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Meios de Prova no Direito Processual Civil

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FABIANA NASCIMENTO DA SILVA 
 
 
 
MEIOS DE PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
 
 
 
Taboão da Serra 
2022 
 
 
2 
 
 
FABIANA NASCIMENTO DA SILVA 
 
 
 
 
MEIOS DE PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Anhanguera de Taboão da Serra, como requisito 
parcial para obtenção do título de graduação em 
Direito. 
Orientador (a): Diana Gomes Alexandria 
 
 
 
 
Taboão da Serra 
2022 
 
 
3 
 
FABIANA NASCIMENTO DA SILVA 
 
 
MEIOS DE PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Instituição Faculdade 
Anhanguera de Taboão da Serra, como 
requisito parcial para a obtenção do título 
de graduado em Direito. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Professor(a). Titulação Nome do 
Professor(a) 
 
Professor(a). Titulação Nome do 
Professor(a) 
 
Professor(a). Titulação Nome do 
Professor(a) 
 
Taboão da Serra, 25 de maio de 2022. 
 
 
 
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Dedico este trabalho a minha família 
que com amor e incentivo, nunca 
mediu esforços para que eu 
chegasse até esta etapa da minha 
vida. 
 
 
5 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse. 
Aos meus professores da graduação, que ao longo da minha vida 
acadêmica se disponibilizaram a sanar minhas dúvidas, me ajudaram a adquirir 
conhecimento, possibilitando dessa forma o meu crescimento pessoal e 
profissional. 
À minha professora orientadora, que me auxiliou para a apresentação de 
um bom trabalho. 
À minha família que me garantiu suporte e compreensão diante das 
dificuldades e empecilhos diários. 
Enfim, a todos que colaboraram de uma maneira ou outra durante essa 
longa caminhada, meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SILVA. FABIANA NASCIMENTO DA. MEIOS DE PROVAS NO DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL. 2022. Fls. 50. Trabalho de Conclusão de Curso 
Graduação em Direito - Faculdade Anhanguera - Taboão da Serra – SP - 2022. 
RESUMO 
A presente monografia visa estudar a prova no processo civil. O trabalho 
abordará um breve histórico sobre a origem da prova, seguindo-se do conceito 
de prova no processo, suas características, o objeto da prova, relatando os fatos 
notórios, imorais, presumidos, as provas ilícitas, entre outras. Considerando que 
no procedimento ordinário existe a fase da postulação, saneamento, seguindo-
se da fase probatória e concluindo com a fase decisória, importante um estudo 
sobre os momentos da prova, bem como a valoração que cada meio de prova 
pode assumir no contexto da lide, tendo em vista que são vários os meios de 
provas usadas no processo civil, ou seja, aquelas adotadas pelo Código de 
Processo Civil, quais sejam: depoimento pessoal, confissão, exibição de 
documento ou coisa, prova documental, prova testemunhal, prova pericial, 
inspeção judicial. 
Palavra-chave: Provas. Meios de Provas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
SILVA. FABIANA NASCIMENTO DA. MEIOS DE PROVAS NO DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL. 2022 . fls. 50. Trabalho de Conclusão de Curso 
Graduação em Direito - Faculdade Anhanguera - Taboão da Serra – SP - 2022. 
ABSTRACT 
This monograph aims to study the evidence in civil proceedings. The work 
will address a brief history of the origin of the evidence, followed by the concept 
of evidence in the process, its characteristics, the object of the evidence, 
reporting the notorious, immoral, presumed facts, illegal evidence, among others. 
Considering that in the ordinary procedure there is the postulation, sanitation 
phase, followed by the evidentiary phase and concluding with the decision phase, 
it is important to study the moments of the test, as well as the valuation that each 
means of evidence can assume in the context of the dispute. , given that there 
are several means of evidence used in civil procedure, that is, those adopted by 
the Code of Civil Procedure, namely: personal testimony, confession, exhibition 
of document or thing, documentary evidence, testimonial evidence, expert 
evidence, judicial inspection. 
Keyword: Evidences. Means of Evidence. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 
2. DAS PROVAS .............................................................................................. 11 
2.1 CONCEITO DE PROVAS .......................................................................... 11 
2.2. CARACTERÍSTICAS DA PROVA ............................................................. 12 
2.3. ÔNUS DA PROVA..................................................................................... 13 
2.4. MEIOS DE PROVA ................................................................................... 14 
2.5. CARACTERISTICA DAS PROVAS ........................................................... 15 
3. FINALIDADE DA PROVA NO PROCESSO ................................................ 16 
3.1. Destinatário da Prova ................................................................................ 18 
3.2. Objeto da Prova ........................................................................................ 19 
3.3. Fatos relevantes e controversos ............................................................... 22 
3.4. Fatos Notórios ........................................................................................... 24 
3.5. Fatos incontroversos ................................................................................. 26 
3.6. Fatos presumidos ...................................................................................... 27 
4. DAS PROVAS EM ESPÉCIE ....................................................................... 28 
4.1. DO DEPOIMENTO PESSOAL .................................................................. 28 
4.1.1. SUJEITOS .............................................................................................. 30 
4.1.2. PROCEDIMENTOS ................................................................................ 32 
4. 2 CONFISSÃO ............................................................................................. 35 
4.2.1. REQUISITOS DA CONFISSÃO ............................................................. 36 
4.2.2. EFEITOS DA CONFISSÃO .................................................................... 36 
4.3. DA PROVA DOCUMENTAL ..................................................................... 39 
4.3.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL ....................................... 39 
4.4. DA PROVA TESTEMUNHAL ................................................................... 42 
 
9 
 
4.4.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL ...................................... 43 
4.5. DA PROVA PERICIAL .............................................................................. 44 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 45 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem por objeto o estudo das provas no processo civil 
abrangendo inicialmente um breve histórico da Prova, os conceitos acerca de 
jurisdição, processo, ação, o Ônus da Prova, seguindo-se com os meios de 
prova, do Código de Processo Civil Brasileiro. 
A importância do estudo deste tema reside no fato de que, diante de um 
impasse surgido entre indivíduos, ou diante daquele que tem um direito lesado, 
é por meio do direito de ação que as partes buscam a jurisdição com o objetivo 
de que o Estado Juiz solucione a lide, porém, para se obter um julgamento justo, 
honesto, imprescindível o estudo das provas no processo, objeto deste trabalho, 
poisNESTE CASO, 
CUMPRE AO JUIZ, VERIFICANDO TAL VÍCIO OU IRREGULARIDADE, 
DETERMINAR O SUPRIMENTO ATRAVÉS DA DILIGENCIA 
CONTEMPLADA NO ART. 284, DO MESMO DIPLOMA LEGAL, EM 
PROVEITO DA FUNÇÃO INSTRUMENTAL DO PROCESSO, 
AFASTANDO-SE, ASSIM, A PRÁTICA DE EXACERBADO FORMALISMO. 
II - PRECEDENTES DO STJ. III - RECURSO CONHECIDO A QUE SE 
NEGA PROVIMENTO. Acórdão POR UNANIMIDADE, CONHECER DO 
RECURSO ESPECIAL E LHE NEGAR PROVIMENTO. REsp 46386 / SP 
RECURSO ESPECIAL 1994/0009321-7 Relator(a) Ministro WALDEMAR 
ZVEITER (1085) Órgão Julgador T3 – TERCEIRA TURMA Data do 
Julgamento 14/06/1994 Data da Publicação/Fonte DJ 22.08.1994 p. 
21263). 
Assim, constata-se que o Superior Tribunal de Justiça, vem afirmando 
seus posicionamentos no sentido de que Documento não considerado 
“indispensável” possa ser juntado em momento posterior, inclusive quando da 
interposição de recurso, desde que a parte contrária seja intimada. 
Nesse diapasão, leciona Greco Filho (1999, p.214): A jurisprudência, 
porém, tem sido liberal quanto à possibilidade de, a qualquer tempo, serem 
juntados Documentos novos, entendendo-se como novo não só o Documento 
que antes não existia, mas também o Documento obtido posteriormente ou todo 
aquele que não foi juntado anteriormente. 
 
42 
 
E por fim o art. 399 do CPC disciplina que o Juiz, em qualquer tempo, até 
em grau de recurso, poderá requisitar às repartições públicas, certidões, 
procedimentos administrativos em que forem interessados a União, Estado, 
Município, ou entidades da administração indireta. 
Pela lei n° 11,419 de19/12/2006, foi acrescido os parágrafos 1° e 2°. Do 
art. 399 do CPC. No parágrafo primeiro deverá o Juiz mandar extrair certidões, 
ou outro Documento, de ofício ou indicado pela parte, no prazo máximo de 30 
dias, e devolvê-los à repartição de origem. O parágrafo 2° descreve que as 
repartições públicas podem fornecer todos os Documentos por meio de meio 
eletrônico, com o devido certificado de que é um Documento fiel ao que se 
encontra nos bancos de dados da repartição pública. 
4.4. DA PROVA TESTEMUNHAL 
 “Prova testemunhal é que se obtém com o depoimento oral de 
Testemunhas, sobre fatos constantes do litígio. Testemunha é a pessoa 
chamada a depor sobre esses fatos, narrando suas percepções sensoriais.” ( 
MARQUES, 2003, p.241) 
Para Alvim, (2005, p. 444): “A Prova testemunhal é aquela produzida 
oralmente perante o juiz através de depoimento de pessoa estranha à lide, 
exceto nos casos em que a lei vede esse meio de Prova (art. 400, caput, 1.ª 
frase, e incs. I e II).” 
No mesmo sentido Marinoni, Arenhart (2005, p.364): “Por meio da Prova 
testemunhal obtém-se, através das declarações de alguém estranho à relação 
processual, determinada versão de como se passaram certos fatos importantes 
para a definição do litígio.” 
Também para Didier Jr.; Braga; Oliveira (2007, p.153): “Testemunha é 
uma pessoa, distinta de um dos sujeitos processuais, que é chamada a juízo 
para dizer o que sabe sobre o fato probando.” 
 
