofonia ou 
egofonia, pectorilóquia e estertores finos. 
 Atelectasia: 
 Tem como elemento principal o desaparecimento 
de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja 
ocupado porcélulas ou exsudato. 
 As causas mais comuns são as neoplasias e os 
corpos estranhos que ocluem o lúmen dos 
brônquios. 
 Sintomas: dispneia, tosse seca. 
 Inspeção: retração do hemitórax e tiragem. 
 Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal diminuído ou abolido. 
 Percussão: submacicez ou macicez. 
 Ausculta: som broncovesicular. Ressonância vocal 
diminuída 
 Enfisema Pulmonar: 
 Hiperaeração como resultado da alteração 
anatômica anormal dos espaços aéreos distais ao 
bronquíolo terminal. 
 Sintomas: dispneia. 
 Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em 
tonel nos casos avançados. 
 Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito 
toracovocal diminuído. 
 Percussão: sonoridade pulmonar normal no início 
e hipersonoridade à medida que a enfermidade se 
agrava. 
 Ausculta: murmúrio vesicular diminuído. Fase 
expiratória prolongada. Ressonância vocal 
diminuída. 
 Congestão passiva dos pulmões: 
 Edema pulmonar, tem como principais causas a 
insuficiência ventricular esquerda e a estenose 
mitral. 
 Sintomas: dispneia, ortopneia, tosse seca ou com 
expectoração rósea e sibilância eventualmente. 
 Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída. 
 Palpação: frêmito toracovocal normal ou 
aumentado. 
 Percussão: submacicez nas bases pulmonares. 
 Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões 
(principal achado). Prolongamento do 
componente expiratório quando há 
broncospasmo. Ressonância vocal normal. 
 Escavação ou caverna pulmonar: 
 São consequências de eliminação de parênquima 
em uma área que sofreu necrobiose. 
 Uma das principais causas é a tuberculose. 
 Sintomas: tosse seca com expectoração purulenta 
ou hemóptica. 
 Inspeção: expansibilidade diminuída na região 
afetada. 
 Palpação: frêmito toracovocal aumentado (se 
houver secreção). 
 Percussão: sonoridade normal ou som timpânico 
 Ausculta: som broncovesicular ou brônquico no 
lugar do murmúrio vesicular, ressonância vocal 
aumentada ou pectorilóquia. 
Síndrome pleurais 
 Síndrome pleurítica: 
 É a inflamação dos folhetos pleurais. 
 Caracterizada pela presença do atrito pleural. 
 Pode ocorrer em tuberculoses, pneumonias, 
moléstia reumática e outras colagenoses, viroses e 
as neoplasias da pleura e pulmão. 
 Pode evoluir para síndrome de derrame pleural à 
medida que a inflamação evolui com produção de 
líquido que se acumula no espaço pleural. ○ Essa 
evolução também causa do desaparecimento da 
dor pleurítica e do atrito pleural. 
 Sintomas: dor torácica ventilatória dependente. 
 Inspeção: expansibilidade diminuída. 
 Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal 
diminuídos. 
 Percussão: sonoridade normal ou submacicez. 
 Ausculta: atrito pleural. 
 Síndrome do derrame pleural: 
 Observado nas pleurites, pneumonias, neoplasias, 
colagenoses, síndrome nefrótica e na insuficiência 
cardíaca. 
 Sintomas: dispneia, tosse, dor torácica ○ A dispneia 
tem a intensidade dependente do volume do 
líquido acumulado. 
 Inspeção: expansibilidade diminuída. 
 Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal abolido na área do derrame e 
aumentado na área do pulmão em contato com o 
líquido pleural. 
 Percussão: macicez. 
 Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do 
derrame, egofonia e estertores finos na área do 
pulmão em contato com o líquido pleural na parte 
mais alta do derrame. 
