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Questão 17 Em um hospital de grande porte, está programada uma cirurgia de reconstrução mamária pós-mastectomia. O técnico em enfermagem, ao preparar o paciente no pré- operatório, deve considerar não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais e psicológicos, já que o procedimento está diretamente ligado à autoimagem e à identidade da paciente. Ele deve garantir que o consentimento informado tenha sido assinado, que os exames pré-operatórios estejam atualizados, que a higienização da pele tenha sido realizada conforme protocolo e que a paciente tenha compreendido as orientações sobre o jejum e a suspensão de medicamentos. Além disso, é fundamental respeitar sua privacidade durante a transferência e posicionamento na sala cirúrgica, evitando exposição desnecessária. Nesse contexto sensível, qual das seguintes atitudes é inadequada? A) Oferecer um roupão fechado e calçados antiderrapantes durante a locomoção até o centro cirúrgico, preservando a dignidade da paciente. B) Conversar com a paciente sobre suas expectativas em relação ao resultado estético, demonstrando empatia e acolhimento humanizado. C) Comentar com colegas, na sala de descanso, detalhes sobre o estado emocional da paciente e o tipo de prótese a ser utilizada, sob alegação de “compartilhar aprendizado”. D) Confirmar com a paciente, verbalmente, qual lado do corpo será operado, mesmo com a marcação cirúrgica já realizada. E) Garantir que os cabelos da paciente estejam devidamente cobertos com gorro cirúrgico, sem expor o couro cabeludo desnecessariamente. Questão 18 Durante uma colecistectomia videolaparoscópica, ocorre uma conversão inesperada para cirurgia aberta devido à inflamação extensa e risco de lesão de vias biliares. O técnico em enfermagem, que auxiliava na equipe de apoio, precisa rapidamente adaptar-se à nova situação, ajudando na reposição de campos cirúrgicos, instrumentos maiores e soluções para irrigação da cavidade peritoneal. Ele também deve estar atento ao aumento do tempo cirúrgico, o que eleva o risco de hipotermia, úlceras por pressão e trombose venosa. Nesse cenário dinâmico, qual das seguintes ações NÃO contribui para a segurança do paciente? A) Solicitar à central de material esterilizado a reposição imediata de um conjunto cirúrgico para laparotomia, mantendo a cadeia de esterilidade. B) Ajustar a temperatura da sala cirúrgica para 24°C e cobrir os membros do paciente com mantas térmicas não estéreis, exceto na área operatória. C) Ignorar o tempo prolongado em decúbito dorsal, alegando que a cirurgia é abdominal e não afeta os pontos de pressão nos calcanhares ou sacro. D) Verificar com a enfermeira se haverá necessidade de nova dose de antibiótico profilático, considerando o tempo cirúrgico superior a 3 horas. E) Auxiliar na fixação de protetores de espuma sob os cotovelos e calcanhares, mesmo com o paciente sob anestesia geral. Questão 19 A segurança do paciente em cirurgias pediátricas exige atenção redobrada por parte de toda a equipe de enfermagem. O técnico em enfermagem deve considerar as particularidades anatômicas, fisiológicas e emocionais da criança, desde o pré- operatório até a recuperação. Isso inclui o uso de equipamentos dimensionados (como cateteres, máscaras e monitores), o cálculo preciso de medicações conforme peso, o acolhimento com brinquedos ou linguagem lúdica e a presença dos pais até o momento da indução anestésica, sempre que possível. Além disso, deve-se evitar o uso de adesivos agressivos na pele delicada e prevenir quedas durante a transferência. Diante disso, qual das seguintes condutas é inadequada em cirurgia pediátrica? A) Utilizar fita hipoalergênica para fixar a via venosa periférica, evitando lesões na pele fina da criança. B) Permitir que a mãe permaneça na sala de indução anestésica, segurando a mão da criança até o início da sedação, conforme protocolo institucional. C) Calcular a dose de antibiótico profilático com base apenas na idade da criança, sem considerar seu peso atual. D) Posicionar a criança com travesseiros adaptados para evitar hiperextensão cervical ou compressão de nervos periféricos. E) Explicar o procedimento com bonecos ou desenhos, reduzindo a ansiedade pré- operatória de forma lúdica e respeitosa. Questão 20 No pós-operatório de uma prostatectomia aberta, o paciente apresenta sonda vesical de demora com débito hemático contínuo, como esperado nas primeiras horas. O técnico em enfermagem é responsável por monitorar o volume e a coloração da urina, verificar se há torções ou obstruções no sistema de drenagem e observar sinais de distensão vesical ou dor suprapúbica. Também deve manter a higiene perineal rigorosa para prevenir infecção urinária e assegurar que a bolsa coletora permaneça abaixo do nível da bexiga. Considerando esses cuidados, qual das seguintes ações representa um erro grave? A) Elevar a bolsa coletora acima do nível da bexiga para facilitar a visualização do débito pelo familiar durante a visita. B) Realizar higiene íntima com água e sabonete neutro a cada 8 horas e após cada evacuação, secando bem a região. C) Registrar o volume urinário a cada 2 horas nas primeiras 12 horas pós-operatórias, conforme prescrição da equipe urológica. D) Verificar se o