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#PÚBLICA# #PÚBLICA# Resumo O Projeto Integrado Multidisciplinar IX do curso de Gestão Tecnológica em Agronegócios tem por objetivo apresentar uma análise da utilização prática dos conhecimentos obtidos nas matérias de Centro de Distribuição: Estratégias e localização, Energia na Agricultura e Linhas de Financiamentos e Créditos, através de pesquisa realizada superficialmente na empresa “JBS S.A”. A Companhia JBS, fundada em 1953, uma multinacional do ramo do agronegócio de origem brasileira, reconhecida como uma das líderes globais da indústria de alimentos, sendo uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas dentro do estado entre os agricultores e agroindústrias, tornando-se referência no seu segmento. Palavras-chave: Empresa, Centro de Distribuição, Estratégias e localização, Energia na Agricultura, Linhas de Financiamentos e Créditos aprendizagem, agronegócio. Abstract The Integrated Multidisciplinary Project IX of the Technological Management in Agribusiness course aims to present an analysis of the practical use of the knowledge obtained in the subjects of the Distribution Center: Strategies and location, Energy in Agriculture and Lines of Financing and Credits, through research carried out superficially. at the company “JBS SA”. Companhia JBS, founded in 1953, a Brazilian agribusiness multinational, recognized as one of the global leaders in the food industry, being one of the first companies in the sector to have shares traded within the state between farmers and agro- industries, making reference in its segment. Keywords: Company, Distribution Center, Strategies and location, Energy in Agriculture, Lines of Financing and Learning Credits, Agribusiness. #PÚBLICA# #PÚBLICA# SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 6 A empresa ......................................................................................................... 6 2.1.1. Missão ........................................................................................................ 6 2.1.2. Valores........................................................................................................ 7 2.1.3. Sustentabilidade ......................................................................................... 8 3. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO: ESTRATÉGIA E LOCALIZAÇÃO ....................... 9 3.1.1. Definição ................................................................................................... 10 Polos Concentradores de Atividades Logísticas no Brasil ............................ 10 Processo para decisão do local do Centro de Distribuição ........................... 11 Funções básicas de Um Centro de Distribuição ............................................ 11 3.4.1. Recebimentos .......................................................................................... 12 3.4.2. Movimentação .......................................................................................... 12 3.4.3. Armazenagem .......................................................................................... 12 3.4.4. Separação do pedido ............................................................................... 13 3.4.5. Expedição ................................................................................................. 13 A importância da Logística para as empresas ............................................... 14 Logística reversa da JBS ................................................................................ 15 3.6.1. PROLATA ................................................................................................. 15 3.6.2. Acordo setorial de embalagens ............................................................... 16 Matriz Brasileira de Transporte e seu reflexo no Brasil ................................. 16 3.7.1. Modal Rodoviário ..................................................................................... 18 3.7.2. Modal Ferroviário ..................................................................................... 19 O Transporte da JBS ...................................................................................... 20 3.8.1. Bovinos ..................................................................................................... 20 3.8.2. Aves e suínos ........................................................................................... 21 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Distribuição Física de Produtos ...................................................................... 21 Vantagens na Adoção do CD ...................................................................... 23 4. ENERGIA NA AGRICULTURA ............................................................................ 25 A Produção Agrícola e o Meio Ambiente ....................................................... 27 As principais matrizes energéticas ................................................................. 29 Economizando energia na agricultura ............................................................ 31 Desenvolvimento e Agricultura - Biomassa, Biocombustível, Biofuturo. ...... 32 Uso racional da energia. ................................................................................. 33 Energia - JBS .................................................................................................. 34 5. LINHAS DE FINANCIAMENTO E CRÉDITOS .................................................... 35 Crédito rural no Brasil ..................................................................................... 37 Análise da disponibilidade de crédito rural no Brasil ..................................... 39 Crédito para agropecuária sustentável .......................................................... 41 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 42 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 43 5 #PÚBLICA# #PÚBLICA# 1. INTRODUÇÃO O presente Projeto Integrado Multidisciplinar IX, requisito obrigatório para conclusão do primeiro semestre do Curso Superior Tecnológico em Gestão do Agronegócio da Universidade Paulista - UNIP tem por objetivo aplicar o conhecimento adquirido durante o período de estudo das disciplinas Centro de Distribuição: Estratégias e localização, Energia na Agricultura e Linhas de Financiamentos e Créditos, através de pesquisa realizada superficialmente na empresa “JBS S.A”. A Companhia JBS, fundada em 1953, uma multinacional do ramo do agronegócio de origem brasileira, reconhecida como uma das líderes globais da indústria de alimentos, sendo uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas dentro do estado entre os agricultores e agroindústrias, tornando-se referência no seu segmento. A empresa está presente em 15 países, à mesma vem buscando se consolidar no mercado de forma produtiva e sustentável, visando contribuir com a preservação do meio ambiente. Serão expostos os resultados atingidos e as perspectivas voltadas à produção agrícola, abrangendo a atuação da empresa JBS bem como seus Centros de Distribuição, logística e estratégia, os tipos de energias utilizadas na mesma e a importância das linhas de créditos para seus clientes. Às buscas destinam-se para a assimilação dos procedimentos no campo e suas técnicas, apresentando algumas particularidades das prestações do serviço. O objetivo final do estudo é inserir o aluno nas práticas gerenciais de Agronegócio fundamentadas nos conhecimentos teóricos assimilados durante as aulas. Por meio de pesquisas qualitativas com levantamentoatividades do entorno. Localizada no Parque Industrial de Lins (SP), tem capacidade de geração de cerca de 50 megawatts de energia por hora, volume suficiente para 35 #PÚBLICA# #PÚBLICA# abastecer uma cidade de 300 mil habitantes. A maior parte dessa energia abastece o Complexo Industrial da JBS e o restante é distribuído para outras unidades e também vendido para o mercado nacional. A geração de vapor, por sua vez, abastece exclusivamente as fábricas da JBS que são adjacentes à Biolins. A Biolins é a unidade de cogeração da JBS, ela gera sozinha, o equivalente a mais de 20% da energia total que é utilizada por todas as unidades da JBS no Brasil. A Companhia também conta com a JBS Biodiesel, a maior produtora mundial verticalizada de biodiesel a partir do sebo bovino. Além disso, utiliza como matéria- prima óleo de cozinha coletado em residências e estabelecimentos comerciais, por meio do Projeto Óleo Amigo, e sebo de aves provenientes das operações da JBS. Nas operações brasileiras, a JBS registra como principais tendências na gestão de energia a crescente migração para o Mercado Livre de Energia, o uso de equipamentos mais eficientes, a substituição de lâmpadas convencionais por modelos LED e a redução no consumo de gás natural, cedendo espaço a outros combustíveis mais limpos. 5. LINHAS DE FINANCIAMENTO E CRÉDITOS O agronegócio, no Brasil, realiza contribuição significativa para o desenvolvimento e crescimento do País, ao colocá-lo em uma posição de destaque, especialmente no que se refere à produção de alimentos e à exportação de produtos primários. Além do mais, de acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a agropecuária gerou cerca de 9,8 milhões de empregos em 2015. O setor foi o único a apresentar saldo positivo, principalmente em função da ampliação da produção e das exportações. Contribuem para o desempenho positivo das atividades agropecuárias, as condições climáticas favoráveis, tecnologia e gestão das propriedades rurais (MAPA, 2015). Outro fator expressivo que faz o Brasil apresentar vantagens competitivas em relação aos demais países produtores agrícolas do mundo refere-se à vasta extensão territorial brasileira para o cultivo. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o total de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade no Brasil é de 388 milhões de hectares, dos quais 106 milhões ainda não foram explorados (MAPA, 2004). 