 Síndrome pleural aérea ou de pneumotórax: 
19
Taciano Fontes Filho 
 
 Acúmulo de ar no espaço pleural, que penetra 
através de lesão traumática, ruptura de bolha 
subpleural, ou em certas afecções pulmonares que 
põem em comunicação um ducto com o espaço 
pleural. 
 Em casos de tuberculose, pneumoconiose e 
neoplasias. 
 Sintomas: dispneia, dor torácica 
 Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços 
intercostais quando a quantidade de ar é grande. 
 Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal 
diminuídos. 
 Percussão: hipersonoridade ou som timpânico, 
sendo este o dado que mais chama a atenção. 
 Ausculta: murmúrio vesicular diminuído. 
Ressonância vocal diminuída 
20
Taciano Fontes Filho 
 
TACIANO FONTES FILHO SEMIOLOGIA – SEMANA 4, BLOCO 1, P4 – 2021.2 
 
 
 
 Com relação à idade: 
 Crianças e jovens: anomalias congênitas e 
episódios de moléstias reumáticas. 
 20-50 anos: doença de Chagas e a HA. 
 >50 anos: a doença arterial coronariana (angina 
de peito e infarto agudo do miocárdio). 
 Quanto ao sexo: 
 Mulheres jovens: lesões mitrais; 
 Homens >45 anos: aterosclerose coronariana. 
 Com relação ao fator racial, os negros tem mais 
propensão de ter anemia falciforme e hipertensão. 
 Com relação a sua profissão, é interessante 
observar se ela oferece um intenso esforço físico 
ou o fator emocional envolvido. 
 A naturalidade e o local de residência relacionam-
se com as doenças endêmicas, como doença de 
Chagas. 
 Dentre os antecedentes pessoais, destacam-se a 
relação entre as infecções estreptocócicas, e as 
lesões orovalvares de etiologia reumática. Além de 
investigar problemas renais, alimentação rica em 
lipídios e perturbações emocionais. 
 A análise dos antecedentes familiares deve ser 
feita devido à influência genética com relação a HA 
e a cardiopatia isquêmica. 
 As condições socioeconômicas e culturais estão 
intimamente ligadas com as regiões endêmicas da 
doença de Chagas e histórico de febre reumática 
por infecções estreptocócicas. 
 
 
Dor precordial 
 Pode ter origem em órgãos circunvizinhos, como o 
estômago, esôfago, pleura, mediastino e parede 
torácica. 
 Quando relacionada ao coração e à aorta, tem 
origem isquêmica, pericárdica e aórtica. 
 A dor na isquemia miocárdica normalmente é 
ocasionada por causa de aterosclerose, assumindo 
características especiais na angina de peito e IAM. 
 Importante investigar por meio das características 
semiológicas da dor: 
 Localização: a mais típica é a retroesternal à 
esquerda, raramente à direita. 
 Irradiação: A dor por obstrução de uma 
artéria coronária pode ter diversas 
irradiações: para os pavilhões auriculares, 
maxilar inferior, nuca, região cervical, 
membros superiores, ombros, região 
epigástrica e região interescapulovertebral. 
 Caráter ou qualidade: a dor anginosa é quase 
sempre do tipo constritiva, sendo descrita 
como aperto, queimação e sufocação. 
 Duração: a dor da angina é rápida, durando 
cerca de 2 a 3 min. Na angina instável pode 
chegar a 20 min. No IAM, geralmente, dura 
mais de 20 min. 
 Intensidade: Dor leve é quando o paciente a 
sente, mas não se fixa nela. Dor moderada é 
quando incomoda bastante o paciente e 
agrava-se com os exercícios físicos. Dor 
intensa é aquela que inflige grande 
sofrimento, que se agrava com os 
movimentos ou pequenos esforços. 
 Fatores desencadeantes ou agravantes: a dor 
anginosa ocorre após algum esforço físico ou 
após condições emocionais. No IAM costuma 
iniciar em repouso. 
