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HISTÓRIA DO BRASIL IMPERIAL

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HISTÓRIA DO BRASIL IMPERIAL 
O FIM DA ERA COLONIAL 
Em 1808 com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, fugindo das Guerras Napoleônicas, disputa da hegemonia europeia entre França e Inglaterra. O Governo Francês desejava isolar o Reino Unido do resto da Europa, para atingir suas metas ameaçava de invasão os países que permanecessem realizando comércio com a Inglaterra. A França seguindo sua doutrina invadiu a Espanha e retirou o Rei Espanhol do trono, colocando em seu lugar um administrador francês. Temendo o mesmo destino, a Coroa Portuguesa junto com sua Nobreza decidiram transferir a Corte para o Brasil, evitando que o rei fosse deposto. Mesmo estando no exílio, às ordens da Corte fluem do Brasil para Portugal. O Príncipe Regente era D João, filho de Maria I, Rainha de Portugal que nesse período esta muito doente, assume o poder real. A corte então começou sua transferência para o Brasil, processo que durou até o ano de 1816. O Rio de Janeiro foi a Província escolhida para a residência da Família Real, fato que favoreceu ainda mais a região, visto que já era a nova capital da colônia. Muitos problemas ocorreram com a chegada da família real no Rio de Janeiro, faltava espaço na província para alojar um volume tão grande de pessoas pertencentes a Corte portuguesa. 
INVERSÃO DE PODER 
Após a chegada da Família Real no Rio de Janeiro, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unida, tornado esta cidade a nova Corte do Reino Português, dessa forma, a administração do Reino ocorre no Brasil, sede do império. Portugal passou a receber ordens do Brasil. 
MUDANÇA NA POLÍTICA BRASILEIRA 
Foi criado no Brasil aos moldes de Portugal um Exército e uma Armada (Marinha), onde os Nobres ocupavam altos cargos. Abertura dos portos as Nações amigas e o fim do pacto colonial, que possibilitou ao Brasil comercializar com outras Nações além de Portugal. Foi possível ainda a criação de manufaturas e a produção de material impresso. Outras áreas foram incentivadas como a educação, as artes e a cultura. Foi criado também um banco central (Banco do Brasil) e uma fábrica de pólvora. 
MUDANÇAS SOCIAIS E CULTURAS 
Saindo de uma visão colonial as elites residentes no Brasil entenderam que, com a corte no Rio de Janeiro, passaram a fazer parte dela, buscando cargos e títulos. Um processo de urbanização é implementado na região sudeste. 
AS PERMANÊNCIAS 
Várias permanências são percebidas pela historiografia durante esse período. O Imperador do Brasil é português; o Brasil é comandado por um Monarca português. Não existem alterações nas políticas praticadas no país, que permanece submetido ao antigo regime. A escravidão é mantida em função de ser a base econômica do país. 
A VOLTA DA FAMÍLIA REAL PARA PORTUGAL 
Em 1816 os franceses se retiram de Portugal, possibilitando o retorno da família real. Começa em Portugal uma pressão por parte da nobreza para ao retorno do rei. Esse 
processo se dá em função de uma possível permanência definitiva da família real no Brasil, fato que relegaria Portugal a um segundo plano. A nobreza portuguesa pressionou pelo retorno do rei. No Brasil parte da nobreza desejava a permanência do monarca, mais isso não era uma unanimidade, grupos desejavam o retorno da família real para Portugal na intenção de recuperar parte da autonomia que existia na colônia brasileira antes da chegada dela ao Brasil e diminuir os privilégios concedidos aos portugueses residentes no país, os quais eram empossados nos cargos mais importantes do governo local. 
Em 1821 ocorre a Revolução do Porto, que aumentava sobre a família real a pressão para seu retorno, e caso não retornassem, outro monarca poderia ser escolhido para reinar sobre Portugal. D. João VI cedeu as pressões dos nobres portugueses, principalmente para evitar perder o trono Português e cortar laços com a Europa. 
