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TRANSMISSÃO DE CALORTRANSMISSÃO DE CALOR Maria Helena Paranhos Maria Helena Paranhos GazineuGazineu Energia TEnergia Téérmicarmica • As partículas constituintes de um corpo possuem energia de agitação. • Energia térmica é a energia de agitação das partículas do corpo. • Temperatura é uma medida do estado de agitação das partículas do corpo. • A temperatura não mede a quantidade de energia térmica do corpo. • Sendo assim, o fato de um corpo estar a uma temperatura superior a um outro não quer dizer que ele possua maior quantidade de energia térmica, mas sim que seu estado de agitação térmica está em um nível mais elevado que do outro. CalorCalor Calor é uma forma de energia em trânsito que passa, de maneira espontânea, do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Exemplo: em um recipiente contendo água na temperatura de 30ºC, foi introduzido um pedaço de aço a 120ºC. Com o passar do tempo, o aço vai esfriando e a água vai se aquecendo até que ambos passam a ter mesma temperatura. Nessa situação, dizemos que os dois estão em equilíbrio térmico. Formas de Calor • A quantidade de energia térmica recebida ou perdida por um corpo pode provocar uma variação de temperatura ou uma mudança de fase (estado de agregação molecular). • Se ocorrer variação de temperatura, o calor responsável por isso chamar-se-á calor sensível. • Se ocorrer mudança de fase, o calor chamar-se-á calor latente. Unidades para medidas da quantidade de Calor • Uma caloria é a quantidade de calor necessária para que um grama de água pura, sob pressão normal, tenha sua temperatura elevada de 14,5ºC para 15,5ºC. 14,5oC 15,5oC Unidades para medidas da quantidade de Calor • A unidade de calor, no Sistema internacional de Unidades, é o Joule; admite-se, entretanto, o uso de calorias, que corresponde a 1/860 do watt-hora. • 1 cal corresponde a 4,18J Capacidade Térmica • Razão entre a quantidade de calor (Q) que um corpo recebe, e a variação de temperatura ocorrida (Δθ ). C = Q/ΔθΔθΔθΔθ • Normalmente utilizamos, como unidade de medida, para capacidade térmica: cal /º C • No sistema internacional de unidades, temos: J/K (Joule/Kelvin) Capacidade Térmica • Quanto maior a capacidade térmica de um corpo, maior será a quantidade de calor que devemos fornecer a ele para provocar uma determinada elevação em sua temperatura e, do mesmo modo, maior será a quantidade de calor que ele deve ceder para que sua temperatura sofra redução. Exemplo: dois corpos A e B CA = 500/50 = 10cal/ºC CB = 500/100 = 5cal/ºC Devemos fornecer 10cal para que o corpo A eleve sua temperatura em 1ºC e 5cal para provocar o mesmo efeito no corpo B Calor específico (c) • Quantidade de calor que se necessita fornecer a 1 grama de uma substância para que sua temperatura se eleve em 1ºC, sendo tal quociente chamado de calor específico. Podemos definir: • O calor específico de uma substância representa a quantidade de calor necessária para que 1 grama da substância eleve a sua temperatura em 1ºC. Calor específico (c) Calor específico: Quantidade de calor que se necessita fornecer a 1 grama de uma substância para que sua temperatura se eleve em 1ºC. Q = m c ∆∆∆∆t Calor específico (c) Calor específico de algumas substâncias Relação entre calor específico e capacidade térmica A capacidade térmica do corpo pode ser definida por: C = Q/Δθ E o calor específico: c = Q/ m Δθ Com base nas duas relações concluímos que: c = C / m Calor Sensível • Calor sensível: quantidade de calor necessária para que um corpo sofra apenas variação de temperatura, sem que ocorra mudança de fase.. • Equação fundamental da calorimetria: Q = mcΔθΔθΔθΔθ • A quantidade de calor sensível pode ter sinal positivo ou negativo conforme o calor trocado pelo corpo: Q > 0 → quantidade de calor recebido Q < 0 → quantidade de calor cedido Q = 0 → não há troca de calor Trocas de Calor • Através do balanço energético, conclui-se que, em módulo, a somatória dos calores cedidos é igual à somatória dos calores recebidos. • Se os sinais são levados em conta, tem-se: Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0 ou: ΣQ = 0 ExemploExemplo • Um recipiente termicamente isolado contém 500g de água na qual se mergulha uma barra metálica homogênea de 250g. A temperatura inicial da água é 25,0°C e a da barra 80,0°C. Considerando o calor específico da água igual a 1,00cal/g.°C, o do metal igual a 0,200cal/g.°C e desprezando a capacidade térmica do recipiente, determine a temperatura do equilíbrio térmico. ExemploExemplo • Chamaremos a água, contida no recipiente, de corpo (A) e a barra metálica de corpo(B). Já que as temperaturas iniciais são diferentes, a barra metálica, com temperatura inicial maior, vai ceder calor para a água. Como o recipiente é termicamente isolado todo calor cedido pela barra será recebido pela água. • Matematicamente teremos: ΣQ = 0 QA + QB = 0 500 (1) (θ – 25) + 250 (0,2) (θ – 80) = 0 500θ – 12500 + 50θ – 4000 = 0 550θ = 16500 θ = 30oC ExemploExemplo • A temperatura do equilíbrio térmico (30ºC) está mais próxima da temperatura inicial da água (25ºC). • O motivo deve-se ao fato do calor específico da água (1cal/gºC) ser maior que o calor específico do material que constitui a barra metálica (0,2 cal/gºC). • Ou seja, a cada