 Fatores atenuantes: pelo repouso ou uso de 
drogas vasodilatadoras coronarianas. 
 Manifestações concomitantes: Precordialgia 
intensa, acompanhada de náuseas, vômitos e 
sudorese fria, sugere IAM. Dor precordial 
durante crise de palpitações pode decorrer de 
isquemia provocada por taquiarritmia. 
 Na dor de origem pericárdica é do tipo constritiva 
sendo mais aguda que a da angina de peito, 
localiza-se na região retroesternal esquerdo e 
irradia-se para o pescoço e as costas. 
 Agrava-se com a respiração em decúbito dorsal, 
com a deglutição e com a movimentação do 
tronco. 
 O paciente tem alivio ao se inclinar pra frente 
na posição genupeitoral. 
 A dor de origem aórtica é ocasionada pela 
dissecção aguda da aorta, que determina quadro 
doloroso importante, com início súbito, muito 
intensa, do tipo lancinante, de localização 
retroesternal ou face anterior do tórax, com 
irradiação para o pescoço, região interescapular e 
ombros. 
Sistema Cardiovascular 
Anamnese 
Sintomas e Sinais 
21
Taciano Fontes Filho 
 
Palpitações 
 São contraçõescardíacas mais fortes e mais 
intensas, lentas ou rápidas, rítmicas ou arrítmicas, 
decorrentes de transtornos do ritmo ou da 
frequência cardíaca. 
 Palpitação de esforço: ocorrem durante a 
execução de esforço físico e desaparecem com o 
repouso. 
 Palpitação por alterações do ritmo cardíaco: 
relatada como ‘’falhas’’, ‘’arrancos’’ e ‘’tremor’’, 
indica quase sempre a ocorrência de extrassístoles. 
 Quando têm início e fim súbitos, costumam ser 
indicativas de taquicardia paroxística. 
 Palpitação que acompanha os transtornos 
emocionais: podem fazer parte, juntamente com a 
precordialgia e a dispneia suspirosa, da síndrome 
de astenia neurocirculatória ou neurose cardíaca, 
cuja origem reside nas agressões emocionais 
sofridas. 
Dispneia 
 A dispneia em paciente com lesão cardíaca indica 
congestão pulmonar. 
 A dispneia de esforço é o tipo mais comum na 
insuficiência ventricular esquerda: 
 Aos grandes esforços: subir escada, andar 
depressa, praticar esporte, caminhar em uma 
rampa, etc. 
 Aos médios esforços: andar em local plano a 
passo normal ou subir poucos degraus. 
 Aos pequenos esforços: escovar os dentes, 
tomar banho, trocar de roupa, etc. 
 A dispneia de decúbito surge quando o paciente 
apresenta um aumento da congestão pulmonar 
nesta posição pelo maior afluxo de sangue 
proveniente dos membros inferiores e do leito 
esplâncnico. 
 Para melhorá-la pode ser usado travesseiros 
para elevar a cabeça. Em casos avançados, o 
paciente apresenta ortopneia. 
 A dispneia paroxística ocorre com mais frequência 
a noite e consiste no fato de o paciente acordar 
com intensa dispneia, acompanhada de sufocação, 
tosse seca e opressão torácica, sendo obrigado a 
sentar-se na beira do leito ou levantar-se da cama. 
 Durante crise dispneica, pode haver 
broncoespasmos e sibilos, sendo, assim, 
chamada de asma cardíaca. Em casos mais 
graves, também há tosse com expectoração 
branca ou rosada, se caracterizando como um 
edema agudo de pulmão. 
 Os pacientes que apresentam falência 
ventricular esquerda aguda (IAM), ou que têm 
uma estenose mitral são os mais propensos a 
desenvolver um quadro de edema agudo do 
pulmão. 