43 
 
Denota-se pela leitura da doutrina e dos artigos do CPC, que a prova 
testemunhal obrigatoriamente deve ser alguém que não faz parte da relação 
processual para depor em juízo para narrar o que sabe sobre o litígio em 
questão. 
4.4.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL 
“O momento adequado para requerer a Prova testemunhal é a petição 
inicial (art. 282, VI), para o autor, ou a contestação, para o réu (art. 300), ou então 
na fase de especificação de Prova, durante as providências preliminares (art. 
324).” (THEODORO JR., 2007, p. 521). 
Greco Filho (1999, p. 219), acrescenta que: “A Prova testemunhal é 
requerida na inicial e na contestação e deferida na fase de saneamento. O 
depoimento da Testemunha é, em princípio, prestado na audiência de instrução 
e julgamento.” 
Esclarece Marinoni; Arenhart, (2005, p.367) que: “Trata-se de 
requerimento genérico, não sendo necessário que a parte apresente, nesses 
momentos, o rol das Testemunhas que deseja sejam ouvidas.” 
Destarte, prevê o art. 407 do CPC, que é da competência das partes, no 
prazo fixado para o juiz ao designar a da data da audiência, protocolar em 
cartório o rol das Testemunhas, devendo constar na petição o nome, profissão, 
residência e local de trabalho. Caso o juiz, não mencione no despacho o prazo 
para o depósito das Testemunhas, rol deverá ser apresentando 10 (dez) dias 
antes da audiência. 
Esclarece o parágrafo único do mesmo artigo que podem as partes 
apresentar rol de no máximo dez Testemunhas; no entanto, quando qualquer 
das partes apresentarem mais de três Testemunhas para cada fato, o juiz poderá 
não ouvir as restantes. 
 
44 
 
“O prazo do art. 407 é preclusivo (JTA 93/324, 112/41).” (NEGRÃO; 
GOUVÊA, 2007, p.510). 
“Não pode ser tomado o depoimento de Testemunhas cujo rol haja sido 
depositado sem observância do prazo legal. [...] Todavia, o juiz pode ouvir as 
Testemunhas, mesmo arroladas fora do prazo, quando se litigar sobre direito 
indisponível, [...] (RT613/162).” (NEGRÃO; GOUVÊA, 2007, p. 510). 
Quanto à substituição de Testemunha depois de apresentado o rol, só é 
possível nos casos descritos no art. 408 do CPC, ou seja, quando a Testemunha 
falecer; quando não puder depor por causa de enfermidade; e quando não for 
encontrada pelo oficial de justiça, por motivo de mudança de endereço. 
Didier Jr; Braga, Oliveira (2007, p.166) destacam: Curioso é que, embora 
o rigor do dispositivo nos remeta a uma visão mais inquisitorial do processo, é 
certo que a substituição indevida de uma Testemunha ou a desistência de um 
testemunho devem ser impugnados na primeira oportunidade que couber ao 
interessado falar nos autos, sob pena de preclusão. 
Conclui-se, pela leitura do Código e das doutrinas que o momento do 
requerimento das Testemunhas pelo autor é quando ingressa em juízo, com a 
inicial, e para o réu, na contestação, já a apresentação do rol, será determinado 
pelo juiz, quando este designar a data da audiência, o caso silencie o prazo para 
que as partes protocolem o rol em cartório será de 10 dias antes da data 
audiência. 
4.5. DA PROVA PERICIAL 
Há muitas situações que envolvem um litígio, em que o juiz, não possui 
entendimento suficiente para resolver a questão e que somente uma pessoa 
qualificada ou especializada sobre o assunto poderá dizer ou atestar, sobre o 
assunto envolvido, que auxiliará o Magistrado a resolver a complexidade do caso 
concreto. 
 
45 
 
Para Didier Jr; Braga, Oliveira (2007, p.171) a Prova Pericial: é aquela 
pela qual a elucidação do fato se dá com o auxílio de um perito, especialista em 
determinado campo do saber, devidamente nomeado pelo juiz, que deve 
registrar sua opinião técnica e científica no chamado laudo pericial – que poderá 
ser objeto de discussão pelas partes e seus assistentes técnicos. 
Perito é a pessoa nomeada pelo juiz, em função da sua qualificação 
pessoal, como um engenheiro, médico, contador, economista, com o objetivo de 
efetuar um trabalho técnico, em que deverá analisar fatos e circunstâncias 
apresentadas pelos litigantes no processo. (AMORIM, 2004, p.325). 
O assistente técnico é aquela pessoa nomeada pelas partes, incumbindo 
a estas, indicarem em juízo seus assistentes, dentro do prazo de cinco dias 
contados do despacho que nomeou o perito. (art. 421, CPC). 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No decorrer da pesquisa efetuada em doutrinas, leis, jurisprudências, 
buscou-se explanar inicialmente, acerca do histórico Prova, seguindo-se de 
breves explanações sobre jurisdição, processo, ação, para após adentrarmos no 
estudo sobre prova, visando proporcionar melhor embasamento ao leitor. 
Inicialmente observou-se que desde a pré-história a Prova já existia como 
forma de julgamento que não proporcionava defesa ao acusado e eram 
realizadas de forma bárbara, como as ordálias, a prova de fogo, acreditando-se 
que os deuses influenciavam na descoberta da verdade, assim teria umjulgamento justo, mas que na verdade não passava de uma verdadeira 
atrocidade contra o ser humano. No entanto, com o passar dos séculos, o 
sistema de julgamento foi se modificando, por influência do direito romano e 
canônico surgiu o processo comum escrito, porém, muito lento e complicado. 
Concluiu-se com os estudos que somente após a Revolução Francesa, é 
que se iniciou uma nova fase no direito probatório, proporcionando ao Juiz utilizar 
seu livre convencimento ao julgar as lides. 
 
46 
 
Passada essa fase de evolução da Prova, buscou-se fazer uma 
abordagem acerca do direito processual civil, pois, por meio do direito a ação, o 
indivíduo pode exercer seus direitos ameaçados ou lesados, reclamando-os ao 
Estado-Juiz, isto é, representado pela Jurisdição que tem o poder dever de 
apresentar uma solução ao caso litigioso. 
Mas, para que Estado exerça sua função jurisdicional de julgar, vale-se 
de um instrumento denominado processo, que segue determinados passos 
regrados pelo Código de Processo Civil, entre os quais se encontram as normas 
vigentes sobre a “Prova” objeto de estudo desta pesquisa. 
Primeiramente, constatou-se que o objeto da Prova no processo são os 
fatos em litígio, isto é, os fatos que geram alguma controvérsia entre indivíduos, 
e que enseje um direito à parte juridicamente possível, considerando que o 
direito não se prova, pois o juiz conhece as leis, ou seja, quando a parte alegar 
direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, poderá o juiz exigir-
lhe a respectiva Prova. 
Portanto, observou-se que o método adotado em nossa legislação é de 
grande importância, pois fornece segurança jurídica às partes, uma vez que o 
juiz é obrigado a fundamentar seus julgados, mencionando por quais motivos ou 
embasado em quais provas o levou ao seu convencimento para julgar a 
demanda, o que com certeza enobrece o trabalho da justiça, pois suas decisões 
não são arbitrárias, mas são embasadas legalmente e ainda contam com o bom 
senso e imparcialidade do juiz, é o que esperamos. 
À frente disso, os estudos foram voltados para os meios de prova 
elencados no Código de Processo Civil, quais sejam: o depoimento pessoal, a 
confissão, exibição de documento ou coisa, prova documental, e testemunhal, 
perícia e inspeção judicial. 
Assim, verificou-se que o estudo da Prova é bastante complexo, mas de 
vital importância para o julgamento do processo, pois é com base nestas que o 
 
47 
 
Juiz, formará a sua convicção, seu convencimento, para solucionar o caso, 
mediante sua decisão fundamentada. 
Conclui-se também que, no processo civil, o que se busca é a verdade 
real, mas muitas vezes a prova dos autos conduz somente a uma verdade 
formal, pois o juiz, profere uma decisão embasado nas espécies de Provas 
elencadas ao longo do trabalho, não podendo julgar o que não consta nos autos. 
Verificou-se assim que, é grande a responsabilidade de um juiz, pois, este 
tem em suas mãos a decisão de muitas vidas, muitos futuros são definidos, em 
consequência da decisão judicial. 
Contudo, é evidente que o presente trabalho não esgota o estudo da 
Prova, pois é um tema muito amplo, extenso de se abordar e tendo em vista que 
são inúmeros são casos que chegam ao judiciário, exige-se determinado tipo de 
prova conforme o caso em litígio, e, sobretudo não se pode dizer que uma prova 
tem valor maior que a outra, pois tudo depende do contexto em que esta está 
inserida. 
Assim, diante de todas as explanações efetuadas nesta pesquisa, espera-
se ter contribuído de alguma forma para a elucidação deste tema amplo e 
complexo e principalmente ao direito. 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil. 9. ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais. 2005. 2 v. 
AMORIM, José Roberto Neves. Fundamentos atuais do processo civil: 
processo de conhecimento. São Paulo: Manole. 2004. 1 v. 
BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos, Teoria Geral do Processo e 
Processo de Conhecimento. 3. ed. São Paulo: Saraiva. 2000. 11 v. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 40. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007, 464 p. 
LOPES, João Batista. A prova no direito processual civil. 2. ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2002. 
JÚNIOR, HUMBERTO THEODORO. Curso de Direito Processual Civil. 
Volume I, Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 
52ªED. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2011. Página 453. 
SILVA, DE PLÁCIDO E. Título: Vocabulário Jurídico. 30ª Ed. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 2013. Página 306 e 503. 
NERY JÚNIOR, Nélson e NERY, Rosa Maria Andrade. Código de Processo 
Civil comentado, 4. Ed. Rev. E ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 
1999, página. 864 e 865 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
49 
 
Código de Processo Civil Comentado. 10ª ed. Revista dos Tribunais. 2007. P. 
626. 
THEODORO Jr, Humberto, Curso de Direito Processual Civil, Vol 1, 52ª Ed, 
P. 490 
	1. INTRODUÇÃO
	2. DAS PROVAS
	2.1 CONCEITO DE PROVAS
	2.2. CARACTERÍSTICAS DA PROVA
	2.3. ÔNUS DA PROVA
	2.4. MEIOS DE PROVA
	2.5. CARACTERISTICA DAS PROVAS
	3. FINALIDADE DA PROVA NO PROCESSO
	3.1. Destinatário da Prova
	3.2. Objeto da Prova
	3.3. Fatos relevantes e controversos
	3.4. Fatos Notórios
	3.5. Fatos incontroversos
	3.6. Fatos presumidos
	4. DAS PROVAS EM ESPÉCIE
	4.1. DO DEPOIMENTO PESSOAL
	4.1.1. SUJEITOS
	4.1.2. PROCEDIMENTOS
	4. 2 CONFISSÃO
	4.2.1. REQUISITOS DA CONFISSÃO
	4.2.2. EFEITOS DA CONFISSÃO
	4.3. DA PROVA DOCUMENTAL
	4.3.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL
	4.4. DA PROVA TESTEMUNHAL
	4.4.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL
	4.5. DA PROVA PERICIAL
	5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASnão há como julgar uma demanda judicial, sem provas. 
Pelos motivos expostos considera-se a fase probatória, de grande 
relevância para o direito, e para os profissionais que atuarão com justiça ética e 
moral, onde os meios legais de prova e os moralmente legítimos são 
empregados no processo "para provar a verdade dos fatos em que se funda a 
ação ou a defesa" (art 332). São, pois, os fatos litigiosos o objeto da prova. 
Posto isso, a finalidade da prova é a formação da convicção em torno dos 
fatos deduzidos pelas partes em juízo, já que a prova no processo se apresenta 
em momentos diversos, isto é, passa por três momentos, que são: o momento 
da proposta da Prova, à admissão pelo juiz e a produção da Prova pelas partes. 
Assim, os meios de provas especificados pelo Código de Processual Civil 
são os seguintes: depoimento pessoal, confissão, exibição de documentos ou 
coisa, prova documental, prova testemunhal, prova pericial e inspeção judicial. 
Com este itinerário, espera-se alcançar o intuito que ensejou a preferência por 
este estudo: a prova no processo civil e sua importância no julgamento do 
processo. 
 