36 #PÚBLICA# #PÚBLICA# A articulação de políticas públicas, através da criação de programas que possam fortalecer as atividades rurais e promover a dinamização econômica, são iniciativas que buscam a melhoria constante e o desenvolvimento da produção local, trazendo eficiência no trabalho, qualidade dos produtos, geração de emprego e aumento da renda no meio rural. Com isso, tem-se por resultado o abastecimento do mercado doméstico e a maior competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Segundo Schultz e Waquil (2011), a principal finalidade para intervenção governamental, através de políticas agrícolas, é para corrigir possíveis imperfeições e falhas no funcionamento dos mercados provenientes das particularidades que compõem o setor agrícola, como, por exemplo, a sazonalidade e a perecibilidade dos produtos. A fase de modernização da agricultura (1965-1985) contemplou a reforma do crédito rural; a reformulação da Política de Garantia de Preços Mínimos; o lançamento de Programas Especiais para Ocupação dos Cerrados, dentre outras ações. Os principais resultados positivos da nova política traduziram-se em estímulo à produção de grãos e à diversificação das exportações. Nesse período, manteve-se a Política do Café e do Açúcar, com maiores intervenções relacionados à geração de álcool, com o objetivo de reduzir a dependência do Brasil às importações de petróleo. Foi também criado o programa Proálcool (COELHO, 2001). A fase da transição da agricultura (1985 a 1995) foi marcada pela aplicação de uma política restritiva, com a decisão de o Governo Federal eliminar o subsídio ao crédito, por meio do uso de indexadores e por reduzir de forma drástica a oferta do crédito rural. Este período sofreu influência dos vários planos que buscavam a estabilização dos altos índices de inflação e, também, a abertura comercial. Nesta fase, utilizou-se, frequentemente, a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e observou-se forte endividamento do setor rural, antecedendo à reformulação geral dos instrumentos de política agrícola (COELHO, 2001). Mais recentemente, a fase da agricultura sustentável (1995) traz a tentativa de o governo resolver o endividamento rural através da securitização, com o desenvolvimento e utilização de novos instrumentos de política agrícola. Também, nessa fase, intensifica-se a proposta de sustentabilidade, o tratamento cada vez mais recorrente de variáveis ambientais e do princípio da agricultura sustentável nas 37 #PÚBLICA# #PÚBLICA# decisões de política agrícola e no cálculo econômico dos empresários rurais (COELHO, 2001). Durante o interstício analisado, foram influentes sobre a dinâmica das políticas agrícolas os programas de estabilização da economia brasileira. Neste sentido, vale mencionar que, após inúmeros planos de estabilização malsucedidos, finalmente, em 1994, é lançado o Plano Real, que conseguiu controlar os altos índices de inflação. Contudo, em 2008, com a instalação da crise mundial, como forma de controle para conter a crise, o governo reduziu os financiamentos dos setores de produção que até então estavam quase totalmente nas mãos do setor privado, e direcionou, em partes, para a gestão do setor público. O setor público assume uma parte dos financiamentos de importantes setores, tais como o industrial e o agrícola (IPEA, 2011). O Banco do Brasil mantém maior parcela de participação nas operações direcionadas ao agronegócio, consolidando-se como o maior parceiro do agronegócio brasileiro (BANCO DO BRASIL, 2015). Além do mais, percebem-se inúmeras iniciativas do governo federal através de políticas relacionadas à sustentabilidade, para o melhor aproveitamento dos recursos naturais, sem agressão ao meio ambiente. Nesse aspecto, destaca-se a importância da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, (EMBRAPA), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que “atua fomentando a agricultura e pecuária nacional, através do desenvolvimento e transferência de novas tecnologias para os produtores nacionais” (EMBRAPA, 2015). Tendo em vista a importância dos agronegócios para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, legitima-se a existência de aparato legal e institucional de apoio aos setores primários e agroindustriais. Nesse sentido, a próxima seção encarrega-se da apresentação das modalidades de crédito rural ofertadas aos produtores rurais brasileiros, das condições da oferta monetária, bem como de suas implicações sobre os processos de endividamento e inadimplência. Crédito rural no Brasil Segundo o Manual do Crédito Rural (MCR), podem acessar o crédito rural “produtores rurais, pessoa física ou jurídica, cooperativas de produtores rurais e pessoas físicas ou jurídicas que, mesmo não sendo produtores do meio rural, 38 #PÚBLICA# #PÚBLICA# dediquem-se a alguma atividade ligada a este meio”. É considerado crédito rural o suprimento dos recursos financeiros, por instituições do Sistema Nacional de Crédito Rural, para aplicação exclusiva nas atividades do setor do agronegócio (BANCO DO BRASIL, 2015). O crédito rural é dividido em três modalidades, e estas três subdivididas em diversas linhas de crédito. De acordo com o MCR, a modalidade de custeio é direcionada às diversas despesas dentro do ciclo produtivo, desde a compra deinsumos até a fase de colheita. A modalidade de investimento refere-se à compra de bens ou serviços, cujos benefícios destes perdurem em longo prazo. Já a modalidade de comercialização destina-se ao armazenamento e à venda dos produtos agropecuários, ou para converter em espécie os títulos oriundos de sua venda ou para entregar os produtos em suas cooperativas (BACEN, 2015). É atribuição do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) conduzir este segmento, “de acordo com as diretrizes da política creditícia formulada pelo Conselho Monetário Nacional, em consonância com a política de desenvolvimento agropecuário”. Ao Banco Central do Brasil cabe o controle do SNCR e compete, entre outras obrigações, principalmente, dirigir, coordenar e fiscalizar o cumprimento das deliberações do Conselho Monetário Nacional, aplicáveis ao crédito rural (MCR, 2016). Em relação às taxas de juros e parcelamento, específicas dos financiamentos pelo crédito rural, uma das principais questões que atrai inúmeros adeptos, entre pequenos e grandes, segundo o MCR, são as baixas taxas de juros, o parcelamento facilitado, as vantagens em relação ao tempo de carência dos pagamentos e, em alguns casos, a facilidade na renegociação do financiamento (BACEN, 2015). Dentre tantas facilidades e atratividades, o produtor se mantém instigado a recorrer à obtenção do crédito desde a compra de insumos até a comercialização dos produtos. Ou seja, tem sua atividade financiada desde o início do processo, o desenvolvimento e as ferramentas necessária para manter e aperfeiçoar sua produção, incluindo as fases de finalização do processo durante a venda do produto. Neste sentido, o propósito do crédito é o de habilitar e proporcionar ao produtor que alcance seus objetivos com o uso eficiente e consciente dos recursos disponíveis, nos quais se insere o crédito rural, para, com isso, movimentar e gerar riquezas para a economia do País. 39 #PÚBLICA# #PÚBLICA# A partir de então, é possível identificar as fragilidades que envolvem a obtenção do crédito, isto é, o nível de endividamento dos produtores que adquirem o crédito rural. Análise da disponibilidade de crédito rural no Brasil Devido à importância do setor rural para a economia do País, é possível observar uma constante evolução dos recursos direcionados a este setor pelo governo federal no decorrer dos anos, em uma tentativa de manter e desenvolver ainda mais esta atividade. Entretanto, este setor possui especificidades; quanto ao ciclo de produção, está sujeito a intempéries climáticas, oscilações nos preços de insumos, volatilidade cambial, entre outras características particulares. Tais particularidades refletem na disponibilidade de recursos do crédito rural e, consequentemente, no acesso por parte dos produtores a estes recursos (AGUIAR; FREITAS, 2009). Anualmente, o Governo Federal, por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), divulga os valores direcionados ao agronegócio que serão distribuídos dentro das modalidades de crédito, aos bancos públicos, privados e cooperativas, para, então, chegar às mãos dos produtores rurais e suas respectivas propriedades, em forma de investimento, produção e geração de renda (MAPA, PAP 2015/2016). Em meio a oscilações em determinados períodos na disponibilidade de recursos ao crédito rural, verifica-se, ainda assim, uma tendência a cada safra de aumento significativo dos valores revertidos ao crédito rural. De acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Central (2016), é possível identificar que, desde o ano de 1999, houve uma crescente injeção de recursos direcionados ao crédito rural, que se deu em função da implementação do Plano Real. O Plano Real foi fundamental para o controle inflacionário e, com isso, o setor rural deixou de atuar num cenário instável e de inflação alta (TOSCHI, 2006). Toschi (2006) destaca que, dentre algumas medidas adotadas pelo Plano Real, considera- se de grande impacto a maior abertura ao comércio exterior, as mudanças de política industrial visando à inserção mais competitiva de produtos nos mercados internacionais e as reformas no ordenamento constitucional do País. Com o novo cenário de estabilização, o governo iniciou a reforma da política agrícola no País, instituindo uma taxa fixa de juros ao ano (TOSCHI, 2006). Com a 40 #PÚBLICA# #PÚBLICA# introdução de reformas constitucionais de ordem econômica e pública, houve, também, o reordenamento do cenário em que operavam os bancos. Assim, o setor rural passou a contar somente com a exigibilidade bancária sobre os depósitos à vista, o que agravou a situação de inadimplência no meio rural e, consequentemente, atingiu o sistema financeiro em seu todo. O crédito rural provocou algumas distorções, ao mesmo tempo em que teve um importante papel na modernização da agricultura e, também alavancou endividamentos para o produtor, acarretando prejuízos aos cofres púbicos (FIALHO; REDIN, 2009). Segundo Braun e Shikida (2004), a valorização da moeda brasileira em relação ao dólar causou a queda de preços na economia brasileira, principalmente dos produtos do setor rural. Ao final de 1995, o governo federal iniciou a renegociação das dívidas rurais, de fundamental importância para a recuperação do setor. No ano de 1999, ano em que o governo adotou o sistema de taxa de câmbio flutuante, o setor rural reagiu de forma positiva e, a partir daí os valores destinados ao crédito rural, se mantiveram em ascensão (TOSCHI, 2006). Em 2005, pôde-se observar uma retração nos valores destinados ao crédito rural. De acordo com Aguiar e Freitas (2009), neste ano, o setor do agronegócio sofreu com intempéries climáticas e queda de preços das commodities, associadas a uma superprodução de soja, o que reduziu, drasticamente, os preços no mercado internacional. Em 2008, as exportações do agronegócio chegaram ao recorde histórico de US$ 71,8 bilhões, com o boom dos preços das commodities agrícolas, porém, com a crise internacional, foram tomadas medidas provisórias para aumentar os investimentos de forma que a crise não afetasse o bom desempenho auferido pelo setor (AGUIAR; FREITAS, 2009). Nos anos de 2013 e 2014, o sistema chega ao ápice de recursos demandados ao financiamento das atividades do setor agropecuário. Nesses anos, deu-se a recuperação da economia mundial, que refletiu de forma positiva nas economias emergentes. O segmento de crédito rural possui especificidades que o fazem um sistema tratado de forma especial no mercado de crédito bancário. As taxas de juros vinculadas ao crédito são fixadas pelo governo federal e, assim como as condições de pagamento, são diferenciadas, inferiores às taxas e condições praticadas no 41 #PÚBLICA# #PÚBLICA# mercado livre. Sustentar as taxas e condições inferiores às do mercado financeiro se caracteriza como uma política econômica adotada pelos governos como forma de fortalecer o setor (AGUIAR; FREITAS, 2009). Crédito para agropecuária sustentável As linhas de crédito voltadas ao aumento da sustentabilidade agropecuária, criadas na última década e operadas no contexto do SNCR, refletem a atenção especial que o Brasil está dando à