Durante a Revolução do Porto alguns representantes das elites brasileiras foram para Portugal ajudar o movimento a pressionar a família real, processo que poderia ajudar a “amolecer” a política econômica praticada no Brasil. Todavia, o que o grupo brasileiro descobriu em Portugal foi que as cortes portuguesas desejavam além do retorno da família real, a volta do Brasil a condição de colônia e a reativação do pacto colonial. 
D. João entende que não tem escolha a não ser voltar, mas, ele não queria correr o risco de perder o trono brasileiro para grupos que almejavam o poder, caso o governo ficasse vago. D. João abdica em favor de seu filho D. Pedro, que passa ser o príncipe regente do Brasil. 
A corte portuguesa não aceita a permanência do príncipe regente no Brasil e começa a pressionar por seu retorno a Portugal. D. Pedro convencido por parte da nobreza no Brasil decide ficar (o dia do fico). Portugal não aceita a permanência de D. Pedro e manda tropas para garantir o retorno do príncipe. O recorte desse período demonstra que a independência do Brasil não foi uma transição pacífica, foi marcada por lutas contra tropas portuguesas e revoltas em algumas províncias que não desejavam se separar de Portugal. 
D. Pedro percebeu que se retornasse para Lisboa o Brasil poderia se insurgir e se emancipar de Portugal, ou pior, como o acontecido nas colônias espanholas, que tiveram seus territórios fragmentados em médios e pequenos países após suas independências da Espanha. D. Pedro decide separar o Brasil de Portugal e proclama em 7 de setembro de 1822 a independência do Brasil. D. Pedro não libertou o Brasil por seu amor ao país, mas, para evitar que o Brasil se tornasse uma república e cortasse definitivamente seus laços com Portugal. Sua permanência no Brasil, mesmo independente não corta laços do país com Portugal, visto que D. Pedro, futuro Imperador era português. 
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, OS PROCESSOS POLÍTICOS NO IMPÉRIO BRASILEIRO E AS PERMANÊNCIAS. 
D. Pedro se consagra Imperador do Brasil, fato que impediu que o país virasse uma república ou se fragmentasse como seus pares na América Latina. D. Pedro I começou a trabalhar para convocar membros da sociedade para formar uma assembleia constituinte, que seria responsável por redigir a futura constituição do país. Foi escolhido 
o modelo censitário, que era baseado na renda por hectare de mandioca produzido na propriedade dos donos de terras. Esse processo excluiu vários grupos de serem representados na constituinte, mas, de certa forma, essa era a ideia, colocar nesse grupo apenas elementos que tivessem afinidades com as ideias do governo imperial. Mesmo assim, a constituinte não terminou seus trabalhos, D Pedro dissolve a constituinte e em 1824 outorga a primeira constituição do Brasil, que apesar de ser outorgada tinha traços liberais, como a educação que passou a ser de responsabilidade do Estado e a inviolabilidade do lar. Todavia, é criado o poder moderador, que dava ao Imperador o poder de interferir nos outros poderes (legislativo e judiciário). O modelo adotado no Brasil aprece como o antigo regime, mas, ele é um meio terno, ou ainda, um antigo regime a moda brasileira, tem características liberais, mas, mantém o poder absoluto do monarca. As elites brasileiras e principalmente as provincianas não ficaram satisfeitas com uma constituição outorgada pelo fato da manutenção das regalias da nobreza e privilégios para portugueses. Houve revoltas em algumas regiões como em Pernambuco. A Independência do Brasil não trouxe grandes mudanças para o país, as políticas econômicas e administrativas permaneceram as mesmas, a escravidão foi mantida, o Brasil estava na contramão do mundo moderno. 
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 
Os EUA foi o primeiro país a reconhecer o Brasil como independente seguido pela Inglaterra. Portugal só reconhece o Brasil livre de seus domínios em 1825, após o pagamento de uma indenização. Como o Brasil não tinha caixa para pagar a indenização exigida por Portugal, ele necessitou recorrer à Inglaterra, que fez um empréstimo ao Brasil, utilizado para indeniza Portugal, que logo após reconhece oBrasil como um país independente. 