 
11 
 
2. DAS PROVAS 
Segundo o dicionário Michaelis, provar significa aquilo que serve para 
estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração, aquilo que mostra 
ou confirma a verdade de um fato. 
As partes em litígio devem provar o que sustentam, os fatos que alegam 
geradores da pretensão subjetiva fundados no direito material. Tais alegações 
precisam de esteio fático e do nexo causal com o direito pretendido erguidos 
sobre os pilares das provas. Sejam extintivos, impeditivos, constitutivos ou 
modificativos do direito. 
Neste diapasão, Humberto Theodoro Junior (pg. 641), citando João 
Monteiro, explica que de tal sorte, às partes não basta simplesmente alegar os 
fatos. “Para que a sentença declare o direito, isto é, para que a relação de direito 
litigioso fique definitivamente garantida pela regra de direito correspondente, 
preciso é, antes de tudo, que o juiz se certifique da verdade do fato alegado”. O 
que se dá através das provas. Destarte, do exame dos fatos e de sua adequação 
ao direito objetivo, o juiz extrairá a solução do litígio que será revelada na 
sentença. 
Por seu turno, Candido Rangel Dinamarco explica que “o resultado a ser 
obtido mediante a instrução probatória é o conhecimento dos fatos e 
consequente firmeza para proferir a decisão”. 
2.1 CONCEITO DE PROVAS 
De acordo com o Código de Processo Civil em seu artigo 369, a prova é 
todo meio legal, bem como os meios moralmente legítimos, que tem a finalidade 
de provar a verdade dos fatos, seja na propositura da ação pelo autor, seja na 
defesa pelo réu. 
Segundo o professor Humberto Theodoro Júnior, a prova advém de fatos, 
que são alegados pelas partes com o intuito de convencer o juiz da verdade. Tal 
convencimento enseja na solução jurídica do litígio, que será revelada na 
sentença. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
 
12 
 
Entretanto, se o juiz não ficar convencido da veracidade de tais fatos 
alegados, não terá ocorrido a prova, mas sim a apresentação de elementos com 
que se pretendia provar, como documentos, perícia, testemunhas, etc. Portanto, 
para que a sentença solucione o conflito, não basta somente que as partes 
aleguem fatos, mas sim que o juiz se certifique da veracidade destes. 
De acordo com o mesmo doutrinador, a prova tem dois sentidos: 
a) O sentido objetivo que é "o instrumento ou o meio hábil para 
demonstrar a existência de um fato." 
b) O sentido subjetivo "que é a certeza (estado psíquico) originada 
quanto ao fato, em virtude da produção do instrumento probatório é a 
convicção formada no espírito julgador em torno do fato demonstrado." 
(THEODORO JÚNIOR, 2007, p. 468). 
Por fim, o momento mais comum em que a prova é produzida pelas partes 
é na fase de instrução do processo, que se inicia após o despacho saneador e 
finaliza-se no momento em que o juiz abre para o debate oral. Porém, os 
artigos 320 e 434 do CPC, tratam da exceção, a prova documental, que poderá 
ser produzida na fase postulatória. 
2.2. CARACTERÍSTICAS DA PROVA 
Toda prova tem um objeto, uma finalidade e um destinatário. 
Sendo assim, o objeto da prova são os fatos relevantes deduzidos pelas 
partes para o julgamento da ação. 
De acordo com Humberto Theodoro Jr., há dois tipos de provas, a prova 
direta, que “demonstra a existência do próprio fato narrado nos autos”, e a prova 
indireta, que está ligada diretamente a um fato não inserido nos autos, mas que 
a partir de um raciocínio lógico, se chega a uma conclusão dos fatos narrados 
nos autos. Este tipo de prova é a chamada prova por presunção. 
Somente os fatos juridicamente relevantes é que devem ser provados. É 
o que diz o artigo 374 do CPC, assim, os fatos notórios, os fatos afirmados por 
uma parte e confessados pela parte contrária, os fatos incontroversos e os fatos 
em cujo favor milita presunção legal de existência ou veracidade, não necessitam 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705384/artigo-320-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10693674/artigo-434-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700220/artigo-374-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
13 
 
de comprovação. Portanto, cabe ao juiz definir em audiência, quais são os fatos 
relevantes a serem provados. 
Já a finalidade da prova é o convencimento do juiz da veracidade dos 
fatos alegados. E, portanto, o destinatário da prova será o juiz. 
É importante ressaltar que as provas produzidas no processo devem ser 
lícitas, de acordo com o artigo 369 do Código de Processo Civil, "meio 
moralmente legítimo". 
Porém, no que tangem as provas ilícitas, de acordo com o 
artigo 5, LVI da Constituição Federal, serão inadmitidas as provas ilícitas no 
processo, entretanto, a jurisprudência entende em uma de suas correntes que é 
possível que o juiz admita a prova produzida ilicitamente dependendo do modo 
como esta produção foi realizada. Sendo assim, o juiz aplicará o princípio da 
proporcionalidade, ou seja, se aquele meio de prova, obtido de forma ilícita for 
extremamente importante, ela será incorporada ao processo, mas quem a 
produziu poderá sofrer penalidades criminais. 
2.3. ÔNUS DA PROVA 
“O ônus da prova consiste na conduta processual exigida pela parte para 
que a verdade dos fatos por ela arrolados seja admitida pelo juiz”, ou seja, ambas 
as partes têm a opção de provar o fato alegado, porém, escolhendo não os 
provar, o litigante assume o risco de não obter um resultado positivo do juiz 
perante a sua causa. Isto decorre da máxima antiga que diz que fato alegado e 
não provado é o mesmo que fato inexistente. 
De acordo com o artigo 373 do Código de Processo Civil, ao autor 
incumbe o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito e ao réu cabe o ônus 
de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito que pretenda ser 
seu. 
Sendo assim, quando o réu contestar a alegação do autor, somente 
negando o fato pretendido por ele, cabe ao autor o ônus de provar a veracidade 
de seus fatos alegados, sob pena de não convencer o juiz que o pretendido 
direito é seu, ou seja, perder a causa. Entretanto, se o réu contestar alegando 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728274/inciso-lvi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700294/artigo-373-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
14 
 
fato modificativo, extintivo ou impeditivo de direito, o ônus da prova é seu, já que 
nestes casos o próprio réu assume, implicitamente, que as alegações do autor 
são verdadeiras, ou seja, os fatos alegados por ele são incontroversos, 
dispensando, portanto, qualquer prova. 
Há que se falar também da inversão do ônus da prova nos direitos do 
consumidor. De acordo com o artigo 6, VIII do Código de Defesa do Consumidor, 
a inversão do ônus da prova é a inversão da tarefa de provar do autor, que é o 
consumidor, ao réu que é o fornecedor. Caberá a inversão do ônus da prova 
somente em duas situações: quando há hipossuficiência do consumidor, ou seja, 
quando há dificuldade em provar o seu direito ou então quando o autor estiver 
vulnerável em relação ao réu. Ou então caberá está inversão quando presente 
a verossimilhança das alegações do consumidor. 
A inversão do ônus da prova somente ocorrerá se o juiz entender que 
estão presentes estes dois requisitos ou somente um deles, e esta decisão deve 
ser feita no momento de saneamento, antes da fase probatória, para que as 
partes possam ter conhecimento da inversão do ônus da prova e se 
desincumbirem das provas que lhe cabem. 
Sendo assim, competirá ao réu provar "fatos que possam exclui-lo da 
esfera de responsabilidade, diante do quadro evidenciado no processo, como, v. 
G, o caso fortuito, a culpa exclusiva da vítima, a falta de nexo entre o resultado 
danoso e o produto consumido." 
Por fim, vale ressaltar que o Código de Defesa do consumidor não teve a 
intenção de retirar do consumidor toda a tarefa de provar, "mas apenas de 
diminuir as possíveis dificuldades técnicas na produção das provas necessárias 
à defesa de seus direitos em juízo". 
2.4. MEIOS DE PROVA 
De acordo com o Código de Processo Civil, os meios de provas são: 
depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou coisa; prova 
documental; prova testemunhal; prova pericial e inspeção judicial. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
15 
 
Há também outros meios de provas que não estão tipificados no Código 
de Processo Civil, como os “moralmente legítimos”, que diz o artigo 369, como 
já mencionado anteriormente. Sendo eles, como por exemplo, a prova 
emprestada que é a prova produzida em outro processo, mas que pode ser 
utilizada em um processo atual, por ter alguma relevância. Bem como a prova 
por presunção, já mencionada anteriormente. 
2.5. CARACTERISTICA DAS PROVAS 
No Código de Processo Civil, a seguinte disposição: 
“Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade 
dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. ” 
Vale lembrar que só o que consta regularmente nos autos pode servir de 
prova para o julgamento da lide. De tal sorte que o código permite meios de 
prova não especificados, desde que moralmente legítimos. 
Por seu turno, Humberto Theodoro Junior (pg. 462), ministra que toda 
prova há de ter um objeto, uma finalidade, um destinatário, e deverá ser obtida 
mediante meios e métodos determinados. Continuando, o exímio doutrinador, 
leciona que a prova judiciária tem como objeto os fatos deduzidos pelas partes 
em juízo. Sua finalidade é a formação da convicção em torno dos mesmos fatos. 
O destinatário é o juiz, pois é ele que deverá se convencer da verdade dos fatos 
para dar a solução jurídica ao litígio. 
Os meios de prova que o diploma legal em quadro especifica se 
encontram descritos nos artigos 332 a 443 e são, a saber: Depoimento Pessoal, 
Confissão, Exibição de Documento ou Coisa, Prova Documental, Prova 
Testemunhal, Prova Pericial, Inspeção Judicial. 
As indicações supracitadas são denominadas de Provas em Espécie e 
constituem instrumento probatório destinado ao convencimento do espírito do 
juiz, propiciando o juízo de certeza no magistrado findando, por conseguinte, na 
prolação da sentença, resolvendo o mérito. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
16 
 
Caso as partes não requeiram a produção de prova necessária à sentença 
definitiva, cabe ao juiz de ofício, de forma suplementar e não afrontador do 
princípio da inércia, determinar a produção das provas necessárias à instrução 
do processo (art. 130). 
3. FINALIDADE DA PROVA NO PROCESSO 
É por meio do processo, que o Estado Juiz, procura solucionar os 
conflitos, mas para isto, é fundamental saber qual das partes está com a razão, 
ou seja, quem realmente deve ser vencedora na pretensão discutida, e é por 
intermédio de “Provas”, que o Juiz vai encontrar subsídios, para dizer ao final, 
quem é o vencedor do direito postulado. 
Para Theodoro Júnior, o Juiz busca uma solução aos conflitos, por meio 
da verdade real, que consta no processo, (2007, p.468): 
O processo moderno procura solucionar os litígios à luz da verdade 
real e é, na Prova dos autos, que o Juiz busca localizar essa 
verdade. Como, todavia, o processo não pode deixar de prestar a 
tutela jurisdicional, isto é, não pode deixar de dar solução jurídica à 
lide, muitas vezes esta solução, na prática, não corresponde à 
verdade real. [...] Assim, se a parte não cuida de usar das 
faculdades processuais e a verdade real não transparece no 
processo, culpa não cabe ao juiz de não ter feito a justiça pura, que, 
sem dúvida, é a aspiração das partes e do próprio Estado. 
(THEODORO JÚNIOR, 2007, p. 468). 
 