conservação dos recursos naturais e ao crescimento agrícola de longo prazo. O Programa ABC, criado em 2010, é inovador por ser direcionado a práticas agropecuárias sustentáveis com taxas anuais de juros de 7,5% (para médios produtores) e 8,0% (para grandes produtores), valores do ano agrícola 2015-2016 (BNDES, 2015c). O Programa ABC é uma das primeiras linhas de crédito do mundo a financiar especificamente práticas de baixas emissões de carbono. O Programa Inovagro, lançado em 2013, financia vários investimentos associados com melhoria tecnológica (maior produtividade, melhores práticas agrícolas e de gestão e maior competitividade no mercado)11 a 7,5% ao ano,valores do ano agrícola 2015-2016. O Inovagro também se diferencia ao permitir que os produtores usem até 4% de seus empréstimos para contratar assistência técnica relacionada a planejamento, implementação, monitoramento e execução das atividades produtivas financiadas. Linhas de crédito tradicionais geralmente financiam assistência técnica com menos de 4% do empréstimo ou sequer a financiam (BNDES, 2015a). No ano agrícola 2013-2014, o Programa ABC e o Inovagro somaram juntos, R$ 5,2 bilhões em crédito contratado com produtores (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2015b). Apesar da quantia significativa de crédito associado à sustentabilidade disponível, essas linhas de financiamento enfrentam problemas graves na promoção de práticas sustentáveis, em razão, pelo menos em parte, de sua criação recente e natureza inovadora. Isso se reflete, por exemplo, nas taxas de desembolso particularmente baixas apresentadas por essas linhas. O Programa ABC desembolsou 13,3% da quantia planejada durante seu ano de criação (2010) e, desde então, 42,8% em média. O Inovagro desembolsou 8,2% da quantia planejada durante seu ano inaugural (2013) (BRASIL, 2014a). Ainda que no ano agrícola 2014-2015 a demanda por esses programas tenha crescido, principalmente em função da percepção dos produtores quanto à piora das condições financeiras para o ano agrícola 2015-2016, 42 #PÚBLICA# #PÚBLICA# essas baixas taxas de desembolso devem-se, ao menos parcialmente, a ajustes culturais e institucionais que uma linha de crédito inovadora demanda, conforme pode ser depreendido com base em informações dos agentes financeiros que operam o programa. Para o sucesso desse tipo de iniciativa, é necessário, por exemplo, que os bancos eduquem suas equipes técnicas sobre as novas práticas sustentáveis financiadas pelas linhas de crédito e sobre os detalhes dessas linhas, como os requerimentos para tomada de crédito. Precisam também divulgar as linhas de modo a atrair produtores. Além disso, é importante que os produtores aprendam a respeito da viabilidade técnica e financeira das práticas sustentáveis para que passem a demandar tais linhas de crédito. Outra dificuldade para promover práticas sustentáveis é que o crédito ligado à sustentabilidade representa apenas uma pequena porção do total de crédito rural disponível por meio do SNCR. Do total de crédito rural contratado no ano agrícola 2014-2015 no Brasil (R$ 156,4 bilhões), a quantia ligada à sustentabilidade representa apenas 3,3% (Gráfico 3) (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2015b). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho propiciou o contato com a prática da gestão do agronegócio no segmento de produção agrícola irrigado em grande escala e também todo o seu processo desde os Centros de Distribuição, sua logística e suas estratégias, sua energia utilizada e a importância do credito rural para o produtor. Além do planejamento e respeito ao meio ambiente até chega ao consumidor final. Ficou evidente que uma boa gestão e um bom planejamento com respeito ao meio ambiente é uma ferramenta eficaz para condução dos negócios, pois um bom relacionamento e confiança é a base para realização de bons negócios neste segmento tão variado que é o agronegócio. Destaca-se também a preocupação da empresa JBS com meio ambiente e sua conservação, que sempre estão em busca de mais conhecimento, qualificação e melhorias, a preocupação com o conhecimento é a chave para um bom desenvolvimento e melhoraria dos resultados. 43 #PÚBLICA# #PÚBLICA# A realização da pesquisa proporcionou um aprendizado sólido do que ocorre no mercado de trabalho em frente a uma empresa de grande porte como a JBS, estimulando ainda mais a busca do conhecimento. Além de agregar mais conhecimento do que está sendo estudado no momento com a integração das disciplinas como forma de pesquisa. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A EMBRAPA. 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Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, n. 2, p. 395-401, 2001. Revista Exame – Infraestrutura: 20 anos para tirar o atraso, Editora Abril (2019). Revista “Valor Setorial – Logística” – Março 2021 TEIXEIRA, Jodenir Calixto. Modernização da agricultura no Brasil: impactos econômicos, sociais e ambientais. Revista Eletrônica AGB-TL, v. 1, n. 2, p. 21-42, 2005. TOSCHI, A. B. As fontes de Recursos do Crédito Rural no Brasil de 1994 a 2004. 2006. Tese (Programa de Pós-graduação em Economia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2006. VERGARA Sylvia Constant - “Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração”, Editora Atlas 6ª edição – (2005).bibliográfico. Sendo o mesmo de relevância primordial para a evolução das habilidades fundamentais de um excelente gestor. 6 #PÚBLICA# #PÚBLICA# 2. DESENVOLVIMENTO A empresa A empresa em estudo é a JBS S.A. é uma multinacional do ramo do agronegócio de origem brasileira, reconhecida como uma das líderes globais da indústria de alimentos com sede na cidade de São Paulo, a Companhia está presente em 15 países, à mesma vem buscando se consolidar no mercado de forma produtiva e sustentável, visando contribuir com a preservação do meio ambiente. Em 2018, a JBS completou 65 anos de muita dedicação e conquistas. A origem dessa história remonta a 1953, quando seu fundador, José Batista Sobrinho, iniciou as operações em uma pequena planta com capacidade de processamento de cinco cabeças de gado por dia, na cidade de Anápolis, em Goiás, na região Centro- Oeste do Brasil. Desde o início dessa longa jornada, a Companhia criou parcerias estratégicas, evoluiu em processos e contou com o trabalho de milhares de colaboradores, que ajudaram todos os dias a alcançar a Missão da JBS. Em todos os locais onde atuam, os mais de 250 mil colaboradores seguem as mesmas diretrizes em relação aos aspectos de sustentabilidade – econômico social e ambiental, inovação, qualidade e segurança dos alimentos, com a adoção das melhores práticas, sempre pautados pela mesma Missão e Valores. A JBS conta com um portfólio de produtos diversificado, com opções que vão desde carnes in natura e congelados até pratos prontos para o consumo, comercializados por meio de marcas reconhecidas no Brasil e no exterior, como Friboi, 1953, Swift, Seara, Seara Gourmet, Doriana, Massa Leve, Pilgrim’s Pride, Plumrose, Primo, entre outras. A Companhia também atua com negócios correlacionados, como Couros, Biodiesel, Colágeno, Envoltórios para embutidos, Higiene & Limpeza, Embalagens Metálicas, Transportes e soluções em gestão de resíduos, operações inovadoras e que promovem também a sustentabilidade de toda a cadeia de valor do Negócio. Guiada por fortes valores e com base em um rico legado, a JBS trabalha com objetivo de concretizar a visão de um futuro seguro e sustentável, contribuindo para o esforço global de prover sustento para uma população crescente. 2.1.1. Missão 7 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Serem os melhores naquilo que se propuserem a fazer, com foco absoluto em suas atividades, garantindo os melhores produtos e serviços aos clientes, solidez aos fornecedores, rentabilidade aos acionistas e a oportunidade de um futuro melhor a todos os seus colaboradores. 2.1.2. Valores • Atitude de Dono Comprometido com o resultado, conhece com profundidade aquilo que faz e tem a visão do todo. Agem com obstinação, disciplina e foco no detalhe. É mão na massa, busca sempre ser o melhor naquilo que faz e não desiste nunca. Está sempre disponível e dá o exemplo. Indigna-se, não se conforma, não fica quieto nem se omite quando vê algo que não funciona bem ou possa ser melhorado. É atento aos gastos e à economia de cada centavo. Está engajado com a cultura da organização. • Determinação É obstinado, entrega resultados superiores e cumpre seus compromissos. Faz as coisas acontecerem, busca alternativas para os problemas e engaja as pessoas em prol de um objetivo comum. Tem senso de urgência, atitude de dono e não desiste nunca. • Disciplina Cumpre o combinado, é pontual com horário e seus compromissos. Executa suas tarefas de forma disciplinada. É focado, pragmático, otimiza o tempo, atividades e recursos. Entrega resultados, não cria justificativas e desculpas. • Disponibilidade É receptivo, acessível, disponível, não tem dia e não tem hora, está sempre pronto e tem o trabalho como prioridade. Está aberto ao novo, às mudanças e motivado para novos desafios. • Simplicidade Faz as coisas acontecerem de forma simples e prática, é mão na massa, vai direto ao ponto, descomplica e desburocratiza respeitando as normas. • Franqueza 8 #PÚBLICA# #PÚBLICA# É direto, sincero, verdadeiro e transparente em suas relações, sempre com respeito, de forma positiva, agregadora e acolhedora. Não se omitem expressa suas opiniões mesmo quando contrária aos demais. Sabe dizer não. • Humildade Sabe ouvir, é atencioso, considera a opinião dos outros, não importa quem fez, importa que fizessem. Não tem vergonha de perguntar nem de dizer que não sabe. Não é arrogante nem vaidoso e age com respeito. Não se preocupa com status nem se acha dono da verdade. Prioriza o nós e não o eu. 2.1.3. Sustentabilidade A sustentabilidade na JBS é um compromisso transversal das Unidades de Negócios e áreas da Companhia, em todos os países onde a empresa mantém operações e realiza negócios, com base na atuação ética e transparente, no relacionamento construtivo com seus stakeholders e responsabilidade no tratamento dado às pessoas, aos animais e ao meio ambiente. A JBS conduz a gestão de sua sustentabilidade com base em objetivos bem definidos. São eles: • Desenvolvimento Sustentável do Setor de Alimentos; • Conservação e Recuperação de Florestas; • Apoio às Comunidades em que Estamos Presentes; • Promover a Modernização do Ambiente de Negócios, Alinhada com a Sustentabilidade. O objetivo é fazer da JBS uma empresa líder no uso sustentável dos recursos naturais, minimizando a sua demanda e reduzindo a geração de resíduos para alcançar uma produção de qualidade cada vez melhor. Corporativamente, a empresa mantém dois gestores globais – um no Brasil e outro nos Estados Unidos – responsáveis em gerir e disseminar o tema, engajar as áreas de Negócios e toda a cadeia de valor na gestão da sustentabilidade. A Diretoria brasileira acompanha as operações no Brasil e suas ramificações em outros países, enquanto o Time sediado nos EUA é focado no mercado norte- americano, além do Canadá, Austrália, Nova Zelândia, México, Porto Rico e Europa. Entre as funções da área de Sustentabilidade estão a de ser uma interface da JBS com seus principais stakeholders - mercado, fornecedores, clientes, 9 #PÚBLICA# #PÚBLICA# consumidores, entre outros -, possibilitando o constante diálogo entre as partes interessadas. A Companhia mantém uma importante instância de governança no tema com o Comitê de Sustentabilidade da JBS, responsável por discutir questões estratégicas e de âmbito global. O comitê se reporta diretamente ao Conselho de Administração (CA). 3. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO: ESTRATÉGIA E LOCALIZAÇÃO São inúmeros os fatores que interferem na escolha da localização de um novo Centro de Distribuição e devem ser determinados caso a caso. Podemos destacar como principais, em primeiro lugar, o modelo de negócio a empresa e seus segmentos de atuação. A partir desse direcionamento estratégico, influem à concentração da demanda (clusters), oferta, as estratégias de nível de serviço planejado para o atendimento dos clientes, os eventuais incentivos fiscais e tributários como comodato de terrenos, isenção ou redução de alíquota de alguns impostos, a oferta de serviços na região, como acessibilidade e infraestrutura. Não podemos esquecer as modalidades de transportes disponíveis, existência de mão de obra capacitada e as restrições impostas pela legislação para edificação, como aspectos de meio ambiente e regiões de proteção ambiental, possibilidade de ocupação do terreno e sua própria configuração geológica. E por último, claro, o valor e a forma de investimento. A empresa buscou como grande desafio realizar um gerenciamento logístico objetivando a satisfação dos clientes e assim buscando um grande diferencial no mercado. A logística é um ponto importante, intermodal para o potencial da empresa, buscando manter estoques para atender o mais rápido prontamente aos clientes, e isso caro se for feito individualmente pelos agricultores,então a necessidade de uma solução encontrada para facilitar estas operações é a implantação de Centros de Distribuição (CD). E escolhendo essa opção foi escolhido um ponto estratégico de localização para a instalação, o mais próximo possível de seus clientes e tem a função de receber mercadorias de diversos fornecedores, armazém e abastecer o mercado 10 #PÚBLICA# #PÚBLICA# onde está inserido. Visam agilidade no recebimento e despacho de mercadorias, evitando assim acumulo de mercadorias no estoque e redução de custos. O presente trabalho pretende mostrar a importância do CD dentro da logística. 3.1.1. Definição O termo Centro de Distribuição surgiu como uma expressão moderna de se tratar a armazenagem, mas com alguns conceitos diferentes e que interferem diretamente em sua operacionalização. Nestes Centros de Distribuição ocorrem as seguintes operações de uma forma bem sistematizada para que se possa dar agilidade nos processos: as mercadorias veem de diversos fornecedores em grandes quantidades (cargas consolidadas). São armazenadas e sua distribuição é feita de forma fracionada a fim de poder oferecer aos seus clientes a opção de aquisição de vários itens em quantidades menores. Deixando de ser um deposito ou armazém, para ser um moderno Centro de Distribuição, um local específico para a acomodação de mercadorias e materiais. Atualmente, é utilizado de forma estratégica para a colocação de produtos no mercado e, quando bem posicionado, ele proporciona muitos benefícios para o empreendimento e seus clientes, promovendo uma grande diferença perante a concorrência. A sua montagem necessita de uma preparação e uma mudança de processos e procedimentos dentro da companhia, a fim de se obter uma boa eficiência dessa estrutura. Uma grande diferença entre os depósitos e os centros de distribuição é que estes são instalações que objetivam receber os produtos para atender às necessidades dos clientes; já aqueles são instalações que priorizam a armazenagem de produtos para ofertar a eles. Polos Concentradores de Atividades Logísticas no Brasil No Brasil, existem locais que já se consolidaram como grandes polos concentradores de atividades logísticas, como alguns municípios da Grande São Paulo (Barueri, Jandira, Guarulhos), eixo da rodovia Anhanguera (região de Jundiaí), São José dos Pinhais, no Paraná, Cachoeirinha e Canoas, no Rio 11 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Grande do Sul, Manaus no Amazonas e região de Contagem, em Minas Gerais, Recife para atender o Nordeste, entre outros. Porém conheço muitos centros de distribuição bastante lucrativos localizados fora dessas regiões como Uberaba, Cuiabá e Joinville, que, embora sejam centros de menor concentração populacional, apresentam demandas específicas a serem atendidas. O que definirá a lucratividade do investimento é a correta localização do centro de distribuição em função da necessidade específica de cada negócio. Processo para decisão do local do Centro de Distribuição Para o processo de tomada de decisão, é necessário definir claramente a estratégia de negócio da empresa, que identifique sua visão de longo prazo quanto à demanda, níveis de serviços planejados e expansões de atuação geográfica. A partir daí, avaliar e colocar na balança aspectos quantitativos e qualitativos da operação. É necessário definir um modelo matemático para as análises quantitativas de custos, sendo que as ferramentas adequadas podem variar de uma simples planilha a um algoritmo mais sofisticado de pesquisa operacional. Com isso, podemos gerar cenários para comparação de alternativas de localização e então pontuar os aspectos qualitativos envolvidos, realizando análises de sensibilidade quanto à importância maior ou menor de um ou outro aspecto, além da necessidade de forte envolvimento de uma equipe multifuncional, composta por representantes de diversas atividades, como logística, operações, comercial, marketing, finanças e a direção da empresa. Funções básicas de Um Centro de Distribuição As funções básicas de um CD, segundo Calazans (2001), são: recebimento, movimentação, armazenagem, separação de pedidos e expedição. A mercadoria chega do fornecedor e é recebida pelo CD; essa pode ser armazenada para futura expedição ou pode ser diretamente encaminhada para expedição (crossdocking - é a operação na qual o produto é recebido e encaminhado diretamente para a expedição, de acordo com Apte & Viswanathan (2000), com o mínimo de tempo possível a fim de não manter estoque); quando destinada à armazenagem, a mercadoria é movimentada até o seu devido local no estoque, até que seja solicitada em um determinado pedido; é então separada e 12 #PÚBLICA# #PÚBLICA# encaminhada para expedição, onde será transportada até o destino adequado. Cada etapa realizada no CD será detalhada a seguir. 3.4.1. Recebimentos A atividade de recebimento é a primeira etapa da trajetória do produto no CD. Essa etapa é essencial para a realização das outras atividades, envolvendo o descarregamento das cargas e a conferência da quantidade e da qualidade dos produtos entregues pelos fornecedores. Após registrar os produtos, o sistema de gerenciamento do armazém indica o endereço na área de armazenagem e, assim, o estoque é atualizado para haver a exata localização onde as mercadorias estarão acomodadas até que ocorra a sua solicitação. 3.4.2. Movimentação A movimentação interna dos produtos acontece desde o recebimento até a entrega para quem vai redistribuí-los ou para o consumidor final, ela é responsável pelo transporte de pequenas quantidades de produtos no armazém. Internamente, é possível ocorrer à movimentação, o que envolve receber, conferir e transportar até o local do armazenamento. No entanto, a realocação em outros centros de distribuição também poderá acontecer. Invariavelmente, a movimentação e o manuseio de materiais absorvem tempo, mão-de-obra e dinheiro. Assim, é preciso minimizar o manuseio dos materiais, a fim de não provocar movimentos desnecessários, além de aumentar o risco de dano ou perda do produto. A oportunidade de reduzir a intensidade da mão- de-obra e aumentar sua produtividade reside nas novas tecnologias de movimentação e manuseio de materiais que estão emergindo atualmente. Segundo Moura (1998), o tipo de equipamento utilizado na movimentação de materiais afeta a eficiência e o custo de operação do CD. 3.4.3. Armazenagem A armazenagem é a guarda temporária de produtos para posterior distribuição. Os estoques são necessários para o equilíbrio entre a demanda e a oferta. No entanto, as empresas visam manter níveis de estoques baixos, pois estes geram custos elevados: custos de pedir – custos administrativos associados ao 13 #PÚBLICA# #PÚBLICA# processo de aquisição das mercadorias; custos de manutenção – referentes a instalações, mão-de-obra e equipamentos; custo de oportunidade – associado ao emprego do capital em estoque (HONG, 1999). A área de armazenagem dos CDs é composta, segundo Calazans (2001), por estruturas como porta-paletes, drive-in, estanterias e racks, que são separadas por corredores para ter acesso às mercadorias. Esses corredores são sinalizados para facilitar a operação do CD. 3.4.4. Separação do pedido A separação de pedidos (picking) é a “coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor” (LIMA, 2002 p.2). É uma etapa fundamental do ciclo do pedido, pois consome cerca de 60% dos custos operacionais de um CD (TOMPKINS, 1996). É importante, nessa fase, a separação de forma correta dos itens solicitados no pedido para evitar possíveis problemas e insatisfação dos clientes, visto que essa etapa é a que mais gera custos aos centros por conta das suas operações. A área de estocagem na maioria dosarmazéns ocupa um grande espaço, devido ao acondicionamento dos estoques. Assim, a separação de pedidos, que é realizada nessa área, implica em grandes deslocamentos por parte dos operadores. No entanto, existem algumas alternativas intermediárias, segundo Lima (2002), para diminuir esse tempo gasto com o deslocamento, como: algoritmos para definição das rotas de coleta, lógicas de endereçamento e métodos alternativos de organização do trabalho. 