A situação econômica do Brasil não era das melhores na época da independência, Dom João VI quando voltou para Portugal limpou os cofres do tesouro brasileiro, já onerados com a guerra da cisplatina contra a Argentina pela posse da região do Prata, que no final apenas mantém seu direito de navegar nos rios da Bacia do Prata, e como consequência dessa guerra temos a Independência da província Cisplatina do Brasil, agora chamada de República do Uruguai. Essa região era muito importante para o escoamento da produção da região do Mato Grosso. 
O PRIMEIRO REINADO – PROBLEMAS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS 
O Brasil se transformou num império aos moldes do antigo regime, o Imperador por meio da Constituição outorgada de 1824 cria o poder moderador que lhe dá poderes absolutos para administrar o país. As políticas econômicas e administrativas não sofreram mudanças visíveis e as províncias não conseguiram para si maior autonomia administrativa. Algumas revoltas se instalaram pelo país, mas, foram reprimidas com extrema violência. No cenário internacional, o capitalismo se desenvolvia a pleno vapor, tanto na Inglaterra como nos EUA, que já haviam passado por suas revoluções industriais. Dentro da ótica capitalista existia a necessidade de consumidores e trabalhadores de baixo custo. Como escravo não tinha renda e não podia consumir, esse grupo não era interessante para os países industrializadas. Estes desejosos de conquistar novos mercados consumidores começaram a combater o tráfico de escravo e a própria escravidão. A Inglaterra se lança na vanguarda para coibir o comércio de 
escravos e a escravidão, e a partir de 1830 começou a patrulhar o Atlântico apreendendo navios negreiros. A política inglesa afetou diretamente o Brasil, que foi pressionado durante vários anos pela Inglaterra para acabar com o tráfico de escravos, todavia, esse comércio era o que mais dava lucro a economia brasileira, e ainda, era o carro chefe da plantation do país. A Inglaterra celebra vários acordos com o Brasil na intenção de suprimir o contrabando de escravos, visto que a atividade passou a ser ilegal, mas, durante muitos anos o governo imperial deixou correr frouxo as práticas ilegais do comércio internacional de escravos. 
A independência do Brasil não trouxe a república para o país, diferente de seus pares nas Américas optou pela permanência do antigo regime, uma escolha que teve como motivação várias nuances, que passaram pela transferência da família real de Portugal para o Brasil, o único país a sediar uma corte nas Américas, dando a colônia ares de metrópole e a própria elite nacional que via na república uma possibilidade de fragmentação das províncias, situação não desejada por ela, a exemplo do ocorrido na América Espanhola. Essa elite desejava apenas o liberalismo econômico, o poder do livre comércio sem a interferência do Estado. 
O problema desse momento é que os direitos constitucionais não atingiam toda população (direitos: políticos, civis e sociais), inicialmente pelo fato do voto ser censitário, deixando a grande maioria da população excluído do processo de representação. Os cargos dos constituintes eram vitalícios, anulando a possibilidade da renovação ou mudança na política e a manutenção da escravidão, grupo que não era possuidor de direitos por ser entendido como “coisa” ou mercadoria. 
A vida social no Brasil vem mudando desde a chegada da família real ao Brasil. Houve um processo de urbanização em várias cidades brasileiras, principalmente nas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Coisas simples como mobília, muito escassa durante períodos anteriores, melhorou já desde o descobrimento de metais e pedras preciosas nas regiões das Minas Gerais. Igrejas e residências também começaram a receber melhoria em suas construções e reformas. 