No mesmo sentido a jurisprudência do Estado de Santa Catarina, 
confirma a busca pela verdade real, conforme abaixo se analisa: 
SANTA CATARINA – TJ - APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE BUSCA 
E APREENSÃO - ALEGAÇÃO DE FALSIDADE DAS 
ASSINATURAS DOS CONTRATOS NA CONTESTAÇÃO - 
SENTENÇA PROFERIDA COM BASE EM COMPARAÇÃO A 
OLHO NU - INVALIDADE - NECESSÁRIA PRODUÇÃO DE 
PERÍCIA GRAFOTÉCNICA - INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 389, II, 
392, DO CPC - BUSCA DA VERDADE REAL - CERCEAMENTO 
DE DEFESA CONFIGURADO - NULIDADE DA SENTENÇA - 
RECURSO PROVIDO. Uma vez alegada, pelo devedor, a falsidade 
da assinatura constante em documento, cabe à parte adversa, que 
produziu o documento, o ônus de provar sua veracidade, em 
decorrência da aplicação do disposto no art. 389, II, do Código de 
Processo Civil. - Recebida pelo Magistrado singular a alegação de 
falsidade da assinatura, e intimada a parte que produziu o 
documento, o exame pericial deve ser produzido, a fim de se 
 
17 
 
privilegiar a busca da verdade real e em consonância com o art. 
392, do Código de Processo Civil. No caso do Togado não 
determinar a produção da perícia e proferir de plano sentença que 
analisa a questão, declarando que a assinatura pertence a pessoa 
que se refere o documento, inviável torna-se a mesma, devendo ser 
decretada sua nulidade. (Acórdão: n° 2002.010472-3, Relator: 
Sérgio Roberto Baasch Luz Data da Decisão: 31/03/2005). Acesso 
em 10/05/2007 
 
Observa-se, portanto, que compete às partes produzir Prova, oferecendo 
condiçõesao Juiz de prolatar uma sentença justa, vez que este não poderá julgar 
além do que restou demonstrado nos autos. 
Neste contexto, para segurança das partes envolvidas, só é lícito julgar 
segundo o que foi alegado e provado no processo. O que não está nos autos, 
para o juiz, não existe. Portanto, o direito processual satisfaz-se com a verdade 
processual, ou seja, a realidade que se encontra no processo. (THEODORO 
JÚNIOR, 2007, p. 468). 
Sua finalidade, portanto, é a formar a convicção quanto à existência dos 
fatos envolvidos no litígio. A Prova, visa em primeiro lugar, investigar se os fatos 
alegados são certos, isto é, ter a certeza que eles, os fatos, existem. Deste modo, 
se forma a convicção a partir da certeza inabalável, pela exclusão de todos os 
motivos divergentes. (SANTOS, 2008, p.342). 
Diante do exposto, pode-se concluir que a Prova é destinada ao 
convencimento do juiz, é com base nelas que o juiz vai proferir sua decisão. 
Nesta linha de pensamento Wambier; Almeida; Talamini (2007, p. 409) 
lecionam que: 
O destinatário da Prova é, sempre, o juiz. A Prova não se destina 
ao seu autor nem à parte adversa, e uma vez produzida passa a 
integrar o processo, pouco importando quem teve a iniciativa de 
requerer sua produção. Sendo a Prova o modo pelo qual o juiz 
passa a ter conhecimento dos fatos que envolvem a relação jurídica 
posta à apreciação da jurisdição, é de todo evidente que o interesse 
em provar está intimamente ligado ao interesse de dirigir ao juiz a 
Prova, pois é a este que cabe dizer a solução adequada, a partir do 
convencimento que tiver dos fatos.Talamini (2007, p. 409) 
 
18 
 
No mesmo sentido, Barroso (2000, p. 158/159), também entende que a 
Prova tem como destinatário o Juiz e visa convencê-lo: 
Toda a Prova produzida nos autos tem como destinatário o juiz da 
causa e como finalidade a formação de seu convencimento. A 
ampla defesa visa justamente assegurar a utilização pelas partes 
de todos os meios legais à obtenção de uma sentença favorável, 
passando rigorosamente pela produção das Provas necessárias à 
consecução desse fim. Essa qualidade de destinatário exige do juiz 
a análise da pertinência, relevância e necessidade da prova a ser 
realizada, impondo, por outro lado, que o julgamento seja proferido 
apenas com base naquelas produzidas nos autos, vedada a 
decisão pelo conhecimento próprio do julgador dos fatos em litígio 
(o que não está nos autos não está no mundo). Barroso (2000, p. 
158/159) 
 
Conclui-se, que a finalidade da Prova no Processo, é o convencimento do 
Juiz, devendo o magistrado julgar de acordo com o que está demonstrado no 
processo, por isso a importância da Prova, visando demonstrar o direito 
postulado. 
3.1. Destinatário da Prova 
A Prova tem por finalidade convencer o juiz, assim o seu principal 
destinatário é ele, o Juiz, pois o Magistrado é quem precisa saber a verdade dos 
fatos, para que possa proferir uma decisão. (DIDIER JR., BRAGA, OLIVEIRA, 
2007, p. 29). 
Portanto, o destinatário da Prova é, sempre, o juiz. A Prova não se destina 
ao seu autor nem à parte contrária, e uma vez produzida passa a integrar o 
processo. Sendo a Prova o modo pelo qual o juiz passa a ter conhecimento dos 
fatos que envolvem a relação jurídica posta à apreciação da jurisdição, é 
manifesto que o interesse em provar está totalmente ligado ao interesse de dirigir 
ao Juiz a Prova, pois é a este que cabe solucionar a questão jurídica mais 
adequada, a partir do convencimento que tiver dos fatos. (WAMBIER; ALMEIDA; 
TALAMINI, 2007, p. 409) 
Contudo, o entendimento não é unânime, Barroso (2000, p. 157) entende 
que: 
 
19 
 
É importante ao Juiz singular ter em mente não ser ele o único 
destinatário da Prova, ante a probabilidade efetiva de sua decisão 
ser recorrida pelas partes, surgindo sempre a necessidade de não 
se indeferir Prova possivelmente relevante a outro agente que 
receberá o processo em grau de recurso, sob pena de cerceamento 
de defesa. (Para Santos (2008, p.342): “O juiz é o destinatário 
principal e direto: na convicção, que formar, assentará a sentença. 
Destinatários, embora indiretos, também são as partes, que 
igualmente precisam ficar convencidas, a fim de acolherem como 
justa a decisão”. Barroso (2000, p. 157) 
 
Denota-se, portanto, que via de regra o destinatário da prova é o juiz, pois 
a ele compete a tarefa de julgar, tendo as partes interesse de convencê-lo com 
todos os meios de Provas lícitas possíveis no processo. 
3.2. Objeto da Prova 
A finalidade da Prova é convencer o juiz quanto à existência ou não dos 
fatos em litígio. Estes fatos, portanto, constituem o seu objeto. (SANTOS, 2008, 
p. 347) 
“Nem tudo o que se discute no processo precisa ser comprovado. O objeto 
da Prova são exclusivamente os fatos. O direito não se prova, porque deve ser 
do conhecimento do Juiz”. (GONÇALVES, 2005, p. 420). 
Em concordância, Marques (2003, p. 186) aborda que: “Objeto da Prova, 
ou thema probandum10, refere-se aos fatos que devem ser demonstrados no 
processo para o Juiz formar sua convicção”. 
Noutro sentido é o entendimento de Marinoni; Arenhart (2005, p. 262), os 
quais fundamentam que a definição do objeto da Prova “não se destina a provar 
fatos, mas sim afirmações de fato. É, com efeito, a alegação, e não o fato, que 
pode corresponder ou não à realidade daquilo que se passou fora do processo. 
” 
Já para Theodoro Júnior (2007, p. 467): “Os meios legais de Prova e os 
moralmente legítimos são empregados no processo “para provar a verdade dos 
 
20 
 
fatos em que se funda a ação ou a defesa” (art. 332). São, pois, os fatos litigiosos 
o objeto da Prova”. 
Complementando, Montenegro Filho (2005, p. 461) explana que: 
O objeto da Prova é o fato, e não o direito debatido no processo, 
visto que, nesse último particular, anotamos a aplicação dos 
aforismas jura novit cúria e da mihi factum, dabo tibi jus (daí-me o 
fato que eu te darei o direito), exigindo a lei que o magistrado 
conheça do direito vigente na área territorial em que exerce sua 
jurisdição, carreando às partes, apenas, o ônus de se desincumbir 
da Prova da certeza da existência e da veracidade dos fatos que 
alegam em juízo. Montenegro Filho (2005, p. 461) 
 
Quanto à matéria de direito, é pacífico que não há necessidade de Provas, 
no entanto, conforme o art. 337 do CPC, Theodoro Júnior (2007, p. 467) leciona 
que: “O direito ordinariamente não se Prova, pois jura novit cúria11. Mas, quando 
a parte alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, poderá 
o juiz exigir-lhe a respectiva Prova (art. 337)”. 
Ainda, no que diz respeito à matéria de direito não requerer Provas, 
Montenegro Filho enfatiza, que essa regra não é absoluta, pois de acordo com 
o art. 337 do CPC, quem alegar a incidência de direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário, é que deve provar o conteúdo e a vigência, se 
assim o Juiz fixar. Uma vez que o art. 337 do CPC pondera a possibilidade de 
que tendo em vista que o texto da lei possa ser de difícil acesso, uma vez que 
pode não ser de uso cotidiano do Magistrado. (Montenegro Filho, 2005, p. 461). 
No mesmo diapasão, Santos (2008, p. 354/355) ensina que as questões 
de direito em certos casos também necessitam de prova: 
O princípio de que as regras de direito independem de Prova, 
entretanto, não é absoluto. O que se presume conhecido de todos, 
não podendo as partes alegar ignorá-la ou o juiz deixar de aplicá-la 
sob pretexto de que a desconhece, é a lei, no sentido de direito 
comum. Isenta-se de Prova o direito comum, por ser conhecido do 
juiz [...]. Seria mesmo contrário à razão presumirem-se do 
conhecimento do juiz brasileiro todas as leis estrangeiras, todos os 
costumes, dos mais variados e longínquos países, todas as leis e 
atos, posturas e regulamentos de todos os Estados e municípios 
 