3.4.5. Expedição Assim, chegando à etapa final, a expedição, a mesma é essencial para a verificação e conferência de mercadorias separadas antes da expedição dos pedidos no CD. Consiste basicamente na verificação e no carregamento dos produtos nos veículos, podendo envolver algumas atividades como: conferência do pedido, preparação dos documentos de expedição e pesagem da carga para determinação do custo de transporte, Além de ser essencial a verificação e conferência de mercadorias separadas antes da expedição dos pedidos. Para Calazans (2001), alguns complicadores são encontrados na operação da expedição que podem afetar sua eficiência: atrasos de transportadoras, atrasos 14 #PÚBLICA# #PÚBLICA# na emissão da lista de separação, quebra da sincronia entre os processos de recebimento e expedição nas operações de crossdocking e picos de demanda que não foram adequadamente planejados. Após a conferência, embalam-se as mercadorias para serem enviadas em seu trajeto final juntamente às documentações. Dessa forma, quando incrementamos o sistema logístico nos centros de distribuição, uma melhoria em seu desempenho é notada, como a obtenção de melhores preços ao negociar com os fornecedores, evitando o fracionamento da entrega, melhoria nos espaços onde se encontram o seu estoque e redução de mão de obra. A importância da Logística para as empresas Na atual condição da empresa para recebimento de dívidas o proprietário por diversas vezes teve que repor aos bancos o crédito de cheques sem fundos e alguns até hoje não honraram suas dívidas com a empresa. O total em cheques sem fundos chega a um montante de 10% ao mês, cerca de R$3000,00 que deixam de entrar no caixa. Uma pesquisa de concorrência demonstra que esse é o meio de recebimento utilizado por todos os distribuidores. "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja programa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes" (Carvalho, 2002, p. 31). Em outras palavras, a logística é a parte da organização que gerencia o fluxo do produto/matéria-prima desde a fabricação até o consumidor final. A logística tem como objetivo controlar com eficiência todo este processo da cadeia produtiva passando por inúmeras etapas até o consumidor final. No ponto de vista do cliente, a logística tem como objetivo atender a necessidade do mesmo, entregando o produto/serviço desejado dentro do prazo combinado, atendendo assim a expectativa esperada com um custo razoável, conforme BALLOU, Ronald H (1993). Através de uma gestão com eficiência, com uso de tecnologias, infraestrutura/equipamentos e mão de obra qualificada, obtêm-se excelentes resultados econômicos, segundo a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 15 #PÚBLICA# #PÚBLICA# 2016). Realizando um bom planejamento da logística, por consequência, há influência no custo final do produto, barateando-o e não transferindo assim a responsabilidade do custo de transporte para o cliente: afinal, ninguém quer pagar mais caro. Sendo assim, adequar à logística visando à redução de custos e manter a competitividade das empresas/produtores torna-se um grande desafio para o Brasil, segundo a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016). A competitividade tornou-se um paradigma para a economia mundial e a logística está totalmente interligada a ela, pois possui inúmeros elementos que podem ser harmonizados e otimizados para aumentar a eficiência de um processo logístico e majorando, consequentemente, a competitividade. Alguns exemplos destes fatores são: a tecnologia de informação, a armazenagem, os modais de transporte, equipamentos, entre outros. Porém, mesmo que os produtores tenham feito um grande investimento nos fatores citados para obterem maiores resultados econômicos, é imprescindível que o governo também faça a sua parte. Logística reversa da JBS A JBS possui, no Brasil, um programa nacional para promoção da logística reversa de embalagens, de forma a reduzir o volume de resíduos destinados a aterros e aumentar a reciclagem no Brasil. Em atendimento à Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2014, a JBS integrou o Acordo Setorial de Embalagens e o Programa Prolata, e desde então tem demostrado desempenhos relevantes. Entre as ações adotadas há treinamentos para catadores de materiais recicláveis e investimento em estrutura e equipamentos para cooperativas e associações de catadores. 3.6.1. PROLATA O Programa Prolata é uma ação da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), com atuação definida em três pilares: • Centros de recebimento/entreposto: estrutura voltada para recebimento de grandes volumes; • Cooperativas de catadores de materiais recicláveis: trabalho de inclusão social; 16 #PÚBLICA# #PÚBLICA# • Pontos de Entrega Voluntária (PEV): interface direta como consumidor final. Segundo dados fornecidos pela Abeaço, o programa já reciclou mais de 31 mil toneladas de aço. 3.6.2. Acordo setorial de embalagens Para o cumprimento do Acordo Setorial de Embalagens, a JBS adotou as seguintes medidas: • Associou-se, de 2015 a 2018, ao ILOG para apoio à implantação da Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR) em Maringá (PR). A CVMR de Maringá, juntamente com as outras centrais do programa, recolheu aproximadamente 9.500 toneladas de resíduo. • Apoiou a Associação Nacional de Catadores (ANCAT), que, de 2015 a 2017, foi responsável pela comercialização de cerca de 90 mil toneladas de recicláveis por meio de apoio às cooperativas de catadores. • Criou o Programa de Logística Reversa JBS: cooperativas nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul responderam pela venda de mais de 650 toneladas de materiais recicláveis até o ano de 2017. Entre as ações do Programa estão treinamentos de catadores de materiais recicláveis e investimento em estrutura e equipamentos para cooperativas e associações de catadores. • Apoio à Campanha “Separe. Não Pare”, iniciativa da Coalizão para Conscientização e Educação Ambiental sobre o descarte correto de resíduos recicláveis por meio das redes sociais e ações em São Paulo (SP). • A partir de 2018, passou a integrar o Programa Cidade+, que apoia a gestão da coleta seletiva e das cooperativas de catadores de municípios selecionados. Matriz Brasileira de Transporte e seu reflexo no Brasil A Matriz brasileira de transporte é composta por cinco modais: • Aéreo. 17 #PÚBLICA# #PÚBLICA# • Aquaviário; • Dutoviário; • Ferroviário; • Rodoviário; A importância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo sistema, pelo volume de tráfego, pela receita e pela natureza da composição do tráfego, conforme Bowersox e Closs (2007). Porém, os dois modais mais utilizados hoje pelo agronegócio no Brasil são: • Ferroviário; • Rodoviário; O ideal para todas as empresas que utilizam no mínimo dois modais de transportes para a distribuição de seus produtos é a multimodalidade, o que diminui tempo de entrega. As cargas brasileiras são movimentadas através de rodovias, quando deveriam ser utilizadas com mais intensidade também atravésde ferrovias e hidrovias. Isso em tese, pois a realidade histórica do país não favorece a integração de modais. – É o que afirma o professor Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral em reportagem para a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2019). Segundo ele, o Brasil vive, desde a colonização, uma “cultura de substituição”, criada a partir dos ciclos de exploração de produtos brasileiros. Ou seja, ouro sendo substituído por cana-de- açúcar, depois por café, e assim sucessivamente. O País não consegue criar uma cultura de planejamento de longo prazo, e isto levou a outro ponto crítico, que é a questão da conexão com o modal de transporte mais apropriado para o ciclo vigente. Apesar da realidade histórica do País não favorecer a integração de modais, ela garante expressivos ganhos para as empresas, como aumento de produtividade e eficiência. Segundo a Revista “Valor Setorial – Logística”, calcula-se que cerca de 60% do tempo de transporte de cargas é dedicado às etapas de carregamento e descarregamento. Este tempo elevado nas pontas, seja em terminais ou em portos, tem reflexo na ferrovia com a formação de filas de caminhões. Quando se integra os ativos, é possível reduzir este tipo de ineficiência do sistema logístico. 18 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Apesar de todos os benefícios da multimodalidade para as empresas, o Governo não apoia esta função no país, inclusive há pagamento de dois seguros, duas vezes o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do frete quando se utiliza: rodo/aéreo, rodo/fluvial ou rodo/cabotagem. Dentro deste tema de logística, o Brasil está ainda longe do ideal, consequentemente regride na matriz de transporte por causa de sua “cultura de substituição”, burocracias e legislações. 3.7.1. Modal Rodoviário No Brasil, aproximadamente 70% das mercadorias e 90% dos passageiros são transportados pelas rodovias. Porém, este modal acumula defasagem histórica que continua impondo limitações à competitividade do país. Da malha total de 1,72 milhão de quilômetros, apenas 12,4% são rodovias pavimentadas ou 213.000 quilômetros, sendo que mesmo nas estradas asfaltadas, onde o tráfego de veículos é mais intenso, prevalece à má qualidade das vias, conforme mostram as tabelas 1 e 2 (Dados e informações retirados da CNT divulgada na Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016)). Segundo a própria CNT em reportagem para a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016), há 80,3% de rodovias sob gestão pública e 19,7% de vias sob concessão da iniciativa privada. Nos trechos concedidos os resultados foram melhores: 78,3% da extensão foram classificada como ótima ou boa e 21,7% como regular, ruim ou péssima. Já o estado geral das rodovias públicas é bastante crítico. Neste caso, 65,9% das vias foram consideradas regulares ruins ou péssimas e somente 34,1% ótimas ou boas. A precariedade das rodovias brasileiras impacta negativamente o caixa das empresas. Segundo estudo da Fundação Dom Cabral (FDC) publicado na Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016), caminhões que rodam em estradas com situação precária, sem pavimento, pista simples e sem sinalização adequada – que é o caso da maioria das rodovias públicas – registram acréscimo de 32% nos custos relativos a pneus, combustíveis e peças de manutenção, sem considerar o cálculo da vida útil do veículo. Já os caminhões que trafegam por rodovias com pedágios têm aumento médio nos custos de 18%. “Como o governo federal não consegue realizar os investimentos necessários, a diferença de qualidade entre as rodovias concedidas, onde há cobrança de pedágio, e as mantidas pelo poder público tende a se ampliar”, afirma Bruno Batista, 19 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Diretor-Executivo da CNT em reportagem para a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016, na página 79). Devido à crise econômico-política que o Brasil atravessa, o poder público quebrou, inibindo assim os investidores. Mesmo existindo trechos rodoviários que podem ser atraentes para eles, o risco regulatório e a baixa credibilidade do governo dificultam. Entretanto, as concessões são viáveis apenas em locais com grande movimentação de veículos, capazes de gerar receita nos pedágios, caso contrário, a administração pública seria o ideal. Este é o contexto encontrado pelos produtores rurais no estado do Rio de Janeiro, há um grande tráfego diário de veículos, onde a maioria das rodovias é concedida, o que resulta no encarecimento do frete devido aos pedágios. Por outro lado, as rodovias são mais preservadas e bem cuidadas, diminuindo os riscos de perda/dano do produto, acidente com o veículo ou problemas de manutenção do mesmo. Este modal é o mais utilizado pelos produtores rurais do estado, já que a ferrovia é quase inexistente. O transporte através de caminhões é mais flexível e também mais rápido que devido a curta distância entre as fazendas e os centros urbanos. O fato é que o produtor deve escolher o modal de transporte mais adequado ao seu tipo de negócio, levando em consideração tempo, confiabilidade e preço de cada um. 3.7.2. Modal Ferroviário Segundo relatórios da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT divulgados na Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2019), o Brasil conta com cerca de 30.000 quilômetros em concessões de ferrovias com o setor privado. No entanto, apenas de 12 mil a 15 mil quilômetros estão em operação. O resto da malha está subutilizado ou ocioso. A malha ferroviária brasileira necessita de investimentos para a expansão da capacidade, melhorias, produtividade e eficiência. Com isso, haverá redução de até 25% no preço do frete, segundo Luís Henrique Teixeira Baldez, presidente da Associação Nacional dos Usuários de Carga - ANUT em reportagem para a Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2019). 