A INSATISFAÇÃO DAS PROVÍNCIAS 
Com uma política estática o império brasileiro não proporcionou as mudanças esperadas pelas elites, o que causou grande insatisfação, principalmente nas províncias, que já algum tempo desejavam maiores poderes administrativos para poder resolver seus problemas políticos, administrativos e econômicos. Ainda em 1824 eclode a Confederação do Equador, movimento separatista encabeçado por parte da elite pernambucana, que teve a adesão de outras províncias e vilas próximas de Pernambuco. O movimento desejava a separação da região do resto do Brasil e a criação de uma república federativa aos modos do EUA. O Governo Imperial sufocou essa revolta e executou seus principais líderes. Contudo o sentimento de revolta com a política imperial permaneceu e se espalhou por todo o país, deixando a popularidade do Imperador cada vez mais baixa. Para piorar o quadro político, D. Pedro I fechou um gabinete formado por filhos de prósperos comerciantes e donos de engenho, que cursaram nível superior no Brasil ou no exterior, associado ao fato das regalias concedidas aos portugueses residentes no Brasil não terem diminuído após a independência, situação que deixava a elite brasileira muito descontente, para eles, o que existia era um português sentado no trono brasileiro, indicando que os laços com Portugal não foram rompidos totalmente. 
ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I – O FIM DO PRIMEIRO IMPÉRIO 
O Brasil não consegue sair de sua crise financeira durante o primeiro império, a insatisfação com o imperador aumenta até se tornar insuportável. A economia se vê fragilizada com a concorrência dos produtos de exportação produzidos na região do Caribe e Sul dos EUA, além do combate ferrenho da Inglaterra contra o tráfico negreiro no Atlântico, que debilitava ainda mais a frágil política econômica brasileira. 
Em 1830 o Jornalista Líbero Badaró é assassinado no Rio de Janeiro. Os opositores do imperador disseminaram que a morte ocorreu a mando dele, visto que era ferrenho opositor ao imperador. Associado a este fato, D. Pedro I é hostilizado durante uma visita a cidade mineira de Ouro Pedro, reflexo da morte de Líbero Badaró. Conturbado com a recepção negativa, o imperador retorno ao Rio de Janeiro, onde é recebido com honras por uma elite portuguesa, o que desagradou em muito a população do Rio de Janeiro. Muitos moradores do Rio de Janeiro saíram para as ruas para protestar contra o imperador e acabaram entrando em conflito com o grupo português. Esse episódio ficou conhecido como a “Noite das Garrafadas”, garrafas quebradas foram utilizadas como arma. 
A continuação de D. Pedro I como imperador se tornou insustentável, sua presença já não era mais desejada por muitos brasileiros. Fora do Brasil existia uma luta em Portugal pela sucessão do trono, D. Miguel irmão de D. Pedro disputava com ele a sucessão real. D. Pedro na iminência de perder as duas coroas decide abdicar do trono brasileiro em favor de seu filho Pedro de Alcântara, de apenas 5 anos. No dia 7 de abril de 1831 D. Pedro renuncia e logo após parte do Brasil para Portugal. Como Pedro de Alcântara não podia subir ao trono, uma regência é montada para administrar o Brasil e tutorar o jovem futuro Imperador. 
A REGÊNCIA TRINA 
Com a abdicação de D. Pedro I, foi deixado a cargo da administração do país, três pessoas da confiança do imperador para tutorar Pedro de Alcântara até sua maior idade, quando atingisse 18 anos. Inicialmente essa regência era provisória, depois se tornou permanente e por fim foi substituída por apenas um membro. 
No Brasil existiam várias correntes que desejavam aproveitar a vagância do trono para realizar algumas mudanças, que variavam entre o final da monarquia e a instauração de uma república ou mesmo a substituição de Pedro de Alcântara por outro nobre que pudesse subir ao trono e realizar as transformações desejadas por esses grupos. Todavia, nada mudou, mas, o fato de ter uma regência à frente da política nacional não agradou as elites, sua falta de legitimidade gerou uma onda de insatisfação por todo império. Alguns queriam a instauração de uma monarquia constitucional aos moldes inglês, outros desejavama república, algumas províncias desejam voltar a ser regidas pela corte portuguesa e existiam províncias com ideias separatistas. 
A Regência procurou contornar alguns problemas políticos com a publicação do ato adicional de 1834, que dava mais poderes políticos e administrativos as províncias. Criou a Guarda Nacional para atuar nas emergências internas, diminuindo a intervenção do Exército na resolução de problemas internos. Essa decisão tem por finalidade contrabalancear o poder do Exército nas mãos de nobres portugueses ou de 
descendentes, visto que a Guarda Nacional seria composta em sua maioria por brasileiros de posses nas províncias. 
