Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UFRGS – ICBS – DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA CBS01 031 – BIOQUÍMICA I – FARMÁCIA NOÇÕES BÁSICAS DE PIPETAGEM 1 – INTRODUÇÃO A execução exata e cuidadosa da pipetagem é essencial para uma correta medida de volume e dela depende o sucesso de qualquer avaliação quantitativa. Mas para que isto ocorra é necessário conhecer o instrumento a ser usado. As pipetas permitem a transferência de volumes líquidos com precisão de um recipiente a outro. São tubos de vidro adequadamente calibrados para este fim. Ao se executar a pipetagem (transferência de líquido), normalmente uma determinada quantidade de líquido permanece na ponta da pipeta. Se a pipeta for de for da categoria TD (total delivery) nunca deve ser soprada; se for da categoria TC (total content) deve ser sobrada, para expulsar todo o líquido nela contido. Existem dois tipos clássicos de pipetas: pipetas volumétricas, que fornecem volume constante e fixo (1 mL, 2 mL, 5 mL, 10 mL, 20mL; etc); e as pipetas graduadas, que possuem uma escala para medir volumes variáveis. Estas escalas podem ser decimais, centesimais ou milesimais. Por exemplo: um pipeta de 1 mL pode ser graduada 1/10 ou 1/100. Isto significa, que é possível transferir volumes de 0,1 mL ou 0,6 mL, p.ex., nas pipetas com graduação 1/10 ou volumes de 0,14 mL ou 0,67 mL p. ex. nas pipetas com graduação 1/100 (figura 1). Figura 1: pipetas de vidro graduação 1/10 e 1/100 Um outro tipo de pipeta, usado especialmente em laboratórios de Bioquímica ou quando há a necessidade de se transferir volumes muito reduzidos, na ordem de microlitros, é a micropipeta. Antigamente o modelo era do tipo volumétrico, denominada de Lambda (microlitro). Existiam de vários volumes: 1, 2, 3, 5, 10, 15, 20, 25, 50, 100, 200 e 500 λ e cuja aspiração era realizada com uma fina mangeira de látex. Atualmente, existe a micropippeta automática. Este tipo de pipeta utiliza pontas ponteiras descartáveis, feitas de polipropileno (figura2). Estas podem ser de volume fixo ou volume ajustável (ex: P1000� volume vai até 100 µl, P1000� volume pode ser ajustado até 1000µl (1ml)). O líquido aspirado por elas não deve entrar no corpo principal da micropipeta, sob risco de adulterá-la e descalibrá-la. Para a biologia molecular, são utilizadas ponteiras com um filtro de polipropileno para não haver uma contaminação da micropipeta. Conjunto de pipetas monocanais volume ajustável (cor � intervalo de volume) Ponteiras Figura 2: Pipetas automáticas volume ajustável A micropipeta pode ser manual ou electronica (figura 3). A maioria das micropipetas são monocanais mas também existem micropipetas multicanais de 8 e 12 canais (figura 3). Pipeta eletrônica 8 canais 12 canais Pipetas multicanais Figura 3: Pipetas eletrônica e multicanal 2 – TÉCNICA BÁSICA DE PIPETAGEM 2.1 Pipetas de vidro A superfície de um líquido transparente confinado num tubo estreito exibe uma curvatura marcante, chamado de menisco (figura 4). Utiliza-se a parte inferior do menisco como ponto de referência na calibração e no uso de equipamento volumétrico (pipetas, buretas, provetas). Este ponto mínimo é melhor visualizado segurando-se um cartão de papel opaco atrás da coluna graduada. No caso de líquidos opacos, nos quais a curvatura do menisco não é visível, é usado como referência o bordo superior do menisco. Figura 4: Ajuste do volume � Pipetas de vidro líquidos transparentes (A e B) líquido opaco (C) Erro de paralaxe Ao ler o volume, seu olho deve estar no nível da superfície do líquido para assim evitar um erro devido à paralaxe. O erro de Paralaxe é um fenômeno que pode provocar uma leitura: (a) do volume menor que seu valor real se o menisco for olhado por cima da superfície e (b) do volume maior se o menisco for olhado abaixo da superfície do líquido (figura 5). A- Posição dos olhos B- Erro de Paralaxe Figura 5: Erro de Paralaxe menisco� (24,3 ml) líquido opaco menisco���� 2 ml A B C Para o uso de pipeta recomenda-se usar uma pera de aspiração (figura 6), mais comum a de borracha e proceder