20 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Segundo dados da própria ANUT, em 2015 foram transportados 475 milhões de toneladas de produtos e a perspectiva para este ano é de um crescimento entre 4% e 5%, por conta de alguns investimentos em melhorias, como por exemplo, a velocidade da locomotiva. A velocidade média no Brasil é baixa em relação a outros países, oscilando entre 20 e 45 quilômetros por hora, quando deveria ser de 40 quilômetros por hora. Com o aumento de velocidade média, permite a empresa transportar um volume maior de mercadorias, segundo Baldez. De acordo com último Balanço do Transporte Ferroviário de Cargas 2014, divulgado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) para a reportagem Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016), aponta que os investimentos por parte das concessionárias ferroviárias somam R$ 46,9 bilhões de 1997 a 2014. O Transporte da JBS A Companhia JBS trabalha para garantir as melhores práticas no transporte dos animais, das fazendas até a fábrica. 3.8.1. Bovinos As fazendas fornecedoras da JBS ficam a uma distância média de 167 km das unidades produtivas da Companhia. Para fomentar a qualidade no transporte, os motoristas boiadeiros, próprios e terceiros, são treinados, no mínimo, a cada 12 meses, pela JBS e por empresas terceiras especializadas. Para que o conteúdo da Política de Bem-estar Animal da Companhia, disseminada aos motoristas da JBS Transportadora por meio da assinatura de um termo de responsabilidade, alcance os motoristas terceiros, as suas diretrizes também estão contempladas no contrato de prestação de serviço. È investido em frotas modernas que minimizem o estresse dos animais desde o embarque até o desembarque, e que reduzam os riscos de contusões e acidentes com os animais, são realizados de forma frequente. A JBS lidera um projeto inédito no mercado brasileiro e lançou, em 2016, um modelo de carreta totalmente projetadapara promover o bem-estar animal durante o transporte do gado, e que vem passando por melhorias contínuas. A nova frota de, aproximadamente, 250 carretas e operada pela JBS Transportadora, possui divisórias internas sem pontas, piso antiderrapante e um elevador hidráulico, que torna o embarque e desembarque dos animais mais 21 #PÚBLICA# #PÚBLICA# silenciosos, menos agitados e, consequentemente, menos estressantes para os animais e para o motorista. Além disso, todas essas características contribuem para que a carne levada ao consumidor seja da melhor qualidade. Essas melhorias são frutos de um acordo de cooperação técnico-científica, estabelecido em 2014, com duas das maiores referências globais no assunto, Dra. Temple Grandin, da Colorado State University, e o Prof. Mateus Paranhos, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), por meio do qual a JBS investe em pesquisas e trabalhos científicos relacionados a bem-estar animal. Os veículos boiadeiros são inspecionados periodicamente por profissionais capacitados para incentivar que as condições estruturais sejam mantidas adequadas para um transporte seguro e confiável. 3.8.2. Aves e suínos O transporte de animais das granjas para as unidades produtivas é realizado apenas por equipe treinada, de forma a minimizar o estresse do animal, evitar lesões durante os trajetos e garantir o espaçamento adequado dentro das caixas de transporte ou do caminhão. Orientações sobre procedimentos de emergência são passadas pela Companhia aos motoristas para casos de pane no veículo, interrupção ou bloqueio no trajeto, acidente com a carreta, incêndio ou necessidade de troca de pneus. Para reduzir ao máximo o tempo que os animais passam em trânsito, equipes de planejamento logístico observam as melhores rotas, origens e destinos. São definidas distâncias máximas entre as granjas e as unidades produtivas, garantindo o conforto dos animais. A rotina de transporte é gerenciada por meio de indicadores, como densidade e peso por gaiola no carregamento, além de percentual de mortalidade, a fim de garantir a adoção de práticas adequadas. Distribuição Física de Produtos Conforme BALLOU (1993) pode-se entender como suprimento de materiais a fase do fluxo de insumos necessários para a produção envolvendo seus fornecedores, e a de distribuição física como a fase de distribuição dos produtos até o seu destino final, envolvendo armazenamento e transporte. 22 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Em outras palavras, a distribuição física de produtos trata da movimentação, estocagem e processamento dos pedidos de produtos acabados (ou semi) da empresa/fábrica ao mercado e absorve cerca de 2/3 dos custos logísticos. Por este motivo, as empresas focam no processo de distribuição como “ultima fronteira” para diminuição de custos, uma vez que os mesmos são muito elevados dentro deste processo, principalmente no Brasil. O foco em escoar o produto de uma forma mais rápida por um custo baixo também deve ser levado em conta para aumentar a lucratividade da produção. Um dos vários motivos para o alto custo no processo é devido à distribuição de materiais, no Brasil, basicamente ser realizada através de apenas um modal (Rodoviário), este que por sua vez é mais rápido e flexível. Este modal é muito utilizado no transporte de matéria-prima, envolvido no processo de colheita até os silos/armazéns, seguido da expedição, utilizado também no transporte de insumos e adubos, e no transporte de produtos semiacabados, como no caso do gado que é levado do campo até o frigorífico para ser abatido e suas peças separadas para serem distribuídas também através das rodovias, onde a maioria destina-se a centros de distribuição – CD. Os centros de distribuição são fundamentais no sistema de logística de uma empresa, situados geralmente em rodovias ou próxima a elas, em locais de fácil acesso a grandes caminhões e carretas, além de funcionarem como peças estratégicas para o abastecimento de lojas ou entregas de produtos aos consumidores finais. Eles se multiplicam pelo País, seguindo a rota de expansão das empresas e a necessidade de estar cada vez mais perto do cliente, encurtando distâncias e reduzindo os custos de transporte das mercadorias até o destino final (CASTRO, 2006). Para especialistas - em reportagem à Revista “Valor Setorial – Logística” (Março, 2016) - a construção de CD próprio torna-se viável quando a operação exige espaços superiores a dez mil metros quadrados, facilitando o ganho em escala, quando a empresa tem experiência em operar o equipamento e o empresário está disposto a fazer um investimento de longo prazo. Por isso, é preciso avaliar cuidadosamente as características da operação e da própria empresa antes de decidir. 23 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Vantagens na Adoção do CD Nos últimos anos, a logística se tornou parte do planejamento estratégico das empresas. Foi percebido que ela está totalmente ligada à eficiência em atender aos pedidos dos clientes de forma rápida e dentro de suas expectativas. Por esse motivo, é tão importante que as empresas busquem mudanças que aperfeiçoem e otimizem os processos, como é o caso da adoção de um centro de distribuição. Os impactos positivos de uma gestão voltada para a eficiência refletem, também, em outras áreas, beneficiando o negócio como um todo, gerando vantagem competitiva e diferenciação em um mercado tão sobrecarregado de empresas prestando um mesmo serviço. A decisão de gerenciar um centro de distribuição ajuda a criar vantagem competitiva para o negócio. Algumas das vantagens são: • Centralizam os estoques Quando se opta por ter centros de distribuição, todo o estoque da empresa passa a ficar centralizado em apenas um lugar. Ou seja, em vez de fazer com que o fornecedor entregue poucos itens em diversas unidades, tudo é enviado diretamente para o CD. Isso ajuda a estreitar o relacionamento com os parceiros de negócios, além de melhorar o controle de estoque — o que possibilita diminuir os índices de faltas, excessos e perdas, por exemplo. • Mantêm maior controle dos processos Quando um estoque é centralizado em uma única localização, todas as atividades de separação e expedição acontecem em um mesmo local. O controle dos processos torna-se mais simples, visto que não há mais de um estoque para inventariar. Com um centro de distribuição, o endereçamento das mercadorias é mais preciso, pois geralmente há mais espaço. Assim, nenhuma mercadoria será perdida no armazém e será facilmente localizada, economizando o tempo dos separadores de pedido. • Proporcionam localização estratégica Um dos fatores básicos na hora de tomar a decisão de ter um CD é a localização. Ao fazer o planejamento, alguns fatores, como a tributação do local, a proximidade da fábrica, dos clientes e dos fornecedores precisa ser verificada. 24 #PÚBLICA# #PÚBLICA# A ideia é a otimização, portanto, tanto o fluxo de recebimento quanto o de expedição devem ser levados em consideração ao se calcular o custo benefício de cada localização. Assim, a escolha feita atenderá a todos os requisitos e trará reais benefícios ao negócio. • Agilizam a entrega Um centro de distribuição, se bem administrado, pode tornar o processo de entrega de mercadorias muito mais rápido. Porém, o fato de ter um estoque centralizado não vai fazer com que as atividades se tornem mais eficientes por si só. O endereçamento dos materiais precisa estar correto, as mercadorias precisam estar dispostas de acordo com ele. Além disso, se forem investidos em sistemas de códigos de barras e gestão do estoque, que determinam rapidamente a localização do material, a otimização estará praticamente completa. • Ajudam a aumentar o controle da sazonalidade Falamos anteriormente sobre a centralização dos estoques e como isso ajuda a aprimorar o controle dasmovimentações dos produtos. A vantagem de manter todos os itens sob uma gestão unificada é que a sazonalidade pode ser mais bem gerida. Ou seja, as variações dos níveis de estoque causam menos impactos na venda, já que existe uma estrutura capaz de comportar a demanda. Mesmo que haja excesso de alguns itens, dificilmente ele terá as mesmas proporções negativas de quando isso ocorre em uma unidade menor, por exemplo. • Geram redução de custos A redução de custos pode ser alcançada por diversos meios. Dentre os principais, podemos citar: ❖ Frete dos fornecedores, que ocorre devido ao ponto de entrega ser único; ❖ Manutenção de estrutura própria, quando se opta pela locação de galpões; ❖ Perdas e desperdícios de estoque, por meio da otimização dos processos relacionados a essa área. Para alcançar vantagem competitiva, é preciso buscar novas soluções e otimizar os métodos de