REVOLTAS DE LIVRES E ESCRAVOS DURANTE A REGÊNCIA 
A Regência não tinha legitimidade para governar o Brasil. Esse período foi palco de várias insurgências e revoltas, fruto de um retrocesso econômico em regiões antes importantes para o Império, como Salvador e Bahia, relegadas a um segundo plano em comparação com as províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Outra região complicada e a Província do Grão-Pará, que até a chegada da família real era percebida por Portugal como outra colônia na América Portuguesa junto com o Brasil. Mesmo com a unificação a região houve poucas mudanças, a pobreza e pouco desenvolvida. Região produtoras das drogas do sertão, sua economia não foi suficiente para melhorar a situação da região. Ao Sul existe uma região que não foi colonizada nem por portugueses ou brasileiros, a maioria dos colonos eram estrangeiros, o que deixou a região instável e sujeito a revoltas. 
A CABANAGEM – GRÃO-PARÁ 1835 A 1840 
Como a maioria da população morava em cabanas palafitas, a região foi palco de uma revolta que só terminou com a maioridade de Pedro de Alcântara (o golpe da maioridade). Uma revolta de cunho popular com tendências xenófobas, que tentava combater os privilégios da elite portuguesa residente. Essa região durante o processo de independência do Brasil se uniu as cortes portuguesas, sendo necessário o envio de tropas para pacificar a região. 
SABINADA – BAHIA 1837 A 1838 
Revolta comandada por integrantes da classe média baiana, que eram contrários às imposições políticas e administrativas da regência e a nomeação de autoridades para o governo da Bahia. Os insurgentes desejavam a separação da província do Brasil até a maior idade de Pedro de Alcântara. 
REVOLTA DOS MALÊS – SALVADOR 1835 
Foi a revolta com menor tempo de duração, aproximadamente dois dias. Era composta por negros libertos e escravos de ganho, em sua maioria de identidade mulçumana, letrados e possuidores de ofícios. Esse grupo tinha grande mobilidade urbana, o que possibilitou a criação de uma rede de informações entre as localidades. Suas revindicações pleiteavam a liberdade, melhores condições de vida e a volta para a África. Foram delatados por uma mulher, proporcionando tempo às autoridades locais para interceder contra o levante. Seus líderes foram mortos e o grupo proibido de andar a noite e de professar o islamismo. O saldo desse levante foi o temor provocado na sociedade baiana e na corte imperial, visto que a Revolta do Haiti estava resente na memória do império, fato que preocupava demais o governo e as elites por temerem uma repetição da revolta no Brasil, em função do número crescente de escravos em relação aos homens livres. 
REVOLTA DOS FARRAPOS – 1835 A 1845 
Uma das mais longas revoltas durante o período imperial. Grupos locais descontentes com a política econômica do Governo desejavam maior autonomia para a região. A 
política de impostos praticados sobre os produtos bovinos da região tornava seus produtos mais caros do que os importados, debilitando a economia sulista. Logo ideias separatistas começaram a brotar, em seguida se instaurou a luta armada. Foi criada a República Rio-Grandese em Porto Alegre e a República Juliana na região e Santa Catarina. Após anos de combate, mesmo com algumas vitórias o movimento se enfraquece, seus principais líderes são presos (Bento Gonçalves), o movimento perde força e em 1842, após a nomeação do General Caxias para assumir a liderança do Exército Imperial, o conflito termina e a região e pacificada. Contudo o desfecho foi um pouco diferente, como essa região era muito turbulenta, os principais líderes da revolta foram anistiados e a região novamente incorporada ao império. 
A BALAIADA – MARANHÃO 1838 A 1841 
Movimento de característica popular tinha como objetivo combater os poderes dos fazendeiros da região que eram truculentos para atingir seus objetivos políticos e econômicos. A revolta tinha integrantes de todas as classes, negros, índios, brancos pobres e até prisioneiros participaram da revolta. Foram rapidamente contidos pelo governo imperial. O movimento na era de cunho separatista, mas, combatia os privilégios concedidos aos portugueses na região. 