 A dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes 
caracteriza-se por períodos de apneia, seguidos de 
movimentos respiratórios, superficiais a princípio, 
mas que se tornam cada vez mais profundos, até 
chegar a um máximo; depois, diminuem 
paulatinamente de amplitude até uma nova fase 
de apneia, após o que se repetem os mesmos 
fenômenos. 
 Surge de preferência nos portadores de 
enfermidades cardiovasculares, destacando-se 
HA, insuficiência ventricular esquerda e DAC. 
Tosse e expectoração 
 A tosse é um sintoma frequente na insuficiência 
ventricular esquerda, ela é seca e mais presente à 
noite. 
 No edema agudo de pulmão está acompanhada de 
expectoração rósea. 
 Nos aneurismas de aorta, pericardite e grande 
dilatação do átrio esquerdo, podem ocorrer 
acessos de tosse por compressão brônquica, 
irritação do vago ou do ramo recorrente. 
 Na estenose mitral e necrose hemorrágica de 
alvéolos, pode ocorrer na tosse com sangue. 
Sibilância, chieira ou chiado 
 O sibilo é um som musical, contínuo, prolongado, 
predominantemente expiratório, e pode ocorrer 
também durante a inspiração. 
 Por mais que seja mais presentes em doenças 
respiratórias, pode ocorrer na dispneia paroxística 
e na asma cardíaca. 
Hemoptise 
 É a expectoração ou eliminação de sangue pelas 
vias respiratórias. 
 Pode ser precedida de sintomas prodrômicos, tais 
como calor retroesternal, prurido na laringe e 
sensação de gosto de sangue na boca. Pode 
também desencadear acessos de náusea. 
 Sua causa pode ser tanto de procedência 
respiratória como cardíaca, sendo importante 
investigar pelas características semiológicas. 
Síncope e lipotimia (desmaio) 
 A síncope é a perda súbita e transitória da 
consciência e do tônus muscular postural. 
 Caso haja uma perda parcial da consciência, é 
denominada pré-síncope ou lipotimia. 
 Pode ser de causa: 
 Cardíaca: quando há a diminuição do fluxo 
sanguíneo cerebral; arritmias, diminuição do 
débito cardíaco, hipovolemia aguda, regulação 
22
Taciano Fontes Filho 
 
vasomotora anormal e diminuição mecânica do 
retorno venoso. 
 Extracardíaca: pode ser de causa neurogênica, 
metabólica, obstrução extracardíaca do fluxo 
de sangue e psicogênica. 
Alterações do sono 
 A insônia é um sintoma frequente nos pacientes 
com insuficiência ventricular esquerda. 
 Na insuficiência cardíaca grave, a insônia é 
acompanhada de excitação e obnubilação, 
alternando-se com períodos de sonolência e 
prostração. 
Cianose 
 É um sinal importante de enfermidade cardíaca, 
principalmente na infância. 
 No exame observa-se os lábios, a ponta do nariz, a 
região malar, os lóbulos das orelhas, a língua, o 
palato, a faringe e as extremidades das mãos e dos 
pés. 
 Cianose na ponta dos dedos com influência do frio 
é sugestivo de Síndrome de Raynaud. 
 Pode ser classificada como: 
 Generalizada ou segmentar. 
 Leve, moderada ou grave. 
 Acompanhada de sintomas adjacentes: 
irritabilidade, sonolência, torpor, crises 
convulsivas, dor anginosa, hipocratismo digital, 
nanismo ou infantilismo. 
 Caso seja presente desde a infância, indica doença 
cardíaca congênita. 
 O baqueteamento sem cianose é frequente em 
pacientes com endocardite infeciosa subaguda. 
Enquanto que, com cianose, indica cardiopatia 
congênita ou doença pulmonar. 
 Há quatro tipos de cianose: 
 Central: transtorno na perfusão em 
consequência de cardiopatias congênitas, grave 
insuficiência ventricular direita e outros 
problemas pulmonares. Diminui ou desaparece 
com a inalação de O2. 