21 
 
brasileiros. Daí, àquela regra, de que o direito não carece de Prova, 
se oferecer aexceção preceituada no art. 337 do Código de 
Processo Civil: “A parte, que alegar direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se 
assim o determinar o juiz”. Santos (2008, p. 354/355) 
 
Marinoni; Arenhart (2005, p. 263) ressalta que: “[...] muito embora o artigo 
fale em Prova da alegação do direito, tentando fazer acreditar que se está 
provando alegação de fato, a verdade é que direito não se alega; direito invoca-
se, supondo-se, em virtude do princípio “iura novit cúria”, que o Juiz o conheça”. 
Santos ressalta ainda, que ninguém possa escusar-se de cumprir a lei sob 
a alegação que a desconhece. Assim, não sendo lícito às partes alegarem 
desconhecimento da lei, ao juiz também não é permitido que deixe de proferir 
sua decisão ou despachar nos autos, sob nenhum pretexto, como consequência 
a lei não precisa ser provada. E, tendo em vista que a lei é a fonte principal, 
imediata e direta do direito, generaliza-se como aceito, de que as regras de 
direito não dependem de prova, e principalmente porque o juiz conhece o direito. 
(SANTOS, 2008, p. 354). 
Lopes destaca que as alegações do autor na petição inicial e a defesa do 
réu, manifestada na contestação, podem estar baseadas em fatos e em normas 
jurídicas ou somente em fatos, ou, somente em normas de direito. (LOPES, 
2002, p. 25). 
Sendo as questões opostas pelas partes exclusivamente de direito (v.g., 
interpretação da lei, aplicação de súmulas, princípios gerais de direito etc.), 
competirá ao juiz resolvê-las logo após a fase postulatória. No entanto, se as 
questões discutidas nos autos versarem sobre fatos, ou seja, acontecimentos da 
vida de que decorrem consequências jurídicas, poderá ser necessário 
demonstrar-lhe a existência, quando negada. À demonstração dos fatos, ou 
melhor, das alegações sobre fatos, é que se dá o nome de Prova. (LOPES, 2002, 
p. 25). 
No mesmo diapasão Gonçalves (2008, p. 426): 
 
22 
 
A Prova é tema fundamental do processo civil. Existem muitos 
processos em que a questão controvertida é apenas de direito, e a 
produção de Provas não se faz necessária. Mas o mais comum é 
que, para julgar, o Juiz precise examinar a veracidade de fatos que, 
no curso do processo, tenham-se tornado controvertidos. Para isso, 
será indispensável que ele analise as Provas produzidas no 
processo, que visam demonstrar a veracidade dos fatos alegados 
pelas partes. É por meio das atividades probatórias que o Juiz terá 
elementos para decidir sobre a veracidade e a credibilidade das 
alegações. Gonçalves (2008, p. 426) 
 
Importante frisar que quando a questão versar sobre matéria de fatos e 
de direito, é que se tornará necessária a produção de provas, pois se for somente 
matéria de direito não há necessidade, pois se subentende que o Juiz já tenha 
conhecimento da matéria de direito, sem que isto acarrete cerceamento de 
defesa, com exceção do art. 337 do CPC, o qual discorre que a parte que alegar 
a incidência de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, deve 
provar o conteúdo e a vigência. 
3.3. Fatos relevantes e controversos 
“O Juiz não deverá deferir a produção de Provas quando elas não tenham 
qualquer repercussão para o julgamento da causa. São irrelevantes os fatos que 
não têm nenhuma importância, que não influenciarão o julgamento do pedido ou 
que não guardam pertinência com a questão litigiosa”. GONÇALVES (2005, 
p.420). 
Diante das considerações retro, Lopes (2002, p. 32) explica que “[...] nem 
todos os fatos precisam ser provados. De acordo com a doutrina, só precisam ser provados os 
fatos relevantes, pertinentes, controversos e precisos”. 
Porém, para Marinoni; Arenhart (2005, p. 262): 
[...] somente fatos pertinentes e relevantes para o processo 
constituem objeto de Prova. Assim, pouco interessa para o 
processo a afirmação e, consequentemente, a Prova de fatos não 
importantes à solução do litígio – por exemplo, nenhuma relevância 
existiria na afirmação, e consequente prova, quanto às 
circunstâncias em que a petição inicial foi elaborada, se estava 
chovendo naquele instante ou não, se a aceitação da causa foi ou 
não difícil etc. – já que não constituem esses elementos pontos (ou 
questões) sobre os quais se possam controverter no processo. 
 
23 
 
“Fatos relevantes são os acontecimentos da vida que influenciam o 
julgamento da lide (v.g.: tráfego na contramão de direção para 
caracterizar a culpa numa ação de reparação de dano; conduta 
desonrosa como causa de separação judicial etc.)”. (LOPES, 2002, 
p.32). 
Para Amorim (2004, p.281): “Os fatos relevantes são aqueles que, 
pela relação com o objeto da demanda, podem influenciar o juiz no 
momento da decisão. Como, a apreciação da Prova é subjetiva do 
julgador, dependerá dele o critério de relevância”. Arenhart (2005, 
p. 262) 
 
Já os fatos pertinentes, controversos e precisos para Lopes (2002, p. 32-
33) são: 
[...] os que têm relação direta ou indireta com a causa. (v.g.: em 
acidente de trânsito, é pertinente saber a extensão dos danos, a 
posição em que ficaram os veículos após o evento, a existência de 
placas de sinalização no local etc.; mas é impertinente saber se o 
réu é proprietário do prédio em que mora, se é solteiro ou casado 
etc.). Lopes (2002, p. 32-33) 
 
Os fatos controvertidos, por sua vez, são aqueles contestados pela parte 
contrária, conforme narra Lopes em sua obra, (2002, p. 33): 
Fatos controversos (ou controvertidos) são os que, afirmados por 
uma das partes, venham a ser impugnados pelo adversário (v.g., na 
ação de reparação de dano retro mencionada, poderá ocorrer que 
o réu impugne a alegação de culpa pelo acidente, mas deixe de 
impugnar o valor pleiteado pelo autor pelos danos sofridos). 
(LOPES 2002, p. 33) 
 
Embora determinado fato não seja contestado, em algumas 
circunstâncias haja a necessidade de Prova, podendo ocorrer quando juiz assim 
o requerer para formar com mais segurança o seu convencimento; quando o 
litígio versar sobre direitos indisponíveis como nas ações de anulação de 
casamento; ou ainda, quando a lei determinar que a Prova do ato jurídico seja 
revestida de forma especial, como nas ações que exijam prova de propriedade 
imobiliária, de casamento de separação, etc. (SANTOS, 2008, p.349) 
 
24 
 
E por fim os “Fatos precisos são os que determinam ou especificam 
situações ou circunstâncias importantes para a causa. Alegações genéricas ou 
vagas não comportam Prova”. (LOPES, 2002, p. 33). 
Por outro lado, há fatos que, exclusivamente por opção legislativa, não 
dependem de Prova, pois são admitidos como verdadeiros independentemente 
de sua concreta demonstração nos autos. (WAMBIER; ALMEIDA; TALAMINI, 
2007, p. 411). 
Os fatos que por disposição da lei não necessitam de Provas são aqueles 
considerados de Prova impossível: os alegados por uma presunção iuris et de 
iure12. A lei proíbe o Prova de tais fatos tendo em vista que é inútil, pois 
subsistirá tal presunção. E ainda, determinados fatos que não podem produzir 
consequências jurídicas, em função do seu caráter. Por exemplo o cônjuge 
adúltero, não pode invocar o próprio crime para pedir a separação. (SANTOS, 
2008, p. 350). 
3.4. Fatos Notórios 
Portanto, segundo o art. 334, do CPC, não dependem de Prova os Fatos 
Notórios, os fatos incontroversos, os fatos afirmados por uma parte e 
confessados pela parte contrária e, ainda aqueles em cujo favor milita presunção 
legal de existência ou de veracidade. 
“O conceito de Fato Notório não é muito preciso na doutrina. Deve-se 
afastar, porém, a ideia de que notório seja o fato conhecido de todos, porque, 
em nível processual, raros são os fatos que possuem esse atributo”. (LOPES, 
2002, p. 33). 
Acerca, do retro postulado, cita-se como exemplo a circulação de veículos 
na cidade de São Paulo, em que é proibido o tráfego de veículos particulares na 
Rua Direita ou de motocicletas no Parque Ibirapuera, mas para quem nãoconhece a localidade, não sabe desta regra de trânsito, portanto, o que é notório 
para determinadas pessoas poderá não o ser para outras. (LOPES, 2002. p.33). 
 
25 
 
De acordo com Wambier; Almeida; Talamini (2007, p. 412), o conceito de 
fatos notórios não é unânime na doutrina: 
O conceito de Fatos Notórios não é unânime na doutrina. Alguns afirmam 
que são notórios os fatos de conhecimento geral, como as datas históricas, ou 
os acontecimentos notavelmente relevantes (o impeachment do Presidente da 
República, por exemplo). Outros restringem o conceito de fatos notórios à região 
e época em que o litígio se instaurou, [...] Uma terceira vertente é aquela que diz 
que são notórios os fatos sobre os quais nenhum dos sujeitos processuais (ou 
seja, naquele específico processo, não em outro) possui qualquer dúvida. Se o 
juiz conhece o fato, porque para ele é notório, mas a parte não tem idêntica 
noção, a ela cabe a Prova. e vice-versa [...]. Somente está dispensada a Prova 
quando todos os integrantes da relação jurídica processual estiverem de acordo 
em que aquele fato é por todos conhecido. 
Assim, a notoriedade dos fatos, é relativa, porque essa circunstância só 
será usada quando for de conhecimento de toda a coletividade. [...] Por outro 
lado, o fato não pode ser notório apenas para o juiz, em caráter privado, caso 
em que se tornaria testemunha. (AMORIM, 2004, p.282). 
Santos afirma que a notoriedade é um conceito muito relativo. Há fatos 
conhecidos em todo o mundo cristão, sabe-se que dia 25 de dezembro é natal; 
há Fatos Notórios apenas em relação a um determinado país, Estado ou região. 
No entanto, não é necessário, que para um fato ser considerado notório, tenha 
relação direta com os componentes de cada esfera social. (SANTOS, 2008, p. 
352). 
Ainda Wambier; Almeida; Talamini (2007, p. 412), comenta que: “O certo 
é que o conceito de notoriedade não pode ser tão amplo. Não parece lícito dizer 
que somente são notórios os fatos por todos conhecidos, extrapolando a 
abrangência do local e época em que se desenvolve o processo”. 
 