O período regencial foi conturbado e repleto de óbices. Sua política administrativa e econômica nãofoi forte o suficiente para evitar crises e revoltas, que tiveram a participação de elemento de diversos grupos, brancos ricos e de classe média, pobres, negros, índios e até estrangeiros, que lutavam por mais autonomia local, melhores condições de vida e representatividade política dentro do império. 
Um acúmulo de situações indesejáveis como o vácuo no poder; a falta de legitimidade da regência; falta de políticas econômicas para o país e províncias; manutenção da escravidão; falta de autonomia para as províncias e a desigualdade no desenvolvimento entre regiões, forçou em 1840 o episódio conhecido como o golpe da maioridade de Pedro de Alcântara, consagrado Imperador do Brasil com apenas 14 anos, que tinha como finalidade diminuir a pressão interna e conter revoltas. 
O SEGUNDO IMPÉRIO 
Após a coroação do jovem Pedro de Alcântara como o novo Imperador do Brasil, algumas pressões políticas foram aliviadas, visto que o trono não estava mais vago, era legítimo e definitivamente os laços com Portugal estavam cortados, o novo imperador era brasileiro. Contudo, um somatório de problemas passados e a continuação do antigo regime colocavam o país numa situação delicada, tanto interna quanto externamente, principalmente na área econômica, a mais sofrida, em função do endividamento com guerras que não deram em nada e o isolamento do Brasil de seus pares nas Américas, o foco ainda era “ser” como a Europa. As parcerias com a Inglaterra começam a ficar complicado a partir de 1830, quando esta começou a patrulhar o Atlântico para coibir o tráfico de escravos da África, principal produto da economia e motor da produção nacional. 
D. Pedro II era um jovem educado, antenado com as novidades que estavam ocorrendo na Europa, sua popularidade como imperador era aceitável, mas, não consegui estabilizar seu governo. A falta de modernidade no país causava graves entraves ao desenvolvimento nacional, associado ao fato da manutenção do antigo regime, que tornava o Estado pesado e lendo, visto que não priorizava a meritocracia, mas, um apadrinhamento comum nesse tipo de governo. 
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL 
Durante o segundo império, D. Pedro II começa a articular com seus assessores a necessidade da criação da identidade nacional, os brasileiros não podiam se ver como apenas provincianos, deveria haver um sentimento de nacionalidade que ligasse todos ao país. O modelo adotado para a construção dessa identidade foi à valorização do branco português, porém existia o índio nessa equação, que não podia ser retirado, o negro não podia entrar devido a sua condição de “coisa”, essa classe nunca teve direitos, não podia ser somado a formação da identidade nacional. O Romantismo foi adotado para apresentar um índio ingênuo e puro, e o português branco, aquele que trouxe as luzes sobre um povo, mostrando para estes o caminho da evolução. Os negros e os mestiços não podiam fazer parte desse processo, não teria como explicar a escravidão e as práticas escravistas sem expor a crueldade do homem branco. Porém, essaexclusão tem reflexo até nossos dias. Os índios sofrem reflexos negativos até hoje em virtude dessa construção, são tratados como incapazes, necessitando da tutela do Estado para gerenciar suas vidas. A identidade nacional foi criada com a ajuda do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que definiu o território brasileiro e criou heróis e símbolos nacionais para que a sociedade se identificasse juntamente como a bandeira do império, que representava a construção do Brasil, suas riquezas, a exuberância natural e o branco civilizador. O próprio imperador foi elevado como símbolo nacional, seu manto trazia detalhes que valorizavam os ícones nacionais, como as plumas bordadas, que de certa forma lembrava a exuberância nacional, dentro desta o índio. 