sistema de drenagem está fechado e sem vazamentos, mantendo a esterilidade da conexão com a sonda. E) Observar se há coágulos grossos na sonda que possam obstruir o fluxo urinário, comunicando imediatamente à enfermeira. Questão 21 A organização do instrumental cirúrgico é essencial para a eficiência e segurança do ato operatório. Embora o técnico em enfermagem não manipule diretamente os instrumentos estéreis no campo cirúrgico, ele deve conhecer os conjuntos básicos utilizados em diferentes especialidades (como conjuntos para cirurgia geral, ginecológica ou vascular) e auxiliar na logística de reposição de materiais. Ele também deve identificar falhas na embalagem, como umidade, rasgos ou vencimento da data de esterilização, e jamais permitir o uso de itens duvidosos. Nesse contexto, qual das seguintes afirmativas está INCORRETA? A) Um pacote cirúrgico com data de esterilização legível, embalagem seca e intacta pode ser utilizado mesmo que esteja armazenado há 30 dias, desde que dentro do prazo de validade. B) A pinça de Backhaus é comumente usada para fixar campos cirúrgicos na pele do paciente, graças a seus dentes penetrantes. C) O técnico em enfermagem pode abrir pacotes estéreis sobre a mesa de apoio não estéril, desde que use luvas limpas e não toque na parte interna do invólucro. D) Instrumentos com articulações (como tesouras e pinças) devem ser esterilizados abertos para garantir a eficácia do processo. E) O carrinho de emergência deve ser verificado diariamente, com conferência de medicamentos, materiais e validade dos itens. Questão 22 Em uma cirurgia de emergência por perfuração de úlcera gastroduodenal, o paciente chega em estado de choque séptico. O técnico em enfermagem, ao recebê-lo na sala cirúrgica, observa hipotensão grave, taquipneia e extremidades frias. Sua atuação imediata deve focar no suporte básico: garantir acesso venoso amplo, manter oxigenoterapia, posicionar o paciente em posição de Trendelenburg leve (se não houver contraindicação respiratória) e preparar o ambiente para a rápida intervenção cirúrgica. Embora não prescreva ou administre medicamentos sem supervisão, ele deve estar pronto para auxiliar em todas as etapas. Qual das seguintes condutas é inadequada nesse cenário de urgência? A) Elevar a cabeceira do leito em 30 graus para melhorar a ventilação pulmonar, mesmo com hipotensão grave presente. B) Verificar se há duas vias venosas calibrosas (14G ou 16G) já instaladas para infusão rápida de cristaloides. C) Preparar o campo abdominal com solução antisséptica de forma rápida, mas mantendo a técnicaasséptica. D) Manter o paciente coberto com manta térmica ativa para combater a hipotermia associada ao choque. E) Comunicar imediatamente à enfermeira qualquer alteração no nível de consciência ou na coloração da pele. Questão 23 A prevenção de lesões por exposição a agentes biológicos é uma prioridade no centro cirúrgico. O técnico em enfermagem deve seguir rigorosamente as normas de biossegurança ao manusear sangue, secreções e tecidos, utilizando luvas, máscara, óculos de proteção e avental impermeável conforme o risco do procedimento. Além disso, deve descartar corretamente os perfurocortantes em recipientes rígidos e resistentes, nunca reencapar agulhas e evitar sobrecarga dos coletores de resíduos. Diante disso, qual das seguintes práticas representa uma violação grave das normas de segurança? A) Descartar uma agulha usada diretamente no recipiente de perfurocortantes, sem tentar recolocar a tampa protetora. B) Utilizar luvas de procedimento não estéreis ao manusear o lixo biológico da sala cirúrgica após o término do procedimento. C) Reutilizar um par de luvas para limpar a mesa de instrumental e depois manipular o prontuário eletrônico no computador da sala. D) Lavar as mãos com água e sabão após a retirada dos EPIs, mesmo que tenha usado álcool gel anteriormente. E) Verificar diariamente o nível de preenchimento do coletor de perfurocortantes, garantindo que não ultrapasse 2/3 de sua capacidade. Questão 24 Após uma cirurgia de fratura exposta de fêmur, o paciente é encaminhado à unidade de internação com fixador externo e curativo compressivo. O técnico em enfermagem, no pós-operatório, deve observar sinais de síndrome compartimental, como dor desproporcional, parestesia, palidez, ausência de pulso distal e paralisia. Também deve monitorar a integridade da pele ao redor dos pinos do fixador, realizar higiene local conforme prescrição e incentivar exercícios isométricos para prevenir atrofia muscular. Além disso, deve orientar o paciente sobre os cuidados domiciliares futuros. Nesse contexto, qual das seguintes condutas é inadequada? A) Avaliar a sensibilidade e a mobilidade dos dedos do pé a cada 2 horas nas primeiras 24 horas pós-operatórias. B) Realizar curativo nos orifícios dos pinos com gaze seca, sem uso de antissépticos, alegando que “limpeza com água já é suficiente”. C) Registrar no prontuário a presença de edema moderado na coxa, associado a leve dor à mobilização passiva. D) Incentivar o paciente a contrair os músculos da coxa sem mover a articulação (exercício isométrico), conforme orientação fisioterapêutica. E) Orientar o paciente e o cuidador sobre a importância de não molhar os pinos do fixador externo durante o banho.