 Periférica: Pode aparecer na insuficiência 
cardíaca congestiva. Intervém com água quente 
e a elevação do membro cianótico. 
 Mista: Associação da central com a periférica. 
Presente na insuficiência cardíaca congestiva 
grave. 
 Por alteração da hemoglobina: Hemoglobina 
perde afinidade pelo oxigênio. Surge pela 
inalação de substâncias tóxicas. 
Edema 
 É o resultado do aumento do líquido intersticial, 
proveniente do plasma sanguíneo. 
 No exame físico completa-se a análise, 
investigando-se os seguintes parâmetros: 
 Localização e distribuição: localizado ou 
generalizado. 
 Intensidade: é estabelecida de acordo com 
profundidade da fóvea, graduada em cruzes. 
 Consistência: mole ou dura. 
 Elasticidade: elástico ou inelástico. 
 Temperatura da pele circunjacente: normal, 
quente (inflamatório) ou frio 
(comprometimento da irrigação sanguínea na 
área). 
 Sensibilidade da pele circunjacente: doloroso 
(inflamação) ou indolor. 
 Outras alterações da pele adjacente. 
 Aparece em muitas enfermidades, podendo ser: 
 Localizado: edema angioneurótico ou 
inflamatório e na compressão de vasos 
linfáticos e venosos. 
 Generalizado: resultante de afecções cardíacas, 
renais, hepáticas, carenciais e do uso de 
medicamentos. 
 Quando é recente: a pele da região edemaciada 
torna-se lisa e brilhante. 
 De longa duração: a pele adquire o aspecto de 
"casca de laranja". 
 A causa básica do edema cardíaco é a insuficiência 
ventricular direita por aumento da pressão 
hidrostática associado à retenção de sódio. 
 Primeiramente, localiza-se nos membros 
inferiores, bilateralmente, pela ação da 
gravidade, iniciando-se em torno dos maléolos. 
 À medida que vai progredindo, acomete pernas e 
coxas, podendo alcançar a raiz dos membros 
inferiores e o corpo todo (anasarca). 
Astenia 
 É uma sensação de fraqueza generalizada. 
 Nos pacientes com insuficiência cardíaca, a astenia 
relaciona-se principalmente com a diminuição do 
débito cardíaco e com oxigenação insuficiente dos 
músculos esqueléticos. 
 A astenia dos cardiopatas pode estar relacionada 
também com atrofia muscular. 
Posição de cócoras 
 É um tipo de dispneia de esforço, próprio dos 
portadores de cardiopatia congênita cianótica com 
fluxo sanguíneo pulmonar diminuído. Realizam-se a inspeção e a palpação 
simultaneamente porque os achados semióticos 
Inspeção e Palpação 
23
Taciano Fontes Filho 
 
tornam-se mais significativos quando analisados 
em conjunto. 
 
Abaulamento 
 Deve-se observar a região precordial 2 incidências: 
tangencial e frontal. Abaulamento desta região 
pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta, 
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações 
da própria caixa torácica. 
 As cardiopatias congênitas e as lesões valvares 
reumáticas são as causas mais frequentes de 
abaulamento precordial. 
Ictus cordis 
 Nos portadores de enfisema pulmonar ou quando 
há obesidade, musculatura muito desenvolvida ou 
grandes mamas, o ictus cordis pode tornar-se 
invisível e impalpável. 
 O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ 
ou hipertrofia do ventrículo esquerdo. 
 Para o seu estudo é importante avaliar as seguintes 
características: 
 Localização: nos mediolíneos, situa-se na linha 
hemiclavicular no 5° espaço intercostal. Já nos 
brevilíneos, situa-se no 4° espaço intercostal. 
 Extensão: Em condições normais, corresponde a 
1 ou 2 polpas digitais. Nos casos de hipertrofia 
ventricular, são necessárias 3 polpas ou mais. 
 Mobilidade: Em condições normais, desloca-se 1 
a 2 em com as mudanças de posição (decúbito 
dorsal e lateral). 