AS LEIS ABOLICIONISTAS E A EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS 
Devido às pressões inglesas em 1850 foi publicação da Lei Euzébio de Queiroz que definitivamente proibia o tráfico de escravos para o Brasil, contudo, o tráfico interno se intensifica da região Nordeste para Sudeste. Na realidade a escravidão no Brasil nesse período não era mais a mesma, e ela nunca foi igual durante muito tempo, é repleta de nuances, nunca estática, em cada fase houve modificações nas relações entre os escravos, seus senhores e o Estado, principalmente após Palmares e a Revolução Haitiana, que deixaram as elites brasileiras com receio que uma revolta desse monte ocorresse no Brasil, em virtude do crescimento do número de cativos, que superava a população livre. Para amenizar essa situação adotou-se a prática da alforria, principalmente para os cativos mestiços ou nascidos no Brasil. A escolha desse grupo foi à própria visão que se tinha a respeito do mestiço não pertencer a nenhuma das raças, suas revindicações eram diferente dos cativos africanos. Essa massa liberta criou uma camada intermediária entre o número de livres e cativos que aliviava as tensões da escravidão. 
A Igreja Católica contribuiu para a modificação das relações entre escravos e senhores. Como a igreja combatia a fornicação fora do casamento e desejava o batismo dos recém-nascidos, os negros batizados e casados eram tratados de forma diferente, de 
certa forma existia uma garantia que a família desse cativo não seria vendida, e caso houvesse necessidade de se fazer uma venda, vendia-se o escravo, mas a mãe escrava e seus filhos permaneciam juntos. A manutenção dessas famílias coibia as fugas, e quando havia era possível negociar o retorno em troca de melhores condições de vida. Dentro dos preceitos religiosos as irmandades de negros ajudavam a comprar a liberdade dos cativos que se juntavam a este grupo. O batismo criava laços de proteção, geralmente o padrinho era um homem branco que não era dono do escravo e a madrinha uma escrava da senzala. Na falta de um dos pais, os padrinhos assumiam a responsabilidade pela proteção da criança. 
Com o fim do tráfico internacional e do interno por volta de 1870, era certo o fim da escravidão no Brasil. O império começava a pensar formas de realizar essa transição sem arruinar a economia do país, mas, independente de uma solução, a escravidão tinha dia para acabar. Nessa mesma época começou a aumentar os movimentos abolicionistas, um reflexo do final da Guerra do Paraguai, onde brancos, negros e mestiços lutaram lado a lado, diminuindo a visão negativa sobre esse grupo, visto que os cativos lutavam, sofriam e morriam de forma igual aos livres. Outra situação era o fato do Brasil ser o único país das Américas a manter a escravidão. 
O governo imperial começa a criar as condições para o fim da escravidão, trouxe imigrantes italianos para serem inferidos nas lavoras paulistas de café. Em 1871 criou-se a Lei do Ventre Livre e em 1885 a Lei do Sexagenário. Porém, essas leis não atendiam a maioria dos casos, eram leis vazias, trouxe mais problemas que solução, só em 1888 com a abolição da escravidão é que realmente o Brasil encerra esse capítulo nefasto de sua história. 
CONSEQUÊNCIAS DO FIM DA ESCRAVIDÃO 
Poderíamos acreditar que os problemas dos cativos cessaram com o fim da escravidão, o problema é que o governo imperial não traçou uma estratégia de inclusão desse grupo na sociedade brasileira, o que forçou muitos a se deslocaram para as cidades e a formar aquilo que seria conhecido como favelas, vivendo de subempregos e sendo marginalizado pela sociedade local. O próprio movimento negro não reconhece o dia da libertação dos escravos como sendo uma data a ser comemorada, passou a comemorar o dia da morte de Zumbi como marco de sua luta pelo reconhecimento do direito a igualdade como cidadão brasileiro. Em 1988 com a promulgação da constituição cidadã várias políticas afirmativas são colocadas em práticas como forma de tentar corrigir as injustiças de um passado recente. 