26 
 
Montenegro Filho segue a corrente que compreende que os Fatos 
Notórios devem ser de conhecimento geral, uma vez que cita como exemplos o 
fato de uma pessoa ocupar um cargo público de renome, e visibilidade 
inquestionável; o fato de certo prédio de apartamento ter ruído, com grande 
ênfase na imprensa. (MONTENEGRO FILHO, 2005, p.462) 
Como se observou, há divergências acerca do conceito de Fatos Notórios, 
isto é, dos fatos que não necessitam de provas por já ser de conhecimento 
público. No entanto, tendo em vista a livre apreciação do juiz, a ele competirá 
estabelecer se o fato em questão é considerado notório ou não, dependendo de 
qual linha de pensamento adota. 
3.5. Fatos incontroversos 
Fato incontroverso (ou fato admitido no processo como incontroverso) é 
aquele que, por não ter sido impugnado, posto em dúvida ou discutido, deverá 
admitir-se como verdadeiro. (MARQUES, 2003, p. 187). 
Também o fato incontroverso não é objeto de Prova, porque prová-lo seria 
inutilidade e pura perda de tempo, em detrimento da celeridade processual que 
é almejada como ideal do processo moderno. (THEODORO JÚNIOR, 2007, p. 
468). 
Portanto, incontroversos são aqueles fatos não discutidos pelas partes. 
Tendo em vista que compete ao réu impugnar os fatos articulados pelo autor, 
aqueles não impugnados, pode- se dizer que são tidos como verdadeiros, não 
necessitando de Prova, pois sobre estes fatos não pairam dúvidas. O mesmo se 
aplica aos casos em que uma das partes reconhece expressamente os fatos 
afirmados pela parte contrária (art. 334, II). (WAMBIER; ALMEIDA; TALAMINI, 
2007, p. 411). 
Já para Tabosa, (2005, p.1054): 
 
27 
 
os fatos não são admitidos como incontroversos (tal qual pudesse 
ser presumida essa qualidade); simplesmente, são, ou não, 
incontroversos,[...]. Na hipótese positiva, fica a parte que os afirmou 
eximida de apresentar Provas, pois em tais condições a veracidade 
dos mesmos é desde logo admitida pelo juiz. Tabosa, (2005, 
p.1054) 
 
No entanto, com relação aos direitos indisponíveis há a necessidade de 
Prova, mesmo os fatos incontroversos, como os provenientes do estado da 
pessoa natural, a falta de contestação não dispensa a parte do ônus de provar 
mesmo os fatos incontroversos. É o que acontece, por exemplo, nas ações de 
anulação de casamento, nas negatórias de paternidade etc. (THEODORO 
JÚNIOR, 2007, p. 468). 
O inciso II, do art. 334, do CPC, menciona que os fatos afirmados por uma 
parte e confessados pela outra, também independem de Prova, porém a redação 
é enganosa, pois se trata da confissão, que é uma forma de Prova, sendo 
mencionada e estudada nos arts. 348-354 do CPC. (MARCATO, 2005, p. 1053). 
Na mesma linha, Didier Jr.; Braga, Oliveira (2007, p. 27) ensinam que: “[...] 
há um equívoco do legislador em dizer que eles independem de Prova. Na 
verdade, a própria Confissão, conforme se verá mais adiante, é um meio de 
Prova. Assim, mais correto seria dizer que, quando confessados, os fatos 
independem de outro meio de Prova”. 
Quanto à Confissão será mais bem abordada no segundo capítulo deste 
trabalho. 
3.6. Fatos presumidos 
O inciso IV, do art. 334, do CPC, trata da presunção legal de existência 
ou veracidade, sobre a qual o legislador, em alguns artigos do Código Civil de 
2002, enumera casos em que se presume como verdadeiros os fatos – p.ex., no 
art. 1597do CC, há presunção da filiação quando a criança nascer após 180 dias 
do início do relacionamento conjugal ou nos 300 dias após o seu fim; no art. 324 
do CC há presunção de pagamento do título quando este foi entregue ao 
 
28 
 
devedor; no art. 8° do CC, há presunção de simultaneidade da morte quanto às 
pessoas falecidas na mesma ocasião etc. Portanto, nestes casos, aquele que 
alega a ocorrência de algum desses fatos está dispensado de prová-lo. Quando 
a presunção legal for relativa, poderá a parte contrária produzir Prova de que a 
afirmação é falsa; na presunção absoluta, é defeso discutir a ocorrência de fato 
presumido. (DIDIER JR., BRAGA, OLIVEIRA, 2007, p.28). 
A presunção legal, ou seja, descrita pelo legislador é classificada em 
relativa e absoluta, a relativa ou juris tantum, é aquela que admite Prova em 
contrário, e a presunção absoluta, ou júris et de jure, não admite Prova contrária. 
(GONÇALVES, 2008, p. 429). 
Deste modo, a alegação, à qual se presume ser verdadeira, não enseja 
Prova. Porém, se tal presunção for relativa, a parte que alegou não terá o ônus 
de prová-la, mas seu adversário poderá fazê-lo com o intuito de tornar evidente 
que tal fato não é verídico, como é o caso da revelia, que pode ceder ante os 
elementos contrários, que auxiliarão no convencimento do juiz. Com a presunção 
é absoluta, isto não ocorre, pois esta não admite Prova em contrário. 
(GONÇALVES, 2008, p. 429). 
Verifica-se, que a presunção legal decorre de previsão expressa do 
legislador, das quais se referem o art. 334, inciso IV, do CPC, ou seja, não 
dependem de Provas os fatos considerados verdadeiros em face de uma 
presunção da lei. 
4. DAS PROVAS EM ESPÉCIE 
4.1. DO DEPOIMENTO PESSOAL 
As provas em espécie estão distribuídas no Código de Processo Civil, nos 
artigo 342 a 443, iniciando-se pelo Depoimento Pessoal. Vejamos, em seguida 
como os doutrinadores conceituam: Depoimento Pessoal é o meio de Prova que 
tem como objeto principal obter a Confissão, espontânea ou provocada, da parte 
 
29 
 
contrária sobre fatos relevantes à solução da causa. (NERY JUNIOR; ANDRADE 
NERY, 2004, p. 808). 
Na concepção dos doutrinadores Wambier Almeida e Talamini: 
“Depoimento Pessoal é o meio de Prova pelo qual o juiz conhece dos fatos em 
discussão no litígio ouvindo as partes pessoalmente”. (WAMBIER; ALMEIDA; 
TALAMINI, 2007, p. 429). 
Já para Marques (2003, p. 199): “Depoimento Pessoal, ou interrogatório 
da parte,é o ato instrutório em que o juiz ouve as partes sobre as questões de 
fato do litígio ou causa”. 
Para Nery Junior; Andrade Nery (2004, p.807) interrogatório tem função 
um pouco diferente de Depoimento Pessoal: O interrogatório, conquanto 
também possa servir como meio de Prova, é mecanismo de que se vale o juiz 
para aclarar pontos do processo que ele repute importantes para a decisão da 
causa. Durante o interrogatório, pode sobrevir a Confissão da parte, mas não é 
da essência do interrogatório, como o é do Depoimento Pessoal, a obtenção da 
Confissão. Por causa disso, nada obsta que as partes, indistintamente, façam 
reperguntas aos interrogandos. 
No mesmo diapasão, Barroso explica que Depoimento Pessoal e 
interrogatório são dois institutos diferentes, conforme análise das características 
a seguir descritas: o Depoimento Pessoal é requerido pela parte, é meio de 
Prova, há pena de confesso, é realizado apenas uma vez, em audiência de 
instrução e julgamento, enquanto que o interrogatório é determinado de ofício, é 
meio de convencimento, não há pena de confesso, pode ser realizada a qualquer 
tempo, no curso do processo. (BARROSO, 2000, p. 164). 
Para Barroso (2000, p.164): “O interrogatório não é propriamente uma 
modalidade de Prova, mas sim meio de convencimento do juiz, o qual não visa 
a obtenção de Confissão. Portanto, a ausência da parte intimada para 
interrogatório não gera a aplicação de Confissão”. 
 
30 
 
Embora Barroso mencione que o Depoimento Pessoal é requerido pela 
parte e o interrogatório determinado de ofício, os artigos 342 e 343 do CPC 
assim preceituam: 
Art. 342. O juiz pode de ofício, em qualquer estado do processo, determinar 
o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos 
da causa. 
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte 
requerer o Depoimento Pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência 
de instrução e julgamento. 
Assim, claro está pelos artigos retros que tanto o juiz quanto às partes 
(autor e réu) podem requerem o Depoimento Pessoal das partes. 
Amorim (2004, p.287) por sua vez, explica que: “O Depoimento Pessoal 
está ligado diretamente à parte, porque é ela, pessoalmente, que deverá prestá-
lo, desde que expressamente requerido ou por determinação do juiz (CPC, 
art.343)”. 
Didier Jr.; Braga; Oliveira (2007, p.71) consideram a denominação 
depoimento da parte mais correta segundo explica: “É mais correta a designação 
depoimento da parte, em vez de Depoimento Pessoal, opção do CPC, “porque 
são pessoais os depoimentos das Testemunhas e a Confissão em depoimento 
da parte pode ser por procurador”.” 
4.1.1. SUJEITOS 
Marques (2003, p.201) consigna que: “O Depoimento Pessoal é ato 
personalíssimo, pelo que, nem mesmo com poderes expressos, poderia o 
advogado prestá-lo em lugar ou em nome da parte”. 
No mesmo sentido, Alvim (2005, p.464) leciona: “Como regra geral, 
praticamente absoluta, somente poderá a própria parte depor. O depoimento, 
portanto, justamente porque pessoal, é, em regra, insuscetível de “delegação”. 
 