 Intensidade: em pessoas normais, sua 
intensidade varia, sendo mais forte em pessoas 
magras ou após situações que provocam o 
aumento da atividade cardíaca. É mais vigoroso 
nas hipertrofias ventriculares. 
 Tipo de impulsão: 
 Difuso: quando sua área corresponde a 3 ou 
mais polpas digitais. Indica dilatação. 
 Propulsivo: quando a mão que o palpa é 
levantada a cada contração. Indica hipertrofia. 
 Pela ausculta, é possível analisar melhor o ritmo 
e a frequência do coração. 
Batimentos ou movimentos 
 Além do ictus cordis, podem ser encontrados no 
precórdio e áreas vizinhas outros batimentos 
visíveis ou palpáveis: 
 Retração sistólica apical: aparece em casos de 
hipertrofia direita. Durante a sístole, em vez de 
um impulso, o que se percebe é uma retração. 
 Levantamento em massa do precórdio: ocorre 
na hipertrofia do ventrículo direito e é percebido 
como um impulso sistólico que movimenta uma 
área relativamente grande da parede torácica nas 
proximidades do esterno. 
 Choque Valvar: Quando as bulhas cardíacas se 
tornam hiperfonéticas, podem ser sentidas pela 
mão como um choque de curta duração. 
 Pulsações epigástricas: consiste na transmissão à 
parede abdominal das pulsações da aorta. Podem 
ser normais, ou denunciar hipertrofia ventricular 
direita, quando muito intensas. 
 Pulsação supraesternal: pode ser observada em 
pessoas normais e depende das pulsações da 
crossa da aorta. Quando muito intensas, 
levantam a suspeita de HA, esclerose senil da 
aorta, aneurisma da aorta ou síndrome 
hipercinética. 
Frêmito Cardiovascular 
 É a designação aplicada à sensação tátil 
determinada por vibrações produzidas no coração 
ou nos vasos. 
 Os frêmitos correspondem aos sopros. 
 Ao encontrar-se um frêmito, precisam ser 
investigadas: 
 Localização: áreas de ausculta. 
 Situação no ciclo cardíaco: frêmitos sistólico, 
diastólico e sistodiastólico. 
 Intensidade: avaliada em cruzes ( + a++++). 
 
 
Focos de ausculta 
 Aórtico: situa-se no 2° espaço intercostal direito, 
justaesternal. 
 Pulmonar: localiza-se no 2º espaço intercostal 
esquerdo, junto ao esterno. 
 Análise dos desdobramentos da 2° bulha 
pulmonar. 
 Tricúspide: corresponde à base do apêndice 
xifoide, ligeiramente para a esquerda. 
 Ausculta o sopro sistólico indicativo da 
insuficiência da valva tricúspide, contudo mais 
percebido nas proximidades da área mitral. 
 Mitral: situa-se no 5° espaço intercostal esquerdo 
na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus 
cordis. 
 Aórtico acessório: área compreendida entre o 3° e 
o 4º espaço intercostal esquerdo, nas 
proximidades do esterno. 
 Local para perceber os fenômenos acústicos de 
origem aórtica. 
Bulhas Cardíacas 
 Primeira Bulha (B1): é formada pelo fechamento 
das valvas mitral e tricúspide, no início da sístole 
ventricular. 
Ausculta 
24
Taciano Fontes Filho 
 
 Coincide com o pulso carotídeo e ictus cordis, 
sendo melhor audível no foco mitral. É 
representada pelo "TUM". 
 Segunda Bulha (B2): são audíveis as originadas 
pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar, na 
diástole vestricular. 
 É mais intensa nos focos da base (aórtico e 
pulmonar). Representada pelo "TA". 
 Terceira Bulha (B3): é um ruído protodiastólico de 
baixa frequência que se origina das vibrações da 
parede ventricular subitamente distendida pela 
corrente sanguínea que penetra na cavidade 
durante o enchimento ventricular rápido 
(diástole). Indica sobrecarga de volume. 