O FIM DO IMPÉRIO 
O desejo de transformar o Brasil em uma república existia há muito tempo, alguns grupos desejavam o fim do antigo regime e a criação de uma administração que atendesse suas revindicações, principalmente a de uma política econômica liberal. A economia sempre foi o grande fracasso desse regime, associado ao fato de não ter se solidificado ou praticados políticas que fortalecessem o país. A guerra do Paraguai não trouxe nenhuma vantagem para o país, só dividas e perda de vidas, apenas aproximou os militares dos movimentos republicanos e abolicionistas devido ao contato com Nações republicanas durante o conflito. As Forças Armadas Imperiais tinham planos de 
carreira engessados, com pouca mobilidade. O Governo Imperial não planejou a desmobilização dos militares após o término do conflito, deixando muitos sem amparo de uma pensão ou aposentadoria. Muitos Oficias de alta patente criticavam abertamente o Governo Imperial sobre as políticas adotadas com as Forças Armadas. Esse aglomerado de problemas fez aumentar cada vez mais a insatisfação dos militares contra o Governo Imperial, que acreditavam que sua atual situação era devido a falta de representação no Governo, situação possível dentro de um sistema republicano, visto que no atual sistema o voto era censitário dependente de renda, o que deixava a grande maioria da população sem representação. 
A Igreja Católica grande defensora da monarquia entrou em crise contra o Imperador D. Pedro II, mesmo por um curto período de tempo, contribuiu negativamente para o Governo Imperial. No Brasil as práticas religiosas negras e indígenas sofreram sincretismo com o catolicismo romano. A falta de padres nas paróquias foram responsáveis pelo nascimento do catolicismo primitivo, em função dos leigos administrarem as igrejas e realizarem nessas a “escuta” da população. Para combater essas práticas, a igreja romana enviou uma comitiva de bispos para o Brasil, com a intenção de formar padres e combater as heresias. NO Brasil esses bispos causaram muitos problemas e geraram uma insatisfação na comunidade religiosa brasileira, sendo necessária a intervenção do Imperador para resolver a situação. D Pedro II se utilizou de seu direito de padroado, que lhe dava o direito de indicar padres e bispos, contanto que pagasse os salários dos religiosos. Esse episódio desagradou muito o Papado, mas, os inconvenientes foram rapidamente resolvidos, principalmente por D. Pedro II e sua Filha Isabel serem católicos fervorosos. 
Outro ponto que pode ter contribuído para o fim do império foi à abolição da escravidão, muitos barões do café da região Norte-Fluminense do Rio de janeiro não tinham condições de contratar a mão de obra imigrante italiana, muitos sem recursos faliram, gerando um sentimento negativo contra o governo imperial. Todavia, devemos lembrar que nesse período a produção de café já tinha se deslocado para a região das terras roxas de São Paulo, onde a cultura cafeeira estava em franca expansão. A maioria dos imigrantes italianos foram deslocados para essa região. 
O Império Brasileiro viu seu fim chegar no ano de 1889, por meio do golpe republicano, que tirou do poder o Imperador D. Pedro II e sua família, relegando-osao exílio na França. A queda do império não aconteceu por simples problemas políticos como as Forças Armadas, a Igreja e os Barões do Café do Norte-Fluminense do Rio de Janeiro, sua saúde vinha debilitando há muito tempo, fruto de anos de ingerência e má administração. Sua queda foi cavada por suas próprias mãos, como se tratava da manutenção do antigo regime e não de uma monarquia constitucional, seu próprio peso como instituição tornava impossível sua continuação, principalmente em função do momento em que o mundo passava, a era moderna. O Império Brasileiro não acompanhou o processo mundial da modernidade, a pesar de D. Pedro II ser uma pessoa antenada com o progresso europeu, o país ainda era extremamente agrário. A pressão do capitalismo no mundo não aceitava mais a existência de monarquias absolutistas. 
O fim do Governo Imperial não alavancou o Brasil no cenário internacional, muitas continuidades permanecem após o fim do império, reflexo de uma construção cultural que não conseguiu atender as necessidades do país frente aos novos desafios 
econômicos e sociais presente em cada momento de sua existência. Só após 1930, quando Getúlio Vargas inicia o processo de modernização do Brasil após assumir o governo e que começamos a perceber mudanças no cenário político econômico, administrativo e social.

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