caloria cedida pela barra, a sua temperatura diminui em 5ºC e a temperatura da água aumenta, em somente, 1ºC. ExemploExemplo • O calor latente, de uma mudança de estado, é a quantidade de calor que a substância recebe ou cede, por unidade de massa, durante a transformação, mantendo-se constante a temperatura, desde que a pressão não se altere. • Matematicamente, podemos expressá-lo por: L = Q/m e Q = mL Onde: • Q = quantidade total de calor latente trocada no processo • m = massa do corpo • L = calor latente de mudança. MudanMudançça de Fasea de Fase Processos de mudança: • Fusão: passagem de sólido para líquido; • Solidificação: passagem de líquido para sólido; • Vaporização: passagem de líquido para vapor; • Condensação: passagem de vapor para líquido; • Sublimação: passagem de sólido para vapor ou vapor para sólido, processo também conhecido como cristalização. MudanMudançça de Fasea de Fase • Para água pura sob pressão constante teremos: • Fusão do gelo (a 0ºC) L = 80 cal/g • Solidificação da água (a 0ºC) L = – 80 cal/g • Vaporização da água (a 100 ºC) L = 540 cal/g • Condensação do vapor (a 100 ºC) L = –540 cal/g MudanMudançça de Fasea de Fase • Conforme a maneira de se processar, a vaporização pode ser classificada como evaporação, ebulição ou calefação. • Na evaporação, a mudança de fase ocorre apenas na superfície do líquido, mediante um processo lento, podendo ocorrer em qualquer temperatura. Esse processo ocorre pela fuga das moléculas mais energéticas do líquido e por isso acarreta um esfriamento do líquido. • Na ebulição, a mudança de fase ocorre numa temperatura fixa, para uma dada pressão chamada de temperatura de ebulição. Esse processo ocorre em todo o líquido. • Já na calefação, a mudança de fase ocorre após um aquecimento muito brusco como, por exemplo, uma porção de água que cai numa panela vazia e muito quente. Primeira Lei da TermodinâmicaPrimeira Lei da Termodinâmica Conservação de energia ∆E = Q – W Convenção de Sinais Calor recebido pelo gás: Q > 0 Calor cedido pelo gás: Q < 0 Trabalho realizado pelo gás: Expansão: W > 0 Compressão: W < 0 Enunciados da 2ª lei da Termodinâmica • Clausius: É impossível um sistemaoperar de modo que o único efeito resultante seja a transferência de energia na forma de calor, de um corpo frio para um corpo quente. Exemplo: Refrigerador • Reservatório Térmico: Classe especial de sistema fechado, que mantém constante sua temperatura, mesmo que energia esteja sendo recebida ou fornecida pelo sistema (RT). • Ex.: Atmosfera; Grandes massas de água: oceanos, lagos; Grande bloco de cobre (relativo). Enunciados da 2ª lei da Termodinâmica • Kelvin-Planck: É impossível para qualquer sistema operar em um ciclo termodinâmico e fornecer trabalho líquido para sua vizinhança trocando energia na forma de calor com um único reservatório térmico. Comentários a respeito dos enunciados • Clausius: mais evidente e de acordo com as experiências de cada um e, assim, mais facilmente compreendido e aceito. • Kelvin-Planck: Embora mais abstrato, propicia um meio eficiente de expressar importantes deduções relacionadas com sistemas operando em ciclos termodinâmicos. Exercícios • 01. Uma bexiga vazia tem volume desprezível; cheia, o seu volume pode atingir 4,0 × 10–3 m3. O trabalho realizado pelo ar para encher essa bexiga, à temperatura ambiente, realizado contra a pressão atmosférica, num lugar onde o seu valor é constante e vale 1,0 × 105 Pa, é no mínimo de: a) 4 J. b) 40 J. c) 400 J. d) 4000 J. e) 40000 J. • 02. A primeira lei da termodinâmica diz respeito à: a) dilatação térmica. b) conservação da massa. c) conservação da quantidade de movimento. d) conservação da energia. e) irreversibilidade do tempo. Exercícios • 03. A Primeira Lei da Termodinâmica estabelece que o aumento DU da energia interna de um sistema é dado por DU = DQ – DW, onde DQ é o calor recebido pelo sistema, e DW é o trabalho que esse sistema realiza. Se um gás real sofre uma compressão adiabática, então, a) DQ = DU. b) DQ = DW. c) DW = 0. d) DQ = 0. e) DU = 0. • 04. Um corpo recebe 40 Joules de calor de um outro corpo e rejeita 10 Joules para um ambiente. Simultaneamente, o corpo realiza um trabalho de 200 Joules. Estabeleça, baseado na primeira lei da termodinâmica, o que acontece com a temperatura do corpo em estudo. Exercícios • 05. É dado um sistema S ideal constituído por: I. um cilindro; II. um pistão; e Uma massa invariável de gás, aprisionado pelo pistão no cilindro. Admita positiva toda energia fornecida a S e negativa a que é fornecida por S. Considere Q e T, respectivamente, calor e trabalho trocados por S. Nessas condições, é correto que, para S, qualquer que seja a transformação a) isométrica, Q e T são nulos. b) a soma T+ Q é igual a zero. c) adiabática Q = 0 e T pode ser nulo. d) isobárica, T+ Q = 0. e) isotérmica, Q = 0 e T pode ser nulo. Exercícios • 06. Transfere-se calor a um sistema, num total de 200 calorias. Verifica-se que o sistema se expande, realizando um trabalho de 150 joules, e que sua energia interna aumenta. a) Considerando 1 cal = 4 J calcule a quantidade de energia transferida ao sistema, em joules. b) Utilizando a primeira lei da termodinâmica, calcule a variação de energia interna desse sistema.
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