 É expressado pelo "TU" e melhor audível no foco 
mitral. 
 Quarta Bulha (B4): é um ruído débil que ocorre no 
fim da diástole ou pré-sístole, indica queda da 
complacência ventricular. 
 Desdobramento de B2 (TRA): acontece na 
inspiração pela diminuição da pressão 
intratorácica, o que traz mais sangue para o 
ventrículo direito e retarda o fechamento da 
válvula pulmonar. 
 OBS: A sístole e a diástole são divididas nas 
seguintes partes: proto, meso e telessístole; proto, 
meso e telediástole. 
Ritmo e frequência Cardíaca 
 Normalmente, são 2 bulhas (ritmo cardíaco em 2 
tempos) e as vezes 3 bulhas (3 tempos). A 4° bulha 
sempre é patológica. 
 Em adultos: menos de 60 bpm chama-se 
bradicardia e mais de 100, taquicardia. 
 Taquicardia sinusal: pode ser fisiológico ou 
patológico, em adultos pode chegar até 150bpm e 
em crianças 180bpm. 
 Bradicardia sinusal: tem causa fisiológica ou 
patológica. Geralmente, em torno de 40-50 bpm. 
 Arritmia sinusal: variação na frequência cardíaca, 
geralmente relacionada com a respiração: na fase 
inspiratória, há aumento do número de 
batimentos cardíacos e, na expiratória, diminuição. 
 Extrassístoles: ocorrem em um momento anterior 
ao da sístole normal. São manifestações de baixo 
débito cardíaco, estando presentes nas 
cardiopatias chagásica crônica e isquêmica. São 
classificadas como: 
 Supraventriculares: o estímulo origina-se nos 
átrios ou na junção atrioventricular. 
 Ventriculares: originam-se nos ventrículos. 
 Taquicardia paroxística: frequência cardíaca 
uniforme e rápida (160-220 bpm), que começa e 
termina subitamente. Comumente ocorre em 
pacientes com miocárdio lesado. 
 Fibrilação atrial: A atividade do nó sinusal é 
substituída por estímulos nascidos na musculatura 
atrial. Por isso, a FC é lenta, entre 30 e 40 bpm. 
 Tem como causas: estenose mitral, doença de 
Chagas, cardiopatia isquêmica e 
hipertireoidismo. 
Cliques e estalidos 
 Diastólicos: 
 Estalido de abertura mitral: presente na 
estenose mitral. 
 Estalido de abertura tricúspide: presente na 
estenose tricúspide reumática, e 
concomitantemente estenose da valva mitral. 
 Protossistólicos (pulmonar e aórtico): ruídos de 
ejeção, por indicarem súbita ejeção de sangue nos 
vasos da base. Sua origem é vascular e são 
produzidos, portanto, pelas vibrações da parede 
do vaso. 
 Mesossistólicos e Telessistólicos: trata-se de um 
ruído entre a 1° e 2° bulha, cuja origem pode ser 
uma brida pericárdica ou pleuropericárdica ou o 
prolapso da valva mitral. 
Sopros 
 Para melhor auscultar sopros aórticos, pode-se 
pedir para o paciente sentado se inclinar um pouco 
para frente, expire completamente e prenda a 
respiração. 
 Após isso, ausculta-se a região da borda esternal 
esquerda e do ápice, interrompendo o exame 
momentaneamente para que o paciente respire 
normalmente. 
 São produzidos por vibrações decorrentes de 
alterações do fluxo sanguíneo: 
 Aumento da velocidade da corrente 
sanguínea: ocorre após exercício físico, na 
anemia, no hipertireoidismo e na síndrome 
febril. 
 Diminuição da viscosidade sanguínea: ocorre 
na anemia. 
 Passagem do sangue através de uma zona

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