trabalho, de maneira que os resultados sejam aprimorados e façam a empresa se destacar dos concorrentes. • Ajudam a fornecer um atendimento de qualidade 25 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Ao ter uma operação mais enxuta, com todas as atividades de distribuição acontecendo em um mesmo local, prevenindo falhas e com os processos mais otimizados, a capacidade da empresa em atender o cliente vai melhorar. Os prazos serão atendidos mais rapidamente, a resposta ao cliente será, também, mais rápida, e ele logo vai perceber que a empresa está se preocupando em atendê-lo da melhor forma, gerando valor ao negócio. • Auxiliam no planejamento eficiente de investimentos O gerenciamento da demanda e o atendimento dos clientes feitos de forma mais eficiente auxiliam no processo de planejamento de investimentos. O gestor consegue entender melhor cada processo e verificar qual deles precisa de ajustes. Ter um local específico para distribuição do produto pode facilitar ao gestor enxergar gargalos que podem ser eliminados com a implementação de novas tecnologias, detalhes difíceis de serem percebidos. Assim, cada atividade pode ser aperfeiçoada. Há muitas tecnologias que podem melhorar os processos de distribuição e controle dos estoques. O gestor precisa decidir qual é a mais adequada para sua operação, e qual trará mais benefícios para o negócio como um todo. • Exponenciam o desempenho empresarial Se tirarmos o conceito de exponencial da matemática para a aplicação no dia a dia, a palavra pode significar algo mais potente, de maior valor. Nada mais é do que crescimento e desenvolvimento. Com todos os benefícios citados, a empresa vai trazer uma melhoria geral em seu desempenho, visto que vai proporcionar melhorias internas, como a otimização, redução de custos e aumento no controle, além de agregar valor ao cliente. A decisão de adotar o centro de distribuição contribui para que a empresa melhore sua imagem no mercado e crie uma vantagem competitiva difícil de ser atingida pelos concorrentes. Os benefícios trarão melhorias operacionais e financeiras para a empresa e os clientes também notarão a mudança no atendimento, visto que influencia diretamente na eficiência da distribuição de mercadorias, nos prazos de entrega e na qualidade do serviço prestado. 4. ENERGIA NA AGRICULTURA A agricultura é uma das atividades econômicas mais importantes de qualquer país e também uma das que demandam maior quantidade de 26 #PÚBLICA# #PÚBLICA# recursos. Insumos como água e energia na agricultura são indispensáveis para a obtenção de uma boa safra. As fontes renováveis têm se mostrado boas alternativas para o produtor rural que deseja manter a produção e, ao mesmo tempo economizar com a energia. Além de serem mais baratas, elas também são mais sustentáveis, pois consomem recursos que se renovam na natureza. Há diversas fontes energéticas que o produtor pode aproveitar. Escolher a melhor delas para a sua propriedade é o segredo para conseguir os melhores resultados. Essa decisão deve levar em consideração o clima da sua região e os recursos disponíveis na sua propriedade. A energia elétrica é essencial para a agricultura, pois todas as etapas da cadeia de produção agrícola, desde a preparação dos insumos para a produção, até as estratégias de comercialização do produto final, passando pelas práticas de atividades de estocagem, conservação, industrialização e distribuição são impactados pelo abastecimento de energia. O conceito de energia somente começou a ser delineado de forma “precisa” no século XIX, quando os físicos a definiram como a capacidade de “algo” fazer “algo”. Atualmente a definição mais aceita é de Halliday (2008) que a define como a quantidade escalar (valor da energia) associada com o estado (condição) de um ou mais objetos. No entanto a ciência munida com o método científico, embora engatinhe nos conceitos mais básicos, consegue definir leis universais que possibilitam a compreensão da natureza. E em termos de energia a lei mais importante e incontestável é o princípio da conservação da energia: “A energia pode ser transformada de um tipo para outro, mas a quantidade total é sempre a mesma”, ou seja, a energia não pode ser destruída nem criada, mas somente transformada. Neste contexto quando se escreve ou se fala de energia na agricultura estamos nos referindo a sistemas agrícolas onde ocorrem transformações de energia. De forma mais simples e clara, não geramos, não consumimos, não produzimos energia na agricultura, somente realizamos operações que em ultima estância convertem energia de uma forma em outra. Quando “consumimos” álcool etílico proveniente da cana-de-açúcar em nossos carros, na verdade estamos realizando inúmeras transformações energéticas que envolvem inúmeros processos que em ultima análise não consomem a energia 27 #PÚBLICA# #PÚBLICA# do álcool etílico, mas somente a transforma em movimento mecânico do motor, que chamamos de energia útil e por outro lado o mesmo motor ocasiona o aquecimento do bloco do motor, o ruído do motor, o aumento de temperatura dos gases de escape e etc., que chamamos de energia desperdiçada. O grande mote em todas as transformações da energia na agricultura não é a quantidade de energia transformada, mas sim a eficiência destas transformações, que está relacionada com o custo-benefício destas. Uma forma de medir esta eficiência é através do balanço energético da transformação. Por exemplo, ao se analisar a produção de álcool proveniente de milho em comparação ao álcool de cana-de-açúcar tem-se que para cada unidade de energia proveniente do álcool de milho é necessária à transformação 0,81 unidades de energia do petróleo, ou seja, o balanço energético é de 1: 1,24, enquanto que para a cana-de-açúcar a cada unidade de energia proveniente da cana é necessária à conversão de 0,124 unidades de energia do petróleo, portanto o balanço energético é de 1: 8,06. Neste exemplo fica claro que a energia proveniente do álcool de cana-de-açúcar tem um custo-benefício muito melhor do que o álcool de milho. Na verdade as questões de energia na agricultura sempre vão se deparar com comparações de custo-benefício técnicas e econômicas, mas não menos importantes são as dimensões ambientais e sociais que a sociedade cada vez mais exige. A Produção Agrícola e o Meio Ambiente O setor agrícola, como qualquer setor da economia mundial é dependente de energia, pois toda ação agrícola compreende transformações físicas, químicas e biológicas de materiais, substâncias e componentes, o que demanda energia nas mais diversas formas. Um efeito colateral destas transformações é a geração de resíduos, que em sua maioria são nocivos ao meio ambiente, exceto aqueles que podem ser reciclados, inclusive alguns em processos energéticos, tais como os resíduos vegetais. Neste contexto uma medida relativa da ação do homem nos processos de transformações energéticas é a pegada ecológicaque segundo Scarpa (2012) é uma forma de medir o uso dos recursos naturais do planeta pelo homem e o seu resultado corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, 28 #PÚBLICA# #PÚBLICA# necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentem determinados estilos de vida. Em outras palavras é um tipo de medida da eficiência na conversão energética de nossa civilização. Segundo WWF-Brasil (2007), para o cálculo da pegada ecológica é levados em consideração: terra bioprodutiva, mar bioprodutiva, terra de energia, terra construída e terra de biodiversidade. A terra bioprodutiva é a área de terra para colheita, pastoreio, corte de madeira, etc. O mar bioprodutiva é a área necessária para pesca. A terra de energia é a área de florestas e mar para absorção de emissões de carbono. Terra construída é a área necessária para construções, casas, estradas, etc. Terra de biodiversidade é a área de terra e água destinada à preservação da biodiversidade. Cada tipo de consumo e utilização dos recursos naturais é convertido por tabelas específicas em uma medida em hectare. Atualmente a humanidade consome 50% mais recursos do que a Terra é capaz de oferecer e a tendência é de aumento (WWF-Brasil, 2007), os EUA nos atuais índices de consumo tem uma pegada ecológica de 9,6 ha, ou seja, para que sejam disponibilizado para um norte-americano todos os alimentos, bens e serviços que ele usufrui hoje são necessários quase 10 ha do planeta Terra, isto equivale à necessidade de 5,3 planetas Terra para sustentar os EUA. A título de comparação, o Brasil tem uma pegada de 2,1 ha e precisamos de 1,1 planetas Terra para sobrevivermos com nosso atual nível de consumo. Portanto é imperativo o uso com mais eficiência de nossas fontes de energia tais como o petróleo, energia solar, eólica, biomassa e etc. Pois segundo a ONU (2013) a população mundial é de 7,2 bilhões de pessoas, e toda esta gente precisa de uma pegada ecológica mínima, que hoje é em torno de 1,8 ha. Isto considerando que o aumento populacional pare o que vai demorar muito ainda. Este panorama nos leva a uma conclusão direta sobre a sobrevivência do planeta: é essencial que haja uma diminuição da “pegada humana”. O desafio é difícil, pois temos que repensar a forma como o mundo capitalista desenvolve suas atividades. No entanto alguns passos já estão sendo dados, afinal o uso de energias renováveis principalmente as advindas da agricultura é uma realidade. Mas o ponto chave deste desafio sem dúvida é o uso racional dos recursos naturais, que só será possível quando os fatores econômicos deixarem de ser o único combustível do 29 #PÚBLICA# #PÚBLICA# desenvolvimento e que as pessoas, sociedades e governos comecem a superar o velho dilema: poucos com muito e muitos com pouco. As principais matrizes energéticas Existe uma série de fontes energéticas obtidas a partir de fontes renováveis. Além de mais baratas, elas ainda representam uma agressão menor para o meio ambiente. Veja a seguir as principais: • Energia eólica A energia eólica, ou energia obtida pela força dos ventos, é uma fonte muito comum no Nordeste do país. Quem viaja pelas estradas da região pode reparar nos enormes “cata-ventos” espalhados por áreas enormes. Esses equipamentos, na verdade, são chamados de aero geradores ou turbinas eólicas. Eles também transformam a energia mecânica gerada pelo movimento das pás das turbinas em eletricidade, que pode ser armazenada para fazer funcionar todo tipo de equipamento. Cada turbina tem um mecanismo que controla a velocidade do movimento das hélices. Assim, mesmo que haja ventos muito fortes, não há risco de o equipamento quebrar e causar um acidente no entorno. Uma das desvantagens dessa matriz energética é que ela só funciona bem em áreas com incidência constante de ventos. Por isso, ela é uma excelente fonte complementar de energia, que é muito bem combinada com as outras matrizes que abastecem o país. • Energia hidrelétrica As usinas hidrelétricas são movidas pela força das águas e é o tipo mais comum no Brasil. Usinas como as de Itaipu, Belo Monte e Tucuruí geram aproximadamente 80% de toda a energia consumida no país. Ou seja, quando você liga a televisão da sua casa ou o sistema de irrigação da sua plantação, há grandes chances de ser a energia hidrelétrica que você está