31 
 
Para Wambier; Almeida,Talamini (2007, p.430): “Presta depoimento quem 
tiver a condição jurídica de parte, ou seja, além do autor e do réu, todos aqueles 
terceiros intervenientes que assumem a posição de parte, como, por exemplo, o 
litisdenunciado”. 
Segundo Lopes (2002, p.105): “Em se tratando de pessoa física, porém, 
não deve ser admitido depoimento por procurador, em razão do caráter 
personalíssimo do ato”. 
Até o momento falou-se de Depoimento Pessoal de pessoas físicas, mas 
e com relação às pessoas jurídicas, quem deve prestar o Depoimento Pessoal? 
Vejamos: 
Quando os litígios em que são partes pessoas jurídicas, as soluções podem 
ser diversificadas. Pois, conforme o tamanho da sociedade civil23 ou 
comercial24, o diretor formalmente pelo estatuto, muitas vezes não tem 
conhecimento direto dos fatos ou circunstâncias do caso. Por isso, nesses 
casos, os representantes legais da pessoa jurídica, podem incumbir ao 
preposto que presta o Depoimento Pessoal em juízo. Portanto, este deve 
estar devidamente documentado, para prestar o depoimento em nome da 
empresa que representa, tendo inclusive poderes para confessar, fato este 
que acarretará as consequências da Confissão, sem a possibilidade de 
discussão sobre a legitimidade do preposto. (ALVIM , 2005, p.464). 
No mesmo diapasão, Wambier; Almeida,Talamini (2007, p.430): 
Quando a parte for pessoa jurídica, em determinadas situações é usual que 
a pessoa que tem conhecimento dos fatos conflituosos não seja aquele cujo 
contrato social (ou estatutos) apontam para representá-la em juízo. Seria 
inócua a produção desse meio de prova, caso fosse ouvido alguém que 
nada soubesse da realidade fática subjacente à demanda, porque distante 
dos fatos. [...] Ressalva-se, apenas, que, nesse caso, é necessário que o 
preposto esteja expressamente autorizado pela pessoa jurídica a prestar o 
depoimento, inclusive com poderes para confessar. 
Em sentido diverso, Marinoni; Arenhart (2005, p. 310-311): 
O problema se põe na medida em que tais pessoas não são propriamente 
partes no processo, figurando nos atos processuais apenas porque a 
verdadeira parte (incapaz, pessoa jurídica ou pessoal formal) não pode 
expressar sua vontade, validamente, por si própria. Ora, se o representante 
não é a parte, parece claro que não pode ele ser sujeito do Depoimento 
Pessoal. [...] Não obstante a aparente tranquilidade da conclusão é certo 
que a jurisprudência vem admitindo o Depoimento Pessoal de 
representante (especialmente de pessoas jurídicas). 
 
32 
 
Colhe-se da jurisprudência do Estado do Rio Grande do Sul a esse 
respeito: 
EMENTA: DEPOIMENTO PESSOAL. POSSIBILIDADE DE 
REPRESENTACAO POR PREPOSTO AUTORIZADO E COM PODERES 
PARA CONFESSAR. E POSSIVEL QUE O AGRAVANTE SE FACA 
REPRESENTAR, EM AUDIENCIA, PELO SEU GERENTE, DESDE QUE 
TENHA RECEBIDO PODERES ESPECIFICOS PARA PRESTAR 
DEPOIMENTO PESSOAL E PARA CONFESSAR, ALEM DE 
CONHECIMENTO DIRETO E PESSOAL A RESPEITO DOS FATOS 
DISCUTIDOS NO PROCESSO, VISANDO, COM ISSO, TRAZER 
ELEMENTOS UTEIS AO JUIZ PARA O ESCLARECIMENTO DAS 
CIRCUNSTANCIAS DE FATO. AGRAVO PROVIDO. (TJ-RS – Agravo de 
Instrumento Nº 196175319, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Alçada do 
RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, Julgado em 20/11/1996) 
Portanto, observa-se que os prepostos de uma empresa, desde que os 
representantes da pessoa jurídica transfiram a este poderes específicos para 
representá-los em juízo, inclusive para confessar, é ele quem o deve fazê-lo. 
4.1.2. PROCEDIMENTOS 
Segundo dispõe o art. 343 do CPC, “in verbis”: 
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte 
requerer o Depoimento Pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência 
de instrução e julgamento. (BRASIL, 2015) 
§ 1o A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se 
presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça 
ou, comparecendo, se recuse a depor. (BRASIL, 2015) 
§ 2o Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a 
depor, o juiz Ihe aplicará a pena de Confissão. (BRASIL, 2015) 
Art. 344. A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de 
Testemunhas. (BRASIL, 2015) 
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao 
interrogatório da outra parte. (BRASIL, 2015) 
Portanto, observa-se que o Depoimento Pessoal do réu será requerido ao 
juiz pelo autor em petição escrita e, vice-versa, o depoimento daquele será 
requerido pelo réu. O interrogatório efetuar-se-á na audiência de instrução e 
julgamento (art. 343, caput). (MARQUES, 2003, p. 200). 
 
33 
 
Montenegro Filho (2004, p. 531) leciona que: No que se refere ao 
momento da Prova, nessa espécie, anotamos que a propositura da Prova se dá 
com o ingresso da petição inicial e com a apresentação da contestação. [...] 
Contudo, não é definitiva a proposituramanifestada no início do processo. Pode 
a parte autora, após a apresentação da contestação, verificar que não há mais 
necessidade de ser tomado o Depoimento Pessoal do réu, sendo dispensado 
por ocasião da realização da audiência preliminar a que alude o art. 331 do CPC. 
Importante, frisar que a parte que requerer o Depoimento Pessoal do seu 
adversário deverá fazê-lo pelo menos cinco dias antes da audiência. A intimação 
da parte para prestar depoimento deverá ser feita pessoalmente, devendo 
constar no mandado que “caso não compareça, ou comparecendo se recuse a 
depor, os fatos alegados contra ela serão tidos como verdadeiros. (THEODORO 
JÚNIOR, 2007, p.482). 
Ainda, Theodoro Júnior (2007, p.482): “Na audiência, o depoimento das 
partes será tomado antes da ouvida das Testemunhas, primeiro o do autor e 
depois o do réu (art. 452,II)”. 
Se houver mais de um réu ou autor, será ouvida primeiramente a parte 
ativa da demanda, após os passivos. Será seguida a mesma ordem se houver 
reconvenção Segundo o artigo 344 do CPC, as partes serão interrogadas na 
forma prescrita para a inquirição das testemunhas, e em seu parágrafo único, 
menciona que é proibida a parte que ainda não prestou depoimento, assistir o 
interrogatório da outra. 
Marinoni; Arenhart, ( 2005, p.313) explicam acerca do art. 344 do CPC 
que: “ A inquirição da parte obedece, no que for compatível, ao procedimento 
prevista para a oitiva das Testemunhas. Isto é, a parte, no início de seu 
depoimento, será qualificada, passando a ser arguida pelo juiz diretamente”. 
Outros pontos se obtêm a partir dos arts. 345 e 346 do CPC como a recusa 
em depor: 
 
34 
 
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao 
que Ihe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais 
circunstâncias e elementos de Prova, declarará, na sentença, se houve 
recusa de depor. (BRASIL, 2015) 
Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não 
podendo servir-se de escritos adrede preparados; o juiz Ihe permitirá, 
todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar 
esclarecimentos. (BRASIL, 2015) 
Referente o art. 345 do CPC, Nery Júnior; Andrade Nery (2004, p. 809), 
mencionam: “Cabe ao prudente critério do juiz, em decisão devidamente 
fundamentada, fixar os pontos do depoimento da parte que entendeu serem 
reveladores da intenção de não depor”. 
Já com relação ao advogado da parte que está prestando o depoimento 
não é permitido fazer perguntas. Somente o procurador pode intervir, no final do 
interrogatório de seu cliente, para esclarecer alguma dúvida ou obscuridade na 
narrativa do depoimento do depoente. (THEODORO JÚNIOR, 2007, p.483). 
Na mesma linha, Wambier; Almeida,Talamini (2007, p.433): Quando se 
cuida de Depoimento Pessoal propriamente dito, após o juiz concluir as 
perguntas à parte, pode o procurador da parte adversa formular perguntas, como 
acontece com o meio testemunhal. Não, pode, todavia, o próprio procurador da 
parte depoente reperguntar, pois o objetivo primordial do depoente requerido 
pelo litigante é obter a Confissão. Assim, como não interessa à parte depoente 
a Confissão, seu procurador não formulará reperguntas. Todavia, tem-se 
admitido a sua intervenção, solicitando a palavra pela ordem, quando algum 
esclarecimento relevante houver que ser feito. 
Quando o advogado litiga em causa própria, sendo intimado para 
Depoimento Pessoal, não poderá permanecer na sala de audiência quando a 
outra parte estiver prestando depoimento. O juiz deve ao menos nesse ato, fazer 
com outro profissional o represente. (NERY JUNIOR; ANDRADE NERY, 2004, 
p. 809). 
 
35 
 
De acordo com o que leciona Montenegro Filho (2005, p.531): A admissão 
do Depoimento Pessoal se dá no momento da realização da audiência preliminar 
do art. 331 do CPC. Havendo despacho de inadmissão, pode a parte interpor 
agravo de instrumento, evitando a preclusão da matéria, alegando ter sido 
cerceada no seu direito de defesa, com infração ao art. 5° inciso LIV, da CF. A 
produção da Prova ocorre no ambiente da audiência de instrução e julgamento, 
quando pela parte contrária, considerando que o magistrado pode determinar a 
sua produção em qualquer momento do processo. 
Nos litígios de procedimento ordinário, o Depoimento Pessoal deve ser 
requerido na petição inicial e o réu na contestação. Na reconvenção, pelo 
reconvinte e pelo reconvindo em contestação. O juiz, no despacho saneador, 
decidirá sobre o deferimento do que foi requerido na inicial, podendo também o 
juiz fazê-lo de ofício. (AMORIM, 2004, p.291). 
Denota-se das narrativas retro que a parte ao ser intimada deverá ser 
advertida que deve comparecer a audiência para prestar depoimento Pessoal, 
caso não compareça incorrerá na pena de confesso, assim, importante a 
intimação pessoal. 
Quanto à parte requerer o Depoimento Pessoal da outra no prazo de cinco 
dias antes da audiência, na prática é inviável, pois pelo volume de processos e 
intimações que sobrecarregam o Judiciário e os Oficiais de Justiça, se todos os 
advogados resolvessem fazê-lo neste prazo, seria muito difícil o seu 
cumprimento e consequentemente a realização desta audiência. 
4. 2 CONFISSÃO 
A Confissão está disposta no capítulo VI do CPC, “Das Provas”, na Seção 
III, especificamente dos arts. 348 a 354. 
Vejamos o que menciona o art. 348 do CPC, in verbis: 
 