da seguinte maneira: Figura 6: Peras de Aspiração (1) Segurar a pipeta entre o polegar e os três últimos dedos da mão (figura7). Colocar a pêra na extremidade superior da pipeta, (cuidado para não tocar a ponta da pipeta com as mãos), retirar o ar através da válvula de expulsão de ar A pressionando a válvula e simultaneamente o balão de borracha B (figura 8). Figura 7: Posição correta para segurar pipeta Figura 8: Uso da pera de borracha A: expulsão de ar B: balão de borracha E: dispensação de líquido S: aspiração de líquido Colocar a ponta da pipeta (parte inferior) no líquido (bem abaixo da superfície) (figura 9), aspirar pressionando a válvula de aspiração S (figura 8), cuidadosamente até que a coluna do líquido esteja um pouco acima da marca superior (do zero); (2) Retirar a pipeta do frasco, remover o líquido que ficou na parede externa da pipeta, através de movimentos circulares na parte superior do frasco de onde foi retirado o líquido; (3) Acertar o zero: escorrer a coluna de líquido até o menisco atingir a marca superior, pressionando a válvula de dispersão de líquido E (figura 8). IMPORTANTE: manter a pipeta em posição vertical e a marca (zero) ao nível dos olhos; completar a remoção do líquido aderido à parede externa da pipeta, passando um lenço de papel na parede com o cuidado de não tocar na ponta da pipeta evitando a absorção do líquido; (4) Eluição do volume desejado: colocar a ponta da pipeta junto à parede interna do tubo ou frasco receptor inclinados, deixar escoar lentamente o conteúdo da pipeta até o volume desejado, pressionando a válvula de dispensação E. No caso de pipetagem por diferença o escoamento prossegue até o nível dolíquido atingir (parte inferior do menisco) a marca do volume desejado. IMPORTANTE: manter a pipeta em posição vertical e a marca do volume desejado ao nível dos olhos para evitar o erro de paralaxe (ver acima) (figuras 5 e 9) ASPIRAR LIMPAR ELUIR PIPETAGEM – PIPETA DE VIDRO Figura 9: Técnica de pipetagem � pipeta de vidro 2.2 Micropipetas automáticas manuais Micropipetas manuais liberam volumes ajustáveis de líquidos da ordem de microlitros (µL). Com estas pipetas, um volume conhecido e ajustável de ar é deslocado da ponteira descartável de plástico pressionando-se o botão no topo da pipeta. (1) Escolher a pipeta e a ponteira de acordo com o volume a ser pipetado (figura 10A, 10B, figura 10C) e colocar a ponteira na pipeta (figura 11) Figura 10: Escolhida a micropipeta, ajustar seu volume (A), colocar ponteiraadequada (B, C). , Figura 11: Colocação da ponteira Encaixar ponteira Firmar Retirar do suporte Pipetar (2) Ajustar o volume a ser pipetado através do giro da parte superior da pipeta até a marca desejada de volume (figura 10). IMPORTANTE: identificar os dois estágios (figura 12). Figura 12: Estágios do pistão (3) Aspirar o volume desejado: Pressionar o botão superior, este opera um pistão que força o ar para fora da pipeta, até o primeiro estágio Com o botão pressionado, inserir a ponteira de plástico no líquido a ser pipetado, liberar a pressão do botão, fazendo com que o líquido preencha a ponteira. IMPORTANTE: aspirar lentamente para não formar bolhas no líquido, em especial, na ponta da ponteira. Retirar a ponteira do líquido, encostá-la na parede do frasco e com movimentos circulares, retirar o excesso de líquido da parte externa da ponteira (figura 13). (4) Eluição do líquido: colocar a pipeta no tubo para onde será transferido o líquido, cuidando que a ponteira não toque no fundo ou no líquido que já estava no tubo (volumes pequenos < 500µL) ou encostar a ponteira na parede do tubo (volumes > 500µL); pressionar o botão até o fim (primeiro estágio) e, após um tempo de 2 segundos, o botão é pressionado até uma segunda posição (segundo estágio), o qual esvazia completamente a ponteira (figura 13) Figura 13: Técnica de pipetagem � pipetas automáticas (5) Retirar a pipeta do tubo e descartar a ponteira (figura14). A B C Figura 14: Vários procedimentos A-Resumo do procedimento B-Descarte de ponteiras C-Frasco descarte de ponteiras
Compartilhar