usando. ~ Essas usinas usam a força mecânica das águas dos rios para movimentar turbinas. Em um gerador, a energia mecânica é transformada em energia elétrica, que serve para ligar e abastecer todo tipo de máquinas e aparelhos. No Brasil, ela é a principal fonte energética porque temos vários rios muito caudalosos. Eles são capazes de produzir energia para abastecer a maior parte das 30 #PÚBLICA# #PÚBLICA# casas e fábricas do país. Além disso, a força hidrelétrica não emite poluição e nem gera resíduos para a sua produção. Uma das principais desvantagens da energia hidrelétrica é que ela depende muito das condições do tempo. Chuvas irregulares ou estiagens duradouras podem comprometer a geração de energia no país. Nesses casos, o governo faz uso de fontes complementares, como a energia térmica e a eólica. • Energia solar A energia solar vem sendo explorada no Brasil já há vários anos. Nas residências e nos prédios residenciais, os sistemas de aquecimento solar da água economizam centenas de reais todos os meses. Porém, há outra forma de aproveitar essa energia do sol, que é nas usinas fotovoltaicas. Nesses complexos, as placas fotovoltaicas captam a energia solar, que é transformada em energia elétrica em um gerador. Essa força pode ser usada para abastecer máquinas e equipamentos no local ou pode ser enviada para a rede elétrica nacional, caso a produção seja maior do que o uso. Uma das principais vantagens dessa matriz energética é que ela pode ser instalada em propriedades particulares. Quem opta por fazer esse investimento pode ter uma fazenda praticamente autossuficiente em termos de energia elétrica. O Brasil é um país onde o uso da energia solar é altamente recomendado, pois o nosso território tem uma excelente exposição solar durante o ano todo. • Energia biomassa A biomassa é um tipo de energia térmica. As usinas desse tipo usam resíduos orgânicos na produção de força. Praticamente qualquer rejeito orgânico pode ser usado para servir de combustível nas usinas térmicas de biomassa. O método mais comum para transformar esses resíduos em energia é a queima. Da mesma forma que em uma usina que usa carvão mineral, a energia térmica gerada na queima da matéria-prima é transformada em eletricidade em um gerador. A partir daí, pode ser usada para ligar todo tipo de aparelhos e equipamentos. No Brasil, há uma série de subprodutos da agricultura e até da pecuária que são usados na geração de energia biomassa. O mais comum deles é o bagaço da cana-de-açúcar. Depois do beneficiamento para a produção do etanol, do açúcar ou outros derivados da cana, a fibra do bagaço é um ótimo combustível para as usinas de biomassa. 31 #PÚBLICA# #PÚBLICA# Atualmente, somente grandes indústrias e fazendas do agronegócio podem optar por utilizar a energia biomassa. As usinas necessitam de uma estrutura grande, que não pode ser implementada em áreas pequenas. • Energia de biodiesel O biodiesel é um tipo de combustível que pode ser usado para alimentar diferentes tipos de motores. Depois de passar por um processo que reduz o número de átomos, os óleos vegetais ficam com uma estrutura parecida com o diesel feito de petróleo. Assim, pode ser usado como combustível para tratores, caminhões, máquinas de beneficiamento e outros equipamentos de grande porte necessários na agricultura. • Energia de ondas Todo tipo de movimento gera energia mecânica. Com o tipo certo de tecnologia, ela pode ser transformada em energia elétrica.É isso que acontece com as ondas do mar e o movimento das marés. Em parques instalados em alto-mar, grandes equipamentos captam a energia mecânica do deslocamento das águas pelo vento. Depois, um gerador transforma essa energia em eletricidade, que pode ser armazenada e incorporada à rede elétrica normal. Esse tipo de matriz energética ainda está em fase de início de exploração no Brasil e também no mundo. Tem muito potencial para crescer nos próximos anos, com o avançar tecnológico na área. Economizando energia na agricultura O consumo de energia nas fazendas costuma ser alto, principalmente se a propriedade tem algum sistema de irrigação. Porém, algumas boas práticas ajudam a trazer uma conta de luz mais baixa no fim do mês e manter uma prática mais sustentável na fazenda, com menos desperdício de recursos. Veja algumas dicas: • Dê manutenções regulares nos equipamentos, para que tenham melhor condição de trabalho e suguem menos energia; • Cuide para que as instalações não tenham desperdício de energia em conectores e fios quebrados ou em más condições; 32 #PÚBLICA# #PÚBLICA# • Faça boas instalações elétricas, para que os equipamentos não puxem mais energia do que o necessário para funcionarem; • Planeje bem as suas ações, evitando desperdícios e otimizando os seus recursos; • Adote processos automatizados, que operam somente nos momentos em que são estritamente necessários e evitam desperdícios. Com exceção do biodiesel e da biomassa, que geram energia a partir de combustíveis, todas as outras fontes de energia renováveis sofrem a interferência do clima. Por isso, conhecer bem o clima e o tempo da sua região ajuda o produtor a optar pelo melhor modelo de energia na agricultura. Com a escolha certa, ele conseguirá fazer um bom investimento e economizará dinheiro em sua propriedade. Desenvolvimento e Agricultura - Biomassa, Biocombustível, Biofuturo. Todas as atividades dependem de energia para acontecer. Na verdade, cada ser vivo é uma máquina de transformação de energia e, portanto, é ela que permite a vida no nosso planeta. Os vegetais, por fazerem fotossíntese, são especialistas em transformar a energia solar em uma energia melhor aproveitável por eles e por outros organismos. É daí que veio o nosso interesse em domesticar alguns desses vegetais e criar todo um sistema de produção que conhecemos como agricultura. No caso das atividades humanas, viemos por muito tempo explorando diferentes fontes de energia. Combustíveis fósseis, por exemplo, estão entre as mais utilizadas da história. Contudo, apesar de formadas a partir de um processo natural, hoje sabemos que seu uso leva a um aumento de gás carbônico (CO2) atmosférico, um dos responsáveis pelo efeito estufa e que contribui para o aquecimento global e mudanças climáticas. Na busca por alternativas mais amigáveis para o meio e nosso futuro, temos recorrido a fontes sustentáveis, como é o caso da biomassa e seu aproveitamento como biocombustível. Biomassa compreende tanto organismos vivos (ou que estavam recentemente vivos) quanto quaisquer subprodutos desses organismos, sendo eles animais ou plantas. Isso significa que carvão, petróleo e demais restos fósseis são excluídos da definição. No caso da energia derivada de biomassa, entram na lista materiais biológicos que podem ser usados de forma a substituir combustíveis fósseis na produção de energia e de outros produtos. E essa substituição 33 #PÚBLICA# #PÚBLICA# atualmente faz muito sentido, pois a biomassa consome CO2 atmosférico enquanto está crescendo e, quando queimada, gera uma quantidade do gás equivalente àquela que foi consumida. Ou seja, o aumento líquido de CO2 na atmosfera pode ser considerado zero, fazendo dessa uma fonte mais limpa de energia do que as mais tradicionalmente utilizadas. Isso é justamente o que caracteriza um biocombustível: o combustível derivado da biomassa. Um dos mais conhecidos é o etanol destinado para transporte. O Brasil, graças ao histórico de cultivo de cana-de-açúcar, a matéria- prima mais eficiente para produzi-lo, tornou-se referência internacional em geração sustentável e eficiente do produto. Ficamos atrás apenas dos Estados Unidos, hoje líder mundial que utiliza como fonte de produção o milho, um vegetal de menor rendimento quando comparado com a cana. Entretanto, não é só de cana-de açúcar e do milho que se faz etanol. Soja, canola e palma são importantes insumos para biocombustíveis no atual mercado global. E algumas empresas do setor têm buscado alternativa que irão compor uma segunda e mais avançada geração de biomassa, como lixo, algas, gramíneas perenes e pequenos pedaços de madeira resultantes de trituração. Cada matéria- prima terá suas vantagens e deverá ser associada a tecnologias que permitam seu melhor aproveitamento energético. Independentemente da fonte, o uso sustentável desses insumos mais modernos irá melhorar consideravelmente a forma como o nosso transporte, a geração de calor e outros processos impactam o meio ambiente. Em última análise, caminharemos para mitigar os diversos efeitos das atividades antrópicas que necessitam da utilização de energia. Todo esse contexto evidencia o papel fundamental da Agricultura Moderna na sustentabilidade da economia mundial. Ao passo que inovamos e incorporamos novas tecnologias aos nossos sistemas de produção agrícola, conseguiremos produzir ainda mais biomassa e biocombustível, e garantir um Biofuturo mais limpo para a vida no nosso planeta. Uso racional da energia. A energia elétrica é essencial para a agricultura, pois todas as etapas da cadeia de produção agrícola, desde a preparação dos insumos para a produção, até as estratégias de comercialização do produto final, passando pelas práticas de 34 #PÚBLICA# #PÚBLICA# atividades de estocagem, conservação, industrialização e distribuição são impactados pelo abastecimento de energia. Um exemplo do impacto da energia, são os equipamentos de irrigação que são muito utilizados nas áreas agrícolas. São eles que auxiliam a manter a lavoura verdinha e a fartura dos alimentos. No entanto, para que essa irrigação aconteça é necessário utilização de pivôs de irrigação, o que demanda energia elétrica para bombear a água. Os produtores desejam aumentar a área irrigada, mas nem sempre a empresa que fornece a energia elétrica da região consegue atender a demanda, deixando os produtores de mãos atadas. Esse fato evidencia a importância da utilização de grupos geradores no setor agrícola, tanto para a manutenção da produtividade quanto para a realização das atividades do campo. As principais preocupações nesse setor giram em torno da confiabilidade, disponibilidade e a eficiência da operação de máquinas e equipamentos como: estruturas de silos, aviários, frigoríficos, abatedouro, irrigação, processamento de laticínios, entre outros. Para garantir a autonomia destas operações, mesmo em caso de falha do fornecimento por parte da concessionária, é preciso investir em um sistema de energia seguro, fazendo com que tudo continue funcionando sem perdas na operação. Energia - JBS A gestão dos recursos energéticos é um tema tratado pela JBS no dia a dia de suas operações, e conta com profissionais dedicados para trazer as melhores soluções. A estratégia da Companhia está pautada nas seguintes ações: • Crescente uso de energias renováveis; • Eficiência energética de seus processos; • Reutilização de materiais que poderiam se transformar em resíduos para geração de energia. A JBS prioriza a utilização de fontes renováveis de energia em suas operações, como bagaço de cana, madeira de reflorestamento, e resíduos orgânicos de suas plantas. A Companhia conta com a Biolins, operação que gera energia termoelétrica e vapor, por meio de resíduos de biomassa das indústrias sucroalcooleiras e outras