36 
 
Art. 348. Há Confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, 
contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A Confissão é judicial 
ou extrajudicial. (BRASIL, 2015) 
Para alguns autores como Lopes e Gonçalves, a Confissão não é meio de 
Prova, conforme escrevem em suas obras: Para Lopes (2002, p.23): “A 
Confissão já foi considerada a “rainha das provas”, mas atualmente não é 
qualificada sequer como meio de Prova”. Gonçalves (2005, p.481) explica que a 
Confissão: “Não pode ser considerada como um meio de Prova, porque não 
constitui mecanismo colocado à disposição das partes para obter informações a 
respeito de fatos relevantes para o processo”. 
No entanto, para a maioria dos autores pesquisados, como Wambier, 
Theodoro Júnior, Alvim, etc, a “Confissão” é considerada meio de Prova, 
conforme estudaremos logo abaixo. 
4.2.1. REQUISITOS DA CONFISSÃO 
Para que a Confissão produza efeitos legais, são necessários alguns 
requisitos: Lopes (2002, p.23) explica que os requisitos são os seguintes: 
renunciabilidade do direito a que se refere o fato (por exemplo será ineficaz a 
confissão que implicar renúncia de alimentos, ao uso do nome, ao estado civil 
etc.); b) inexigibilidade de forma especial para Prova do fato (v.g., será ineficaz 
a Confissão da compra e venda de um imóvel); c) capacidade civil do confitente. 
Acrescentam-se além da capacidade civil, os representantes legais dos 
incapazes não podem confessar os fatos por eles; da inexigibilidade; exemplifica 
para haver Confissão de um casamento é necessário a demonstração de que 
este foi realizado por meio de uma solenidade legal; e por fim a disponibilidade 
do direito em relação ao fato que está sendo confessado. (Theodoro Júnior, 
2007, p. 485-486). 
4.2.2. EFEITOS DA CONFISSÃO 
Alvim (2005, p.480) leciona que a Confissão: “Prova que é (art.350), tem 
valor ou eficácia probante. Ela atinge a pessoa que confessou, isto é, a parte e 
 
37 
 
os seus herdeiros e sucessores, no que tange a seu objeto, cuja Confissão pode 
levar à perda respectiva”. 
Assim, de acordo com o art. 350 do CPC, a Confissão faz Prova contra 
quem confessa, não prejudicando os litisconsortes. 
Para Wambier; Almeida,Talamini (2007, p.438): Se um dos litisconsortes 
confessa um fato que, pela posição processual que ocupa em relação aos 
demais, for a todos prejudicial, esta Confissão, sozinha, não pode ser admitida. 
O fato se terá como provado apenas se outros elementos vierem a corroborá-lo, 
pois a confissão feita isoladamentenão pode alcançar aqueles que não 
confessaram. 
Ainda, o parágrafo único do art. 350 do CPC esclarece que nas demandas 
que tratar sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a confissão de 
um cônjuge não valerá sem a do outro. 
“O legislador procurou, com isso, evitar que um dos cônjuges pudesse 
prejudicar, de maneira intencional ou não, a sociedade conjugal. Em face disso, 
para que a Confissão seja eficaz, [...] é imprescindível que seja manifestada por 
ambos os cônjuges. ” (CARMO). 
O art. 351 do CPC menciona acerca dos direitos indisponíveis, ou seja, 
não é válido a confissão em juízo, referente à fatos relativos a direitos 
indisponíveis. “Direitos indisponíveis. São assim considerados os que versam 
sobre os direitos fundamentais do homem, como a saúde, a vida, a liberdade, a 
cidadania, o estado familiar, nacional, social da pessoa. ” (NERY JUNIOR; 
ANDRADE NERY, 2004, p.812) (grifo do autor). 
O art. 352 do mesmo diploma trata dos casos em que pode ser revogada 
a Confissão, isto é, só quando houver erro, dolo ou coação, por meio de uma 
ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita, e por ação rescisória, 
após o trânsito em julgado as sentença, da qual constituir o único fundamento. 
 
38 
 
Explica, porém, em seu parágrafo único que compete ao confessor o direito de 
propor tal ação, nos casos mencionados neste parágrafo, no entanto, se iniciada, 
passa aos seus sucessores. 
Denota-se pela exposição do artigo retro que compete ao confitente à 
iniciativa de propor a demanda visando revogar tal ato, e consequentemente o 
ônus de comprovar a ocorrência do vício. Todavia, se este falecer no curso do 
processo, a ação passará a seus herdeiros (CPC, art. 352, § único). 
Didier Jr.; Braga, Oliveira (2007, p.93) leciona que: “o legislador do novo 
Código Civil eliminou a possibilidade de invalidação da Confissão por dolo, que 
estava prevista no art. 352 do CPC, que, no particular, está revogado”. 
O novo Código Civil, em seu art. 214 assim dispõe: 
Art. 214. A Confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de 
erro de fato ou de coação (BRASIL, 2002) 
Percebe-se pela leitura do artigo acima do novo Código Civil mudou em 
parte o art. 352 do CPC, pois não prevê a revogação por dolo, ou seja, trata de 
anulação e não revogação. 
Didier Jr.; Braga, Oliveira (2007, p.93) explicam que: De fato, o dolo 
somente é relevante para o direito privado enquanto tenha sido capaz de levar 
outrem a erro. A circunstância de o confitente declarar o fato por dolo de outrem 
somente tem relevância jurídica, para fins de invalidação, se o dolo tiver sido 
apto a gerar erro. Se houve dolo, mas não houve erro, não se pode invalidar a 
confissão. Eis a razão pela qual se preferiu a expressão “erro de fato”, como 
síntese da hipótese de invalidade: o que importa é a falsa percepção da 
realidade; se o erro foi espontâneo ou provocado, pouco importa. 
O art. 354 do CPC trata da indivisibilidade da Confissão, ditando que: 
 
39 
 
Art. 354 A Confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a 
quiser como Prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que 
lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente lhe aduzir 
fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito 
material ou reconvenção. (BRASIL, 2015) 
Em geral, toda prova é indivisível, mas quanto à Confissão o art. 354 do 
Código de Processo Civil foi expresso. A Confissão para ter valor probatório, não 
pode ser cindível, ou seja, não pode apenas conter parte que favoreça o 
interesse do litigante. Quanto a possibilidade de divisibilidade estampada na 
segunda parte do art. 354 do mesmo diploma, quer dizer que o litigante não pode 
por meio da Confissão, querer fazer Prova somente em seu favor. E tendo em 
vista que a Confissão é meio de Prova, com ela, ficam provados fatos que são 
desfavoráveis àquele que confessa, e não o contrário. A estes fatos novos, 
aplicam-se as regras do Ônus da Prova. (WAMBIER; ALMEIDA,TALAMINI, 
2007, p.436). 
Para Theodoro Júnior (2007, p.487) a segunda parte do art. 354 do CPC 
deve-se levar em conta as regras do Ônus da Prova, conforme discorre: A 
questão de indivisibilidade da confissão, no entanto, não pode ser examinada 
sem se atentar para as regras do Ônus da Prova. Assim, se o réu, ao confessar, 
tem o ônus de provar fato extintivo ou modificativo do direito do autor, sua 
confissão pode perfeitamente ser cindida. 
Como se denota do art. 354 do Código de Processo Civil, a Confissão é 
indivisível, não podendo o réu confessar somente fatos que lhe favoreçam e 
oculte fatos que lhe sejam desfavoráveis, no entanto, poderá cindir-se se aduzir 
fatos novos, fatos estes em que o réu deverá prová-los. 
4.3. DA PROVA DOCUMENTAL 
4.3.1. DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL 
“A Prova documental tem seus momentos de produção fixados para a 
petição inicial e contestação, abrindo o Código de Processo Civil chance para 
juntada de Documento novo no curso da lide, [...].” (BARROSO, 2000, p.167). 
 
40 
 
Para Didier Jr.; Braga; Oliveira (2007, p.135); Em regra, os momentos de 
proposição e de produção da Prova documental são absolutamente os mesmos. 
[...] De uma forma geral, tem-se que a petição inicial e a contestação devem estar 
acompanhados, sob pena de invalidade, dos chamados documentos 
indispensáveis, que podem ser classificados em substanciais e fundamentais. 
Os Documentos substanciais são os que a lei expressamente exige para 
a proposição da lide. Como exemplo numa ação de execução, o título executivo, 
a procuração; na ação monitória, a Prova escrita; certidão de casamento na 
separação judicial; no caso de pessoa jurídica, o comprovante de que é empresa 
ou microempresa. Etc. Entende-se por fundamentais os Documentos 
indispensáveis que o autor mencionou na inicial, como o fundamento do pedido. 
(SANTOS, 1999 apud, DIDIER JR.; BRAGA; OLIVEIRA, 2007, p.136). 
Em sentido contrário Lopes (2002, p.118) classifica os documentos 
juntados aos autos em substanciais ou fundamentais e secundários, a seguir 
descritos: “Documentos substanciais ou fundamentais são aqueles em que se 
escoram o pedido29 e a causa de pedir30. Secundários os que se presta a 
demonstrar outras alegações das partes que elucidam pontos ou completam 
afirmações”. 
Exemplo é no caso de uma ação reivindicatória, é essencial que 
acompanhe a inicial, o título de domínio do imóvel. Em outro momento o autor 
poderá juntar plantas, exame topográfico, com o intuito de sanar dúvidas quanto 
à localização do imóvel. (LOPES, 2002, p. 118). 
Marinoni; Arenhart (2005, p.356) com relação aos Documentos juntados 
posteriormente citam: “Eventualmente, para comprovação de fato novo, pode-se 
apresentar Documentos ulteriormente (art. 397 do CPC).” 
Denota-se, assim, pela leitura do citado artigo que a lei permite às partes, 
em qualquer tempo, juntar Documentos aos autos, se ocorrer fato novo, em data 
 
41 
 
posterior àqueles que já constam no processo, ou para contestar os que já foram 
exibidos. 
Pelo art. 398 do CPC, uma vez juntados Documentos novos, deverá ser 
dado oportunidade a parte contrária para ciência e manifestação querendo, no 
prazo de cinco dias. 
Com relação ao que se está sendo enfocado neste subtítulo, a 
Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, confirma: 
BRASIL – STJ - PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO 
- CÉDULA DE CRÉDITO COMERCIAL - ORÇAMENTO - JUNTADA COM 
AS RAZÕES DE APELAÇÃO. I - A TEOR DO DISPOSTO NO ART. 283, 
DO CPC, OS DOCUMENTOS NÃO CONSIDERADOS 
"INDISPENSAVEIS" A PROPOSITURA DA AÇÃO NÃO PRECISAM VIR, 
NECESSARIAMENTE, COM A INICIAL, PODENDO SER OFERECIDOS 
EM OUTRAS OPORTUNIDADES OU ATE MESMO POR OCASIÃO DA 
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO; DESDE QUE, SOBRE ELES, SE 
MANIFESTE A OUTRA PARTE (ART. 398). O SIMPLES FATO DA 
PETIÇÃO INICIAL NÃO SE FAZER ACOMPANHADA DESSAS PEÇAS 
NÃO IMPLICA DE PRONTO SEU INDEFERIMENTO.

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